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CANA-DE-AÇÚCAR EM SÃO PAULO: INFLUÊNCIA DA LEGISLAÇÃO NO
PROVÁVEL DESLOCAMENTO DO EIXO DE PRODUÇÃO
Culture of Sugarcane in the State of São Paulo/Brazil and the Prohibition of Straw Burning
MARIO IVO DRUGOWICH & ANTONIANE ARANTES DE OLIVEIRA ROQUE
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI
Centro de Informações Agropecuárias - Ciagro
Av. Brasil, 2340 - Caixa Postal 960
13070-178 - Campinas - SP, Brasil
{drugo, antoniane}@cati.sp.gov.br
Resumo. O estado de São Paulo possui atualmente ¼ de seu território com área plantada da cultura
de cana-de-açúcar. Historicamente presente em seus limites, os canaviais sempre tiveram grande
peso econômico e político na economia paulista, necessitando portanto de um acompanhamento do
setor governamental, haja vista seu peso também ambiental. O presente trabalho tem por objetivo
fazer um estudo da situação atual da cultura da cana-de-açúcar no território paulista, levantando
áreas com restrição ao plantio mecanizado, sob a óptica da Lei 11.241/02, publicada pelo governo
do estado, e do Protocolo Agroambiental, que dispõe sobre a eliminação da queima da palha. A
metodologia utilizada foi a de geoespacialização dos dados do banco atual do Levantamento
censitário de unidades de produção agropecuárias do estado de São Paulo (LUPA) realizado pela
Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, cruzando-os com áreas com declividades
superiores a 12%. Dentre os resultados obtidos, ressalta-se que 80,4% da área plantada para
indústria deverá deixar de fazer uso da queima da palhada até o ano de 2014, bem como o aumento
de 3,85% na área plantada da cultura, comparativamente ao LUPA 2007/08, correspondendo
atualmente a 5,57 milhões de ha de área cultivada para indústria. Dentre as conclusões os autores
ressaltam o esforço do setor em se adequar aos prazos estipulados pela legislação, demonstrado
pelo elevado índice de mecanização (53,24% da área plantada), bem como a tendência de migração
das áreas canavieiras para áreas mais a oeste do estado, devido a menor restrição relativa a
declividade.
Palavras-chave: declividade, uso do solo, LUPA, ASTER.
Abstract. The state of Sao Paulo has currently ¼ of its territory with a planted area of the culture of
sugarcane . Historically present in its limits, the canefields have always had great economic and
political weight in the state economy, thus requiring a follow-up of the government sector, given its
weight also environmental. The present work aims to make a study of the current situation of the
culture of sugarcane in State of São Paulo/Brazil, lifting restrictions on the areas with mechanized
planting, from the perspective of Law 11.241/02, published by the State Government, and the
Environmental Protocol, which provides for the elimination of straw burning. The methodology
used was the geospatialization of the database's current census survey of agricultural production
units of the State of São Paulo (LUPA) conducted by the Department of Agriculture and Supply of
São Paulo, crossing them with areas with slopes greater than 12%. Among the results, it is
noteworthy that 80.4% of the area planted to industry should no longer make use of the burning of
straw by the year 2014, and the 3.85% increase in planted area of culture, compared to LUPA
2007/08, currently representing 5.57 million ha of cultivated area. Among the conclusions the
authors emphasize the high level of mechanization (53.24% of cropland), and the trend migration
of sugarcane areas to areas further west of the state, due to less restriction on the slope.
Key-words: slope, land use, census LUPA, ASTER.
1. Introdução
A cultura da cana-de-açúcar figura como o principal produto da agropecuária paulista, tendo
apresentado uma participação de 38,2% no valor da produção agropecuária e florestal do estado, no
ano de 2009 (TSUNECHIRO et al., 2009), e sendo uma das cadeias produtivas que mais gera
empregos diretos no setor agropecuário atualmente.
A colheita da cana-de-açúcar pode ser realizada de forma mecanizada ou manual, sendo a
colheita mecanizada restrita a condições do terreno que permitam estabilidade das máquinas
envolvidas na operação. Segundo Braunbeck & Magalhães (2011), a estabilidade ao tombamento
juntamente com as deficiências de dirigibilidade limitam a utilização das colhedoras de uma linha a
terrenos com declividades não superiores a 12%. Embora a inclinação teórica de tombamento
lateral seja da ordem de 46%, efeitos dinâmicos resultantes das irregularidades do terreno reduzem
esse limite de inclinação ao referido valor de 12%. Esta condição é a principal responsável pelas
áreas canavieiras acima de 12% de declividade serem consideradas não aptas para a colheita
mecanizada.
