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Universidade do Algarve – 1º ciclo de Biologia Marinha Tópicos de Biologia Marinha e Pescas 2007/2008 Docente: M. Afonso-Dias (tópico de Pescas)

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Biologia Marinha (1º ciclo)

Tópicos em Biologia Marinha e Pescas

2007/2008

MANUEL AFONSO DIAS - PESCAS

Gabinete 1.46 – 289 800929

madias@ualg.pt

http://w3.ualg.pt/~madias

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SISTEMA DAS PESCAS

Componente natural: recurso pesqueiro; ecossistema; ambiente biótico

Componente humana: pescadores; sectores pós-captura e consumidores;

ambiente socio-económico e cultural

Componente de gestão: política das pescas e planeamento; gestão de recursos;

desenvolvimento pesqueiro e investigação das pescas

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Charles, A., 2001.

Sustainable Fishery Systems.

Blackwell Science. 370 p.

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TIPO DE PESCARIAS

As pescarias podem ser classificadas de diversas formas, quanto ao:

1. Tipo de ambiente (e.g., água doce – lagos, barragens, rios; marinhos –

estuarinos, costeiros e de mar aberto)

2. Tipo de recurso pesqueiro (e.g., demersal/pelágico,

crustáceos/peixes/cefalópodes ou explicitamente, uma determinada

espécie – sardinha, espadarte, lagostim, polvo, etc)

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3. Tipo de arte utilizada (e.g., arrasto, cerco, palangre, armadilhas, etc)

4. Objectivo da pesca (e.g., comercial, de subsistência, recreativa)

5. Escala (e.g., industrial, semi-industrial, artesanal – grande e pequena

escala)

6. Tipo de acesso permitido (e.g., acesso livre, acesso livre com regulação,

acesso limitado, acesso adquirido – comprado - ou propriedade privada)

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Charles, A., 2001.

Sustainable Fishery Systems.

Blackwell Science. 370 p.

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FROTAS E SUAS COMPONENTES

Numa pescaria as embarcações de pesca constituem frotas que são designadas

de acordo com o tipo de pescaria.

Uma frota divide-se em componentes ou segmentos de frota de acordo, por

exemplo, com as diferentes artes de pesca com que operam.

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CLASSIFICAÇÃO DA FROTA PROTUGUESA (CONTINENTE)

Fonte: PEN 2007-2013: classificação actual em 5 segmentos de acordo com a

estrutura definida pela Comissão Europeia, para Portugal:

1. Frota artesanal ou Pequena pesca

2. Frota polivalente costeira

3. Frota de arrasto costeira

4. Frota de cerco costeira

5. Frota longínqua ou do largo (Águas internacionais)

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1. Frota artesanal ou Pequena pesca – essencialmente artes fixas, embarcações

com menos de 12 m

Segmento mais importante em termos sociais e económicos, dado o seu

contributo para a pequena economia local e a dependência que as comunidades

piscatórias apresentam desta actividade. Actua quer em águas oceânicas quer

em águas interiores adjacentes ao oceano (estuários e rias).

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2. Frota polivalente costeira – artes fixas, embarcações com comprimento maior

ou igual a 12 m

Conjunto heterogéneo de embarcações que utiliza diversas artes, actuando a

maioria na zona IX do ICES (ver mapa do ICES). Pesca dirigida a espécies

como os polvos, a sardinha, a cavala, o peixe-espada preto, a faneca e o carapau.

Elevado número de espécies desembarcadas por este segmento da frota, muitas

delas com pouco peso individual em termos de capturas.

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3. Frota de arrasto costeira, dividida em duas componentes: de peixe (espécies

demersais como o carapau e a pescada mas também o verdinho, a sarda, a

cavala, a faneca e os polvos) e a crustáceos (lagostim, gamba e camarão-

vermelho).

4. Frota de cerco costeira - dirigida essencialmente à captura de sardinha, cavala

e carapau (pequenos pelágicos).

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5. Frota longínqua ou do largo (Pescarias em águas internacionais)

Composta por navios equipados com redes de arrasto ou com palangre (pesca à

linha e anzóis), que operam de acordo com as possibilidades de pesca

disponíveis no Atlântico Noroeste - área gerida pela NAFO (ver mapa da

NAFO) e no Atlântico Nordeste - Noruega e Svalbard - área gerida pela

NEAFC (ver mapa da NEAFC), na Gronelândia, e nas costas ocidental e

oriental de África.

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http://www.nafo.ca http://www.neafc.org

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CAPTURAS E REJEIÇÕES

Captura = quantidade removida de um manancial

Pesca dirigida a determinadas espécies (espécies-alvo).

