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  • COVID-19

    E S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 5 D E A B R I L D E 2 0 2 0

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    Atividade física é importante para idosos manterem a saúde física e mental, mesmosem poder sair. Mas alguns cuidados devem ser tomados para não se machucarem

    Exercícios sem exageroATENÇÃO PARA AS DICAS

    RESPIRAÇÃO

    Exercícios respiratórios tambémsão importantes para melhorar ofluxo de oxigênio para todo oorganismo, aumentando acapacidade ventilatória do pulmão

    EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO

    A dança e a yoga são ótimas parafortalecer a musculatura etrabalhar o centro gravitacional e acoordenação motora

    AGILIDADE

    Exercícios como subir edescer um degrau daescada recrutam amusculatura de formarápida e ágil

    MUSCULATURA

    Musculação, pilates eginástica localizada,feitos em casa nesseperíodo, fortalecem osmúsculos e protegemas articulações,diminuindo o risco dequedas e o cansaço dodia a dia

    RELAXAMENTO

    Exercícios para relaxarajudam a manter otônus muscular paraexecutar as tarefascotidianas commenos fadiga

    NÃO EXCEDERA intensidade dosexercícios deve seradaptada às condiçõesde saúde de cada um,respeitando os limitesdo corpo e o espaçodisponível.Alimente-se bem

    DEVAGAR E SEMPREAtividades deintensidade baixa jásão o suficiente parafortalecer o sistemaimunológico. Oimportante é quesejam consistentes erealizadascom frequência

    CUIDADO!O ideal é que aspessoas que jápraticavam atividadesfísicas mantenhamcontato com seusprofessores. Atecnologia é grandealiada. O idoso que jáestá acostumado etem confiança noprofissional não devesofrer nenhumaintercorrência.

    NÃO SE AVENTUREQuem não tem aorientação de umprofissional devecontinuar fazendo oque já estáacostumado. Tenha aconsciência de queagora não é omomento de seaventurar em novasmodalidades.

    PARA O CÉREBROTreinamentos cognitivos, com atividades que envolvamraciocínio, memória e noção espacial, também sãoindicados. Suporte emocional também é importante

    ATENÇÃO AO LOCALPrepare um espaçoadequado: tapetes,

    móveis baixos, objetosno chão podem

    aumentar o risco dequeda

    PARA COMEÇARRecomenda-se umaquecimentoarticular adequado,mobilizando ombros,quadril e coluna,seguindo comexercícios básicos defortalecimentomuscular

    NO FIM, ALONGAMENTOMovimentos rítmicos ou pequenosdeslocamentos do corpo estimulamo sistema cardiorrespiratório. Encerrecom alongamento e relaxamento

    ROUPAS LEVESArrume-se parapraticar osexercícios damesma formaque faria se fossesair de casa

    O QUE FAZERO aquecimento precisa ser de baixa intensidade e

    feito antes de qualquer exercício, com o objetivode elevar a temperatura corporal, preparando

    os músculos e as articulações para a prática

    Fonte: Daniel Oliveira, ortopedista

    JOANA GONTIJO

    Em época de recolhimentodomiciliar, estar ativo é primor-dial para a saúde física, mental eemocional. Principalmentequando se trata dos idosos, quemerecem maior cuidado por es-tar entre os acometidos mais gra-vemente pelo coronavírus. Mes-mo diante de todos os aspectosnegativos quanto à doença, essaacaba sendo uma oportunidadepara se cuidar melhor. Educado-res físicos ensinam como os maisvelhos podem se exercitar den-tro de casa, com indicações paraque a prática de atividades nãoultrapasse os limites do corpo decada um, sem risco de acometera coluna ou prejudicar a mobili-dade, por exemplo. Nada de ficaro dia todo deitado, em frente à te-levisão. A hora é de se mexer. Eabaixo os pijamas!

