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7/25/2019 Artigo Coloquio Do Corpo Encarnacaocx
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O Corpo e o saber moderno: ciso entre Homem e Cincia?
Renato Carvalho de Oliveira*1
Resumo: Este artigo apresenta a crtica de Michel Henry aos impactos da Cincia moderna
sobre o Corpo. O obeti!o central " rec#perar a categoria $ilos%$ica de &sensibilidade'( para
pensar a !ida h#mana encarnada como Corpo. Os principais t%picos do te)to so: a e!ol#+o
Cient$ica com n$ase na ed#+o galileana( o saber obeti!o problemati,ado( as -mplica+es
da e)cl#so galileana do m#ndo sens!el para o corpo: a e)cl#so da !ida atra!"s da ciso
entre obeti!idade e sensibilidade e o a#ge da barb/rie da cincia na t"cnica.
Palavras-chave:Cincia 0 Obeti!idade 0 Corpo 0 #beti!idade 0 2"cnica.
INTRODUO:
Este te)to aborda a inter$ace entre Corpo e a Cincia moderna( do s"c#lo 34--( a partir
dafenomenologiadavida( de Michel Henry. O obeti!o no " e)por a teoria do a#tor acerca
do Corpo( mas a s#a crtica 5 !iso pr"6concebida de 7alile# sobre a s#beti!idade( com base
nos obeti!os de: 18 abordar os signi$icados da e!ol#+o cient$ica na hist%ria da cincia( 98
constatar a concep+o de 7alile# acerca do m#ndo sens!el( baseada na distin+o entre
#alidades s#beti!as e #alidades obeti!as( ;8 problemati,ar as implica+es para o Corpo
dessa di$eren+a: a e)cl#so da !ida e a barb/rie da cincia na t"cnica( ;8 reinterpretar a
s#beti!idade( ao se reabilitar a sensibilidade como categoria da !ida do corpo( iloso$ia( e de %s6grad#a+o em @#!ent#deContemporAnea na >=@E B>ac#ldade @es#ta de >iloso$ia e 2eologia8. >e, -nicia+o Cient$ica pela>=EM-7 em Cincia e Ceticismo ContemporAneo. articipa do gr#po de pes#isa >iloso$ia do corpoa partir da >enomenologia e do pensamento analtico ar#egeneal%gico da >=@ECD. E6mail:renato.es#itaFsGhotmail.com.
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1.1. Revoluo cocei!ual
aolo ossi a$irma #e a $sica " #ma re!ol#+o conceit#al( pois:
...I le!a a modi$icar em pro$#ndidade as no+es no s% de mo!imento( mas tamb"m
de massa( peso( in"rcia( gra!idade( $or+a e acelera+o. 2rata6se( ao mesmo tempo( de#m no!o m"todo e de #ma no!a concep+o geral do #ni!erso $sico. 2rata6se( al"mdisso( de no!as $ormas de determinar as $inalidades( os pap"is e os obeti!os doconhecimento da nat#re,a. BO-( 9JJ1( p. ;18.
O# sea( a no!a cincia do s"c#lo 34-- re!ol#ciona os conceitos da antiga $sica de
=rist%teles( ensinada nas #ni!ersidades medie!ais sob a t#tela da -grea. or e)emplo( o
conceito de mo!imento( para o Estagirita(grosso modo( signi$ica passar da potncia para o
ato. e o conhecimento da $sica aristot"lica se basea!a em generali,a+es in$eridas de
obser!a+es empricas( isto "( no m"todo ded#ti!o hipot"tico( para ossi:
= cincia moderna no nasce# no campo da generali,a+o de obser!a+es empricas(mas no terreno de #ma an/lise capa, de abstraes( isto "( capa, de dei)ar o n!eldo sentido com#m( das #alidades sens!eis e da e)perincia imediata. Oinstr#mento principal #e torno# poss!el a re!ol#+o conceit#al da $sica( como "not%rio( $oi a matematizao da $sica. BO-( 9JJ1( p. ;
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imagem do saber de re!ela+o do logos eternoao $il%so$o " re$or+ada pela magia e al#imia(
como pri!il"gio do m/gico e do $eiticeiro.
ara ossi( como a alma da nat#re,a " #m abrigo de espritos e entidades di!inas a
ling#agem presente no conhecimento do m/gico e do al#imista no poderia ser di$erente de
#ma ling#agem &...I ambg#a e al#si!a' BO-( 9JJ1( p. PJ8. -sto "( #ma ling#agem #e "
meio do m/gico se com#nicar com a#elas $or+as oc#ltas e habitadas nos corpos.
or o#tro lado( a $sica cl/ssica s#rge como o#tra imagem do saber acerca da Dat#re,a.
eg#ndo ossi( a cincia " a imagem de &...I constr#+o progressi!a' BO-( 9JJJ( p. LJ8
do conhecimento. ara o a#tor( trata6se de #m saber c#o processo se constit#i de res#ltados
s#cessi!os( para chegar a o#tros res#ltados aper$ei+oados.
ara essa no!a imagem do conhecimento( a &...I !erdade no est/ ligada 5 a#toridadeda pessoa #e a en#ncia( mas somente 5 e!idncia dos e)perimentos e 5 $or+a das
demonstra+es.' BO-( 9JJ1( p. P8. -sto "( a#ela no!a imagem de construo progressiva
indica #e o saber / no " pri!il"gio de s/bios( como os intelect#ais da Era medie!al
reprod#,iam. E tamb"m re!ela o no!o m"todo de conhecimento da Dat#re,a( baseado na
e)perimenta+o e na demonstra+o( por raciocnio matem/tico( dos $enNmenos nat#rais.
