Contemporaneu - arquitetura contemporânea #06

Preview:

DESCRIPTION

Confira nesta sexta edição: Takeshi Hosaka Architects, Tian Yi Town, Studio Peek Ancona, PRODUCTORA e FRENTE arquitectura, O Norte, radionica arhitekture, J. MAYER H. Architects

Citation preview

#06

Para fazer o download gratuitamente da Contemporaneu em PDF:

1 - Clique na palavra download da página ao lado. Você será direcio-nado para a página do Issuu para fazer seu login. Se não for cadastrado, cadastre-se aqui.2 - Após fazer o cadastro você receberá, no e-mail cadastrado, uma mensa-gem com remetente Issuu com o link de confirmação escrito join Issuu.3 - Ao clicar no link você será direcionado para a página de confirmação, clique no botão contendo verify account.4 - Com seu cadastro completo, clique novamente na palavra download, na página ao lado.5 - Faça seu login e o download começará automaticamente.

Com seu cadastro feito, para fazer o download de outras edições da Con-temporaneu, somente clique na palavra download de cada edição e faça seu login.

Leia a Contemporaneu sem estar conectado. Faça o download.

Faça seu cadastro completo e receba a Contemporaneu por e-mail, além de estar automati-

camente concorrendo aos sorteios promovidos pela revista.

Quer aumentar suas chances de ga-nhar? Siga-nos no Twitter e Facebook e participe das promoções!

edito

rial

8 | contemporaneu #06

O trabalho do arquiteto envolve diversas áreas do conhecimento e os mais variados objetos de atuação. Nesta edição #6, por exemplo, temos dois exemplos de linhas de atuação prioritariamente diferentes.

A postura quanto ao meio ambiente: por um lado, a arquitetura a serviço da natureza, preocupada com a inserção de baixo impacto ambiental. O que se vê no projeto urbano chinês é um esforço em defesa do ambiente. Em contraposição, a arquitetura que se protege do mesmo ambiente, das forças naturais muitas vezes catastróficas, e de previsão incerta. É o exemplo da casa à prova de inundações na costa oeste dos Estados Unidos. Esta, uma arquitetura que protege da natureza.Não chegam ao antagonismo, já que, a princípio, toda arquitetura serve de abrigo às intempéries.

Na mesma linha de raciocínio, vemos em relação a bens patrimoniais: o arquiteto que promove uma intervenção em área histórica, inserindo o novo, um edifício comercial, a serviço do cliente. E o que atua para a proteção do patrimônio, na criação de um museu que abrigue um sítio arqueológico. Com objetivos iniciais essencialmente diferentes, ambos podem chegar a resultados semelhantes: melhoria do local de interven-ção, valorização do entorno, maior zelo das pessoas que irão freqüentar os novos espaços e consequentemente, proteção ao patrimônio.

Veremos também o arquiteto-fotógrafo e o arquiteto-cliente, produzindo grandes obras. Um com olhar e as lentes para o passado; o outro cau-teloso com o futuro, em sua casa desmontável.

Equipe Contemporaneu

contemporaneu #06 | 9

Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis Graeff

Fotógrafos desta edição: Adam Mørk, Boris Cvjetanovic, Bruce Damonte, David Franck, Juan Pablo Maza, Masao Nishi-

kawa, Mateus Sá, Paul Czitrom, Shannon McGrath, Toshihiro Sobajima

Agradecimento: Andreas Davidsen, Bráulio Vinícius Ferreira, Bruno Lima,

Elina Tenho, Felipe Tanos, Josip Sabolić, Lucrecia Sodo, Lula Marcondes, Mark

Cashman, Matthew Peek, Megumi Hosaka, Pernille Dam Jensen, Vinicius

Libardoni, Wilko Hoffmann

Ano 01Edição #06

Capa: Insidehouse & Outsidehouse Arquiteto: Takeshi Hosaka Architects

Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:opiniao@contemporaneu.com

Yes Is More: An Archicomic on Architectural EvolutionBjarke Ingels - Evergreen

Disposto em forma de história em quadrinhos, o livro é um catálogo-manifesto-pop que expressa o processo criativo do BIG em 35 de suas obras ao redor do mundo, percorridas desde a prancheta até a construção concluída.

The Green House: New Directions in Sustain-able ArchitectureAlanna Stang, Christopher Hawthorne - Princeton Architectural Press

O livro aborda 29 projetos contemporâneos com soluções criativas que abordam a sustentabilidade em centros urba-nos, subúrbios, desertos em diversos países.

Architecture Materials: ConcreteAngelika Taschen - Taschen

Utilizado tanto em construções quanto em interiores, o concreto é o material mais utilizado em arquitetura. Com grande quantidade de fotos e desenhos técnicos, esta publicação apresenta 25 pro-jetos selecionados pela historiadora da arte Angelika Taschen.

Digital Fabrications: Architectural and Material Techniques (Architecture Briefs)Lisa Iwamoto - Princeton Architectural Press

Com passo a passo de obras criadas digitalmente, o livro des-mistifica e explica 5 técnicas de produção digital em projetos de Hitoshi Abe, SPAN, Office dA, Howeler Yoon, entre outros.

contemporaneu #06 | 11

estante

Agen

da

12 | contemporaneu #06

Mundo

Tens 2011 - IV Simposio Latinoamericano de Tensoestructuras06 a 08/04/2011Montevidéu – Uruguai

World of Concrete18 a 21/01/2011Las Vegas – Estados Unidos

Trienal de Arquitectura de Lisboa14/10/2010 a 16/01/2011Lisboa – Portugal

BrasilFórum EcoTech02 e 03/12/2010São Paulo – São Paulo

Panorama da Arquitetura Uruguaiaaté 07/12/2010Brasília – Distrito Federal

As construções de Brasíliaaté 30/01/2011São Paulo – São Paulo

IV Congresso Estadual de Arquitetos - SP25 e 26/02/2011Bertioga – São Paulo

100 Años de Enseñanza en Arquitectura05 a 07/07/2011Lima – Peru

9º Seminário Docomomo Brasil19 a 22/04/2011Brasília – Distrito Federal

Conc

urso

s

contemporaneu #06 | 13

Arquitetos

Arquitetos e Estudantes

Jump the Gap International Design Contest by Roca 2010-2011Inscrições até 31/01/2011Envio do material até 29/04/2011

