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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Curso de Especialização em Processamento Pós- colheita de Grãos e Sementes QUALIDADE E RISCOS DE CONTAMINAÇÕES DE PRODUTOS ARMAZENADOS MARCOS FERREIRA DA COSTA

Qualidade de produtos armazenados

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Page 1: Qualidade de produtos armazenados

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Curso de Especialização em Processamento Pós-colheita de

Grãos e Sementes

QUALIDADE E RISCOS DE CONTAMINAÇÕES DE

PRODUTOS ARMAZENADOS

MARCOS FERREIRA DA COSTA

C U I A B Á - MT

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Curso de Especialização em Processamento Pós-colheita de

Grãos e Sementes

QUALIDADE E RISCOS DE CONTAMINAÇÕES DE

PRODUTOS ARMAZENADOS

MARCOS FERREIRA DA COSTA

Tecnólogo em Agricultura Sustentável

Orientador: Prof. Dr. CARLOS CANEPPELE

Monografia apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Especialista em Processamento Pós-colheita de Grãos e Sementes.

C U I A B Á - MT

2012

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3

Costa, Marcos Ferreira

P945c Qualidade e riscos de contaminações de produtos armazenados

Marcos Ferreira da Costa. - Cuiabá: Faculdade de Agronomia e Medicina

Veterinária, 2012.

Xi, 47p.:il.color.

Monografia apresentada à Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para

obtenção do título de Especialista em Processamento Pós-colheita

de Grãos e Sementes.

Bibliografia: p.46-47

CDU – 581.526.33

Índice para Catálogo Sistemático.

1. Armazenagem – Grãos

2. Qualidade – Perdas

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4

" O conhecimento é um processo receptivo "

Prof. Dr. Sidney Fernando CaldeiraDEDICATÓRIA

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5

Este trabalho é dedicado às pessoas que sempre estiveram ao meu lado

pelos caminhos da vida, me acompanhando, apoiando e principalmente

acreditando em mim: Meus pais Dilce Maria Ferreira e Dolírio Elias Costa e meus

irmãos Marcio, Marcelo, Maxuel.

AGRADECIMENTOS

Page 6: Qualidade de produtos armazenados

6

Agradeço a Deus por ter me concedido a oportunidade de lutar por um

futuro melhor.

Aos meus pais (Dilce e Dolirio), que sempre me deram forças e me

incentivaram para continuar nessa caminhada do saber. Aos meus irmãos

(Marcio, Marcelo e Maxuel) que, mesmo distantes, serviram de estímulo para

vencer mais esta caminhada.

Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Caneppele pela imensa cooperação na

elaboração deste trabalho e pelo conhecimento transmitido durante o curso.

Aos meus colegas de turma que, além de se tornarem amigos me

ensinaram a conviver com pessoas diferentes a mim.

Obrigado a todos vocês por participarem desta minha etapa, pois direta, ou

indiretamente me fizeram crescer, tanto pessoalmente como profissionalmente.

QUALIDADE E RISCOS DE CONTAMINAÇÕES DE PRODUTOS ARMAZENADOS

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RESUMO - Criado pelo FDA (Food and Drug Administration), em 1969, as Boas

Práticas de Fabricação (GMP – “Good Manufaturing Practices”), conceitualmente,

são um conjunto de práticas recomendadas no manuseio dos alimentos, tendo em

vista a obtenção de produtos seguros. A implantação das Boas Práticas de

fabricação constitui o primeiro passo a ser dado por quem manipula alimentos

para assegurar uma produção segura e com qualidade. Nas unidades

armazenadoras, a utilização do Conceito de Boas Práticas de fabricação permitirá

garantir às indústrias consumidoras dessas matérias primas, aí armazenadas, a

isenção de contaminações, produtos seguros, segurança pessoal e mais

recentemente a segurança ambiental. Internacionalmente conhecido como

Hazard Analysis And Critical Control Point System – HACCP, o sistema de

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC, como é conhecido no

Brasil, é uma ferramenta que busca através da análise dos componentes da

matéria prima e do processo, identificar os pontos críticos de controle do sistema,

que deverão estar sob controle para garantir a segurança do produto produzido.

Neste trabalho pretendeu-se identificar os pontos de perdas qualitativas e

identificar os riscos de contaminação em unidades armazenadoras. A implantação

dos sistemas de Boas Práticas de Fabricação e de Análise de Perigos de Pontos

Críticos de Controle garantirá maior segurança ao armazenador, redução de

perdas.

Palavras-chave: Conservação, APPCC, segurança alimentar.

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8

LISTA DE FIGURAS

Página

..

SUMÁRIO

1 Pontos críticos de controle em unidades armazenadoras............................ 24

2 Coletor de grãos pneumáticos...................................................................... 25

3 Peneiras utilizadas em pré limpeza.............................................................. 27

4 Fluxo de ar para seca-aeração..................................................................... 27

5 Incêndio causado por grande quantidade de impurezas na massa de

grãos................................................................................................................. 29

6 Grãos de milho antes e após beneficiamento .............................................. 29

7 Sistema de aeração utilizados para controle de pragas............................... 30

8 Grãos de milho espalhados pelo pátio.......................................................... 31

9 Fontes de contaminação detectados em unidades armazenadoras de

milho.................................................................................................................. 32

10 Grãos de milho atacados por Aspergillus e Penicillium............................. 33

11 Grãos danificados por pragas.................................................................... 36

12 Pragas primárias........................................................................................ 37

13 Pragas secundárias................................................................................... 37

14 Sequência operacional do expurgo em grãos ensacados.......................... 40

Page 9: Qualidade de produtos armazenados

9

Página

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 12

2.1 Unidades armazenadoras.............................................................................. 12

2.2 Armazenamento de grãos............................................................................. 13

2.3 Vantagens do armazenamento..................................................................... 14

3 FUNÇOES DO ARMAZENAMENTO................................................................. 14

3.1 Funções intrínsicas......................................................................................... 15

3.2 Funções extrínsicas....................................................................................... 15

4 CARACTERÍSTICAS DE GRÃOS ARMAZENADOS........................................ 16

5 ARMAZENAMENTO E PERDAS...................................................................... 17

6 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ............................................................ 18

7 ANÁLISE DE PERIGOS E BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO.................... 18

7.1 Legislação........................................................................................................ 19

7.2 Implantação...................................................................................................... 20

7.3 Manutenção...................................................................................................... 20

7.4 Ordem e limpeza.............................................................................................. 20

7.5 Pessoal............................................................................................................ 21

7.6 Controle de pragas .......................................................................................... 21

8 ANÁLISE DE PERIGOS E BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO:

ETAPAS................................................................................................................. 21

9 AVALIAÇÃO DE PERDAS EM UNIDADES ARMAZENADORAS.................... 23

9.1 Ponto crítico 1: Recepção................................................................................ 24

9.2 Ponto crítico 2: Moegas................................................................................... 26

9.3 Ponto crítico 3: Máquinas de pré limpeza........................................................ 26

9.4 Ponto crítico 4: Silo pulmão.............................................................................. 27

9.5 Ponto crítico 5: Secador................................................................................... 28

9.6 Ponto crítico 6: Máquinas de limpeza............................................................... 29

9.7 Ponto crítico 7: Armazenagem......................................................................... 319.8 Ponto crítico 8: Silo e expedição...................................................................... 31

9.9 Ponto crítico 9: Locais diversos........................................................................ 31

10 MICROORGANISMOS PRESENTES NOS GRÃOS........................................ 32

10.1 Fungos............................................................................................................ 32

10.2 Bactérias........................................................................................................ 32

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10

INTRODUÇÃO

9.8 Ponto crítico 8: Silo e expedição...................................................................... 31

9.9 Ponto crítico 9: Locais diversos........................................................................ 31

10 MICROORGANISMOS PRESENTES NOS GRÃOS........................................ 32

10.1 Fungos............................................................................................................ 32

10.2 Bactérias........................................................................................................ 32

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Atualmente, o Brasil é um dos países que mais se destaca no cenário

mundial da agricultura, devido á sua crescente expansão na produção de grãos.

Este destaque é devido aos investimentos realizados em pesquisas e tecnologia

na produção agrícola, o que vem contribuindo fortemente para a expansão da

balança comercial. Porém, este desempenho da produção não está sendo

acompanhado de um progresso no que diz respeito à capacidade de

armazenamento e a qualidade final do produto, o que tem desestimulado a

competitividade do produto brasileiro nos mercados interno e externo.

Num atual ambiente econômico a qualidade dos produtos armazenados

vem se transformando num dos principais instrumentos para o aumento da

competitividade. A cada dia surgem novas tecnologias de práticas operacionais,

com o objetivo de expandir as fronteiras da produtividade e garantir a excelência

dos grãos armazenados para liderar o processo de transformação necessário

para aperfeiçoamento das tecnologias de armazenagem.

