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Relatório
Agrupamento de
Escolas Cidade do
Entroncamento
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2016 2017
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC
Escola Secundária do Entroncamento • •
Escola Básica António Gedeão, Entroncamento • •
Escola Básica Dr. Ruy de Andrade, Entroncamento • •
Escola Básica da Zona Verde, Entroncamento • •
Escola Básica do Bonito, Entroncamento • •
Jardim de Infância Sophia de Mello Breyner Andresen,
Entroncamento •
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas
Cidade do Entroncamento – Entroncamento,
realizada pela equipa de avaliação, na sequência
da visita efetuada entre 13 e 16 de março de
2017. As conclusões decorrem da análise dos
documentos fundamentais do Agrupamento, em
especial da sua autoavaliação, dos indicadores de
sucesso académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-
-sede do Agrupamento e as escolas básicas Dr. Ruy de Andrade, da Zona Verde e do Bonito, as duas
últimas com educação pré-escolar.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento, constituído em julho de 2012, resulta da
agregação da Escola Secundária do Entroncamento (atual sede) com o anterior Agrupamento de Escolas
Alpha. Integra seis estabelecimentos de educação e ensino e oferece a educação pré-escolar, os três ciclos
do ensino básico e o ensino secundário. As duas anteriores unidades orgânicas foram avaliadas no
âmbito do primeiro ciclo de avaliação externa das escolas em 2008 e 2011, respetivamente. Em janeiro
de 2014, o Agrupamento celebrou contrato de autonomia com o Ministério da Educação e Ciência.
No presente ano letivo, a população escolar totaliza 2708 crianças e alunos: 297 da educação pré-escolar
(13 grupos); 651 do 1.º ciclo do ensino básico (30 turmas); 423 do 2.º ciclo (19 turmas); 662 do 3.º ciclo (30
turmas); 468 dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (17 turmas); e 207 dos cursos
profissionais (10 turmas). Encontram-se em funcionamento duas unidades de ensino estruturado para a
educação de alunos com perturbações do espetro do autismo e três salas com equipamento específico
para apoio a alunos cegos e com baixa visão. É agrupamento de referência neste âmbito e da
Intervenção Precoce na Infância, para os concelhos do Entroncamento, de Vila Nova da Barquinha e de
Constância.
No que respeita aos dados relativos ao contexto sociocultural dos alunos, 3% são estrangeiros e 63% não
beneficiam de auxílios económicos da ação social escolar. Possuem computador e ligação à internet 78%
dos alunos do ensino básico e 73% dos do secundário. Quanto às habilitações académicas dos pais e das
mães dos alunos, 23% no ensino básico e 27% no secundário detêm formação superior. No que respeita à
sua ocupação profissional, 29% no ensino básico e 35% no secundário exercem atividades de nível
superior e intermédio. Em termos de recursos humanos, o Agrupamento conta com 281 docentes, dos
quais 86% pertencem aos quadros, o que evidencia uma elevada estabilidade profissional, e com 74 não
docentes, sendo que 90% têm 10 ou mais anos de serviço.
De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,
relativos ao ano letivo de 2014-2015, quando comparado com as outras escolas públicas, o Agrupamento
apresenta valores nas variáveis de contexto que o colocam entre os mais favorecidos. Destacam-se a
percentagem de alunos que não beneficiam dos auxílios económicos da ação social escolar, a média do
número de anos da habilitação das mães e dos pais e a percentagem de docentes do quadro.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
A avaliação dos progressos das aprendizagens das crianças que frequentam a educação pré-escolar
realiza-se através de um diagnóstico inicial e da observação direta. A informação recolhida é
sistematizada e fundamenta a comunicação que é feita aos pais e encarregados de educação. Contudo, os
documentos analisados não evidenciam práticas sistemáticas e generalizadas de avaliação com efetivo
impacto no planeamento e na ação educativa.
A análise dos modelos para comparação estatística dos resultados académicos em escolas de contexto
análogo, para o triénio 2012-2013 a 2014-2015, revela que, no ensino básico, os alunos do 9.º ano de
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
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escolaridade são os que apresentam resultados mais consistentes, acima dos valores esperados na
generalidade dos indicadores e com clara tendência de melhoria.
Pelo contrário, os resultados do 4.º ano evidenciam uma tendência de agravamento naquele período.
Efetivamente, em 2012-2013 a taxa de conclusão situou-se acima do esperado, em linha no ano letivo
seguinte e aquém em 2014-2015. Regista-se uma situação idêntica nas provas de avaliação externa de
português (acima do esperado no primeiro ano letivo em análise e aquém nos anos seguintes). Em
matemática, os resultados tiveram uma ligeira melhoria em 2014-2015, situando-se em linha com o
esperado, quando haviam ficado aquém nos dois anos anteriores.
