Crescimento e Desenvolvimento Feminino. · A intuição é o tesouro da psique da mulher. ... no...

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1

Crescimento e

Desenvolvimento

Feminino.

Psicólogo Agostinho Busato.

Crp 08- 04127.

O resgate da intuição:

A intuição é o tesouro da psique da mulher.

Ela é como um instrumento de adivinhação,

como um cristal através do qual se pode ver

com uma visão interior excepcional. Ela é

como uma velha sábia que está sempre com

você, que lhe diz exatamente qual é o

problema, que lhe diz exatamente se você

deve virar à esquerda ou à direita. Ou

mesmo como uma criança sagrada, que vive

em nossa interioridade e nos ensina os

caminhos da vida.

2

As mulheres saudáveis têm certas

características psíquicas em comum: percepção

aguçada, espírito brincalhão e uma elevada

capacidade para a devoção. Para a busca do

sagrado. As mulheres são gregárias por

natureza, curiosas, dotadas de grande

resistência e força. São profundamente

intuitivas e têm grande preocupação para com

seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Sabem

cuidar. Tem experiência em se adaptar a

circunstâncias em constante mutação. Têm uma

determinação feroz e extrema coragem.

3

Destrói o feminino: Recear aventurar-se

ou revelar-se, temer procurar um

mentor, mãe, pai, temer exibir a própria

obra antes que esteja perfeita, temer

iniciar uma viagem, recear gostar de

alguém ou dos outros, ter medo de não

conseguir parar, de se esgotar, de se

exaurir, perder a energia diante de

projetos criativos, encolher-se,

humilhar-se, ter angústia,

entorpecimento, ansiedade.

4

A saúde psíquica da mulher implica

delimitar territórios, encontrar seu grupo,

ocupar nosso corpo com segurança e

orgulho independentemente dos dons e

das limitações desse corpo,

falar e agir em defesa própria,

5

estar consciente, alerta, recorrer aos poderes

da intuição e do pressentimento inatos às

mulheres, adequar-se aos próprios ciclos,

descobrir aquilo a que pertencemos, despertar

com dignidade e manter o máximo de

consciência possível.

6

A mulher sente que está longe de sua verdade

quando: Usando-se exclusivamente a linguagem

das mulheres, trata-se de sensações de

extraordinária aridez, fadiga, fragilidade, depressão,

confusão, de estar amordaçada, calada à força,

desestimulada.

7

Sentir-se assustada,

deficiente ou fraca, sem

inspiração, sem ânimo,

sem expressão, sem

significado,

envergonhada, com

uma fúria crônica,

instável, amarrada, sem

criatividade, reprimida,

transtornada.

8

Sentir-se impotente, insegura, hesitante,

bloqueada, incapaz de realizações,

entregando a própria criatividade para os

outros, escolhendo parceiros, empregos ou

amizades que lhe esgotam a energia, sofrendo

por viver em desacordo

com os próprios ciclos,

superprotetora de si

mesma, inerte,

inconstante, vacilante,

incapaz de regular a

própria marcha ou de fixar

limites.

9

Não conseguir insistir no seu próprio andamento,

preocupar-se em demasia

com a opinião alheia, afastar-se do seu Deus ou dos

seus deuses, isolar-se da sua

própria revitalização, deixar-se envolver

exageradamente na domesticidade, no

intelectualismo, no trabalho ou

na inércia, porque é esse o

lugar mais seguro para

quem perdeu os próprios

instintos.

Recear aventurar-se ou revelar-

se.

10

Intuição: “Este termo não

denota algo contrario à razão,

mas algo fora do domínio da

razão”. Jung. É um meio de

apreender a realidade. É a capacidade de

apreender o sentido e a realidade total, global.

Não funciona da parte para o todo,

mas capta diretamente uma

totalidade de sua existência viva.

É percepção de essência.

R. Assagioli.

11

“Um verdadeiro processo cognitivo subentende

não só a função da intuição como tal, mas também

sua apreensão inteligente, interpretação e inclusão

no corpo existente do conhecimento”. Assagioli.

A intuição é imediata e direta. Não mediata e

progressiva como no pensamento. É sintética e

holística. Apreensão imediata de um todo.

12

Abertura. Despojar-se.

Vontade de abrir-se à intuição.

A compreensão da essência

necessariamente supõe a intuição.

13

Passos: 1. Assumir atitude física

de serenidade. Respirar .

