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TRABALHO SOBRE ARTRODESE
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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
Curso de Pós Graduação em Centro Cirúrgico
Andréia Bastasini 1162968
Cilene Oliveira da Silva 1134180
Taína F. Vilas Boas 1136727
Cuidados de Enfermagem no POI de Artrodese de Coluna
São Paulo
2014
Andréia Bastasini
Cilene Oliveira da Silva
Taína F.Vilas Bôas
Cuidados de Enfermagem no POI de Artrodese de Coluna
Trabalho apresentado para avaliação do rendimento da disciplina de Recuperação Pós Anestésica, do curso de Pós Graduação em Centro Cirúrgico na Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, ministrado pela Prof° Ms Verônica C.C. de Medeiros.
São Paulo/SP
2014
Cuidados de Enfermagem no POI Artrodese de Coluna
1 INTRODUÇÃO
A prestação de uma assistência sistematizada converge na necessidade
de planejar as ações, determinar e gerenciar o cuidado, registrar o que foi
planejado e executado e, finalmente, avaliar estas ações, permitindo assim
gerar conhecimentos a partir da prática. (ARAÚJO et al, 1996)
Cabe ressaltar a necessidade de haver uma comunicação adequada e
eficiente, permitindo que a assistência iniciada no período pré-operatório da
cirurgia de artrodese de coluna seja continuada no período trans-operatório e
possa prosseguir no período pós-operatório. No entanto esse meio de
comunicação deve ser único, com registro fidedigno à situação e de fácil
acesso à equipe de saúde. (MORAES e PENICHE, 2003)
A artrodese de coluna consiste na fusão óssea intencional de uma
articulação, sendo utilizada amplamente para diferentes condições patológicas
da coluna consequentes de degeneração, trauma ou neoplasia. A utilização de
suplementação posterior com parafusos pediculares percutâneos foi aplicada
nos casos onde existia instabilidade segmentar. (AMARAL et al, 2011)
2 OBJETIVO
Descrever sobre assistência de enfermagem no pós operatório imediato
de Artrodese de coluna em sala de recuperação pós anestésica.
3 MÉTODO
Trata-se de uma revisão da literatura sobre assistência de enfermagem
no pós operatório imediato de Artrodese de coluna.
A busca foi realizada nos meses de agosto a setembro de 2014 nas
bases de dados Google Acadêmico. O uso dessa base de dados visou
minimizar os possíveis vieses no processo de elaboração da revisão, utilizando
as palavras-chave: Artrodese. Período de Recuperação da Anestesia.
Cuidados de Enfermagem.
A questão norteadora foi: cuidados de enfermagem ao paciente no pós
operatório imediato de Artrodese de coluna?
Os critérios de inclusão dos artigos e teses definidos para a presente
revisão foram: artigos completos, publicados em português, no período de 2003
a 2014, por ser de grande relevância a este estudo; dissertações e artigos
originais completos disponíveis nas bases de dados selecionadas e pesquisas
realizadas em seres humanos.
Foram inicialmente obtidos 67 artigos, que após avaliação dos critérios de
inclusão, a amostra final desta revisão foi constituída por 7 artigos e mais 6
livros da literatura.
Palavras-Chave: Artrodese, Período de Recuperação da Anestesia, Cuidados
de Enfermagem.
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 Anatomia da coluna
A coluna vertebral é tipicamente composta de 33 vértebras individuais,
há 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 3 a 5 sacrais fundidas, e 4
ou 5 coccígeas fundidas, assim são 26 vértebras móveis. Estas vértebras são
ligados por uma série de articulações móveis. Em cada articulação entre os
ossos existe um disco intervertebral, uma almofada elástica de cartilagem
fibrosa resistente que se achata levemente sob pressão para amortecer
choques, com fortes ligamentos e muitos conjuntos de músculos ao redor da
coluna (VAN DE GRAAFF, 2003).
