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Docente: Prof. Dr. João Lopes Filho Vista do Forte de S. Filipe UNIVERSIDADE DE CABO VERDE Rotas Turísticas da Cidade Velha Principais pontos Turísticos da Cidade Velha Discentes: Sidney Cardoso/ Domingas Andrade 01-06-2016 Neste Trabalho irá encontrar as rotas obrigatórias para um turista. Um trabalho minucioso que visa dar mais valor ao berço da nação cabo-verdiana.

Cidade Velha, uma Ruina Turística

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Page 1: Cidade Velha, uma Ruina Turística

Docente: Prof. Dr. João Lopes Filho

Vista do Forte de S. Filipe

UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

Rotas Turísticas da Cidade Velha

Principais pontos Turísticos da Cidade Velha

Discentes: Sidney Cardoso/ Domingas Andrade

01-06-2016

Neste Trabalho irá encontrar as rotas obrigatórias para um turista. Um trabalho minucioso que

visa dar mais valor ao berço da nação cabo-verdiana.

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Introdução:

Ribeira Grande de Santiago, antigo cidade Velha, foi desde o seu descobrimento um lugar

de passagem obrigatório para os navegadores que passavam pelo continente, servia como um lugar

de abastecimento e de trocas comerciais. Neste trabalho iremos mostrar as rotas turísticas

obrigatória para quem quer conhecer a história, festividades, ritos religiosos, profana, gastronomia,

lugares de repouso, lazer, da antiga cidade velha.

Enquadramento

Quando no século XV, os antigos navegadores, descobriram o arquipélago de Cabo Verde,

este encontrava-se desabitado, sem vestígios de nenhuma presença humana anterior à sua chegada.

O ano da descoberta foi em 1460. A Cidade de Ribeira Grande de Santiago (Cidade Velha) é

considerada o berço da Nacionalidade Cabo-verdiana. Foi a primeira cidade construída nos

trópicos pelos portugueses, desempenhando um papel preponderante no apoio à expansão

portuguesa e no desenvolvimento do comércio internacional e da navegação de longo curso entre

os quatro cantos do Mundo. A ocupação humana da antiga Ribeira Grande teve o seu início em

1462, servindo de abrigo e apoio para muitos navios que se dirigiam para a costa Africana, Antilhas

ou Brasil. “ A partir de 1533 os portugueses decidem elevar a vila à categoria de cidade e erigir a

sede do bispado, abrangendo não só Cabo Verde, mas também a Guiné. Desde a sua fundação

Ribeira Grande foi um centro sócio – económico, administrativo – militar e eclesiástico. Nos

meados do século XVI era um dos entrepostos comerciais de maior relevo no Atlântico.”-

CABRAL, IVA – Ribeira Grande: Vida urbana, gente, Mercancia, Estagnação. In VÁRIOS,

História Geral de Cabo Verde, II Vol, p. 226

A vinte minutos da capital (Cidade da Praia), berço histórico de Cabo Verde e Património

Mundial, a Cidade Velha tem muito o que visitar, nomeadamente:

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FORTALEZA REAL DE SÃO FILIPE

Situado no planalto, à entrada do centro

histórico da Cidade Velha, este monumento

oferece uma vista magnífica da vila e da ribeira.

A sua construção data do século XVI.

A Fortaleza Real de São Filipe, que

domina a cidade dos seus 120 metros de

altitude, foi construída em 1590, pelo Rei de

Espanha, Felipe II, para defender a colónia dos

ataques dos piratas ingleses e franceses (Drack

e Cassard).

Ao longo das últimas décadas do século XV e durante o século XVI, a cidade foi a primeira

capital civil, eclesiástica e militar das ilhas. Na época da construção da fortaleza as muralhas

tinham um modelo medieval. Hoje as paredes que a sustentam e embelezam têm um estilo

renascentista.

Os trabalhos para a sua reconstrução começaram em 1999 e prolongaram-se até o ano de

2004.O estado inicial era de degrado quase total.

Teve que se reconstruir tudo de novo, pedra a pedra, num trabalho árduo e minucioso que

juntou técnicos e Homens da terra. A cisterna de abastecimento recuperou aos poucos a sua beleza

e frescura. As majestosas muralhas foram postas de pé, para voltarem a contar a história dos povos

que passearam pela antiga Ribeira Grande de Santiago.

