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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PSICOMOTRICIDADE E O
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Por:
Leandro da Conceição Avelar
Orientadora:
Profª Fabiane Muniz
Rio de Janeiro, janeiro/2005
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PSICOMOTRICIDADE E O
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Por:
Leandro da Conceição Avelar
Orientadora: Profª Fabiane Muniz
Trabalho monográfico
apresentado como requisito
parcial para obtenção do
Grau de Especialista em
Psicomotricidade.
Rio de Janeiro, janeiro/2005
3
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, por
ter me iluminado durante essa caminhada,
sempre me proporcionando saúde e força para
superar todos os obstáculos enfrentados.
Agradeço a todos os educadores do
Curso de Psicomotricidade, que estão sempre
objetivando uma práxis reflexiva e afetiva no
magistério e, especialmente, a Orientadora
Profª Fabiane, que não mediu esforços em me
auxiliar na elaboração desta pesquisa.
A toda minha maravilhosa família pela
força, carinho e compreensão, elementos
decisivos desta obra.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus amigos, por estarem sempre
me ajudando a cada dia, aos meus pais que
sempre me incentivaram e pela
compreensão nos momentos em que estive
ausente, privando-os do meu carinho e
companhia.
5
RESUMO
Durante os primeiros meses de vida, a rapidez do desenvolvimento da
criança é extraordinária. Ao nascer, o bebê conta apenas com os reflexos
hereditários.
Precisamos compreender que o bebê ainda tem uma longa caminhada
pela frente e que, quanto mais estimulado for, mais rápido e completo será seu
desenvolvimento. Vários estudos mostram que os primeiros meses de vida são
fundamentais para o desenvolvimento da criança. Esta certeza, responsável por
muitas mudanças sociais, faz com que através de Instituições de Educação Infantil, a
creche entre muito cedo no universo da criança.
O educador deverá ter um diálogo com os pais a fim de orientá-los de
que é importante reservar um espaço para estimular e fortalecer a relação com seus
filhos.
O corpo é a causa do aprendizado e o instrumento para a manifestação do
poder, do aprendido, das experiências cotidianas, dos movimentos básicos vitais,
momentos inteligentes; é o veículo capaz de expressar habilmente ou não a
aprendizagem do intelecto em resposta à educação formal e à alfabetização do corpo
através do aprendizado psicomotor.
Unindo-se educação e psicomotricidade na formação infantil, teremos
através da Educação Física (dos movimentos) uma imensa porta aberta. Com a
psicomotricidade, pouco a pouco se descobre uma outra dimensão, a da vivência da
criança e da descoberta de sua potencialidade e criatividade. As perspectivas da
prática da psicomotricidade passam pelo diálogo corporal, tornando-se, então, a
busca da harmonia, da simultaneidade, do acordo tônico dos gestos e das intenções
através do contato corporal, permitindo ao educando descobrir suas capacidades.
6
A psicomotricidade é essencial para a Educação Infantil, pois auxilia no
desenvolvimento global da criança, contribuindo de forma lúdica para o melhor
aperfeiçoamento das habilidades motoras fundamentais ao indivíduo, onde este visa
compreender a importância da psicomotricidade e identificar as principais
características do desenvolvimento psicomotor na criança.
7
METODOLOGIA
Optou-se pelo estudo bibliográfico onde a ênfase recai sobre a
perspectiva qualitativa. Para tanto, entende-se que no contexto deste estudo, haja
uma melhor adequação metodológica entre o referencial teórico, visando
conscientizar os pais e educadores da importância da Psicomotricidade no
desenvolvimento infantil.
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SUMÁRIO Introdução Capítulo I – Compreendendo a Psicomotricidade Capítulo II – O desenvolvimento Psicomotor na criança de 0 a 6 anos Capítulo III – Estimulando a atividade motora Capítulo IV – Contribuições do educador e pais ao desenvolvimento psicomotor da criança Conclusão Referências bibliográficas Anexos
9
INTRODUÇÃO
A psicomotricidade constitui o estudo relativo às questões motoras e
psico-afetivas do ser humano, assim sendo, é o controle mental sobre a expressão
motora. Tem como objetivo obter uma organização que pode atender, de forma
consciente e constante, as necessidades do corpo, um tipo de psicoterapia de índole
corporal. É consenso entre educadores, psicólogos, psicomotricistas, neurologistas,
fonoaudiólogos e pediatras, que é muito importante o desenvolvimento psicomotor
durante os primeiros meses de vida da criança.
Pode-se dizer que a prática da Psicomotricidade foi se desenvolvendo
rapidamente, seguindo a orientação geral da tradição pedagógica. A compreensão
atual da prática da psicomotricidade parece que pode realmente efetivar-se depois de
um estudo da evolução da noção de corpo.
O presente trabalho de pesquisa visa a importância da contribuição do
educador quanto a orientação familiar sobre os cuidados que favorecem o
desenvolvimento psicomotor nas crianças de 0 a 6 anos. Dessa forma, o trabalho
apresenta seus objetivos que são: identificar as características do desenvolvimento
psicomotor de crianças de 0 a 6 anos, e as estimulações consideradas adequadas para
atividades motoras nas crianças, bem como propor critérios de orientação dos pais
quanto à estimulação motora do bebê.
No decorrer do trabalho, busca-se compreender a importância da
psicomotricidade e identificar as principais características do desenvolvimento
psicomotor, as estimulações consideradas adequadas para a atividade motora e como
o educador (prof.) tem um papel fundamental para o desenvolvimento da criança.
Quanto à justificativa, há que se compreender que a proposta contida
neste trabalho de pesquisa pode ser relevante para profissionais e pedagogos que se
interessam pelo desenvolvimento psicomotor das crianças, confirmando, assim, a
relevância profissional e técnica de áreas que podem se fundir, para uma melhor
compreensão e contribuição para o desenvolvimento da criança.
10
Com a psicomotricidade, pouco a pouco se descobre uma outra dimensão
da pedagogia, a de vivência da criança e da descoberta de sua potencialidade e
criatividade. As perspectivas da prática da psicomotricidade passam pelo diálogo
corporal, tornando-se, então, a busca da harmonia, da simultaneidade, do acordo
tônico dos gestos e das intenções através do contato corporal.
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CAPÍTULO I
COMPREENDENDO A PSICOMOTRICIDADE
Compreender a imagem que se faz do corpo é uma forma de estabelecer
o equilíbrio entre as funções psicomotoras e sua maturidade, pois ela não
corresponde só a uma função, mas sim a um conjunto funcional, cuja finalidade é
favorecer o desenvolvimento.
A imagem do corpo não está pré-formada, ela é estruturada. É através das
relações mútuas do organismo e do meio que a imagem do corpo organiza-se como
núcleo central da personalidade. É a própria percepção em ação. A atividade motora
e sensório-motora, graças à qual o indivíduo explora e maneja o meio; é essencial na
sua evolução.
Este é um conceito teoricamente útil, na medida em que serve de linha
diretiva para compreender melhor a unidade do desenvolvimento psicomotor, através
da diversidade de suas diferentes etapas. “A psicomotricidade é um caminho, é o
desejo de fazer, de querer fazer; o saber fazer e o poder fazer” (Defontaine, 1980).
