View
6
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
PROBLEMA 5
1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO NEUROPSIOMOTOR
REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. – O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano:
orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e
do meio ambiente - Volta Redonda 2011
O desenvolvimento neuropsicomotor refere-se ao conjunto de modificações e amadurecimento das funções
do sistema nervoso, do aspecto psicológico e do desenvolvimento e coordenação motora, formando os três um
conjunto.
O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda vida e resulta de uma inter-relação
complexa de fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais. É definido como “mudanças que
acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte.
O desenvolvimento motor como processo gradativo de refinamento e integração das habilidades e dos
princípios biomecânicos do movimento, de modo que o resultado seja um comportamento
Os movimentos dependem de feedback eficaz para serem eficientes
2- IDENTIFICAR OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. – O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano:
orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e
do meio ambiente - Volta Redonda 2011
• Sistema inferior (extrapiramidal): maturação precoce e ascendente, inicia na 24ª semana,
responsável pelo tônus postural e reflexos arcaicos
• Sistema superior (piramidal): maturação mais tardia e descendente, responsável pela motricidade
• Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos utilizar a IDADE CORRIGIDA até os 2 anos.
• 40 semanas - IG
IDADE CARACTERISTICAS REFLEXOS
Neonato 0-
10 dias
- hipertonia flexora dos 4 membros fisiológica em supino e prono;
- Peso corpóreo seja deslocado para a face. O bebê consegue liberar as
vias aéreas levantando a cabeça;
- Nesta fase o bebê consegue visualizar melhor com contraste preto e
branco, acompanhando um objeto lateralmente e verticalmente
- Há modulação sensitivo-sensorial, iniciando a corticalização.
- Reação de retificação da cabeça, muitas
vezes, é acompanhado por movimentos
dos membros inferiores;
- todos os reflexos primitivos estão
presentes
1º Mês
- Predomina o padrão de flexão fisiológica e, o período de posturas
assimétricas;
- Ainda não possui o controle da cabeça;
- Os olhos acompanham os objetos em linha média. Reage a brinquedos
luminosos ou sonoros, porém assusta-se com facilidade;
- Reflexo de moro;
- Reflexo da marcha
2º Mês
- Predomínio da flexão corporal, mas realiza extensão melhor;
- As mãos encontram-se mais abertas, os braços com mais extensão, mas
não chegando a linha média;
- ainda não apresenta controle da cabeça, apesar de acompanhar bem o
movimento;
- Na postura (ventral/prono) a criança começa a estender o segmento
torácico, levanta a cabeça de 0 a 45º;
- é possível verificar a assimetria fisiológica, e influências de padrões
tônicos posturais como o reflexo tônico-nucal assimétrico e o reflexo
labiríntico;
- Quando estimulada a pegar um objeto nas mãos, ambas se encontram
predominantemente fechadas; mas abre-se quando tocada;
- Reflexo de moro;
- Reflexo de preensão palmo plantar;
- Desaparecimento do reflexo da marcha;
3º Mês - Apresenta rotação corporal, a cabeça consegue ser mantida na linha
média;
- PRESENTES: sucção, Moro, mão-boca,
preensão palmar, preensão plantar,
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
- As mãos já podem ser trazidas na linha média, os dedos se encontram
mais abertos, pegam objetos;
- Sustentam peso no antebraço
- A cabeça ergue até 45º;
- A criança já apresenta melhora nas reações de equilíbrio;
- Sustentar a cabeça aos três meses é a melhor prova de que o
desenvolvimento psicomotor do bebê está perfeito (equilíbrio estático);
- COORDENAÇÃO APENDICULAR: Junta as duas mãos na linha
média
- FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/
gnosias): fixa o olhar, sorri socialmente, atende ao som com procura da
fonte emissora e usa vogais (gorjeio)
cutâneo-plantar extensor, labiríntico
tônico nucal simétrico, –
- DESAPARECEM: marcha reflexa,
apoio plantar, reptação, tônico-cervical
assimétrico
4º Mês
- A criança apresenta competência para manter-se na posição dorsal
(supino);
Os braços estão na linha média, mãos nos joelhos, bate palmas, segura
objetos quando colocados na mão e solta-os ao acaso;
- Iniciam-se os movimentos de rastejamento;
- Quando colocada sentada, o tronco não possui estabilidade ou
equilíbrio e tende para frente;
- Reflexos tônico cervical assimétrico
- Reflexo tônico labiríntico;
- Nesta fase o lactante vai deixando de
utilizar mecanismos de reflexos para
realizar movimentação ativa;
- Os reflexos de preensão palmar
aparecem discretamente, os reflexos
plantares ainda permanecem, e o de Moro,
discretamente.