Os grilhões e as armas encontradas já soterrados encontram-se guardados no ministério da

cultura. Os de maior porte estão ainda no local a ostentar a sua beleza.

Com a perda do monopólio do comércio de escravos provenientes da costa da Guiné em

meados do século XVII, deu-se o início à sua rápida decadência, a qual culminou no século XVIII

com o translado da capital para o vizinho assentamento da Praia, vila concorrente com a anterior

desde o início do século XVI.A Cidade foi Atacada e saqueada tantas vezes que teve que ser

abandonada, no século XVIII.

Fortaleza real de S. Filipe

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Hoje a fortaleza real, é visitada todos os dias por dezenas de turistas, nacionais e

internacionais. Para marcação da sua visita ligue para: 267 16 81.

Descendo a encosta da Fortaleza para Cidade Velha, avisam-se as ruínas da gigantesca Sé-

Catedral, que o último ataque corsário (de Jacques Cassard, 1712), por completo devastou, pondo

a população de Ribeira Grande de Santiago em fuga para o interior da ilha, Impressionam as pedras

do imponente templo, cuja visita se torna obrigatória

A 10 minutos à pé, chega-se à Sé catedral e de carro 3 minutos, a distância entre eles é de

550 metro.

RUÍNAS DA SÉ CATEDRAL

Um dos mais emblemáticos e

imponentes edifícios do período colonial. O

início da construção da sé Catedral de Cabo

Verde foi em 1555, num local privilegiado em

frente ao oceano e terminou em 1693, quando a

cidade havia perdido muita da sua importância.

Hoje os restos consolidados encontram-

se comodamente expostos num palco a céu

aberto, deixando o visitante apreciar as suas

dimensões colossais. Encontra-se em estado de ruínas um edifício que poderia ser nas suas

dimensões e significado eclesiástico o maior e mais representativo monumento arquitetónico do

arquipélago do Cabo Verde e mesmo da esfera atlântica no seu todo.

Essas ruínas da Sé Catedral, ao lado do Paço Episcopal, encontram-se em posição

topográfica elevada com relação à baía, tendo sido assim projetada para marcar de forma

sobranceira a configuração urbana. Acima dela, o forte domina mais ao alto e de longe toda a

paisagem. Do seu antigo portal e da área defronte à fachada já não mais existente, com o cruzeiro,

do qual resta apenas a base, pode-se descortinar um amplo panorama da cidade, do porto, da praia

e do mar. Sem a Sé no alto dessa colina, dificulta-se a leitura do espaço no qual se encrava a cidade.

Ruínas da Sé Catedral

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As suas ruínas são alcançadas hoje por aqueles que chegam vindos da Cidade de Praia,

quando, no bairro de São Sebastião, atingem a colina na qual os restos do edifício se localizam.

Alcançam assim a catedral por detrás, defrontando-se com as paredes arruinadas do seu coro.

Trata-se, assim, de uma perceção do edifício diferente daquela dos que se aproximavam pelo mar

ou dos habitantes que tinham que a ela subir, alcançando-a por caminhos íngremes e, por fim, por

grande escadaria.

Da Sé apenas pode-se hoje ver restos

de poucos muros de maior porte,

salientando-se aqueles ao redor do coro.

Neles constata-se técnicas construtivas

empregadas, podendo-se reconhecer sinais

de interrupções e prosseguimentos, reformas

e reconstruções. Pedras irregulares, de

diferentes tamanhos, algumas de consideráveis dimensões, provindas da ilha, preenchem os

espaços da estrutura regular criada por pedras de cantaria, vindas de Portugal. A disposição em

forma alternada quanto à orientação dos lados dos paralelepípedos nos cantos e ângulos garantia a

solidez e a segurança da construção.

Contrafortes, colunas e molduras de janelas e portas, construídos com pedras cortadas de

forma regular, apresentam elementos trabalhados com perícia artesanal, observável sobretudo nos

batentes das portas principais, arquitraves, volutas, frisos e pedestais.

O interior, hoje enorme área livre e aberta, impressiona pelas grandes dimensões da área

construída e pelo considerável espaço destinado ao coro, o que faz supor ter sido projetado para

abrigar altar correspondente à grandeza da arquitetura e a grande número de sacerdotes.