Captura acessória (acidental) = espécies acessórias capturadas conjuntamente

com as espécies-alvo

Capturas = “sleeping” / rejeições ao mar + desembarques + fuga à lota

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Rejeições ou rejeições ao mar (discards):

Parte das espécies-alvo são rejeitadas (e.g., tamanho inferior ao mínimo legal,

espécimes deteriorados) assim como parte das espécies acessórias são vendidas

(têm valor comercial)

Capturas contabilizadas em peso e em valor. Por vezes, em número.

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ESFORÇO DE PESCA

Esforço de pesca = quantidade de pesca exercida sobre um recurso.

=> Captura (i.e., pela mortalidade de pesca)

Maior esforço de pesca => Maior captura?

> Nem sempre, depende do estado de desenvolvimento da pescaria

Esforço de pesca medido de diferente forma consoante a arte de pesca

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Exemplos de medidas de esforço de pesca:

Número de embarcações

Número de dias de pesca

Número de lanços / lances de pesca – cerco e arrasto

Número de horas de arrasto - arrasto

Número de anzóis (de determinado tamanho) - palangre

Número de panos de rede (de determinada malhagem) – redes

etc

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RENDIMENTOS DE PESCA

Captura / Esforço de pesca = Captura por Unidade de Esforço (CPUE)

C.P.U.E. = Indicador de abundância de um manancial pesqueiro

CPUE = q x Biomassa (q = coeficiente de capturabilidade)

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FASES DE DESENVOLVIMENTO DE UMA PESCARIA

A-Expansão

B-Exploração moderada

C-Exploração intensiva

D-Sobrepesca (de crescimento)

Mais grave = Sobrepesca (de reprodução) => afecta o recrutamento!

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Curvas de

Kesteven (1973)

Troadec, J-P., 1978.

Fishing and Assessment of Stocks. In Models for Fish Stock Assessment. FAO Fisheries Circular Nº 701 pp 1-7

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GESTÃO DE RECURSOS PESQUEIROS

Princípio geral (Saetersdal, 1984): obter o MELHOR aproveitamento

POSSÍVEL dos recursos em benefício da COMUNIDADE

Sætersdal, G. 1984. Investigação, gestão e planificação pesqueiras. Revista de Investigação Pesqueira, 9.

Instituto de Investigação Pesqueira. Maputo. Moçambique, 167-186.

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MELHOR: e.g., maiores capturas, maiores lucros, mais exportações, mais

emprego;

POSSÍVEL: atender à conservação dos recursos pesqueiros => recorrer ao apoio

científico da investigaçãp pesqueira;

COMUNIDADE: e.g., região (Algarve), país (Portugal), União Europeia

É necessário definir muito bem estes aspectos.

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COMPETÊNCIAS NA GESTÃO

Compete à administração pesqueira:

Fazer a gestão dos recursos com base nos pareceres e aconselhamento científico

bem como ponderando aspectos sócio-económicos, cuturais e políticos.

Produzir a legislação e regulamentação do sector da pesca e aquicultura,

autorizar a pesca e conceder licenças de pesca e alvarás de exploração de

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pisciculturas, compilar as estatísticas do sector, gerir programas e fundos

europeus para o sector, etc

Compete à Investigação pesqueira:

1. Proporcionar as bases científicas para uma correcta gestão dos recursos

pesqueiros;

2. Apoiar outros sectores como a exploração pesqueira (e.g., pesca

exploratória e experimental, utilização de artes de pesca mais evoluídas e

mais selectivas)

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A biologia pesqueira e a avaliação de recursos pesqueiros são as áreas

científicas que se ocupam do estudo dos recursos, da pesca e dos seus efeitos

sobre os recursos, com vista a fornecer as bases científicas para a sua gestão

Outras áreas: sociologia das pescas, economia das pescas, tecnologia das pescas,

oceanografia de pescas

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Compete à Inspecção das Pescas:

Coordenar, programar e executar, autonomamente ou em colaboração com

outros organismos, a fiscalização e controlo da pesca marítima, da aquicultura e

das actividades conexas.