5º Mês
- Bom controle de cabeça;
- Apresenta boa reação postural da cabeça sobre o tronco com início de
reação postural do corpo ao corpo;
- Frequentemente leva os seus pés a boca;
- Tenta-se arrastar; rola; brinca com os chocalhos; puxa o pé à boca e
chupa o dedo do pé, consegue apanhar objetos e trocá-los de mão
- Desaparecem todos os padrões tônicos
posturais e reação de Moro
6º Mês
- Capaz de virar sua cabeça livremente para um lado e outro e o tronco
pode manter-se com o dorso apoiado na cama ou girar ativamente;
- Senta com apoio, e inicia a sentada sem apoio (equilíbrio estático0;
-Quando está sentada, transfere o peso para um dos lados, geralmente
transfere o peso para frente e utiliza os braços;
- A curiosidade agora é despertada para os pés - pé chegue até a boca;
- Muda de decúbito (equilíbrio dinâmico);
- Preensão voluntária – tira o pano do rosto;
- FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/
gnosias): Atende pelo nome, demonstra estranheza diante de
desconhecidos, localiza o som lateralmente, usa vogais associadas a
consoantes (lalação)
- Presentes: Reflexo do paraquedista,
preensão plantar, cutâneo plantar
extensor;
- Desaparecem: sucção, preensão palmar,
moro, mão-boca
7º Mês
-Criança praticamente não fica em decúbito dorsal e, se segurada para
sentar ergue-se praticamente sozinha;
- Não existe predomínio do padrão flexor ou extensor;
- Na postura sentada apresenta melhor equilíbrio;
8º Mês
A criança se movimenta constantemente e realiza espontaneamente as
mudanças de decúbito;
- Inicia o engatinhar com rotação deficiente do tronco;
- A criança começará a chutar e se erguer nas mãos das pessoas ou em
objetos e móveis;
- Quando fica em pé os artelhos ficam em garras,
- Reflexo de preensão plantar
9º Mês
- Hipotonia fisiológica em declínio;
-Nesta fase praticamente não fica em uma postura somente;
- Senta sem apoio e fica na posição de engatinhar (equilíbrio dinâmico);
- FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/
gnosias): Localiza o som de forma indireta para cima e para baixo –
Palavras de sílabas repetidas com significado (primeiras palavras)
palavras-frase
- Presentes: Reflexo de landau, preensão
plantar e
-cutâneo plantar extensor em
desparecimento
10º Mês
A criança se movimenta constantemente, senta sozinha com total
equilíbrio;
- Consegue ficar em pé sem equilíbrio;
- Alcança um objeto e também já o larga espontaneamente, atira o
brinquedo a espera que alguém o busque;
- Preensão é como pinça;
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
11º e 12º
Mês
- Tônus semelhantes ao do adulto
-Apresenta marcha livre com os braços abertos;
- Criança adquire noções espaciais que ajudam a situar-se no mundo. O
conhecimento do espaço está associado ao do tempo;
- Adquirem-se nessa idade, noções de distância quando engatinha para
alcance do brinquedo, de profundidade e do espaço vertical, ao dar os
primeiros passos;
- Realiza pinça superior individualizada;
- solta um objeto quando recebe o comando
-FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/
gnosias): Localiza a fonte sonora direto para baixo e indireto para cima,
usa palavras corretamente e produz jargão 1 a 2 palavras com
significado; aproxima-se quando é chamado
18º Mês
Controle vesical diurno iniciando
- Sobe escada com auxílio
- Alimenta-se com colher
- Fala pelo menos 6 palavras
2 anos
Controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e
anal
- Corre
- constrói torre com 6 blocos
- Sentenças com 2 a 3 palavras
3 a 4 anos Controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em
consolidação
5 anos Controle completo vesical e anal
Após 7
anos
- Aperfeiçoamento funções já existentes constituindo o aprendizado
formal.