A diferença do tamanho das pedras e da massa empregada para os vãos a partir de

determinada altura parece corresponder ao fato da obra ter sido interrompida por muitas décadas,

do século XVI ao XVIII. Para o seu prosseguimento, utilizaram-se pedras de cantaria já existentes,

algumas delas muito mais antigas, o que parece poder ser lido no uso de pedras angulares

configuradas mais artisticamente com reticulado de cubos.

Sé catedral

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A Sé Catedral de Ribeira Grande é um dos muitos exemplos de catedrais que tiveram a sua

construção interrompida, permanecendo torsos através de séculos e que se tornaram emblemas de

um projeto ou desígnio representado por um modelo ideal não cumprido.

Várias delas foram prosseguidas nos

séculos XVII e XVIII, com adaptações estilísticas

segundo a linguagem arquitetónica e as

possibilidades da sua época, em alguns casos

foram essas construções substituídas no século

XIX por obras monumentais que procuraram

reconstruir historicamente conceções originais ou

supostamente originais. Entre os grandes

exemplos dessas catedrais reconstruídas no

Historismo e que se tornaram monumentos

emblemáticos de cidades podem ser citadas a catedral de Colónia ou a de Trondheim.

A Sé Catedral de Ribeira Grande não experimentou essa última fase reconstrutiva. Por

encontrar-se em construção, o Cabido da Sé manteve-se instalado em condições provisórias na

igreja da Misericórdia até às últimas décadas do século XVII. Nessa época ter-se-iam intensificado

as intenções de terminar a catedral. Reconheceu-se, porém, que o projeto original, estabelecido já

nos fundamentos e nos muros construídos, mostrava-se sobredimensionado relativamente às

necessidades e às possibilidades financeiras da cidade. O que se havia esperado no passado

relativamente ao desenvolvimento de Ribeira Grande não se concretizara, uma vez que a cidade

tinha sido também alvo de ataques, saques e destruições por décadas.

Pensou-se, assim, em construir apenas o espaço que bastasse às funções religiosas; uma construção

na nave e uma capela lateral então edificada corresponderam antes a essas necessidades do que a

reconstrução da grande nave segundo a planta. As pedras ali se encontravam foram utilizadas,

assim como materiais provenientes de outros edifícios. Para a decoração da capela, utilizaram-se

azulejos de épocas mais recentes, supondo-se ter havido uma composição figurativa emoldurada

com motivos florais em azul e branco de fins do século XVII.

A sua construção terminou em 1705. Poucos anos depois, em 1712, no contexto da Guerra

de Sucessão Espanhola, foi pilhada por corsários sob o comando de Jacques Cassard (1679-1749),

Sé Catedral

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flibusteiro que, a serviço da França, atacou e destruiu várias cidades em ilhas do mundo colonial

inglês e holandês no Caribe.

Segundo uma gravura do século XIX, a igreja possuiu uma configuração externa similar a

muitas igrejas encontradas no mundo colonial português. Tendo as suas paredes cobertas de

alvenaria, apresentava uma fachada discreta, despojada de ornamentação mais rica, marcada pela

simetria criada pelas suas duas torres de sinos. Acima de um único portal essa simetria era

acentuada por duas janelas, provavelmente correspondentes ao coro interno, tendo ao centro, mais

elevada, uma rosácea. Criou-se, assim, uma tríade que pode ser lida como simbolizando a

Trindade. No transepto, constata-se uma construção simples mas alta, de duas águas e clarabóia

lateral, que parece ter sido o espaço utilizado para o culto, com entrada lateral.

É surpreendente a destruição da igreja em

menos de um século. Em fotografia de 1929, já a

fachada não existe e apenas restam ruínas de

paredes. O observador ganha a impressão de ter

havido não apenas ruína resultante de abandono,

mas trabalho sistemático de demolição. Lembra-

se de fatos similares na Europa e em outras

regiões, quando igrejas coloniais foram

demolidas à época restaurativa do Catolicismo de fins do século XIX e início do XX, dando lugar

a construções neogóticas. No caso de Ribeira Grande, porém, a demolição ou destruição não deu

lugar a outra construção, sendo as pedras utilizadas como material de construção para o

levantamento de muros para o cercamento de área e da estrada, assim como para casas particulares.