2. Pensar sobre serenidade.

Compreender seu valor.

3. Louvar e desejar a

serenidade.

4. Evocar. Tentar senti-la. Figura

de lago.

5. Imaginar situação agitada e

você na sequencia se perceber

calmo.

6.Comprometer-se a manter-se

sereno.

14

Esse enorme poder, o da intuição, tem a

rapidez de um raio e é composto de visão

interior, audição interior, percepção interior e

conhecimento interior.

Durante gerações a fio, esses poderes intuitivos

transformaram-se em correntes subterrâneas

dentro das mulheres, enterradas pelo

descrédito e pela falta de uso. No entanto, Jung

uma vez observou que nada jamais se perde na

psique.

15

Podemos ter a confiança de que tudo o que foi

perdido na psique ainda está lá.

Portanto, esse repositório da intuição instintiva

das mulheres nunca se perdeu realmente, e

tudo o que estiver encoberto poderá voltar a ser

exposto.

16

Tarefas fundamentais para as

mulheres.

1. Aceitar o fato de que a mãe psíquica protetora,

sempre vigilante, não é adequada para ser um

guia para a futura vida da pessoa (a mãe-boa-

demais morre).

17

Assumir a realidade de

estar só, de desenvolver a

própria conscientização

quanto ao perigo, às

intrigas, à política. Tornar-

se alerta sozinha, para seu

próprio proveito; deixar

morrer o que deve morrer.

À medida que a mãe-boa-

demais morre, a nova

mulher nasce.

18

Esse dramático definhamento psicológico da

mãe ocorre pela primeira vez quando a menina

passa do ninho acolchoado da pré-adolescência

para a selva frenética da adolescência. Para

algumas meninas, porém, o processo de

desenvolver uma mãe interior nova, mais esperta

— a mãe chamada intuição — está apenas pela

metade nessa época, e as mulheres

com uma formação desse tipo

vagueiam anos a fio desejando

profundamente a experiência

completa da iniciação e se

ajeitando da melhor maneira

possível.

19

Se ficarmos mais tempo do que o

normal com a mãe protetora dentro da

nossa psique, vamos nos descobrir

impedindo todos os desafios de nos

atingirem, o que prejudica o desenvolvimento futuro.

20

Embora eu não esteja de modo

algum querendo dizer que uma

mulher deva mergulhar numa

situação violenta ou torturante,

quero dizer, sim, que ela deve

fixar para si mesma alguma

coisa na vida que ela se

disponha a alcançar e,

portanto, a assumir riscos para

conseguir. E através desse

processo que ela aguça seus

poderes intuitivos.

21

A segunda tarefa — Denunciar a natureza

sombria. Rever as sombras.

São as seguintes as tarefas desse

período: aprender ainda com maior

conscientização a largar a mãe

excessivamente positiva. Descobrir que

ser boazinha, que ser gentil e simpática

não fará a vida

florir.

22

Vivenciar diretamente a

própria natureza sombria,

especialmente os aspectos

exploradores, ciumentos e

rejeitadores do self. Aceitar .

Incorporar esses aspectos.

Criar o melhor

relacionamento possível com

as piores partes de si mesma.

Deixar acumular a tensão

entre quem se aprendeu a ser

e quem se é realmente.

23

Os outros podem ser um gânglio intrapsíquico que

intercepta o nervo da vitalidade. Elas se

apresentam como um coro de megeras irredutíveis

que provocam a menina. “Você não sabe fazer

isso. Você não é boa nisso. Você não tem a

coragem necessária. Você é tola, sem graça, vazia.

Você não tem tempo. Você só é boa para as coisas

simples. Só se permite que você faça esse tanto e nada mais. Desista enquanto ainda pode.”

24

Como ainda não tem consciência plena

do seu poder, ela permite esse

obstáculo perverso na sua vida. Para

que ela reconquiste sua vida,

algo de diferente, algo de revigorante

precisa acontecer. A aceitação de si.

25

A terceira tarefa — Navegar nas trevas

São as seguintes as tarefas psíquicas desse

estágio: consentir em se aventurar a penetrar

no local da iniciação profunda (entrada na

floresta) e começar a experimentar o

sentimento numinoso novo e aparentemente

perigoso de estar imersa no poder intuitivo.

Aprender a desenvolver a

sensibilidade ao

inconsciente misterioso no

que se relaciona ao

direcionamento e confiar

exclusivamente nos próprios

sentidos interiores.