As atividades de estocagem não agregam valor ao produto, podendo, em

alguns casos, até mesmo aumentar significativamente os custos do mesmo. Por

outro lado, se utilizada de forma adequada, a armazenagem pode se constituir em

uma importante vantagem competitiva (MELO & OLIVEIRA, 2006). O volume de

grãos vem aumentando significativamente e a estrutura de armazenagem não

vem acompanhando esse crescimento. Os produtores vêm obtendo recordes de

produção a cada safra, sem que haja investimentos na mesma proporção na pós-

colheita. Esse processo de perda ocorre devido ao transporte inadequado, à falta

de beneficiamento e armazenagem inadequado de grãos.(EMBRAPA, 2006).

Do ponto de vista econômico, nenhum alimento atinge a

importância dos grãos, tanto para o consumo “in natura”, quanto em

matéria prima para as indústrias alimentícias e de produção de rações

para nutrição animal. O armazenamento destes possibilita a

disponibilidade do produto de forma regular e contínua, para abastecer

os centros de consumo e a formação de estoques reguladores e

estratégicos, indispensáveis à criação de uma política racional de

abastecimento: O prolongamento da utilidade no tempo permite o

Page 12: Qualidade de produtos armazenados

12

abastecimento mais estável aos mercados consumidores, assim como

contribui para a maior estabilidade dos preços dos produtos. A

armazenagem da produção agrícola tem como pressuposto básico a

guarda e a conservação dos grãos armazenados. Em paralelo, a

sazonalidade e a dinâmica do consumo desta produção, vem mostrar a

necessidade de se ter um eficiente sistema de armazenamento, que

opere de forma correta e que contribua para eliminar, ou pelo menos,

minimizar os efeitos das perdas, ainda em níveis altos para os padrões

internacionais, bem como aumentar a segurança e a higiene destas

matérias primas.

No Brasil, pode-se considerar que as perdas dos grãos decorrem

fundamentalmente da falta da integração de um eficiente sistema de transporte e

comercialização, apoiado por um adequado sistema de armazenagem, onde a

distribuição espacial das unidades armazenadoras e o uso correto e adequado do

processamento técnico destas unidades armazenadoras, são exigências mínimas.

Nenhuma estratégia de desenvolvimento poderá ser posta em prática sem se

atentar às necessidades de se eliminar ou pelo menos reduzir essas perdas. Ao

mesmo tempo, o crescimento das exigências das indústrias por matérias primas

melhores tem despertado nos produtores e armazenadores a consciência da

profissionalização e do uso sistematizado de procedimentos mais técnicos em

suas estruturas de armazenamento.

REVISÃO DE LITERATURA

UNIDADES ARMAZENADORAS

A origem dos armazéns para produtos agrícolas deve ter surgido quando o

homem passou da fase de nômade à de agricultor. Já no ano de 156 AC –

segundo conta Plínio – em certas cidades do Egito eram demarcados locais

destinados à conservação das mercadorias, para os tempos de escassez,

BRANDÃO (1989) conceituou armazém a qualquer depósito que ofereça

condições próprias à guarda e à conservação das mercadorias.

Page 13: Qualidade de produtos armazenados

13

No Brasil, o início da estrutura de armazenagem deu-se no começo do

século passado, com a necessidade da guarda do café. Posteriormente, por volta

de 1950, em razão da necessidade de atender às importações de trigo, inicia-se o

processo de armazenamento a granel.

A crescente demanda por armazenagem, sobretudo nas novas fronteiras

agrícolas, exigiu nova tomada de decisão do governo e em 1976, sob a

coordenação da CIBRAZÉM – Companhia Brasileira de Armazenamento, o

governo Brasileiro implementa o PRONAZÉM – Programa Brasileiro de

Armazenagem, que procurou estimular a armazenagem em nível de fazenda, em

complementação aos sistemas já existentes, compostos por grandes unidades

armazenadoras de cooperativas e de entidades oficiais, objetivando a redução do

déficit da capacidade estática existente no país. (ROA, 1979).

Atualmente, embora de forma desordenada, a rede armazenadora do país

cresceu e interiorizou-se para atender a demanda provocada pelo deslocamento

das novas fronteiras agrícolas. Formadas por grandes unidades de silos e

armazéns graneleiros, são dotadas, em sua grande maioria, de tecnologias

modernas que permitem atender com sucesso o papel de guardar e conservar as

safras. Porém, ainda carece de métodos mais profissionais de administração,

sobretudo no gerenciamento da qualidade do setor.

ARMAZENAMENTO DE GRÃOS

A armazenagem tem o objetivo de proteger e dar segurança aos produtos.

Além disso, a armazenagem pode fazer parte do processo de produção. Algumas

decisões típicas relacionadas à armazenagem de produtos são: a determinação

do espaço de armazenagem, o layout do armazém, a configuração do armazém,

a disposição dos produtos no estoque de acordo com o tipo de produto, tipo de

cliente ou rotatividade (MORABITO & IANNONI, 2007).

A armazenagem dos grãos pode ser feita de duas formas: a granel (sem

embalagem) ou acondicionada em volumes (sacarias). De acordo com Silva et al

(2000), a armazenagem a granel (silos) são células individualizadas, construídas

de chapas metálicas, de concreto ou alvenaria. Geralmente possuem forma

cilíndrica, podendo ou não ser equipadas com sistema de aeração. Estas células

Page 14: Qualidade de produtos armazenados

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apresentam condições necessárias à preservação da qualidade do produto,

durante alguns períodos de armazenagem. Outra forma de armazenagem de

grãos é por sacaria (galpões ou depósitos), são unidades armazenadoras

adaptadas de construções projetadas para outras finalidades; por isso não

apresentam características técnicas necessárias à armazenagem segura e são

utilizadas, em caráter de emergência, durante períodos curtos. Esses depósitos

recebem a denominação de paiol, quando construídos por ripas de madeira,

espaçado entre si, o que favorece, muito, a aeração natural do produto.

Durante o armazenamento os grãos não melhoram sua qualidade e sim no

máximo a mantém. Logo, somente boas práticas de armazenamento conservam a

qualidade física e fisiológica dos grãos. (BAUDET & VILELA, 2000).

Vantagens do armazenamento

Segundo Júnior & Nogueira (2007); D’Arce (2008), dentre as vantagens do

armazenamento de grãos, devem ser citadas:

- Minimização das perdas quantitativas e qualitativas que ocorrem no

campo, pelo atraso da colheita ou durante o armazenamento em locais

inadequados.

- Economia do transporte, uma vez que os fretes alcançam seu preço

máximo na safra". Quando o transporte for necessário, terá o custo diminuído,

devido à eliminação das impurezas e do excesso de água pela secagem.

- Maior rendimento na colheita por evitar a espera dos caminhões nas filas

nas unidades coletoras ou intermediárias.

- Melhor qualidade do produto, evitando o processamento inadequado

devido ao grande volume a ser processado por período da safra, por exemplo, a

forma de secagem à qual o produto é submetido, nas unidades coletoras ou

intermediárias.

- Obtenção de financiamento por meio das linhas de crédito específicas

para a pré-comercialização.

- Menor dependência do suprimento de produtos de outros locais.

- Melhores preços aos produtores quanto à escolha da época de

comercialização dos seus produtos.

Page 15: Qualidade de produtos armazenados

15

Funções da armazenagem e das unidades armazenadoras

A rede de armazéns é composta por unidades armazenadoras que

possuem estrutura adequada às suas finalidades especificas e devem ser

localizadas e dimensionadas de acordo com as características de operação

estabelecendo um fluxo lógico de atendimento ao escoamento da safra, com

manutenção da qualidade dos grãos, até que esses produtos cheguem ao

consumo humano, animal ou industrial. Segundo Biage et al (2002), existem

funções intrínsecas e extrínsecas que estão ligadas diretamente a armazenagem

de grãos.

Funções Intrínsecas

Estas funções correspondem à guarda de conservação dos produtos

agrícolas.

- Conservação da Qualidade. Armazenagem em temperatura e umidade

relativa do ar, que podem acarretar perdas qualitativas em grãos e sementes.

- Controle de Perdas. No caso de perdas quantitativas, podem chegar até

10% na pós-colheita de grãos (colheita até a comercialização), a utilização de

tecnologia adequada minimiza esse prejuízo.

- Estocagem de Excedente. Caracterizado quando a produção é maior do

que o consumo. Muitas vezes os fatores geográficos e meteorológicos, impedem

com que possa haver produção o ano todo, desta forma o período de colheita é

curto, porém, o produto não comercializado totalmente durante a colheita deve,

portanto, ser “guardado” para ser consumido durante o ano, ou até a próxima

colheita, sempre que possível, mantendo suas características qualitativas.

Funções extrínsecas

Estão relacionadas com o transporte e comercialização da produção

agrícola.