    Manter-se ativo na terceiraidade é importante não só duran-te a quarentena. As atividades fí-sicas para idosos auxiliam emuma melhora na qualidade de vi-da, previnem males como a os-teoporose, depressão, doençascardíacas e diabetes, entre outros.É o que pontua o ortopedista es-pecializado em coluna vertebralDaniel Oliveira.“Nessa fase, a mo-bilidade e a força muscular aca-bam comprometidas e os exercí-cios são fundamentais para me-lhorar o sistema imunológico,tão falado no momento, a resis-tência, a coordenação motora, oequilíbrio e a disposição ao longodo dia. Além de melhorar a saúdecardiovascular, respiratória e di-minuir o estresse nas articula-ções”, esclarece.

    Os idosos são apontados co-mo grupo de risco para o corona-vírus justamente pelas complica-ções advindas das característicasnormais da idade avançada.Questões como a imunidade e operigo maior quanto a doençascrônicas fazem com que o qua-dro de quem contrai o vírus seagrave, continua o médico.

    O pedido é para que essas pes-soas não saiam nas ruas. “Assim,aqueles que antes praticavam ca-minhada, hidroginástica ou ativi-dades nas academias ao ar livreacabam sem saber o que fazer emsuas residências e como realizaresses exercícios. Diferentementedo que muitos pensam, é possívelmovimentar o corpo sem sair decasa. Alongamentos, caminhadasleves, mesmo que pelos cômodosda casa, além de atividades quefazem uso do próprio peso corpo-ral e danças são recomendados eessenciais. Além dos benefíciospara o corpo físico, as atividadesauxiliam também na redução daansiedade durante este momen-to de pandemia”, ensina.

    não for possível, é preciso adap-tar os exercícios para um espaçomenor”, orienta a educador físico.Ainda que seja um momentopropício para estabelecer umarotina de atividades físicas, exa-geros não são bem-vindos.

    E, para manter a saúde cere-bral, é importante acrescentartreinamentos cognitivos, comatividades que envolvam raciocí-nio, memória e noção espacial,ensina André. O maior desafio élidar com as adaptações e driblara falta de motivação que a ausên-cia da rotina de atividades podeproporcionar. Uma ideia é se ar-rumar da mesma forma, como sefosse sair de casa. “Alimente-sebem, coloque uma roupa apro-priada para exercícios (nada depijamas!), encha uma garrafinhad'água, separe a toalhinha e vápara a sua academia particular”,reforça o educador físico.

    AJUDA FAMILIAR O contato comparceiros e profissionais paracompartilhar metas e desafios éimportante, mas é também im-prescindível o apoio da família.“Os familiares precisam se preo-cupar em manter os idosos emcasa, mas, acima de tudo, preci-sam estimulá-los, encorajá-los edar-lhes recursos tecnológicos econhecimento para que se adap-tem à nova realidade. Não bastaisolá-los.”

    Mario de Almeida tem 85 anose, mesmo recolhido em casa, nãofica parado – busca sempre ocu-par o tempo. À frente de umaempresa de representação co-mercial, com a qual trabalha atéhoje, conta que a atividade pro-fissional está parada por enquan-to. Para afugentar o tédio, cami-nha todos os dias dentro do pró-prio apartamento, no terceiro an-dar, sobe e desce as escadas, con-tinua o caminho pelas depen-dências do prédio, em um per-curso de 60m, que repete váriasvezes a cada dia, três vezes por se-mana.“Faço alongamento e exer-cícios de respiração, tomo muitaágua, tenho uma boa alimenta-ção, com frutas e salada, e tam-bém me ocupo com os afazeresdomésticos”, conta ele, que exer-ce a função de síndico do edifícioonde mora em Belo Horizonte,mais uma alternativa para semanter ativo.

    ON-LINE Pelos canais virtuais, épossível encontrar vídeos que en-sinam a praticar atividades físicasdentro de casa. A Cia Athletica,por exemplo, disponibiliza umamodalidade especial em aulason-line focadas em treinos mul-tifuncionais e cognitivos. O con-teúdo é gratuito e pode ser aces-sado pelo IGTV da academia, em@ciaathleticabh.

