View
81
Download
6
Category
Preview:
DESCRIPTION
direito processual - aula 03
Citation preview
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
1
1 PASSO - O primeiro passo para a soluo
de TODA e QUALQUER pea prtico-
profissional passa por uma leitura atenta do
seu enunciado (ao menos 2 vezes), momento
em que dever o examinando adotar postura
crtica, de modo a identificar as
palavras/expresses centrais do texto,
considerando para tanto o direito material. Em
especial, dever estar sempre atento a
informaes como:
Datas;
Valores;
Tipo societrio;
Perodos de tempo;
Cidades e Estados;
Pessoa(s) representada(s);
Regime matrimonial das partes;
N de Varas, Comarcas, Sees Judicirias,
etc.
CASO PRTICO (1 PASSO) - (OAB
CESPE 2006.3): A sociedade Silva & Silva
Comrcio de Alimentos Ltda. foi constituda
para explorao da atividade de restaurante.
Percebendo oportunidades negociais, a
sociedade alugou um imvel, por contrato
escrito e por prazo certo de dois anos, situado
no centro de uma cidade recm tornada
turstica. Como era de se esperar, o
restaurante tornou-se um sucesso. Apesar
disso, necessitava de recursos que a pessoa
coletiva no tinha e, s vsperas do final da
locao, o restaurante (estabelecimento) foi
alienado Amrica Restaurante S.A.
Esta, por sua vez, entrou em acordo
com o proprietrio do imvel, que aceitou a
sub-rogao no contrato locatcio e, desde
logo, firmou mais um contrato escrito, ento por
prazo certo de um ano. A sucesso das
empresas transcorreu de forma tranquila.
Entretanto, prximo ao final da segunda
locao, a Amrica Restaurante S.A. procurou
o locador para entabular novo contrato. O
senhorio, todavia, relutou, deixando que a
relao locatcia ultrapassasse o termo final
sem nova avena escrita. Pretendia, com isso,
desfigurar eventual direito da locatria a uma
ao renovatria.
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
2
Assim, aps dois meses do fim do
contrato escrito, ele locador concordou em
conceder novo instrumento sociedade, agora
pelo prazo de dois anos, como tinha feito
inicialmente com Silva & Silva Comrcio de
Alimentos Ltda. No primeiro semestre do ltimo
ano de locao, a Amrica Restaurante S.A.
marcou uma reunio com o senhorio, a fim de
lhe mostrar o seu direito renovatria, bem
como tentar chegar a um consenso acerca da
renovao voluntria da avena existente entre
as partes. Contudo, nessa reunio, o
proprietrio do imvel recusou-se
peremptoriamente a firmar novo contrato.
Ademais, afirmou que a sociedade no
tinha direito renovao, sob os seguintes
fundamentos: 1) tinha contratos escritos e,
portanto, a posse legtima do imvel, por
somente trs anos; 2) caso fosse admitida,
absurdamente, a contagem do tempo de
contrato da Silva & Silva Comrcio de
Alimentos Ltda., no haveria uma soma
ininterrupta de contratos escritos pelo prazo de
cinco anos, visto que teria havido uma
interrupo de dois meses; e, por fim, 3) no
ltimo ano, tinha conhecimento de que o
restaurante deixara de ser um self-service para
se tornar um sofisticado estabelecimento
italiano, tendo mudado, portanto, de ramo de
atividade.
Os administradores da Amrica
Restaurante S.A. saram da reunio e se
encaminharam diretamente ao escritrio do
advogado, buscando obter um parecer para
embasar juridicamente a sua tese do
preenchimento de todos os requisitos da ao
renovatria. No contexto dessa situao
hipottica, redija um parecer devidamente
justificado, fundamentando a pretenso da
locatria.
2 PASSO - IDENTIFICAR PRETENSO:
Identificar o que pretende a pessoa a qual irei
representar.
Diz o problema: (...) Os administradores da
Amrica Restaurante S.A. saram da reunio e
se encaminharam diretamente ao escritrio do
advogado, buscando obter um PARECER para
embasar juridicamente a sua tese do
preenchimento de todos os requisitos da ao
renovatria.(...).
No h pistas falsas. O enunciado no
deixa dvidas quanto:
i. Pessoa representada/requerente/cliente:
Amrica Restaurante S.A.;
ii. Pretenso do requerente: Parecer;
iii. Objeto central do problema: Locao no
residencial.
No resta dvida portanto. A pea exigida
trata-se de um PARECER.
Qual a ESTRUTURA DO PARECER?
R: No h um formato especfico para
elaborao de um parecer. Sem embargo,
recomendvel seguir a seguinte estrutura:
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
3
SLIDE 1 INTRODUO
(PREMBULO)
PARECER N ..........
INTERESSADO/REQUERENTE:
AMRICA RESTAURANTE S.A.
ASSUNTO: SOLICITAO DE
PARECER QUANTO A PRESENA DOS
REQUISITOS AUTORIZADORES DA
CONCESSO DA AO RENOVATRIA,
CONFIRMANDO A LEGALIDADE DA
PRETENSO DA LOCATRIA-
REQUERENTE.
