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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Me. Joanne Lamb Maluf

Definições (nomenclatura);

Dificuldade ou Transtorno?

Inclusão escolar;

Transtornos de Aprendizagem;

Psicopedagogia e os transtornos de aprendizagem.

TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

DSM.IV

Os Transtornos da Aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados* e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência.

Os problemas de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura, matemática ou escrita.

Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de aprendizagem podem exceder aquelas habitualmente associadas com o déficit.

Os Transtornos da Aprendizagem podem persistir até a idade adulta.

Características e Transtornos Associados

Baixa autoestima e déficits nas habilidades sociais podem estar associados com os transtornos da aprendizagem.

A taxa de evasão escolar para crianças ou adolescentes com Transtornos da Aprendizagem é de aproximadamente 40% (cerca de 1,5 vezes a média).

Os adultos com Transtornos da Aprendizagem podem ter dificuldades significativas no emprego ou no ajustamento social.

Muitos indivíduos (10-25%) com Transtorno da Conduta, Transtorno Desafiador Opositivo, Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade, entre outros, também apresentam Transtornos da Aprendizagem.

Atrasos no desenvolvimento da linguagem podem ocorrer em associação com os Transtornos da Aprendizagem (Transtorno da Leitura*).

Anormalidades subjacentes do processamento cognitivo (por ex., déficits na percepção visual, processos linguísticos, atenção, memória ou uma combinação destes) frequentemente precedem ou estão associadas com os Transtornos da Aprendizagem .

Embora predisposição genética, danos perinatais e várias condições neurológicas ou outras condições médicas gerais possam estar associados com o desenvolvimento dos Transtornos da Aprendizagem, a presença dessas condições não o prediz.

Existem muitos indivíduos com Transtornos da Aprendizagem sem essa história.

Características Específicas à Cultura

O profissional deve assegurar-se de que, os procedimentos de testagem da inteligência refletem uma atenção adequada à bagagem étnica ou cultural do indivíduo.

Teste

Isto geralmente pode ser conseguido com o uso de testes nos quais as características relevantes do indivíduo são representadas na amostra de padronização do teste ou pelo emprego de um examinador familiarizado com aspectos da bagagem étnica ou cultural do indivíduo.

A testagem individualizada sempre é necessária, para fazer o diagnóstico de Transtornos da Aprendizagem.

Prevalência

Estimativas da prevalência dos Transtornos da Aprendizagem variam de 2 a 10%, dependendo da natureza da averiguação e das definições aplicadas.

Diagnóstico Diferencial

Os Transtornos da Aprendizagem devem ser diferenciados das variações normais na realização acadêmica e das dificuldades escolares devido à falta de oportunidades, ensino fraco ou fatores culturais.

A escolarização inadequada pode resultar em fraco desempenho em testes padronizados de rendimento escolar.

***

Crianças de bagagens étnicas ou culturais diferentes daquelas dominantes na cultura da escola ou cuja língua materna não é a língua do país, bem como crianças que frequentaram escolas com ensino inadequado, podem ter fraca pontuação nesses testes.

As crianças com essas mesmas bagagens também podem estar em maior risco para faltas injustificadas à escola, em virtude de doenças mais frequentes ou ambientes domésticos empobrecidos ou caóticos.

Um prejuízo visual ou auditivo pode afetar a capacidade de aprendizagem e deve ser investigado, por meio de testes de triagem audiométrica ou visual.

Um Transtornos da Aprendizagem pode ser diagnosticado na presença desses déficits sensoriais apenas quando as dificuldades de aprendizagem excedem aquelas habitualmente associadas aos mesmos.

No Retardo Mental, as dificuldades de aprendizagem são proporcionais ao prejuízo geral no funcionamento intelectual.

Em alguns casos de Retardo Mental Leve, o nível de realização na leitura, matemática ou expressão escrita está significativamente abaixo dos níveis esperados, dadas a escolarização e a gravidade do Retardo Mental do indivíduo.

Nesses casos, aplica-se o diagnóstico adicional de Transtornos da Aprendizagem.