Já a colheita manual faz uso da queima da palhada (resíduo do processo de pré-colheita, que
inclui a palha e a ponteira da cana), permitindo assim um maior acesso para o cortador de cana à
cultura, dobrando o rendimento médio de corte de cana por um trabalhador rural.
Esta queima da palhada da cana-de-açúcar, consolidada pelo setor sucroalcooleiro na década
de 60 (VIEIRA, 2003), apesar de trazer certos benefícios para a cadeia produtiva, do ponto de vista
econômico, traz diversas consequências danosas para a população do entorno das áreas produtivas,
devido a elevada emissão de gases e fuligem para o ar, além do prejuízo à biologia e características
físicas do solo.
Com o objetivo de eliminar tal prática gradualmente, o governo do estado publicou a Lei
estadual no 11.241 de 19 de setembro de 2002 que regulamenta o fim da prática da queima até 2021
para áreas com declividade menor que 12% (mecanizáveis) e até 2031 para áreas com declividade
maior que 12% (não mecanizáveis). Entretanto, em junho de 2007, a União da Indústria de Cana-
de-açúcar (UNICA) e as Secretarias do Meio Ambiente e Agricultura e Abastecimento do estado
assinaram um protocolo agroambiental que antecipa os prazos para extinção da queima da palha da
cana nos canaviais paulistas (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 2007).
Para o gerenciamento do espaço físico, embasado nas leis publicadas pelo poder executivo,
traçando perfis atuais de ocupação e realizando-se projeções e tendências, os órgãos públicos
ligados ao setor rural necessitam de ferramentas que auxiliem nestas atividades gerenciais. Os
Sistemas de Informação Geográfica (SIG) correspondem às ferramentas computacionais de
geoprocessamento, que permitem a realização de análises complexas, ao integrar dados de diversas
fontes e ao criar e manipular bancos de dados georeferenciados (CÂMARA et al., 2005).
Os encarregados de tomada de decisões em um órgão público, sendo estes usuários de um SIG
acabam se defrontando, ao longo de seu trabalho, com a questão da decisão correta a ser tomada,
visto que o processo decisório é de fundamental importância para quem faz uso de tais sistemas
(ROQUE et al, 2009). De posse de tais ferramentas, combinando dados cadastrais e informações
obtidas por meio de sensores orbitais, esta tomada de decisão se torna mais efetiva e focada na
correta espacialização no território em gerenciamento.
O estado de São Paulo, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA/SP), no
âmbito da extensão rural a pequenos e médios produtores rurais, vêm investindo em ferramentas e
dados que permitam uma efetiva utilização de tais técnicas de gestão e planejamento com vistas a
oferecer produtos com maior acurácia e aplicabilidade, de maneira a oferecer respostas aos
problemas e demandas deste público preferencial. Para tal, executa periodicamente a atualização do
banco de dados do Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agropecuárias, mais
conhecido por Projeto LUPA, responsável pela obtenção da base de dados geoespacializada da
agricultura paulista, sendo a última publicação consolidada referente ao ano agrícola de 2007/2008.
Do ponto de vista de produtos de sensores orbitais, destaca-se o uso neste trabalho, dos dados
do sensor ASTER (Advanced Spacebone Thermal Emission and Reflection Radiometer), sendo
este um dos instrumentos a bordo do Satélite TERRA (EOS-AM1) em funcionamento desde 1999.
O acompanhamento da dinâmica das principais cadeias produtivas pelo estado, retratando a
realidade temporal e geográfica do setor sucroalcooleiro em São Paulo, utilizando-se dos dados do
LUPA atualizados para junho de 2012, combinados com dados processados do sensor
ASTER/Terra, permitem uma quantificação da área ocupada pela cultura em estudo, relacionados
aos parâmetros estipulados pela lei supracitada. Desta forma permitiu-se traçar possíveis cenários
de deslocamento dos eixos de produção no setor, e as necessidades de redirecionamento no
planejamento estratégico, induzindo a mudanças nas ações governamentais com o objetivo de se
promover um reordenamento na ocupação destas áreas para atender às demandas socioeconômicas
e ambientais.
Segundo Lucchese (2004) as políticas públicas podem ser definidas como o conjunto de
disposições, medidas e procedimentos que traduzem a orientação política do estado e regulam as
atividades governamentais relacionadas às tarefas de interesse público. Este, sendo o cerne do
presente trabalho, indicar tendências que embasem tais políticas.
