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II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
(META)LEITURAS E TECNOLOGIAS: INFLUÊNCIA DAS TIC NAS
PRÁTICAS DE LEITURA E NA PESQUISA EM LEITURA
Davi Alves Oliveira (UNEB)
Considerando as influências diretas e indiretas exercidas pelas Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC) nos diversos aspectos sociais, culturais e
cognitivos dos leitores contemporâneos (LÉVY, 1995), o presente Simpósio
propõe constituir-se como um espaço de divulgação e discussões sobre
pesquisas, trabalhos e experiências de ensino-aprendizagem que envolvam
investigações e/ou reflexões sobre tais influências nas práticas leitoras
contemporâneas. Adicionalmente objetiva-se discutir sobre as influências das
TIC nas metaleituras, considerando como tal as pesquisas em leitura – leituras
de leituras -, e levando-se em consideração principalmente o caráter
multimodal dos gêneros textuais da web (MONTE MÓR, 2010), as diversas
noções de leitura (KLEIMAN, 2004), seus mais conhecidos modelos cognitivos
(ALVERMANN; UNRAU; RUDDELL, 2013) e os desenvolvimentos em
linguística computacional (ALEXANDER; FOX; LAPPIN, 2010). Conforme
proposto por Rumelhart (2013), o processo de leitura deve ser concebido como
altamente interativo em seus subprocessos. Ou seja, níveis mais altos de
processamento da língua, como os níveis semântico e pragmático, interferem
nos níveis mais baixos, como os níveis sintáticos e lexicais. Desse modo,
pressupõe-se que os aspectos contextuais que circundam um texto, tanto os
linguísticos como os extralinguísticos, interagem com os outros subprocessos
de leitura e são, portanto, tão ou mais importantes que o texto em si. As TIC
constituem-se como ferramentas de produção e disseminação de textos e,
consequentemente, como espaço de leitura que possibilita novos modos de
abordar o texto. As caraterísticas distintivas desses modos de leitura somam-se
como fatores de interação aos outros subprocessos de leitura, criando
possibilidades de compreensão e experiências de leitura. Além disso, a
evolução das técnicas de manipulação e análise de textos trazidas pelas TIC
trazem novas possibilidades de análise de textos e de leituras, incluindo o uso
de modelos computacionais para o auxílio do processamento e análise de
textos, o uso de ferramentas para a análise de atividades de compreensão
textual para fins educacionais e de pesquisa e o uso de corpora linguísticos em
tais análises. As comunicações terão duração de 15 minutos cada, organizadas
em blocos de três apresentações seguidos por 30 minutos de discussão. Serão
aceitas apresentações de comunicações online, via videoconferência, com uso
do programa TeamViewer (www.teamviewer.com). Orientações sobre as
apresentações online devem ser solicitadas pelo e-mail do coordenador do
simpósio, davi.alvesoliveira@gmail.com.
Palavras-chave: Leitura, Tecnologias, Pesquisa em Leitura.
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
ENTRE A LLINGUÍSTICA E O ENSINO: ESTUDOS EM LEXICOLOGIA,
SOCIOLINGUÍSTICA E DIALETOLOGIA E OUTROS ASPECTOS DA
LÍNGUA PORTUGUESA
Geysa Andrade da Silva (UNEB)
A busca por um retrato mais fiel da realidade linguística tem feito os linguistas
se empenharem em pesquisa e elaborações teóricas com o objetivo de
descreverem tal quadro. Os estudos lexicais, sociolinguistas e dialetológicos
têm estabelecido uma interação muito promissora com outras áreas da
pesquisa, propiciando investigar e compreender não somente questões de
formação e evolução lexical de uma determinada língua, mas também
questões de variação diatópica, diastráticas, diageracionais, diassexuais,
diafásicas como também os sentidos intrínsecos capazes de evidenciar
histórias e memórias de uma comunidade linguística. Sob os viés teóricos de
Biderman (2001, 2004); Oliveira, Isquerdo (2001) Isquerdo (2006), Abbade
(2011, 2015) Labov ([1972],2008), Naro (2008), Cardoso (2010), Ribeiro (2012)
Aragão (2012), Bortoni-Ricardo (2004), Antunes (2009) entre tantos outros,
pode-se considera questões da heterogeneidade da língua, estabelecendo,
assim, um percurso de análise que se pauta na inserção do contexto histórico e
cultural no contexto linguístico, além dos condicionantes extralinguísticos,
marcas da identidade do falante. A língua, portanto, pode ser contemplada a
partir de características específicas, dentro de várias perspectivas e assim,
busca-se integrar tais áreas de pesquisa, propondo reflexões a fim de
congregar pesquisadores, em torno de questões que abrangem pesquisa e
ensino acerca da Língua Portuguesa no mundo.