    Ficar o dia todo deitado na ca-ma ou sentado no sofá pode oca-sionar dores na coluna e na lom-bar, além de prejuízos ao aspectoemocional dos mais velhos. Ainatividade contribui para o au-mento nas taxas de queda, deobesidade e doenças cardíacas. "Étudo que o idoso não precisa, ain-da mais que está enquadrado co-mo grupo de risco para a COVID-19. Hábitos devem ser recriadosnesse período. Acordar, tomar ba-nho, trocar de roupa e tomar umcafé da manhã saudável já fazemcom que a cama não seja a pri-meira opção", diz o ortopedista.Se ficar assentado no sofá, Danielrecomenda estipular um tempoespecífico para isso e, pelo menosa cada meia hora ou 40 minutos,levantar e andar pela casa.

    “A prática regular produz asensação de bem-estar." Em meioa tantas notícias desastrosas, éfundamental encontrar equilí-brio. “A OMS, inclusive, listou al-gumas dicas para que consiga-mos passar por esse período tur-bulento com mais serenidade, eas atividades físicas, de relaxa-mento e lazer, mesmo que den-tro de casa, estão entre elas.”

    “Não podemos dizer, de formaalguma, que a alimentação ade-quada ou a atividade física previ-nem o contágio pelo coronavírus.Mas posso afirmar que uma pes-soa com o sistema imunológicofortalecido conseguirá passar pe-la doença, caso seja infectada,com mais chances de sair vitorio-sa”, continua.

    Caminhadas pelos cômodos

    (com atenção para evitar quedas),sentar e levantar da cadeira, exer-cícios que utilizam o peso do pró-prio corpo ou com pesos leves (ali-mentos ou garrafinhas de água) ecabos de vassoura, se liberados pe-lo profissional de saúde, são indi-cados. “Meu conselho é, se possí-vel, dedicar partes do dia para es-ses cuidados. Treinos de meia ho-ra a 40 minutos, de intensidade le-ve ou moderada, já são suficien-tes. É importante dizer que, den-tro de casa, não é hora de viraratleta, mas sim se movimentar,pensando nos benefícios que es-ses exercícios vão trazer para ocorpo, a saúde e a cabeça.”

    SEM INVENÇÃO Os idosos preci-sam se exercitar de forma har-moniosa, de acordo com sua

    condição física, mesmo que sejao mínimo possível, ensina oeducador físico da Cia AthleticaAndré Chernicharo. Quem nãoestava acostumado à prática po-de fazer atividades simples e, pa-ra quem já tinha uma rotina deatividades físicas antes da pan-demia, deve continuar treinan-do de forma equilibrada, comacompanhamento apropriado,para não perder o ritmo, comoesclarece André.

    Já que é um público com par-ticularidades inerentes à idade, oambiente também precisa serobservado para assegurar a efi-ciência dos movimentos e evitarlesões. André lembra que tapetes,móveis baixos e objetos no chãopodem ocasionar quedas.“O ide-al é que o espaço seja amplo. Se

    LARISSA RICCI

    Restauranteslocaisprecisamsereinventar para sobreviver emmeio à pandemia do coronavírus.Uma grande campanha corre pelainternet para que pessoas bus-quempequenosestabelecimentosem vez de consumir de grandesempresas. Foi então que cresceuexponencialmente o número deserviços delivery de refeições emBH e no restante do país. Até mes-mo aplicativos do setor oferece-ram desconto para incentivar acompra. Porém, após as primeirassemanas, muitos optaram por en-cerrarasatividadesporcompleto–seja devido à inexperiência comessetipodeserviço,sejapelastaxascobradasporplataformasdeentre-ga, seja pela falta de fornecedoresou, ainda, pela segurança dos fun-cionários. É um momento de bus-ca de novas estratégias para man-teromínimodofaturamento.Op-tar por produtos congelados e pe-lo uso de vouchers está entre as al-ternativas encontradas por algu-mas das casas da capital.

    O restaurante Zuzunely abriuasportasemagostode2018.Ome-

    nu é pensado em comida afetiva,com base nas receitas das avós daproprietária, que inspiraram o no-me da casa (Zulmira e Nely), e nasinfluências do pai, que trabalhacomcozinhaasiáticahámaisde30anos. Bruna Carvalho Haddad, de26, dona e chef do restaurante doBairro Serra, na Região Centro-SuldeBH,adotouoserviçodeentregapara almoço.