2. Objetivo
Apresentar os trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Informações Agropecuárias
(CIAGRO) da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) da SAA/SP, no
gerenciamento e aplicação de políticas públicas voltadas ao gerenciamento do espaço rural e ao
desenvolvimento da agricultura paulista. Apresentar aplicações práticas do uso dos dados do
projeto LUPA e suas possibilidades de embasar estudos com o uso de ferramentas de SIG. Estudar
o território paulista com vistas a dimensionar e espacializar a restrição ao uso de mecanização em
canaviais, com enfoque para a eliminação da técnica da queima da palhada, mostrando o cenário
atual e indicando tendências no ordenamento territorial da cultura da cana-de-açúcar. Explorar as
potencialidades e limitações das imagens do sistema sensor ASTER/Terra no mapeamento do
relevo paulista.
3. Material e Métodos
Para a confecção das análises aqui apresentadas utilizou-se o software SPRING 5.2 do
INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com destaque no processamento de imagens de
satélite, processamento de modelos digitais do terreno para confecção de mapa de declividade.
Utilizou-se também o software Quantum GIS 1.7.2 para edição final das imagens (rasters), devido
a maior capacidade de suas ferramentas de filtragem de raster. No cruzamento das informações
temáticas geradas, com os dados do banco do LUPA, bem como na edição final dos mapas aqui
apresentados, utilizou-se o software ArcGIS versão 9.3 para a manipulação dos dados, utilizando-
se das ferramentas de análises contidas em seu banco de ferramentas conhecidas como
ArcToolbox, dentre elas as ferramentas de estatísticas espacias, de análise, gerenciamento de
dados, multidimension tools e samples.
O banco de dados do LUPA é o Oracle versão 9i, utilizado visando a otimização tanto das
aplicações tradicionais de gerenciamento e consulta em banco de dados, como possibilitando ainda
a obtenção de dados com posições espaciais associadas a eles. Os dados contidos neste, referem-se
às informações agropecuárias das Unidades de Produção Agropecuárias (chamadas no presente
trabalho de UPAs).
Uma UPA é definida como uma unidade isolada ou um conjunto de propriedades agrícolas
contíguas e pertencente ao mesmo proprietário; localizadas inteiramente dentro de um mesmo
município, inclusive dentro do perímetro urbano, com área total igual ou superior a 0,1ha, não
destinada exclusivamente para lazer. Em princípio, uma UPA significa exatamente o mesmo que
um imóvel rural. Ela se afasta desse conceito somente nas seguintes situações: quando o imóvel
rural se estende por mais de um município, considerou-se cada uma das partes em município
diferente como uma UPA; quando não foi possível levantar o imóvel rural como tal, sendo
necessário reparti-lo ou agrupá-lo com outros. A cobertura do levantamento abrangeu todo o
território paulista, sendo os dados informados em caráter declaratório por parte do produtor.
A base para confecção do modelo digital de elevação do estado de São Paulo, foram as
imagens da versão 2 da coleção do sensor ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and
Reflection Radiometer), em funcionamento desde 1999, em específico o produto Global Digital
Elevation Model (GDEM), lançado em Outubro de 2011 pelo Ministério da Economia, Indústria e
Comércio do Japão (METI) em conjunto com a Administração Nacional da Aeronáutica e do
Espaço dos EUA (NASA), o qual possui pixels de 30m e melhorias no algoritmo de produção das
imagens, resultando em melhor precisão horizontal e vertical, presença reduzida de artefatos e
anomalias, e valores mais realistas sobre os corpos hídricos.
4. Resultados e Discussão
O primeiro passo para as análises aqui apresentadas, foi a comparação e validação dos
dados que embasaram o estudo em questão. Na Tabela 1, apresenta-se a comparação dos dados
somados do LUPA, entre os dados publicados referentes à safra agrícola 2007/2008 aos dados
atuais (Julho de 2012), totalizando uma ocupação rural atual de 82,42% no estado.
Verifica-se um aumento de 2,5% no número de UPAs no estado, presume-se que pelo
fracionamento das médias propriedades, seguido de uma diminuição de 0,33% na área total das
UPAs, provavelmente pelo aumento do número de condomínios em áreas periurbanas. Tais dados e
inferências corroboram com o que vêm sendo observado pelos técnicos da Secretaria da
Agricultura e Abastecimento espalhados por todos os municípios agrícolas do estado, os quais
verificaram de forma empírica as ilações acima indicadas.
