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ATO ADMINISTRATIVO
Sabendo o que é e evitando confusões:
“O ato administrativo é um ato jurídico, pois
se trata de uma declaração que produz
efeitos jurídicos” (CABM).
“Os fatos humanos ou atos jurídicos em
sentido amplo são ações humanas que
criam, modificam, transferem ou extinguem
direitos (...)” (Gonçalves)
Contudo, há elementos em comum entre, por exemplo,
as categorias de ato jurídico e ato administrativo. São
estes elementos:
“Os elementos estruturais – o sujeito, o objeto, a forma
e a própria vontade – garantem sua presença também
no ato administrativo. (José dos Santos Carvalho Filho)
Cabe observar que dentro destes elementos, ato jurídico
e ato administrativo vão se diferenciar em
especificidades do sujeito e do objeto.
CABM ainda cita como atos da administração e que não
se confundem com os atos administrativos: atos
materiais (fatos administrativos), atos de governo e atos
regidos pelo direito privado.
ATO ADMINISTRATIVO Temos então que o ato jurídico é o gênero, do qual o ato
administrativo é uma espécie.
ATO ADM. ATO JURÍD. FATO JURÍDICO
CONCEITO DE ATO ADM.
Não há definição legal de ato administrativo.
Com isso a doutrina vaga de formas vacilantes
dentro de uma mesma moldura.
“Em primeiro lugar, é necessário que a vontade
emane de agente da Administração pública ou
dotado de prerrogativas desta. Depois, seu
conteúdo há de propiciar a produção de efeitos
jurídicos com fim público. Por fim, deve toda
essa categoria de atos ser regida basicamente
pelo direito público” (JSCF).
Existem vários conceitos diferentes, porém todos
se utilizam mais ou menos da mesma base
PROVANDO O SLIDE ANTERIOR “Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as
vezes-como, por exemplo, um concessionário de
serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas
complementares da lei a título de lhe dar cumprimento,
e sujeitas a controle de legitimidade por órgão
jurisdicional.” (CABM)
“Exteriorização da vontade de agentes da
Administração Pública ou de seus delegatários,
nessa condição, que, sob regime de direito público,
vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de
atender ao interesse público”.
“ ato administrativo é a declaração do Estado ou de
quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob o regime
jurídico de direito público e sujeita ao controle pelo
Poder Público.” (MSZP)
Podemos ver que todos os conceitos convergem em
pontos como o fato de ser sempre uma declaração
proveniente do Estado ou de alguém que esteja fazendo
suas vezes, na questão de ser sob regime de direito
público e no que diz respeito a estar sob a possibilidade
de controle judicial. A finalidade de sempre atingir o
interesse público também é ressaltada em vários
conceitos e, às vezes, também está implícita em outros.
OS PILARES DO CONCEITO
Estado Agentes Públicos.
Quem o represente Delegatários Concessionários, permissionários etc.
Regime de Direito Público Principalmente para diferenciar atos administrativos de atos de particulares e que são de utilidade pública.
Possibilidade de reexame judicial (quanto à legalidade) – A própria CF garante sempre reexame judicial.
Silêncio Administrativo – Efeitos?
Também se aplicam aos atos administrativos as noções
de perfeição, validade e eficácia.
Ato perfeito Completou o ciclo necessário à sua
formação.
Ato válido Quando expedido em conformidade com o
sistema normativo
Ato eficaz Quando é capaz de produzir seus efeitos.
Efeitos próprios x impróprios
Impróprios = Preliminares (podrômicos) + reflexos.
REQUISITOS OU ELEMENTOS
“Independentemente da terminologia, contudo, o
que se quer consignar é que tais elementos
constituem os pressupostos necessários para a
validade dos atos administrativos. Significa dizer
que, praticado o ato sem a observância de
qualquer desses pressupostos (e basta a
inobservância de somente um deles), estará ele
contaminado de vício de legalidade, fato que o
deixará, como regra, sujeito à anulação.” (JSCF)
Os elementos são o COFIFOMOB!