2011 Skyscraper Competition Inscrições até 11/01/2011Envio do material até 18/01/2011

Living City Design Competition Inscrições até 1/02/2011

Estudantes

Trimo Urban Crash 2011Inscrições até 31/01/2011

Lofts BoutiqueInscrições até 30/12/2010Envio do material até 15/01/2011

OISTAT Theatre Architecture Competition 2011Inscrições até 11/03/2011

d3 Housing Tomorrow 2011Inscrições até 10/01/2011Envio do material até 20/01/2011

9th Iahh International Student Design Competition 2011Inscrições até 25/01/2011

Concurso Internacional de Ideias - Setores Centrais do Plano Piloto de Brasília – Rumo ao CentenárioInscrições até 18/03/2011Envio do material até 03/04/2011

Concurso Porto Olímpico Inscrições até 27/12/2010

14 | contemporaneu #06

Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para mail@contemporaneu.com

Brasil

Fórum EcoTech02 e 03/12/2010São Paulo – São Paulo

As construções de Brasíliaaté 30/01/2011São Paulo – São Paulo

Panorama da Arquitetura Uruguaiaaté 07/12/2010Brasília – Distrito Federal

IV Congresso Estadual de Arquitetos - SP25 e 26/02/2011Bertioga – São Paulo

9º Seminário Docomomo Brasil19 a 22/04/2011Brasília – Distrito Federal

Mundo

Trienal de Arquitectura de Lisboa14/10/2010 a 16/01/2011Lisboa – Portugal

World of Concrete18 a 21/01/2011Las Vegas – Estados Unidos

agenda

contemporaneu #06 | 15

Estudantes

9th Iahh International Student Design Competition 2011Inscrições até 25/01/2011

Trimo Urban Crash 2011Inscrições até 31/01/2011

Arquitetos

Concurso Porto Olímpico Inscrições até 27/12/2010

Arquitetos e Estudantes

Lofts BoutiqueInscrições até 30/12/2010Envio do material até 15/01/2011

d3 Housing Tomorrow 2011Inscrições até 10/01/2011Envio do material até 20/01/2011

2011 Skyscraper Competition Inscrições até 11/01/2011Envio do material até 18/01/2011

Jump the Gap International Design Contest by Roca 2010-2011Inscrições até 31/01/2011Envio do material até 29/04/2011

Living City Design Competition Inscrições até 1/02/2011

concursos

Takeshi Hosaka ArchitectsFotos: Masao Nishikawa e Toshihiro Sobajima

contemporaneu #06 | 19

Takeshi Hosaka Architects

O arquiteto japonês Takeshi Hosaka tem uma obra sólida e premiada. Com seu escritório em Yokohama, realizou trabalhos explorando temas dos mais variados dentro da arquite-tura. Junto da nova leva de arquite-tos japoneses, Hosaka se esforça para transformar pequenos terrenos, alguns dentro de uma densa malha urbana sufocante, em construções que respiram. Tradicionais caracte-rísticas orientais como a pureza ou mesmo o branco, a relação peculiar com a natureza, as dimensões redu-zidas dos cômodos e as linhas retas seguem acompanhando os projetos deste arquiteto nascido em 1975. O design simples e sóbrio sem se li-gar a uma estética precisa, valoriza a relação entre corpo e experiência

da arquitetura, sem ilusionismo tec-nológico ou retórico. Aqui selecionamos 4 residências construídas nos últimos cinco anos e que entre semelhanças e diferen-ças, comunicam-se com questões relativas à luz, à privacidade, ao aproveitamento dos espaços e às condições atmosféricas. Lidar com as mudanças no tempo parece, na maioria dos casos, uma imposição, uma obrigação sensorial. Enquanto a Love House é um retiro espiritual, a Garden House é uma fusão entre dentro e fora. Enquanto a Inside-House & OutsideHouse é o palco sobre o qual os moradores são intér-pretes de uma performance viva de sua própria rotina, a Acrylic House é a própria protagonista.

contemporaneu #06 | 21

Takeshi Hosaka Architects

Love House [Yokohama, 2005]

contemporaneu #06 | 23

O arquiteto evoca a Gênesis do Velho Testamento ao justificar suas esco-lhas para esta casa de 9 metros de profundidade por incríveis 2,70 me-tros de largura. São considerados os elementos primitivos da natureza, criados por Deus em 6 dias, para compor o programa interno de uma “casa do amor” para um casal em Yokohama: luz e trevas, chamados de dia e noite. Céu, terra e água. Árvores e frutos. Sol, estrelas e lua. Animais. Homem e mulher. É uma caixa, com um corte curvo no teto, por onde passam e penetram o sol e a lua, a água, o luar, os insetos, os pássaros. A curva no teto é seguida pela curva da escada que leva à varanda, à sala e à cozinha. Quarto e banheiro estão embaixo. Uma árvore frutífera, um coelho e um casal completam o con-junto estruturado em madeira. Sem janelas, somente a porta e um bura-co. As mudanças do tempo, a obser-vação e a reflexão são o grande atra-tivo. Uma síntese da Criação, vista da varanda superior, alimentada pela não existência da luz elétrica ou da televisão. Apenas velas, opcionais.

Takeshi Hosaka Architects

24 | contemporaneu #06

Corte Longitudinal

contemporaneu #06 | 25

Takeshi Hosaka Architects

Planta Baixa Pavimento Térreo, Primeiro Pavimento e Cobertura

contemporaneu #06 | 27

Takeshi Hosaka Architects

Acrylic House [Yamanashi, 2006]

Uma obra de arte. Vista de cima, são três retângulos, um inscrito no outro, não concêntricos. Vista de frente são três faixas brancas, flutu-ando levemente uma sobre a outra. A “transparência tanto quanto possível” buscada, consiste na proximidade da natureza [8 saídas ou entradas para o ar puro], garantia de privacidade e transparência total do material. O acrílico é mais transparente do que o vidro, sem juntas, são chapas do-bradas vindas de fábrica; a maior limitada em tamanho para passar em um túnel quando transportada para o local. 20 milímetros que separam o exterior bucólico da vida familiar.

contemporaneu #06 | 31

Takeshi Hosaka Architects

Garden House [Yokohama, 2007]

Uma casa em que se sente ao ar livre. Total integração entre exterior e interior. Todos os ambientes são voltados para o pátio interno, graças à transparência e movimentação dos fechamentos, à leveza do guarda-corpo e à ocupação de duas faces inteiras do terreno triangular. Estru-tura de madeira e concreto armado. Dimensões, materiais, mobiliário e usos semelhantes, dentro e fora, re-forçam ainda mais a falta de ruptura entre os espaços.