A Sé Catedral de Ribeira Grande representa assim um exemplo expressivo de não-

realização de um projeto com características de grandiosidade, surgindo como um sinal da

temporalidade da obra humana.

Caminhando durante 4 minutos, chega-se ao Pelourinho.

Sé Catedral

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Pelourinho

Situado à frente da

Câmara Municipal da RGS, foi

construído em 1512, o

Pelourinho constitui um

símbolo de “justiça real, dos

privilégios da terra, das

liberdades do povo” e ao

mesmo tempo, um lugar de

execução dessa mesma justiça

que era feita nesta praça pública.

Consiste numa coluna construída em mármore branco de estilo gótico. Esta coluna está

colocada sobre uma base octogonal (três escadas) e rematada por uma esfera armilar, símbolo dos

navegadores.

Após a sua total restauração em 2004, hoje, como sempre, a beleza da praça sombreada

situada nas proximidades do mar continua sendo o principal centro de vida local, como o foi nos

seus tempos, quando funcionava como mercado de escravos.

A praça do pelourinho, situava-se o antigo mercado da cidade velha, ainda hoje serve como

um lugar de vendas, muitos artesões frequentam este espaço para fazer o seu negócio,

principalmente para os turistas que muito frequentam a cidade velha, hoje Cidade da Ribeira

Grande de Santiago. Mesmo ao lado da praça pode encontrar uma das melhores morreia frita da

ilha, isto só se encontra no restaurante pelourinho, o primeiro restaurante da praça, hoje há mais

dois no mesmo local.

Voltando a estrada principal, a duzentos metros, chega-se a Igreja do Rosário. Mas para lá

chegar caminha-se uns três minutos, passando pela rua de banana.

Pelourinho

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Rua de Banana

Você precisa andar até a Rua de Banana, a fim de chegar a Igreja do Rosário, podendo

também chegar ao convento de São Francisco, desta forma, no entanto, o segundo é mais fácil

alcançado através de Caminho do Vale de Ribeira Grande.

Rua de Banana é a mais antiga de Cabo

Verde urbanizada pelos europeus,

representando o alinhamento urbanístico da

Europa, naquela época. No século XVI havia

nesta cidade 500 boas residências de pedra e

cal. Tem o nome “Rua de Banana” porque,

segundo o historiador, José Maria Semedo, na

aquela rua tinha muitas bananeiras, por isso o

tal nome.

Na rua à esquerda da entrada na rua de banana, dá acesso à igreja do Rosário.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

É, indubitavelmente, um dos edifícios mais antigos

da Cidade Velha e de todo Cabo verde. A sua beleza e

estado de conservação são excepcionais, já com mais de

500 anos. Construída a partir de 1493, no começo terá sido

uma capela “gótica”. Posteriormente foi ampliada e

recoberta de azulejos, ostentando belos e preciosos túmulos

de senhores nobres, contemporâneos da época do reinado

dos Filipes em Espanha.

Nossa Senhora do Rosário era padroeira da Confraria dos Homens Negros da cidade, que

teriam mandado construir a Igreja.Esta igreja é de visita obrigatória de qualquer estrangeiro ou

nacional, entrando sempre nos planos de rotas que se pretende fazer ao mais importante sítio

histórico do país e referência universal pelo papel ou função desempenhados ao longo da sua

Rua de Banana

Igreja Nossa senhora do Rosário

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história.Ampliada em seguida, foi recoberta de azulejos. O Padre António Vieira aí pregou, na sua

passagem, indo de Portugal para o Brasil.É esse mesmo padre que descrevia da seguinte forma os

prelados que encontrou na cidade, nos meados do séc. XVII: “há aqui padres tão negros como

azeviche”.

Dentro da igreja, está visivel túmulos de algumas pessoas importantes da cidade e da igreja

católica.

Convento S. Francisco

Foram mandados construir a

partir de 1640 por una rica proprietária,

natural da ilha de Santiago, num local

de extraordinária beleza. Dos edifícios

públicos construídos, é este cujo início

de construção parece ser mais recente.

No entanto, tempestades e ataques

constantes dos piratas deixaram-nos

num estado de profunda degradação e

abandono.