Competência (sujeito)
Finalidade
Forma
Motivo
Objeto
CABM vai discutir se todos são realmente “elementos” e se a terminologia é correta (isso vocês estudam em casa)
COMPETÊNCIA – Tem uma certa relação com a noção de capacidade.
Só há competência se a lei (lato sensu) expressamente disser.
Inderrogabilidade (não se transfere por acordo entre as partes), improrrogabilidade (incompetência não vira competência).
Delegação x Avocação – Qual a diferença?
OBJETO:
“É a alteração n mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar(...)”’
EX: Uma licença para construção tem por objeto permitir que o interessado possa edificar de forma legítima.
Também observam-se as mesmas “necessidades” do objeto no direito civil... Objeto determinado ou determinável , possível e lícito (não basta não contrariar a lei, tem que estar na lei).
Discricionariedade x vinculação do objeto – Um circo na praça e as licenças para exercer profissão quando preenchidos os requisitos.
FORMA:
“A forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade.”
Para além de simplesmente uma forma, deve ter uma
forma válida, ou seja, quando a lei prescreve um
conjunto de atos específicos a serem tomados a fim de
atingir, por fim, o ato administrativo, a sequência desse
conjunto deverá ser estritamente observada.
Princípio da solenidade em oposição ao princípio da
liberdade das formas, que vigora no direito privado.
Os atos administrativos são somente escritos?
TORNANDO O DIREITO ÚTIL
Notem que no slide anterior o Manual obriga o
agente de trânsito a descrever, no auto de infração,
a situação observada, quando tratar-se do art. 170.
Assim sendo, poder-se-ia recorrer de uma multa,
referente a este artigo citado, na qual o agente de
trânsito não descrevesse no auto de infração a
conduta observada, pois em tal exemplo ele teria
desrespeitado a forma do ato administrativo, o que
causa a sua invalidade.
Direito Administrativo te livrando de multas
MOTIVO:
“Pode-se, pois, conceituar o moivo como a situação de
fato ou de direito que gera a vontade do agente quando
pratica o ato administrativo”. (JSCF)‘
O motivo pode ser de direito ou de fato. Qual a
diferença?
Essa diferença está bastante ligada à questão dos atos
vinculados ou discricionários.
“Motivo é o pressuposto de fato que autoriza ou exige a
prática do ato”. (CABM)
Motivo x motivação
Motivo do ato x motivo legal
Quando a motivação é obrigatória?
“alguns “consideram obrigatória a motivação apenas
quando a lei imponha; outros, inversamente, entendem
que a motivação é sempre obrigatória; finalmente; outros
fazem-na depender da natureza do ato, quer a lei haja
exigido explicitamente sua enunciação, quer seja
silenciado ao respeito.
Quais os efeitos da falta de motivação em um ato
administrativo?
Para CABM, atos vinculados e sem motivação podem ter
seu vício sanado e não serem nulos, ao passo que os
discricionários, quando não motivados, são totalmente
nulos.
O José dos Santos acredita que não precisa.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
“Desenvolvida no direito francês, a teoria dos
motivos determinantes baseia-se no princípio de
que o motivo do ato administrativo deve sempre
guardar compatibilidade com a situação de fato que
gerou a manifestação da vontade”. (JSCF)
Então se o agente faz isso, incorre em desvio de
poder. Mas o que é isso?
“Ocorre desvio de poder, e, portanto, invalidade,
quando o agente se serve de um ato para
satisfazer finalidade alheia à natureza do ato
utilizado.” (CABM) – O prefeito e a sogra.
FINALIDADE
“Finalidade é o elemento pelo qual todo ato
administrativo deve estar dirigido ao interesse
público.” (JSCF)
O agente não pode então desvirtuar o “objetivo”
que a lei deu a cada administrativo.
A finalidade final é sempre o interesse público.
Pode-se pensar em uma “finalidade imediata”; para
JSCF isso na verdade seria o objeto; portanto, a
finalidade seria invariável e o objeto, que a
representa em cada caso, seria variável.