32 | contemporaneu #06

34 | contemporaneu #06

Planta Baixa Pavimento Térreo

contemporaneu #06 | 35

Takeshi Hosaka Architects

Planta Baixa Cobertura

contemporaneu #06 | 37

Takeshi Hosaka Architects

Insidehouse & Outsidehouse [Tóquio, 2009]

contemporaneu #06 | 39

Takeshi Hosaka Architects

Duas unidades independentes de dois andares em estrutura de ma-deira. Um movimento fluido entre interno e externo. E também entre interno aberto e interno fechado. Janelas desencontradas, paredes desalinhadas e ambientes abertos só acessados por escadas nem tão acessíveis. Acessadas ou escaladas. Conexão direta entre os dois blocos quase física, mas visual, sonora e ol-fativa. Linhas retas, espaços exíguos, brancos e interior e exterior. Como não poderia deixar de ser.

40 | contemporaneu #06

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

contemporaneu #06 | 41

Takeshi Hosaka Architects

Planta Baixa Cobertura

Corte Longitudinal

urbano

Em 2007 a cidade chinesa de Wuxi foi destaque nas manchetes interna-cionais devido a um problema que enfrentava: a enorme quantidade de algas azuis no Lago Taihu, principal fornecedor de água para a cidade. A população passou por diversas dificul-dades por conta da falta de água po-tável e para higienização.Com mais de 5 milhões de habitan-tes, segundo contagem do ano 2000, Wuxi se mantém em processo de

crescimento residencial e industrial, expandindo os limites urbanos. Hoje, porém, com grande preocupação am-biental.O novo empreendimento da Sunshine 100, empresa do ramo imobiliário, apresenta técnicas de baixo impacto ambiental, elaboradas a partir de um concurso para o qual escritórios foram convidados para desenvolverem um novo bairro na cidade.

contemporaneu #06 | 47

Tian Yi Town

urbano

Vencedores do concurso, os arquite-tos dinamarqueses do SHL junta-mente com o também dinamarquês PK3 Landscape Architects e os en-genheiros do WSP FLACK, projetaram um complexo de edifícios residenciais e comerciais, equipamentos de lazer, saúde, cultura e educação. Nada me-nos do que o necessário para receber os 15 mil novos moradores.Dispostos em 780.000 m2, as 9 mil novas residências ocupam uma antiga porção de terras alagadiças em meio à zona industrial e estão organizadas

de maneira que os moradores pos-sam atingir todos os equipamentos, prédios comerciais, serviços e mora-dias em poucos minutos a pé ou por meio de ciclovia. A pretensão, assim, é diminuir a utilização de automóveis e melhorar a qualidade de vida.O desenho, não convencional para um empreendimento imobiliário, acabou sendo um dos maiores atrativos. Os blocos alinhados no eixo leste-oeste e com alturas diferentes, proporcionam uma maior incidência solar nos edifí-cios e nas áreas de lazer. Isso possibi-lita também a criação de terraços in-dependentes para os apartamentos de cobertura e o posicionamento de pai-néis fotovoltaicos nas mesmas. Com o formato em ziguezague dos blocos e sua posição adequada, cria-se uma barreira para o vento noroeste, pre-dominante no inverno, protegendo as áreas de lazer. Por outro lado, possi-bilita a passagem do proveniente de leste, predominante no verão.Rodeado por rios, o novo bairro será abastecido por suas águas, passando por um sistema de tratamento de água por vegetação [conhecido como “wetland construído”], proporcionan-do, juntamente com o extenso plantio de árvores, áreas gramadas e cór-regos entre os blocos, temperaturas amenas no verão e baixo impacto no microclima urbano.

Tian Yi Town

PARALELAS

PONTA A PONTA

PONTO DE FUGA CELESTE

REVERSA

LUZ E SOMBRA

CONCORDÂNCIA

VISTA LATERAL

envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a

Contemporaneu.

projetos

74 | contemporaneu #06

90 m2

Segundo estudos realizados na Uni-versidade do Sul da Califórnia, esta região já recebeu cerca de 20 tsuna-mis nos últimos dois séculos. Além disso, o mapa de inundações pro-venientes de tsunamis, provocados pelo movimento de placas tectônicas ou massas de água, prevê risco em toda a costa.Preocupado com o futuro da pacata praia californiana, o proprietário en-comendou ao escritório com base em São Francisco, uma casa de fim-de-semana para casal com uma filha e que fosse à prova de inundações provocadas por tsunamis, chuvas e aumento do nível do mar. Tudo isto em um pequeno terreno compar-

tilhado com uma casa de praia da década de 40.Com a intenção de preservar o edifício preexistente e seguindo as diretrizes para este tipo de arquite-tura, o escritório construiu ali o pro-tótipo desenvolvido de construção à prova de inundações.As diretrizes projetuais para este modelo de construção determinava a altura mínima de 3,65 m para o pavimento térreo e limitava o se-gundo pavimento a 42 m2 construí-dos. O escritório utilizou dessa área, 32m2 na construção de decks em balanço. O principal deles contém a escada, fazendo o acesso dos níveis inferior / superior.

Casa à prova de inundações

90 m2

contemporaneu #06 | 77

A casa antiga contém as funções sociais da residência, como sala de jantar, estar e cozinha. Já a nova construção abriga, no pavimento tér-reo, um espaço livre que pode ser tanto área de lazer quanto garagem. O fechamento deste pavimento é feito com placas de madeira móveis, que podem ser levantadas em caso de inundação para permitir a circu-lação da água e servem de platafor-mas de acesso.

Casa à prova de inundações

Casa à prova de inundações

Literalmente ancorada, a construção possui 8 pilares sobre fundações es-tilo radier, leve para flutuar sobre o solo, mas pesada o suficiente para segurar a construção contra o im-pacto das ondas.A ventilação natural é feita através das aberturas nas quatro fachadas, sendo desnecessários equipamentos de ventilação nos dias quentes. As ripas de madeira da escada que fe-cham o deck em balanço, permitem a circulação do ar e barra parcial-mente a incidência solar.