Desta forma deve-se compreender a relação entre a estrutura, ou seja, a
constituição do sujeito e o desenvolvimento dele, através da construção do corpo e
também de sua motricidade.
A sobrevivência do ser humano, inclusive, depende muito do seu
desenvolvimento psicomotor, pois, quanto mais desenvolvido ele estiver, mais apto a
sobreviver ele estará. Isto se verifica em atividades simples como a caça, a pesca e a
colheita, os quais necessitam de agilidade, força, destreza, velocidade e coordenação.
A própria recreação e a criação de vários utensílios também necessitam
de uma boa coordenação motora.
É pela motricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos, e é manipulando-os que ela redescobre o mundo; porém, esta descoberta a partir dos objetos só será verdadeiramente frutífera quando a criança for capaz de segurar e de largar, quando
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tiver a noção de distância entre ela e o objeto que ela manipula (Ajuriaguerra, 1980)
Assim, movimentos essenciais como correr, saltar, pular, escalar,
arremessar, nadar, pendurar e levantar peso são básicos a todo ser humano. Como
exemplo disto, podemos observar crianças quando estão envolvidas em alguma
atividade durante o dia. Possuem movimentos naturais porque são inerentes ao
organismo humano, não precisam ser ensinadas e representam a necessidade de se
tornarem ativas.
“O indivíduo não é feito de uma só vez, mas se constrói, paulatinamente,
através da interação com o meio e de suas próprias realizações e a psicomotricidade
desempenha aí um papel fundamental” (Oliveira, 1997)
A inteligência é, portanto, uma adaptação ao meio e, para isso, são
fundamentais dois processos básicos: assimilação, que é o processo de incorporação
dos objetos e informações às estruturas mentais já existentes; e acomodação,
significando a transformação dessas estruturas mentais a partir das informações sobre
os objetos.
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez na França, com
Dupré, em 1920. Este chamava a atenção de seus alunos sobre o desequilíbrio motor.
Percebeu que existia uma ligação entre as anomalias psicológicas e as anomalias
motrizes, o que o levou a formular o termo psicomotricidade.
Wallon, um dos pioneiros no estudo da psicomotricidade, atenta para a
importância do aspecto afetivo como anterior a qualquer tipo de comportamento. A
criança começa a se expressar através de gestos que estão ligados à esfera afetiva. E
este mundo das emoções se converte no mundo da representação. O movimento
aparece depois como um fundamento sócio-cultural e dependente de um contexto
histórico.
Na evolução da criança, portanto, estão relacionados a motricidade, a
afetividade e a inteligência. A criança exprime-se por gestos e palavras, o que
favorece sua autonomia. Movimento, pensamento e linguagem são uma unidade
inseparável. O movimento é o pensamento em ato, e o pensamento é o movimento
sem ato.
Fundamentando-se em Piaget, pode-se estabelecer que o período
sensório-motor e a motricidade são de extrema importância para a aquisição da
13
linguagem e no desenvolvimento da inteligência. O desenvolvimento mental, para
ele, é uma equilibração progressiva, e a pessoa vai procurar novas formas de
equilíbrio no sentido de uma maior adaptação ao meio, e com isso atinge um maior
desenvolvimento mental.
Oliveira (1997), referindo-se ao papel do educador sugere que:
Um bom educador psicomotor, com sua disponibilidade e competência técnica, pode ajudar muito o aluno. Ele pode induzir situações que obriguem este aluno a agir corretamente no ambiente, visando a um maior desenvolvimento funcional.
1.1 – O movimento como forma de adaptação do mundo exterior
O movimento, enquanto parte integrante do ser humano, é uma das
maneiras dele adaptar-se ao mundo exterior. A criança recebe estímulos através de
sentimentos, sensações e sentidos, e age sobre o mundo do movimento do seu corpo.
Está também ampliando e desenvolvendo suas funções intelectivas.
Pois,
Para uma pessoa manipular os objetos da cultua em que vive precisa ter certas habilidades que são essenciais. Ela precisa saber se movimentar no espaço com desenvoltura, habilidades e equilíbrio, e ter o domínio do gesto e do instrumento (coordenação fina). (Oliveira, 1997).
A manipulação dos objetos é uma forma de conhecer o mundo. Mas, para
que a psicomotricidade se desenvolva, a criança deverá atingir um nível de
inteligência suficiente para que experimente, compare, classifique e distinga objetos.
À medida que a criança adquire comportamentos motores, ela experimenta uma psicologia que lhe é própria e que está em paralelo com a estruturação progressiva do sistema nervoso. O sistema nervoso, com as suas capacidades prodigiosas de crescimento e aprendizagem, é o meio pelo qual a vida mental se organiza. O sistema nervoso elabora-se e estrutura-se através do movimento, como primeiro aspecto da relação da integração humana com o mundo objetivo. (Victor da Fonseca, 1998).
É necessário também ressaltar que o aspecto afetivo está acima de
qualquer tipo de comportamento. É visar os fins educativos pelo emprego do
movimento humano.
14
É pela motricidade que a criança descobre o mundo dos objetos, e pela
manipulação desses objetos, ela redescobre o mundo.
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de
base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares, leva a
criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a
dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e
movimentos.
Segundo Victor da Fonseca (1998), “a criança toma contato com o
mundo através dos movimentos. É por um verdadeiro diálogo tônico que a criança
estabelece com o mundo, realizado particularmente com a mãe, por meio de um
verdadeiro diálogo corporal e gestual”.
A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade,
conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir
quando já estruturadas.
As primeiras estruturas do comportamento humano são essencialmente
de ordem motora e só mais tarde de ordem mental. À medida que o contato com o
meio se vai enriquecendo, o papel da motricidade vai estando cada vez mais em
dependência recíproca com a consciência.
O indivíduo vai se construindo paulatinamente através da interação com
o meio e de suas próprias realizações e a psicomotricidade aí tem papel fundamental.
O movimento, portanto, é um suporte que ajuda a criança a adquirir o
conhecimento do mundo que a rodeia através de seu corpo, suas percepções e
sensações.
A criança é movimento em tudo o que faz, pensa e sente. O seu corpo é
ativo em todas as situações e em todos os movimentos. O corpo dialoga todo o tempo
com todos que o cercam. O corpo denota sentimentos e emoções.
Atualmente, o homem também precisa de habilidades, mesmo estando
adaptado ao meio em que vive. Necessita ter domínio corporal, estruturação espacial
e temporal bem definidas de forma, tamanho, número, ritmo e coordenação global e
fina desenvolvidas.
O indivíduo vai desenvolvendo as funções do corpo e suas partes a partir
do desenvolvimento psicomotor. É através dele que a criança se transforma numa
pessoa livre e independente.
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A psicomotricidade é, portanto, um caminho para que a criança descubra
sua própria realidade corporal e a partir daí, uma base para ajudar a criança a superar
suas dificuldades.
1.2 A importância do toque na psicomotricidade
Ampliar o conhecimento do mundo que cerca a criança é condição
essencial para o seu pleno desenvolvimento. Ela conhece o mundo através de seus
sentidos, é uma manifestação que modifica seu comportamento.