- Logística de Produção. As regiões produtoras nem sempre estão

próximos dos centros consumidores, a instalação de unidades coletoras próximos

aos centros produtores, facilitara o fluxo do produto entre as regiões;

Page 16: Qualidade de produtos armazenados

16

- Logística de Transporte. O aumento da produção aliado ao curto período

de colheita exige unidades armazenadoras bem distribuídas e em número

suficiente para diminuir gastos com transportes;

- Suporte de Comercialização. A armazenagem de grãos em pontos

estratégicos facilita a comercialização, o processo de escoamento e o intercambio

entre compradores e vendedores;

- Estoques Reguladores. Estes estoques permitem ao governo exportar

em ocasiões de melhores preços, e evitar o aumento exagerado de algum produto

no período de entressafra;

- Auxílio às Políticas Governamentais. O armazenamento permite que o

governo mantenha a política de preço mínimo, proponha o zoneamento agrícola e

fomento a produção.

Diretamente relacionados a estes fatores estão à capacidade de

armazenagem, denominados como:

- Capacidade Estática de Armazenagem: Quantidade de grãos que cabe de

uma só vez dentro de uma unidade armazenadora;

- Capacidade Dinâmica de Armazenagem: Quantidade de grãos que entrou

e saiu de uma unidade armazenadora no período de um ano.

CARACTERISTICAS DE GRÃOS ARMAZENADOS

Os grãos quando armazenados em silos formam uma massa porosa

constituída dos próprios grãos e do ar intersticial. O espaço ocupado pelo ar inter-

granular é de 40% a 45%.

Algumas substâncias apresentam determinada condutividade térmica, que

é medida pela intensidade do calor que passa de uma região mais quente para

uma mais fria. A massa de grãos é um bom isolante, oferecendo uma resistência

ao fluxo de calor da ordem de 1/3 da resistência da cortiça. Uma camada de trigo

de 1 cm de espessura tem uma capacidade isolante comparável a 9 cm de

concreto, aproximadamente. O ângulo de repouso pode ser definido como o

ângulo máximo do talude formado pelos grãos em relação à horizontal. É

altamente influenciado pelo teor de umidade, pelo tamanho, pela forma e pela

constituição externa do grão.

Page 17: Qualidade de produtos armazenados

17

Os grãos, como qualquer material higroscópico, mantêm equilíbrio de sua

umidade com determinada umidade relativa do ar, a uma dada temperatura. Isto

é, eles têm a capacidade de ceder ou absorver umidade de acordo com a baixa

ou alta umidade relativa do ar contido no espaço intersticial da massa de grãos.

Portanto os grãos em contato com um ambiente onde a umidade relativa oscila,

ganharão ou perderão umidade. Devido a esta propriedade, que se constitui numa

das características mais importantes, os grãos armazenados em recipientes

permeáveis, como o saco de juta, tem o seu teor de umidade freqüentemente

alterado pelas oscilações da umidade relativa do ar atmosférico. Em recipientes

hermeticamente fechados, dá-se o fenômeno inverso, isto é, a umidade relativa

do ar do recipiente é que será afetada pela umidade do grão. Para fins práticos,

desde que a variação de temperatura não seja muito acentuada, pode-se dizer

que o equilíbrio higroscópico não é afetado pelas mudanças de temperatura.

ARMAZENAGEM E PERDAS

O armazenamento dos grãos possibilita a disponibilidade do produto de

forma regular e contínua, para abastecer os centros de consumo e a formação de

estoques reguladores e estratégicos, indispensáveis à criação de uma política

racional de abastecimento. O prolongamento da utilidade no tempo permite o

abastecimento mais estável aos mercados consumidores, assim como contribui

para a maior estabilidade dos preços dos produtos.

Ao sistema armazenador, desde que devidamente adequado e atendendo

as suas finalidades, cabe, desta forma, a tarefa de permitir a coleta de pequenas

parcelas das safras de grãos, uniformizando-as e conservando-as pelo tempo

necessário, de modo a não apresentar reduções quantitativas e qualitativas, além

de ser apoiada por uma eficiente rede de silos e armazéns, tecnicamente

dimensionada e localizada.

Por outro lado, em que pese o desenvolvimento tecnológico do setor de

armazenagem, este ainda carece de profissionalismo e de entendimento de sua

inserção no sistema de cadeia produtiva alimentar, representando importante elo

dessa cadeia, tendo em vista sua responsabilidade de guarda e conservação,

inerentes ao sistema, demandando maior preocupação. Uma unidade

Page 18: Qualidade de produtos armazenados

18

armazenadora de grãos constitui uma construção organizada de modo funcional

para reunir, beneficiar e preservar a integridade quanti-qualitativa de um lote de

grãos.

Apesar de tratar-se de um problema para os países em desenvolvimento, a

quantificação das perdas não é dada a devida importância por muitos deles,

sobretudo em razão da exposição da fragilidade de suas políticas agrícolas. Para

o Brasil, em razão das deficiências dos procedimentos de pós-colheita, estima-se

essa perda em 10% dependendo de cada região. Assim, pode-se concluir que as

informações sobre as perdas são indispensáveis para que se possam planejar

novos sistemas e processos de conservação de grãos.

As perdas de grãos armazenados ocorridas após a colheita, podem ser

atribuídas a diversos fatores, como a inadequação operacional e o mau

dimensionamento dos equipamentos. Parte destas perdas, porém, está

relacionada com o ataque das pragas, em particular aos insetos, fungos, roedores

e pássaros. Deve-se ressaltar que durante a etapa do processo de

armazenamento não se pode melhorar a qualidade dos grãos armazenados,

apenas consegue-se, no máximo, mantê-las. O controle dos três fatores de

qualidade: nível de oxigênio, temperatura e umidade, determinarão a qualidade

dos grãos armazenados. Embora, durante a armazenagem desses grãos haja

uma redução no peso dos mesmos devido ao consumo de matéria seca no

processo de respiração, não se pode atribuir como perda essa redução de peso.

Porém, tem-se que buscar no controle desses fatores, meios de manter a

qualidade dos produtos armazenados.

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)

Criado pelo FDA (Food and Drug Administration), em 1969, as Boas

Práticas de Fabricação(GMP – “Good Manufaturing Practices”), conceitualmente,

são um conjunto de práticas recomendadas no manuseio dos alimentos, tendo em

vista a obtenção de Produtos seguros. Por ser considerada como uma nova

filosofia, deve fazer parte da estrutura de valores da corporação, de sua estratégia

empresarial.

Page 19: Qualidade de produtos armazenados

19

A implantação das Boas Práticas de fabricação constitui o primeiro passo a

ser dado por quem manipula alimentos para assegurar uma produção segura e

com qualidade. As Boas Práticas de Fabricação tem início no projeto do

empreendimento, envolvendo ainda todas as suas áreas, incluindo aí aquelas de

natureza administrativa. Do ponto de vista das unidades armazenadoras, a

utilização do Conceito de Boas Práticas de fabricação permitirá garantir às

indústrias consumidoras dessas matérias primas, aí armazenadas, a isenção de

contaminações: produtos seguros.

ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE (APPCC)

Criado nos Estados Unidos da América, em razão da necessidade de se

introduzir um sistema de qualidade que desenvolvesse alimentos seguros para o

seus programas espaciais, em 1959, Internacionalmente conhecido como Hazard

Analysis And Critical Control Point System – HACCP, o sistema de Análise de

Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC, como é conhecido no Brasil,

conceitualmente é uma ferramenta que busca através da análise dos

componentes da matéria prima e do processo, identificar os pontos críticos de

controle do sistema, que deverão estar sob total controle para garantir a

segurança do produto produzido.

A Gestão de Qualidade, a partir da implementação desses conceitos, nas

unidades armazenadoras poderá permitir em curto prazo, a redução dos níveis

altamente significantes das perdas atualmente verificadas, além da garantia de

produtos seguros e de qualidade para a indústria processadora de alimentos.

Analisando-se uma unidade armazenadora, nota-se que as possibilidades de

perigos e riscos envolvendo a segurança e as qualidades dos grãos ocorrem em

diversos setores da Estrutura Armazenadora: Na recepção, a possibilidade de

receber grãos ardidos, portanto, contaminados com toxinas; altas temperaturas de

secagem, interferindo nas características organolépticas, entre outros. O

constante desenvolvimento das exigências dos países importadores e até do

próprio mercado interno, pela obediência das Normas da série ISO, em particular

as séries ISO’s 9000 e 14000, deverão tornar necessário que os dirigentes das

Page 20: Qualidade de produtos armazenados

20

unidades armazenadoras que ainda não implementaram esses conceitos, comece

a se preocupar com esses novos modelos de gerenciamento de qualidade.

O método da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e

sua implementação exige que se conheça os produtos e os procedimentos dos

processos, aliados aos fatores que possam sugerir riscos para a segurança do

produto. O método da APPCC é um sistema de controle lógico e direto, baseado

na prevenção de problemas, que no caso de unidades armazenadoras é refletido

em perdas.

LEGISLAÇÃO

No Brasil, os referenciais de exigências de implantação dessas ferramentas

estão regulamentadas por instrumentos legais em todas as esferas

administrativas. Ressaltamos que essas exigências aplicam-se aos

manipuladores de alimentos (Indústrias Alimentícias, Restaurantes Industriais,

etc), não alcançando, ainda, as unidades armazenadoras.

- Codex Alimentarius – Food Hygiene – Basic Text (Revisão). Roma, 1999.