Palavras-chave: Teorias Linguísticas, Variação, Pesquisa, Ensino.
DO PAPEL À TELA: NOVOS DISPOSITIVOS DE PRODUÇÃO E LEITURA
DE TEXTOS
Andreia da Silva Santos (FIS - Faculdade de Integração do Sertão)
O que muda na escrita quando o autor produz textos para além da "página
branca" do livro? Continua sendo escrita tradicional ou o autor acaba por fazer
adaptações para dar outra (s) forma (s) ao texto? E sobre este assunto, qual o
"olhar" do leitor para o texto veiculado e/ou produzido em diferentes mídias, no
que pese o toque (tela/livro), o próprio olho, as cores, o peso, o cheiro (livro),
as marcações. Há que se pensar em outro aspectos: os livros que são
produzidos em suportes digitais, possuem modificações? As letras apenas
pulam da páginas para a tela? Transformam-se em outro(s) ao ter a liberdade
de "mais" interatividade? A este Grupo de Trabalho (GT) interessa-nos
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
pesquisam que enfoquem a relação entre a escrita e as "novas" formas de
leitura e produção de texto. São fundamentais pesquisas de campo e ou
bibliográficas que explorem a temática e apontem o que diferentes autores
atestam sobre o tema.
Palavras-chave: Escrita, Leitor, Suportes Digitais.
IMAGENS DO OUTRO, IMAGENS DE SI: A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DA
ALTERIDADE E DA IDENTIDADE
Nabil Araújo de Souza (UERJ)
Ana Cláudia Viegas (UFRJ)
Outrora combatidos como resquício indesejado do paradigma historicista do
comparatismo ocidental, os estudos de imagologia são hoje “reconhecidos pelo
establishment comparatista como uma das bases dos estudos culturais, e até
mesmo do ‘multiculturalismo’”, observa Pageaux (2011, p. 109). Mas o que é
uma imagem, no sentido comparatista? Segundo Pageaux, “toda imagem
procede de uma tomada de consciência, por mínima que seja, de um Eu em
relação a um Outro, de um aqui em relação a um alhures. Portanto, a imagem
é a expressão, literária ou não, de um distanciamento significativo entre duas
ordens de realidade cultural” (Ibid., p. 110); e ainda: “A imagem é uma espécie
de língua, de língua segunda para dizer o Outro e, consequentemente, para
dizer também um pouco de si, de sua cultura” (Ibid., p. 111). Eis o que
poderíamos chamar de construção recíproca da alteridade e da identidade, do
Outro e de Si, no discurso, pelo discurso: “Toda alteridade revela uma
identidade – e vice versa” (Ibid., p. 111). Isso claramente implica a substituição
da ideia habitual segundo a qual a língua funcionaria como um sistema de
etiquetas que se ajustam às coisas “no mundo” por uma concepção de
construção de objetos de discurso a partir de uma instabilidade categorial de
base; portanto, da ideia clássica de “referente” e de “referência” por aquela de
referenciação: “uma construção de objetos cognitivos e discursivos na
intersubjetividade das negociações, das modificações, das ratificações de
concepções individuais e públicas do mundo” (MONDADA & DUBOIS, 2003, p.
