Os Problemas Politicos e Sociais Aula 1 e 2

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DIMENSÕES CONCEITUAIS E HISTÓRICAS DO ESTUDO DOS PROBLEMAS E POLÍTICAS

SOCIAIS

UNIDADE 1

POBREZA, DESIGUALDADE, EXCLUSÃO E CIDADANIA: CORRELAÇÕES, INTERSEÇÕES E OPOSIÇÕES

Pobreza

Pobreza é uma situação de privação, determinada por diversas dimensões, tais como: acesso ao saneamento, à habitação, à educação, à saúde, à cultura e até mesmo à liberdade.

Necessidades básicas não alimentares podem variar qualitativamente entre os diversos contextos socioculturais, bem como seus custos monetários, de uma realidade para outra.

Desigualdades Sociais

Uma sociedade segmentada é composta por indivíduos detentores de direitos - os cidadãos, e de pessoas sem acesso a serviços e benefícios – os excluídos.

Desigualdade é uma propriedade da distribuição da riqueza, em uma dada população ou sociedade.

Exclusão

Não pertencimento a determinado grupo ou condição.

Critérios: • local de nascimento, • ancestralidade, • língua, • cor da pele, • convicções políticas ou morais, etc.

Cidadania

Envolve o exercício dos:

• direitos civis;• direitos políticos; e• direitos sociais.

A PROTEÇÃO SOCIAL PROMOVIDA PELO ESTADO: HISTÓRICO E MAIS ALGUNS CONCEITOS RELEVANTES

PRIMÓRDIOSA preocupação com a pobreza e da exclusão social emergiram na Europa Ocidental num período conhecido como Modernidade (século XVI ao XIX).

A “Lei dos Pobres” na Inglaterra.

Ao longo do século XIX, as Leis dos Pobres foram sendo abolidas, com a difusão das ideias liberais.

Fundamento do pensamento liberal, a liberdade individual,

enfatiza que os indivíduos devem ser livres para exercerem suas

escolhas. Este ponto de vista imperou na sociedade ocidental ao

longo de todo o século XIX, tendo se renovado e ganhado grande

aceitação nos últimos anos do século XX, sobre o substrato da

doutrina neoliberal.

O PLANO BEVERIDGE E AS ORIGENS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL

Em 1941 o governo britânico encomendou a uma Comissão Interministerial, presidida por Beveridge, um estudo para a reforma do sistema de seguros sociais inglês. O produto deste estudo deu origem a uma nova configuração da seguridade social inglesa.

O Plano Beveridge se propagou rapidamente, especialmente na Europa, nos anos de 1940 e 1950, se convertendo em modelo para as políticas de proteção social em todo o mundo, sob a denominação de Estado de Bem-Estar Social, ou Welfare State.

O Estado de Bem-Estar Social é aquele que assume a

proteção social de todos os cidadãos, patrocinando ou

regulando fortemente sistemas nacionais de Saúde, Educação,

Habitação, Previdência e Assistência Social; normatizando

relações de trabalho e salários; e garantindo a renda, em caso

de desemprego.

BASES ECONÔMICAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL: KEYNESIANISMO E FORDISMO

A reconstrução da Europa, após a 2ª. Guerra, se baseou nas teorias do economista John Keynes. Este propunha que o Estado deveria fazer investimentos públicos na produção para garantir o pleno emprego, regular as relações de trabalho e oferecer serviços sociais básicos.

• O modelo industrial na fábrica americana de automóveis Ford (métodos de administração científica de Taylor e Fayol).

• Produção em massa para consumo de massa.

• A publicidade e a propaganda se encarregavam de estimular, em grande escala, a demanda por bens duráveis.