Construído em steel frame e ma-teriais encontrados na região, o protótipo pode ser reproduzido em diversos países de forma rápida e econômica, constituindo uma alter-nativa às residências convencionais em regiões com risco de inundações.

contemporaneu #06 | 81

Casa à prova de inundações

84 | contemporaneu #06

90 m2

Implantação

contemporaneu #06 | 85

Casa à prova de inundações

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Pavimento Térreo

88 | contemporaneu #06

92 m2

A rua que abriga exemplos de ar-quiteturas das diversas décadas do século passado esconde, por trás de uma singela fachada branca com esquadrias amarelas, a recém termi-nada Casa Mixcoac. Construída sobre o terreno de uma antiga residência, os arquitetos optaram por manter a fachada original conversando com o entorno.Um projeto aparentemente tímido. Atravessando o portão que um dia foi marrom, porém, depara-se com um jogo impressionante de ilusão de ótica provocado unicamente pelo pro-jeto.No pavimento térreo, metade dos poucos mais de 100 m2 do terreno é ocupada por um bloco rasgado em uma das laterais do teto para a entra-da de iluminação. Contém a sala de jantar e estar, cozinha, uma suíte e um escritório - este último localizado na parte frontal, utilizando a antiga janela para a rua como sua abertura. No nível superior, um polígono irregu-lar que rotaciona até cobrir parte do jardim. O restante do terreno é ocu-pado por um jardim, mas não um jardim qualquer. Analisando os de-senhos e fotos, percebe-se que, apa-rentemente, o terreno possui muito mais que 17 metros de profundidade.

contemporaneu #06 | 91

Casa Mixcoac

A impressão de maior comprimento do jardim é causada por diversos fa-tores combinados que enganam nos-so olhar. O jardim é inclinado, sendo elevado 75 centímetros nos fundos do terreno. Contribuindo para este aspecto, a laje do bloco do pavimento térreo segue um ponto de fuga força-do. Assim como a esquadria da jane-la, que acompanha a distorção e se estende por toda a parede voltada à área gramada. A modulação do vidro, por fim, diminui progressivamente à medida em que a janela se afasta do observador. Está completa a ilusão.Somente são visíveis a antiga fachada e duas pequenas janelas do bloco su-perior, sem que se imagine que este se abre para nordeste, ficando prote-gido dos olhares de terceiros. Neste pavimento, que tanto preza pela indi-vidualidade, está apenas o quarto do casal e um banheiro, que empresta suas aberturas para a rua.

92 | contemporaneu #06

92 m2

Término da Obra: 2006Área construída: 92 m2

Projeto: PRODUCTORA e FRENTE/Juan Pablo MazaColaboradores: David Ortega, Gabriela Mo-rales, Verónica Espinosa, Jair CalderónEng. Estrutural: Oscar Trejo

contemporaneu #06 | 93

Casa Mixcoac

Planta Baixa Pavimento Térreo Primeiro Pavimento Cobertura

Corte Longitudinal Corte Transversal

Residência no DerbyO Norte

Recife, BrasilFotos: Mateus Sá

Residência no Derby

A Residência no Derby é resultado de duas etapas.No ano de 2003, foi concluído o pro-jeto da casa desmontável com dois blocos e sistema estrutural misto. Al-venaria e concreto nas áreas molhadas e sistema pré-moldado de madeira nas áreas de convívio. Quatro meses foram necessários para construir cada um destes blocos.Cinco anos depois, foi finalizada a re-forma com acréscimo de área: adição de um novo pavimento com mais dois quartos e uma torre anexa de banheiro e caixa d’água, em estrutura de con-creto.

contemporaneu #06 | 99

Residência no Derby

Com aparência de uma casa na árvore, a residência, na verdade, está entre as árvores. O projeto, vencedor da pre-miação anual do IAB/PE na categoria “residência familiar”, é de autoria do O Norte – Oficina de Criação. Mais do que um escritório convencional de arquite-tura, é uma agência multidisciplinar dirigida pelos arquitetos Bruno Lima, Lula Marcondes e Chico Rocha, além de Lucia Duncan, que conta com uma formação abrangente: é formada em Estudos de desenvolvimento econômi-co, social e político e tem mestrado em cinema. A criação do grupo transita pelas áreas de artes visuais, design, vídeo, eventos e, claro, arquitetura. A sede é localizada no Recife, precisa-mente onde já funcionou um dia a Revista do Norte, primeiro periódico de arte e cultura do norte-nordeste. A construção da sede do escritório, foi, além do primeiro projeto do grupo, importante por batizar a oficina em homenagem à antiga publicação.A casa foi projetada para ser a mora-dia de um dos arquitetos d’O Norte, Bruno Lima. Por estar em uma área de franca verticalização da capital pernambucana, a ideia foi fazer uma casa desmontável, baseada em peças pré-fabricadas, tendo em vista uma fu-tura negociação do terreno. Assim, a casa poderia ser transferida para outro endereço. Usando apenas cinco dife-rentes seções de madeira, o material

100 | contemporaneu #06

150 m2

Término da Obra: 2003Reforma: 2008Área construída: 150 m2

Área do Terreno: 350 m2

está presente na estrutura, nos brises, no assoalho e nos fechamentos.Organizada em 3 blocos, a edificação gera espaços confortáveis e tem um aspecto visual muito interessante. O bloco que faz a divisa com o terreno vizinho é todo de concreto e alvenaria e concentra área de serviço, banhei-ros e cozinha. Encostado à sua frente, está o corpo estruturado em madeira [6 pilares sustentam as áreas sociais e íntimas] com fundação de concreto. Este bloco é suspenso do chão, cri-ando, portanto, garagem e varanda no térreo, e abriga salas, área de estudo e quartos nos andares superiores. No centro dele, no pavimento térreo, há um corredor por onde se dá o acesso à casa e o eixo de circulação vertical. Este corredor é delimitado por cobogós cerâmicos, que permitem fluidez visual e de ar. O terceiro bloco, somente fi-nalizado em 2008, é a torre com o banheiro e caixa d’água. O banheiro é acessado pelo novo pavimento su-perior através de uma passarela a 6 metros do solo, ficando na exata altura das copas das árvores do terreno, anti-gamente uma fazenda.Uma arquitetura talvez provisória pelas circunstâncias, mas permanente pela qualidade.