Como função a coluna vertebral tem que proteger a medula espinhal e
os nervos espinhais; suportar o peso do corpo; fornecer um eixo parcialmente
rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça; exercer um papel
importante na postura e locomoção; servir de ponto de fixação para as
costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso; proporcionar flexibilidade
para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os lados e ainda
girar sobre seu eixo maior (GUYTON e HALL, 2002).
Figura 1 – Coluna Vertebral.
Fonte: GUYTON e HALL, 2002.
4.2 Artrodese
A artrodese é um procedimento cirúrgico consiste na fusão óssea
intencional de uma articulação, decorrente de alguns motivos como dor,
deformidade, fratura ou tumores que acometem a coluna vertebral. A mesma é
realizada geralmente através de materiais de osteossíntese (parafusos
pediculares e cages), que variam conforme a qualidade do osso, via de acesso
empregada (anterior, posterior ou póstero-lateral), ou a patologia da coluna que
necessita cirurgia. Outras indicações da artrodese incluem a presença de lesão
neurológica evolutiva e por dor intratável. Este procedimento consiste na
colocação de implantes unindo as vértebras afetadas associado à colocação de
enxerto ósseo, geralmente obtida do osso da bacia do paciente (SOBEEC,
2013; LIMA, 2011).
Figura 2 – Raio X - Artrodese.
Fonte: LIMA, 2011.
4.3 Assistência em Recuperação anestésica
Segundo SOBECC (2013) a RPA é o local onde o paciente que é
submetido a um procedimento anestésico – cirúrgico deve permanecer, até que
recupere a sua consciência e tenha seus SSVV estáveis, sempre sob a
observação e cuidados constantes da Equipe de Enfermagem.
A avaliação do paciente no período pós-operatório ao ser admitido na
SRPA inicia com a adequada verificação das vias aéreas e circulatórias.
Segundo Araújo (1996), ás vias aéreas são examinadas quanto à
permeabilidade, oferecendo oxigênio umidificado se for necessário e a
observação do ciclo respiratório. Deve instalar o oxímetro de pulso para
verificação de saturação de oxigênio e pulso periférico, além do monitor
cardíaco para verificar a freqüência e o ritmo cardíaco.
Entre os cuidados pós-anestésicos prestados ao paciente incluem
avaliações freqüentes, intervenções, e acompanhamento das funções
respiratórias e cardiovasculares, estado de hidratação, funções
neuromusculares, estado mental, náuseas e vômitos, drenagem e
sangramento, e débito urinário; técnicas anestésicas e agentes administrados;
duração da anestesia e horário que os agentes de reversão foram
administrados; tipo de cirurgia ou procedimento invasivo realizado; perda
hídrica ou sanguínea estimada e tratamento de reposição; complicações
ocorridas durante a anestesia, tratamento e resposta do paciente. (MORAES e
PENICHE, 2003)
De acordo com Nogueira et al. (1993) compete ao enfermeiro considerar
os seguintes fatores de risco existentes:
Riscos cirúrgicos: extensão do trauma residual e suas alterações
neuroendócrinas, sangramento cirúrgico, potencial de dor pós-operatória e
alteração de sinais vitais em decorrência do tipo e tempo cirúrgico.
Riscos anestésicos: drogas pré-anestésicas e anestésicas utilizadas,
potencial de depressão respiratória, tipo de anestesia administrada, dose
empregada, tempo de ação dos fármacos e interação com outras drogas.
Riscos individuais: estado emocional, idade, estado nutricional e
doenças associadas.
Este período requer avaliação e assistência constante devido a maior
vulnerabilidade e instabilidade em decorrência das drogas anestésicas e do
procedimento cirúrgico. Esta avaliação oferece informações para o
planejamento e a implementação da assistência de forma segura e eficaz.
Em relação ao estado emocional, a identificação de sentimentos e
necessidades dos pacientes no período pós-operatório imediato proporciona
uma reflexão sobre a forma de atuação da equipe de enfermagem na SRPA e
a implantação de estratégias que facilitem o relacionamento enfermeiro-
paciente, o ensino dos procedimentos anestésico-cirúrgicos que são
fundamentais para a diminuição do medo e ansiedade e a obtenção de
informações essenciais. (MORAES e MORAES, 2003)
Figura 2 – Avaliação Inicial do paciente na SRPA
Fonte: ROTHROCK, 2007.