No 6.º ano, a taxa de conclusão (em linha com o esperado em 2012-2013 e aquém nos dois anos
seguintes) regista uma tendência de agravamento, tal como as classificações nas provas de avaliação
externa de matemática (acima do esperado nos dois primeiros anos do triénio e aquém no último). Nas
provas de português, o desempenho dos alunos deste ano de escolaridade denota alguma tendência de
melhoria no triénio (acima do valor esperado, aquém e acima).
Relativamente ao 12.º ano, assinala-se a estabilidade da taxa de conclusão (em linha nos anos letivos em
análise). As médias nos exames nacionais de português e de história registam uma evolução, com
valores, respetivamente, em linha e acima dos esperados em 2014-2015, e as de matemática, em linha
com o esperado neste ano letivo, também apresentam uma tendência de melhoria, embora com
oscilações.
Em síntese, e considerando que os resultados académicos no decurso do triénio 2012-2013 a 2014-2015
se situam, globalmente, em linha com os valores esperados, mas que revelam alguma inconsistência, há
ainda um trabalho a desenvolver, relativamente à melhoria do desempenho, sobretudo porque o
Agrupamento é dos que apresenta variáveis de contexto mais favoráveis, quando comparado com as
restantes escolas públicas. Assim, a identificação dos fatores de sucesso e de insucesso inerentes aos
processos de ensino e de aprendizagem, bem como a monitorização sistemática da eficácia das
estratégias implementadas, visando progressos consistentes nas aprendizagens e nos resultados, são
aspetos a considerar nos processos de melhoria.
O Observatório de Qualidade faz o tratamento dos dados relativos aos resultados académicos que são
analisados em sede de conselho pedagógico, departamentos curriculares, grupos disciplinares e
conselhos de turma. Decorrente desta análise, são aplicadas medidas de promoção do sucesso escolar,
como apoios educativos, aulas de reforço e organização de grupos de homogeneidade relativa. Contudo, a
atribuição das causas de menor sucesso, sobretudo, a fatores externos dificulta a implementação de
planos de ação eficazes que contribuam não só para a consolidação de alguns dos resultados positivos já
alcançados, mas também para a melhoria daqueles que ainda não atingiram os patamares esperados.
No que diz respeito aos cursos vocacionais em funcionamento entre 2013-2014 e 2015-2016, a taxa de
sucesso variou entre 40% e 86%. Quanto aos cursos profissionais, cujos ciclos de formação ocorreram
entre 2012-2013 e 2014-2015, registaram-se resultados de 54% no de Técnico de Gestão Desportiva e de
50% nos de Técnico de Apoio Psicossocial e de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas
Informáticos. Estes resultados decorrem, sobretudo, do elevado número de desistências nos anos iniciais
do ciclo de formação, situação que merece a atenção dos responsáveis no que respeita a um
esclarecimento mais aprofundado aos alunos sobre as suas opções.
Com base na informação disponibilizada pelo Agrupamento, a taxa de interrupção precoce do percurso
escolar, em 2015-2016, é residual no 1.º e no 3.º ciclo (0,5% e 0,6%, respetivamente) e nula no ensino
secundário, tendo sido alcançadas as metas definidas no âmbito do contrato de autonomia. Contudo,
este indicador assume alguma expressão no 2.º ciclo (6,8%). De referir, que os casos de risco de abandono
são acompanhados e estão circunscritos a um grupo de alunos com características culturais específicas.
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
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RESULTADOS SOCIAIS
O Agrupamento investe fortemente no desenvolvimento de competências sociais, artísticas e culturais,
na adoção de um comportamento cívico e no acompanhamento de situações de indisciplina. Neste
sentido, sob o lema Aprender para Empreender na Era Digital no Século XXI, o projeto educativo, em
consonância com as orientações do Conselho Municipal de Educação, aponta áreas-chave (mais inclusão,
melhor educação; inovação, rigor, qualidade, responsabilidade, solidariedade; equidade e inovação),
entendidas como essenciais e que concorrem para a formação integral das crianças e dos alunos.
Nesta linha, os objetivos organizacionais contemplam, nomeadamente, a criação de uma escola como
espaço de ensino e de aprendizagem de qualidade, propiciador da disciplina e da segurança. Assim, e em
parceria com as autarquias e diversas instituições, são dinamizadas várias iniciativas em áreas como as
da cultura, das artes, do desporto, da inovação, do ambiente e das ciências, concorrendo para a
participação ativa dos alunos e concedendo visibilidade ao Agrupamento. Neste âmbito, salienta-se a
adesão a programas e projetos, como sejam SeguraNet, Eathink, Ciência Viva, Eco-Escolas, Parlamento
dos Jovens, Desporto Escolar, Oficina Multimédia e os clubes da Rádio, Televisão e Jornalismo e de
Guitarra.