EMENTA: LOCAO DE IMVEL NO
RESIDENCIAL SUCESSO DE
LOCADORES AO RENOVATRIA
REQUISITOS ACCESSIO TEMPORIS
BURLA AO DIREITO RENOVAO
INTERRUPO MNIMA VIABILIDADE.
(CAMINHO PARA A RESPOSTA - DO GERAL
PARA O ESPECFICO).
SLIDE 2 RELATRIO (DOS FATOS)
(PARAFRASEAR PROBLEMA)
RELATRIO
REFERE-SE
CONSULTA FORMULADA PELA SOCIEDADE
AMRICA RESTAURANTE S.A.,
SUCESSORA EM CONTRATO DE LOCAO
FIRMADO ...
(...)
O RELATRIO.
SLIDE 3 FUNDAMENTAO (DO
DIREITO)
FUNDAMENTAO
EM RAZO DO
CONTRATO DE TRESPASSE, E FRENTE A
AQUIESCNCIA DO LOCADOR DO IMVEL
UTILIZADO PELO ESTABELECIMENTO
TRESPASSADO EM RELAO A SUB-
ROGAO DO ADQUIRENTE NA LOCAO,
A CONSULTANTE, AMRICA
RESTAURANTE S.A., INVESTIU-SE NO
CONTRATO DE LOCAO NO
RESIDENCIAL CELEBRADO POR SUA
ANTECESSORA, SILVA & SILVA COMRCIO
DE ALIMENTOS LTDA.
SOBRE A
QUESTO, PREV O ART. 1.148 CC, IN
VERBIS
ART. 1.148 CC. SALVO DISPOSIO
EM CONTRRIO, A TRANSFERNCIA
IMPORTA A SUB-ROGAO DO
ADQUIRENTE NOS CONTRATOS
ESTIPULADOS PARA EXPLORAO DO
ESTABELECIMENTO, SE NO TIVEREM
CARTER PESSOAL, PODENDO OS
TERCEIROS RESCINDIR O CONTRATO EM
NOVENTA DIAS A CONTAR DA
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
4
PUBLICAO DA TRANSFERNCIA, SE
OCORRER JUSTA CAUSA, RESSALVADA,
NESTE CASO, A RESPONSABILIDADE DO
ALIENANTE.
ATENO:
ENUNCIADO 234 CJF III JORNADA
DE DIREITO CIVIL: QUANDO DO
TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL, O CONTRATO DE
LOCAO DO RESPECTIVO PONTO NO
SE TRANSMITE AUTOMATICAMENTE AO
ADQUIRENTE.
NOS TERMOS
DO ART. 51 LEI 8.245/91, SO TRS OS
REQUISITOS AUTORIZADORES DA
CONCESSO DA AO RENOVATRIA, A
SABER:
CONTAR O LOCATRIO COM CONTRATO
ESCRITO E DE PRAZO DETERMINADO;
O PRAZO MNIMO DO CONTRATO QUE SE
PRETENDE RENOVAR OU O SOMATRIA
DE SEUS PRAZOS ININTERRUPTOS DEVE
SER DE 5 ANOS;
O LOCATRIO DEVER ESTAR ATUANDO
NO MESMO RAMO DE ATIVIDADE E PELO
PRAZO MNIMO E ININTERRUPTO DE 3
ANOS.
DESSA MODO, A TESE
DO LOCADOR NO SE SUSTENTA, SENO
VEJAMOS:
1) ADMITE A LEI A
CHAMADA ACCESSIO TEMPORIS, QUE DIZ
RESPEITO A POSSIBILIDADE DO
SOMATRIO DOS PRAZOS DOS
CONTRATOS ANTERIORES PARA EFEITOS
DE ATENDIMENTO AO REQUISITO DO
QUINQUNIO LEGAL (ART. 51, I Lei
8.245/91). NO CASO, O SOMATRIO DOS
CONTRATOS ESCRITOS ATINGE O MNIMO
DE 5 (CINCO) ANOS.
ESCLARECE AINDA A
LEI DO INQUILINATO QUE O DIREITO A
RENOVAO COMPULSRIA DO
CONTRATO DE LOCAO PODE SER
EXERCIDO PELOS SUCESSORES DA
LOCAO, CIRCUNSTNCIA NA QUAL SE
ENCAIXA A CONSULENTE (ART. 51, 1 e
ART. 71, VII LEI 8.245/91).
NO MESMO
SENTIDO A SMULA 482 STF,
CORROBORANDO A POSSIBILIDADE DO
SUCESSOR APROVEITAR O PRAZO DO
CONTRATO DAQUELE QUE O PRECEDEU
NA LOCAO, COMO NO CASO.
SMULA 482 STF. O LOCATRIO,
QUE NO FOR SUCESSOR OU
CESSIONRIO DO QUE O PRECEDEU NA
LOCAO, NO PODE SOMAR OS PRAZOS
CONCEDIDOS A ESTE, PARA PEDIR A
RENOVAO DO CONTRATO, NOS
TERMOS DO DECRETO 24.150.