- Lei Nº 8.078 (1.990) – Código de Defesa do Consumidor.

- Portaria Nº 1.428, de 26 de Novembro de 1.993, do Ministério da Saúde.

- Portaria Nº 326, de 30 de Julho de 1.997, do Ministério da Saúde.

- Portaria Nº 368, de 04 de Setembro de 1.997, do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento.

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

IMPLANTAÇÃO

As normas que estabelecem as chamadas Boas Práticas de Fabricação -

BPF envolvem requisitos fundamentais que vão desde as instalações da indústria,

passando por rigorosas regras de higiene pessoal e limpeza do local de trabalho-

Construções projetadas ou reformadas para minimizar a contaminação.

As unidades armazenadoras devem estar longe de:

- Áreas poluídas e de atividades industriais que ameacem contaminar os grãos,

- Áreas sujeitas a enchentes, a menos que tenham sido adotadas medidas de,

contenção,

Page 21: Qualidade de produtos armazenados

21

- Áreas propensas a infestações por pragas onde não seja possível a retirada

completa de dejetos,

- Superfícies das paredes, divisões e pisos que permitam o acúmulo de

impurezas e sirvam de abrigo de pragas.

O elemento Fábrica compreende essencialmente o meio ambiente exterior

e interior. O meio ambiente exterior e interior precisam ser administrados para

prevenir a contaminação dos ingredientes durante o processamento ou depois de

transformado em produto acabado.

Manutenção

- Listar equipamentos que necessitam de manutenção preventiva regular.

- Manutenção de estradas, jardins e áreas de estacionamento.

- Drenagem adequada de áreas que possam contribuir para a contaminação dos

alimentos.

- Sistemas de tratamento de águas residuais e eliminação adequada destas.

Ordem e Limpeza:

5 S (sensos):

Organização (Seiri), Arrumação (Seiton),Limpeza (Seiso),Padronização

(Seiketsu), Disciplina (Shitsuke).

Pessoal:Higiene,Saúde,Vestuário.

Controle de Pragas:

- Avaliar e identificar possíveis locais de entrada.

- Inspeções Internas e Externas (Monitoramento).

- Avaliar a Capacidade da Indústria em excluir as Pragas.

- Verificar disponibilidade de Abrigo, alimento e água.

- Avaliar a eficiência do programa de limpeza e sanitização.

ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE APPCC EM UNIDADES

ARMAZENADORAS

Page 22: Qualidade de produtos armazenados

22

Deve-se gerar um fluxograma operacional das diversas etapas em

que os grãos passam no interior da unidade armazenadora, confirmar a

exatidão do mesmo e, a partir da metodologia sugerida pelas autoras Sara

Mortimore e Carol Wallace, para determinação dos Pontos Críticos de Controle

(perguntas e respostas quantos aos riscos e perigos de cada etapa), se

estabelecerá cada um e, a partir de seu detalhamento, apresentar-se-á a

relação de riscos, perigos, quando houver, e por fim as recomendações

técnicas. Para a implantação do método de APPCC sugerimos os sete passos ou

princípios, aceitos e também descritos pelo Codex Alimentarius (1993) e pela

Divisão Nacional do Comitê de Normas de Microbiologia em Alimentos.

1ª Etapa: Estruturar a Análise de Perigos.

Elaboração do fluxograma detalhado das operações da unidade

armazenadora (Recepção, Pré-Limpeza, Secagem, Armazenamento e Expedição)

onde se procurará identificar todos os perigos que possam aparecer em cada

ponto, bem como descrever as medidas preventivas necessárias para seu

controle.

2ª Etapa: Identificar os Pontos Críticos de Controle (PCC) do

Processo.

Determinados todos os perigos e medidas de controle, se decidirão em que

pontos os controles são críticos para a segurança do produto. Estes serão os

PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE.

3ª Etapa: Estabelecer os Limites Críticos Para as Medidas

Preventivas Associadas com cada PCC.

Esses limites estabelecerão a diferença em cada PCC, entre produtos

seguros e perigosos. Devem-se incluir parâmetros mensuráveis.

4ª Etapa: Estabelecer Critérios para Monitoramento dos PCCs.

Page 23: Qualidade de produtos armazenados

23

Estabelecer as ações específicas de monitoramento para garantir o

controle, a partir do ajuste do processo.

5ª Etapa: Estabelecer as Ações Corretivas.É necessário estabelecer as ações corretivas e os responsáveis para

solução, quando o monitoramento detectar que um critério não foi atingido.

6ª Etapa: Estabelecer um Sistema de Registro de Dados para Documentação do APPCC.

Os registros das ocorrências e soluções devem ser sistematizados de

modo a garantir a funcionalidade do método, bem como a garantia de produtos

seguros.

7ª Etapa: Estabelecer um Sistema de Avaliação do Sistema de

APPCC.

Esse sistema terá a responsabilidade de avaliar o desenvolvimento do

sistema de APPCC. A implantação do processo de Análise de Perigos e Pontos

Críticos de Controle (HCCPP), a princípio poderá se apresentar como complexo,

porém, é fundamental que a compreensão se dê em nível de valores, na medida

em que o mesmo determinará profunda revisão destes conceitos, havendo a

necessidade do comprometimento dos envolvidos, sobretudo da Direção da

empresa.

Esse trabalho não pretende orientar a implantação dos Métodos de Boas

Práticas de Fabricação (GMO) e de Análise de Perigos e Pontos Críticos de

Controle (HCCPP) em unidades armazenadoras. Entretanto, inserir os seus

princípios no contexto, de modo a provocar uma reflexão sobre o aumento nos

cuidados que devemos dispensar aos grãos quando estocados nas unidades

armazenadoras, sobretudo, a partir da contextualização de grãos serem matéria

prima para a indústria alimentícia e não apenas uma commodity. Para se definir

os Pontos Críticos de Controle de todo o processo durante a fase de

armazenamento da matéria prima, iremos propor um modelo de Check List para

determinar a interface sobre os perigos e riscos que a matéria prima estará

submetida em razão de alguma falha.

Page 24: Qualidade de produtos armazenados

24

AVALIAÇÃO DE PERDAS EM UNIDADES ARMAZENADORAS

Uma unidade armazenadora de grãos necessita ser adequadamente

projetada, edificada e gerenciada para eficientemente realizar as operações de

recepção, limpeza, secagem, armazenagem e expedição. Para o alcance desses

objetivos faz-se necessário: (i) edificações como moegas, silos pulmões, silos

armazenadores e, ou, graneleiros e silos de expedição; (ii) aquisições de

equipamentos como máquinas de pré-limpeza e limpeza, secadores e

transportadores de grãos; (iii) a contratação de recursos humanos; (iv) a

disponibilidade de energia elétrica; (v) a aquisição de combustível para secagem;

e (vi) o emprego de defensivos para o controle de pragas.

O uso desses itens incorre nos custos fixos e variáveis, também,

denominados custos operacionais. Além dos custos operacionais, surge também,

o custo associada às perdas de qualidade e quantidades. As perdas de ordem

qualitativa referem à depreciação do padrão de classificação em razão de

fenômenos como infestação de fungos, ataque de insetos e ocorrência de danos

mecânicos e, ou, térmicos. Quanto às perdas quantitativas, estas decorrem do: (i)

derramamento de grãos nos pátios de manobras, túneis, pés de elevadores e

interiores de secadores; (ii) descartes de grãos inteiros ou de suas partes durante

a secagem e limpeza da massa de grãos; (iii) consumo por insetos, fungos,

roedores e pássaros; (v) super-secagem na aeração, (vi) misturas indevidas de

produto; (vii) combustão de grãos em incêndios em secadores; e (viii) respiração

da massa de grãos. Para minimizar essas perdas as gerências das unidades

armazenadoras podem fazer uso da técnica de APPCC - Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle, em que, os perigos são as duas modalidades de

perdas e os Pontos Críticos de Controle – PCC são os locais onde ocorrem as

perdas. E para cada um deles são definidas estratégias para minimizar as perdas.

Conforme representado na Figura 1, para o sistema unidade armazenadora

podem ser tomados nove Pontos Críticos de Controle,os quais são descritos a

seguir.

Page 25: Qualidade de produtos armazenados

25

Figura 1. Pontos críticos de controle em unidades armazenadoras

PCC-1 – Recepção. As perdas na recepção decorrem de erros cometidos na

amostragem, pesagem e determinações dos teores de impurezas e de água. O

objetivo da amostragem é representar as características reais da carga por meio

de pequenas quantidades de produto, denominadas amostras. A partir das

análises laboratoriais dessas amostras serão procedidas inferências sobre o

estado da carga por completo. Desse modo, se a carga é indevidamente

amostrada os valores inferidos podem, por exemplo, subestimar os valores dos

teores de impureza e de água.  Os procedimentos para retirada de amostras e o

número de pontos de coletas estão definidos nos respectivos Regulamentos

Técnicos de Identidade e Qualidade do MAPA. Utilizando-se calador composto ou

pneumático, as coletas devem ser em diferentes pontos do caminhão, conforme

especificação abaixo.