A colaboração das crianças e dos alunos em ações de voluntariado e de solidariedade potencia o espírito
cívico e o sentido de pertença à comunidade, tornando-se evidente, em particular, na participação em
campanhas de Natal e no Natal Intercultural e na dinamização de atividades em lares de terceira idade.
Para o desenvolvimento da responsabilização na vida escolar, os alunos têm assento nos conselhos geral
e de turma e integram a equipa de autoavaliação. Por outro lado, e com o mesmo propósito, a diretora
reúne com regularidade com os seus representantes, para a sua auscultação e apresentação de
propostas sobre temáticas que respeitam à organização e ao funcionamento dos estabelecimentos de
educação e ensino. A associação de estudantes adota uma postura de mobilização dos pares, procurando
envolvê-los nas atividades em curso e no quotidiano do Agrupamento, embora o seu propósito nem
sempre seja cabalmente correspondido.
O ambiente educativo caracteriza-se, globalmente, pelo cumprimento das regras, propício às
aprendizagens, resultante, em grande medida, da divulgação, no início de cada ano escolar, das normas
fixadas no código de conduta e dos direitos e deveres dos alunos, constantes do regulamento interno.
Subsistem, no entanto, algumas situações de comportamentos perturbadores, pelo que no ano letivo de
2014-2015 foi implementada a ação de melhoria Prevenção da Indisciplina versus Promoção da
Disciplina. No último triénio, houve uma diminuição tanto do número de alunos alvo de medidas
disciplinares corretivas, como dos que foram sujeitos a medidas sancionatórias. A intervenção dos
gabinetes de Mediação Disciplinar, dos docentes e dos diretores de turma, e a afetação de uma
educadora social, no âmbito do contrato de autonomia, têm contribuído para o decréscimo de situações
problemáticas suscitadas por condutas menos apropriadas.
O Agrupamento acompanha o percurso escolar e profissional dos antigos estudantes, dinamiza
encontros com os mesmos e incentiva a sua participação em atividades com o objetivo destes
testemunharem as experiências vividas e criarem expetativas positivas nos atuais alunos.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
As respostas aos questionários aplicados à comunidade escolar, no âmbito do presente processo de
avaliação externa, demonstram, em síntese, um grau de satisfação elevado relativamente ao serviço
prestado pelo Agrupamento.
Os alunos do 1.º ciclo afirmam gostar das escolas que frequentam e relevam como aspetos bastante
positivos as atividades de expressão plástica, as visitas de estudo e a maneira justa com que os
professores lidam consigo. Os dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário sublinham que conhecem os
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
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critérios de avaliação e as regras de comportamento e declaram ter vários amigos na escola. Todavia,
apontam como áreas menos positivas o conforto das salas de aula, as condições de higiene e limpeza e a
utilização de computadores e da biblioteca para leitura e execução de trabalhos.
Os pais e encarregados de educação das crianças da educação pré-escolar mostram-se muito satisfeitos
com o ambiente educativo, a segurança, a comunicação com o jardim de infância e as instalações. Já os
pais dos alunos dos ensinos básico e secundário revelam agrado com a disponibilidade dos diretores de
turma, referindo o seu apreço pela circunstância de os seus educandos frequentarem o Agrupamento. Os
serviços de refeitório e de bufete e a resolução dos problemas de indisciplina obtêm, todavia, reparos.
Os docentes relevam a abertura da escola ao exterior e a utilização do computador na sala de aula como
prática comum, afirmando, como aspeto menos positivo, o conforto das salas de aula e a falta de respeito
que os alunos manifestam pelos não docentes. Por sua vez, estes realçam a disponibilidade da direção e
a segurança, manifestando ainda satisfação por exercerem funções no Agrupamento. Em sentido
contrário, está a sua opinião quanto ao conforto das salas, ao comportamento dos alunos e ao respeito
que estes têm por si.
A criação do quadro de mérito (valor e excelência) veio destacar não só os alunos que obtêm melhores
desempenhos académicos, mas também os que se distinguem pelas atitudes e valores adotados e pelos
comportamentos mais adequados. Esta é uma das formas de incentivo à aprendizagem e que, a par da
dinamização de atividades e exposições e da entrega e divulgação de prémios através dos meios de
comunicação do Agrupamento e nos jornais de âmbito local e regional, concorrem para a valorização do
sucesso.