Desse sentido( ocorre tamb"m #ma re!ol#+o ling#stica. Os adeptos do no!o saber
decidiram adotar &...I #ma post#ra $a!or/!el ao rigor ling#stico e ao car/ter no $ig#rati!oda terminologia.' BO-( 9JJ1( p. P8. 2rata6se de ass#mir #ma no!a ling#agem obeti!a(
clara( acess!el e #ni!ersal( isenta de #al#er obsc#rantismo de nomenclat#ra.
ortanto( ocorre #m mo!imento no conhecimento de a#tores #e l#tam &...I a $a!or de
saber #ni!ersal( compreens!el por todos por#e com#nic/!el a todos e #e todos podem
constr#ir' BO-( 9JJ1( p. PL8. -sto "( a no!a cincia precisa se estabelecer nas instit#i+es
de promo+o do saber( como as Qni!ersidades. ara tanto( ela necessita se #sti$icar como
conhecimento #ni!ersal constr#do em con#nto.Ra no!a $sica( emerge o#tra imagem de &$iloso$ia da nat#re,a' !inc#lada 5 mecAnica(
c#os press#postos( seg#ndo ossi( so:
...I 18 a nat#re,a no " a mani$esta+o de #m princpio !i!o( mas " #m sistema demat"ria em mo!imento go!ernado por leisS 98 tais leis podem ser determinadas come)atido matem/ticaS ;8 #m nmero m#ito red#,ido dessas leis " s#$iciente parae)plicar o #ni!ersoS
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de #ma grande m/#ina. = Dat#re,a $#nciona a partir de leis #e s% a mecAnica pode e)plicar
e demonstrar com preciso.
or isso( e)plicar a nat#re,a signi$ica:
...I constr#ir #m modelo mecAnico #e &s#bstit#i' o $enNmeno real #e se pretendeanalisar. Esta reconstr#+o " tanto mais !erdadeira( isto "( tanto mais ade#ada aom#ndo real( #anto mais o modelo $or constr#do s% mediante elementos#antitati!os e aptos para serem red#,idos 5s $orm#la+es da geometria. BO-(9JJ1( p. 9
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-nstr#mento o# aparato instr#mental Elabora+o e)perimental BM=-CODR=( 9JJ( p.
9UL8.
Nesse ciclo, h uma teoria a ser aplicada a fenmenos da Natureza.
Porm, a teoria s pode explicar o fenmeno se for conrmada. ! "alidade
da hiptese cient#ca testada $uando su%metida ao controle
experimental, no $ual se usa o aparato instrumental. Por exemplo, $uando
&alileu adotou a hiptese helioc'ntrica, ele criou uma situa()o
experimental e conrmou a teoria copernicana ao apontar o telescpio
para o cu.
V esse mo!imento de #sti$ica+o de si #e mo!e a cincia moderna a se estabelecer
como conhecimento !erdadeiro e #ni!ersal. = passagem seg#inte clari$ica essa dinAmica:
= proc#ra por leis da nat#re,a( por reg#laridades e)istentes entre os $enNmenosnat#rais obser!ados " a marca da cincia moderna. = $orm#la+o dessas leis( isto "(de en#nciados precisos e !eri$ic/!eis pela e)perincia( e)pressos em ling#agemmatem/tica( acerca das rela+es #ni!ersais #e e)istem entre os $enNmenos
partic#lares( passa a ser #m dos obeti!os centrais da pes#isa cient$ica.BM=-CODR=( 9JJ( p. 9L18.
=l"m de re!elar a tare$a de #sti$icati!a do saber cient$ico( esse trecho de Maricondaindica #e o $oco de pes#isa da cincia moderna no " a nat#re,a em si( mas a e)plica+o de
se# $#ncionamento. -sso signi$ica #e o conhecimento cient$ico " constr#do a base de
op+es te%ricas( e #e os cientistas selecionam sit#a+es e)perimentais e $abricam se#s
pr%prios instr#mentos.
Ora( no isento das escolhas cient$icas( 7alile# de$ende a tese da di$eren+a entre
#alidades obeti!as e #alidades s#beti!as. Essa a$irma+o s#gere a elimina+o das
caractersticas sens!eis dos corpos( pois no e)plicam a realidade. Mariconda a$irma #e:
Estas ltimas #alidades( seg#ndo 7alile#( no residem no corpo obser!ado( mas noobser!adorS como s% poss#em #ma e)istncia asseg#rada pela s#beti!idade
percepti!a( so apenas &nomes' para sentimentos o# a$ec+es sentidas pelo s#eitoda percep+o. or o#tro lado( as #alidades prim/rias #e no podem ser eliminadas(
pois participam necessariamente do conceito de corpo $sico( e)istem nele comoelemento racional pass!el de tratamento matem/tico. = distin+o entre #alidades
prim/rias e sec#nd/rias( ina#g#rada por 7alile#( prope( de modo claro( aelimina+o das #alidades s#beti!as e red#, a nat#re,a a termos #antitati!os( isto"( pass!eis de tratamento matem/tico e de determina+o e)perimental.BM=-CODR=( 9JJ( p. 9L98.