- Cinco pontos de amostragem para cargas de até 15 toneladas. Os pontos

devem ser distantes 50 cm do lado;

- Oito pontos de amostragem para cargas de 15 a 30 toneladas ;

- Onze pontos de amostragem para cargas de 30 a 50 toneladas.

As amostras devem ser coletadas em diferentes profundidades. Isso

devido ao fato que os grãos localizados na parte superior do caminhão ou vagão

podem ter sofrido influência de ventos, chuva ou sol, oque pode induzir ao erro

na classificação.

Page 26: Qualidade de produtos armazenados

26

Figura 2. Coletor de grãos pneumático

Assim, ao serem calculadas às quebras de impureza e de umidade o valor

do quantitativo de produto a ser lançado no sistema de controle de estoques

estará superestimado em relação ao valor real apurado nas operações de pré-

limpeza, secagem e limpeza. Para o cálculo de quebra de impurezas algumas

empresas simplesmente subtraem os teores de impureza inicial e final (equação

01). No entanto, sob o aspecto matemático, o correto é calcular a quebra de

impureza por meio da equação 02. Isso porque os denominadores das relações

que definem os teores de impureza inicial e final são diferentes, e de acordo com

as regras aritméticas a soma ou subtração de frações somente se aplicam

quando os denominadores são iguais.

Equação 1= QI = Ii-If

Equação 2= QI= ( Ii-If )x100

em que :

QI= quebra de impurezas ,%

Ii= Teor de impurezas inicial, %; e

If= Teor de impurezas final (tolerável) %.

Algumas empresas agregam ao desconto de quebra de impurezas pontos

percentuais relativos à remoção de grãos avariados.

(100-If)

Page 27: Qualidade de produtos armazenados

27

Para o cálculo da quebra de umidade é necessário determinar o teor de

água inicial da carga, que pode ser expresso em base úmida. O teor de água em

base úmida, é a relação percentual entre a massa de água presente no produto e

a massa total de produto. A quebra de umidade refere ao índice para o cálculo da

quantidade de água a ser removida do produto no processo de secagem. Ao ser

utilizado teor de água expresso em base úmida emprega-se a equação 03.

Equação 3= Qi= ( Ui-Uf )x100

em que:

Qu= quebra de umidade,%

Ui= Teor de água inicial em base úmida, %;e

Uf= Teor de água final em base úmida, %.

Portanto, para minimizar erros no setor de recepção as cargas devem ser

adequadamente amostradas; e os aparelhos empregados no laboratório devem

estar devidamente calibrados e serem apropriadamente utilizados.

PCC-2 - Moegas. Em algumas concepções de projeto de unidades

armazenadoras ao invés de investir em silos-pulmões, opta-se por aumentar a

capacidade estática das moegas. Diferentemente dos silos-pulmões, as moegas

não dispõem de sistema de aplicação de ar para reduzir a temperatura da massa

de grãos que aguarda processamento. Desse modo, grãos com teores de água

acima de 18% e temperatura ao redor de 30ºC estabelece condições favoráveis a

proliferação dos fungos intermediários, que podem consumir parte da massa de

produto, como também, contaminá-la com micotoxinas. Outro fator de perda é o

aumento da taxa de respiração da massa de grãos, em que a matéria seca do

produto é convertida em calor, vapor de água e gás carbônico. Desse modo é

recomendado que o tempo de retenção do produto úmido nas moegas seja

minimizado, o que implicará no aumento da capacidade estática de silos-pulmão,

ou aumento da capacidade horária de secagem.

PCC-3 - Máquina de pré-limpeza. Quando ocorrem erros na escolha das

peneiras, na regulagem da velocidade de oscilação das caixas de peneiras e do

(100-Uf )

Page 28: Qualidade de produtos armazenados

28

sistema de aspiração pode ocorrer que grãos, e, ou suas partes sejam

descartadas como impurezas. Desse modo, cuidados devem ser dispensados a

regulagem e operação das máquinas de pré-limpeza.

Figura 3. Peneiras utilizadas em pré-limpeza

PCC-4 - Silo-pulmão. Para a guarda de produto úmido nos silos pulmões estes

devem ser dotados de ventiladores que permitam aplicar o fluxo de 390 a 780

litros de ar por minuto por metro cúbico de produto conforme a figura 04. Caso

contrário, o produto irá aquecer rapidamente em razão da maior taxa de

respiração do produto e da atividade dos fungos intermediários, que também faz

surgir micotoxinas. Portanto, é necessário que o sistema de aplicação de ar em

silospulmão esteja devidamente dimensionado e que o tempo de retenção do

produto seja reduzido.

Figura 4. Fluxo de ar para seca-aeração

Page 29: Qualidade de produtos armazenados

29

PCC-5 - Secador. É na secagem que normalmente ocorre maior depreciação da

qualidade do produto em razão dos danos mecânicos e térmicos. E essa perda de

qualidade é constatada ao detectar que os índices de grãos trincados e

quebrados podem até triplicar. O que decorrem principalmente quando da

secagem de grãos com teores de água superior a 26%. Nesse caso, devido à

frágil consistência do produto e a necessidade de proceder à secagem de forma

intermitente, faz com que a cada nova passagem do produto pela torre de

secagem ocorra perda de qualidade. Como causas desses danos são

constatadas: (i) maior emissão de material particulado pelo sistema de exaustão

do secador. Os grãos sem pericarpo tornam altamente suscetíveis aos ataques de

fungos e bactérias; (ii) maiores índices de grãos trincados e descolorados, o que

facilita a infestação por fungos, como também, deprecia o valor comercial do

produto; e (iii) maior índice de grãos trincados o que causa maiores perdas na

operação de limpeza, dificuldade de realização da aeração durante a

armazenagem e facilita a proliferação de insetos e fungos.

Quanto às recomendações para evitar as perdas na secagem apresenta-

se: (i) o teor de água inicial do produto deve ser inferior a 25%; (ii) a seca-aeração

deve ser empregada para reduzir o tempo de exposição do produto as condições

de secagem; (iii) os secadores devem dispor de sistema de descarga que

minimizem a ocorrência de danos mecânicos; (iv) os produtos quando do

processo de melhoramento vegetal deve ser levada em conta a robustez dos

grãos quanto aos danos mecânicos e térmicos; e (v) os secadores devem ser

devidamente operados no que se refere à temperatura do ar de secagem e

velocidade de deslocamento do produto pela câmara de secagem. Outra causa

de perdas nos secadores são os incêndios, uma das causas mais comuns é o

excesso de impurezas dentro do secador, que, por não se deslocarem com a

mesma velocidade dos grãos, vão sofrendo super-aquecimento até que entram

em combustão, causando incêndio.  A solução para este problema é a limpeza

periódica (a cada três dias) de toda a torre de secagem, removendo palhas e

outras impurezas que tenham acumulado.

Page 30: Qualidade de produtos armazenados

30

Figura 5. Incêndio causado por grande quantidade de impurezas na massa de

grãos.

PCC-6 - Máquina de limpeza . A operação de limpeza é cercada de transtornos

em razão do aumento do índice de grãos quebrados durante a secagem. Desse

modo, na operação de limpeza os grãos quebrados serão descartados como

impurezas pelo sistema exaustão, como também, pelas peneiras. Para minimizar

os prejuízos, o montante de grãos trincados obtidos devem ser ensacados e

devidamente armazenados. E somente devem ser reincorporados a massa de

grãos quando da expedição, respeitados os padrões de comercialização. Ou

então devem ser comercializados separados.

Figura 6. Grãos de milho antes (a) e após beneficiamento (b)

BA

Page 31: Qualidade de produtos armazenados

31

PCC-7 - Armazenagem. As perdas na armazenagem são atribuídas ao: (i)

processo de respiração da massa de grãos; (ii) infestação de insetos, fungos,

roedores e, ou pássaros; (iii) super-secagem causada pela condução da operação

de aeração sob condições psicrométricas não apropriadas. A água produzida irá

umedecer outras porções de grãos e o calor produzido irá causar aumento da

temperatura do ambiente melhorando as condições para proliferação de insetos,

fungos e bactérias. Portanto para minimizar essa perda a massa de grãos deve

apresentar teor de água em torno de 13,0% e temperatura abaixo de 20ºC. Para

se ter garantia do teor de água no nível especificado é fundamental monitorar

essa propriedade durante a secagem. Pois bolsões de grãos úmidos na massa de

grãos propiciaram a ocorrência de focos de aquecimento, o que é resultado do

processo de respiração.

Quanto às infestações de insetos, fungos, roedores e, ou pássaros, além

do consumo da massa de grãos, pode também ocorrer à depreciação da

qualidade devido à presença de grãos ardidos, insetos mortos ou partes, fezes e

pelos de roedores, e fezes e penas de pássaros. Além disso, a massa de grãos

pode tornar-se contaminada por micotoxinas e agentes patológicos. A

minimização desses danos dá-se pela implantação de um rigoroso programa de

Manejo Integrado de Pragas – MIP. A super-secagem consiste na perda de água

durante a armazenagem deixando o teor de água abaixo do estabelecido para

comercialização. Isso normalmente ocorre devido a realização da operação de

aeração em momento inadequados.. A minimização desse problema passa pelo

treinamento dos responsáveis e o perfeito dimensionamento do sistema de

aeração.

