Portfólio Ourivesaria 2008-2011

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O meu percurso académico no curso de Ourivesaria na Escola Artística Soares dos Reis.

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Portfolio 2011Produção Artística

Escola Artística Soares dos Reis

Mariana Neves

Produção ArtísticaEscola Artística Soares dos Reis

Mariana Neves

O meu nome é Mariana Leonor Neves e estudo na Escola Artística Soares dos Reis. Escolhi esta escola por ser uma das melhores escolas directamente ligada as artes. Havendo um primeiro ano introdutório passei por várias áreas até chegar a Produção Artística, que desde logo me fascinou. Só mais tarde, no meu segundo ano, é que pensei e realizei

marianalneves@gmail.com+351 917 105 998

a minha primeira jóia. Ao nos serem apresentados alguns autores neste ramos, apercebi-me que o meu gosto pessoal estava direccionado para peças do contemporâneo, com formas e cores bastantes simples, como podemos ver mais á frente.

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4 BiografiaSobre a autora

12 EmoçõesColar Pendente

26 BerçoObjecto decorativo

8 IntersecçãoAlfinete

18 CuboAlfinete

30 LagoBrincos

30 LagoAlfinete

40 O processoActo da criação

36 ChuvaPulseira

42 OficinasLocal de trabalho

Katia Prins é uma artista contemporânea que privilegia, como conceito fundamental na criação das suas jóias, a interacção entre quem as usa e a tecnologia que está na base da sua concepção. Considera o corpo como algo que podemos manipular, tal como uma escultura, sendo a jóia um complemento de embelezamento que, de uma forma mais ou menos explícita transmite sempre a junção da arte com a tecnologia. As suas obras reflectem um sentimento de inquietação que se vai desvanecendo à medida que se começa a conhecer e a apreciar melhor a sua arte.São jóias com significado, sedutoras, ambíguas e, ao mesmo tempo desconcertantes. Apesar de todas as ideias que pretendem transmitir, as peças de Katia Prins, em vez de complexas,

são de uma simplicidade extrema.Foi exactamente essa simplicidade que me seduziu e inspirou uma das jóias que concebi. A “intersecção” é um alfinete feito em latão e em acrilico com acabamento em jacto de areia. As cores e a forma que escolhi foram inspiradas na jóia que Kaja Prins denominou de “Continuum Booch”. Tal como nesta jóia, é preponderante a coroa circular, forma geométrica que no meu caso foi complementada por um aro de metal incompleto, de forma quadrada. A cor vermelha é realçada na coroa circular. Esta delimita um circulo de metal com textura modificada por acabamento em jacto de areia. Pela união das duas componentes, criei uma peça ao mesmo tempo harmoniosa, mas que sugere algum conflito ao conjugar simultaneamente uma estrutura leve e uma forma pesada.

01 A intersecção é a minha primeira jóia. Nasceu da análise da obra Continuum Booch da Katjia Prins.Sendo esta a primeira vez que me debrucei sobre a área, foi aqui que me apercebi da paixão que tenho pela ourivesaria. Nesta jóia já se denota toda uma estética que me cativou e se veio a reflectir em todo o meu percurso.É a beleza pela simplicidade e ritmo geométrico.

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Alfinete Intersecção5 cm diâmetro

Latão com banho de prata e acrílico vermelho

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Alfinete Intersecção5 cm diâmetro

Latão com banho de prata e acrílico vermelho

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02 Emoções é uma peça pensada a partir da análise das emoções de Robert Plutchik. Este colar foi criado a pensar no Domínio, sentimento de poder que, de modo mais ou menos discreto, mas inevitável, está presente no dia a dia de todos nós.O colar tem formas agressivas e grandiosas, conseguidas pela cor negra num objecto frio, com arestas vivas, complementado por um fio também de metal negro que envolve e preenche todo o pescoço. Foi idealizado a pensar na sensação de pressão que permanentemente sentimos e nos sufoca .