Um diagnóstico adicional de Transtornos da Aprendizagem deve ser feito no contexto de um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento apenas quando o prejuízo escolar estiver significativamente abaixo dos níveis esperados, levando em conta o funcionamento intelectual e a escolarização do indivíduo.

Em indivíduos com Transtornos da Comunicação, o funcionamento intelectual pode precisar ser avaliado por medições padronizadas da capacidade intelectual não-verbal.

Quando o rendimento escolar estiver significativamente abaixo da medida de capacidade, aplica-se diagnóstico de Transtornos da Aprendizagem.

O Transtorno da Matemática e o Transtorno da Expressão Escrita ocorrem, com maior

frequência, em combinação com o Transtorno da Leitura.

Quando são satisfeitos os critérios para mais de um Transtornos da Aprendizagem, todos devem ser diagnosticados.

A seção sobre Transtornos da Aprendizagem inclui:

1 - Transtorno da Leitura;

2 - Transtorno da Matemática;

3 - Transtorno da Expressão Escrita e;

4 - Transtorno da Aprendizagem Sem Outra Especificação.

TRANSTORNO DA

LEITURA

A característica essencial do Transtorno da Leitura consiste em um rendimento da leitura (isto é, correção, velocidade ou compreensão da leitura, medidas por testes padronizados aplicados individualmente) substancialmente inferior ao esperado para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A).

A perturbação da leitura interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida cotidiana que exigem habilidades de leitura (Critério B).

Na presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a este associadas (Critério C).

Em indivíduos com Transtorno da Leitura (também chamado “Dislexia"), a leitura oral caracteriza-se por distorções, substituições ou omissões; tanto a leitura em voz alta quanto a silenciosa caracterizam-se por lentidão e erros na compreensão.

Características e Transtornos Associados

O Transtorno da Matemática e o Transtorno da Expressão Escrita em geral estão associados ao Transtorno da Leitura, sendo relativamente rara a apresentação de qualquer destes transtornos na ausência do Transtorno da Leitura.

Características Específicas ao Gênero

Dos indivíduos diagnosticados com Transtorno da Leitura, 60 a 80% são do sexo masculino.

Os procedimentos de encaminhamento podem com frequência apresentar a tendência à identificação de indivíduos do sexo masculino, uma vez que estes exibem, com maior frequência, os comportamentos diruptivos associados aos Transtornos da Aprendizagem.

O transtorno ocorre em proporções mais equilibradas entre ambos os sexos quando se empregam cuidadosa determinação diagnóstica e critérios rígidos, ao invés dos procedimentos tradicionais de encaminhamento realizados por escolas.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Leitura é difícil de estabelecer, pois muitos estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem uma cuidadosa separação em transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita.

O Transtorno da Leitura, sozinho ou em combinação com o Transtorno da Matemática ou Transtorno da Expressão Escrita, responde por aproximadamente quatro em cada cinco casos (4:5) de Transtorno da Aprendizagem.

Curso

Embora os sintomas de dificuldade de leitura (por ex., incapacidade de distinguir entre letras comuns ou de associar fonemas comuns com as letras) possam ocorrer já na pré-escola, o Transtorno da Leitura raramente é diagnosticado antes do final desta ou no início da primeira série, já que a instrução formal da leitura geralmente não se inicia até este ponto na maioria dos contextos escolares.

Particularmente quando o Transtorno da Leitura está associado com alto QI, a criança pode funcionar adequadamente ou quase tão bem quanto seus colegas durante os primeiros anos escolares, podendo o Transtorno da Leitura não se manifestar totalmente até o quinto ano ou depois dele.

Com a identificação e intervenção precoces, o prognóstico é bom em uma percentagem significativa dos casos.

O Transtorno da Leitura pode persistir até a idade adulta.

Padrão Familiar

O Transtorno da Leitura apresenta agregação familiar, tendo maior prevalência entre parentes biológicos em primeiro grau de indivíduos com Transtornos da

Aprendizagem.