De acordo com Esping-Andersen, os sistemas de proteção social variam conforme a quantidade de pessoas cobertas e os critérios utilizados para incluí-las ou excluí-las de tal cobertura. Neste sentido, os Estados de Bem-Estar Social podem ser:

universalistas – quando atendem a todos indiferenciadamente;

corporativos – aqueles restritos a corporações profissionais; e

residuais - focalizados em alguns beneficiários , p. ex.: pobres, idosos

MODELOS DE ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL

Modelos de Estado de Proteção Social

Fonte: Adaptado de Esping-Andersen (1990)

OS ESTADOS DE BEM-ESTAR SOCIAL NA NOVA ORDEM MUNDIAL

Ao final dos anos de 1970 o Estado de Bem-Estar Social foi colocado sob forte questionamento, diante:

do aumento dos gastos com aposentadorias e pensões, e da redução dos postos de trabalho, motivada pelas inovações tecnológicas.

No final dos anos 70 teve início o estabelecimento de uma nova ordem econômica mundial e à chamada globalização.

Neoliberais defendiam que o Estado de Bem-Estar Social deveria ser suprimido ou reduzido ao mínimo, transferindo-se a prestação de serviços sociais para os agentes privados.

AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS

Nos primeiros 40 anos de industrialização e modernização, poucas categorias de trabalhadores contavam com assistência médica e previdência social.

A partir da década de 60 a proteção social garantida pelo Estado foi sendo ampliada, o que se refletiu no maior comprometimento do orçamento público.

Na Constituição de 1988 ocorreu a inscrição de um projeto de Estado de Bem-Estar Social universalista.

EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL BRASILEIRA NO SÉCULO XX: DA DÉCADA DE 1920 À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Em 1923 foi estabelecida a primeira política pública de previdência social para trabalhadores, conhecida como Lei Eloy Chaves, que estabelecia a criação obrigatória, em cada ferrovia do País, de um fundo de aposentadorias e pensões, as Caixas de Aposentadoria e Pensões.

A partir de 1933, Vargas passou a criar Institutos de Aposentadoria e Pensão, tutelados pelo Ministério do Trabalho, para prover aos trabalhadores sindicalizados assistência médica e outros benefícios sociais.

No período demarcado pelos anos de 1945 a 1964 os governos pareciam preocupados em responder às demandas mais estridentes dos grupos organizados da sociedade, mesmo que isto implicasse em aumento de gastos sem previsão das devidas fontes de recursos.

Em 1960 foi publica a Lei Orgânica da Previdência Social que estabeleceu a homogeneização dos planos de contribuição e de benefícios entre os diversos institutos.

Em 1966 os diversos Institutos são unificados no INPS.

A POLÍTICA SOCIAL APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO: DA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988 AO GOVERNO LULA

A década de 80 ficou marcada pela inflação, estagnação econômica e desemprego, que, viriam a reduzir as receitas oriundas de tributos e contribuições, comprometendo os investimentos públicos.

A Constituição Federal de 1988 traz em seu texto um capítulo sobre a Ordem Social, garantindo amplos direitos sociais a toda população.

O texto constitucional prevê, para os serviços sociais: universalidade da cobertura e do atendimento; uniformidade e equivalência dos benefícios às populações urbanas e rurais; irredutibilidade do valor dos benefícios; e democratização da gestão do sistema.

Para implementar o conceito de Seguridade Social a Constituição previu a criação do “Orçamento da Seguridade Social” e a unificação dos Ministérios da Saúde, Previdência e Assistência Social, no Ministério da Seguridade Social.

Transformação do Instituto Nacional de Previdência Social em Instituto Nacional do Seguro Social, vinculando-o ao Ministério do Trabalho, amparado na proteção social como “mérito”, expressa num seguro social, de caráter contratual e individual.

No final do ano de 1992, as políticas de Saúde, Previdência e Assistência Social permaneceram em Ministérios independentes, e as diversas receitas do Orçamento da Seguridade foram centralizadas no Tesouro.

O pagamento dos benefícios passou a contar apenas com a receita das contribuições de empresários e trabalhadores gerando um déficit nas contas do INSS, o que levou o Ministério da Previdência a suspender os repasses que fazia ao Ministério da Saúde, desde o início dos anos 80. Isto fez com que esta área sofresse uma enorme crise de financiamento em 1993, que só foi parcialmente sanada com a criação da CPMF.

O “Consenso de Washington” recomendou prioridade em políticas focalizadas, assim como a ampliação da participação de empresas ou ONGs em programas sociais.