- Pode-se utilizar a avaliação das funções corticais (memória, orientação,
gnosias, praxias e linguagem) e a performance escolar.
3- IDENTIFICAR E DESCREVER OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR PRECONIZADOS PELO MINISTÉRIO DE
SAÚDE
A avaliação neurológica da criança começa com a anamnese
AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
• NERVO OLFATÓRIO (1): pode ser testado confiavelmente já na 32ª semana de gestação. Deve-se
ter cuidado em usar estímulos apropriados, com substancias que sejam familiares á criança (café,
hortelã)
• NERVO ÓPTICO (2): para o exame deve-se dilatar a pupila. A cor do nervo óptico é salmão róseana
criança, cinza-esbranquiçada no RN, particularmente se ele for loiro. Os prematuros normais om 28
semanas piscam quando uma luz forte é dirigida aos olhos, e, com 32 semanas, os RN mantêm os olhos
fechados até que a fonte luminosa seja retirada. O campo visual do lactente é testado pelo avanço de
um objeto com cor intensa (vermelho) de trás da cabeça da criança através do campo visual periférico
e observando quando a criança olha pela primeira vez para o objeto;
• NERVO OCULOMOROR (3): inerva os músculos reto superior, inferior e medial, bem como o
oblíquo inferior e o elevador da pálpebra superior. A paralisia causa ptose, dilatação da pupila,
deslocação do olho para fora e para baixo e comprometimento as adução e elevação ocular.
• TROCLEAR (4): inerva o músculo oblíquo superior, e paralisia isolada faz o olho desviar-se para
cima e para fora, muitas vezes com uma inclinação compensatória da cabeça associada para corrigir o
deslocamento vertical das imagens;
• ABDUSCENTE (6): inerva o músculo reto lateral, de modo que a paralisia causa desvio medial do
olho e incapacidade de abduzir além da linha média;
OBS: É POSSÍVEL PESQUISAR O MOVIMENTO OCULAR COMPLETO COM 25 SEMANAS DE
GESTAÇÃO USANDO A MANOBRA DOS OHOS DE BONECA – usada para examinar os movimentos
oculares horizontal e vertical em um lactente ou paciente que não colabore ou esteja comatoso. O examinador
deve observar se os movimentos são completos e fluentes e determina a presença ou ausência de nistagnismo,
diplopia, oscilação caótica os olhos etc.
• NERVO TRIGÊMEO (5): a distribuição sensitiva da face se divide em três áreas: oftálmica, maxililar
e mandibular, cada região é testada pelo toque leve e por objetos com ponta, sendo comparada com o
lado oposto. É mais documentada no RN pela presença das caretas faiais
• NERVO FACIAL (7): a paralisia desse nervo pode ser devido a trauma ou congênita. Pode ser testada
pela gustação nos dois terços da língua colocando uma solução salina ou de glicose, a criança normal
consegue identificar sem dificuldade.
• NERVO VESTIBULOCOCLEAR (8): a triagem para a perda auditiva é um componente importante
no exame neurológico. Teste da orelhinha, teste do sino – crianças normais viram a cabeça em direção
do sino
• NERVO GLOSSOFARÍNGEO (9): Inerva o músculo estilofaríngeo. É testado pela observação do
reflexo nauseoso à estimulação tátil da parede posterior da faringe;
• NERVO VAGO (10): teste da tosse - deve pressionar a traqueia na incisura supra esternal
• NERVO ACESSÓRIO (11): inervação do esternocleidomastódeo. É testado pela rotação forçada da
cabeça e do pescoço contra a mão do examinador
• NERVO HIPOGLOSSO (12): inerva a língua - avaliação da motilidade, tamanho e forma
TESTE DE DENVER II
REFERÊNCIA: manual treining Denver II
O Denver II é um valioso instrumento de screening para avaliar o desenvolvimento de crianças do nascimento
aos seis anos de idade e monitorar o desenvolvimento em crianças de risco para alterações.