Confiar em si mesma.

26

Aprender o caminho de volta

para a casa. Aprender a nutrir a

intuição . Deixar que a mocinha

frágil e ingênua morra ainda

mais. Transferir o poder para a

intuição.

27

Varrer o ambiente significa não só começar a

valorizar a vida não-superficial, mas também

cuidar da sua organização. Às vezes, as

mulheres se confundem quanto ao trabalho

interior da alma e deixam de cuidar da sua

arquitetura até que ela seja retomada pela

floresta. Aos poucos, o mato vai crescendo e

finalmente o local se transforma numa ruína

arqueológica escondida na psique. A

varredura cíclica evitará que isso ocorra.

Quando a mulher dispõe de espaço livre, a

natureza intuitiva viceja melhor.

28

Os ciclos das mulheres são os

seguintes: limpar nosso pensamento,

renovando nossos valores com

regularidade; eliminar da nossa psique

as insignificâncias, varrê-las, purificar

nossos estados de pensamento e

sentimento com regularidade. Acender a

fogueira criativa e cozinhar ideias num

ritmo sistemático e especialmente

cozinhar muito para alimentar o

relacionamento entre nós mesmos e a

intuição.

29

Não há bênção maior que uma mãe possa dar à

filha do que uma confiança na veracidade da

sua própria intuição. A intuição é transmitida de

pai para filho da forma mais simples. “Você tem

um bom raciocínio. O que você acha que está

por trás disso tudo?” Em vez de definir a

intuição como alguma peculiaridade irracional e

censurável, ela é definida como a fala da

verdadeira voz da alma. A intuição prevê a

direção mais benéfica a seguir. Ela se auto-

preserva, capta os motivos e intenções

subjacentes e opta pelo que irá provocar o

mínimo de fragmentação na psique.

30

Própria intuição propicia uma confiante

dependência que resiste a tudo. Ele muda a

diretriz da mulher de uma atitude de “o que será,

será” para uma de “quero ver tudo o que há para

ser visto”. O que essa intuição fundamental faz pelas mulheres?

31

A intuição tem garras que abrem

as coisas e as sujeitam; ela tem

olhos que enxergam através dos

escudos da persona; ela tem

ouvidos que ouvem sons fora da

capacidade de audição do ser

humano. Com essas espantosas

ferramentas psíquicas, a mulher

assume uma consciência superior

astuta e até mesmo premonitória,

que aprofunda sua

feminilidade e aguça sua

capacidade de se movimentar com

confiança no mundo exterior.

32

Já ouvi mulheres que disseram

estas palavras, se não centenas,

então milhares de vezes: “Eu sabia

que devia ter seguido minha

intuição. Pressenti que devia ou

não devia ter feito isso ou aquilo,

mas não lhe dei ouvidos.”

Nutrimos o profundo self intuitivo

ao prestar atenção a ele e ao agir de acordo com sua orientação. ‘

33

Ela é um personagem autônomo,

um ser quase mágico, mais ou

menos do tamanho de uma boneca

que habita a terra psíquica da

mulher interior. Nesse sentido, ela

é como os músculos no corpo. Se

um músculo não for usado, ele

acaba definhando. A intuição é

exatamente igual: sem alimento,

sem atividade, ela se atrofia.

34

A quarta tarefa — Encarar a Bruxa das

sombras ser capaz de suportar o rosto

apavorantedas sombras, sem hesitar.

Familiarizar-se com o mistério, a estranheza, a

“alteridade” do instinto. Adotar nas nossas

vidas alguns dos seus valores, tornando-nos,

portanto, também um pouco estranhas .

Aprender a encarar um poder

enorme nos outros e

subsequentemente nosso

próprio poder. Permitir

que a criança frágil e boazinha

em excesso vá definhando

ainda mais.

35

Ser forte não significa

desenvolver os

músculos e exercitá-los.

Significa, sim, encontrar

nossa própria numinosidade

sem fugir, convivendo

ativamente com a natureza

intuitiva ao nosso próprio

modo. Significa ser capaz de

aprender, e ser capaz de

agüentar o que sabemos.

Significa manter-se firme e

viver.

36

A quinta tarefa — Servir o não-racional,

ficar com a Sombra; aclimatar-se às

imensas forças da psique feminina.