= cincia moderna no nega a $#n+o dos sentidos no se# m"todo( pois seg#ndo osa:
7alile# admitira( cont#do( #e so os sentidos #e o$erecem ao Homem o M#ndo aser e)plicado( mas no proporcionam a ordem racional( #e " a nica capa, de
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$ornecer a e)plica+o deseada. 2al ordem " sempre matem/tica( e s% pode seralcan+ada por meio dos m"todos aceitos da demonstra+o matem/tica. BWQ2( apudO=( 9J19( p. P18.
ortanto( con$orme essas d#as passagens acima( a cincia moderna " #m saber c"tico
acerca dos dados $ornecidos pelas #alidades sens!eis do pr%prio s#eito #e obser!a os
$enNmenos. Mas essa descon$ian+a torna6se problem/tica por d#as ra,es: 18 red#, essas
#alidades a mero con#nto de pala!ras #e e)pressam sentimentos e pre$erncias do
obser!ador e no conceitos obeti!os da realidade( 98 red#, o saber h#mano a #ma imagem de
conhecimento representati!o( #e se opera por abstra+es conceit#ais aplicadas 5 Dat#re,a.
&. A Re$uo %alileaa e suas imlica0es #u$ame!ais ara o coro
ara Michel Henry( o obeti!o do proeto cient$ico de 7alile# " dar maior rigor 5
$sica cl/ssica. O ponto de apoio " a matem/tica( especialmente( a geometria( e concl#i# #e o
obeto da cincia " o m#ndo nat#ral( codi$icado por caracteres matem/ticos.
= partir da( a geometria " adotada como o &al$abeto' da pes#isa cient$ica( a lng#a
#e se de!e aprender para se $a,er #ma cincia de preciso( necessariedade( #ni!ersalidade
acerca da Dat#re,a. 4ea6se na cita+o #e se seg#e:
&E# me sinto obrigado seg#ndo a necessidade'( escre!e 7alile# no aggiatore(
&assim #e concebo #ma mat"ria o# s#bstAncia corporal( a conceber ao mesmotempo #e sea delimitada e dotada de tal o# #al $ig#ra( #e sea( com respeito ao#tras( grande o# pe#ena( #e estea em tal o# #al l#gar( #e se mo!a o# seaim%!el... e por nenhum esforo de imaginao posso separ!la dessas condies Smas #e ela de!a ser branca o# !ermelha( amarga o# doce( sonora o# m#da( decheiro agrad/!el o# desagrad/!el( no posso $or+ar o esprito a ter de apreend6lacomo necessariamente acompanhada de tais condi+es B...8' =ssim( " poss!elconhecer o ser6!erdade da Dat#re,a o#( como di, ainda 7alile#( l6lo no grandeKi!ro do Qni!erso 0 com a condi+o de conhecer a lng#a c#os caracteres so&triAng#los( crc#los e o#tras $ig#ras geom"tricas( meios sem os #ais "h#manamente imposs!el compreender #al#er pala!ra dela'. B7=K-KE-( apudHEDX( 9J1
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obser!a " red#,ido a #m con#nto de %rgos sensoriais( animados por #m mero
bombardeamento de partc#las( mas #e no $ornecem dados obeti!os acerca da Dat#re,a.
O #ni!erso real no se compe de corpos #e !eem( sentem( o#!em( cheira( tem cor(
mas de corpos geometri,ados( mens#r/!eis( #anti$ic/!eis. = dignidade do corpo sens!el "
s#bstit#da pela ni!ersalidade' do corpo e)tenso( e o nico saber capa, de e)plorar o
#ni!erso real " a cincia $#ndada na geometria.
eg#ndo Henry( a cincia moderna opera #ma m#dan+a radical na concep+o
tradicional do corpo. O# sea( ocorre &...I no plano da realidade( e / no do conhecimento( a
s#bstit#i+o do corpo sens!el por #m corpo at" ento desconhecido( o corpo cient%fico'
BHEDX( 9J1
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origin/rio. O# sea( a !ida se a$eta a si mesma no sentido de #e ela se prod#,( sem precisar
de #ma e)terioridade #e a prod#,a. or isso( ela " a$eti!idade o# sensibilidade absol#ta.
ortanto( a cincia moderna( ao ser &!tima do obeti!ismo' BHEDX( 9J19( p( 1L8(
elege# o rigor matem/tico6geom"trico como $#ndamento da cincia e torno#6se re$"m da
&impessoalidade e do anonimato' BHEDX( idem( p. 1L8 diante da !ida. O# sea( ao ignorar
#e o corpo h#mano " s#beti!idade( e #e o ser h#mano " corpo s#beti!o( a red#+o
galileana crio# #ma ciso entre cincia e Homem. E)cl#i# a !ida do saber cient$ico( em
!irt#de da deciso de separar a sensibilidade do conhecimento( para sal!ar o rigor da cincia.