REMISSO:
Anotar como remisso do art.
51, 1 Lei 8.245/91:
Smula 482 STF.
2) EM QUE PESE O
TEXTO LEGAL EXIJA, PARA EFEITOS DA
APLICAO DA ACCESSIO TEMPORIS,
QUE OS CONTRATOS CUJOS PRAZOS SE
PRETENDE SOMAR SEJAM
ININTERRUPTOS, CEDIO O
ENTENDIMENTO DOS NOSSOS TRIBUNAIS
NO SENTIDO DE ADMITIR O SOMATRIO,
AINDA QUE DE CONTRATOS EM QUE SE
VERIFICOU INTERRUPO, QUANDO O
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
5
INTERVALO NO DESCARACTERIZE A
RELAO LOCATCIA.
DITO ENTENDIMENTO
GANHA AINDA MAIOR DENSIDADE
QUANDO A INTERRUPO DO CONTRATO,
COMO NO CASO, REFLETE O CLARO
PROPSITO DO SENHORIO DE
PREJUDICAR O DIREITO RENOVATRIA
DE LOCAO, EM FLAGRANTE
DESRESPEITO A BOA F OBJETIVA QUE
DEVE NORTEAR AS RELAES
EMPRESARIAIS.
EMBORA NO
TRATANDO OBJETIVAMENTE DA MATRIA
EM COMENTO, MERECE DESTAQUE O QUE
DISPE O ART. 45 LEI 8.245/91, NO
SENTIDO DE DEMONSTRAR O
POSICIONAMENTO DO LEGISLADOR
QUANTO S PRTICAS QUE CONDUZEM
AO DESVIO DO SEU ESPRITO.
ART. 45. SO NULAS DE PLENO DIREITO
AS CLUSULAS DO CONTRATO DE
LOCAO QUE VISEM A ELIDIR OS
OBJETIVOS DA PRESENTE LEI,
NOTADAMENTE AS QUE PROBAM A
PRORROGAO PREVISTA NO ART. 47,
OU QUE AFASTEM O DIREITO
RENOVAO, NA HIPTESE DO ART. 51,
OU QUE IMPONHAM OBRIGAES
PECUNIRIAS PARA TANTO.
DESSE MODO, O
PEQUENO INTERVALO OBSERVADO
ENTRE OS CONTRATOS (2 MESES) NO
PODE SER MEIO DE ELIDIR A
RENOVATRIA, SOB PENA DE SE
PREMIAR O COMPORTAMENTE
MALICIOSO DO LOCADOR. NO DEVER
AQUELE INTERREGNO, CERTAMENTE,
SER COMPUTADO COMO PRAZO DE
CONTRATO ESCRITO, MAS TAMPOUCO
DEVER SER CAPAZ DE PREJUDICAR A
APLICAO DA ACCESSIO TEMPORIS.
REMISSO:
Anotar como remisso do art. 51
Lei 8.245/91:
Art. 45 Lei 8.245/91 (Disposies gerais da
locao Nulidades).
3) NO H DE FALAR-SE
EM MUDANA NO RAMO DE ATIVIDADE,
AFINAL, SEJA UM RESTAURANTE SELF
SERVICE, SEJA UM SOFISTICADO
ESTABELECIMENTO ITALIANO, COMO
DENOMINA O LOCADOR, AMBAS AS
ATIVIDADES INCLUEM-SE EM UM MESMO
RAMO DE ATIVIDADE.
DE TAL SORTE, RESTA
INDISCUTIVELMENTE CUMPRIDO O
REQUISITO APONTADO PELO ART. 51, III
LEI 8.245/91, HAJA VISTA A LOCATRIA-
CONSULTANTE ATUAR NO MESMO RAMO
DE ATIVIDADE POR PERODO SUPERIO A 3
(TRS) ANOS.
POR FIM, CONVM
ACLARAR A NECESSIDADE DE RESPEITO
AO PRAZO PARA A PROPOSITURA DA
AO RENOVATRIA, ESTE
DECADENCIAL, DEVENDO ASSIM
OCORRER SUA PROPOSITURA DENTRO
DOS PRIMEIROS 6 (SEIS) MESES DO
LTIMO ANO DE CONTRATO (ART. 51, 5
LEI 8.245/91).
SLIDE 4 CONCLUSO
CONCLUSO
FACE AO
EXPOSTO, CONCLUI-SE:
A REQUERENTE
TEM DIREITO AAO RENOVATRIA DE
LOCAO, OBSERVADO O PRAZO
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
6
DECADENCIAL PREVISTO PELO ART. 51,
5 LEI 8.245/91.
O PARECER.
LOCAL...., DATA.....
ADVOGADO.....
OAB...../ N .....
MARCAR :
Direito de preferncia do
locatrio na venda do imvel locado:
Art. 27 ss. Lei 8.245/91.