As obras de reconstrução

tiveram o seu início no ano de 2001.

Dos acessos aos alicerces tudo teve que

sofrer melhoramentos. Os homens e as mulheres da Cidade Velha, ao lado dos técnicos

trabalharam incansavelmente sob um sol abrasador, sem o recurso a máquinas ou novas

tecnologias para porem de pé o que se tinha transformado em ruínas.

Aos poucos a desolação daria lugar ao esplendor e à funcionalidade que haviam tido no

passado. O convento tinha sido concebido para acolher os religiosos franciscanos recém chegados

à ilha de Santiago e que vieram substituir os jesuítas na Missão de Cabo Verde.

Depois de pronto, o Convento de São Francisco serviria não só de local de culto mas

também como centro de formação, pois era aqui que os padres ministravam as aulas e ensinavam

alguns ofícios, nas oficinas que para o efeito existiam nestas instalações. Após o abandono a que

Convento São Francisco

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foi votado a igreja voltava a ter vida.Tecto de suporte, telhas novas, serviram para dar um rosto e

uma alma nova à igreja que tinha conhecido dias menos gratos em toda a sua estrutura interna e

externa ao longo dos anos.Paulatinamente começou-se a reconstrução.

Palmo a palmo, sol a sol, removendo os escombros amontoados pelo tempo. Voltava-se a

sonhar com a bonita igreja, num país em que a população é maioritariamente católica. As imagens

falam por si. Do que foi encontrado ao que hoje se vê, há uma diferença abismal. Desde as

estruturas às coberturas tudo foi criteriosamente refeito pelas mãos dos homens que se entregaram

ao projecto.

Trapiches

Recuperados pela

Cooperação Espanhola, os

trapiches para fabrico de grogue

são uma das atracções da Cidade

Velha, é de visita obrigatória

para quem quer ver as diferentes

fases de produção desta

aguardente de cana típica de Cabo Verde. Estão localizados no vale, por baixo do Convento de

São Francisco. Anteriormente eram os Bois a moverem um engenho de trapiche, mas hoje existe

alguns trapiches motorizados.

Trapiche Cidade Velha

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Mais informações importantes:

A muralha, a sua restauração respeitou o rigor da história em termos científicos inclusivé

nos materiais utilizados como pedras, padiolas, obedecendo sempre aos processos tradicionais.

Nas reconstruções podem-se ver as diferenças propositadas das antigas e das novas imagens.

A mão de obra foi exclusivamente cabo-verdiana. Do mar e as casas adjacentes foram

remodelas e reconstruídas.

A importância que a Ribeira Grande desempenhou na história é incalculável.No entanto,

fruto da cobiça de piratas, da exposição do seu porto, e dos pântanos que se formavam nas estações

das chuvas, originando inúmeros focos de doenças, fez com que caísse em ruína, levando os

navegadores a preferirem o Porto da Praia de Santa Maria, localizado apenas a seis milhas da então

capital, culminando na transferência, em 1769, do governo para esta nova localização e a sua

sequente elevação, em 1858, à categoria de cidade.

A cidade era então senhora dos mares e fizera-se, por essa época, um riquíssimo entreposto

de escravos, onde a flora dos cinco continentes confluiu (não é em vão que, por isso, a UNESCO

a distinguiu também como património imaterial da humanidade) e chamou as atenções de Charles

Darwin que nela começou as investigações que desaguaram em “A Origem das Espécies”,

actualmente considerada Património Mundial da Humanidade, a Cidade Velha marca o ritmo da

história de Cabo Verde, pois aqui, há mais de 500 anos, começou a nascer uma nação.

Gastronomia

Começa a desenhar-se em Cidade Velha uma esplendorosa gastronomia onde a lagosta de

Cabo Verde é um ágape muito apreciado. Mas outro marisco encanta os paladares, como o percebe

de enormes proporções, o búzio cozinhado de maneira especial (geralmente guisado) e a lapa. É,

contudo, o fresquíssimo peixe, apanhado nos seus mares, que concita os paladares: a moreia frita

ou o abundante polvo são petiscos que não se dispensam. Chamariz é o caldo de peixe à maneira

de Cidade Velha, com banana cozida, mandioca e água de coco – uma especialidade muito

apreciada.