Avalia quatro áreas do desenvolvimento:
• Pessoal-social: Conhecer pessoas e cuida das necessidades pessoais
• Motora fina adaptativa: coordenação de olho e mão, manipulação de pequenos objetos e resolução
de problemas
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
• Linguagem: audição, compreensão e uso da linguagem
• Área motora grossa: senta, anda, pula, grandes movimentos musculares no geral
Valioso para triagem de crianças assintomáticas para possíveis problemas
Não é um teste de QI mas sim o preditor da adaptação intelectual, no porém não substitui o diagnóstico da
avaliação psíquica. O teste é dedignado para comparação de uma variedade de testes da performance de
crianças da mesma idade
Também estão incluídos cinco itens de teste comportamento para conclusão após a administração do teste,
ajuda a avaliar subjetivamente o comportamento geral da criança e obter um indicador aproximado, como a
criança usa suas habilidades (atenção, timidez, cooperação...).
Material do Teste: lã vermelha, chocalho do cabo fino, lápis vermelho, figuras: gato, cachorro, pássaro e
menino, sino, boneca pequena de plástico, bola de tênis, 8 blocos coloridos, copo com boca larga, mamadeira
pequena e folha de papel em branco.
Aplicação do teste: Primeira coisa é perguntar a idade da criança para a mãe. Depois traça-se uma linha vertical
na idade correspondente a idade da criança a ser avaliada (caso ela seja prematura, necessita-se fazer a
correção) e verifica se ela consegue realizar os itens que foram cortados pela linha.
A grande vantagem deste teste de triagem é a sua praticidade na aplicação. Os itens a serem avaliados são
apresentados em forma de gráfico, e em cada marco do desenvolvimento, podemos observar os respectivos
limites mínimo e máximo da idade de aparecimento.
Assim, as extremidades esquerda e direita de cada uma das barras, que representam os itens do DDST, indicam
respectivamente as idades em que 25% e 90% das crianças normais executam os itens. Por exemplo, no item
“permanece sentado sem apoio”, da área motora grosseira do DDST, cuja representação gráfica é apresentada
na figura, a extremidade direita da barra indica que 90% das crianças normais tem essa capacidade com idade
próxima a 7 meses.
Será marcado:
• P- passou,
• F- falhou,
• NO- sem oportunidade,
• R- recusa.
P- Normal: sem atrasos e no máximo 2 alertas (no Denver III não existe mais essa opção de 2 alertas). A
criança será reavaliada na próxima consulta.
C- Suspeito: 2 ou mais alertas (no Denver III a partir de I alerta já é suspeito) e/ou mais atrasos , a criança será
reavaliada em uma ou duas semanas.
Intestável: recusa em um ou mais itens situados a esquerda da linha da idade. Reavaliar em uma ou duas
semanas.
A avaliação pode ser usada 3 vezes, (avaliação, reavaliação…), com a mesma criança, sempre utilizando uma
cor diferente cada vez que for usar e não esquecendo de por a data.
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
4- EXPLICAR E DEMONSTRAR OS REFLEXOS PRIMITIVOS E ATÉ QUANDO ELES
PERMANECEM
REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. – O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano:
orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e
do meio ambiente - Volta Redonda 2011
FERREIRA, A.B et. al – propedêutica médica da criança ao idoso – 2º Edição editora atheneu
O desenvolvimento físico normal é caracterizado pela maturação gradual do controle postural pelo
desaparecimento dos reflexos primitivos, em torno de 4 a 6 meses de idade, como o reflexo de moro; o reflexo
tônico cervical assimétrico (RTCA); o reflexo de galant; os reflexos plantares; os reflexos orais e pela indução
das reações posturais (retificação e equilíbrio).
Em uma avaliação dos reflexos primitivos torna-se relevante observar que, mesmo quando presentes na idade
esperada, deve-se avaliar se a sua intensidade é adequada para aquela fase. De modo geral, estes reflexos
primitivos estarão presentes durante os primeiros seis meses de vida, e serão paulatinamente inibidos, na
medida em que padrões de endireitamento e de equilíbrio forem surgindo.