ATENO:
Na hiptese de uma parecer, dever o
examinando/advogado atuar com iseno. No
deve buscar a defesa dos interesses daquele
que pede o parecer, mas sim oferecer-lhe, de
maneira imparcial, uma opinio tcnica que
responda as dvidas planteadas;
fundamental responder a TODOS os
quesitos formulados.
PROVA PRTICO-PROFISSIONAL
OAB/2009.3
ENUNCIADO DA QUESTO: Jorge Luis e Ana
Claudia so casados no regime de comunho
parcial de bens desde 1979. Em 17/08/2005,
sem que Ana Claudia ficasse sabendo ou
concordasse, Jorge Luis, em garantia de
pagamento de contrato de compra e venda de
um automvel adquirido de Rui, avalizou nota
promissria emitida por Laura, sua colega de
trabalho, com quem mantinha caso
extraconjugal.
O vencimento da nota promissria estava
previsto para 17/09/2005. Vencida e no paga
a nota promissria, o ttulo foi regularmente
apontado para protesto.
Aps inmeras tentativas de recebimento
amigvel do valor, Rui, promoveu, contra Laura
e Jorge Luis, em 12/12/2008, a execuo
judicial do ttulo com fundamento nos artigos
566, 580, 585, inciso I e 586 do CPC. Os rus
foram regularmente citados e no havendo
pagamento, foram penhoradas duas salas
comerciais de propriedade de Jorge Luis
adquiridas na constncia do seu casamento.
Inconformada, Ana Claudia procurou a
assistncia de profissional da advocacia,
pretendendo de alguma espcie de defesa em
seu exclusivo nome, para livrar os bens
penhorados da constrio judicial, ou, ao
menos, parte deles, visto que haviam sido
adquiridos com o esforo comum do casal.
Em face dessa situao hipottica, redija, na
condio de advogado constitudo por Ana
Claudia, a pea profissional adequada para a
defesa dos interesses da sua cliente,
apresentando, para tanto todos os argumentos
e fundamentos necessrios.
Para, na condio de advogado de
uma das partes, redigir a petio inicial, o
examinando deve responder as seguintes
interrogantes:
1)Qual a pea adequada para o caso?
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
7
2)Qual o endereamento apropriado?
3)Como construir o prembulo?
4)Como descrever os fatos?
5)Qual a fund. jurdica a ser adotada?
6)Que pedidos devem ser
relacionados?
7)Que valor deve ser atribudo a
causa?
1 PASSO: O primeiro passo para a soluo de
TODA e QUALQUER questo passa por uma
leitura atenta do seu enunciado (ao menos 2
vezes), momento em que dever o examinando
adotar postura crtica, de modo a identificar as
palavras/expresses centrais do texto,
considerando para tanto o direito material. Em
especial, dever estar sempre atento a
informaes como:
Datas;
Valores;
Tipo societrio;
Perodos de tempo;
Cidades e Estados;
Pessoa(s) representada(s);
Regime matrimonial das partes;
N de Varas, Comarcas, Sees Judicirias,
etc.
PROVA PRTICO-PROFISSIONAL
OAB/2009.3
ENUNCIADO DA QUESTO: Jorge Luis e Ana
Claudia so casados no regime de comunho
parcial de bens desde 1979. Em 17/08/2005,
sem que Ana Claudia ficasse sabendo ou
concordasse, Jorge Luis, em garantia de
pagamento de contrato de compra e venda de
um automvel adquirido de Rui, avalizou nota
promissria emitida por Laura, sua colega de
trabalho, com quem mantinha caso
extraconjugal.
O vencimento da nota promissria estava
previsto para 17/09/2005. Vencida e no paga
a nota promissria, o ttulo foi regularmente
apontado para protesto.
Aps inmeras tentativas de recebimento
amigvel do valor, Rui, promoveu, contra Laura
e Jorge Luis, em 12/12/2008, a execuo
judicial do ttulo com fundamento nos artigos
566, 580, 585, inciso I e 586 do CPC. Os rus
foram regularmente citados e no havendo
pagamento, foram penhoradas duas salas
comerciais de propriedade de Jorge Luis
adquiridas na constncia do seu casamento.
Inconformada, Ana Claudia procurou a
assistncia de profissional da advocacia,
pretendendo de alguma espcie de defesa em
seu exclusivo nome, para livrar os bens
penhorados da constrio judicial, ou, ao
menos, parte deles, visto que haviam sido
adquiridos com o esforo comum do casal.
Em face dessa situao hipottica, redija, na
condio de advogado constitudo por Ana
Claudia, a pea profissional adequada para a
defesa dos interesses da sua cliente,
apresentando, para tanto todos os argumentos
e fundamentos necessrios.
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
8
Resposta:
1 INTERROGANTE: Qual a pea
profissional adequada ao caso em tela?
(PAUSE)
R: Consultar tabela.
TIPOS DE PEA X CABIMENTO
Sendo assim, considerando que:
Ana Claudia, que a pessoa
representada, no parte do processo (ao
de execuo);
Ana Claudia, sofre turbao (ato que
impede ou atenta contra o exerccio da posse
por seu legtimo possuidor) de seus bens, por
ato de apreenso judicial (penhora).