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Organização em Portugal e na União Europeia

Administração pesqueira

Portugal = Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura (DGPA)

Regiões Autónomas = Direcções-Regionais das Pescas

União Europeia = Comissão Europeia > Conselho de Ministros

Investigação pesqueira

Portugal = Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR)

Regiões Autónomas = DRP/DOP-UAç (Açores) e DSIP-DRP (Madeira)

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ICES = Conselho Internacional de Exploração do Mar

União Europeia = Direcção-Geral das Pescas e Assuntos Marítimos

Inspecção das Pescas

Portugal = Direcção de Serviços da DGPA (IGP)

Regiões Autónomas = Direcções-Regionais das Pescas

União Europeia = Agência Comunitária de Controlo das Pescas (CFCA)

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DINÂMICA POPULACIONAL DOS RECURSOS PESQUEIROS

Reprodução > recrutamento

Crescimento (em peso)

Mortalidade (natural e por pesca)

Recrutamento e crescimento em peso afectam POSITIVAMENTE a abundância

do manancial; Mortalidade afecta NEGATIVAMENTE a abundância do

manancial

> Acetato King, 1995

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RECURSO PESQUEIRO

Recurso pesqueiro = recurso haliêutico

Recurso auto-renovável

Manutenção dependente de uma correcta gestão

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STOCK

Stock = Manancial = População haliêutica = População de recurso vivo

explorado pela pesca

Manancial é a designação dada por Herculano Vilela para Stock

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CONCEITO DE STOCK

Definição difícil. Conceito prático ligado à necessidade de gestão bem mais

importante (John Gulland, 1983)

“Subgrupo de uma espécie cujas eventuais diferenças dentro do grupo e entre

outros grupos podem ser ignoradas sem tornar as conclusões das análises

inválidas”

Gulland, J.A., 1983. Fish stock assessment. A manual of basic methods. John Wiley & Sons, 223 p.

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STOCK = UNIDADE DE GESTÃO

Stock = população explorada com características biológicas e de exploração

semelhantes (Mesmos parâmetros de crescimento e de mortalidade) sendo

gerida como uma unidade funcional

Stock = Unidade de gestão (unidade funcional) - Pressupõe que stocks

diferentes reagem de modo diferente à exploração

> Acetato = Área de distribuição do Stock Sul de Lagostim (FU 28 e 29)

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Stocks partilhados = distribuídos por dois ou mais países

“Straddling” stocks = distribuídos dentro e fora da ZEE de um ou mais países

www.fao.org

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CONSTITUIÇÃO DO STOCK

Stock constituído por Coortes ou Classes Anuais

Coorte = conjunto de indivíduos gerados durante a mesma época de postura e

nascidos durante o mesmo período

e.g., coorte de 2006 = indivíduos de idade 1 ano; coorte de 2007 = indivíduos de

idade 0 ano

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CICLO DE VIDA DE UMA COORTE

Fase não explorável (recurso fora da área de pesca) > fase explorável (recurso

presente na área de pesca)

Fase explorada = parte da fase explorada onde o recurso é efectivamente

explorado pela pesca

> Acetato = Evolução de uma coorte durante a sua vida

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Recrutamento ou Recrutamento à Área de Pesca (R)

Número de indivíduos que entra na fase explorável

Tamanho (Lr) / Idade (tr) médios de recrutamento

Recrutamento à Pesca (Rc)

Número de indivíduos que entra na fase explorada

Tamanho (Lc) / Idade (tc) médios de recrutamento à pesca

tc = idade de primeira captura

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ESTUDO DO CRESCIMENTO E DA REPRODUÇÃO

Estudos realizados pelos Institutos de Investigação das Pescas / Universidades

Separação de Juvenis e Adultos

e Estimação Comprimento (Lm) e Idade (tm)

de primeira maturação sexual

Shepherd, J.G., 1993. http://www.cefas.co.uk/Publications/lableaflets/lableaflet71.pdf

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ESTIMAÇÃO DA ABUNDÂNCIA E DA ESTRUTURA DO

MANANCIAL

Através de cruzeiros de investigação realizados periodicamente pelos Institutos

de Investigação das Pescas sobre toda a área de distribuição do manancial

Permitem estimar:

Abundância (em nº e em peso do manancial), Recrutamento (nº de indivíduos

que entra no manancial), Estrutura de tamanhos e de idades do manancial

+ outra informação biológica (e.g., sobre a maturação sexual)

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N/E “Capricórnio”

Fonte: IPIMAR

TAB = 122 ton - 46.55 m CFF - 600 HP1970 – França; IPIMAR desde 1993

N/E “Capricórnio”

Fonte: IPIMAR

TAB = 122 ton - 46.55 m CFF - 600 HP1970 – França; IPIMAR desde 1993

NAVIOS DE INVESTIGAÇÃO PESQUEIRA PORTUGUESES

Navios do IPIMAR, em utilização (2007).

N/E “Noruega”

Fonte: IPIMAR

TAB = 495 ton - 47.5 m CFF - 1500 HP1978 – Oferta Governo Norueguês; 15 tripulantes e 12 técnicos

N/E “Noruega”

Fonte: IPIMAR

TAB = 495 ton - 47.5 m CFF - 1500 HP1978 – Oferta Governo Norueguês; 15 tripulantes e 12 técnicos

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ESTIMAÇÃO DAS CAPTURAS

Dados estatísticos de capturas por espécie (Boletins Estatísticos)

Continente > Docapesca > DGPA + Instituto Nacional de Estatística.