INTERVALO

TRANSTORNO

DA EXPRESSÃO ESCRITA

A característica diagnóstica essencial do Transtorno da Expressão Escrita consiste de habilidades de escrita (medidas por um teste padronizado individualmente aplicado ou avaliação funcional das habilidades de escrita) acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo (Critério A).

A perturbação na expressão escrita interfere significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem habilidades de escrita (Critério B).

Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades nas habilidades de escrita excedem aquelas geralmente a este associadas (Critério C).

Geralmente existe uma combinação de dificuldades na capacidade do indivíduo de compor textos escritos, evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má organização dos parágrafos, múltiplos erros ortográficos e caligrafia excessivamente ruim.

Este diagnóstico em geral não é dado quando existem apenas erros ortográficos ou fraca caligrafia, na ausência de outros prejuízos na expressão escrita.

Em comparação com outros Transtornos da Aprendizagem, sabe-se relativamente menos acerca dos Transtorno da Expressão Escrita e sobre seu tratamento, particularmente quando ocorrem na ausência de Transtorno da Leitura.

À exceção da ortografia, os testes padronizados nesta área são menos acuradamente desenvolvidos do que os testes de leitura ou capacidade matemática, podendo a avaliação do prejuízo nas habilidades escritas exigir uma comparação entre amostras amplas do trabalho escolar escrito do indivíduo e o desempenho esperado para sua idade e QI.

Este é especialmente o caso de crianças pequenas, das séries escolares iniciais.

Tarefas nas quais a criança é solicitada a copiar, escrever um ditado e escrever espontaneamente podem ser necessárias para o estabelecimento da presença e extensão deste transtorno.

Características e Transtornos Associados

O Transtorno da Expressão Escrita em geral é encontrado em combinação com Transtorno da Leitura ou Transtorno da Matemática. Existem algumas evidências de que déficits de linguagem e perceptomotores podem acompanhar este transtorno.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Expressão Escrita é difícil de estabelecer, uma vez que muitos estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem em geral, sem ter o cuidado de separar transtornos específicos da leitura, matemática ou expressão escrita.

O Transtorno da Expressão Escrita é raro, quando não associado a outros Transtornos da Aprendizagem.

Curso

Embora as dificuldades na escrita (por ex., caligrafia ou capacidade de copiar particularmente fracas ou incapacidade de recordar sequências de letras em palavras comuns) possam aparecer já na primeira série escolar, o Transtorno da Expressão Escrita raramente é diagnosticado antes do final da mesma, uma vez que a instrução formal da escrita habitualmente ainda não ocorreu até este ponto na maioria dos contextos escolares.

O transtorno em geral é visível no terceiro ano. O Transtorno da Expressão Escrita ocasionalmente pode ser visto em crianças mais velhas ou em adultos, e pouco se sabe sobre seu prognóstico a longo prazo.

Diagnóstico Diferencial

Um transtorno apenas de ortografia ou caligrafia, na ausência de outras dificuldades da expressão escrita, em geral não se presta a um diagnóstico de Transtorno da Expressão Escrita.

Quando a má caligrafia se deve a um prejuízo na coordenação motora, cabe considerar um diagnóstico de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (DISGRAFIA).

TRANSTORNO DA

MATEMÁTICA

A característica essencial do Transtorno da Matemática consiste em uma capacidade para a realização de operações aritméticas (medida por testes padronizados, individualmente administrados, de cálculo e raciocínio matemático) acentuadamente abaixo da esperada para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A).

A perturbação na matemática interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida diária que exigem habilidades matemáticas (Critério B).

Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades na capacidade matemática excedem aquelas geralmente a este associadas (Critério C).

Diferentes habilidades podem estar prejudicadas no Transtorno da Matemática, incluindo habilidades "linguísticas; habilidades "perceptuais; habilidades de "atenção e habilidades "matemáticas“.