Chegar a reconhecer o poder dela (o

seu poder) e os poderes das

purificações interiores; limpar,

escolher, alimentar, criar energia e

ideias. ( Exercitar o trivial com

consciência, lavar as roupas, cozinhar,

limpar sua casa e separar os

elementos).

37

Para muitas mulheres, essa tarefa exige que

elas separem todos os dias algum tempo para

a contemplação, que abram um espaço para

habitar que seja nitidamente seu, com papel,

canetas, tintas, ferramentas, conversas,

tempo, liberdades que se destinam apenas a

esse trabalho. Para muitas mulheres, a terapia

e outras experiências de mergulho e

transformação fornecem o local e o tempo

especiais para esse trabalho. Cada mulher tem

suas próprias preferências, seu próprio estilo.

38

A mulher cresce e se equilibra ao separar

isso daquilo, aprende a discriminar

meticulosamente, a separar as coisas umas

das outras com o melhor discernimento,

aprender a fazer distinções sutis . Observar

o poder do inconsciente e como ele

funciona mesmo quando, o ego não está

familiarizado . Aprender mais sobre a vida e

a morte .

Às vezes, esse processo de separação ocorre

num nível tão profundo que ele mal chega ao

nosso consciente, até que um dia...

CHEGA.....

39

A sétima tarefa — Perguntar sobre os mistérios

As perguntas deste estágio são as seguintes:

Perguntar e tentar aprender mais a respeito da

natureza da vida-morte-vida e de seu

funcionamento. Aprender a verdade acerca da

capacidade de compreender todos os

elementos da natureza intuitiva.

Todas nós começamos com a pergunta "Quem

sou eu, na realidade? Qual é a minha função

aqui? “ A sabedoria nos ensina que somos a

vida-morte-vida, que esse é o nosso ciclo, que

esse é o nosso insight muito particular do

feminino profundo.

40

A oitava tarefa — De pé na realidade.

As tarefas desta parte são as seguintes:

assumir um poder imenso de ver e afetar

os outros . Ver as situações da própria

vida com essa nova luz.

41

A nona tarefa — Reformular a sombra:

usar a própria visão aguçada para

reconhecer a sombra negativa da

nossa própria psique e/ou os aspectos

negativos das pessoas e

acontecimentos do mundo exterior

bem como para reagir

a eles. Reformular as

sombras negativas da

própria psique com o

fogo.

42

0-7 idade do corpo e do

sonho/socialização, mantendo,

porém, a imaginação.

7-14 idade da separação, bem

como do entretecimento da razão e

do imaginário

14-21 idade do novo corpo/início da

mocidade/desdobramento da

sensualidade, apesar de protegida. 43

21 - 28 idade do novo mundo/nova

vida/exploração dos mundos.

28-35 idade da mãe/aprendizado de ser

mãe para os outros e para si mesma.

35- 42 idade da procura/aprendizado de

ser mãe do self/procura do self.

42- 49 idade da velha

precoce/descoberta do acampamento

distante/transmissão de coragem aos

outros.

49 - 56 idade do outro

mundo/aprendizado dos termos e dos

ritos . 44

56 - 63 idade da escolha/escolha do

próprio mundo e do trabalho ainda

a ser feito.

63-70 idade da transformação em

sentinela/reformulação de tudo que se

Aprendeu.

70 - 77 idade do rejuvenescimento/mais

velhice.

77 - 84 idade dos seres da névoa/mais

descobertas do que é grande no que é

pequeno.

45

84 - 91 idade de tecer com o fio

escarlate/compreensão da trama

da vida.

91 - 98 idade do etéreo/menos a

dizer, mais a ser.

98-105 idade do pneuma, da

respiração.

105+ idade da atemporalidade.

46

Os quatro estágios do perdão

1. Deixar passar — deixar a questão

em paz

2. Controlar-se — renunciar à

punição

3. Esquecer — afastar da memória,

recusar-se a repisar

4. Perdoar — o abandono da dívida

47

DEIXAR PASSAR:

Para se começar a perdoar, é bom deixar

passar algum tempo. Ou seja, é bom

deixar de pensar provisoriamente na pessoa

ou no acontecimento. Não se trata de

deixar algo por fazer, mas assemelha-se a

tirar umas férias do assunto. Isso ajuda a

evitar que fiquemos exaustas, permite que

nos fortaleçamos por outros meios, que

tenhamos outras alegrias na vida.