O toque, neste sentido, tem importância fundamental para a
psicomotricidade, pois é através dele que a criança irá ampliar o repertório de
“coisas” que conhece. Ela pega, arremessa, atira, amassa, morde, onde a atividade
motora é uma verdadeira fonte de prazer, servindo, também, para organizar a sua
“imagem do corpo”.
O toque, favorecido pela coordenação fina e óculo-manual, onde a mão
serve como uma verdadeira extensão do cérebro na busca pela construção do
conhecimento.
Mas, “só possuir uma coordenação fina não é suficiente. É necessário que
haja também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da mão.
Chamamos a isto de coordenação óculo-manual ou viso-motora”. (Oliveira, 1997).
A coordenação global diz respeito à atividade dos grandes músculos.
Dependendo da capacidade de equilíbrio postural do indivíduo. Através da
movimentação e da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se
adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Isso possibilita que ele utilize
suas mãos livremente. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do
sujeito e mais coordenadas serão suas ações.
A coordenação global e a experimentação levam a criança a adquirir a
dissociação de movimento, isto é, ela deve ter condições de realizar múltiplos
movimentos ao mesmo tempo, cada membro realizando uma atividade diferente,
havendo uma conservação de unidade do gesto.
O desenvolvimento, conhecimento e aprimoramento do toque é
imprescindível para a própria formação do conhecimento, e desta maneira todo
16
educador deve estar atento para as nuanças e possibilidades que o incentivo de tal
prática por lhe oferecer.
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CAPÍTULO II
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
NA CRIANÇA DE 0 A 6 ANOS
2.1 – O movimento como forma de adaptação do mundo exterior
A capacidade de reagir a estímulos é característica de todas as criaturas
vivas, desde as mais simples até as mais complexas. O que se verifica é que os
organismos inferiores atingem o desenvolvimento completo mais rapidamente que os
superiores.
Os seres humanos são os mais complexos, onde no início, o bebê é puro
reflexo. Posteriormente, os reflexos são substituídos pela vontade e adquire uma
determinada autonomia para executar suas ações.
O desenvolvimento físico, assim como o mental parece estar sujeito a
seqüências definidas. Observa-se que, numa determinada fase do desenvolvimento, a
criança é comparativamente difícil de ser controlada, noutra é mais acessível.
“(GALLAHVE, 19982) define o desenvolvimento motor como o
conhecimento das capacidades físicas da criança e sua aplicação na performance de
várias habilidades motoras, de acordo com a idade, sexo e classe social”.
Normalmente, ao final do terceiro mês, o bebê deve conseguir erguer a
cabeça com a apresentação do chamado reflexo tônico do pescoço, num padrão
assimétrico, que somente passará a ser simétrico com aproximadamente dezesseis
semanas, erguendo a cabeço como já foi citado, ao final do terceiro mês.
Com dezesseis semanas, o padrão de seus movimentos já apresentam
alguma simetria, e principia a organização dos músculos da perna e do tronco.
É necessário registrar que cada criança tem o seu ritmo próprio, existindo
variações individuais, onde as condições culturais-sociais-econômicas da família
18
servem como condicionantes que interferem no processo de desenvolvimento da
criança.
As principais características, em linhas, de cada fase do bebê, segundo
Petty (2000), são:
• Com um mês, dorme bastante, sendo o seu campo de visão muito limitado, pois
enxerga os objetos somente se estes forem colocados próximo a seus olhos.
Movimenta o corpo em cadência com a voz, chora por comida, e mama a cada
três ou quatro horas, mas estes intervalos podem ser menores. Também reage aos
sons mais altos e pode se assustar com ruídos inesperados.
• Aos dois meses consegue acompanhar o tórax com a cabeça. Acalma-se ao ouvir
vozes e sorri. Mexe com os braços e pernas, desordenadamente, devido à falta de
coordenação, tenta pegar objetos suspensos. Nessa fase, está com os músculos do
pescoço mais enrijecidos.
• As glândulas lacrimais começam a funcionar com cerca de três meses, que é
quando já reconhece os pais, consegue firmar a cabeça e ganha peso. Agita-se
com brincadeiras, escuta música e responde aos estímulos dos pais com sorrisos,
nos vocálicos e gritinhos. Também começa a brincar com as próprias mãos,
levando-as à boca.
• A criança já consegue segurar objetos com firmeza por alguns minutos. Ela
também fica de bruços e apóia-se nos antebraços para observar o que se passa a
seu redor. Curiosa, procura objetos que foram removidos para pontos distantes da
sua visão e segue objetos com o olhar.
“Até os três meses de vida o desenvolvimento motor ocorre de forma
bastante lenta e todas as vivências da criança são provenientes dos órgãos dos
sentidos, por esta razão, essa etapa é chamada de fase sensorial”. (Rodrigues, 1993).
• Aos quatro meses já grita forte e demonstra preferência por brinquedos. Também
ri bastante, expressa desagrado e reconhece a voz dos familiares. Nessa fase, o
bebê tem sua capacidade visual aumentada e fica em pé, quando segurado pela
cintura. Ele ainda explora objetos com a boca e balança brinquedos sonoros.
“Essa fase se caracteriza por movimentos mais coordenados,
apresentando progressos rápidos e visíveis, tanto na apreensão objetiva, como na
busca da posição ereta e, conseqüentemente, na locomoção”. (Rodrigues, 1993).
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• Com cinco meses imita caretas, segura objetos com firmeza e consegue se
arrastar para pegá-los. Chupa os dedos dos pés e brinca com eles. Além disso,
percebe o barulho dos brinquedos e fica atento para o que acontece ao seu redor.
Balbucia, movimenta-se com mais agilidade e pode rolar. Também tenta fazer
força para sentar-se. Consegue discernir uma voz que lhe desagrada. Chacoalha
brinquedos, brinca de esconder e transfere objetos de uma mão para outra.
• Quando atinge os seis meses, olha quando é chamado e pode começar a nascer os
primeiros dentinhos, em geral os centrais superiores, tudo o que pega leva à boca.
Ao final do sexto mês, fica sentado, come papinhas, balbucia monossílabos
associados com figuras e gosta de brincar de esconder. Já estica os braços para
pedir colo e elege o brinquedo favorito.
• Ensaia engatinhar ao atingir sete meses, mas ainda não consegue. Contudo, já
possui uma visão maior do mundo. Apanha pedacinhos de comida e come. Adora
mudar objetos de uma mão para outra e levantar os braços em saudação. Também
tem reações de estranheza a pessoas e objetos não conhecidos e sente medo.
Repete os próprios sons.
• Aos oito meses ganha força no quadril, e alguns começam a engatinhar. Já se
senta sozinho, mas estranha pessoas. Adquire mais dois dentes, começa a
entender o significado do não e a ficar de pé com apoio. Segura objetos com a
ponta dos dedos, bate palmas e coloca vários cubos dentro de uma caixa. Acena e
pára quando lhe dizem não. Manifesta sentimentos de raiva quando é contrariado.