Para os focalistas os programas sociais universalizados pelo Estado são caros e ineficientes. Para os universalistas a utilização de programas focalizados pode congelar as desigualdades e perpetuar a pobreza, jamais realizando a inclusão.

A política social brasileira a partir de 1988 se tornou um composto de medidas e ações universalistas – como a Saúde e a Educação Fundamental –, com outras de caráter meritocrático – os programas contributivos da previdência social –, bem como com programas focalizados (como o Bolsa Família).

Dois acordos firmados com o FMI – um em 1998 e outro 2002 – que estabeleceram metas rígidas de superávit fiscal; bem como a crise cambial que afetou o País, no início de 1999 implicaram na desaceleração da economia e profundos cortes nos investimentos públicos, especialmente na área social.

UNIDADE 2

POLÍTICAS SOCIAIS DO ESTADO BRASILEIRO

CONFIGURAÇÃO INSTITUCIONAL DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO

EDUCAÇÃO

A configuração do sistema educacional brasileiro foi dada

pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996.

Competências governamentais na área da Educação:

A oferta privada ou filantrópica de serviços educacionais também é garantida desde que normatizada e supervisionada pelos Conselhos de Educação.

Cada esfera de governo possui sua própria estrutura regulatória (os Conselhos) e executiva (Secretarias Estaduais e Municipais de Educação).

Fazem parte do organograma do MEC a seguintes Secretarias:

Secretaria de Educação Básica (SEB); Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC); Secretaria de Educação Superior (SESU); Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD); Secretaria de Educação Especial (SEESP); e Secretaria de Educação a Distância (SEED).

RECURSOS E FINANCIAMENTOS

A Constituição de 1988 estabeleceu que a União, os Estados e os Municípios devem vincular parte das receitas de seu orçamento ao custeio da educação em todos os níveis de ensino.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é organizado como uma autarquia ligada ao Ministério da Educação, aplica recursos nos Estados, no Distrito Federal, nos municípios e em organizações não governamentais para atendimento às escolas públicas de educação básica, além de financiar diversos programas.

DESAFIOS DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO

O MEC lançou em 2007 o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), colocando à disposição dos Estados, municípios e do Distrito Federal de instrumentos de avaliação e implementação de políticas destinadas à melhoria da qualidade de ensino.

MAZELAS DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Garantir aos estudantes habilidades de leitura e escrita, bem como a de efetuar as operações matemáticas básicas.

A defasagem, a repetência e a evasão escolar também incidem fortemente sobre o sistema educacional.

Além de uma oferta insuficiente em Instituições Públicas, a distribuição de vagas no Ensino Superior é bastante desigual no território brasileiro.

As dificuldades de acesso ao ensino superior no Brasil estão associadas aos diferenciais de renda da população, o que o PDE tem procurado combater, com mecanismos de financiamento à educação em instituições privadas – através do PROUNI –, como pela expansão de vagas nas Instituições públicas e pelo incremento à modalidade de ensino a distância,.

SAÚDE

A REFORMA SANITÁRIA: UM MARCO NA POLÍTICA DE SAÚDE BRASILEIRA

A Reforma Sanitária permitiu a criação do SUS (Sistema Único de Saúde).

A Reforma Sanitária que ocorreu no final da década de 70, logrou inscrever, na Constituição de 1988, o direito a saúde como dever do Estado, bem como garantir a montagem de um sistema assistencial público, integrado e universal.

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

O SUS prevê a universalidade e equidade no acesso, a integralidade das suas ações e a participação social na sua gestão.

O sistema integra as ações de todas as instâncias de governo, prevendo a hierarquização e a regionalização dos serviços.

Financiamento do SUS

O SUS possui uma vinculação constitucional de receitas. Contudo, 70% destas correspondem a recursos federais, que são, em sua maioria, repassados para fundos estaduais e municipais de Saúde, ou pagos diretamente aos prestadores de serviços.

O processo decisório, no âmbito do SUS, culmina com a instituição de Portarias Ministeriais, feitas em parceria com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). Tais instrumentos definem as competências de cada nível de governo, bem como os critérios para que Estados e Municípios se habilitem à gestão do sistema em seu território.