Em relação à avaliação específica do procedimento podemos citar:
Evitar flexão, inclinação lateral e rotação do tronco;
Mudar de decúbito em bloco;
Atentar para a presença de hiperemia, lesão de pele, devido
posicionamento cirúrgico, que em suma maioria, realizado em posição
ventral;
(INTO, 2009)
Outro fator importante a ser avaliado é a dor, pois se dá a humanização
da assistência ao paciente, além de promover o planejamento das intervenções
a serem realizadas.
Segundo Pasqualini et al. (2012) a maioria dos pacientes submetidos a
procedimento cirúrgico na coluna apresentará hematoma subdural e epidural
pequeno e clinicamente insignificante. Entretanto, a prevalência de hematoma
subdural e epidural pós-cirúrgico com déficit neurológico e significado clínico é
muito pequena. Em ordem decrescente de frequência hematomas subdural e
epidural pós-cirúrgicos ocorrem nos segmentos torácico, cervical e lombar. Os
fatores pré-operatórios que influenciam com aumento do risco de hematoma
subdural e epidural pós-cirúrgico são o uso de anticoagulantes ou anti-
inflamatórios, paciente idoso, índice de massa corporal (IMC) elevado,
abordagem cirúrgica de múltiplos níveis da coluna vertebral, cirurgias prévias e
coagulopatias.
Essa patologia deve ser lembrada na presença de déficit neurológico após
cirurgia da coluna vertebral, a possibilidade de coagulopatia deve ser
investigada em todos os pacientes que serão submetidos e na presença de
hematoma compressivo e déficit neurológico a descompressão deve ser
procedimento realizado de emergência (PASQUALINI et al., 2012).
O exame físico também deve ser realizado na avaliação do paciente e
deve contemplar a inspeção, ausculta, palpação e percussão junto como
levantamento de dados sobre o estado de saúde do indivíduo e o registro
das anormalidades encontradas.(NOGUEIRA et al, 1993).
O paciente no período pós-anestésico e avaliado nas suas condições
fisiológicas segundo a Escala de Aldrete e Kroulik (EAK), que segue abaixo:
Figura 2 – Índice de Aldrete e KroulikFonte: UNIFESP, 2014.
Segundo Moraes e Peniche (2003) a alta também se dá através da
avaliação do enfermeiro quando detecta a estabilidade das condições
clínicas do paciente, como:
Saturação de oxigênio normal;
Presença de reflexos glossofaríngeos;
Paciente orientado no tempo e no espaço;
Ausência de sangramento ativo na ferida operatória;
Ausência de retenção urinária;
Inexistência de queixa álgica ou manutenção de dor sob controle;
Sinais vitais estáveis;
Sinais de volemia adequada, como volume urinário de 30ml/h e PA
estabilizada no nível de normalidade do paciente;
Ausência de náuseas e vômitos;
Presença de atividade e força muscular;
Presença de sensibilidade cutânea após bloqueio motor;
Valor de Aldrete e Kroulik entre 8 e 10, quando utilizado no serviço.
5 DIAGNÓSTICOS
5.1 Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem, aplicados as
pacientes no pós operatório imediato de Artrodese de coluna. – NANDA,
2012; NOC, 2008; NIC, 2008.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
RESULTADOS ESPERADOS
INTERVENÇÕES E ATIVIDADES DE ENFERMAGEM
DOR AGUDA: relacionada à incisão cirúrgica, estímulos de terminações nervosas por substâncias químicas utilizadas na cirurgia.
Nível de conforto.Controle da dor.
Administração de analgésicos, controle da dor.
Orientar o paciente a manifestar a dor.
Avaliar a dor. Controlar sinais vitais. Proporcionar conforto
e posicionamento adequado do paciente no leito.