Exemplo de autorização para construção e
proibição de estacionar em determinado local
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
O ato administrativo tem que ter certas “prerrogativas”
que o diferencie dos atos privados em geral.
CONHEÇAM A PATI
Presunção de legitimidade
Auto executoriedade
Tipicidade
Imperatividade
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
Alguns chamam de presunção de legalidade,
outros de presunção de veracidade, outros ainda
de legitimidade e veracidade ou legitimidade e
legalidade O que importa é que todo ato
proveniente da administração pública é
presumidamente legal. Contudo tem-se uma
legitimidade juris tantum esse requisito tem em
TODOS, e quando digo TODOS eu quero dizer
TODOS.
Interessante notar a inversão do ônus da prova que
isso causa.
AUTO EXECUTORIEDADE
“Significa que o ato administrativo, tão logo praticado, pode ser imediatamente executado e seu objeto imediatamente alcançado.”
Não precisa de análise prévia do judiciário. Ora, a administração, assim como o poder judiciário, também é poder público, também visa interesse público.
GARCIA de ENTERRIA afirma que os atos administrativos constituem verdadeiros títulos executivos.
A auto executoriedade está intimamente ligada ao poder de polícia.
A multa é uma exceção.
Para CABM é diferente executoriedade e exigibilidade
A SEPARAÇÃO PARA CABM
“A administração pode exigir que o administrado
demonstre estar quite com os impostos municipais
relativos a um dado terreno, sem o quê não
expedirá o alvará de construção pretendido pelo
particular, o que demonstra que os impostos são
exigíveis, mas não pode obrigar coativamente, por
meios próprios, o contribuinte a pagar imposto. A
fim de obtê-lo necessitará mover ação judicial.
SAINDO UM POUCO DO DIREITO ADM.
Excepcionalmente cabe exigibilidade e
executoriedade em atos particulares hoteleiro
retendo bagagens ou esbulhado reavendo sua
propriedade com força própria, imediatamente após
o esbulho (respectivamente)
IMPERATIVIDADE
A imperatividade constitui na possibilidade de o
poder público criar obrigações unilateralmente para
particulares, ou seja, sem que estes particulares
concordem.
Diz José dos Santos Carvalho Filho que a
exigibilidade é derivada da imperatividade.
Em atos permissionários este atributo está ausente
ou apenas em resquícios. Exs: Permissões,
autorizações.
TIPICIDADE
Essa é basicamente a mesma tipicidade que vocês
já conhecem em direito penal. O ato administrativo
deve corresponder a tipos previamente definidos
pela lei . Está ligado ao princípio da legalidade e
até mesmo a um Estado Democrático de Direito.
Nem todos autores falam nesse atributo... É
advindo da doutrina de Maria S. Z. Di Pietro.
ALGUMAS QUESTÕES
01- É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a is própria. Esta é a definição correspondente a de :
a) fato administrativob) fato da administraçãoc) ato jurídicod) ato administrativoe) ato da administração
02 – O poder atribuído ao agente da administração para o
desempenho especifico de suas funções denomina-se :
A) Finalidade
B)Competência
C) Motivo
D) Motivação
03 – Assinale a alternativa incorreta :
a) a competência não pode ser objeto de delegação ou de avocação.b) Ocorre desvio de poder quando o Estado desapropria um imóvel com o fim de prejudicar determinada pessoa.c) O que se exige, a principio, do ato administrativo é a forma escritad) O mérito administrativo não está sujeito à apreciação judiciale) Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de situações que levam a Administração a praticar o ato administrativo.
04 – O ato administrativo, como emanação do poder
público, apresenta determinados atributos que o
distingue do ato jurídico do direto privado. Estes
atributos são :
a) competência, finalidade, forma, motivo e objeto;
b) presunção de legitimidade, imperatividade e auto-
executoriedade;
c) legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência;
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,
publicidade e probidade administrativa;
e) finalidade, legalidade e legitimidade.
05 – É atributo existente em todos os atos
administrativos :
a) conveniência
b) oportunidade
c) auto-executoriedade
d) imperatividade
e) presunção de legitimidade
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