A relação estreita mantida com a Câmara Municipal do Entroncamento, na facilitação e articulação de
projetos e de atividades que integram o plano anual, as parcerias com diversas entidades do meio, e a
diversificação da oferta formativa conferem visibilidade e notoriedade à ação do Agrupamento, colhendo
o reconhecimento da comunidade pelo impacto socioeducativo que a mesma tem implicado e que
responde às necessidades específicas da comunidade onde está integrado, com públicos muito
heterogéneos.
Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
O planeamento das atividades letivas é realizado em sede de departamento curricular, na educação pré-
escolar, e entre docentes que lecionam os mesmos anos de escolaridade e disciplinas, nos restantes ciclos
de ensino. Registam-se práticas de partilha de materiais, de elaboração conjunta de instrumentos de
avaliação e a definição e aferição dos critérios de correção. A monitorização do cumprimento das
planificações, a decisão sobre as atividades a incluir no plano anual e a análise dos resultados escolares
acontecem no seio dos grupos disciplinares. Este trabalho colaborativo tem contribuído para
incrementar algumas práticas positivas em termos de gestão curricular.
Foram implementadas ações com o objetivo de melhorar a articulação vertical, um dos pontos fracos
identificados numa das anteriores avaliações externas. Dinamizam-se reuniões de articulação, mas
destinam-se, fundamentalmente, a veicular informações sobre o percurso escolar das crianças e dos
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alunos, aquando do ingresso no 1.º ano de escolaridade e na transição entre ciclos. Para além destas
reuniões, são concretizadas iniciativas que facilitam a sua integração no nível de ensino/ciclo seguinte,
como sejam visitas às escolas que vão frequentar e o desenvolvimento de atividades ou projetos comuns.
Contudo, as práticas de articulação curricular vertical estão pouco consolidadas em termos de gestão
das orientações curriculares e dos programas, numa perspetiva de progressão sequencial das
aprendizagens, não sendo evidente uma ação concertada dos docentes tendo em vista colmatar
fragilidades sistematicamente identificadas nos ciclos subsequentes. Neste campo, sublinha-se a recente
elaboração de perfis de aprendizagem que poderá contribuir para a consolidação deste trabalho.
Embora contenham informação útil sobre o perfil e o percurso das crianças e dos alunos, os projetos
curriculares de grupo e os planos de turma não se apresentam como efetivos instrumentos de gestão
pedagógica. Efetivamente, os primeiros não refletem a necessária interligação entre o planeamento, a
ação educativa e a avaliação e os segundos não evidenciam a adequação das estratégias para a
concretização e desenvolvimento do currículo em função das especificidades das turmas e de cada aluno,
o que se configura como aspetos a aprofundar. Por outro lado, nos planos de turma, as grelhas de
articulação identificam conteúdos comuns a algumas disciplinas e as atividades a desenvolver, mas não
incluem um planeamento conjunto que potencie aprendizagens consubstanciadas numa real articulação
horizontal do currículo e dos saberes.
O plano anual/plurianual de atividades prevê algumas iniciativas que abrangem diferentes níveis de
educação e ensino e que promovem a interação com o meio e o conhecimento da cultura local,
contribuindo para a contextualização do currículo. No entanto, as práticas de interdisciplinaridade e de
ligação com o meio envolvente não integram, de forma sistemática, o planeamento da ação educativa, de
modo a conferir maior sentido e utilidade às atividades realizadas e aos conteúdos trabalhados. Por
outro lado, embora todas as ações sejam objeto de avaliação, a falta de objetividade de alguns indi-
cadores não permite identificar o respetivo impacto na melhoria da qualidade das aprendizagens.
PRÁTICAS DE ENSINO
No sentido de dar resposta aos diferentes ritmos e capacidades de aprendizagem dos alunos e de
colmatar as suas dificuldades, são desenvolvidas medidas de promoção do sucesso escolar,
nomeadamente a constituição temporária de grupos de homogeneidade relativa, iniciada em 2014-2015,
e que, no ano letivo de 2015-2016, abrangeu todas as turmas do 1.º e do 2.º ano de escolaridade, nas
áreas de português e de matemática. Foi ainda aplicada no 9.º ano, na disciplina de português. A
coadjuvação é também implementada em todos os ciclos do ensino básico e no ensino secundário em
diversas disciplinas. Estas e outras medidas têm revelado alguma eficácia, pelo que integram o plano de
ação estratégica para o biénio 2016-2018.