Administrar analgésicos prescritos quando houver relato de dor.
MOBILIDADE NO LEITO PREJUDICADA: relacionada a condições ortopédicas, cirurgia, trauma, dor, repouso e limitação de movimentos
Posicionamento do corpo.Movimento das articulações.Nível de mobilidade.
Cuidados com o repouso no leito, promoção de mecânica corporal.
Movimentar o paciente em bloco.
RISCO DE INFECÇÃO: relacionada à solução de continuidade na pele e pelo trauma tissular, procedimentos invasivos, exposição óssea.
Controle de riscos
Controle de infecção, supervisão da pele, cuidados com sondas e drenos, cuidados com incisão cirúrgica.
Avaliar a incisão cirúrgica.
Observar e anotar a presença de sinais logísticos em incisão cirúrgica e local de inserção do dreno.
5 CONCLUSÃO
Todos estes dados são importantes para que o enfermeiro sistematize a
assistência prestada a estes pacientes quando são admitidos na SRPA
evitando complicações. Desta forma, o registro correto em um instrumento
específico dos parâmetros clínicos do paciente em recuperação pós-anestésico
e cirúrgico é a melhor forma para subsidiar o planejamento da assistência de
enfermagem na SRPA, destacando a importância da dor de forma contínua e
sistematizada, valorizando a queixa verbal, independente da intensidade por
ele relatada.
Apesar da importância da assistência de enfermagem no pós operatório
imediato de artrodese de coluna, existem poucos trabalhos sobre o assunto,
sendo relevante um envolvimento da equipe de enfermagem com anestesista e
cirurgião na tentativa de promover uma recuperação com qualidade e conforto
ao paciente.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Rodrigo et al . Opção minimamente invasiva lateral para artrodese intersomática tóraco-lombar. Coluna/Columna, São Paulo , v. 10, n. 3, 2011 Disponível em <http://www.scielo.br/scielo. Acessos em 10 set. 2014. .
ARAUJO, IEM, Lamas JLT, Ceolim MF, Bajay HM. Sistematização da assistência de enfermagem em uma unidade de internação: desenvolvimento e implementação de roteiro direcionador; relato de experiência. Acta Paul Enferm 1996; 9(1):18-27.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
INTO –Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Coordenação de Ensino e Pesquisa – Caderno de Enfermagem em Ortopedia. Vol/02. Maio 2009
JOHNSON, M.; BULECHEK, G. et al. Ligações entre NANDA, NOC e NIC: diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
LIMA, Roseline de Oliveira Calisto. Assistênica de enfermagem ao paciente com hérnio discal da coluna cervical: Revisão de Literatura. São Paulo. 2011. Disponível em < http://francymedia.hostingsiteforfree.com/portal-francymedia/francymedia_enfermagem/francymedia_arquivos/artigos/francymedia_artigo_hernia_cervical.pdf>. Acessos em 09 set. 2014.
MORAES, Lygia Oliveira de; PENICHE, Aparecida de Cássia Giani. Assistência de Enfermagem no período de recuperação anestésica: revisão de literatura. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 37, n. 4, dez. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo>. Acessos em 09 set. 2014.
NANDA International. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2011.
NOGUEIRA MS, Mendes IAC, Trevisan MA, Hayashida M. Técnica dos incidentes críticos: uma alternativa metodológica para análise do trabalho em áreas cirúrgicas. Rev Paul Enferm 1993;12 (3): 107-11
PASQUALINI, W. et al. Hematoma epidural lombar pós – cirúrgico em paciente com leucemia. Relato de caso. Instituto da coluna, Jundiaí, vol.11, n.3, p.247 – 249.
SOBECC, Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Práticas Recomendadas SOBECC. 6 ed. rev. e atual; São Paulo: Manole, 2013.
VAN DE GRAAFF, M. K. Anatomia Humana. Ed. Manole, 6ª Edição, São Paulo. 2003.
www.unifesp.br/denf/NIEn/enfermagemposanestesica. Acessos em 09 set. 2014
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