48

Esse estágio é um bom treino para o

abandono definitivo que mais adiante

advirá do perdão. Deixe a situação, a

recordação, o assunto, tantas vezes

quantas for necessário. A ideia não é a

de fechar os olhos, mas a de adquirir

agilidade e força para se desligar da

questão.

49

Deixar passar envolve voltar a tecer, a

escrever, ir até o mar, aprender e amar

algo que a fortaleça e deixar que o tema

saia do primeiro plano por um tempo.

Isso é bom e é medicinal. As questões

de danos passados irão atormentar a

mulher muito menos se ela garantir à

psique ferida que lhe aplicará bálsamos

medicinais agora e que mais tarde

tratará do assunto de quem provocou tal

ferida.

50

CONTROLAR-SE:

A segunda fase é a do controle,

especificamente no sentido de abster-se de

punir; de não pensar no fato nem reagir a ele

seja em termos grandes, seja em termos

pequenos. É de extrema utilidade a prática

desse tipo de refreamento, pois ele aglutina a

questão num único ponto, em vez de permitir

que ela se espalhe por toda a

parte.

51

Essa atitude concentra a atenção para

a hora em que a pessoa se dirigir aos

próximos passos. Ela não quer dizer

que a pessoa deva ficar cega,

entorpecida ou que perca sua

vigilância protetora. Ela pretende

conferir um prazo à situação para ver

como isso ajuda.

52

Controlar-se significa ter paciência, resistir,

canalizar a emoção. Esses são

medicamentos poderosos. Faça tanto quanto

puder. Esse é um regime de purificação.

Você não precisa fazer tudo; você pode

escolher um aspecto, como o da paciência, e

praticá-lo. Você pode se abster de palavras,

de resmungos punitivos, de agir de modo

hostil, ressentido.

53

Ao evitar punições desnecessárias,

você estará reforçando a integridade

da alma e da ação. Controlar-se é

praticar a generosidade, permitindo,

assim, que a grande natureza

compassiva participe de questões que

anteriormente geravam emoções que

iam desde a ínfima irritação até a fúria.

54

ESQUECER:

Esquecer significa afastar da

lembrança, recusar-se a repisar um

assunto — em outras palavras, deixar

de lado, soltar, especialmente da

memória. Esquecer não quer dizer

entorpecer o cérebro. O esquecimento

consciente consiste em deixar de lado

o acontecimento, não insistir para que

ele permaneça no primeiro plano, mas

permitir que ele seja relegado ao plano

de fundo ou mesmo que saia do palco.

55

Praticamos o esquecimento consciente

quando nos recusamos a invocar o material

inflamável, quando nos recusamos a

mergulhar em recordações.

56

Esquecer é uma atividade,

não uma atitude passiva.

Significa não trazer certos

materiais até a superfície,

nem revirá-los

constantemente, nem se

irritar com pensamentos,

imagens ou emoções

repetitivas. 57

O esquecimento consciente significa a

determinação de abandonar a prática

obsessiva, de ultrapassar a situação e

perdê-la de vista, sem olhar para trás,

vivendo, portanto, numa nova

paisagem, criando vida e experiências

novas em que pensar no lugar das

antigas. Esse tipo de esquecimento

não apaga a memória; ele

simplesmente enterra as emoções que

cercavam a memória.

58

PERDOAR : Existem muitos meios e proporções

com os quais se perdoa uma pessoa, uma

comunidade, uma nação por uma ofensa. É

importante lembrar que um perdão "final" não é

uma capitulação. É uma decisão consciente de

deixar de abrigar ressentimento, o que inclui o

perdão da ofensa e a desistência da determinação

de retaliar. É você quem decide quando perdoar e

o ritual a ser usado para assinalar esse evento. É

você quem resolve qual é a dívida que você agora

afirma não precisar mais ser paga. Algumas

pessoas optam pelo perdão total: liberando a

pessoa de qualquer tipo de reparação para

sempre.

59

Outras preferem interromper a reparação no meio,

abandonando a dívida, alegando que o que está feito

está feito e que a compensação já é suficiente.

Outro tipo de perdão consiste em isentar a pessoa

sem que ela tenha feito qualquer reparação

emocional ou de outra natureza.

Para certas pessoas, finalizar o perdão significa

considerar o outro com indulgência, e isso é mais

fácil quando as ofensas são relativamente leves.

Uma das formas mais profundas de perdão está em

dar ajuda compassiva ao ofensor por um ou outro

meio. Isso não quer dizer que você deva enfiar a

cabeça no ninho da cobra, mas, sim, ser sensível a

partir de uma postura de compaixão, segurança e

preparo.