Page 32: Qualidade de produtos armazenados

32

Figura 7. Sistema de aeração utilizado para controle de umidade na massa

PCC-8 - Silo de expedição. O silo de expedição deve ser utilizado

exclusivamente para finalidade que foi projetado. Restos de produtos deixados

nesse depósito podem deteriorar facilmente, como também, propiciar a mistura

indevida de produtos diferentes, conttibuir para proliferação de insetos e roedores

Sendo assim, é recomendado manter o silo de expedição sempre vazio.

Page 33: Qualidade de produtos armazenados

33

Figura 8. Grãos de milho espalhados pelo pátio - atrativo para insetos e

roedores;

PCC-9 - Locais diversos .Nos locais diversos de derrames inadvertidos de grãos

referem às quantidades de produtos deixadas nos pátios de manobra dos

caminhões, nos túneis, pés de elevadores e interiores dos secadores. De acordo

com o programa MIP o ambiente da unidade armazenadora, sempre deve estar

limpo. Desse modo, as quantidades de grãos apuradas das varrições após

limpas, secas e tratadas podem ser incorporadas a massa de grãos. Isso trás

como benefícios: (i) a redução do saldo negativo de produtos; (ii) a eliminação de

focos de proliferação de insetos e roedores; e (ii) a redução da possibilidade da

ocorrência de gases tóxicos em ambientes confinados devido a fermentação e, ou

putrefação de grãos.

D

B

C

A

Page 34: Qualidade de produtos armazenados

34

Figura 9. Fontes de contaminação detectadas no ambiente interno de uma unidade armazenadora de milho: (A, B e C) grãos de milho espalhados nos equipamentos; ( D) grãos espalhados pelo chão.

MICROORGANISMOS PRESENTES NOS GRÃOS

1. Fungos

Entre os microorganismos encontrados na massa de grãos, destacam-se

um grande número de espécies de fungos. Estes formam um grande grupo,

incluindo parasitas de homens, animais e vegetais. São constituídos por delicados

filamentos que se ramificam, denominados hifas e cujo conjunto é chamado

micélio. O micélio executa as funções vegetativas e a função reprodutiva é

realizada por órgãos frutíferos denominados esporos. Os esporos são

disseminados de diversas maneiras: ventos, chuvas, insetos, ferramentas,

utensílios agrícolas, etc.

Os fungos responsáveis pela produção de micotoxinas (aflatoxina) em

grãos armazenados (grãos ardidos) mais freqüentemente observados em

unidades armazenadoras são os do gênero Aspergillus e Penicillium. Estes

fungos produzem ácidos que decompõem a matéria orgânica.

As perdas qualitativas por grãos ardidos são motivos de desvalorização do

produto e uma ameaça à saúde dos rebanhos e humana. Como padrão de

qualidade tem-se, em algumas agroindústrias, a tolerância máxima de 8% para

grãos ardidos em lotes comerciais de grãos. A detecção da aflatoxina é difícil,

visto que não ocorre uniformemente no grão contaminado. Um método de

inspeção visual que vem sendo utilizado ultimamente, para a averiguação da

presença de aflatoxina, consiste em colocarem-se grãos suspeitos sob luz

ultravioleta. Se estiverem contaminados, apresentarão uma fluorescência

esverdeada.

Page 35: Qualidade de produtos armazenados

35

Figura 10. Grãos de milhos atacados por Aspergillus sp (a) e Penicillium sp (b)

2. Bactérias

São incapazes de penetrar no tecido intacto do grão, sendo necessário que

haja aberturas naturais ou ferimentos causados por insetos ou tecidos

apodrecidos. As bactérias requerem uma umidade relativa elevada (90-95%) para

o seu crescimento. O número de bactérias tende a diminuir durante o processo de

armazenagem, quando o teor de umidade é muito baixo. Seus números são

também diminuem durante a secagem artificial de grãos. Quando o teor de

umidade está adequada, o seu crescimento contribui para a auto-aquecimento e

para a produção de odores ácidas e pútrido.

DETERIORAÇÃO DOS GRÃOS PELA AÇÃO DA MICROFLORA

A ação dos microorganismos afeta o poder germinativo das sementes, as

qualidades organolépticas, o valor nutritivo e o aproveitamento industrial dos

grãos e seus subprodutos. Alguns são produtores de substâncias extremamente

tóxicas (micotoxinas).

As várias espécies de fungos invadem várias partes das sementes,

incluindo o germe, causando ou contribuindo para redução do poder germinativo.

As matérias graxas (combinação de ácidos graxos e glicerina) são muito instáveis

quando armazenadas em condições desfavoráveis à sua preservação,

provocando rancidez, que ocorre pela oxidação ou hidrólise da matéria graxa. O

BA

Page 36: Qualidade de produtos armazenados

36

teor de ácidos graxos livres constituem índice de deterioração dos grãos. Essa

degradação é acelerada por fungos que infestam os grãos armazenados.

Os grãos armazenados elevam sua temperatura, se conservados com

elevado teor de umidade, em razão da alta taxa de respiração dos grãos úmidos e

dos microorganismos associados à massa. O aquecimento de uma massa com

teor de umidade abaixo de 14.6% é devido a uma população de insetos. Acima

desse valor, pode ser atribuída quer aos fungos quer aos insetos, ou a ambos.

Grandes aumentos de temperatura, entre 45ºC e 57ºC, são devidos aos fungos, já

que a temperatura de 45ºC é suficiente para matar os insetos (adultos)

O aumento de temperatura, acima do nível letal para a maioria dos fungos

(55ºC), pode provocar calor até o ponto de ignição. A aflatoxina, substância tóxica

produzida pelo fungo Aspergillus flavus é grande causadora de contaminações

em animais, principalmente. Apesar de ser bastante comum em amendoim, sabe-

se que essa toxina se desenvolve em diversos outros grãos.

CONTROLE DA MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS

Os métodos empregados para evitar a deterioração dos grãos

armazenados consistem em conduzir o teor de umidade, temperatura e taxa de

oxigênio à níveis desfavoráveis ao desenvolvimento da microflora.

A secagem dos grãos, para atingir os níveis ótimos de umidade que

impedem o desenvolvimento da microflora, é a operação mais prática. Na

secagem mecânica, altas temperaturas podem causar rachaduras nos grãos,

imperceptíveis a olho nu, propiciando condições favoráveis ao ataque de

microorganismos.

A limpeza tem como objetivo reduzir o teor de impurezas e de matéria

estranha existente nas massa de grãos a nível satisfatório, para fins de

armazenamento. É realizada por máquinas que usam a ação do ar forçado e da

gravidade.

O período máximo que se pode armazenar uma massa de grão, sem

prejudicar o tipo comercial do produto pela ação da microflora depende dos

seguintes fatores: espécie ou variedade dos grãos, teor de umidade ou

temperatura. Para que o produto possa ser armazenado com segurança, os níveis

Page 37: Qualidade de produtos armazenados

37

máximos de teor de umidade podem ser estabelecidos segundo as indicações

seguintes:

GRÃOS UMIDADE (%) GRÃOS UMIDADE (%)

Arroz com casca Arroz polido Trigo Milho Sorgo Aveia

121313131212

Cevada AmendoimGirassolCafé Feijão Soja

1388111111

Quadro 1 – Teores de umidade recomendado para o armazenamento seguro

PERDAS CAUSADAS POR PRAGAS EM ARMAZÉNS

Presença de fragmentos de insetos nos subprodutos alimentares,

deterioração da massa de grãos, contaminação fúngica, presença de micotoxinas,

efeitos na saúde humana e animal, dificuldades para exportação de produtos e

subprodutos brasileiros por potencial de risco, etc. Estes são somente alguns dos

problemas que a má armazenagem traz para a sociedade brasileira. Dois tipos de

perdas são identificados como potencialmente danosos na armazenagem de

grãos no Brasil são as perdas quantitativas e as qualitativas.

Perdas quantitativas. As perdas quantitativas ocorrem pelas situações precárias

dos veículos utilizados no transporte dos gãos. Médias brasileiras, estimadas pelo

Ministério da Agricultura, indicam perdas de 10% do total produzido anualmente.

Isto representa uma grande quantidade de grãos desperdiçados após a colheita.

Perdas qualitativas. Estas perdas são até de maior importância, uma vez que

comprometem o uso de todo o grão produzido, ou o classificam para outro uso de

menor valor agregado. O trigo, por exemplo, é desclassificado, para panificação,

se for encontrado um inseto vivo em lote de grãos, conforme instrução normativa

do Ministério da Agricultura. Os moinhos não aceitam lotes de trigo com insetos,

pois fatalmente comprometem a qualidade da farinha que, certamente, terá

fragmentos de insetos indesejáveis na indústria de panificação e outros

subprodutos do trigo.