• Quando atinge os nove meses consegue engatinhar bem e adquire mais força nos
pés. Passa a manifestar de forma clara sua personalidade, gosta de ser o centro
das atenções e faz gracinhas. Agarra-se a móveis e consegue se levantar. Podem
nascer mais dentinho e ele e capaz de usar xícara e copo. É muito ativo durante o
dia, olha entre as pernas abertas e empilha dois cubos. Imita sons e acha
brinquedos escondidos. Adora jogar objetos ao chão e observá-los cair. Repete
sílabas.
• Aos dez meses consegue sentar e levantar-se sozinho, dá “tchau” e pode falar
“papa” e “mama”. Engatinha bem e fica em pé com apoio. Melhora a habilidade
manual e começa a definir qual mão vai ser a dominante.
• Com onze meses suporta bem ficar períodos sozinho e brinca com outras
crianças. Caminha com apoio, passa da posição de pé para sentado e desloca-se
20
segurando em móveis. Também consegue segurar copos, chamar adultos e
crianças para brincar. Ganha mais dentinhos. Move-se com agilidade, sobe e
desce de móveis e escadas. Consegue abrir gavetas e começa a ter noção do que é
proibido e permitido.
• Aos doze meses já demonstra interesse pelas cores e coopera para se vestir.
Entrega um brinquedo quando pedem e sua linguagem fica mais apurada. Dá
alguns passos, porém prefere engatinhar para explorar o mundo. Já pode fazer
alimentação variada com a família, mas gosta de comer com as próprias mãos.
• A criança de dois anos é muito viva, ágil e alegre. Pode subir e descer degraus e
escadas sem ajuda, embora galgue os degraus um de cada vez, colocando sempre
os dois pés em cada novo degrau. Gosta de saltar o último degrau. Os seus
músculos digitais já oferecem uma obediência melhor aos impulsos, inclusive é
agarrada de uma forma mais correta e levada à boca com mais habilidade.
• O comportamento motor de uma criança de três anos é muito mais seguro. Ela
pode subir e descer escadas sem ter que colocar ambos os pés em cada degrau.
Pode ocorrer com mais graciosidade, aumentar ou diminuir a velocidade com
melhor eficiência. Essa capacidade de modificar os movimentos oportuniza a
criança a desenhar, muito embora de uma forma ainda limitada.
• Com quatro anos, o comportamento motor torna-se mais apurado. Os músculos
do esqueleto e outros ganham cada vez mais independência. A sua capacidade
para efetuar os movimentos isolados do corpo dá uma impressão de maior
elasticidade nas articulações. Nesta idade já consegue se equilibrar em uma perna
só por muito mais tempo que antes, mas sem conseguir saltar sobre ela.
• Aos cinco anos, a criança já age de forma bem semelhante a um adulto. É capaz
de copiar um quadrado ou um triângulo, mas em outros desenhos ainda
demonstra dificuldades. Gosta de pentes e escovas de dentes. A locomoção e o
modo de andar, tornam-se mais estáveis, e o equilíbrio é praticamente perfeito.
• Com seis anos de idade, a criança gosta muito de brincar, tanto dentro quanto
fora de casa, mas parece que nunca está satisfeita, nunca sabe onde quer estar. Os
meninos gostam de brincar de luta, e as meninas de vestir e despir suas bonecas.
“Esta fase é chamada de fase lúdica, pois o brinquedo é o mais importante para a criança; ela encontra na atividade lúdica um imediato interesse. A criança brinca porque o brinque é um prazer
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que corresponde às suas reais necessidades, tanto físicas como espirituais”. (Rodrigues, 1993).
2.2 – O desenvolvimento cerebral
Poucos órgãos humanos são tão complexos e ao mesmo tempo tão
delicados quanto o cérebro. Fascinante, é o centro processador das emoções, do
pensamento, da maneira como cada um encara e responde ao mundo à sua volta. É
por isso mesmo que, cada vez mais, a ciência se dedica a desvendá-lo. Essa
empreitada envolve o desejo de esmiuçar o desenvolvimento cerebral desde os
primeiros dias de vida intra-uterina.
A partir da terceira semana de gestação o cérebro já começa a ser
formado num processo de aprimoramento que permitirá o aprendizado até o final da
vida.
O desenvolvimento cerebral se dá até o primeiro ano de vida, e se a
gestante não tiver uma atenção especial com a sua saúde, poderá comprometer o
desenvolvimento do feto. O uso de medicamentos, drogas, álcool, a desnutrição
severa, podem ocasionar a geração de filhos com diversas más-formações.
Segundo José Gherpelli, integrante da Associação Brasileira de Pediatria
e especialista em psicomotricidade infantil (2001, p.56):
Não tem condições de saber o que o bebê percebe dentro do útero. É certo que escuta os sons do organismo da mãe, como o sangue fluindo pelas veias, a respiração, a movimentação dos intestinos e que ainda sugam, deglutem, soluçam e fazem os movimentos respiratórios.
No entanto, o tronco cerebral, região que controla as funções vitais, como
os batimentos cardíacos, já funcionam perfeitamente. Além da pulsação e da
respiração, o bebê consegue sugar, se assustar e reage aos sons e à luz. A partir do
segundo mês de vida pós-natal, cada vez mais o cérebro vai ativando as áreas
responsáveis pela percepção sensorial do mundo, onde a criança começa a agir de
maneira mais instintiva aos estímulos visuais.
À medida que a criança se desenvolve, são criadas mais conexões entre
os neurônios, as pontes pelas quais o aprendizado vai se fazendo e ficando
22
armazenado na memória. O bebê, por exemplo, passa a relacionar seu corpo com
aquilo que vê.
Começa a criar “alças” sensório-motoras a partir do terceiro mês de vida,
quando olha a mão e a leva à boca ou tem uma atitude que não é mais somente de
reflexo ao segurar o chocalho. Depois disso, a criança desenvolve maior controle
motor do corpo, sustentando a cabeça e conseguindo se sentar por volta do sexto
mês.
No primeiro ano, o aumento das conexões cerebrais também leva ao
desenvolvimento da linguagem. Tanto que, aos doze meses, os centros responsáveis
pela fala costumam estar prontos.
2.3 – Descobrindo o mundo pela boca
Todo bebê nasce com alguns reflexos, como sucção, preensão, choro e
outros, que vêm lá dos primórdios da espécie humana, dos nossos ancestrais. Esses
movimentos são involuntários de certos órgãos e continuam existindo durante um
certo período.
Assim, o recém-nascido suga o bico do seio da mãe, dali a poucos meses
de vida ele ainda vai sugar, sem pestanejar, qualquer dedo que se aproxime da boca.
Afinal, ele já nasceu com capacidade de sucção, uma das formas para se adaptar ao
meio.
Se o bebê experimentava o mundo exclusivamente pelo seio de sua mãe,
sendo nutrido e recebendo o alimento afetivo, irá também desenvolver o equilíbrio
emocional de que necessita. Será pelo contato dos objetos com a sua boca que irá
ampliar o seu conhecimento do mundo, transferindo também para eles um certo grau
de afetividade.
É pela boca também que a criança, pela primeira vez, obterá noções de
textura, consistência e temperatura. Passará a classificar coisas como “isso é frio”, é
“áspero”, é “mole”, mesmo sem conhecer nenhuma dessas palavras direito. A
exploração do mundo pela boca, denominada por Sigmund Freud, como fase oral,
que é um dos aspectos mais importantes do primeiro ano de vida do bebê.