20). Interessamo-nos, aqui, portanto, pelas dinâmicas diversas de cocriação de
imagens do Outro e de Si nos discursos, mas também pelos “processos de
estabilização” (Ibid., p. 41-48) dessas imagens, no sentido da produção do que
poderíamos chamar, com Roland Barthes, de efeitos de real. E, mais além, no
sentido do que poderíamos chamar, com Michel Foucault, de efeitos de
verdade, isto é, dos mecanismos pelos quais nos julgamos aptos, numa dada
cultura, a separar o discurso verdadeiro do não-verdadeiro, por exemplo o
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
ficcional: “não nos encontramos no verdadeiro senão obedecendo às regras de
uma ‘polícia’ discursiva que devemos reativar em cada um de nossos
discursos” (FOUCAULT, 1996, p. 35). Vislumbramos, aqui, ademais, o
programa do que Jacques Rancière denominou poética do saber: “estudo do
conjunto dos procedimentos literários pelos quais um discurso se subtrai à
literatura, se dá um estatuto de ciência e o significa”, interessando-se “pelas
regras segundo as quais um saber se escreve e se lê, se constitui como um
gênero de discurso específico” (RANCIÈRE, 1994, p. 15). Tomando como
inspiração um arco de estudos que vai do clássico Orientalismo (1978), de
Edward Said, até o recente O burguês: entre a história e a literatura (2013), de
Franco Moretti, passando por Os filhos de Caim (1989), de Bronislaw Geremek,
este simpósio se constituirá como um espaço de teorização e de análise, sob
variadas perspectivas, dos processos de construção de imagens (do Outro e de
Si) como objetos de discurso.
Palavras-chave: Alteridade, Identidade, Referenciação, Efeitos de real, Efeitos
de verdade
LITERATURAS E ESCRITAS DE SI: MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA
Gislene Alves da Silva (UNEB)
Juliane Costa Silva (UNEB)
Com base em Agamben (2009, p. 40), o qual amplia a noção de dispositivos de
Michael Foucault, os dispositivos podem ser "qualquer coisa que tenha de
algum modo à capacidade de capturar, orientar, determinar, interpretar,
modelar, controlar e assegurar os gestos, condutas, as opiniões e os discursos
dos seres viventes". Portanto, a vida humana pode estar sendo capturada por
diferentes dispositivos: a literatura, as redes sociais, a caneta, o computador,
celular etc. Então, como desarmar esses dispositivos que controlam o nosso
modo de dizer e ler o mundo e nossas experiências? A literatura tem aberto
espaço para outras discussões e fortalecido as possibilidades de inserção
social e política dos sujeitos, principalmente sobre a diversidade. A literatura
marginal permitiu os diferentes sujeitos falarem e serem ouvidos, reivindicou
lugares e questionou a cultura, a literatura e os discursos. Vivemos hoje o que
Arfuch (2012) define de guinada da subjetividade que faz emergir uma
multiplicidade de vozes silenciadas da sociedade, pois, ao mesmo tempo que,
vemos uma exposição do eu em uma sociedade midiática que tem dado ênfase
à espetacularização da intimidade, percebemos um movimento de
autoafirmação dos sujeitos, pois, estes agora falam com voz própria e
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
convidam outros tantos sujeitos a ocupar esse espaço, espaço de fala que
empodera as margens. Esse simpósio convida a todos para pensar as
estratégias de desleituras, (de)formação da escrita desses sujeitos. Como
estes têm feito para publicar? Como tem sido a recepção desses textos
produzidos nas margens e para as margens? Pensarmos assim a relação
autor-leitor-obra produzidas por sujeitos socialmente excluídos. É preciso
pensar nessas alternativas de (de)formação da escrita, enquanto arma de
enfrentamento a uma determinação e imposição sociocultural. Pensarmos em
encontros que visa leituras desviantes, descolonizadoras, proposto no sentido
de fortalecer o debate, ambientes que mexam com as subjetividades dos
sujeitos, assim, refletimos sobre novos modos de olhar as experiências e
operar com a escrita do texto. Com base em Homi Bhabha (1995), não se trata
de buscar a substituição de um discurso hegemônico por um discurso
minoritário, mas de processos de hibridização, como “terceiro espaço”, que
possibilita o surgimento de outras posições. Neste sentido, busca-se refletir
acerca da força política dos estudos literários e suas interfaces identitárias pelo
viés da crítica da cultura. Pretende-se ainda fomentar um diálogo com os
pesquisadores acerca da diferença cultural, empoderamento, estratégias das
narrativas autobiográficas, as implicações das políticas culturais sobre olhares
diversos da mídia e da hipermídia.
Palavras-chave: Estudos literários, Cultura, Força política.
A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR ATRAVÉS DO TEXTO LITERÁRIO
INFANTIOJUVENIL
Vanderlândia Lima de Souza (UEFS)
Esta proposta é fruto de um projeto que surgiu através da observação de aulas
de leitura realizadas pela própria pesquisadora. Ela percebeu o baixo estímulo
e poder crítico de alunos frente aos trabalhos de compreensão leitora. No geral,
os alunos e alunas envolvidos na pesquisa apresentavam pouca disposição
para ler e praticamente não explanavam sua visão crítica frente ao que liam.