Resposta:
Embargos de Terceiro (art.
1.046 1.054 CPC).
OBS.: Ler art. 1.046, caput, 3 CPC.
ATENO:
Embora, como regra, a inicial de Embargos de
Terceiro corresponda a quem no seja parte no
processo (art. 1.046, caput CPC), tal regra
excepcionada pelo pargrafo 2 do art. 1.046
CPC (cf. STJ, AgRg no Ag 1249564/SP, 2 T.,
j. 27/04/2012, rel. Min. Eliana Calmon).
ESTRATGIA A SER ADOTADA
CASO NO SE LEMBRE DA TABELA DE
CABIMENTO:
1) IDENTIFICAR ELEMENTOS
CENTRAIS: Promover detida leitura do
enunciado da questo, buscando
identificar seus elementos centrais (j
feito), dentre os quais a pessoa
representada. Quem ser?
R: Diz a questo: (...) redija, na
condio de advogado constitudo por
Ana Claudia, a pea profissional adequada
para a defesa dos interesses da sua cliente
(...).
CUIDADO:
No devemos confundir Embargos de
Terceiro com Embargos do Devedor
(Embargos Execuo). Neste, o
embargante o executado em um processo
execuo, enquanto naquele, o embargante
(regra geral) no parte do processo. Fique
atento!
OBS.: No obstante o exposto, quando
intimado da penhora, poder o cnjuge opor
embargos do devedor, na execuo promovida
contra o seu consorte (art. 655, pargrafo 2
CPC).
2) IDENTIFICAR PRETENSO: Identificar o
que pretende a pessoa a qual irei representar.
Diz o problema: (...) Ana Claudia procurou a
assistncia do profissional da advocacia,
pretendendo de alguma espcie de defesa em
seu exclusivo nome, para livrar os bens
penhorados da constrio judicial, ou, ao
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
9
menos, parte deles, visto que haviam sido
adquiridos com o esforo comum do casal.
(...).
3) IDENTIFICAR A ESPCIE DE PROCESSO
APLICVEL: Atravs de que espcie de
processo poderei satisfazer a pretenso de
Ana Claudia? Identificar qual a espcie de
processo aplicvel ao caso, seguindo a ordem:
I. processo de execuo;
II. cautelar; ou
III. de conhecimento.
I. Primeira hiptese - Processo de execuo:
considerando no ser Ana Claudia (pessoa
representada) titular de um ttulo executivo
inadimplido, no h de falar-se em processo
de execuo como meio hbil para a
soluo da questo.
II. Segunda hiptese - Processo cautelar:
Tampouco se visualiza no caso uma
pretenso urgente, cuja efetividade precise
ser garantida com a propositura de uma
cautelar preparatria ou incidental.
III. Terceira hiptese Processo de
conhecimento: No sendo possvel a
realizao dos objetivos de Ana Claudia
atravs de nenhuma das hipteses
anteriores, por excluso, deverei oferecer
inicial de conhecimento. Processo de
conhecimento que, como visto, pode seguir
o procedimento especial ou comum. Para
identificao da ao a ser oferecida, deve
seguir-se a seguinte ordem:
a) Verificar a possibilidade de atendimento das
expectativas da minha cliente a partir da
propositura de um procedimento especial:
I . Art. 890 a 1.210 CPC;
II. Leis especiais;
b) Na impossibilidade de equacionamento
da questo via procedimento especial,
estudar a aplicao de procedimento
comum sumrio, nos termos do art. 275, I e
II CPC;
c) No sendo cabvel a aplicao de um
procedimento especial ou de um
procedimento comum sumrio, dever a
ao seguir o procedimento ordinrio.
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
10
Da anlise dos procedimentos
especiais elencados no CPC entre os art.
890 e 1.210, chegamos ao art. 1.046, que
ensina:
CAPTULO X
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO
Art. 1.046 CPC. Quem, no sendo parte no
processo, sofrer turbao ou esbulho na
posse de seus bens por ato de apreenso
judicial, em casos como o de penhora,
depsito, arresto, sequestro, alienao
judicial, arrecadao, arrolamento,
inventrio, partilha, poder requerer Ihe
sejam manutenidos ou restitudos por meio
de embargos.
3o Considera-se tambm terceiro o
cnjuge quando defende a posse de bens
dotais, prprios, reservados ou de sua
meao.
OBS.: A simples ameaa de turbao ou
esbulho em decorrncia de ato de
apreenso judicial, justifica o cabimento da
ao de Embargos de Terceiro.