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Tal fator proporciona a ampliação cada vez maior do universo do bebê,
porque ele pega tudo e sempre leva à boca. Passa de uma mão para outra, observa,
experimenta tudo com muita curiosidade e alegria.
2.4 – As habilidades motoras
O recém-nascido vira a cabeça de um lado para o outro, toda vez que
algo se encosta aos lábios. São os reflexos ou reações inatas que, em resposta aos
estímulos, permanecem até o terceiro ou quarto mês de vida.
As habilidades motoras da criança se desenvolvem com rapidez. O bebê
que parecia tranqüilo dentro do berço pode, repentinamente, começar a se mover. Ele
rola de um lado para o outro com certa habilidade, sem ajuda, e aos seis meses, ele
está no auge dessa performance preparatória para o engatinhar.
A observação dos progressos realizados pelo bebê é um importante
indício de sua saúde.
Até os dois meses de vida, as reações da criança são dirigidas pelas
estruturas mais primitivas do sistema nervoso. Mas a partir do terceiro mês, surgem
as primeiras coordenações sensório-motoras. Esta é a fase em que o bebê passa, por
exemplo, a sincronizar os movimentos dos olhos com a cabeça. Ao contrário dos
reflexos, esses movimentos são computados pelo cérebro. Além disso, não são
realizados, obrigatoriamente, nem sempre que alguém estimula o bebê.
Como um atleta, o bebê, aos seis meses, está cheio de força. Já alcança
seu brinquedo, impulsionando as pernas contra o chão. Nessa idade ele começa a se
deslocar para frente.
No sétimo mês de vida, a força muscular no pescoço do bebê garante a
cabeça erguida e em condições de virar, levantar e mexer com ritmo. Ainda falta
força suficiente para mover as pernas, ma ele já sabe como “se virar”, para buscar
aquilo que lhe interessa.
Como já foi afirmado anteriormente, as habilidades motoras se
desenvolvem e se aperfeiçoam com rapidez surpreendente. O sistema nervoso manda
24
sinais aos músculos, que já têm capacidade de encolher e esticar, produzindo, assim,
os movimentos.
Os chamados movimentos voluntários que refletem uma vontade, só
virão em torno do oitavo mês de vida. Nessa fase é maior o controle de coordenação
motora, aliado a um grande progresso no campo intelectual.
A criança, nesse período, já consegue elaborar pensamentos mais
abstratos, pois é capaz de se arrastar ou mesmo engatinhar com grande desenvoltura
pela casa. Daqui a pouco ficará de pé e logo passará a andar. Todas essas
transformações são resultado do amadurecimento de seu sistema nervoso central.
Quando leva a chupeta à boca, a criança demonstra o resultado de uma longa
preparação anterior.
O colo também ajuda no movimento, estimulando o enrijecimento dos
músculos do pescoço da criança, e já está provado que uma criança que permanece o
tempo todo no berço, em lugar isolado, sem atenção e afeto, pode acabar seriamente
doente. Com amor e dedicação ela sente, no entanto, vontade de conhecer melhor o
universo que a cerca.
Depois que começa a andar, o bebê explora todos os cantos que tem
curiosidade de conhecer. Andar é uma conquista muito importante e uma ponte para
ele se integrar ainda mais à vida, tronco ereto, pernas afastadas, troca assim os
primeiros passos.
O que acontece é que, desde bebê, a criança se prepara, etapa por etapa,
para num determinado momento de sua vida, conseguir andar tal e qual todo bípede.
O andar, na realidade, fecha um ciclo importante do desenvolvimento psicomotor,
abrindo caminho para novas conquistas que serão adquiridas graças à maior
independência possibilitada pela autonomia motora.
Pouco antes ou pouco depois de completar doze meses, a criança dá os
primeiros passos sem ajuda. No início, as pernas ficam afastadas e os braços
levantados, procuram mais equilíbrio. Lentamente as pernas vão se juntando e os
braços baixando, até ficarem paralelos ao corpo.
É bom saber que a velocidade com que uma criança desenvolve as etapas
até andar de fato não é um sinal de inteligência. Um bebê que anda aos dez meses
não é nem mais nem menos inteligente que o outro que anda aos doze meses.
25
As conquistas motoras irão se ampliando. Correr, pular, saltar, a própria
fala, irão sendo continuamente desenvolvidas e aprimoradas, obedecendo a algumas
diferenças individuais, pois alguns apresentam tais domínios mais cedo, outros não.
Porém, serão requisitos básicos para o futuro desempenho de sua participação na
sociedade.
26
CAPÍTULO III
ESTIMULANDO A ATIVIDADE MOTORA
Enquanto os cuidados com a gestação garantem o bom desenvolvimento
estrutural do cérebro, os estímulos oferecidos pelos pais, após o nascimento do bebê,
são fundamentais para a formação das sinapses. Quanto mais “ligações” forem
formadas, mais ganhos a criança terá em relação do aprendizado.
A maturação desempenha um papel muito importante no desenvolvimento mental, embora não fundamental, pois se tem que levar em consideração outros fatores como a transmissão social, a interação do indivíduo com o meio, através de exercícios e de experimentação em um processo de auto-regulação. (Oliveira, 1997).
Assim, fatores como música, esportes, brincadeiras, jogos e conversas
são ótimas maneiras de estimular e ajudar o bebê a criar um novo repertório. O tipo
de estímulo não é tão importante quanto à forma como ele é oferecido. O afeto, o
carinho e o vínculo com o bebê vir junto com as brincadeiras.
Um ambiente acolhedor propicia à criança lidar com suas fantasias, frustrações, rejeição, depressão, agressões e agressividades, sem sentimento ambivalente de amor-ódio. Em relação ao desejo, a criança vai redimensionando suas ações e sentimentos, integrando na formação de sua personalidade aspectos adquiridos na relação com o outro. (Coste, 1988).
O papel dos pais é o de estimular novas descobertas, confiando nos
reflexos e nas defesas do bebê, para fazer a passagem de uma etapa para outra.
Assim, se o bebê está cansado de ficar no berço, a mãe pode forrar o chão e deixar
alguns brinquedos de borracha por perto para que ele exercite suas tentativas de rolar
e possa explorar o espaço de forma a ampliar sua relação com o meio que se
encontra.
Porém, deve-se ter o cuidado de cercar a cama com anteparos, para que,
ao rolar, ele não caia. Nem colocar brinquedos que soltem pequenas peças, pois ele
pode engoli-las e mesmo engasgar-se, mas sim objetos preferencialmente de
27
borracha e de fácil manipulação, sem tolhê-lo de suas experiências, mas que ofereça
segurança.
Não se deve interferir nas repetidas investidas que a criança faz para
virar ou mexer. Ela tem uma habilidade nova e irá repetir o ato que lhe interessa e lhe
traz prazer. Também se deve evitar apressar o desenvolvimento da criança. A
ansiedade dos pais atrapalha o bebê a deslanchar. Poderá forçá-lo a realizar uma
atividade para a qual não está pronto.