Outros ainda viam a leitura apenas como um processo de decodificação, o ato
de ler representava apenas decifrar os símbolos gráficos sem conduzir tal ato a
processos de questionamentos em torno do significado dos signos gráficos
decifrados. Por isso, foi desenvolvida uma sequencia de atividades envolvendo
o texto literário infantojuvenil com leitura, análise textual, problematização
referente a questões de identificação do sujeito e sua relação com o meio,
produção artística para reconto e socialização coletiva dos trabalhos. A
proposta de trabalho que visava, dentre outros objetivos, mapear as aulas de
leitura envolvendo o texto literário infantojuvenil para observar até que ponto
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
esse gênero contribui com a formação leitora do sujeito. Para coletar dados em
campo e investigar o fenômeno da leitura na formação do sujeito, fez-se um
estudo e uso da pesquisa qualitativa, porque ela atendia melhor às
expectativas de uma pesquisa social. Na investigação adotou-se a pesquisa
ação, isso porque o investigador pode, com este recurso, analisar a própria
prática através de uma série de atividades previamente programadas de
leituras. Desse modo, foram analisadas e discutidas, ao longo de seu
desenvolvimento, as possíveis contribuições da literatura infantojuvenil na
formação do sujeito leitor. Para tanto, foi de fundamental importância salientar
o posicionamento de teóricos como Abramovich (1989), Cavalcanti (2002),
Colomer (2003), Cunha (1991), Goldenberg (2005), Macedo (2000), Maria
(2002), Silva (1993), Zilberman (1998), que discutem e tratam deste gênero
literário. Segundo Cunha, em Literatura infantil: teoria e prática, “a obra literária
para crianças é essencialmente a mesma obra de arte para adulto. Difere esta
apenas na complexidade de concepção: a obra para crianças será mais
simples em seus recursos, mas não menos valiosa.” (CUNHA , 1991, p. 70).
Assim, esta literatura deverá ser tratada com o mesmo valor e respeito
atribuído a quaisquer outras artes literárias.
Palavras-chave: Palavras-chave: leitura; literatura; texto infanto-juvenil.
VIVÊNCIAS DE LEITURA NA ESCOLA E OUTROS ESPAÇOS
Gracielia Novaes da Penha (UNEB)
Compreende-se que a aquisição da leitura foi e é tradicionalmente
responsabilidade da Escola, por isso essa atividade há tempos deu ênfase na
decodificação do signo linguístico apenas, sem que houvesse abertura para
outras interações, seja com outras leituras, outras vivências. O que resultou na
análise estrutural distanciando o sujeito aprendente do mundo semântico e
polifônico dos textos, a leitura servia como pretexto para o estudo dos
elementos gramaticais da língua. Mas, a partir de estudos sobre outras práticas
de leitura (CHARTIER,2009) na escola e em outros contextos não formais, o
sentido de leitura se ampliou indo além da decifração do código, atrelou-se ai o
processo de significação e sentidos na leitura que se faz dos mais diferentes
textos (DIONÍSIO, MACHADO, BEZERRA, 2007). Tal ideia já foi preconizado
por Freire (1985) ao instigar que a leitura do mundo precede a leitura da
palavra. Desde então percebe-se que os professores começam a trabalhar a
leitura na escola com outra dinâmica, compreendendo a função da leitura em
suas diferentes modalidades, inclusive a leitura que não está na escola; a
leitura que serve para o simples deleite do leitor; e, também a que é crítica e
política. E ai se encontra a importância do desenvolvimento da leitura não
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exclusivamente como habilidade, mas sobretudo, como forma de compreensão
e posicionamento dos sujeitos frente a contemporaneidade e seus desafios.
Nesse interim, este simpósio tem a finalidade de instaurar um diálogo sobre as
vivências de leituras dos sujeitos aprendentes no espaço escolar e também em
outros, tendo como conectores o relato de práticas realizadas por professores
da educação básica, ensino superior, estudantes de licenciatura de Letras,
Inglês, e/ou outras línguas, e educadores não formais que realizem atividades
dessa natureza em contextos de formação.
Palavras-chave: Leitura, escola, aprendente, espaços não formais.