&.1. Ciso e!re o*e!ivi$a$e e su*e!ivi$a$e e a e2cluso $a vi$a: sa*er o*e!ivo em
3ues!o= cincia moderna se a#toproclamo# saber obeti!o e( por conse#ncia( !erdadeiro.
or"m( ao eliminar o m#ndo sens!el do escopo cient$ico( 7alile# $#nda a cincia na
premissa da ciso entre ob&etividade e sub&etividade. = implica+o $#ndamental desse
press#posto " a e)cl#so da !ida #e "sensibilidade. 2rata6se de entender #e a !ida h#mana
no " #m ser abstrato( mas ela se $enomenali,a como corpo h#mano.
O saber da cincia " $#ndado em senten+as obeti!as( isto "( #ni!ersalmente !/lidas e
reconhecidas como tais por todos BHEDX( idem( 9J19( c$. p. 9U8. Ento( a cincia se de$inesaber( !erdadeiro( demonstrati!o e oposto &...I a t#do o #e " apenas Ys#beti!oZ'. BHEDX(
idem( 9J19( p. 9U8. Kogo( o !igor do saber cient$ico consiste no poder de apresentar pro!as
acerca de #m $enNmeno nat#ral e demonstr/6las com base em regras de c/lc#los matem/ticos.
Ora( se a !italidade da cincia est/ em demonstrar e pro!ar s#as hip%teses( por meio da
e)atido matem/tica( e negar o #e " s#beti!o ao Homem( ento( ela e)cl#i a !ida de se#
escopo. [ medida #e a cincia moderna classi$ica a s#beti!idade como aparncias( de onde
no se pode partir para se edi$icar #m saber #ni!ersal( a#ela incorre n#ma esp"cie de re!oltacontra a !ida. ois a !ida h#mana " corporalidade( #e " mais do #e sensa+es
e)perimentadas pelos sentidos.
= !ida h#mana no " #m corpo d#alista( de alma contra o esprito. Mas " da ordem de
#m &corpo !i!ente'( #e se sente( #e se go,a e #e se so$re. Esse corpo #e sesente no
precisa de nenh#m meio para se s#stentar e acontecer no m#ndo( pois ele seexperimenta( na
condi+o de !ida( essa sensibilidade ontol%gica( i.e.( esse sentir #e se sente.
= ipseidade origin/ria do corpo " ser !ida( " ser s#beti!idade. E o ser dessa
s#beti!idade se caracteri,a como a$eti!idade ontol%gica( isto "( &autoafeco' BHEDX(
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idem( 9J19( p. \8. 2rata6se de entend6la como imediata a si mesma( i.e.( #e no precisa de
nenh#m intermedi/rio para acontecer como corpo !i!o.
V a !ida #e se a#toprod#, e cresce en#anto corpo !i!ente( pois no h/ como separar
corpo de !ida. = !ida " #ma corporalidade !i!ente( #ma prod#+o de si mesma( por#e " a
e$eti!a+o a#tNnoma de si e em si mesma como corpo.
e a !ida no pode ser cindida do corpo( / #e o corpo " !i!ente( ento( $a,er cincia
sec#ndari,ando a s#beti!idade( essa a$eti!idade ontol%gica B]!ida8( paga6se o pre+o de se
cair em #m conhecimento impessoal( representati!o( c#o ponto de partida no " a !ida
encarnada( mas ele mesmo( #e $acilmente a pe em seg#ndo plano o# mesmo a ignora.
O Nn#s de #ma cincia #e no tem a !ida como ponto de sada " se a#toproclamar
nico saber !erdadeiro. E conhecer " apenas sinNnimo de mostrar algo na condi+o de &ob6eto' BHEDX( idem( 9J19( p. ;;8( i.e.( como a#ilo #e est/ diante para ser demonstrado(
con$orme as pr%prias regras do est#dioso( pes#isador( cientista( $il%so$o.
ara o $il%so$o( o saber cient$ico moderno " apenas mais ma modalidade' BHEDX(
idem( 9J19( p. ;8 do saber da conscincia. Esse saber acontece mediante o trabalho
representati!o da inteligncia( &...I de tornar !is!el' BHEDX( idem( 9J19( p. ;18 o #e lhe "
e)terno. = conscincia "( na tradi+o( a ati!idade do s#eito #e #sa idealidades para
!isibili,ar o #e est/ posto diante de si.or"m( para Henry( esse saber da conscincia &...I " sempre !er o #e " !isto'
BHEDX( idem( 9J19( p. ;98. V #m saber #e se red#,i# a demonstrar o #e se !( por meio
de modelos matem/ticos. E o #e se ! " a aparelhagem da obeti!idade( #e so os pr%prios
hori,ontes te%ricos e as pr%prias hip%teses( determinadas pelas idealidades geom"tricas.