Tabela 1 – Comparação de dados totais da agricultura paulista.
UPAs Área das UPAs
(ha)
Área do Estado
(ha)
Área agrícola
(%)
São Paulo (LUPA 07/08) 324.601 20.504.107 24.795.027,75 82,69
São Paulo (LUPA 07/2012) 332.718 20.435.841,52 24.795.027,75 82,42
Variação (%) 2,50 -0,33
Verificada a acurácia das informações, refletindo o que realmente ocorre no campo, e
tendo-se uma visão macro dos dados, partiu-se para o estudo focado na cultura da cana-de-açúcar.
O primeiro passo foi a seleção das UPAs com plantio da cultura da cana-de-açúcar,
geoespacializando-as com o objetivo de mostrar a distribuição da cadeia produtiva nos limites
territoriais de São Paulo (Figura 1).
Figura 1 – Geoespacialização das UPAs com plantio de cana-de-açúcar.
De posse de tais dados, e com o intuito de se excluir da análise as UPAs com plantio da
cultura destinadas ao arraçoamento animal, efetuou-se um corte nas mesmas, com área plantada
abaixo de 10 ha. Isto possibilitou a espacialização exclusiva das UPAs com destinação ao setor
sucroalcooleiro (Figura 2). O mapa gerado apresenta verossimilhança aos mapas apresentados pelo
acompanhamento de safra de cana do projeto Canasat (www.dsr.inpe.br/canasat).
Figura 2 - Geoespacialização das UPAs com área plantada de cana-de-açúcar acima de 10 ha.
Com os dados obtidos para a seleção de UPAs com área plantada de cana-de-açúcar superiores
a 10 ha, confeccionou-se a Tabela 2, juntamente com os dados do montante total da cultura da
cana, e ainda os dois retratos em estudo, atual e safra 2007/08. Analisando-se a tabela, verifica-se
que aproximadamente 30% da UPAs do estado estão envolvidas com o plantio da cana, mas
somente aproximadamente 16% estão diretamente ligados à agroindústria. Com relação à análise
da área ocupada pela cultura, ressalta-se a pequena diferença, 0,6%, entre os dados totais e do
recorte de 10 ha efetuado, o que demonstra que apesar de se ter eliminado aproximadamente
47.000 UPAs da análise, o peso destas é muito pequeno em relação a área, desta forma atingindo-se
o objetivo de selecionar apenas as envolvidas com o setor industrial.
Outro ponto importante a se destacar reside no fato de se ter levantado que atualmente, São
Paulo possui 27,92% de seu território ocupado pela cultura da cana-de-açúcar.
Tabela 2- Cana-de-açúcar no estado de São Paulo, comparativo LUPA 2007/2008 e LUPA de Julho de 2012.
LUPA 2007/2008 LUPA Julho de 2012
Cultura da cana-de-açúcar
Número de UPAs 99.799 101.497
Área cultivada (ha) 5.497.139,08 5.705.606,33
Porcentagem de UPAs 30,75 30,51
Porcentagem de Área 26,81 27,92
Acima de 10 ha
Número de UPAs 52.767 54.493
Área cultivada (ha) 5.370.172,03 5.577.076,55
Porcentagem de UPAs 16,26 16,38
Porcentagem de Área 26,19 27,29
Com o intuito de se efetuar um comparativo entre os dois retratos temporais em estudo,
confeccionou-se a Tabela 3, na qual a evolução da cultura no estado pode ser observada, levando-
se em conta o recorte da área plantada de 10 ha. Verificou-se um aumento de 1,7% no total de
UPAs com plantio da cana e de 3,79% na área plantada. Com relação às UPAs com área plantada
acima de 10 ha, ressalta-se o aumento no número destas de 3,27%, superior ao aumento verificado
com o total delas com plantio da cultura, possivelmente pelo aumento das áreas canavieiras
pertencentes e/ou arrendadas pelas usinas canavieiras.
Tabela 3 – Porcentagem de variação relativa ao ano agrícola 2007/2008 e o recorte efetuado em Julho de
2012.