Para além dos alunos que são indicados para o apoio individualizado, os planos de turma apenas
assinalam as respostas a desenvolver com os que têm necessidades educativas especiais, não
evidenciando o recurso a práticas de diferenciação pedagógica em sala de atividades/aula, pelo que esta
continua a ser uma área a intensificar.
Sublinha-se o acompanhamento abrangente que é prestado às crianças e jovens com necessidades
educativas especiais, em resultado da articulação entre os diversos profissionais, em interação com as
famílias, apresentando, no triénio 2013-2014 a 2015-2016, taxas globalmente muito próximas do sucesso
pleno. A mobilização de recursos, não só do Agrupamento, mas também da comunidade, proporciona
respostas adequadas às problemáticas referenciadas e às especificidades de cada um. É de relevar o
trabalho desenvolvido nas unidades de apoio especializado, bem como o que é realizado com os alunos
cegos e com baixa visão. As parcerias já consolidadas, para além de proporcionarem diversas terapias,
têm garantido a implementação dos planos individuais de transição para a vida pós-escolar.
Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento
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A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais tem vindo a ser incrementada com a
promoção de ações de sensibilização e esclarecimento sobre problemáticas variadas, destinadas não só
aos profissionais como à comunidade, e através de iniciativas como a comemoração dos dias mundiais do
Braille e da Consciencialização do Autismo, entre outras.
As práticas docentes integram metodologias que implicam as crianças e os alunos de forma mais ativa
na aprendizagem, como a realização de trabalhos de grupo e de pesquisa e apresentações orais. Porém,
não estão generalizadas, coexistindo com as centradas no docente e no manual escolar, em que crianças
e alunos assumem pouco protagonismo enquanto construtores privilegiados das suas aprendizagens.
Regista-se a participação de docentes em ações de formação internas e externas, bem como o
envolvimento no projeto DNA (Desenvolvimento de Novas Abordagens) e a recente criação da sala
Entronc@r o Futuro, com o objetivo de promover a utilização de metodologias inovadoras. Contudo, estas
ações, pela sua recente implementação, não produziram ainda impactos significativos e transversais a
todo o Agrupamento.
O recurso às tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente a utilização dos quadros
interativos, embora integre o quotidiano dos docentes, pode ser mais explorada, de forma a proporcionar
atividades cognitivamente estimulantes e desafiadoras para os alunos e o seu maior envolvimento na
construção das aprendizagens.
São dinamizadas iniciativas que incrementam o espírito científico, como por exemplo visitas de estudo,
participação em programas e projetos dirigidos a todos os níveis de educação e ensino, designadamente
Horta-Pedagógica, Aprender no Laboratório, A Ciência anda por aí ou Ciência no Laboratório. No
entanto, a componente experimental, em sala de atividades/aula, é uma área a intensificar, sobretudo
na educação pré-escolar e no ensino básico, articulando as diversas áreas consignadas nas orientações
curriculares/currículo, de forma a gerar aprendizagens significativas e estimulantes. A valorização da
dimensão artística está patente na oferta formativa, mas também no âmbito do enriquecimento do
currículo, com o contributo de múltiplos clubes e projetos como o Clube de Guitarra, Cria e Constrói e
Arte e Valores.
Sublinha-se a dinâmica implementada nas bibliotecas escolares que têm desenvolvido um trabalho
muito positivo na motivação das crianças e dos alunos para a leitura. Regista-se a sua rentabilização,
sobretudo na escola-sede, não só enquanto espaços para aprendizagem dos alunos que as frequentam
para a realização de múltiplas tarefas, mas também para apoio aos docentes, destacando-se ainda as
diversas atividades que ocorrem naqueles espaços. A realização de numerosas iniciativas destinadas a
todos os níveis de educação e ensino, como sejam encontros com escritores e ilustradores e a Semana da
Leitura, são disso exemplo.
O acompanhamento da atividade letiva, ponto fraco identificado nas anteriores avaliações externas, tem
merecido a atenção dos responsáveis. É de realçar a implementação de práticas de observação de aulas
entre pares, quer ao nível dos grupos de recrutamento, quer dos conselhos de turma. Regista-se alguma
evolução face às anteriores avaliações externas, mas há ainda espaço para progressão no que respeita ao
aprofundamento do saber profissional, com a promoção de reflexão e debate sobre a natureza e o
fundamento da ação docente realizada e observada. A efetiva melhoria dos processos de ensinar para
fazer aprender todas as crianças e alunos é, assim, uma área a aprofundar.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
O Agrupamento tem vindo a reforçar a monitorização dos resultados escolares, bem como a análise da
qualidade do sucesso, com a intervenção dos diversos órgãos e estruturas. A dinâmica dos docentes, nas
reuniões de final de período letivo, incide também na avaliação da eficácia das medidas de promoção do
sucesso escolar, na análise de casos que se prendem com aspetos de natureza disciplinar, assiduidade e
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pontualidade, entre outros, debatendo-se os progressos das crianças e dos alunos e definindo-se novas
estratégias, em função das necessidades detetadas.