= obeti!idade se $#nda em determina+es ideais( e isso le!a a cincia a abstrair da
pr%pria !ida( &...I do #e constit#i a h#manidade do homem' BHEDX( idem( 9J19( p.
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O obeto da $enomenologia " o ser da $enomenalidade( i.e.( da &pr%pria doa+o'
BHEDX( 9JJL( p. 98( #e signi$ica e)aminar o ser do aparecer( o# como o aparecer $#nciona
em si B]a#todoa+o8. Ora( se o obeto da $enomenologia " a essncia da mani$esta+o( ento(
a#ela in!estiga a condi+o de possibilidade da e)istncia de todas as coisas( a pr%pria !ida
en#anto se mani$esta B]$enomenali,a8 em si e a si mesma 5 medida #e est/ encarnada.
2rata6se de #ma corrente $enomenol%gica #e rea!alia a ra,o de e)istir da
$enomenologia. Esta( por s#a !e,( no se de$ine pelo se# m"todo( baseado n#ma &...I
el#cida+o intencional' BHEDX( 9JJL( p. 98( o# sea( n#m e)plicita+o de e!idncias. Mas
sim pelo se# obeto( #e " afenomenalidadepura( i.e.( a doa+o #e se doa a si( #e " o ser
p#ro da !ida se $enomenali,ar( o# se mani$estar em si e a si mesma.
or isso( seg#ndo Henry( a: ...I de$ini+o da $enomenologia pelo se# m"todo B...8 / tomo# posi+o sobre oobeto da $enomenologiaS considera este como #m obeto de pensamento e( portanto(como a$uilo $ue deve ser pensado e se encontra suscept%vel de ser pensado . Ora( talconcep+o do obeto da $enomenologia / " #ma desnat#ra+o do mesmo. BHEDX(9JJL( p. 98.
Ento( de$inir a $enomenologia pelo se# m"todo implica red#,ir o se# obeto a
contedos representati!os da conscincia. Kogo( a $enomenologia no6intencional rea!alia a
a#tode$ini+o da $enomenologia cl/ssica( i.e.( da &$enomenologia intencional' BHEDX(
9JJ( p. \8( de Edm#nd H#sserl.
= $enomenologia h#sserliana consiste na cincia c#o obeto " &...I o aparecer do ente
seg#ndo di!ersas modalidades' BHEDX( 9JJ( p. \8. Esse aparecer do ente signi$ica torn/6lo
!isto pela pr%pria conscincia( i.e.( &...I este $a,er !er #e re!ela o obeto' BHEDX( 9JJL( p.
P8. O# sea( H#sserl #is s#perar a ciso entre s#eito e obeto da $iloso$ia de ^ant( e $#nda a
$enomenologia no press#posto de #e s% h/ obeto se ho#!er conscincia #e olha para ele( e
s% h/ conscincia se ho#!er #m obeto olhado por ela. Kogo( s#eito e obeto se implicam.
or"m( o e#!oco da $enomenologia h#sserliana " identi$icar a fenomenalidade
B]doa+o p#ra8 com o &aparecer conceb!el' BHEDX( 9JJL( p.
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Ora( no h/ conscincia( a$etos( pai)es( deseos( estr#t#ra biol%gica( sensa+es
$sicas( conhecimento cient$ico( c#lt#ra( sem a !ida. = !ida $#nda mesmo os mo!imentos
corporais mais simples( como correr( andar( cheirar( olhar( mo!er as mos. O cientista s%
mo!e s#a mo para apanhar #m papel e $orm#la s#as hip%teses( por#e o saber imanente B#e
se sente8 da !ida torna esses dois n!eis de a+o poss!el.
O# sea( entender a !ida como $#ndadora de s#as modalidades( e no como sendo
$#ndada por elas. Ela no se separa de nenh#ma dessas modalidades( mas se e$eti!a 5 medida
#e estas acontecem a partir da a#toprod#+o da pr%pria !ida.
Desse sentido( ao se a$irmar #e a !ida se $enomenali,a como corpo !i!ente signi$ica
#e ela " da ordem de #msaber originrio( i.e.( p#ro. O corpo h#mano " !i!ente( por#e no
" #m simples l#gar em #e h/ !ida s#perior( por abrigar #m esprito( #ma alma inteligente.Mas " a !ida h#mana habitada no m#ndo e #e se di, como corpo6s#beti!o( a#tNnomo.
#ando a cincia moderna abstrai do m#ndo sens!el para eleger o m#ndo obeti!o(
como #ni!ersal( o corpo !i!ente so$re #ma agresso de ordem real. = implica+o "tica desse
impacto " a elimina+o da condi+o de possibilidade desse corpo( a #al " a pr%pria
sensibilidade transcendental. -sto "( a !ida #e $#nda e prod#, as s#as modalidades( incl#si!e
as #alidades sens!eis do corpo( as sensa+es e impresses de se#s sentidos.
or isso( desmisti$icar essa premissa da ciso entre obeti!idade e sensibilidade " olhara !ida como condi+o da e)istncia do m#ndo &aparente' e do m#ndo obeti!o. -sso implica
reabilit/6la como $enomenalidade p#ra( i.e.( sensibilidade transcendental. ara Henry( " pela
sensibilidade #e &...I t#do se mant"m como tomado em #ma Qnidade( em rela+o( por
conseg#inte( com o restante do #e e)iste' BHEDX( idem( 9J19( p. PP8. Do $a, sentido
negligenciar as demais modalidades da !ida em !ista de o#tra modalidade( o saber cient$ico.