Page 38: Qualidade de produtos armazenados

38

A presença de insetos nos grãos abre caminho para a instalação de fungos

produtores de micotoxinas nocivas aos animais e ao homem. Estas, hoje, são

barreiras para a exportação de subprodutos brasileiros que têm os grãos

armazenados como base. Vários outros fatores relativos à qualidade do grão são

afetados quando se deixam insetos colonizarem esta massa de grãos

Figura 11. Grãos deteriorados por pragas

Pragas primárias. São aquelas que atacam grãos inteiros e sadios e,

dependendo da parte do grão que atacam, podem ser denominadas pragas

primárias internas ou externas. As primárias internas perfuram os grãos e neles

penetram para completar seu desenvolvimento. Alimentam-se de todo o interior

do grão e possibilitam a instalação de outros agentes de deterioração dos grãos

Figura 12. Pragas primárias, Rhyzopertha dominica (a), Sitophilus oryzae(b) e

Sitophilus zeamais (c)

Pragas secundárias. São aquelas que não conseguem atacar grãos inteiros,

pois requer que os grãos estejam danificados ou quebrados para deles se

alimentarem. Essas ocorrem na massa de grãos quando estes estão trincados,

Page 39: Qualidade de produtos armazenados

39

quebrados ou mesmo danificados por pragas primárias. Multiplicam-se

rapidamente e causam prejuízos elevados.

Figura 13. Pragas primárias, espécies Cryptolestes ferrugineus (a), Oryzaephilus

surinamensis (b) e Tribolium castaneum (c).

Medidas de controle. As medidas de controle das pragas devem seguir o Manejo

Integrado de Pragas de Grãos Armazenados, que preconiza várias etapas para

atingir o sucesso de eliminação das pragas no produto armazenado. A integração

dos métodos de controle das pragas é essencial para que o produto armazenado

esteja sempre isento de pragas. Os diferentes métodos disponíveis para o

armazenador brasileiro, método legislativo, químico, método preventivo físico e

método curativo, devem ser integrados para evitar ou no mínimo amenizar o

principal problema advindo de seu uso que é a resistência genética das pragas

aos inseticidas empregados. Para se obter êxito no manejo integrado de pragas,

deve-se observar principalmente:

a) Medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora: o uso

adequado destas medidas definirão o maior sucesso da meta preconizada. A

utilização de simples equipamentos de limpeza como, por exemplo, vassouras,

escovas e aspiradores de pó nas moegas, túneis, passarelas, secadores, fitas

transportadoras, eixos sem-fim, máquinas de limpeza, elevadores, etc., nas

instalações da unidade armazenadora, representa os maiores ganhos deste

processo. A eliminação dos focos de infestação dentro da unidade, como resíduos

de grãos, poeiras, sobras de classificação, sobras de grãos, permitirá o

Page 40: Qualidade de produtos armazenados

40

armazenamento sadio. Após essa limpeza, o tratamento periódico da estrutura

armazenadora com inseticidas protetores de longa duração é uma necessidade

para evitar reinfestação de insetos nestes armazéns.

b) Proteção do grão com inseticidas: após limpos e secos, os grãos que

ficarem armazenados por períodos longos deve-se aplicar preventivamente

inseticidas protetores, de origem química ou natural, para garantir a eliminação de

qualquer praga que venha a infestar o produto armazenado. O tratamento com

inseticidas protetores de grãos deve ser realizado no momento de carregamento

do silo e pode ser feito na forma de pulverização na correia transportadora ou em

outros pontos de movimentação de grãos, com emprego dos inseticidas químicos

líquidos, ou pelo polvilhamento com o inseticida natural na formulação pó seco..É

importante que haja uma perfeita mistura do inseticida com a massa de grãos.

Também pode ser usada a pulverização ou polvilhamento para proteção de grãos

armazenados em sacaria, na dose registrada e recomendada.

c) Tratamento curativo: sempre que houver a presença das pragas nos grãos,

deve-se fazer o expurgo, usando o produto fosfina, ou outro gás disponível para

este tratamento que elimina todas as fases da vida das pragas. Esse processo

deve ser feito em armazéns, em silos de concreto, em câmaras de expurgo, em

porões de navios ou em vagões, sempre com vedação total, observando- se o

período mínimo de exposição de sete dias para controle de todas as fases das

pragas e a dose indicada do produto.

Page 41: Qualidade de produtos armazenados

41

Figura 14. Sequência operacional do expurgo em grãos ensacados

d) Monitoramento da massa de grãos: uma vez armazenados, os grãos devem

ser monitorados durante o período em que permanecer estocado. O

acompanhamento de pragas que ocorrem na massa de grãos armazenados é de

fundamental importância, pois permite detectar o início da infestação que poderá

alterar a qualidade final do grão. Esse monitoramento tem por base um sistema

eficiente de amostragem de pragas, independentemente do método empregado, e

a medição das variáveis, temperatura e umidade do grão, que influem na

conservação do grão armazenado. Este registra o início da infestação e direciona

a tomada de decisão por parte do armazenador, a fim de garantir a qualidade do

grão.

Page 42: Qualidade de produtos armazenados

42

e) Controle legislativo: Nesse tipo de controle são incluídos a quarentena e a

sanidade. A quarentena refere-se às proibições de transporte de cargas

supostamente infestadas por pragas . A sanidade refere-se ás medias de higiene

que devem ser tomadas para diminuir ou eliminar os insetos

CONTROLE DE AVES E ROEDORES

Para se conseguir o resultado esperado, é preciso realizar o controle da

população de ratos no local infestado. O controle deve ser realizado tanto nas

áreas internas como nas externas. Inicialmente, é preciso identificar os sinais

presença de roedores para que seja possível realizar a iscagem de forma

coerente. Dentre os sinais da presença dos roedores estão as fezes, as

roeduras,as tocas, as pegadas. O ambiente também deverá passar por um

manejo, identificando, todas as áreas,que deverá ser consertado e reorganizado,

visando do melhorar o controle de roedores.

A presença de aves em unidades armazenadoras gera perdas devido ao

consumo de alimentos,  contaminação de alimentos, corrosão de estruturas e

equipamentos (fezes ácidas), acúmulo de sujeira, principalmente fezes,  esses

transmitem doenças através das fezes, porém, o controle de aves deverá ser por

meio de métodos de controle embasados na utilização de medidas integradas,

tais como: utilização de géis atóxicos repelentes e vedação das instalações,

preservando a vida das aves, garantindo a qualidade do produto e protegendo o

meio ambiente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A segurança dos alimentos deixou de ser uma preocupação de saúde

pública e se tornou uma barreira comercial para exportadores de alimentos.

Embora que ainda não exista nenhuma legislação que obrigue as unidades de

armazenamento a adotarem um programa de Boas Práticas de Fabricação, a sua

implantação bem como a do Programa de Análise de Perigo e Pontos Críticos de

Controle é na verdade a implantação de um Sistema de Gestão Integrado

(qualidade, meio ambiente, segurança e saúde do trabalhador) que exige uma

mudança de hábitos e comportamentos que deve ser assumido pela alta direção,

como forma de demonstrar o exemplo a ser seguido por todos da organização.

Estabelecer um programa de auditorias é determinante para o sucesso do

programa APPCC e para a realização do princípio de melhoria contínua. O correto

é que todos em todas as Unidades Armazenadoras tivessem um plano de

gerenciamento de crise para as situações de contaminação de alimentos que

podem atingir os consumidores.

A implantação dos sistemas de Boas Práticas de Fabricação e de Análise

de Perigos de Pontos Críticos de Controle, garantirá maior segurança ao

armazenador, redução de perdas e, sobretudo, ao cliente que se utiliza daquelas

unidades armazenadoras em que o controle de qualidade da matéria prima que

estará recebendo. Sendo o sistema de APPCC aceito internacionalmente e

publicado em detalhes pela Comissão do CODEX ALIMENTARIUS (1993) e pela

Divisão do Comitê Nacional de Normas em Microbiologia de Alimentos (NACMCF,

1992) e, considerando não ter encontrado referências bibliográficas que se

aplicassem às unidades armazenadoras, este trabalho pretendeu identificar os

pontos de perdas qualitativas e quantitativas em unidades armazenadoras de

grãos bem como propor ações corretivas para os mesmos.

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ANEXO A - CHECK LIST DE ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE.

Partes do Processo Criticidade Recomendações Monitoramento 1. Recepção 1.1. Pesagem do produto As balanças são aferidas? Alta Anual Mensal As Balanças recebem manutenção? Alta Mensal Mensal Equipamentos de Transporte Alta Mensal Semanal Equipamentos de Laboratório Amostragem (Equipamentos...)