Ao nível da educação pré-escolar, a monitorização e avaliação da evolução das aprendizagens das
crianças é feita numa perspetiva formativa. Contudo, em termos de conclusão, acaba por situá-las face a
padrões previamente estabelecidos. Importa encontrar mecanismos de monitorização dos progressos que
cada criança vai fazendo para, em função dos mesmos, o educador ir ajustando o seu planeamento e
intenções pedagógicas, de modo a estabelecer uma progressão que seja desafiadora para cada uma delas
e para o grupo. Neste sentido, os projetos curriculares de grupo analisados não evidenciam, de forma
inequívoca, serem suporte da intervenção do educador, nem instrumentos privilegiados de interação
entre o planeamento, a ação educativa e a avaliação.
Nos ensinos básico e secundário, sublinha-se o trabalho no que respeita à construção de matrizes e de
testes comuns e à definição de critérios de correção, mas os documentos de planeamento analisados não
refletem que o recurso à avaliação formativa, enquanto elemento imprescindível à regulação dos
processos de ensino e de aprendizagem, seja um procedimento sistemático e generalizado. A informação
de retorno, que permita aos alunos identificar como melhorar os desempenhos, e ao professor ajustar o
seu planeamento de modo a delinear estratégias e realizar práticas de ensino diferenciado, não é
assumida da mesma forma por todos os docentes.
As taxas globais de sucesso dos alunos que, no triénio 2013-2014 a 2015-2016, foram sujeitos a medidas
de promoção do sucesso escolar, designadamente planos de acompanhamento pedagógico individual,
apoio ao estudo, apoio educativo e tutorias, para além de não serem elevadas, revelam oscilações
significativas. Os valores variam entre 50% e 100%, evidenciando a necessidade de uma monitorização
sistemática e consistente dos processos que permita, em tempo útil, conhecer a eficácia das medidas, de
forma a reformular as estratégias implementadas e atingir, plenamente, os objetivos preconizados.
No que respeita à prevenção e à resolução dos casos de absentismo e de abandono escolar, destaca-se a
interação entre os elementos da direção, os coordenadores de estabelecimento, os docentes
titulares/diretores de turma e os pais e encarregados de educação. Referem-se também as parcerias e os
protocolos realizados com várias entidades, como sejam a Associação EPIS (Empresários para a Inclusão
Social), a Câmara Municipal do Entroncamento/CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social), a
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, a Segurança Social e a Polícia de Segurança Pública. O
Agrupamento tem também diversificado e alargado a sua oferta formativa, procurando conciliar as
preferências dos alunos com os recursos disponíveis e as necessidades locais, perspetivando a sua futura
integração no mercado de trabalho. Ainda assim, os resultados alcançados no âmbito da interrupção
precoce do percurso escolar não são os desejáveis, como referido anteriormente, pelo que se trata de uma
área que continua a carecer de investimento.
Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,
o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
O projeto educativo para 2016-2019, sob o lema Aprender para Empreender na Era Digital no Século
XXI, explicita a visão para o desenvolvimento do Agrupamento, dando continuidade ao trabalho iniciado
desde a sua constituição, consubstanciado em princípios de inclusão e de uma educação para todos.
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Aquele documento orientador tem por base o projeto de intervenção da diretora e o diagnóstico
realizado, que evidencia os contributos das anteriores avaliações externas, nomeadamente ao nível dos
pontos fracos então identificados.
Com base nas opções estratégicas definidas e nos três eixos prioritários de intervenção – resultados,
prestação do serviço educativo e liderança e gestão – foram fixados objetivos operacionais, sendo esta a
base que determina a estrutura do plano anual/plurianual de atividades. Ainda que se registem
melhorias neste âmbito, face a um dos pontos fracos identificados numa das avaliações externas
anteriores, os procedimentos e os instrumentos instituídos com vista à monitorização e avaliação dos
referidos documentos nem sempre permitem verificar o impacto das atividades na consecução dos
objetivos para os quais foram selecionadas. Há, pois, ainda margem de progresso para que a
autorregulação seja sistemática e promotora de eventuais ajustamentos.
A direção constitui uma equipa coesa e mobilizadora da generalidade dos colaboradores. A liderança da
diretora, percecionada como disponível para ouvir e agir, fomenta o diálogo e a confiança, o que se
reflete no empenho e subsidiariedade das lideranças intermédias. São promovidas diversas iniciativas
que mobilizam a comunidade educativa e desenvolvem o sentido de identificação com o Agrupamento.