JURISPRUDNCIA RELACIONADA
Os embargos de terceiro so cabveis na
forma preventiva, quando o terceiro estiver na
ameaa iminente de apreenso judicial do bem
de sua propriedade (STJ, REsp 1019314/RS,
1 T., j. 02/03/2010, rel. Min. Luiz Fux).
Portanto, insista-se, importante estar
atento a sequncia:
1) Identificar a pessoa cujo interesse vai
defender e sua pretenso;
2) Descobrir a espcie de processo
aplicvel;
3)Em sendo aplicvel o proc. de
conhecimento (no cabendo portanto uma
execuo ou cautelar), devo verificar,
primeiro, o cabimento de um procedimento
especial;
4)No sendo aplicvel um procedimento
especial, ser aplicvel um procedimento
comum, o qual pode seguir o rito sumrio
ou ordinrio. Primeiro, devo tentar aplicar o
rito sumrio (em razo do valor da causa ou
em razo da matria).
5)No sendo aplicvel o procedimento
comum sumrio, caber o rito ordinrio.
OBSERVAO IMPORTANTE:
Uma vez identificada a pea, dever o
examinando ler todos os dispositivos de lei
referentes mesma, de modo a,
considerando os termos do problema
proposto, aplicar petio todas as
peculiaridades impostas pela lei.
Exemplo: no caso dos Embargos de
Terceiro:
Legitimidade ativa (terceiro proprietrio
e/ou possuidor) art. 1.047 CPC;
Prazo para propositura da ao art. 1.048
CPC;
O pedido liminar - art. 1.051 CPC.
2 INTERROGANTE: Qual o
endereamento apropriado?
Da leitura dos dispositivos que tratam
da ao de Embargos de Terceiro
(1.046 a 1.054 CPC), encontra-
se o art. 1.049 CPC, que enuncia:
Art. 1.049. Os embargos sero
distribudos por dependncia e correro
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
11
em autos distintos perante o
mesmo juiz que ordenou a
apreenso.
Sem embargo, como o enunciado da
questo no identifica o juzo que
determinou a penhora, devem ser
aplicadas as regras genricas do
CPC para a construo o
endereamento:
1) Verificar se a justia brasileira tem
competncia, nos termos dos art. 88 e 89
CPC;
2) Verificar se h competncia de Tribunal ou
rgo jurisdicional atpico (Cmara dos
Deputados [art. 51, CF], Senado Federal [art.
52, CF] ou Assembleia Legislativa do Estado
para julgar o governador);
3) Verificar se caso para a justia
especial (TEM Trabalhista,
Eleitoral ou Militar) ou comum (estadual
ou federal). RECORDAR: Na
prtica Empresarial no haver
endereamento para a justia especial.
4) Confirmar se a competncia ser da
justia comum federal (art. 109 CF) ou
estadual;
RECORDAR: o endereamento dever ser
feito para a Justia Federal quando a ao
envolver interesse da Unio (administrao
pblica direta ou indireta). Sendo assim, a
Justia Estadual tem competncia
complementar, ou seja, no sendo competente
a Justia Federal, ser competente a Justia
Estadual.
5) Determinar a comarca e o foro (verificar se
caso de vara especializada, a exemplo da
Fazenda Pblica ou de Registros Pblicos; se
no, utilizar as regras do CPC).
6) Verificar se caso de competncia
originria de Tribunal, conforme a seguir:
STF: art. 102 CF
STJ: art. 105 CF
TRF: art. 108 CF
Tribunais de Justia dos Estados: Lei estadual
Justia Estadual: Lei estadual
Justia Federal: art. 109 CF
Resposta:
1)A Competncia ser da justia brasileira ou
fornea? R: brasileira;
2)H competncia de Tribunal ou rgo
jurisdicional atpico? R: No;
3) caso para justia especial? R: Jamais;
4)A competncia ser da justia federal ou
estadual? R: justia estadual;
5) caso de vara especializada? R: No.
6) caso de competncia originria de
Tribunal? R: No.
Resposta:
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ
DE DIRETO DA ...... VARA CVEL DA
COMARCA DE ...................., ESTADO DE
...........................
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
12
(espao de 6 a 8 linhas)
DISTRIBUIO POR DEPENDNCIA
AO PROCESSO DE EXECUO N ...........
(art. 1.049 CPC)
(espao de 1 a 2 linhas)
3 INTERROGANTE: Como construir o
prembulo?
Antes de mais nada, deve-se identificar as
partes, que no caso so:
Autor/Embargante (aquele que teve a
apreenso judicial de seus bens): Ana Claudia
Ru/Embargado (aquele beneficiado
pelo ato de constrio judicial / autor do
processo originrio que culminou no ato de
apreenso): Rui
Pergunta: Professor, eu poderia incluir no
polo passivo a Laura e o Jorge Luiz?
R: Sim. Para aqueles que entendem por bem
levar ao polo passivo dos Embargos de
Terceiro todos aqueles que figurem no
processo principal (no caso, uma ao de
execuo), segue entendimento jurisprudencial
de Donaldo ARMELIN:
Deveriam figurar passivamente nos embargos
de terceiro ambas as partes do processo
principal, sempre que uma delas no tenha
aforado tais embargos. H em verdade um
litisconsrcio unitrio no polo passivo, vez que
o ato de constrio embargado no pode
subsistir ou ser desconstitudo seno frente a
ambas as partes litigantes no processo
principal.