2. Processamento 2.1. Pré-Liméza Equipamentos de Limpeza Alta Mensal Semanal Sistema de aspiração Malhas das peneiras ETC

3. Limpeza Equipamentos de Limpeza Alta Mensal Semanal Sistema de aspiração Malhas das peneiras Aferições dos teores de impurezas ETC

4. Secagem Corpo de secador Alta Mensal Mensal Fornalha (Maçarico) Lenha Aferição dos Teores de umidade ETC

5. Armazenamento Monitoramento (teor de umidade,...) Alta Diariamente Diariamente

6. Expedição Avaliação dos teores de umidade e impurezas Alta Diariamente Diariamente Classificação Condições dos veículos Balanças

7. Amostragem Equipamentos Alta Mensal Semanal Equipamentos Amostras de Prateleiras

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ANEXO B - QUADRO DEMONSTRATIVO DE PERIGOS E MEDIDAS

CORRETIVAS.

1. Recepção PERIGOS MEDIDAS CORRETIVASAnálise sensorial Treinamento e auditagem

Amostragem Aparelhos descalibrados Calibração e aferição de aparelhosAtualização de colaboradores Treinamento e auditagemColetas de amostras não formalizadas Formalização e normalização de coletasLegislação e Normas internas AtualizaçãoPresença de fezes de roedores,insetos e outros contaminantesTendenciosa ou mal executada Treinamento e auditagem

Classificação Aparelhos descalibrados Calibração de AparelhosCalibração e Manutenção dos AparelhosTreinamento de Colaboradores

Incompatibilidade com a Legislação Atualização das Legislações existentes

Moegas Verificar se não existem grãos diferentes,remanescentes, procedendo à limpeza

Presença de umidade Executar manutençãoPresença de pragas Tratamento fitossanitárioSujidades e impurezas Limpeza

Sistema de Mistura de grãos Certificar limpeza das canecas, limpando-asTransporte Executar manutenção e obedecer a limites de

capacidade dos equipamentos2. PROCESSAMENTO

Limpeza Manutenção e limpeza da máquinaRetornar os grãos para limpeza

Secagem Secagem além do desejado ou em Corrigir temperatura de secagem. Verificarexcesso quantidade de lenha ou abertura do maçaricoTipo de combustível Padronização de combustível (Lenha,Indicação de temperatura correta óleo...)Problemas de operação do secador Utilização de termômetros certificados

Sistema de Transporte Mistura de grãos Executar manutenção periódicaManutenção e obedecer limites decapacidade dos equipamentos

3. ARMAZENAMENTOMonitoramento da Presença de pragas Amostragem regular, controle de pragas

Qualidade Teor de umidade excessiva dos grãos Amostragem regular, aerar os grãosTemperatura elevada dos grãos Amostragem regular, aerar os grãos

4.EXPEDIÇÃOAmostragem Análise sensorial Treinamento e auditagem

Aparelhos descalibrados Calibração e aferição de aparelhosAtualização de colaboradores Treinamento e auditagemColeta de amostras não formalizadas Formalização e normalização de coletasLegislação e Normas internas AtualizaçãoPresença de fezes de roedores, insetos eoutros contaminantesTendenciosa ou mal executada Treinamento de empregados e auditagem

Classificação Aparelhos descalibrados Calibração de AparelhosErros nas determinações Calibração e Manutenção dos AparelhosIncompatibilidades com a Legislação Atualização das Legislações existentes

Sistema de Transporte Mistura de grãos Certificar limpeza das canecas, limpando-asManutenção e obedecer limites decapacidade dos equipamentos

Quebra ou retorno de grãos

Avaliar recebimento do lote

Quebra ou retorno de grãos

Avaliar recebimento do lote

Erros nas determinações

Mistura de grãos

Quebra ou retorno de grãos

Mistura de grãos e de impurezas

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ANEXO C - Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997. REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE AS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA ESTABELECIMENTOS PRODUTORE/INDUSTRIALIZADORES DE ALIMENTOS

1. OBJETIVO

O presente Regulamento estabelece os requisitos gerais (essenciais) de

higiene e de boas práticas de fabricação para alimentos produzidos /fabricados

para o consumo humano.

2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO

O presente Regulamento se aplica, quando for o caso, a toda pessoa física

ou jurídica que possua pelo menos um estabelecimento no qual sejam realizadas

algumas das atividades seguintes; produção/industrialização, fracionamento,

armazenamento e transportes de alimentos industrializados.

O cumprimento dos requisitos gerais deste Regulamento não excetua o

cumprimento de outros Regulamentos específicos que devem ser publicados.

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ANEXO D - Portaria nº 368, de 04 de setembro de 1997 : REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE AS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS E DE BOAS PRÁTICAS DE ELABORAÇÃO PARA ESTABELECIMENTOS ELABORADORES/ INDUSTRIALIZADORES DE ALIMENTOS.

O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO,

no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da

Constituição, e nos termos do disposto no Regulamento da inspeção Industrial e

Sanitária de Produtos de Origem Animal, aprovado pelo Decreto Nº 30.691, de 29

de março de 1952, e,

Considerando a Resolução MERCOSUL GMC, nº 80/96, que aprovou o

Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas

de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores / Industrializadores de

Alimentos;

Considerando a necessidade de padronizar os processos de elaboração

dos produtos de origem animal, resolve:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos;

Art. 2º O Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e

de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/

Industrializadores de Alimentos; aprovado por esta Portaria, estará disponível na

Coordenação de Informação Documental Agrícola, da Secretaria do

Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor sessenta dias após a sua publicação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARMAZENAGEM DE GRÃOS Prof. Dr. Edilberto Possamai Ph.D. em Tecnologia de Sementes CuritibaABRIL / 2011 pg 74-75.

BRASIL, Ministério da Agriclutura, SNAB∕SESAC, Manual de classificação e fiscalização de produtos de origem vegetal , Brasilia-DF .

Boletim Técnico, Quebras de Impureza e Umidade, UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, 2009. 09p.

Boletim Técnico, Avaliação de Perdas em Unidades Armazenadoras, UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, 2009. 07p

Boletim Técnico, Unidades Armazenadoras, Impactos Ambientais, UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, 2005. 05p

Circular Técnico, Boas práticas e sistema APPCC na fase de pós-colheita de milho, MAPA, 2009. 28p, p.01-12.

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ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO. Buscando melhorias: número de certificações em OHSAS 18001 cresce a cada ano. 13.ed. Amostra Importante. Ediçâo especial da revista proteçâo, 178p, p.12,2007

CARVALHO, M. C. M.de. Constuindo o saber – Metodologia científica : fundamentos é técnicas. 15.ed. Campinas: Papirus, 2003.

JÚNIOR, Márcio Antonio de P.G. Aplicação de HACCP e técnicas estatísticas em uma fábrica de farelo de soja. 2003. 129f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção ) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

RIBEIRO-FURTINI, L.L.; Abreu,L.R.de. utilização de APPCC na industria de alimentos. Ciênc. agrotec., v.30,n.2,p. 358-363,2006.

SENAI. Guia de verificação do sistema APPCC. Brasília, DF, 2000a. 148 p. (Série qualidade e segurança dos alimentos).

SENAI Guia passo a passo para implantação do sistema APPCC. 2. ed. Brasília, DF, 2000b. 61p. (Série qualidade e segurança dos alimentos).

SILVA C. L. Controle de roedores em unidades armazenadoras. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2005. Disponível em: <http://www. agais.com/roedores.htm>. Acesso em: 25 jul. 2012.

Page 49: Qualidade de produtos armazenados

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Rezende, Arnaldo Cavalcanti de. Análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC) em unidades armazenadoras de grãos a granel / Arnaldo Cavalcanti Rezende. --Campinas, SP: [s.n.], 2003.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 1.428, de 02.12.1993. Brasília, DF. 1993.

BRASIL. MINISTÉRIO AS SAÚDE. Portaria nº 326, de 30.07.1997. Brasília, DF. 1997.

BRASIL. MINISTÉRIO AS SAÚDE. Portaria nº 368, DE 04.09.1997 . Brasília, DF. 1997.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, CONAB.- Companhia Nacional De Abastecimento. Capacidade Estática de Unidades Armazenadoras Cadastradas. Brasília, DF. 2002.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Resolução nº SS – 38, de 27.02.1996.

CODEX ALIMENTARIUS – Report Of The Twenty-Sixth Session Of The CodexCommittee On Food Hygiene. Washington D.C. 1993.

CODEX ALIMENTARIUS – General Principles of Food Hygiene. Vol. A. 1ª Rev.1979.

CNI, SENAI, SEBRAE. Elementos de Apoio para o Sistema APPCC. 1ª Edição. Rio de Janeiro / Brasília. 1999.

REZENDE, Arnaldo Cavalcanti de. Controle de Pragas em Grãos Armazenados. Paulo, SP. Palestra proferida no II Seminário de Controle de Pragas – APRAG. São 1998.

VITALLI. Alfredo de A. Boas Práticas de Fabricação e HACCPP. Campinas, SP. In.ANAIS: I Seminário Sobre Sistemas de Qualidade nas Indústrias de Alimentos. ITAL. 1999.

 SENAI. Curso de Boas Práticas de Fabricação e Manipulação de AlimentosDisponível em: <www.crq4.org.br/downloads/minicurso_alimentos_05_07.pdf >. Acesso em: 22 Ago. 2012..