= !ida imanente do corpo " sensibilidade( &...I " por essncia a$eti!idade' BHEDX(
idem( 9J19( p. \8( o# sea( " #m poder sentir a si mesma. @/ a obeti!idade &...I " a maiorinimiga da !ida' BHEDX( idem( 9J19( p. UJ8( i.e.( a red#, a #ma mat"ria e)tensa( / #e a
s#bstit#i pelo prod#to da modalidade cient$ica( ad#irido pelas idealidades matem/ticas.
= !ida( &...I no " #m estado nem #ma tonalidade de$inida e $i)a' BHEDX( idem(
9J19( p. \8( como implicitamente #is red#,i6la a cincia moderna a #m corpo e)tenso. =
!ida " #ma s#beti!idade #e &...I se historiali,a e se essenci$ica cada !e, na -pseidade de #m
indi!d#o e na $orma deste.' BHEDX( idem( 9J19( p. \8. Ela se $enomenali,a como corpo6
sensibilidade( a s#a imanncia " Corpo !i!o #e se sente e se go,a( constit#indo #m s#eito.
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eg#ndo essa !iso de !ida( a implica+o do saber( #e ignora de se# m#ndo a
sensibilidade( " negar o acontecimento( a $enomenali,a+o da !ida do s#eito como se#
pr%prio Corpo !i!ente. = cincia moderna se $#nda na grande contradi+o da&autonegao
da vida' BHEDX( idem( 9J19( p. 1JP8.
Essa contradi+o( de #m lado( s#pe #e a cincia galileana red#, o saber h#mano
&...I 5 oposi+o entre se# contedo obeti!o e 5 e$eti!a+o s#beti!a #e a prod#,
contin#amente' BHEDX( idem( 9J19( p. 1JU8. O# sea( ao estabelecer a ciso entre
obeti!idade e sensibilidade( desenrai,a a ati!idade do conhecimento obeti!o do se# topos
origin/rio( a !ida #e torna poss!el pensar( re$letir( calc#lar( sentir( !er( olhar.
Re o#tro( implica #e a cincia da nat#re,a se red#,a a #ma &...I !iso do ser nat#ral
determinado cienti$icamente en#anto nico ser realmente e)istente e Y!erdadeiroZ' BHEDX(idem( 9J19( p. 1JL8. -sto "( se constit#a como nega+o da pr%pria s#beti!idade( a #e no "
poss!el aplicar nenh#ma regra matem/tica( nenh#m modelo demonstrati!o.
ortanto( a cincia moderna se constit#i como &...I a oc#lta+o pelo homem de se# ser
pr%prio.' BHEDX( idem( 9J19( p. 11U8. V #m saber #e se re!olta contra a !ida. V #m
conhecimento #e !isa 5 a#tonomia epistmica diante do m#ndo sens!el( mas se torna #m
saber desenrai,ado da !ida h#mana encarnada( a #al o torna poss!el.
&.&. A *ar*4rie $a cicia a !,cica e sua relei!ura a ar!ir $a vi$a
ara aolo ossi( a cincia moderna reeita os sentidos como $onte seg#ra de
e)plica+o da Dat#re,a e elege os instr#mentos como no!a $onte do conhecimento. O trecho
abai)o rati$ica essa ideia:
&V preciso considerar os instr#mentos como #ma $onte de conhecimento( abandonara#ela antiga e enrai,ada concep+o antropocntrica #e considera a !iso nat#raldos olhos h#manos como #m crit"rio absol#to de conhecimento. >a,er entrar osinstrumentos na ci'ncia( isto "( conceb6los como $onte de !erdade no $oi #mempreendimento $/cil. (er( na cincia do nosso tempo( signi$ica( #ase #e
e)cl#si!amente( interpretar sinais gerados por instrumentos.' BO-( 9JJ1( p. 8
Cont#do( esse trecho $a, #ma apologia 5 t"cnica em $#n+o da pr%pria cincia. Do
dispe de #ma re$le)o "tica #e !ea a t"cnica( no como mero instr#mento de alta resol#+o(
mas como #m saber a ser!i+o do crescimento da !ida h#mana. Ora( nessa passagem a t"cnica
est/ em $#n+o da cincia( e esta em $#n+o da t"cnica.
=o concordar com a reei+o implcita dos sentidos( de 7alile#( ossi trata a #esto
ainda no n!el da#ela imagem de conhecimento representati!o( de #m s#eito #e concebe o
obeto. O a#tor desconhece a e)istncia do saber mais radical #e $#nda os pr%prios sentidos e
o saber cient$ico. Mas( no sabe ele #e( essa reei+o dos sentidos implica s#bstit#ir o saber
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!i!o da s#beti!idade( da !ida( pelo saber morto( $ornecido pelos instr#mentos( condicionados
5s regras e aos princpios demonstrati!os das mentes matemati,adas #e os $abricam.