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Emoções13 cm comprimento

Cobre com oxidação

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Emoçõesem modelo

Cobre com oxidação

EmoçõesPeça frontalCobre com oxidação

EmoçõesFecho pendenteCobre com oxidação

EmoçõesVista de topoCobre com oxidação

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Emoções13 cm comprimento

Cobre com oxidação

02 Emoções é um colar em cobre oxidado. É produto de uma estética sinuosa e sufocante. Quase parece um objecto retirado de uma paisagem vulcânica.

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03 O lavradinho é uma técnica tipicamente portuguesa que permite a criação de um desenho numa chapa.É utilizada para a produção de elementos decorativos, minuciosos, e de formas mais ou menos variáveis, que vão desde as linhas curvas, grossas ou finas, até linhas rectas mais ou muito profundas. Podem-se assim construir desenhos de caracter orgânico ou geométrico.

03 O lavradinho é uma técnica tipicamente portuguesa que permite a criação de um desenho numa chapa.É utilizada para a produção de elementos decorativos, minuciosos, e de formas mais ou menos variáveis, que vão desde as linhas curvas, grossas ou finas, até linhas rectas mais ou muito profundas. Podem-se assim construir desenhos de caracter orgânico ou geométrico.

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Cubocaixa de 4x4 cm

Latão com banho de prataacrílico colorido

03 O cubo foi uma peça que teve como iniciativa a participação no projecto Comenius, um evento multicultural expositivo de jóias criadas e produzidas por alunos do nível secundário de 10 escolas europeias. Esta actividade tem como objectivo, entre outros, reforçar o reconhecimento das instituições de ensino envolvidas e divulgar a variedade das peças de joalharia concebidas à luz de diferentes técnicas tradicionais.

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A partir de vários exemplos de formas, iniciei os esboços para a criação da minha peça. Os desenhos que fui fazendo conduziram invariavelmente a uma forma cúbica. Para contrariar a natureza estática e racional dessa geometria, optei por dinamizar a peça, estratificando o cubo através de um segundo e terceiro planos. Desse modo, as minhas ideias foram de encontro a um conceito de tridimensionalidade, ou seja, à criação de vários planos volumétricos através de alguns métodos geométricos.

O efeito final apresenta-nos a jóia como um cenário em que o “lavradinho” passa por papel de parede. Resulta numa peça que exprime um caracter geométrico em sintonia com as linhas orgânicas delineadas pela técnica do lavradinho, atrás referida.Os materiais utilizados foram olatão com banho de prata e o acrílico de duas cores, preto e vermelho. Para dar cor nas linhas do lavradinho utilizei a pátine de cor preta. Estas escolhas não foram ao acaso, tendo sido feito primeiro um estudo cromático.

Esta jóia resulta da produção de vários planos volumétricos. Pretendi, com o lavradinho, criar um “papel de parede” e que toda a jóia fosse como um cenário.

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Esta jóia resulta da produção de vários planos volumétricos. Pretendi, com o lavradinho, criar um “papel de parede” e que toda a jóia fosse como um cenário.

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Berço14 cm de altura

Cobre

04 A peça da covagem, o “Berço” é um objecto decorativo criada no âmbito da prataria. Tive como base o artista Anish Kapoor, como tema “no espelho da arte” e como subtema “O Eu, O Outro e a Outra Coisa”. O “Berço” pertende retratar o interior e o exterior de cada pessoa, e distingue-os através dos acabamentos dados à superficie concava e convexa da peça. Utilizei a técnica de covagem em toda a peça, mas puli apenas o seu exterior transmitindo assim a mensagem de que apenas é acessivel aos outros aquilo que escolhemos e, como tal, podemos embelezar. Tal contrasta com o nosso interior, as nossas recordações, vivências, todo o nosso passado, que, sendo algo que só nós recordamos, podemos preservar.

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Berço14 cm altura

Cobre

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LagoAlfinete 9 cm

Prata e esmalte

Lagoem modeloBrincos

Lagovista frontalAlfinete

LagoconjuntoBrincos

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LagoBrincos 2,5 cmPrata e esmalte

05 Lago é o nome de uma colecção agradavelmente geométrica. Constituida por brincos e alfinete, são jóias sóbrias que não procuram chamar a atenção pela peça em si, mas que dão um toque de classe à pessoa que as usa, realçando a sua simplicidade.