Pequena pesca = DGPA (por inquérito

Madeira > Direcção Regional das Pescas da Madeira

Açores > Lotaçor > Direcção Regional das Pescas dos Açores

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ESTIMAÇÃO DA ESTRUTURA DAS CAPTURAS

Através de amostragem regular nos portos de desembarque realizada por

técnicos dos Institutos de Institutos de Investigação das Pescas

=> Plano de Amostragem Estatística

e.g., Plano Nacional de Amostragem Biológica – PNAB, do IPIMAR nos

principais portos de pesca do continente

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Permite estimar:

Capturas em Número; Estrutura das capturas (tamanhos > idades, sexos)

+ outra informação biológica (e.g., sobre a maturação sexual)

VPA (Análise de Populações Virtuais) = técnica para estimar a abundância (em

número e em peso – biomassa) e a mortalidade em cada idade nos anos

anteriores com base numa série de vários anos de composições por idade das

capturas. Uma estimativa do recrutamento anual pode ser obtida desta forma.

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MORTALIDADE

Nº mortos totais, D = Nº mortos devido à pesca, C + Nº mortos devido a causas

que não a pesca

Mortalidade Total = Mortalidade por Pesca + Mortalidade Natural

Taxa de Exploração, E = C / D (Proporção dos mortos do manancial causada

pela pesca durante 1 ano)

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REGIME DE PESCA ou PADRÃO DE EXPLORAÇÃO

(Exploitation pattern)

A gestão de um recurso pesqueiro faz-se controlando o regime de pesca (i.e.,

controlando a intensidade de mortalidade por pesca e os seus efeitos relativos

nos tamanhos e idades dos recursos)

Regime de Pesca = Nível de pesca X Padrão Relativo de Exploração

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Nível de pesca (Fbar) corresponde ao Esforço de Pesca

Padrão Relativo de Exploração (tc) corresponde, sobretudo, à selectividade das

artes de pesca (Si)

Garrod, D.J., 1987. http://www.cefas.co.uk/Publications/lableaflets/lableaflet60.pdf

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Principal tarefa da gestão é controlar o regime de pesca

Como? Definindo objectivos em função do estado de exploração do manancial

e estabelecendo medidas de regulamentação

As medidas de regulamentação devem ser propostas após a avaliação dos efeitos

que resultarão da sua aplicação => projecções a curto e a longo prazo o que

obriga à existência de dados científicos

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AVALIAÇÃO DE STOCKS

Avaliação do estado de exploração dos mananciais

Avaliação, a curto e a longo prazo, dos efeitos na captura em peso e na

biomassa (particularmente, na desovante, SSB) dessas alterações no Regime de

Pesca

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Avaliação realizada através de modelos matemáticos. Definição de pontos de

referência biológica (valores máximos, limite e de precaução).

Principais tipos de modelos de avaliação:

1. Modelos de Produção Geral ou Sintéticos: utilizam apenas dados de

captura e esforço de pesca – usam a CPUE como índice de abundância do

manancial

2. Modelos estruturais ou Analíticos: utilizam dados biológicos sobre as

capturas, crescimento e reprodução do recurso – Análises de Captura por

Recruta (Y/R) e Análises de Populações Virtuais (VPA)

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PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO

Mesmo que não existam dados é fundamental adoptar uma abordagem de

precaução na gestão dos recursos pesqueiros

Proposto pela primeira vez na Conferência do Rio, em 1992 “United Nations

Conference on Environment and Development” e foi aplicado pela Comissão

Europeia em 2000

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No caso dos recursos pesqueiros, uma abordagem de precaução significa:

- A falta de informações científicas adequadas não deve servir de pretexto para

adiar ou não adoptar medidas destinadas a conservar as espécies-alvo, assim

como as espécies acessórias e o meio ambiente onde evoluem;

- A acção deve ser proporcional ao nível de protecção que for estabelecido,

basear-se na análise das potenciais vantagens e custos da acção ou da ausência

de acção e ser sujeita a revisão à luz de novos elementos científicos.

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ESTADO DE EXPLORAÇÃO DOS MANANCIAIS NO MUNDO

Classificação FAO

FAO (2004) Review of the State of World Marine Fisheries

Resources ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/007/y5852e/y5852e00.pdf

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ESTADO DE EXPLORAÇÃO DOS MANANCIAIS PORTUGUESES

Classificação ICES / União Europeia http://www.dgpa.min-agricultura.pt/

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http://www.dgpa.min-agricultura.pt/

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