Desse sentido( #ando o conhecimento obeti!o se separo# da !ida( ele se re$#gio# no
domnio da t"cnica. ara Michel Henry( h/ dois acontecimentos #e indicam a barb/rie da
cincia na t"cnica. 2rata6se da obeti!a+o da a+o e da in!erso entre a t"cnica e a economia.
O primeiro $ato " #e &...I a ao se tornou ob&etiva)' BHEDX( idem( 9J19( p. L98.
=+o h#mana torna6se #m mecanismo #e cria dispositi!os para e)plicar a Dat#re,a. Esse
obeti!ismo da a+o se constata( sobret#do( na bio6e!ol#+o( #ando esta e)plica o
$#ncionamento dos corpos red#,ido a ...I t#rbilhes de /tomos( a bombardeio de partc#las.'
BHEDX( idem( 9J19( p. L98. =ssim( no sendo mais a !ida a teleologia da t"cnica( a a+o
h#mana no mais a reali,a( mas " instr#mentali,ada para prod#,ir coisas.eg#ndo Henry( &...I a a+o dei)a de obedecer 5s prescri+es da !ida' BHEDX( idem(
9J19( p. L98 e passa a se prod#,ir &...I em #sinas( barragens( centrais' BHEDX( idem( 9J19(
p. L98( a ser!i+o da indstria caracteri,ada por grandes m/#inas( como hipercomp#tadores(
prod#,idas pelo progresso tecnocient$ico. Os a!an+os da t"cnica e os da cincia se
retroalimentam( pois a so$istica+o de #ma signi$ica o a!an+o da o#tra.
O seg#ndo $ato " a &...I in!erso da rela+o entre a t"cnica e a economia' BHEDX(
idem( 9J19( p. \J8. Ocorre a in!erso da $inalidade dos bens !itais( na passagem do s"c#lo34--- para o 3-3. Dessa transi+o( &...I a prod#+o de bens de cons#mo #e caracteri,a toda
sociedade dei)o# de ser dirigida por ela e para ela( para os Y!alores de #soZ( para !isar 5
obten+o e ao a#mento do !alor de troca( isto "( do dinheiro.' BHEDX( idem( 9J19( p. L;8.
ara Henry( #ando &...I a prod#+o se torno# econNmica( #ando se trato# de
prod#,ir dinheiro( em l#gar dos bens teis 5 !ida e por ela designados' BHEDX( idem( 9J19(
p. L;8( a economia dei)a de estar a ser!i+o do Corpo( para ser!ir ao capitalismo.
O corpo !isto pela tecnocincia red#,6se a #ma $or+a de inter!en+o mnima doindi!d#o na a+o obeti!a da m/#ina. = $or+a da a+o h#mana perde s#a !ol#ntariedade
corporal( e " programada por dispositi!os #e a tornam por demais $#ncional( obeti!a:
Ocorre( apenas( #e a $or+a desse Corpo tendo sido s#bstit#da pelo dispositi!oobeti!o da m/#ina( ela s% " le!ada em conta na e)ata medida em #e o dispositi!ode!e ainda assim permitir a inter!en+o por parte do indi!d#o( por mais modesta#e sea essa inter!en+o. BHEDX( idem( 9J19( p. LL6L\8.
Essa red#+o come+a com a era ind#strial( a #al prod#, o &...I e$eito da s#bstit#i+o
progressi!a da Y$or+a de trabalhoZ por energias nat#rais' BHEDX( idem( 9J19( p. LL8(
red#,indo( assim( a ati!idade dos trabalhadores a m trabalho de !igilAncia' BHEDX( idem(
9J19( p. LL8.13
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O e$eito das categorias ind#striais para a a+o h#mana " a perda da &Corpopria+o'
BHEDX( idem( 9J19( p. LL8. -sto "( as pessoas perderam &acesso e capacidade de a+o'
BHEDX( idem( 9J19( p. LL8( abstraindo( assim( do &trabalho !i!o'( #e $oi red#,ido a &...I
t#do o #e o homem $a,( agora ser/ o robN a $a,er' BHEDX( idem( 9J19( p. LL8( o# mesmo(
ao &...I ato de apertar #m boto de comando.' BHEDX( idem( 9J19( p. LL8.
Henry ad!erte #e a t"cnica( red#,ida a si mesma( &...I " a nat#re,a sem o homem( a
nat#re,a abstrata' BHEDX( idem( 9J19( p. L\8.Qma nat#re,a #e no propicia ambiente em
#e a !ida se a#toprod#,a e cres+a( mas #e se degenere lentamente. 2rata6se( por e)emplo(
de &...I constr#ir msseis capa,es de se a#todirigirem( de controlarem a si mesmos antes de
decidir o momento de s#a pr%pria destr#i+o 0 e a nossa.' BHEDX( idem( 9J19( p. \J8.