Porcentagem de variação - LUPA 2007/08 a Julho de 2012
Cultura da cana-de-açúcar
UPAs 1,70
Área 3,79
Acima de 10 ha
UPAs 3,27
Área 3,85
A partir deste ponto das análises, merece destaque a apresentação da Tabela 4, na qual são
consignadas as datas limites e as respectivas porcentagens da área cortada que deverão deixar de
recorrer ao uso do fogo como procedimento da colheita. Ressaltam-se os limites para eliminação
total do uso do fogo, indicados pelas linhas horizontais de maior espessura. De acordo com o
Protocolo Ambiental firmado entre o setor industrial e o governo do estado, a data limite para
eliminação total da queima da palhada é de 2014, para áreas mecanizáveis, ou seja, com
declividades até 12%. Fato que reafirma a urgência em se atentar para a mecanização da cana e o
uso do fogo no estado, bem como sua distribuição em áreas com declividades acima de 12%.
Conforme dados do Programa Etanol Verde (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 2007),
cerca de 80% das usinas de processamento de cana-de-açúcar situadas em São Paulo obtiveram
renovação do certificado “Etanol Verde”, emitido pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do
governo do estado. No ano de 2012, um total de 159 usinas, das 209 presentes nos limites do
estado, e 27 associações de produtores renovaram a referida certificação, portanto grande parte do
setor é alinhada com o Protocolo Agroambiental.
Tabela 4 – Porcentagens da área cortada para eliminação da queima da palha no estado de São Paulo.
Ano Áreas mecanizáveis Áreas não mecanizáveis
Lei Estadual
no 11.241/02
Protocolo
Agroambiental
Lei Estadual
no 11.241/02
Protocolo
Agroambiental
2007 30 30 0 0
2010 30 70 0 30
2011 50 70 10 30
2014 50 100 10 30
2016 80 100 20 30
2017 80 100 20 100
2021 100 100 30 100
2031 100 100 100 100
Outra possibilidade no uso dos dados do LUPA é a relação da área plantada com o uso de
colheita mecanizada, desta forma permitindo-se levantar de maneira direta as UPAs que
efetivamente adotam a colheita mecanizada de cana-de-açúcar no seu sistema produtivo.
Efetuando-se a espacialização das UPAs com tais características, conforme Figura 3, pode-se
observar que a distribuição desta segue o mesmo padrão do mapa da Figura 2, porém com números
diferentes, apresentando 25.489 UPAs, ou seja, 25,11% do total de UPAs no estado, utilizam
colheita mecanizada da cana, cobrindo um total de cerca de 3 milhões de hectares com colheita
mecanizada, englobando 53,24% do universo da cultura.
Figura 3 - Geoespacialização das UPAs com colheita mecanizada de cana-de-açúcar.
Obtidas as imagens do sensor ASTER, referentes ao relevo da região de São Paulo, efetuou-se
um mosaico entre estas e posterior recorte desta imagem composta, utilizando-se os limites de São
Paulo, obtendo-se assim o modelo digital de elevação (MDE) do estado de São Paulo, Figura 4.
Optou-se pelo uso das imagens do sensor ASTER, ao invés da utilização das imagens da Missão
Topográfica Radar Shuttle (SRTM- Shuttle Radar Topography Mission), devido a resolução de
30m sem o uso de reamostragem dos valores, correções efetuadas com a disponibilização da versão
2 e pela indicação de diversos autores quanto ao uso destas para mapeamentos e análises com
escalas acima de 1:100.000.
Figura 4 – Modelo Digital de Elevação do estado de São Paulo.
De posse do MDE efetuou-se o cálculo das declividades em graus para todo o estado, com
posterior fatiamento da imagem em áreas com declividades acima de 6,84 graus (12%). Devido a
grande quantidade e dispersão de pixels no raster (imagem) obtida, e com vistas à análise em nível
de estado, aplicou-se um filtro de limpeza de pixels com valor de 40. Tal procedimento excluiu
pixels individuais e agrupamentos menores de 40 pixels do raster, ou seja, somente áreas maiores
do que 3,6 ha foram levadas em consideração para a imagem final. Para a confecção do mapa final
de declividade restritiva para mecanização da cultura da cana em São Paulo (Figura 5),
poligonizou-se o raster gerado, visando-se os posteriores cruzamentos com os pontos do LUPA.
Figura 5 – Mapa de declividade restritiva para mecanização da cultura da cana-de-açúcar em São Paulo.
Observando-se o mapa constante na Figura 5, percebe-se que erros de artefato permanecem na
versão 2 das imagens do ASTER, evidenciado pela visualização de faixas de densidade de área a
oeste do estado. Percebe-se ainda que o resultado final coincide com o esperado, ao se observar o
relevo paulista, evidenciando que a região próxima ao litoral é a mais restritiva à mecanização da
cana-de-açúcar.