Habilidades "linguísticas" (por ex., compreender ou nomear termos, operações ou conceitos matemáticos e transpor problemas escritos em símbolos matemáticos);

Habilidades "perceptuais" (por ex,. reconhecer ou ler símbolos numéricos ou aritméticos e agrupar objetos em conjuntos);

Habilidades de "atenção" (por ex., copiar corretamente números ou cifras, lembrar de somar os números "levados" e observar sinais de operações);

Habilidades "matemáticas" (por ex., seguir sequências de etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Características e Transtornos Associados

O Transtorno da Matemática em geral é encontrado em combinação com o Transtorno da Leitura ou o Transtorno da Expressão Escrita.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Matemática é difícil de estabelecer, uma vez que muitos estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem o cuidado de separar transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita.

A prevalência do Transtorno da Matemática isoladamente (isto é, quando não encontrado em associação com outros Transtornos da Aprendizagem) é estimada como sendo de aproximadamente um em cada cinco casos (1:5) de Transtorno da Aprendizagem.

Estima-se que 1% das crianças em idade escolar têm Transtorno da Matemática

Curso

Os sintomas de dificuldade na matemática (por ex., confusão para conceitos numéricos ou incapacidade de contar corretamente) podem aparecer já na pré-escola ou primeira série.

Entretanto, o Transtorno da Matemática raramente é diagnosticado antes do final do segundo ano, uma vez que ainda não ocorreu suficiente instrução formal em matemática até este ponto na maioria dos contextos escolares.

O transtorno em geral torna-se visível durante o terceiro ou quarto ano.

Particularmente quando o Transtorno da Matemática está associado com alto QI, a criança pode ser capaz de funcionar no mesmo nível ou quase no mesmo nível que seus colegas da mesma série, podendo o Transtorno da Matemática não ser percebido até o sexto ano ou depois deste.

Transtorno da Aprendizagem Sem Outra

Especificação

Esta categoria envolve os transtornos da aprendizagem que não satisfazem os critérios para qualquer Transtorno da Aprendizagem específico, podendo incluir problemas em todas as três áreas (leitura, matemática, expressão escrita).

Estes problemas interferem significativamente no rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem cada habilidade isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.

T.A

Os Transtornos de Aprendizagem podem acontecer na esfera da leitura, caracterizando-se por dificuldades específicas em compreender palavras escritas, denominado como Dislexia;

Na esfera da escrita onde percebe-se inabilidades quanto a ortografia, caligrafia e capacidade em compor textos o que identificamos como quadros como Disgrafia ou Disortografia;

Na esfera da matemática quando nos deparamos com dificuldades específicas em manejar números, aquisição de conceitos matemáticos e limitações quanto ao pensamento lógico-matemático caracterizando o quadro de Discalculia

Os Transtornos de Aprendizagem podem ser classificados, de acordo com a intensidade, como leve, moderado ou severo, considerando o grau de interferência de seus sintomas na vida diária.

O nível de intensidade severo caracteriza-se pela Dislexia cujos sintomas alteram as diversas esferas do desenvolvimento humano, pois a habilidade de compreensão da linguagem escrita é a base para que o processo de aprendizagem se efetive, sendo este um dos quadros de maior prevalência entre os Transtornos de Aprendizagem.

A FAMÍLIA DIANTE DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

ETAPA 1: “desentendimentos” - cobranças

ETAPA 2: “o diagnóstico” – frustração e responsabilidade

ETAPA 3; “o tratamento” – comprometimento

ETAPA 4: “entendimentos” - tolerâncias

REFERÊNCIAS

ESTEVE, M.J. A Terceita Revolução Educacional: A Educação na Sociedade

do Conhecimento.Moderna São Paulo,2004.

FERNA´NDEZ, A. A Inteligência Aprisionada: abordagem psicopedagógica

clínica da criança e sua família. ARTMED Porto Alegre, 1990.

ROTTA,N.; RIESGO,S.R.; OHLWEILER,L. Transtornos de Aprendizagem:

Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. ARTMED Porto Alegre, 2006.

SENNYEY,L.A.;MENDONÇA,Z.I.L.;SCHLECHT,G.B.B.; SANTOS,F.E.;

MACEDO, C. E. Neuropsicologia e Inclusão; Tecnologias em (re)habilitação

cognitiva. Artes Médicas São Paulo, 2007

www.dislexia.org.br

http://www.psiqweb.med.br

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