102 | contemporaneu #06

150 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo Planta Baixa Primeiro Pavimento

Corte Transversal Corte Longitudinal

contemporaneu #06 | 103

Residência no Derby

Planta Baixa Primeiro Pavimento Planta Baixa Segundo Pavimento

Fachada Noroeste

250 m2

Terreno em leve aclive, funções pri-vativas nas pontas e comuns no cen-tro, com pé-direito alto e conectando diretamente sala, cozinha, lareira e piscina. Assim é o esquema bási-co desta residência localizada em Bellevue Hill, uma região arborizada e residencial no subúrbio, a sudeste de Sydney, Austrália.O projeto é do MCK Architects, que

soube respeitar e explorar os anseios dos então futuros moradores: um casal com três crianças. A vitalidade do espaço comum remete à juven-tude de um dos proprietários. Criado no Líbano, quis reavivar aquela at-mosfera de haver um “coração da casa”, amplo e central, onde todos se unem para o estar, o lazer e as refeições, em família.

108 | contemporaneu #06

250 m2

Outro exemplo da simbiose entre profissional e cliente é a cor escolhi-da para o volume do quarto de hós-pedes. Enquanto o arquiteto decidia pelo marrom, o casal sugeriu cores vivas exibindo um livro com obras do mexicano Luis Barragán [1902-1988]. Foram atendidos e o volume, logo na entrada, passou a rosa.Com aproximadamente 280 metros quadrados, a casa tem um programa generoso e a disposição dos cômo-dos foi assim definida: três quartos para os três filhos nos fundos da casa, a meio nível acima do térreo. Quase sobre eles, um quarto de brin-car + sala de TV. No outro extremo, a parte frontal, estão a suíte para hóspedes e a suíte principal. Acima desta última, um escritório e uma varanda sobre a piscina. Um corre-dor aberto por sobre a sala, e aces-sado por trás da lareira, faz a ligação entre os ambientes superiores.Discreto e com soluções pouco com-

plexas, a casa consegue chamar a atenção pelos detalhes e pelo êxito no exercício de orientar ambientes e acessos, aglutinar ou separar es-paços e combinar de forma simples cores e texturas. O quintal gramado é livre para as crianças brincarem. A piscina fica ao norte para ser contem-plada com muita insolação durante todo o dia. O corredor de acesso aos quartos se abre dos dois lados, com portas de correr, criando ventilação cruzada e integrando os ambientes ao exterior nas faces norte e sul.Na fachada principal, o rosa à la Bar-ragán coexiste com a permeabilidade visual de uma trama de madeira, muros baixos de tijolos e jardim. Por dentro, o tijolo convive com a ma-deira do teto e o cinza do piso, da lareira e da bancada da cozinha. A casa que é, por vezes térrea e por vezes assobradada é coberta por um plano único que se contrapõe ao piso de diferentes níveis.

contemporaneu #06 | 109

Casa Mallat

contemporaneu #06 | 111

Casa Mallat

Casa Mallat

114 | contemporaneu #06

250 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

contemporaneu #06 | 115

Casa Mallat

Fachada Leste

Corte Longitudinal

Corte Longitudinal

Museu de Arqueologia de Naronaradionica arhitektureVid, CroáciaFotos: Boris Cvjetanovic

118 | contemporaneu #06

1200 m2

As construções em pedra que circun-dam o museu revelam um pouco da história da pequena Vid, com seus pou-co mais de 800 habitantes. Descoberta como sítio arqueológico no século XIX, a cidade croata se localiza próxima à fronteira da Bósnia e Herzegovina.Inicialmente um porto grego para o mar Adriático, Narona, como era chamada a cidade, foi fundada em 4 a.C. Tornou-se, após as invasões, uma importante

colônia romana com aproximadamente 17 mil habitantes e importantes cons-truções, tais como forum, termas, tem-plos e teatro.Desocupada desde o século 4 d.C, a ci-dade começou a se desenvolver nova-mente apenas no século XVII, quando grande parte das construções romanas já estava em ruínas ou soterradas pela mudança natural do curso do rio.

contemporaneu #06 | 119

Museu de Arqueologia de Narona

Nos anos de 1995 e 1996, durante es-cavações, foi descoberto um templo dedicado ao imperador romano Augus-tus, com diversas estátuas feitas em mármore grego. O governo decidiu não só preservar as estátuas encontradas, mas também as ruínas do templo, com a construção do Museu de Arqueologia de Narona.O projeto ficou a cargo do escritório croata Radionica Arhitekture, com sede em Zagreb. Foram 3 anos de projeto para chegar a uma forma que valorizasse o interior, protegendo o patrimônio encontrado no local, com um programa de necessidades muse-ológico e que respeitasse o entorno sem danificar as áreas contíguas - já que apenas 5% das escavações foram feitas na cidade.A construção de seus 1.200 m2 foi feita em apenas um ano, contando com es-trutura metálica e fechamentos [latera-is e posterior] em alvenaria. A fachada frontal conta com um conjunto de esca-das feitas em concreto armado que dão acesso aos terraços. Estes servem de espaços de contemplação à área que um dia foi cenário do Império Romano.A entrada do museu é feita por um pavimento semi-enterrado, único pavimento a conter a fachada frontal de vidro exposta. Os outros possuem placas em ângulo servindo como brises protegendo a incidência solar provinda

122 | contemporaneu #06

1200 m2

do sul. Outra forma de acesso é por uma escada / arquibancada localizada na porção sudeste do terreno, que, no projeto original, daria em um café. A existência de diversos estabelecimen-tos do mesmo tipo nas proximidades e a necessidade de haver um auditório nas dependências do museu, porém, levaram a uma mudança programática.

124 | contemporaneu #06

1200 m2

Projeto: 2001-2004Término da Obra: 2008

Área construída: 1200 m2

Arquitetura: radionica arhitekture / Goran RakoEquipe de projeto: Mario Beusan, Blanka

Gutschy, Goran Rako, Nenad RavnicEng. Estrutural: Branko Galic

O museu, hoje, acomoda cerca de 900 peças [incluindo 17 estátuas] encon-tradas na cidade, fruto de sucessivas escavações nos últimos dois séculos, e estão dispostas em vitrines de vidro, sob o piso ora em vidro, ora em grades de aço, e na praça formada pelo recuo da construção.