Estrutura Institucional do SUS

O PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Criado no ano de 1994, o PSF tem como propósito fornecer atendimento integral à população, ao nível básico da assistência. Sua atuação ocorre através do acompanhamento de famílias residentes em determinado território por equipes multiprofissionais.

Ponto Positivo - redução da mortalidade infantil. Ponto Negativo - precariedade que caracteriza os vínculos de trabalho dos profissionais de saúde às equipes do PSF.

ASSISTÊNCIA SOCIAL E SEGURANÇA ALIMENTAR

Até a promulgação da Constituição Federal de 1988, a Assistência Social era prestada através da filantropia ou de programas governamentais focalizados nos mais necessitados.

A partir da Constituição de 88 é que a Assistência Social tornou-se uma política de Estado, e, sua implementação, independe da orientação política do governo.

PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

A política de Assistência Social e parte da política de Segurança Alimentar estão sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Atribuições do MDS:

Programa Bolsa Família (PBF), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), onde se inclui o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC); e diversos programas afetos à Segurança Alimentar e Nutricional.

O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIAO Programa Bolsa Família (PBF) envolve a transferência de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.

O pagamento dos benefícios do PBF impõe algumas condições:

• Educação: frequência escolar mínima de 85% para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos e mínima de 75% para adolescentes entre 16 e 17 anos.• Saúde: acompanhamento do calendário de vacina e do crescimento e desenvolvimento para crianças menores de 7 anos; pré-natal das gestantes; e acompanhamento das nutrizes na faixa etária de 14 a 44 anos.• Assistência Social: frequência mínima de 85% da carga horária relativa aos serviços socioeducativos para crianças e adolescentes de até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil.

O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

O BPC é um direito de todos os cidadãos que não podem mais trabalhar, bem como daqueles que não puderam realizar contribuições à Previdência Social.

A fonte dos seus recursos é o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), criado em 1995.

Ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) compete sua gestão, acompanhamento e avaliação. Já sua operacionalização está a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) constitui-se na regulação e organização dos serviços, programas, projetos e benefícios da Assistência Social em todo o território nacional.

O Sistema conta com ações de dois tipos:• Proteção Social Básica: destinada à proteção daqueles que vivem em situação de vulnerabilidade social.• Proteção Social Especial: voltada para casos de risco social de média e alta complexidade.

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Algumas Ações da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: •Banco de Alimentos;•Cisternas;•Cozinhas Comunitárias;•Distribuição de Alimentos;•Educação Alimentar e Nutricional;•Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);•Restaurante Popular; e•Consórcios de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (CONSADs).

Nos demais Ministérios estão distribuídos outros importantes componentes do Fome Zero:

• A Política Nacional de Alimentação Escolar: através do Ministério da Educação, oferece pelo menos uma refeição ao dia aos alunos da rede pública de ensino da Educação Básica.

• O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familia: liderado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolve ações específicas na agricultura familiar.

• A Política Nacional de Alimentação e Nutrição: é desenvolvida pelo Ministério da Saúde, e seus objetivos são assegurar a qualidade dos alimentos, promover hábitos alimentares saudáveis, bem como prevenir e controlar deficiências e doenças associadas à má alimentação.

ÓRGÃOS COLEGIADOS DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SEGURANÇA ALIMENTAR

O MDS conta com quatro órgãos colegiados em sua estrutura:

•o Conselho Nacional de Assistência Social; •o Conselho Gestor do programa Bolsa Família; •o Conselho Consultivo de Acompanhamento do Fundo de combate e Erradicação da Pobreza; e •o Conselho de Articulação de Programas Sociais.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRABALHO E GERAÇÃO DE RENDA

O acesso ao trabalho digno, bem remunerado e vinculado a benefícios de proteção social é cada vez mais raro no mundo.

No Brasil, a informalidade sempre foi alta e decorre do próprio modelo de industrialização e modernização adotado no País.

O MUNDO DO TRABALHO NA VIRADA DO SÉCULO XXI

A partir de meados da década de 1970, observou-se redução das taxas de crescimento, globalização e introdução de novas tecnologias na produção que afetaram o mercado de trabalho, em todo o mundo. Além do desemprego, teriam ocorrido novas formas de organização e gestão da força de trabalho, na redução numérica da classe operária industrial e na precarização do trabalho.