Merecem referência as comemorações da Semana do Agrupamento, que integra várias atividades que
congregam a comunidade educativa, como sejam o Concurso de Talentos e as exposições de trabalhos de
crianças e alunos das diferentes escolas e jardins de infância. Contribui também para este objetivo a
comemoração de efemérides com momentos informais de convívio que favorecem o estreitamento de
laços e o sentido de pertença.
O conselho geral tem dado o seu contributo para a melhoria do funcionamento do Agrupamento, ainda
que seja expectável um trabalho mais aprofundado e crítico no que concerne à avaliação do projeto
educativo, à apreciação dos relatórios periódicos de execução do plano anual/plurianual de atividades e
ao acompanhamento do processo de autoavaliação.
São de sublinhar as numerosas parcerias e protocolos, que formalizam a colaboração com a Câmara
Municipal do Entroncamento, as juntas de freguesia, empresas, associações, tal como outras instituições
representativas da comunidade local, que viabilizam a melhoria das respostas educativas e das
condições de aprendizagem de crianças e alunos. Também as associações de pais e encarregados de
educação têm um papel relevante neste âmbito, sendo favorecida a participação das famílias em
diversas iniciativas. Registam-se, assim, progressos significativos nesta área, assinalada como um ponto
fraco num dos relatórios de avaliação externa anteriores.
A adesão ao Programa Erasmus+, de que o Agrupamento é responsável pela coordenação, no biénio
2015-2017, tem possibilitado a troca de experiências entre alunos e professores de diversos países,
promovendo também a dimensão intercultural.
GESTÃO
As instalações das escolas básicas e do jardim de infância sofreram obras de requalificação, oferecendo
atualmente muito boas condições para o ensino e a aprendizagem. Apenas a escola-sede não foi alvo de
qualquer intervenção. Não obstante, encontra-se bem conservada, tendo a direção vindo a investir na
manutenção e melhoria dos espaços.
A constituição de grupos e turmas, a elaboração de horários e a distribuição de serviço docente
obedecem a critérios definidos pelo conselho pedagógico. Sublinha-se a organização dos horários dos
professores que prevê tempos comuns para trabalho colaborativo. A gestão de recursos humanos tem em
conta o perfil e a formação dos profissionais, respeitando-se, sempre que possível, as suas preferências.
Na distribuição do serviço docente, prevalecem critérios de continuidade das equipas pedagógicas e do
cargo de diretor de turma, o que favorece o acompanhamento dos alunos e a ligação com as famílias. No
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que respeita aos trabalhadores não docentes, considerando as necessidades do serviço, as tarefas a
atribuir têm em conta as respetivas competências pessoais e a formação específica, designadamente nas
bibliotecas e nas áreas funcionais dos serviços administrativos.
O plano de formação é elaborado a partir da identificação das necessidades, sendo desenvolvido em
articulação com o centro de formação local. Neste âmbito, destaca-se a realização de ações dinamizadas
internamente, rentabilizando as áreas de especialização dos docentes e não docentes, como forma de
promover o desenvolvimento profissional e a melhoria das práticas.
O recurso às tecnologias digitais, nomeadamente às plataformas Moodle e INOVAR, ao correio
eletrónico, à página web e às redes sociais, tem contribuído para que os circuitos de comunicação interna
e externa sejam agilizados. Os pais e encarregados de educação podem aceder ao programa de gestão
escolar, que fornece informação atualizada sobre o quotidiano dos respetivos educandos. Está também
assegurada a divulgação dos documentos estruturantes e de informações pertinentes. As principais
atividades são divulgadas, não só através dos meios eletrónicos, como também da publicação regular do
ENTRELINHAS, em formato de jornal de parede nos vários estabelecimentos de educação e ensino e em
formato de revista, no final de cada ano letivo.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
Os relatórios das anteriores avaliações externas identificaram fragilidades nos procedimentos de
autoavaliação instituídos. Nesse sentido, a equipa constituída para o efeito tem vindo a congregar
informação pertinente em resultado do trabalho realizado em sede das várias estruturas, que se
materializa na elaboração de um relatório anual. A análise estatística dos resultados académicos
efetuada pelo Observatório de Qualidade e os relatórios sobre a atividade desenvolvida, ao longo do ano
letivo, pelas diversas estruturas, são o suporte do relatório de autoavaliação. Ao identificar algumas das
fragilidades contribuiu para a definição das ações de melhoria e, mais recentemente, para a elaboração
do plano de ação estratégica 2016-2018, ainda que este trabalho possa ser mais aprofundado.