Entreg#e a si mesma a t"cnica " #m dos poderes da !ida capa, de destr#ir a si mesma.ara o a#tor( &...I o contedo da t"cnica moderna( o #e ela manip#la constantemente(
" #m con#nto de dispositi!os #e no esto mais !i!os e #e no so mais a !ida' BHEDX(
idem( 9J19( p. L;8. 2rata6se de a cincia se considerar nico saber no m#ndo( #e a$asta a !ida
de si( para tornar6se tecnoci'ncia. -sto "( #ma t"cnica #e se a#to#sti$ica em si e para si( #ma
cincia solit/ria( incapa, de pensar a si mesma desde a s#a condi+o de possibilidade.
ortanto( h/ d#as $ormas de conceber a t"cnica moderna. = primeira ! a t"cnica como
&...I a a$irma+o progressi!a do domnio do homem sobre o #ni!erso das coisas.' BHEDX(idem( 9J19( p. U8. = t"cnica se sobrepe 5 !ida( ao se# telos( para ser &...I nada mais #e #m
con#nto de meios cada !e, mais n#merosos( elaborados e poderosos' BHEDX( idem( 9J19(
p. U8. -sto "( a t"cnica " #ma e)mia $abricadora de dispositi!os obeti!istas da a+o h#mana.
= seg#nda maneira concebe a essncia da t"cnica como &...I a pr%pria !ida' BHEDX(
idem( 9J19( p. UL8. 2rata6se de pens/6la como #m &savoir!faire' BHEDX( idem( 9J19( p. UL8(
i.e.( &...I #m saber #e consiste no $a,er( isto "( #m $a,er #e tra, em si pr%prio saber e o
constit#i.' BHEDX( idem( 9J19( p. UL8. =ssim( a t"cnica " idntica 5 !ida( pois " ele!ada aopatamar deprxis( ao saber origin/rio da !ida h#mana encarnada.
=ssim( a t"cnica dei)a de ser red#,ida 5 prod#+o de meios para ser reinserida no na
!ida. -sto "( a t"cnica no " senhora da !ida( mas " a !ida( en#anto prxis corporal( #e s#a
torna senhora. Kogo( a !ida " a prxis original #e se indi!id#ali,a como a+o espontAnea do
Corpo h#mano.
ara Michel Henry( #ando o saber tecnocient$ico reg#la a a+o h#mana( esta no se
radica no saber pr/tico da !ida. Essa implica+o impede repensar o conhecimento a partir da
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!ida. or"m( essa !ida se torna #ma categoria "tica $#ndamental( por#e " ela a condi+o de
possibilidade da e)istncia h#mana( com s#as modalidades di!ersas( / en$ati,adas.
CONC5U)O
ortanto( este artigo esbo+o# #ma crtica 5 cincia moderna( ao problemati,ar o se#
distanciamento da !ida( #ando se $ig#ro# como saber obeti!o e t"cnico( em detrimento do
saber radical( o saber s#beti!o da !ida.
O obeti!o desse artigo no $oi negar a importAncia da cincia e da t"cnica para o
Homem. Mas reabilitar a sensibilidade como press#posto para pensar o corpo h#mano desde a
!ida h#mana encarnada( mostrando #e a ciso entre Homem e Cincia " #ma $al/cia.
ara Henry( o &...I homem come+a onde come+a esse !i!er de$inido como sentir6se asi mesmo( como pro!ar6se( e acaba onde ele termina. Ora( esse domnio da $enomenalidade "
tamb"m o da "tica.' BHEDX( 9J1J( p. 1J8. -sto "( ainda #e a &...I $enomenalidade da !ida
B...8 " por nat#re,a in!is!el B...8' BHEDX( 9J1J( p. U8( ela indica( no a e)atido do saber da
!ida( mas interpela os saberes a relerem o Homem como ser encarnado. E a se repensarem
desde essa !ida encarnada idntica a esse Corpo6!i!ente.
R676R8NCIA):
HEDX( MichelS M=2-D( >lorinda Btrad.8.*s ci'ncias e a +tica. Kisboa: CE>-( 9J1J.
FFFFFFS OCH=( @os" Btrad.8. ,enomenologia no!intencional. Kisboa: K#soso$ia( ress(9JJ.
FFFFFF( OQ=DE2( K#i, a#lo Btrad.8.,ilosofia e ,enomenologia do Corpo) #nsaio sobre aontologia biraniana)o a#lo( : eali,a+es Editora( 9J19.
FFFFFF( OQ=DE2( K#i, a#lo Btrad.8.* barbrie. o a#lo: eali,a+es Editora( 9J19.
FFFFFF( DOQ7QV( Carlos Btrad.8. #ncarnao- .ma filosofia da carne. o a#lo:eali,a+es Editora( 9J1
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O=( Carlos =#g#sto de roen+a.0ist1ria da ci'ncia- a ci'ncia moderna. 9. ed. Wraslia:>QD=7( 9J19.
O-2 aoloS =D7ODEE( =ntonio Btrad.8. O nascimento da ci'ncia moderna na #uropa.
o a#lo: ERQC( 9JJ1.
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