    Porém, a adaptação não foi na-da fácil. “Não tínhamos embala-gem, nem entregador. Tambémnão queríamos entrar em aplicati-vos de entrega, por achar as taxasabsurdas e por vários outros pro-blemas”, contou ela, questionandotambém os valores pagos aos en-tregadores de app, que consideramuitobaixos.Ela,então,optoupe-la entrega independente, com pe-didos por telefone, WhatsApp emotoboy próprio.

    A expectativa é de que o almo-ço ou o lanche chegue em até 30minutos.Logoqueadecisãofoito-mada, surgiu mais uma dificulda-de. “Fazer delivery em um mo-mento em que a maioria das pes-soas está acostumada com o servi-ço que têm entrega terceirizada e

    vários entregadores é desafiador.Issogeraumaexpectativaemrela-ção à entrega que, infelizmente,não é possível atender. Algunsclientes ficam frustrados”, conta.

    A estratégia passou a ser a dascomidascongeladas,paraproduzircom calma e maior qualidade, eoferecer a possibilidade de o clien-te comprar o almoço para toda asemana. Deu certo:“Conseguimosfaturar mais em menos tempo,sendo que os consumidores enco-

    mendam em média cinco refei-çõesporpessoa”.Funcionouassimpor três semanas, mas foi precisodar uma pausa, e, agora, o serviçoserá retomado.

    A Casa Amora, que tem duasunidades – uma na Região Centro-Sul e outra na Região Leste de BH –,tambémprecisouparalisarasativi-dades. Patrícia Saggiro, de 32, sóciado estabelecimento, primeiro fe-chou as portas para o funciona-mento presencial e, posteriormen-

    te,dodelivery,pormotivosdiversos.O primeiro deles e o principal é apreocupaçãocomasaúdedoscola-boradores.“Mesmosefuncionásse-mos com equipe reduzida para en-trega, sabemos que haveria notíciade que um amigo do trabalhadorestavacomsuspeitadecoronavírusou de que alguém estaria com me-do de pegar o transporte público.Assim,decidimosparar”,disse.

    VOUCHER Em 26 de março, a CasaAmora anunciou uma novidadeno Instagram: passaria a oferecertíquetes.Serãotrêsvaloresdiferen-tes: R$ 30, R$ 50 e R$ 100. Patríciaexplica que percebeu estratégiasusadas por restaurantes e cafés deoutras cidades.“Fez muito sentidofazer essa tentativa. Estamos co-meçando agora. Vamos aguardar.Mas,estamosantenadasparapen-sar outra estratégia”, disse.

    A Ambev, fabricante da marcaStella Artois, criou o movimento“Apoie um restaurante”, que doadinheiro para os estabelecimen-tos. Acessando o site www.apoieu-mrestaurante.com.br o consumi-dor escolhe um estabelecimento,e, na compra de um voucher de R$

    100, paga só R$ 50 para consumirpresencialmente no futuro. O des-contode50%écusteadopelamar-ca e parceiros.

    O boteco Nada Contra, que ficano Bairro Funcionários, na RegiãoCentro-Sul de BH, abriu as portasem novembro com a especialida-de em comida de estufa e vitrine.Funcionouaté11demarço.Nodia14, tentou emplacar o “pegar aquie levar pra casa”. Não deu certo,contou Rafael Minoru UchiamaAndrade, de 27, sócio do bar.“Esta-mos acompanhando outros esta-belecimentos que estão com ovoucher. Ao mesmo tempo emque tudo parece muito difícil étambém muito inspirador váriasiniciativasquevãosurgindo”,disse.

    O dono e chef do Padu CozinhaFestiva, Zito Cavalcante, estudaaderir ao voucher e à comida con-gelada para retomar as atividades,encerradas pela crise e para man-ter os funcionários seguros. Ele es-tá preocupado e acredita que, nes-te momento, é necessário amparopor parte do poder público. "Espe-roalgoquerespondaaosimpostosqueagentepaga,emrelaçãoàpre-feitura e a todas as esferas.”

    Reinvenção é novo prato no cardápio

    Entrega em domicílio exige adaptações nos restaurantes semexperiência no serviço e já tem cedido lugar ao teste de outras opções

    JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS

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