• Uso de Reflexos: A criança exerce os reflexos durante o primeiro mês de vida. Depois ela coordena
reflexos e reações, surgindo além dos reflexos instintivos. Os reflexos motores e sensoriais inatos
(sucção, preensão, acompanhamento visual) são utilizados para interagir e se acomodar com o mundo
exterior. • Reação Circular Primária: A criança coordena as atividades do próprio corpo e dos cinco sentidos,
como sugar o dedo, brincar com a língua etc. Esse período se inicia com poucas semanas de vida e vai
até o quarto mês. Nessa etapa acontece a assimilação. O fato primitivo geralmente é admitido como o
mais elementar da vida psíquica: a repetição.
• Reação Circular Secundária: O bebê procura por novos estímulos no ambiente; começa a prever as
consequências do próprio comportamento, agindo propositadamente a fim de modificar o mesmo;
início do comportamento intencional. A duração desse estágio é do quarto ao sexto mês
• Coordenação de Esquemas Secundários: Esse estágio tem duração do sétimo ao décimo segundo
mês. A criança mostra os sinais preliminares da constância de objeto; possui uma vaga ideia de que os
objetos têm uma existência independentemente dele próprio; e imita comportamentos novos.
• Reação Circular Terciária: O bebê procura novas experiências e produz novos conhecimentos. A
descoberta de novos meios por experimentação ativa é utilizada pela criança para a solução de novos
problemas Há a formação de estruturas através de deslocamento de objetos, de posições e de relações
causais ligados à ação.
Os reflexos primitivos estão intimamente associados à obtenção de alimento e à proteção do bebê, aparecendo
primeiramente na vida fetal e persistindo durante todo o primeiro ano de vida. Já os reflexos posturais fazem
lembrar movimentos voluntários posteriores, pois fornecem automaticamente a manutenção de uma posição
ereta para um indivíduo em relação ao seu ambiente, sendo encontrados em todos os bebês normais nos
primeiros meses pós-natais, podendo, em alguns casos, persistir no primeiro ano de vida.
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
• MORO: eleva-se o tronco da criança a partir do decúbito dorsal, segurando-a pelo dorso e a nuca com
o braço. O examinador deve “fingir uma queda” da criança, isto é, momentaneamente aliviar a
sustentação, reforçando-a logo em seguida – o objetivo é provocar a extensão rápida do pescoço e da
cabeceira da criança. No reflexo de Moro completo, a criança flexionara o pescoço, chorará e realizará
um movimento de abdução-extensão dos membros superiores, seguido de sua abdução e flexão. Esse
reflexo está presente desde o nascimento e desaparece até os 6 meses.
• TONICO CERVICAL ASSIMÉTRICO (ESGRIMISTA) – Com a criança em decúbito dorsal o
examinador roda a cabeça dela para um dos lados e sustenta essa posição por 15s a resposta esperada
é a extensão dos membros superior e inferior do mesmo lado da rotação e a flexão dos membros do
lado oposto. Desaparece entre os 3 e 4 meses.
• REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR – o examinador toca um dedo seu na palma da mão da
criança. A resposta esperada é a flexão dos dedos e fechamento da mão. Desaparece em 6 meses;
• REFLEXO DE PREENSÃO PLANTAR - pressiona-se com o dedo polegar a planta do pé da criança
logo abaixo dos dedos. A resposta esperada é a flexão plantar dos dedos. Desaparece aos 15 meses
• REFLEXO DE APOIO PLANTAR E MARCHA – segura-se a criança de pé pelas axilas e apoiam-
se seus pés sobre uma superfície rígida a resposta positiva é a retificação do tronco e o início de uma
marcha reflexa. Dura até os dois meses
o Suporte positivo: O suporte positivo é considerado normal desde o nascimento até o segundo
ou terceiro mês de vida. Esse reflexo é testado segurando-se o bebê de pé sobre uma superfície
de apoio, e realizando ligeiros “quikes” para cima e para baixo. Com isso, o bebê realiza suporte
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
em extensão digitígrado, significando resposta em padrão extensor total; resquícios desta
resposta são comuns até, aproximadamente, sete meses (Figura 16)
• REFLEXO DE PROCURA E SUCÇÃO: ao tocar o lábio de um lactente, verificam-se os
movimentos de sucção. Esse reflexo deve desaparecer aos 3 meses com a criança em vigília e aos 6
meses com a criança dormindo.