No prembulo deve ser informado:
1) a qualificao do autor/embargante (Ana
Claudia): parcialmente informada;
2) referncia ao patrono da causa;
3) a referncia ao juiz;
4) a nome da ao: Embargos de Terceiro;
5) o procedimento adotado: procedimento
especial (os Embargos de Terceiro esto
previstos entre os arts. 890 e 1.210 CPC);
6) o artigo de lei no qual se funda a ao: art.
1.046, 3, CPC;
7) a qualificao do ru: no informada;
8) a referncia as razes de fato e de
direito que sero expostas.
RECORDAR: O advogado deve iniciar o
prembulo apenas algumas linhas aps o
endereamento, deixando assim espao para
deliberao do juiz. Dever ainda iniciar o
pargrafo no centro da folha.
ANA CLAUDIA,
NACIONALIDADE..., CASADA NO REGIME
DE COMUNHO PARCIAL DE BENS,
PROFISSO..., RESIDENTE E DOMICILIADA
A..., INSCRITA NO RG... E
CPF...(QUALIFICAO DA
AUTORA/EMBARGANTE), POR SEU
ADVOGADO INFRA-ASSINADO (DOC.1),
VEM RESPEITOSAMENTE PRESENA DE
VOSSA EXCELNCIA PROPOR PETIO
INICIAL DE EMBARGOS DE TERCEIRO,
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
13
COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 1.046, 3
DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL, EM
FACE DE RUI, NACIONALIDADE..., ESTADO
CIVIL..., PROFISSO..., RESIDENTE E
DOMICILIADO A..., INSCRITO NO RG... E
CPF... (QUALIFICAO DO
RU/EMBARGADO), PELAS RAZES DE
FATO E DE DIREITO A SEGUIR EXPOSTAS.
RECORDAR: Se ambas ou uma das partes for
PJ, no se esquecer da representao legal.
Por exemplo, se for SOCIEDADE LIMITADA,
qualificar a sociedade e, em seguida, afirmar
que representada por seu
ADMINISTRADOR. Se for SOCIEDADE POR
AES, qualificar a sociedade e, em seguida,
afirmar que representada por seu DIRETOR.
Exemplo:
Nome
empresarial do autor (PJ), com sede a .............,
inscrito no CNPJ ..............., representada por
seu administrador/diretor ..............,
(qualificao do administrador/diretor)(...).
4 INTERROGANTE: Como descrever
os fatos? (Dos Fatos).
Aqui o candidato deve parafrasear a situao-
problema, usando pargrafos curtos, SEM
INVENTAR OU ACRESCENTAR QUALQUER
DADO NO INFORMADO NA QUESTO.
DEVER DENOMINAR AS PARTES
ENVOLVIDAS COMO:
AUTOR/EMBARGANTE E
RU/EMBARGADO.
Resposta:
DOS FATOS
JORGE LUIS, CASADO
NO REGIME DE COMUNHO PARCIAL DE
BENS COM A AUTORA/EMBARGANTE
DESDE 1979, AVALIZOU EM 17.08.2005
NOTA PROMISSRIA SACADA POR
TERCEIRA PESSOA (LAURA), SEM O
CONSENTIMENTO DAQUELA
(AUTORA/EMBARGANTE).
VENCIDO EM
17.09.2005 E NO PAGO, O REFERIDO
TTULO DE CRDITO FOI REGULARMENTE
ENVIADO PARA PROTESTO.
DIANTE DO NO
PAGAMENTO POR PARTE DA DEVEDORA
PRINCIPAL/AVALIZADA (LAURA), E DE SEU
AVALISTA (JORGE LUIS), PROMOVEU O
CREDOR DA NOTA PROMISSRIA (RUI) A
EXECUO JUDICIAL DO TTULO CONTRA
AMBOS, COM FUNDAMENTO NOS
ARTIGOS 566, 580, 585, I E 586 DO CDIGO
DE PROCESSO CIVIL.
REGULARMENTE
CITADOS (DEVEDORA
PRINCIPAL/AVALIZADA E AVALISTA) E
DIANTE DO NO PAGAMENTO, FORAM
PENHORADAS DUAS SALAS COMERCIAIS
DE PROPRIEDADE DO AVALISTA.
CONSIDERANDO QUE
OS BENS OBJETO DA PENHORA FORAM
ADQUIRIDOS NA CONSTNCIA DO
CASAMENTO, BUSCA A AUTORA LIVR-
LOS DA CONSTRIO JUDICIAL, UMA VEZ
QUE, AINDA QUE NO SENDO PARTE NA
EXECUO, LEGTIMA PROPRIETRIA
DOS MESMOS.
5 INTERROGANTE: Qual a fundamentao
jurdica a ser adotada? (Do Direito).
Aqui o advogado dever argumentar como o
juiz deve analisar a situao, claro, a partir da
indicao legislativa. Ademais, a argumentao
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
14
dever ser corroborada pela doutrina e
jurisprudncia, se houver.