O fordismo que predominara até os anos 1970, é substituído por novos processos de trabalho, como o toyotismo.

Este novo paradigma de produção faz emergir o tema da flexibilização das relações de trabalho. Para os críticos, esta proposta implica num trabalho sem proteção social e/ou com salários muito baixos.

A flexibilização das relações de trabalho foi introduzida nas economias centrais, sendo exaustivamente negociadas com entidades de trabalhadores e empresários, através de sindicatos e associações empresariais. Contudo, apesar da redução de alguns benefícios trabalhistas, foram preservados, nestes casos, padrões básicos de relações e condições de trabalho, assim como de seguridade social.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL

Segmentos da população, em função de sua participação no processo produtivo:

• POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA (PIA): pessoas teoricamente aptas a exercerem uma atividade econômica. Subdivide-se em:1) População Economicamente Ativa (PEA): compreende o potencial de mão de obra com que pode contar o setor produtivo: a) População Ocupada: aquelas pessoas que trabalham. b) População Desocupada: pessoas que não têm trabalho, mas estão dispostas a trabalhar.

2) População não Economicamente Ativa ou População Economicamente Inativa – pessoas incapacitadas para o trabalho ou que desistiram de buscar trabalho ou que não querem trabalhar.

• POPULAÇÃO EM IDADE ECONOMICAMENTE NÃO ATIVA - pessoas com menos de 10 anos de idade.

Segmentos mercado de trabalho brasileiro:

Núcleo estruturado - composto por trabalhadores regidos pela CLT, trabalhadores domésticos, além dos servidores públicos, civis e militares. Núcleo pouco estruturado - correspondem os trabalhadores assalariados sem carteira, os autônomos não agrícolas, os domésticos sem carteira e os não remunerados.

Os trabalhadores do segmento pouco estruturado superam o número de pessoas inseridas no segmento estruturado.

Diferenças nos níveis de renda apropriados pela população Trabalhadora com carteira assinada e os assalariados sem Carteira no nosso país.

AS INSTITUIÇÕES DO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê os direitos decorrentes das relações entre empregador e empregados.

Os Mecanismos são representados pela autoridade nacional de inspeção do trabalho (a Secretaria Nacional de Inspeção do Trabalho), pela Justiça do Trabalho e pelos próprios sindicatos dos trabalhadores.

O SISTEMA PÚBLICO DE EMPREGO NO BRASIL

Políticas de Mercado de Trabalho (OIT) :

• Passivas: tem por objetivo minimizar seus efeitos nocivos do desemprego. Ex.: seguro desemprego e os programas de antecipação de aposentadorias.

• Ativas: buscam reduzir os custos de procura e oferta de trabalho. Ex.: programas de qualificação da mão de obra.

A intermediação de empregos vem sendo adotada no Brasil desde a década de 1970, através da criação do Sistema Nacional de Empregos (SINE).

Sistemas de formação e qualificação da mão de obra:

•Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);

•Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

O Fundo PIS-PASEP foi criado com objetivo de integrar o

empregado na vida e no desenvolvimento das empresas;

assegurar ao empregado e ao servidor público o usufruto de

patrimônio individual progressivo; estimular a poupança e corrigir

distorções na distribuição de renda; e possibilitar a paralela

utilização dos recursos acumulados em favor do desenvolvimento

econômico-social.

O art. 239 da Constituição Federal alterou a destinação dos

recursos provenientes das contribuições para o PIS e para o

PASEP, que passaram a ser alocados ao Fundo de Amparo ao

Trabalhador (FAT), para o custeio do Programa do Seguro-

Desemprego, do Abono Salarial e ao financiamento de Programas

de Desenvolvimento Econômico pelo Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 1994 foi criado o Programa de Geração de Emprego e Renda

(PROGER) para financiamento a pequenos produtores urbanos

e rurais, e assim viabilizar melhoria das condições daqueles

trabalhadores que já adotavam estratégias de autoemprego.