• REFLEXO DE LANDAU: há duas formas para esse reflexo. Usando uma das mãos, o examinador
suspende a criança pela superfície ventral. No reflexo Landau I, ocorrem elevação da cabeça e extensão
do pescoço e da pelve espontaneamente. No reflexo de Landau II, ainda com a criança suspensa,
flexiona-se o seu pescoço. As respostas esperadas são o abaixamento da pelve e a flexão das pernas.
O reflexo de Landau surge entre os 3 meses e os 4 meses de idade e deve desaparecer no final do 2°
ano de vida.
• REFLEXO DO PARAQUEDISTA: segurando a criança pelo tronco, projeta-se sua cabeça para
baixo rapidamente. A resposta esperada é a extensão dos membros superiores, como que para se
proteger de uma queda. Essa reação protetora deve ocorrer em qualquer sentido que a manobra ocorra.
Esse reflexo deve surgir entre 8 e 9 meses, permanecendo por toda a vida do indivíduo.
• REFLEXO OLHOS DE BONECA;
• REFLEXO DE CONEXÃO ENTRE AS MÃOS E A BOCA: Descrito também por Coriat (2001)
consiste na rotação da cabeça para a linha média, acompanhada da abertura da boca como resposta à
pressão exercida pelos polegares do observador sobre as palmas das mãos
do lactente.
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
• REFLEXO DE GALANT (ENCURVAMENTO DO TRONCO): Presente desde o nascimento
desaparece no decorrer do 2º mês de vida. Esse reflexo é testado com a criança em prono, deslizando-
se um objeto pontiagudo da região do ilíaco até a última costela, próximo às vértebras lombares. Como
resposta, ocorrerá uma flexão lateral do tronco;
• REFLEXO TÔNICO LABIRÍNTICO (RTL): Pode ser testado nas posturas prona ou supina. Com a
criança em supino sobre as mãos do examinador, busca-se observar presença de aumento da atividade
extensora, fletindo os membros superiores e inferiores, observando-se a resistência a esses movimentos
e à flexão passiva da cabeça. Na postura supina, analisa-se o aumento da atividade flexora, observando
a resistência à extensão da cabeça e de membros. Caso o reflexo esteja presente com hipertonia, é
sempre patológico
5- IDENTIFICAR E COMPREENDER OS POSSÍVEIS ATRASOS DO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR
REFERÊNCIA: DORNELAS L. F.; DUARTE, N. M.C.; MAGALHÃES, L.C. - Atraso do
desenvolvimento neuropsicomotor: mapa conceitual, definições, usos e limitações do termo - Associação
de Pediatria de São Paulo. Publicado por Elsevier Editora Ltda - 2015
EPIDEMIOLOGIA
• Estima-se que, em todo o mundo, 200 milhões de crianças menores de cinco anos de idade estão sob
risco de não atingir seu pleno desenvolvimento.
• A prevalência do atraso do desenvolvimento é, em grande parte, uma incógnita, mas dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 10% da população de qualquer país é constituída
por pessoas om algum tipo de deficiência, com uma taxa de 4,5% entre aquelas com até cinco anos de
idade.
• No Brasil,2 foi detectada diminuição da prevalência de crianças com atraso do desenvolvimento, o
que se justifica pelos avanços nos cuidados neonatais, pela ampliação da cobertura de assistência à
criança no primeiro ano de vida, ocorrido nas últimas décadas nos hospitais dos grandes centros e do
interior do país, além da elevação das condições socioeconômicas da população.
DEFINIÇÃO: Pelo Dictionary of Developmental Disabilities Terminology, atraso do desenvolvimento é
uma condição em que a criança não está se desenvolvendo e/ou não alcança habilidades de acordo com a
sequência de estágios pré-determinados.
Condições da infância, desde a concepção, gravidez e parto, decorrentes de fatores adversos como a
subnutrição, agravos neurológicos, como a encefalopatia crônica da infância (paralisia cerebral), e genéticos,
como a síndrome de Down. O atraso pode ser também uma condição transitória, não sendo possível definir
qual será o desfecho do desenvolvimento da criança, o que pressupõe o acompanhamento com avaliações
periódicas.