Para uma visão geral da área do estado com restrições à mecanização da cana, efetuou-se um
procedimento de recorte dos polígonos gerados, entre os dois fusos do sistema de projeção UTM
(Universal Transversa de Mercator) que dividem o estado (22 e 23), reprojetou-se cada recorte, que
até então estavam no sistema de coordenadas geográficas, para o sistema de coordenadas planas.
Isto possibilitou cálculo da área obtida, apresentada na Tabela 5.
Tabela 5 – Área total do estado de São Paulo e sua área com declividade acima de 12%.
Área (ha) Porcentagem
Estado de São Paulo 24.795.027,75 100,00
Acima de 12% de declividade 9.482.775,71 38,24
Observa-se que cerca de 38% do estado possui restrição à colheita mecanizada de cana-de-
açúcar, com uma área de aproximadamente 9,4 milhões de hectares.
De posse dos polígonos com restrição à mecanização, partiu-se para a etapa de cruzamento
com os dados geoespacializados das UPAs. Neste ponto os autores salientam que tal procedimento
contém erros de análise do espaço, pois os pontos das UPAs referem-se a um ponto médio da
propriedade, geralmente a entrada principal, portanto podendo não representar efetivamente a gleba
específica em que a cultura está implantada. Apesar deste problema, análises já elaboradas voltadas
à regionais agrícolas específicas, para culturas como laranja, café e seringueira, demonstraram que
a nível macro, como ferramenta de planejamento de áreas extensas e com grande número absoluto
de ocorrências, o problema se dilui, ao excluir certas UPAs e incluir outras, ocorrendo então uma
compensação, obtendo-se assim valores próximos ao que se verifica realmente no espaço físico.
Efetuou-se então o cruzamento entre os polígonos das áreas com declividade superiores a 12%
com as UPAs com área acima de 10 ha plantada com cana, gerando-se com a seleção inversa, o
mapa da Figura 6. Tal mapa apresenta as UPAs nas quais o uso da prática de queima da palhada, de
acordo com o Protocolo Agroambiental, deverá ser abandonado totalmente até o ano de 2014, pois
encontram-se em áreas propícias à mecanização.
Figura 6 – Mapa de UPAs com área plantada de cana-de-açúcar acima de 10ha e contidas em áreas com
declividade de até 12%.
De posse dos dados das UPAs obtidas com o cruzamento, com as áreas com declividades
restritivas à mecanização, confeccionou-se a Tabela 6, na qual as respectivas áreas e números de
UPAs são apresentados. Analisando-se os dados, verifica-se que 80,40% da área plantada para fins
industriais (acima de 10 ha), deverão deixar de fazer uso do fogo até o ano de 2014 (seguindo o
Protocolo Agroambiental), pois se encontram em áreas mecanizáveis. A mecanização em tais áreas
corresponde a um total de 2,49 milhões de hectares, correspondendo a um total de 55,53%, quando
comparado ao total de áreas mecanizáveis (4,84 milhões de ha). Maiores detalhes das áreas
ocupadas com cana e não mecanizáveis podem ser observados na Tabela 7, contida no Apêndice.
Tabela 6 – Dados relativos a seleção de UPAs em áreas mecanizáveis e não mecanizáveis
UPAs contidas em áreas com declividade acima de 12% Porcentagem em relação ao total
de UPAs com cana-de-açucar
UPAs Área (ha) UPAs Área
Colheita Mecanizada 4.911 547.546,79 4,84 9,60
Área cultivada acima de 10 ha 10.945 1.092.953,91 10,78 19,60
UPAs contidas em áreas com declividade até 12% - mecanizáveis
Colheita Mecanizada 20.578 2.490.038,11 20,27 43,64
Área cultivada acima de 10 ha 43.548 4.484.122,64 42,91 80,40
Relativo às áreas não mecanizáveis, observa-se que aproximadamente 9,60% da área plantada
com cana, atualmente faz uso de colheita mecanizada, porém em áreas onde poderão estar sujeitos
a riscos ao tombamento da colhedora. Para uma checagem da validade de tais dados, efetuaram-se
checagens fazendo uso de ortofotos de diferentes regiões, como apresentado na Figura 7.
Figura 7 – Detalhe da checagem de UPAs com colheita mecanizada em áreas não mecanizáveis, com uso de
ortofoto.