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06 Chuva. Reflectindo sobre a Casa do Soto, acabo por me aperceber que existem elementos que sem nós darmos por ela, transformam momentos em grandes sensações. É o caso da arquitectura desta casa. É uma conjunção de puro conforto com o meio ambiente, estando estes dois elementos bem interligados através dos grandiosos vidros que rodeiam toda a casa e fazem com que pareça que estamos ao ar livre.

ChuvaPulseira

Latão e Resina

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ChuvaVista de frente

ChuvaPomenor

LagoVista de trás

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ChuvaVista de frenteLatão e Resina

Esta é uma peça feita no âmbito da PAA (Prova de Aptidão Artística), um projecto que consiste na apresentação e na defesa perante um júri, de um projecto que assume a forma de um objecto, centrando-se num tema á escolha dos professores. A minha PAA teve como tema principal “Lugares E não Lugares” e como proposta a realização de uma jóia abordando o sub-tema “A cor”. Este projecto partiu de uma pesquisa conceptual, tendo como objectivo o desenvolvimento de uma linguagem plástica contemporânea e promover uma pesquisa formal e material para encontrarmos soluções plásticas, criando assim jóias actuais. A minha inspiração para esta jóia foi a Casa do Soto, um lugar de uma enorme beleza, tanto a nível paisagístico ou arquitectónico como sentimental. É um refúgio do meio urbano, em que tudo o que me rodeia é belo e natural. Guardo belíssimas recordações com amigos e

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ChuvaVista de trás

Latão e Resina

familiares, onde se passaram óptimos serões, jantaradas e passeios. Em qualquer época do ano gosto de lá estar: no Inverno, a ver a chuva a cair através de paredes de vidro, ou no Verão, onde as refeições são feitas ao ar livre e podemos apreciar a água da piscina ou do lago, ao som dos pássaros que pairam em toda a florestação que nos rodeia. Esta peça foi inspirada nesta pequena reflexão sobre o espaço, onde transmito a boa sensação de paz e tranquilidade que me contagia quando estou na Casa do Soto. No Inverno, a presença da chuva que cai para lá das paredes de vidro, transforma o ambiente que se vive em óptimas sensações. Ao olharmos para a minha peça notamos que há um elemento transparente que representa a ligação do lado exterior com o lado interior da casa, conjugado com as pedras azuis inseridas nessa mesma caixa que nos mostra as pequenas gotas de chuva a cair.

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ProcessoDesenvolvimento

conceptual

07 O processo. Acima de tudo, é com os grandes artistas que se aprende. Ao começar a criar uma jóia é neles que me inspiro misturando muito de mim.Da descoberta de novos artistas, resultam novas inspirações e a criação de um gosto pessoal.São com esboços, com desenhos livres que chego verdadeiramente ao ponto que quero: a mistura do que vejo com o que sinto.Depois de toda uma parte conceptual, passo para o estudo da jóia em si. Fazer estudos cromáticos, maquetas ou até outras vertentes da mesma jóia, são uma ajuda para que o produto final não tenha margens para dúvidas e que a parte oficinal seja bem sucedida.Chegada as oficinas, já está escolhida a matéria prima e todo o procedimento de fabrico.

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08 Oficinas. A Soares dos Reis é uma escola, que para além de nos desenvolver a criatividade, é um espaço onde as oficinas estão amplamente presentes.Este facto leva-nos á aquisição da autonomia necessária à criação das nossa jóias. Adquirimos uma visão da viabilidade da nosso projecto - as jóias que criamos são exequíveis- e adoptamos o projecto ás técnicas existentes tirando partido das mesmas.O meu tempo passado na escola permitiu-me desenvolver um conhecimento aporado da área profissional que pretendo desenvolver e preparou-me adequadamente para a joalharia.

OficinasTorno

Calote

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OficinasFundição

OficinasTorno

OficinasPrefuração da calote

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Peças de:2008/2009 - 2010/2011

Mariana Neves

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