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Música

A música cabo-verdiana, famosa, também encanta, em particular a morna. Mas menos

conhecidos são os sons do batuko, dançado pelos grupos de batucadeiras sempre disponíveis para

se apresentar aos turistas, ou das tabankas que, de quando em vez, desfilam em Cidade Velha, com

alarido nas ruas provocado pelos seus tambores e sopro de conchas de búzio. Os festivais animam-

na repetidamente: acontecem durante as festas de Nhu Santu Nomi (janeiro), da Bandeirona (em

fins de fevereiro), de S. Roque (geralmente em agosto) ou dos Sete Sóis Sete Luas (em novembro).

Cidade Velha está a converter-se num importante polo cultural, sobressaindo os seus

espetáculos ao ar livre, aproveitando a amenidade do clima tão do agrado de quem a visita.

Festas religiosas

Santíssimo Nome de Jesus

As origens históricas de Cabo Verde situam-se convencionalmente, em l460, data em que

dois navegadores às ordens do Infante D. Henrique de Portugal, Diogo Gomes e António de Noli,

teriam encontrado as ilhas de Sotavento. Pouco se sabe acerca da evangelização quatrocentista das

ilhas. No entanto, Frei Fernando da Solenidade e Jorge Cardoso afirmaram que os Frades

Franciscanos Frei Rogério e Frei Jaime, naturais de Catalunha e residentes no Convento de S.

Bernardino de Atouguia, para aqui vieram com os colonos em l462. Em l508 estava já construída

na Ribeira Grande, ilha de Santiago, a igreja do Espírito Santo, e em l526 dava-se início à

construção da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora, na vila de Praia de Santa Maria.

A freguesia de Santíssimo Nome de Jesus comemorou este ano o seu 486º aniversário,

tendo a sua elevação a esta categoria acontecendo, provavelmente, em 1533.

Na versão do padre Custodio Campos, a freguesia de Santíssimo Nome de Jesus teria sido

criada em 31 de Janeiro de 1533 isso porque a freguesia demonstrava progresso humano e

civilizacional bastante avançado, devido à importação de grande número de escravos vindos do

continente.

A Igreja celebra em 2 de Janeiro, de acordo como “Directório da Liturgia” a festa do

Santíssimo Nome de Jesus; oito dias depois de seu nascimento, o Natal, São José o circuncidou e

lhe colocou o nome de Jesus, conforme o Anjo tinha dito à Virgem Maria, Na cidade velha celebra-

se no dia 25 de janeiro o dia do santissimo nome de Jesus.

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É de realcar que as festas dos santos foram trazidas pelos europeus. Segundo João Lopes

Filho, as “tradições dos Santos Populares realizadas no arquipélago foram trazidas pelos

povoadores portugueses”.

Estadia

Muitas opções pode encontrar no Berço da nacionalidade cabo verdiana, para o repouso.

Mais acima do Convento de S. Francisco encontra-se uma pausada, construido pelo governo de

Cabo Verde, como forma de ajudar a crescer a economia desta cidade. Voltando à praça do

pelourinho, na estrada principal sempre à frente, cerca de 300 metros chega-se a Hotel Limeira,

seguindo o percurso mais a frente chega-se ao Hotel Vulcão, as opções para o seu repouso.

Conclusão

Para concluir o trabalho, em suma pode-se dizer que a cidade velha, com todo valor

histórico que tem, acareta ainda de mais investimentos. Em termo turistico, ou pontos turisticos

esta cidade não tem “nada”, só tem essa procura enorme dos turistas pelo caracter histórico que

tem.

Contudo, concluimos também que a cidade velha é mais do que pensávamos, uma simples

cidade, mas não, ela é o Patrimonio da Humanidade, por ter surgido alí as promeiras nações em

africa pelos portugueses.

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Referencias Bibliográficas:

ANDRADE, Ana Helena. A Festa Do Santíssimo Nome De Jesus No Contexto Da Ribeira

Grande-Cidade Património. Unicv-PRAIA. 2009

CABRAL, IVA – Ribeira Grande: Vida urbana, gente, Mercancia, Estagnação. In: Vários,

História Geral de Cabo Verde, II Vol

LOPES FILHO, João. Introdução À Cultura Cabo-Verdiana. Instituto Superior De

Educação – praia. 2003.