60

O perdão é onde vão culminar toda a abstenção, o controle

e o esquecimento. Não significa abdicar da própria

proteção, mas da própria frieza. Uma forma profunda de

perdão consiste em deixar de excluir o outro, o que

significa deixar de mantê-lo à distância, de ignorá-lo, de

agir com frieza, condescendência e falsidade. É melhor

para a psique da alma restringir ao máximo o tempo de

exposição às pessoas que são difíceis para você do que

agir como um robô insensível.

61

O perdão é um ato de criação. Você pode

escolher entre muitas formas de proceder.

Você pode perdoar por enquanto, perdoar

até que, perdoar até a próxima vez, perdoar

mas não dar outra chance — começa tudo de

novo se acontecer outro incidente. Você

pode dar só mais uma chance, dar mais

algumas chances, dar muitas chances, dar

chances só se... Você pode perdoar uma

ofensa em parte, pela metade ou totalmente.

Você pode imaginar um perdão abrangente.

Você decide.

62

Como a mulher sabe que perdoou? Você passa a

sentir tristeza a respeito da circunstância, em vez de

raiva. Você passa a sentir pena da pessoa em vez de

irritação. Você passa a não se lembrar de mais nada a

dizer a respeito daquilo tudo.

Você compreende o sofrimento que provocou a

ofensa. Você prefere se manter fora daquele meio.

Você não espera por nada. Você não quer nada. Não

há no seu tornozelo nenhuma armadilha de laço que

se estende desde lá longe até aqui. Você

está livre para ir e vir. Pode ser que tudo não tenha

acabado em “viveram felizes para sempre”, mas sem

a menor dúvida existe de hoje em diante um novo "Era

uma vez" à sua espera.

63

64

Quem é o Homem?

Quem somos nós?

65

Razão

Sentimentos

Intuição

Alma Consciência

Sentidos e

Emoções

A pessoa humana se

caracteriza:

66

Abertura ao mundo.

Consciência de si.

Capacidade de

Transcendência

Enquanto

Pessoa.

A pessoa, tem um

profundo caráter de

interação entre o eu e o

outro.

Não há o eu sem o outro.

Ser concreto que se

define

por ser único e

irrepetível.

67

O homem

está

«aberto ao mundo».

68

O homem pode

objectivar-se a si

mesmo e possui

autoconsciência. Esta

auto-objectivação (ou

transcendência) e o

tomar distância (ou

colocar-se de lado),

capacitam-no para

reprimir os seus

próprios impulsos e

tendências e, portanto,

resistir a si mesmo e

aos seus próprios

fenômenos vitais.

69

Ele é capaz de elevar o meio

ambiente à objectividade e,

portanto, capaz de distanciar-se desse meio dado.

70

Enquanto alma,

consciência moral,

dispõe de atos

emocionais e volitivos,

do poder de ideação e

da intuição de

fenômenos originários,

que o capacitam para

a conseqüente

apreensão de

conteúdos essenciais,

autônomos, autógenos

e inderiváveis de outras realidades. 71

72

Conteúdos

essências.

Conteúdos

autônomos.

Conteúdos

inderiváveis

O ser humano é

capaz de apreensão

Apreende

além de

realidades

biológicas

e físicas.

73

Alma – Impulso vital : Consciência Ética - Moral.

Direção

do espírito

Controle do espírito

Pulsões

fundamentais.

Instintos.

74

Alma

originariamente

impotente

Força

avassaladora

do impulso

A espiritualização

da vida e o

revigoramento

vital do

espírito.

Impulso cego

perante todas as

idéias

e valores espirituais

Por isso, a meta de todo o

ser e acontecer finitos é

a recíproca compenetração

Neste drama

metafísico, que resume

e condensa todo o

acontecer cósmico, o

homem torna-se,

“colaborador de Deus”,

em cujo ser absoluto,

também ele em

processo de auto-

realização, têm o seu

fundamento a natureza

e o espírito.

75

76

Homem - Sujeito

de conhecimento.

Vontade de Prazer,

Poder,Individuação e

SENTIDO

Impulso psíquico

físico

Capacidades

psíquicas

Dimensão Espiritual.

Consciência Ética

Moral – Alma.

Inserido no Cosmos.