O tratamento da informação recolhida tem fundamentado algumas das opções de gestão organizacional,
embora, em relação aos vários pontos fortes e fracos diagnosticados em cada uma das áreas objeto de
avaliação, se verifique que, por vezes, estes se centram em torno de aspetos de natureza externa, o que
condiciona a identificação das medidas mais eficazes. Alguma da informação é pouco relevante para a
implementação de ações de melhoria, tendo em conta que é essencialmente descritiva. Os dados, como
os relativos à avaliação dos projetos, por exemplo, assentam em indicadores como o número de
atividades desenvolvidas e de participantes, não fornecendo informação relativa ao seu impacto na
melhoria das aprendizagens.
A equipa de avaliação interna e a direção reconhecem a importância da autorregulação, e estão
comprometidos em processos de formação, tendo em vista o aperfeiçoamento da autoavaliação e o seu
contributo para o desenvolvimento sustentado do Agrupamento, o que se sublinha. Identificam-se
progressos relativamente às anteriores avaliações externas, como sejam os procedimentos no âmbito da
monitorização das ações, que potenciam a reformulação de estratégias e a eficácia das medidas
implementadas. Assinala-se, assim, o comprometimento com o progresso organizacional, especialmente
no que respeita às ações em curso promotoras da qualidade do ensino e das aprendizagens e do sucesso
de todos os alunos.
Tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, conclui-se que os pontos fortes
predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio
Liderança e Gestão.
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4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
Diversidade de projetos e atividades de cariz cívico, solidário, cultural e desportivo e
valorização da dimensão artística, o que contribui para a formação pessoal e social das crianças
e dos alunos, para a satisfação das famílias e para o reconhecimento pela comunidade da ação
desenvolvida.
Mobilização de recursos para dar resposta aos alunos com necessidades educativas especiais
nomeadamente nas unidades de ensino estruturado e de apoio a alunos cegos e com baixa visão,
que proporcionam um acompanhamento abrangente em resultado da articulação entre os
diversos profissionais, as famílias e as entidades locais.
Rentabilização das bibliotecas escolares, sobretudo a da escola-sede, não só enquanto espaços
para aprendizagem dos alunos que as frequentam para a realização de múltiplas tarefas, mas
também para apoio aos docentes, destacando-se ainda as diversas atividades que ocorrem
naqueles espaços.
Qualidade das instalações e dos equipamentos de todos os estabelecimentos de educação e
ensino, o que contribui para propiciar um ambiente de aprendizagem tranquilo e diversificado.
Variedade de oportunidades de formação tanto para os docentes, como para os não docentes,
potenciadora da melhoria dos desempenhos e do desenvolvimento profissional.
Liderança da diretora e da sua equipa, percecionada como disponível para ouvir e agir,
promotora do diálogo e da confiança, o que se reflete no empenho e subsidiariedade das
lideranças intermédias e mobiliza a comunidade educativa, estabelecendo um contexto de
comunicação que se revela benéfico e positivo.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
Identificação objetiva das causas explicativas do sucesso e do insucesso dos alunos que sustente
a definição de planos de ação eficazes, garantindo a monitorização sistemática e consistente das
medidas implementadas.
Intensificação dos processos de articulação vertical e horizontal, que possibilitem um
desenvolvimento e gestão das orientações curriculares e do currículo, focados nas
potencialidades e necessidades das crianças e dos alunos ao longo do seu percurso escolar.
Generalização de práticas de diferenciação pedagógica e de metodologias de ensino mais ativas
em sala de aula e incremento da avaliação formativa, visando o maior envolvimento dos alunos
na construção das suas aprendizagens e na melhoria dos resultados académicos.
Aprofundamento da supervisão, promovendo momentos de reflexão conjunta sobre as práticas
letivas, que facilitem a monitorização da eficácia do planeamento individual e se assumam
como contributo relevante para a melhoria dos processos de ensinar e de aprender.
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Estabelecimento de mecanismos eficazes de monitorização e de avaliação das diversas
atividades e medidas de promoção do sucesso escolar, de forma a conhecer o seu real impacto na
qualidade das aprendizagens e no sucesso escolar.
Aprofundamento do processo de autoavaliação, através da implementação de procedimentos de
recolha e tratamento de informação e sua divulgação, que resulte de uma ação concertada entre
planificação e monitorização das ações para a melhoria, com efetivo impacto na regulação e na
sustentabilidade organizacional.
08-06-2017
A Equipa de Avaliação Externa: Madalena Teixeira, Marisa Janino Nunes e Rui Atanásio
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2017-07-10
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016
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