Resposta:
DO DIREITO
ANTES DE MAIS NADA,
IMPORTANTE DESTACAR O CONCEITO
PROCESSUAL DE TERCEIRO: TODO
AQUELE QUE NO FOR PARTE NO
PROCESSO (CONCEITO MERAMENTE
PROCESSUAL). NESSE SENTIDO,
CONSIDERA-SE TAMBM TERCEIRO O
CNJUGE QUANDO DEFENDE A POSSE DE
SUA MEAO, CONSOANTE O ESTATUDO
PELO 3. DO ART. 1.046 DO CDIGO DE
PROCESSO CIVIL, SENO VEJAMOS:
Resposta:
ART. 1.046, 3, CPC: (...) CONSIDERA-SE
TAMBM TERCEIRO O CNJUGE QUANDO
DEFENDE A POSSE DE BENS DOTAIS,
PRPRIOS, RESERVADOS OU DE SUA
MEAO.
NO MESMO SENTIDO,
ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL:
A MULHER CASADA LEGITIMADA
A OPOR EMBARGOS DE TERCEIRO, NO
S EM DEFESA DE SUA MEAO, NA
HIPTESE DE DVIDA POR TTULO
FIRMADO EXCLUSIVAMENTE PELO
MARIDO E QUE NO BENEFICIOU A
FAMLIA, COMO PARA PLEITEAR OS
BENEFCIOS DA LEI N. 8.009/90. (RT
742/403).
JURISPRUDNCIA RELACIONADA
A mulher casada responde com sua meao,
pela dvida contrada exclusivamente pelo
marido, desde que em benefcio da famlia
(STJ, AgR-AgR-AG 594.642/MG. 3 T., j.
21/02/2006, rel. Min. Humberto Gomes).
NA MESMA DIREO,
A SMULA 134 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIA:
SMULA 134 STJ: EMBORA INTIMADO DA
PENHORA EM IMVEL DO CASAL, O
CNJUGE DO EXECUTADO PODE OPOR
EMBARGOS DE TERCEIRO PARA DEFESA
DE SUA MEAO.
OBS.: Portanto, uma vez intimado, vale-se o
cnjuge de dupla proteo, haja vista que
poder apresentar, como visto
anteriormente, embargos do devedor ou de
terceiro.
Pregunta: Professor, como eu poderia saber
da existncia da Smula 134 do STJ?
R: No campo Do Direito voc deve utilizar
todos os argumento de direito possveis, com
vistas a demonstrao do bom direito de seu
cliente/representado. Para tanto, preciso
estar atento as remisses oferecidas pela lei,
como no caso.
A partir de nossa estratgia, encontramos o art.
1.046 CPC, que fundamenta a ao. Entre as
remisses feitas abaixo do prprio art. 1.046
CPC, consta a Smula 134 STJ.
PORTANTO, CONCLUI-
SE QUE, PARA PRESERVAR O
PATRIMNIO FAMILIAR, A LEI IMPE
LIMITAES AO PODER DE
www.cers.com.br
OAB 2 FASE X EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO EMPRESARIAL
Francisco Penante
15
ADMINISTRAO DO CASAL, EXIGINDO
QUE, PARA A PRTICA DE CERTOS ATOS,
SE OBTENHA A OUTORGA MARITAL OU
UXRIA, SEM A QUAL NO ESTAR
LEGITIMADO PARA EFETIV-LOS, SALVO
SE O REGIME MATRIMONIAL FOR DE
SEPARAO ABSOLUTA DE BENS
(CONVENCIONAL OU OBRIGATRIA).
O QUE SE
DESPRENDE DE FORMA CLARA DA
LEITURA DO ARTIGO 1.647, III, DO CDIGO
CIVIL, IN VERBIS:
Art. 1.647, III, CDIGO CIVIL:
RESSALVADO O DISPOSTO NO ARTIGO
1.648*, NENHUM DOS CNJUGES PODE,
SEM AUTORIZAO DO OUTRO, EXCETO
NO REGIME DE SEPARAO ABSOLUTA:
PRESTAR FIANA OU AVAL.
*Suprimento judicial da outorga uxria ou
marital, quando um dos cnjuges, sem
motivo justo, a denegue ou seja impossvel
conced-la.
Pergunta: Professor, como eu poderia
recordar a existncia do art. 1.647 CC e sua
aplicabilidade ao caso concreto?
R: Estando atento as remisses, pois, abaixo
do art. 1.046, 3 CPC h remisso ao art.
1.642 CC, o qual, por sua vez, nos remete ao
art. 1.647, III CC.
PORTANTO,
CONSIDERANDO INCIDIR A PENHORA
SOBRE BEM COMUM DO CASAL E NO
TENDO HAVIDO AQUIESCNCIA DA
EMBARGANTE EM RAZO DO AVAL
PRESTADO, RESTA SOBRADAMENTE
DEMONSTRADA A CONVENINCIA DA
PRESENTE AO.
ATENO!
Veja observao constante no padro de
resposta das peas prtico-profissionais
dos ltimos certames:
A mera citao do artigo no
pontua.
FIM
Recommended