Evitar comparações com os irmãos mais velhos, ou outras crianças que
estão na mesma idade. Cada um tem o seu próprio ritmo de amadurecimento e
desenvolvimento. Não se deve exagerar nas roupas, como laços ou sapatinhos
pesados, etc. Roupas demais acabam por prejudicar os movimentos do corpo, além
de irritar e incomodar a criança.
É através do contato físico com os pais ou com o professor,
psicomotricista, que o bebê descobrirá o seu corpo. Aos poucos, um verdadeiro
diálogo corporal se estabelece, criando a abertura necessária para o desenvolvimento
psicomotor da criança.
Oliveira (1997, citando Guilharme conclui que:
“... crianças que residem em lugares desprovidos de espaço para
brincarem e que acabam limitando as experiências motoras, resultando em
desvantagens em seu desenvolvimento global”.
Porém,
“... existem crianças ricas que são criadas por babás que, não
entendendo o processo de desenvolvimento, deixam-nos constantemente em frente à
televisão, limitando, assim, sua exercitação. (Oliveira, 1997)”.
É necessária uma atenção toda especial para tal fato, pois os interesses
apresentados pelas crianças devem ser estimulados para que possam desenvolver seu
potencial em sua plenitude. Porém, não são só as babás, pois a própria autora
reconhece que mães superprotetoras causam o mesmo prejuízo.
Também se deve observar que:
“... crianças criadas em creches e orfanatos, em que se verifica uma
estimulação muito pobre do meio ambiente e conseqüentemente poucas respostas são
solicitadas”. (Oliveira, 1997).
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As atividades desenvolvidas pela criança devem ser estimuladas.
Criando-se as condições para que este desenvolvimento ocorra naturalmente, sem
forçar.
Coste (1978), analisando o desenvolvimento sob um enfoque
psicanalítico aponta que:
O brincar de faz-de-conta gratifica a criança por conhecer e descobrir novas aprendizagens. O que antes era apenas uma ação motriz se interioriza, transforma-se em pensamento e produz uma clara distinção entre o significado e o significante. A condição adquirida pela criança de representar o objeto na ausência permite-lhe novas aprendizagens e uma elaboração do pensamento ainda a nível pré-operatório.
A incorporação e interpretação de atividades anteriores, irá então
favorecer a ação sobre novas situações, ampliando o repertório da criança,
fornecendo, também, a sua auto-confiança, estimulando-a também a efetuar as
mesmas ações e também realizar novas.
A autora também observa um fato interessante onde:
A criança bem libidinizada tem desejo de busca do conhecimento e, ao ir à escola, volta-se para as questões da sistematização desse conhecimento. Sua libido fica direcionada, o que favorece o controle de suas ansiedades e atenua o sentimento culposo oriundo das fantasias sexuais, de desejo do corpo materno. (Oliveira, 1997).
É necessário atentar para a importância de detectar na criança como essa
libido se apresenta. Como se sabe, a libido é uma energia básica, principalmente
ligada aos aspectos sexuais. Porém, é antes de tudo, e como energia pode ser
canalizada e potencializada para atender a um trabalho sistematizado que vise ao
pleno desenvolvimento da criança.
No entanto, deve-se atentar que:
O processo de desenvolvimento não é linear. A criança passa por momentos de regressão, deslocamento ou fixação da libido. Essa energia psíquica pode ser decorrente de estímulos do meio, ou própria da evolução, a acarreta conflitos intrapsíquicos. As frustrações decorrentes desse percurso devem causar ansiedades na criança, mas devem ser suportadas pelo ego. (Oliveira, 1997).
Será função essencial, não só dos educadores, a observância de tal fator,
mas os pais também devem ser orientados no sentido de auxiliarem e
compreenderem o mesmo.
Os pais, educadores, enfim, os adultos devem buscar utilizar o bom
senso, porém, muitas vezes este não é suficiente. A cobrança exagerada, a
29
expectativa criada em torno de algumas atitudes, comportamentos etc., da criança,
podem acabar gerando uma ansiedade e também uma preocupação da parte dela de
ser ou não capaz de realizar tais coisas.
O adulto portador já de uma certa experiência deve servir como um
suporte que venha auxiliar e orientar os jovens, de forma que estes adquiram
autonomia, mas coadunada com um senso crítico, fazem por conhecer e ser
necessário.
Coste (1978) destaca que:
“O desequilíbrio das funções psicomotoras, cognitivas e afetivas podem
causar na criança em processo de alfabetização, dificuldades de manejo do
simbólico. Isso instalará uma dificuldade no processo da aprendizagem da leitura e
da escrita”.
Pois,
“A aprendizagem da leitura e da escrita requer um certo erotismo motor e
sua dificuldade mexe com a questão de ordem narcísica, pela baixa gratificação
afetiva que este aprendizado está lhe proporcionando”. (Coste, 1978).
Tal citação se faz necessária, em virtude de que muitos pais, ao
colocarem seus filhos em uma creche, acabam criando expectativas em torno do
desenvolvimento de determinadas habilidades, como a leitura e a escrita. Porém,
deve-se ter em mente que a função precípua é socializar a criança. As demais
funções, apesar de importantes, são secundárias, devendo ser trabalhadas conforme o
planejado e o interesse demonstrado pela criança.
Sendo,
“O desenvolvimento de uma criança o resultado da interação de seu
corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o
mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais”. (Coste, 1978).
Tem-se que proporcionar o manuseio de objetos em diferentes situações,
possibilitando o desenvolvimento de um conhecimento que seja abrangente e
criativo, possibilitando-lhe incorporar um novo repertório, e mesmo aprimorando as
existentes em prol de seu interesse.
É importante o acompanhamento do desenvolvimento da criança, pois:
Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, precisa ter um corpo ‘organizado’. Esta organização de si mesma é o ponto de
30
partida para que descubra suas diversas possibilidades de ação e, portanto, precisa levar em consideração os aspectos neurofisiológicos, mecânicos, anatômicos, locomotores. (Coste, 1978).
A criança deve desenvolver, assim, uma percepção e um controle do
corpo, interiorizando sensações e aprendendo a conhecer e diferenciar seu corpo.
Pode, também, vislumbrar em quais situações deve aplicar o que foi aprendido.
Conhecendo o seu corpo com maior profundidade, abrir-se-á a
possibilidade de o aluno ampliar a sua inserção crítica na realidade, globalizando os
aspectos físicos, psicológicos e sociais.
No entanto, Oliveira (1997), também destaca que “a criança que não
consegue interiorizar seu corpo pode ter problemas tanto no plano gnosiológico,
como no práxico”.
Devem, tanto o educador, quanto os pais, terem uma atenção para que a
criança possa desenvolver a devida apreensão do corpo, conhecendo e utilizando,
sem, porém, despertar suscetibilidade, expectativas e ansiedades tão prejudiciais ao
desenvolvimento normal da criança.
A creche é, então, uma importante instância para o desenvolvimento e
aprimoramento das atividades motoras, mas também pode ser o início de um longo
processo de desenvolvimento crítico do cidadão.
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CAPÍTULO IV
CONTRIBUIÇÕES DO EDUCADOR E PAIS AO
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA
Nos dias de hoje, o educador tem uma importância fundamental para o
desenvolvimento psicomotor das crianças. Muitos pais que precisam trabalhar, e
outros que, na ânsia de ver seus filhos se desenvolverem mais rápido, estão
colocando cada vez mais cedo seus filhos na creche.