FORMAÇÃO DO(A) LEITOR(A) NA PERSPECTIVA DA DIVERSIDADE
CULTURAL
Denise Dias de Carvalho Sousa (UNEB)
O multiculturalismo aponta para o reconhecimento do diferente, o direito à
diferença, com base na diversidade de raças, gênero, origem social, padrões
culturais e linguísticos, colocando em questão o tratamento dado às múltiplas
identidades no âmbito educacional. Uma educação multicultural, preconizada
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação e pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais tende a ser tratada nas salas de aula com significações que
acentuam e atualizam a formação e a prática docente. Rever a essencialização
das identidades nos discursos curriculares e nas práticas discursivas,
entendendo-as como construções sempre provisórias e inacabadas, torna-se
latente numa visão pós-moderna. Os trabalhos de Hall (2003), Bourdieu
(1996;2011), Bonnici (2007), Sodré (1978); Mclaren(1997;2000) e Candau
(2008) convergem quanto à resistência da homogeneidade cultural,
possibilitando repensar as práticas excludentes no contexto escolar. É a partir
da necessidade de compreender as ações da escola nessa conjuntura que
surge este Simpósio Temático, ação do grupo de pesquisa Linguagem,
Estudos Culturais e Formação do(a) Leitor(a) - LEFOR, com o objetivo de
construir um espaço de reflexão e debate em torno da formação do(a) leitor(a)
na perspectiva de valorização da diversidade cultural na escola, questionando
a construção das diferenças e, por conseguinte, os estereótipos e
preconceitos contra aqueles percebidos como “diferentes” nos seguintes
campos de investigação: leitura literária (de massa, de cordel, africana, afro-
brasileira, indígena), relações de gênero e cultura popular. Para tanto,
pretende-se reunir estudantes, professores e pesquisadores por meio de
apresentação oral de comunicações científicas e/ou de relatos de experiências,
com ênfase em atividades didático-pedagógicas e/ou em práticas não formais.
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
Palavras-chave: multiculturalismo, escola, formação do(a) leitor(a).
TRADUZIR, RESSIGNIFICAR, (TRANS)CRIAR: ANALISANDO OS
PROCESSOS DE REESCRITA INTERSEMIÓTICA
Fernanda Suely Muller (UFC- Universidade Federal do Ceará)
Sabemos que os processos de (des)leituras de uma obra literária são
numerosos e nem sempre uniformes. Tendo como ponto de partida
especialmente as contibuições de Lefevere (1992), Plaza (2001) e Cattryse
(2014), neste espaço pretendemos discutir alguns dos procedimentos técnicos
e teóricos de tradução de re-leituras de obras literárias em seus mais variados
suportes. Este simpósio propõe, portanto, trabalhos que abordem as múltiplas
possibilidades de “tradução” e transcriação de um texto literário para outro
suporte afim, sendo bem-vindas contribuições acerca de: tradução e
compreensão intercultural; adaptações fílmicas de obras literárias; tradução e
legendagem; cotejo de traduções de um mesmo objeto; tradução/adaptação de
músicas em imagens e vice-versa e tradução/adaptação de obras literárias
dentro de uma mesma língua, como leitura “facilitada para estrangeiros”, por
exemplo.
Palavras-chave: adaptação, tradução, releituras, lit. comparada.
MULTIPLICIDADES DE VOZES NA PRODUÇÃO DE ARTES
Jancleide Góes (UFBA)
Luciany Aparecida Alves Santos (UNEB)
Este simpósio se dispõe a pensar multiplicidades de vozes na produção de
artes: música, literatura, performance, cinema e vídeos. Sobretudo, as
multiplicidades que acionam escrevivências e letramentos de reexistência para
elaborar escritas e leituras de sis. Numa ação de vida, desde a música, a
literatura e a performance, essas artes são criadas a partir do ato de ler/desler
experimentações próximas de seu próprio corpo. Ou seja, falamos de
produções artísticas que articulam os letramentos e leituras autocríticas, para
compreensão sociopolítica e estética de si. Para Conceição Evaristo (2016), a
escrevivência, termo cunhado pela autora, é uma escrita elaborada a partir de
experimentações particulares de uma pessoa, em um exercício de ir
lendo/deslendo, numa atuação contínua, a própria vida. Preconiza Souza
(2012), desde o conceito de letramentos de reexistência, a necessidade de
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
resistir e existir, segundo uma relação entre conhecimentos formais e
experiências pessoais, para entender-se parte de uma conjuntura político-
social. Foucault (1997) pensa a individualidade política do sujeito e o seu lidar
com ela uma técnica de si. E Freitas (2016) destaca os letramentos negros
como lugar de fuga das relações institucionais que tendem controlar os sujeitos
para enquadrá-los em sistemas que barram o corpo e seus experimentos de
vida. Este simpósio receberá propostas que considerem a multiplicidade de
vozes daqueles que se predispõem a produzir arte como exercício de vida,
integrando conhecimentos e saberes que transitam nos variados espaços
socioculturais. O aporte teórico para esses debates são diálogos encontrados
em AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios.
Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009. BUTLER,
Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Trad. Rogério Bettoni.
Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Corpos indóceis e mentes livres, livros de
artista (2013/2015), vídeo-poema (2015). CARRASCOSA, Denise. Pós-
colonialidade, pós-escravismo, bioficção e con(tra)temporaneidade. In: Estudos
de literatura brasileira contemporânea, n. 44, p. 105-124, jul./dez. 2014.
CARRASCOSA, Denise. Técnicas e políticas de si nas margens, seus
monstros e heróis, seus corpos e declarações de amor: literatura e prisão no
Brasil pós-Carandiru. Curitiba: Appris, 2015. FOUCAULT, Michel. Resumo dos
Cursos do Collège de France (1970-1982). Trad. Andréa Daher. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1997. NUNES, Kamilla. Espaços autônomos de arte
contemporânea. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2013. SOUZA, Ana Lúcia
Silva. Letramentos de reexistência. São Paulo. Parabola. 2012. FREITAS,
Henrique. O Arco e a Arkhé. Salvador: Ogum’s Toques. 2016.
Palavras-chave: letramentos, textos literários, escrevivência.
IMAGENS, MÍDIAS E OLHARES
II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE
Valter Gomes Santos Oliveira (UFBA)
Joelma Ferreira dos Santos (UAM - Universidade Autônoma de Madri).
As imagens vagueiam criativamente pelo mundo tendo como aportediversas
mídias, a exemplo da pintura, charge, fotografia, cinema, televisão, etc.Embora
possam ter o olhardo(a) autor(a) como ferramenta inicial, as imagens também
são (re)significadas por outros múltiplos olhares receptores. Há uma relação
intrínseca entre imagens, mídias e olhares, estes como filtros culturais que dão
sentido ao mundo. De algumas décadas para cá, temos assistido ao
crescimento do número de pesquisadores(as) e pensadores(as) que interagem
com as imagens e suas materialidades em várias áreas de conhecimento. A
proposta deste simpósio temático é promover o encontro e o diálogo de
pesquisadores (as)que têm as imagens como objeto ou fonte de estudos, e
suas relações com as mesmas.
Palavras-chave: Imagem, Mídia, Olhar.
DESLOCAMENTOS E TRAVESSIAS: DAS DESLEITURAS LITERÁRIAS
Mauren Pavão Przybylski (PNPD/Capes – Pós-Crítica/UNEB)
José Ricardo da Hora Vidal ( SEC-BA/ Pós-Crítica/UNEB)
A contemporaneidade clama por deslocamentos que dão lugar a novas
travessias; abrir-se a um pensamento “indisciplinado”, desvincular-se dos
fundamentos genuínos dos conceitos ocidentais e da acumulação do
conhecimento – tomando como base a desobediência epistêmica (Mignolo,
2008). Considerando que nossa sociedade ainda é regida, nas mais diversas
esferas, a partir de uma perspectiva eurocêntrica, o que denota a colonialidade
do poder (Quijano, 2005) e compreendendo a necessidade de se percorrer
travessias que nos levem a um pensamento e prática transdisciplinares, o
presente simpósio tem como objetivo fomentar uma discussão acerca da
necessidade de se descolonizar saberes, ideias, perspectivas, voltando o olhar
para trabalhos que estejam na contramão do pensamento colonial, ou seja, que
façam a opção descolonial, que apostem não só em narradores tradicionais,
mas também em novos narradores que possuem uma vasta produção narrativa
e não estejam necessariamente na academia, voltando o olhar para produções
acadêmicas e não acadêmicas – destacando que essas ultimas podem intervir
no meio e persistem como uma necessidade estética por parte daqueles que
as transmitem (Przybylski, 2014). Serão bem-vindos, nesse sentido, textos que
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