Para uma visualização geral das UPAs em áreas mecanizáveis, apresentando-as com tamanho
proporcional a área plantada de cana, confeccionou-se o mapa da Figura 8. Neste mapa podem-se
observar espacialmente as áreas que deixarão de fazer uso da queima da palhada até o ano de 2014.
Figura 8 - Estratificação de área plantada de UPAs com área plantada acima de 10 ha, em áreas
mecanizáveis.
Para embasar as conclusões, elaborou-se o mapa da Figura 9, na qual podem se identificar as
formas do relevo paulista, permitindo assim correlacionar com os recortes de UPAs anteriormente
efetuados, bem como com as áreas mecanizáveis e não mecanizáveis.
Figura 9 – Mapa com a divisão hipsométrica do estado de São Paulo com os respectivos nomes das formas
do relevo.
Comparando-se o mapa da distribuição de UPAs com plantio de cana-de-açúcar com o mapa
da Figura 9, percebe-se a grande influência que a forma de relevo assimétrico, conhecida como
cuestas basálticas terá sobre a cadeia produtiva da cana, pois tal formação coincide com o eixo de
maior produção da cultura, que coincide ainda com os solos com os melhores atributos para a
máxima expressão da cultura.
5. Conclusão e Sugestões
São Paulo possui atualmente um total de 5,70 milhões de hectares plantados com a cultura de
cana-de-açúcar, sendo 5,58 milhões de hectares considerados como destinados ao setor
sucroalcooleiro.
Reafirmou-se a validade da utilização das UPAs geoespacializadas, na análise da superfície,
correlacionando-as com dados vetoriais, quando na análise de regiões em escalas acima de
1:100.000.
Por possuir 30,51% das UPAs de São Paulo diretamente envolvidas com a cadeia produtiva da
cana, as políticas públicas, tanto de incentivo como de restrições, devem ser atuais e efetivas, visto
o peso do setor tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental e social.
As áreas canavieiras possuem atualmente uma taxa de 53,24% de áreas mecanizadas, valor
expressivo e crescente ao longo dos anos, demonstrando o esforço do setor em tornar-se
competitivo internacionalmente.
As UPAs identificadas como diretamente envolvidas com o setor industrial, ocupam um total
de 4,48 milhões de hectares em áreas mecanizáveis, ou seja, 80,4% da área ocupada por elas,
deverão deixar de fazer uso da queima da palhada, até o ano de 2014, para se adequarem ao
Protocolo Agroambiental. Atualmente o nível de mecanização destas áreas ainda é pequeno,
correspondendo a um total de 2,49 milhões de hectares, sendo portanto de 55,53%, o que obrigará o
setor a acelerar sua escala de mecanização para se adequar ao Protocolo Agroambiental firmado em
2007.
Até o ano de 2017, seguindo-se o Protocolo Agroambiental, 19,6% da área atualmente voltada
para a indústria (cerca de 1 milhão de hectares), deverá deixar de fazer uso do fogo no processo de
pré-colheita, ou ainda, serem disponibilizadas para a utilização em outras cadeias produtivas.
As regiões tradicionalmente ocupadas com a cultura da cana-de-açúcar, presentes na formação
cuestas basálticas, tais como áreas expressivas na região central de Ribeirão Preto (Latossolos e
Neossolos), região nordeste de Jaboticabal e sul de Barretos (Argissolos e Latossolos), bem como a
quase totalidade da região de Piracicaba, para se adequarem às atuais exigências da legislação,
terão que migrar para áreas com melhores condições para a mecanização.
Observando-se o relevo, e as restrições à mecanização no território paulista, infere-se que a
cultura da cana-de-açúcar, com o passar dos anos, tenha seu eixo de produção deslocado para as
regiões mais a oeste do estado, devido às melhores condições do relevo voltadas a mecanização, os
baixos preços da terra e a presença de propriedades de maior extensão territorial, ainda que se leve
em consideração os menores níveis de fertilidade de tais solos.
Sugere-se que o estado, bem como seus órgãos ligados ao setor agropecuário, estejam atentos
aos limites da Lei 11.241/02 e do Protocolo Agroambiental, para assim acompanhar e exigir o
cumprimento das datas pré-fixadas e estar pronto a propor alternativas para as áreas que deixarão
de contar com a cultura da cana-de-açúcar e seus benefícios agregados à produção, tanto
econômicos como sociais, levando em conta ainda as limitações ambientais ligadas à conservação
dos solos destas áreas.