Os educadores são, então, imbuídos de uma obrigação profissional no
sentido de orientar e auxiliar a família, pois os pais também precisam saber que há
tempo certo para tudo, que não vão se desesperar quando constatarem atrasos no
desenvolvimento psicomotor dos filhos. O ritmo mais lento pode ser simplesmente
uma característica do bebê.
A criança faz-se entender por gestos nos primeiros dias de sua vida, e até o momento da linguagem, o movimento constitui quase que a expressão global das suas necessidades. A profundidade e o valor da intercomunicação humana pelos gestos é de extrema importância na criança, não só por estar em relação estreita com as emoções, como propriamente por ser o veículo de transmissão do equilíbrio do estado interior do recém-nascido. (Vitor da Fonseca, 1998).
O educador pode, a partir do estímulo e da afetividade, colocar situações
onde a inteligência da criança pode ser aprimorada, tanto por atividades pedagógicas,
como por atividades lúdicas, que atendam aos aspectos pedagógicos, muito embora
reconheça que nesta faixa etária, todas as atividades lúdicas possuem um cunho
altamente pedagógico, onde estas diferentes experiências podem possibilitar avançar
para outras etapas no percurso do seu aprendizado.
A observação das escalas de desenvolvimento psicomotor procura
satisfazer um interesse prático que sirva, fundamentalmente, para estruturar e
planificar as sessões pedagógicas, na medida em que perspectivam as aquisições
motoras, perceptivo-motoras e psicomotoras por graus de dificuldade, constituído por
esse motivo um “currículo evolutivo” no domínio psicomotor do comportamento
humano.
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O educador tem, como objetivo, promover a integração das crianças com
os pais, assim como as demais crianças, explicando e orientando os pais para que
mantenham um diálogo afetivo com seus filhos, e que seja, também, em caráter
democrático, onde se façam ouvir, mas também ouçam o que seus filhos têm a dizer.
Atualmente, muito se apregoa sobre a importância de se estabelecer
parâmetros que venham a desenvolver nas crianças um espírito democrático. Nesse
sentido, a creche, por ser uma agência educativa em uma fase importante no
desenvolvimento socializado da criança, deve estabelecer um trabalho baseado em
moldes democráticos, onde todas as relações, atividades, objetivos, etc, sejam
transpassadas por tal idéia. Para aprender democracia, é necessário viver democracia.
A educação psicomotora refere-se à formação de base indispensável a toda criança, seja ela normal ou com problemas e responde a uma dupla finalidade; assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta possibilidades da criança ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano, e isto deve ser proporcionado pelos educadores e pais. (Le Bouch, 1987).
Os pais, dentro deste contexto, assim como os educadores, devem ter o
papel de facilitadores, proporcionando oportunidades e situações onde a criança
possa explorar o seu meio de forma a construir novas estruturas psicomotoras e
contribuir para um melhor desenvolvimento global da criança, sempre oportunizando
novas experiências. Porém é necessário que os pais tenham noção da importância
deste processo no desenvolvimento da criança, para que não haja uma “castração” de
certas oportunidades que são necessárias à criança para um melhor desenvolvimento.
4.1 – A função da creche
A creche é uma importante instituição social, porém, é muito mais que
isso, é na atualidade um direito da criança. Ela tem passado por várias
transformações, observando contribuições de várias áreas do conhecimento, como:
sociologia, psicologia, antropologia, etc.
No entanto, o que se verifica é que, como a educação somente há muito
pouco tempo passou a ser encarada como um real dever do Estado e também direito
de todos, inacessível, porém, para uma grande parte ainda da população, e isso a
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nível de ensino fundamental, pois o atendimento às crianças de 0 a 6 anos na
realidade é muito mais caótica.
Nos tempos atuais, com a ampliação dos conhecimentos, dos objetivos e
responsabilidades, surgiu a preocupação em oferecer às crianças as condições
necessárias para o seu desenvolvimento físico, intelectual, social e afetivo.
A afirmativa mais comum é que a creche existe para exercer, como
família, os cuidados básicos de saúde, tanto física como mental, e educação da
criança, como cuidados relativos à segurança, higiene, alimentação, afeto e educação.
Porém, a função da creche é muito mais abrangente, pois ela é uma
instância onde, junto às demais, pode oportunizar o germinar das transformações
necessárias em prol de buscar construir uma sociedade brasileira bem mais
democrática.
Assim, é preciso observar que, na busca pela construção de uma
sociedade realmente “mais democrática”, será necessário estabelecer e desenvolver
atividades e relações que atendam a estas exigências.
A creche tem uma importante função pedagógica e pode contribuir
significativamente nesta direção, não esquecendo que, se a escola não tem o poder de
mudar a sociedade, também, não o mero papel de conservar mecanicamente essa
sociedade.
A função da creche, sob uma perspectiva democrática, deve ter como
concepção básica, que as crianças são seres sociais, indivíduos, os quais vivem em
sociedade, são cidadãs e cidadãos.
Se o objetivo for contribuir para o desenvolvimento integral da criança, é
mister que a socialização se faça presente, de forma a ultrapassar os preconceitos e
rótulos de diferentes origens, frutos muitas vezes, não só de uma ótica distorcida dos
próprios pais, mas também da sociedade a qual está inserida.
As contribuições efetuadas pela psicologia foram significativas,
enfatizando a forma como as crianças constroem o conhecimento, tendo relevância
os aspectos sócio-afetivos, os cognitivos, os lingüísticos e a psicomotricidade, sendo
que todos esses fatores estão concomitantemente presentes nas atividades
desenvolvidas pelas crianças.
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A antropologia aponta que devemos levar em consideração o contexto de
vida imediato das crianças, bem como as próprias características dos professores,
funcionários e da escola.
Há uma diversidade cultural e social, tanto das crianças quanto dos
profissionais envolvidos no processo, porém, tais aspectos não podem vir a influir no
trabalho de forma negativa, impondo discriminações, preconceitos, etc; é necessário
estabelecer e instituir um trabalho realmente democrático.
Construir uma proposta pedagógica para a creche implica em optar por uma organização que garanta o atendimento de certos objetivos julgados mais valiosos que os outros; tem que discutir seu papel político em relação à população atendida dado que, através de sua ação, a creche pode ser mais conservadora ou transformadora. (Oliveira, 1997).
Onde, “O importante é que a creche seja pensada não como instituição
substituta da família, mas como ambiente de socialização diferente do familiar”.
(Oliveira, 1997).
A oportunidade de socializar não só as crianças, mas também, o próprio
conhecimento, é uma das importantes contribuições que a creche pode fornecer à
sociedade. Pois, através das atividades lúdicas, a criança constrói o conhecimento,
atendendo ao desenvolvimento infantil, e desta forma, a creche estará auxiliando este
desenvolvimento.
Então, “... o básico para o desenvolvimento infantil é a organização de
atividades estruturadoras de interação adulto-criança, criança-criança e criança-
mundo físico e social”.
Desta maneira o educador deve estar apto para perceber, identificar e
analisar a forma de “aprender e de participar nas interações e brincadeiras com outras
crianças”. (Oliveira, 1997).