77

Alma

Consciência

Tempo

Kronos Kairos

Espaço

Previsível

Energia Vital - Impulso

Imprevisível

Da cultura e da

história

78

79

Essência do

homem

Além da

inteligência

Impulso afetivo

Instintos

Acima da

capacidade de

escolha

Memória

associativa

Além aptidões

psíquicas

80

Sentidos e

Emoções

Razão

Sentimentos

Intuição

Consciência Alma

Pessoa

81

Princípio específico humano.

Alma - Consciência.

Capacidade de desligar-se do

biológico

Elevar-se do meio à objetividade

Objetivar-se

Distanciar-se do meio dado. Distância

do mundo

Libertar-se da dependência da

vida

Liberdade de origem interna. Pode reprimir impulsos e tendências

Capaz de conduta ascética.

Tem auto consciência

82

Auto negação.

Superação com

sentido.

Consistência

nos limites

Alma ganha energia.

Se alimenta nos valores.

Energia

Energia

Energia

“A Alma, Consciência Moral,

significa a capacidade de

libertar-se das pressões

biológicas e, deste modo, de

elevar-se acima do meio

ambiente. Assim, não é

apenas algo distinto da vida,

mas também algo distinto do

mundo, que poderá estar

relacionado com o corpo e a

alma humanos num "Além”.

«O homem é, diz Scheler, o ser

superior a si próprio e ao

mundo». E portanto é capaz de

ironia e humor.” 83

Há, ainda, certos acontecimentos de que não tomamos

consciência. Permanecem, por assim dizer, abaixo do

limiar da consciência. Aconteceram, mas foram absorvidos

subliminarmente, sem nosso conhecimento consciente. Só

podemos percebê-los em algum momento de intuição ou

por um processo de intensa reflexão que nos leve à

subseqüente realização de que devem ter acontecido. E

apesar de termos ignorado originalmente a sua

importância emocional e vital, mais tarde brotam do

inconsciente como uma espécie de segundo pensamento.

Este segundo pensamento pode aparecer, por exemplo, na

forma de um sonho. Geralmente, o aspecto inconsciente

de um acontecimento nos é revelado através de sonhos,

onde se manifesta não como um pensamento racional,

mas como uma imagem simbólica.

84

85

86

Dor

Cansaço

Visíveis

exteriormente

Fome

Sede

Ligado a corporalidade

Sentimentos

Sensoriais

servem ao

instinto de

conservação.

São locais.

Medo

Angústia

Repugnância

Alegria

Tristeza

Simpatia

Vergonha

Raiva

87

Sentimentos vitais

(ou cinestesia)

Abrangem a

totalidade do ser

Sentimentos

Vitais

Indicam valores

vitais

Lembrança

sentimental .

Saudades

Indicam

Perigos

Espaços e tempos

propícios.

Ventos

favoráveis.

Tem caráter

intencional.

88

89

Emoções Humanas

A questão do amor

A natureza da

pessoa

A hierarquia dos

valores O Eterno no homem

Coração do homem

(Ens Amans)

Razões do coração.

Pascal

Conhecimento

Razão

Sentidos

Sentimentos

Intuição.

90

Núcleo alma – Consciência Ética.

Intuição

Sentimentos.

Razão

Sentidos e Emoções

91

92

Pessoa

Valores

Fixos

Eternos

Imutáveis

Valores São intuídos

93

VALORES RELIGIOSOS

Supremo

X

Derivado.

Sagrado

X

Profano

Divino

X Demoníaco

Milagroso

X

Mecânico

94

Valores

Estéticos

Elegante

x

Deselegante

Belo

x

Feio

Harmonioso

x

Desarmonioso

Gracioso

x

Tosco

Sublime

x

Ridículo

95

Sadio

Enfermo

Enérgico

Inerte

Forte

Fraco

VALORES

VITAIS

Conveniente

Inconveniente

Adequado

inadequado

Caro

Barato

Capaz

Incapaz

Abundante

Escasso

96

VALORES

ÚTEIS

97

Exato

Aproximado

Evidente

Provável

Conhecimento

Erro

Verdade

Falsidade

Valores

Lógicos

Hillel, um dos iniciadores do

Talmud diz :

Se não eu, quem então?

Se não agora, quando então ?

E se só para mim, quem sou eu? “Se

não sou eu quem o faço, quem o

fará por mim?

Se não fizer agora, quando poderei

fazê-lo?

Deverei esperar até que passe a

oportunidade?

(Max Scheler- “Valores de situação”).

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