Museu de Arqueologia de Narona

Planta BaixaCorte Longitudinal

3654 m2

É em meio ao centro histórico de Hamburgo, Alemanha, que o arquite-to alemão J. Mayer H. desenvolve o projeto Steckelhörn 11. Com 45 anos de idade e apenas 14 de escritório, é o recém vencedor do prêmio Audi Urban Future Award e já está na lista dos “starchitects”. Provavelmente o único alemão a ocupar esta posição. Não é para menos, há 7 anos rece-beu o prêmio de arquiteto emer-gente no Mies Van der Rohe Award.

contemporaneu #06 | 131

S11

Seus projetos são conhecidos mun-dialmente, a exemplo da residência dupli.Casa e a Stadt.Haus e as for-mas utilizadas são, tão somente, reflexo de um pensamento livre e interdisciplinar que caminha lado a lado com a arquitetura digital.O projeto é desenvolvido sobre o terreno de um antigo edifício em ruínas, de 960 m2. Suas limitações são nítidas se visto de cima: a maior testada frontal tem 26,4 metros con-tra 1,9 metro da posterior. Lateral-mente, para acompanhar os pátios internos dos edifícios, possui reen-trâncias com janelas, aumentando a iluminação natural e ventilação nos pavimentos.Próximo ao Hafen City, o edifício ex-clusivamente comercial tem, em sua fachada, proeminências abauladas em alumínio, onde estão as janelas, rasgadas pelo revestimento cerâmi-co. Sua altura conversa diretamente com os edifícios vizinhos e os recuos provocados nos últimos pavimentos formam sacadas na fachada princi-pal.

134 | contemporaneu #06

3654 m2

A quase ausência de quinas retas é uma característica da obra atual do arquiteto alemão e está amplamente presente neste projeto. As escadas, fachadas externas e até mesmo o encontro do pilar com a laje são fei-tos desta forma, fluida e continua.

136 | contemporaneu #06

Projeto: 2007-2009Término da Obra: Outubro de 2009Área construída: 3654 m2

Área do terreno: 960 m2

No de pavimentos: 8Altura do edifício: 32,5 m

Arquitetura: J. MAYER H. ArchitectsSupervisão da obra: Imhotep, Donachie e Blomeyer com Dirk ReinischEng. Estrutural: WTMMaquete: Werk5

3654 m2

Com a pretensão de ser um ponto de referência para o centro histórico, é construído em concreto armado e possui no total 10 pavimentos, sendo o estacionamento no sub-solo. No térreo, entrada do edifício. Nos demais andares, o prédio possui amplas salas comerciais com planta livre. O último pavimento é ampla-mente iluminado por meio de clara-boias e portas dos terraços.

138 | contemporaneu #06

3654 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

contemporaneu #06 | 139

S11

Planta Baixa Pavimento Tipo

140 | contemporaneu #06

3654 m2

Planta Baixa Ático

contemporaneu #06 | 141

S11

Corte Longitudinal

Banco de Middelfart3XN ArkitekterMiddelfart, DinamarcaFotos: Adam Mørk

contemporaneu #06 | 145

Banco de Middelfart

Middelfart é uma cidade portuária na costa do extremo noroeste da ilha de Fyn [ou Fiônia], uma das maiores ilhas dinamarquesas. O nome da ci-dade tem uma interessante explica-ção. No passado, três eram os pon-tos por onde embarcações náuticas realizavam a travessia do estreito de Lillebælt, rumo à península da Jut-lândia. Ao norte, a cidade de Stribs; ao sul, Føns. Entre as duas, é onde hoje está Middelfart, cujo significado é “passagem central”. A cidade, de menos de 50 mil habitantes, possui localização estratégica. Por ali passa a linha de trem que liga a Jutlândia à Capital e é o meio do caminho en-tre as quatro principais cidades do país: Copenhague, Odense, Aarhus e Aalborg, distribuídas entre duas grandes ilhas e a área continental. A Dinamarca possui mais de 400 ilhas, sendo 83 habitadas.83 também é o número de clara-boias triangulares da nova sede do Banco de Middelfart. O projeto é do 3XN Arkitekter, escritório fundado em 1986 pelos arquitetos Herfortth Kim Nielsen, Lars Frank Nielsen [só-cio até 2002] e Hans Peter Svendler Nielsen [sócio somente até 1992], conhecido inicialmente como ”3 x Nielsen”.

Com este projeto, os arquitetos do 3XN conseguiram um resultado compatível às aspirações da insti-tuição financeira que os contratou: que proporcionasse um novo espaço público para os cidadãos locais, um bom ambiente para os emprega-dos e que representasse um ícone arquitetônico dentro desta área de marinas e em processo de transfor-mação.O terreno, com vista para o canal, é quase vizinho à KulturØen [Ilha da Cultutra], um complexo na bor-da d’água, de autoria do SHL e que combina biblioteca, cinema, centro de informações turísticas e restau-rante panorâmico. Nesta bela área à beira do mar é possível avistar, além do continente dinamarquês, as duas pontes responsáveis pela alcunha ”cidade das pontes”, como é conhecida a cidade. À esquerda, uma ponte treliçada por onde passa a linha férrea, e à direita, a ponte pênsil com a autoestrada.Além do aspecto contemporâneo do novo banco, a edificação promove um respeitoso diálogo com os edifí-cios vizinhos, ao segui-los em rela-ção a escala e altura e ao diminuir à medida em que se aproxima do espaço público.

146 | contemporaneu #06

5000 m2

O telhado é especialmente projetado para emoldurar uma visão desimpe-dida da orla ao mesmo tempo em que protege o interior da luz solar direta, uma feliz ação coordenada entre design e funcionalidade. Sob a estrutura de madeira que sustenta a cobertura, um grande espaço mul-tifuncional. Estão ali uma pequena livraria, um café, um agente imobi-liário e os caixas, todos dispostos em volta de um saguão central, acessado por uma praça. As estações de trabalho do banco estão localizadas em três platôs in-ternos, interligados por escadarias

largas, que por vezes são como arquibancadas. Estas e mais o sa-guão central, incentivam a interação -seja em reuniões informais, seja em momentos de descontração- das pessoas que trabalham ou visi-tam o edifício. A forma triangular é onipresente sem ser maçante. Está na cobertura, na praça, na estrutura em “V”, na decoração e no piso de granito do térreo, onde estão crava-dos seis ”caleidoscópios” - uma arte-instalação feita sob encomenda, de autoria do renomado artista Olafur Eliasson.