O educador deve participar e, se necessário, orientar e dinamizar o
trabalho, pois os conteúdos trabalhados na creche, como não poderia deixar de ser,
partem da vivência da criança.
O planejamento das atividades desenvolvidas, atingindo os objetivos
propostos, a avaliação diagnóstica, enfim, a ação deve estar voltada, não só para a
elaboração de uma prática democrática, construídas sob um enfoque democrático,
mas sim servir de base para um processo de construção contínuo entre teoria e
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prática, onde ambas se constroem e se completam, em relação dialética, enfatizando
a busca pela construção do sujeito que aprende.
A função da creche seria o desenvolvimento infantil e a aquisição de
conhecimentos, onde oportuniza-se ao aluno, construir a autonomia, a cooperação e
uma atuação crítica e criativa.
Então, é indispensável trabalhar um conhecimento contextualizado
criticamente, articulando as diversas áreas do conhecimento, em prol do
desenvolvimento global da criança buscando, enfim, formar um cidadão crítico, ativo
e participativo no processo de construção de uma sociedade mais justa e mais
fraterna. Um cidadão.
4.2 – Estimulação do educador e pais
A estimulação acontece nos momentos de rotina, como trocar fraldas, dar
mamadeiras, água ou dar banho, proporcionando o contato íntimo de comunicação
afetiva do bebê com o educador e com os pais. Nessa horas, pode conversar com voz
suave, carinhosa e melodiosa, acariciar a pele do bebê, acompanhadas de conversas,
embalar o bebê, com suavidade e carinho e brincar de esconde-esconde, sem
excitação exagerada.
Além das atividades naturais, espontâneas, proporcionadas pela
oportunidade das situações de rotina, há outras que podemos realizar, de forma mais
planejada, através do uso de brinquedos específicos. Mas, de qualquer maneira, a
disponibilidade afetiva dos pais e educadores e sua presença é que se tem o sucesso
esperado da estimulação. Portanto, é necessário que pais e educadores estejam
conscientes e dispostos a fazerem um trabalho psicomotor adequado e eficiente, que
contribua para o desenvolvimento global da criança. E é justamente na Educação
Infantil que esse processo se concretizará, proporcionando um melhor aprendizado.
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CONCLUSÃO
Com este trabalho monográfico, espero uma motivação das atividades de
profissionais da educação, aqueles que mais vezes são esquecidos em termos de valorização
científico-pedagógica, pois, quanto maior for a valorização e a contribuição dos fundamentos
do desenvolvimento psicomotor, mais benefícios podemos proporcionar ao desenvolvimento
da criança. Na prática pedagógica, devemos estar em constantes pesquisas, abertos à
criatividade das crianças, à observação, à estimulação e à análise de seus comportamentos,
para que possamos melhor orientar e conscientizar a família da importância da
Psicomotricidade para o desenvolvimento global da criança, principalmente nos primeiros
meses de vida do bebê, que são totalmente recheados de descobertas e mudanças.
Quando um educador das séries iniciais, tendo se conscientizado de que uma
educação psicomotora é uma peça mestra do edifício pedagógico que permite à criança
resolver mais facilmente os problemas atuais da escolaridade e a prepara, por outro lado, a
sua existência futura, de adulto.
Essa atividade não ficará mais renegada ao segundo plano, sobretudo porque o
professor constará que essa área concretizada através de atividades, constituída pelo
movimento, é por vezes um meio insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver
certas formas de atenção e pôr em jogo certos aspectos da inteligência.
A criança, nos seus primeiros meses de vida, adquire um sistema mental
maravilhoso, com capacidade de realizar várias atitudes, bem como calcular perigo,
defender-se e superá-los, nunca esquecendo que o trabalho em conjunto será sempre
importante. E esse processo continua até a fase adulta da pessoa, nunca terminando e sempre
renovando. Sendo que não podemos acelerar o andamento desse processo e nem pulá-lo,
pois, cada instante depende do outro instante, para que se tenha uma vida mais harmoniosa
junto do movimento. Lembrando sempre que vivemos em constante movimento. E a
Psicomotricidade nos leva a ter sempre uma progressão e integração no plano social do
indivíduo.
Eis a razão pela qual, no decorrer da escolaridade, ao lado da leitura, da escrita,
da matemática, matérias ditas base; a psicomotricidade, a partir do movimento e da atividade
global do indivíduo, ocupa um lugar privilegiado diante da grande importância que
representa ao desenvolvimento humano.
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AJURIAGUERRA, J. de. A escrita infantil: Evolução e dificuldades. Trad. De Iria
Maria R. de Castro Silva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
DEFONTAINE, J. Manuel de réeducation psychomotrice. Tomes 1-4. Paris:
Meloine S/A Éditeur, 1980.
FONSECA, V. da. Psicomotricidade: filogênese, ontegênese e retrogênese. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998.
GALLAHUE, D. Understanding motor development in children.. New York:
John Wiley & Sons, 1982.
LE BOULCH, J. Rumo a uma ciência do movimento humano. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 1987.
OLIVEIRA, G.C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psico-
pedagógico. Petrópolis: Vozes, 1997.
RODRIGUES, M. Manual teórico de educação física infantil. 6 ed. Rev., atual. e
ampl. São Paulo. 1993.
SILVA, G. P. da. Pediatra, especialista em psicomotricidade. São Paulo, 2000.
38
ANEXOS
39
ÍNDICE Capa Folha de rosto …………………………………………………………………….. Agradecimentos ....................................................................................................... Dedicatória ............................................................................................................... Resumo .................................................................................................................... Metodologia ............................................................................................................. Sumário .................................................................................................................... Introdução ................................................................................................................ Capítulo I – Compreendendo a Psicomotricidade ................................................... 1.1 – O movimento como forma de adaptação ao mundo exterior .......................... 1.2 – A importância do toque na Psicomotricidade ................................................. Capítulo II – O desenvolvimento Psicomotor na criança de 0 a 6 anos .................. 2.1 – O desenvolvimento psicomotor ...................................................................... 2.2 – O desenvolvimento cerebral ........................................................................... 2.3 – Descobrindo o mundo pela boca .................................................................... 2.4 – As habilidades motoras ................................................................................... Capítulo III – Estimulando a atividade motora ....................................................... Capítulo IV – Contribuições do educador e pais ao desenvolvimento psicomotor da criança ................................................................................................................. 4.1 – A função da creche ......................................................................................... 4.2 – Estimulação do educador e pais ...................................................................... Conclusão ................................................................................................................ Bibliografia consultada ............................................................................................ Anexos ..................................................................................................................... Índice ....................................................................................................................... Folha de avaliação ...................................................................................................
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40
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FOLHA DE AVALIAÇÃO
TÍTULO: A PSICOMOTRICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL
CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE
NOTA OBTIDA: ______________
APRECIAÇÃO CRÍTICA DO RELATÓRIO FINAL, RECOMENDAÇÕES,
SUGESTÕES:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
AVALIADA POR: ______________________________________ GRAU: _______
RIO DE JANEIRO, ______ DE _________________________ DE __________.
______________________________________
ASSINATURA DO SUPERVISOR
Recommended