Com a publicação deste trabalho, espera-se ter contribuído com os gestores públicos e com os
profissionais da área de planejamento, bem como para apresentar um retrato atual da cultura da
cana-de-açúcar no estado de São Paulo em contraponto ao cenário que se apresenta em futuro
muito próximo.
6. Agradecimentos
A todo o corpo técnico da CATI, por, de maneira ímpar e exemplar, atualizar periodicamente o
banco de dados do LUPA, mantendo esta tão importante ferramenta para a gestão de políticas
públicas no estado de São Paulo.
7. Referências Bibliográficas
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<http://asterweb.jpl.nasa.gov/>. Acesso em: 04.jun.2012.
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Preparatório para a 3ª CNCTI. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Ciência, Tecnlogia e
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Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de
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estimativa preliminar. Informações Econômicas, São Paulo, v.39, n.10, p.83-95, out. 2009.
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manual e mecanizado, com e sem queima prévia. Botucatu, 2003 64p. Dissertação (Mestrado
em Energia na Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, UNESP.
8. Apêndice
Tabela 7 - Comparativo entre áreas ocupadas e áreas não mecanizáveis para a cultura de cana-de-açúcar.
Número de
UPAs
Área plantada com
cana-de-açúcar (ha)
Número de
UPAs
Área plantada com
cana-de-açúcar (ha)
JAÚ 3.581 273.951,69 1.220 97.175,50 35,47
RIBEIRÃO PRETO 3.109 465.603,03 719 89.306,30 19,18
ARARAQUARA 2.440 297.716,60 561 68.449,70 22,99
ORLÂNDIA 3.598 408.198,20 616 67.445,50 16,52
FRANCA 1.431 148.841,10 479 53.571,50 35,99
ANDRADINA 1.082 254.928,00 211 51.629,60 20,25
ASSIS 2.748 254.887,20 522 49.984,80 19,61
PIRACICABA 2.678 174.143,30 817 48.374,20 27,78
BARRETOS 4.624 436.724,40 501 45.153,20 10,34
PRESIDENTE PRUDENTE 698 198.626,20 121 43.467,80 21,88
BOTUCATU 782 104.069,50 232 43.000,60 41,32
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 1.422 130.118,20 481 41.845,20 32,16
JABOTICABAL 3.426 244.717,40 632 41.822,00 17,09
ARAÇATUBA 2.839 265.161,10 444 37.030,10 13,97
LIMEIRA 2.090 168.094,10 386 32.405,90 19,28
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 3.202 239.384,50 393 27.656,10 11,55
AVARÉ 616 66.603,00 228 24.937,80 37,44
BAURU 978 106.530,54 241 23.759,50 22,30
VOTUPORANGA 885 114.521,30 161 22.889,40 19,99
DRACENA 1.034 132.431,80 221 22.854,90 17,26
LINS 1.143 159.166,00 160 21.374,90 13,43
GENERAL SALGADO 1.909 182.442,42 232 18.090,01 9,92
CATANDUVA 3.839 243.388,90 308 18.072,30 7,43
OURINHOS 812 101.478,90 156 17.639,80 17,38
ITAPETININGA 460 38.381,90 139 14.281,90 37,21
MOGI MIRIM 430 45.765,80 140 13.301,00 29,06
TUPÃ 744 90.278,37 109 12.518,00 13,87
SOROCABA 534 33.883,30 219 11.978,70 35,35
PRESIDENTE VENCESLAU 226 69.462,60 44 11.667,30 16,80
CAMPINAS 329 25.687,40 98 7.914,70 30,81
MARÍLIA 112 20.422,40 31 5.414,70 26,51
JALES 244 23.711,50 29 2.998,60 12,65
FERNANDÓPOLIS 283 48.146,40 26 2.408,70 5,00
BRAGANÇA PAULISTA 35 3.226,80 16 1.066,90 33,06
ITAPEVA 45 4.265,00 20 667,90 15,66
PINDAMONHANGABA 50 1.369,10 19 533,50 38,97
GUARATINGUETÁ 31 689,50 11 238,30 34,56
MOGI DAS CRUZES 2 27,00 1 15,00 55,56
REGISTRO 2 32,10 1 12,10 37,69
Total Geral 54.493 5.577.076,55 10.945 1.092.953,91 19,60
UPAs em áreas não mecanizáveisUPAs com área plantada acima de
10 ha de cana-de-açúcarEscritório de
Desenvolvimento Regional
Porcentagem da
área plantada e
não mecanizável
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA, Julho de 2012.
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