contemporaneu #06 | 147

Banco de Middelfart

148 | contemporaneu #06

5000 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

contemporaneu #06 | 149

Banco de Middelfart

Planta Baixa Primeiro Pavimento

150 | contemporaneu #06

5000 m2

Planta Baixa Segundo Pavimento

contemporaneu #06 | 151

Banco de Middelfart

Planta Baixa Terceiro Pavimento

152 | contemporaneu #06

5000 m2

Corte Transversal

Corte Longitudinal

contemporaneu #06 | 153

Banco de Middelfart

projetos de estudantes

projetos de estudantes

156 | contemporaneu #06

Nome: Vinicius Libardoniemail: vlibardoni@yahoo.comCidade: Florianópolis, SC

Disciplina: Proyectos 8 - Unidad VicensPeríodo: Intercâmbio da Universidade Federal de Santa CatarinaInstituição de ensino: Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid - Universidad Politecnica de MadridProfessores: Ignacio Vicens e José Antonio Ramos

Biblioteca Digital

O que seria uma biblioteca digital senão um espaço de leitura, quando já não é necessário o tradicional es-paço físico de armazenamento?Mas uma continuidade desta nova tipologia, que aparece como uma resposta ao livro digital, dependerá mais de uma mudança cultural do que do próprio desenvolvimento tec-nológico.Um edifício introvertido que se trans-forma em um espaço de instros-pecção, um espaço de leitura por excelência. Concebido desta forma por dois motivos principais: o mate-rial deveria ser unicamente concreto e o espaço, exclusivamente para lei-

tura e reflexão. A limitação imposta pelo material logo se transforma em uma virtude quando associada com o programa do edifício. Um edifício produto da relação espaço-forma.O edifício comunica sua essência desde seu exterior: fechado e vazio. O movimento produzido pelo desa-linhamento dos planos das fachadas é nada mais do que o resultado das aberturas não convencionais que buscam incorporar a luz de diferen-tes maneiras ao interior do edifício. A luz como elemento de configuração dos espaços interiores e da forma exterior.

projetos de estudantes

158 | contemporaneu #06

projetos de estudantes

contemporaneu #06 | 159

Vinicius Libardoni

160 | contemporaneu | novembro 2010

projetos de estudantes

Fachada Sul

contemporaneu #06 | 161

Vinicius Libardoni

Implantação

162 | contemporaneu #06

projetos de estudantes

Corte Transversal Corte Longitudinal

Planta Baixa Subsolo Planta Baixa Primeiro Pavimento Planta Baixa Segundo Pavimento

contemporaneu #06 | 163

Vinicius Libardoni

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Segundo Pavimento Planta Baixa Terceiro Pavimento Planta Baixa Quarto Pavimento

164 | contemporaneu #06

Nome: Felipe Tanos e Daniel P. dos Santosemail: felipe_tanos@hotmail.comCidade: Paulínia, SP

Disciplina: Projeto ArquitetônicoPeríodo: 8o

Instituição de ensino: Universi-dade Paulista - UNIP (Campinas)Professora: Maria Cláudia Oliveira

Equipamento Sócio Educativo Cultural

Aberto e comunicativo, acessível e dinâmico, foram as palavras conce-bidas como partido do projeto “Equi-pamento Sócio Educativo Cultural”.A área de intervenção está situada na Av. da Saudade entre a Rua Álvaro Ri-beiro e a Rua Jorge Harrat, Campinas-SP.Frente à praça das águas, o projeto tem características de extensão da mesma, por meio de um recuo de 15 metros para a elaboração do espaço aberto para a esquina.O corpo principal e suspenso da edi-ficação produz uma área de convívio aberta para a praça, sendo esta posta em forma de lâmina à extensão do ter-

reno e oferece centralidade de todos os equipamentos em seu meio, de fácil acesso e comunicação. Proposto como biblioteca, o corpo principal eleva-se, evitando o nível de poluição sonora e articula-se com vista para praça.Recuado 7 m do fundo da área, pro-jeta-se uma área verde, fornecendo maior privacidade para as casas pre-sentes.Projetado de maneira integrada, o eq-uipamento sócio educativo cultural, di-vide-se em dois pavimentos, que como um todo, uni-se a área proposta, com possibilidade de espaços de convívio externo e interno, de maneira aces-

projetos de estudantes

Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

contemporaneu #06 | 169

sível, onde todos os principais acessos contém rampas e sanitários adaptados.Tendo como acesso principal, a entra-da pela praça seca (seguindo a mesma característica da praça das águas), situada na esquina da Av. da Saudade com a Rua Álvaro Ribeiro, tem como objetivo criar um espaço de convívio externo, onde a escada presente ganha papel de bancos voltados para

a esquina. Definido como espaço aberto e co-ber-to pelo volume superior, situa-se a área de convívio/expositivo, entre o bloco que contém o telecentro, sanitários e apoio, seguindo a Rua Álvaro Ribeiro, e a sala de múltiplo uso, ao lado da Rua Jorge Harrat, com o intuito de junção, integração e comunicação dos espaços.

Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

170 | contemporaneu #06

Em seu pavimento superior, localiza-se a biblioteca junto à administração e sanitários, acessados por meio de uma rampa. Os sanitários dos pavimentos térreo e superior estão ali-nhados à caixa d’água gerando maior aproveita-mento de maneira racional. A biblioteca divide-se em espaço de lei-tura (externo/interno), sala de controle junto à entrada e acervo em sua cen-tralidade. O bloco levemente aberto em ângulo possibilita a vista da praça em frente. Brises fixos foram postos em sua fachada frontal e no entorno de seu corpo, controlando a entrado de sol tanto na área de convívio quanto na biblioteca. Em sua lateral painéis de madeira móveis, junto à porta de cor-rer para a varanda, tem como papel o controle manual do sol. Como forma de ventilação, foram projetados rasgos contra as portas de correr, fornecendo ventilação cruzada em todo o ambi-ente.Seguindo pela Rua Jorge Harrat, onde encontramos o maior desnível do ter-reno, são propostos taludes de ma-neira irregular, contida por muros de arrimos, o que possibilita formas diver-sificadas de bancos no mesmo, dando frente para praça interna de deck de madeira legalizada.Recuado 7 m do fundo da área, encon-

projetos de estudantes

contemporaneu #06 | 171

tra-se a área verde, que contribui para maior privacidade das casas presentes, este tem características de separação e proporciona o aumento de arborização para a edificação. Sua estrutura simplificada, conta com três pilotis junto à uma parede estru-tural, que são travadas por duas vigas invertidas, elevando o corpo principal (biblioteca).

Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

Visando a possibilidade de implantação em demais terrenos (compactando-se ou alongando-se tanto na vertical quanto na horizontal), com conceito de centralidade dos equipamentos (co-municação), condiciona-se mais de um acesso à edificação de caráter público.

Implantação

172 | contemporaneu #06

projetos de estudantes

Planta Baixa Pavimento Térreo

contemporaneu #06 | 173

Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

Planta Baixa Primeiro Pavimento

174 | contemporaneu #06

projetos de estudantes

Corte Transversal

Corte Longitudinal

Fachada Noroeste

contemporaneu #06 | 175

Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

projeto de concurso

projeto de concurso

Arkkitehtitoimisto K2S OyEspoo, Finlândia

Orkidea

contemporaneu #06 | 181

Orkidea

A tendência do aumento no número de idosos em países como a Finlândia traz a necessidade de reconsiderar os tratamentos feitos para tal faixa etária. Repensar hospitais como espaços de promoção de saúde e não apenas como cura de doenças é um dos preceitos que a prefeitura de Espoo, Finlândia, utilizou ao lançar o concurso de projetos para a construção de um novo centro de Puo-larmetsä. O foco seria essencialmente os idosos e também a população local, em diversas faixas etárias.

Ocupado em pequena parcela por um pequeno hospital da década de 70, o terreno fica em meio a uma floresta de pinheiros e próxima a áreas de de-senvolvimento recente. Por se tratar de uma região predominantemente resi-dencial, o novo hospital teria que não apenas servir para atender aos pacien-tes, mas também criar uma relação de convívio com a comunidade.Com um programa de necessidades complexo, o escritório finlandês K2S criou um edifício de 56.000 m2 com for-mas livres, aproximando-se de pétalas, o que inspirou seu nome: “Orkidea”.

182 | contemporaneu #06

concurso

e o prédio de moradia com 5 pavimen-tos. Todos unidos a mais um bloco de 2 pavimentos, com jardim interno e res-taurante. Esta ligação permite o rápido deslocamento dentro do complexo, que possui as áreas sociais e moradias longe da área de tratamento de pacientes.Os blocos localizados ao sul do existente possuem no seu pavimento térreo áreas de convívio, academia, cinema, espaços integrados com a natureza, consultórios e, nos demais pavimentos, leitos para tratamentos dos idosos.

Os arquitetos optaram por construir o novo edifício na parte sul do terreno, in-tegrando o bloco antigo, acrescentando 2 pavimentos como moradia para ido-sos e permitindo que as adjacências fossem ocupadas por área residencial. É também no edifício existente que es-tão previstos loja, creche, auditório, en-fermaria e área de saúde bucal, todos no térreo, e a administração no primeiro pavimento.O conjunto de edifícios é caracterizado por 5 blocos com 3 pavimentos cada um

contemporaneu #06 | 183

Orkidea

A utilização do subsolo foi devido à necessidade de entradas isoladas para carga e descarga, usuários do hospital e ambulâncias. É neste pavimento que estão as duas primeiras, além de labo-ratórios, apoio, vestiários, arquivos, al-moxarifado, farmácia e túnel de acesso à capela.Os grandes jardins internos dispostos nos blocos, além de permitirem grande contato com a natureza, são respon-sáveis pela entrada de iluminação na-tural, crucial à qualidade do ambiente para os que ali moram, trabalham ou estão internados. Como no inverno a luz do dia é de aproximadamente sete horas diárias, tenta-se aproveitá-la ao máximo com fachadas de vidro em to-dos os sentidos, sendo que nas áreas voltadas a sul, estas possuem mar-quises para proteção da incidência solar direta.A área de residência possui 107 aparta-mentos conectados por grandes corre-dores que criam áreas de convívio como foyers funcionais que apresentam di-versos tipos de recreação e reabilitação. Todas as circulações, vias de acesso, consultórios, quartos de tratamento e residencial serão acessíveis a portado-res de necessidades especiais.O projeto foi vencedor de um concurso de arquitetura em duas etapas, com-petindo com outros 41 projetos de di-versos países. A previsão de inaugura-ção é 2014.

Implantação

contemporaneu #06 | 189

Orkidea

Planta Baixa Subsolo

190 | contemporaneu | novembro 2010

concurso

novembro 2010 | contemporaneu | 191

Orkidea

Planta Baixa Pavimento Térreo

contemporaneu #06 | 193

Orkidea

Planta Baixa Primeiro Pavimento

contemporaneu #06 | 195

Orkidea

Planta Baixa Segundo Pavimento

contemporaneu #06 | 197

Orkidea

Planta Baixa Quarto e Quinto Pavimento

edições anteriores

#05Arkitektfirmaet C. F. MøllerVaajakoskiCasa Bistrica - I/O architectsCasa Deslizante - dRMMCasa Mirante do Horto - Flavio Castro20th Street Office - Belzberg ArchitectsAmpliação do Centro Willem Felsoord - Möhn + Bouman ArchitektenTRT 18a Região - Corsi Hirano Arquitetos

#04Estudio Borrachia ArquitectosHafencityCasa Viguet - NDC ArquitecturaCasa Kilian - GassCasa Dobrada - X ArchitektenResidência Hof - Studio GrandaAmpliação do Museu Sacro de Adeje - Fernando MenisHet 4th Gymnasiunm - HVDN

BIG - Bjarke Ingels GroupSimcoe WaveDeck - West 8 e DTAHRefúgio São Chico - Studio ParaleloCasa em São Paulo - Affonso Risidupli.casa - J. Mayer H. ArchitectsJardim de Infância Medo Brundo - Njiric + Arhitekti d.o.o. Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti

Behnisch ArchitektenProyecto Madrid RíoCasa nas ruínas - NRJACasa D - Sadar VugaResidência TDA - Cadaval & Solà-MoralesResidência VVA em Wortel - dmvAKoltsari - KosmosEscola Enter - K2S ArchitectsMechatronik - Caramel Architekten

3LHDMPreis SupermercadosCityLife - MilãoCasa JD - BAK ArquitectosEmbaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects46 Habitações Sociais - ACXTUniversidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects

#01

#02

#03

envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a

Contemporaneu.

Recommended