USO DO TERMO (atraso do DNPM)
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
• Uso e uma infinidade de termos (ex.: atraso do desenvolvimento, atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor, retardo mental, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, atraso do
desenvolvimento global);
• No Brasil, o termo começou a ser utilizado na década de 80 como diagnóstico para crianças com
retardo mental e, a partir da década de 90, para qualquer criança que apresentasse algum tipo de atraso
do desenvolvimento. Só mais recentemente o termo foi utilizado para crianças que apresentam baixa
pontuação em testes de desenvolvimento norma-referenciados;
• O artigo brasileiro mais recente define o termo como a não aquisição progressiva de capacidades
motoras e psicocognitivas de modo ordenado e sequencial que progride nos sentidos cefalocaudal e de
proximal para distal.
RASTREIO
• Medir o atraso do desenvolvimento exige habilidade de reconhecer que as trajetórias do
desenvolvimento são invariavelmente individualizadas, havendo variações dentro do que pode ser
aceito como ‘‘normal’’ e ‘‘não normal’’, o que implica na necessidade de contato mais prolongado
para se conhecer o contexto de vida da criança;
• A triagem do desenvolvimento é a melhor opção para rastrear crianças com problemas do
desenvolvimento por ser um procedimento rápido para ser aplicado em populações amplas de crianças
de várias faixas etárias;
• Porém, alguns trabalhos revisados5,27,28 comentam que avaliações pontuais do desenvolvimento em
crianças menores de cinco anos de idade são pouco confiáveis para delimitar o diagnóstico definitivo,
sugerindo-se que o termo atraso do desenvolvimento seja usado como diagnóstico temporário
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
•
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
6- IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS CAUSAS DO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR
CAUSAS
• Hipóxia neonatal;
• Hemorragia periventricular;
• Síndromes genéticas;
• Má formações;
• Desnutrição;
• Infeções congênitas;
• Epilepsias
TIPOS
1. Predomínio motor (PC, hipotonia central, dças
neuromusculares e ortopédicas)
2. Predomínio linguagem (hipoacusia, autismo)
3. Global (malformações, encefalopatias,
cromossomopatias)
7- COMPREENDER A IMPORTÂNCIA, A NECESSIDADE DE UMA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL NA REABILITAÇÃO DA CRIANÇA EM ATRASO DO
DESENVOLVIMENTO
REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação
precoce : crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de
microcefalia / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016
MIRANDA, Luci Pfeiffer; RESEGUE, Rosa and FIGUEIRAS, Amira Consuelo de Melo.A criança e o adolescente com problemas do
desenvolvimento no ambulatório de pediatria. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2003, vol.79, suppl.1, pp.S33-S42. ISSN 0021-7557.
A estimulação precoce pode ser definida como um programa de acompanhamento e intervenção clínico-
terapêutica multiprofissional com bebês de alto risco e com crianças pequenas acometidas por patologias
orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento possível, por meio da mitigação de sequelas do
desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da linguagem, na socialização e na
estruturação subjetiva, podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão
e no acolhimento familiar dessas crianças.
A estimulação precoce de bebês nascidos com atraso do desenvolvimento, promove a harmonia do
desenvolvimento entre vários sistemas orgânicos funcionais (áreas: motora, sensorial, perceptiva,
proprioceptiva, linguística, cognitiva, emocional e social) dependentes ou não da maturação do Sistema
Nervoso Central (SNC).
Os novos conhecimentos sobre a plasticidade cerebral humana reiteram a necessidade da equipe de saúde
intervir precocemente e não profetizar prognósticos para esses pacientes. A estimulação nos três primeiros
anos de vida, para crianças com atraso no desenvolvimento já estabelecidos ou aquelas com risco de atraso,
melhora sua performance, devendo ser incentivado o seu início o mais cedo possível.
A reabilitação é o processo destinado a permitir que a pessoa deficiente alcance um nível físico, mental e/ou
social funcional ótimo, proporcionando-lhe assim os meios de modificar a própria vida. Assim, todo trabalho
de reabilitação deve estar centrado nas habilidades da pessoa, cuja integridade e dignidade devem ser
respeitadas. Ao planejar os programas de reabilitação e de apoio, é essencial levar-se em conta os costumes,
possibilidades e as estruturas da família e da comunidade, fomentando sua capacidade de resposta às
necessidades da pessoa deficiente.
Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano
Recommended