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As provas Atléticas
No Atletismo existe uma diversidade de provas onde cada uma exige
condições determinadas que se enquadram essencialmente nas corridas, nos
saltos e nos lançamentos. Em cada grupo de provas há peculiaridades, e que
no decorrer do tempo foram acrescentados inúmeros elementos, sobretudo
tecnológicos, que tornaram as provas cada vez mais técnicas, com
performances admiráveis e recordes a tempos atrás inimagináveis.
Dentro das corridas encontramos as provas de velocidade, de meio
fundo, de fundo, com barreiras, revezamentos e cross-country. Nos saltos há
diferenciação básica entre os saltos verticais (salto em altura e salto com vara)
e os saltos horizontais (salto em distancia e salto triplo). Nos arremessos e
lançamentos (peso, disco, dardo e martelo), a grande discussão é quanto a
qual terminologia - lançamentos ou arremessos - deve ser utilizada para
caracterizar esse grupo de provas atléticas.
As corridas
Desde o seu nascimento o homem possui um meio de locomoção
natural, instintivo e rápido que é a caminhada ou a corrida. Esta forma de
locomoção do homem chama bastante a atenção, pois, segundo Fernandes
(2003, p.12), “por ser a mais utilizada em forma de competição na maioria dos
esportes”. Para esse mesmo autor, os gregos consideravam a corrida como
vital para as funções orgânicas, acreditando que fortaleciam as pernas, os
pulmões, o coração, o peito e o abdômen. Os helênicos também davam muita
importância às corridas, a ponto de os espartanos avaliarem uma pessoa de
acordo com seu rendimento nessa modalidade.
Segundo Dornelles (s.d., p. 11), a corrida é de suma importância no
Atletismo, pois das 47 provas programa oficial do Atletismo apenas quatro não
envolvem corrida na sua execução, são elas o arremesso do Peso, lançamento
do Disco, lançamento do Martelo e a Marcha Atlética, todas as demais provas
exigem para sua realização o movimento de correr demonstrando assim a
importância da corrida para o Atletismo.
Ainda segundo Dornelles (s. d., p.11):
Correr é um gesto natural, instintivo. Marcha-se instintivamente e se corre instintivamente, e as características da corrida natural encontram-se na corrida desportiva. Esta é com toda segurança, a mais difundida das atividades atléticas e a mais antiga.
Segundo Fernandes (2003) e Dornelles (s.d.), os gregos já organizavam
corridas de velocidade. Essa corrida era chamada de estádio (gr. Stadium), que
tinha como distancia 192,27m o equivalente a 600 pés de Hercules. Logo em
seguida somaram-se outros tipos de corridas, como a de dois estádios (ida e
volta) e as corridas de 8,10,12 e até 24 estádios provas estas de resistência.
Em tempos modernos, o primeiro povo a dar destaque às corridas foram
os ingleses que tinham forte inclinação as corridas de longa duração. Na época
dos Estuardos eles já realizavam confrontos, praticados por corredores
profissionais. Eram conhecidos como running-footman, mensageiros dos
senhores feudais que em condições de climáticas desfavoráveis ao transporte
pesado, iam à frente para anunciarem a chegada dos senhores feudais às
cidades a serem visitadas. Os turcos também possuíam corredores assim
conhecidos como puchs. (FERNANDES, 2003 p.13)
A parir século XVIII, o crescente interesse pelas corridas fez surgir
nomes que, ao longo do desenvolvimento dessas provas, marcaram época
com feitos históricos como Hannes Kolehmainen, Paavo Nurmi, Emil Zatopek.
A partir da Inglaterra, as corridas espalharam-se por outros países, como
Estados Unidos, Suécia e a Alemanha entre outros. (VIEIRA, 2007); (GOMES,
2007); (DORNELLES, s.d.)
Dentro das corridas observamos as provas de velocidade (100m, 200m
e 400m), de meio fundo (800m e 1500m), de fundo (3000m steeplechase,
5000m, 10000m e maratona), de barreiras (100m, 110m e 400m),
revezamentos (4x100m e 4x400m), cross-country e corridas em montanhas.
(CBAt 2008); (MATTHIESEN, 2007)
As corridas ao longo das épocas, sempre sofreram varias modificações.
Segundo Morthensen e Cooper (1974, p. 27), “Como parte de seus Jogos
Olímpicos, os antigos gregos incluíam uma corrida curta, onde é interessante
observar que, já nessa época, os corredores utilizavam ‘blocos de partida’”.
Nas primeiras corridas de velocidade, para Cabreira (s.d.):
[...] os corredores costumavam cavar uns orifícios no chão para terem algo que os impulsionasse no começo da corrida. Hoje, os adeptos dos 100m, 200m e 400m servem-se de blocos de partida, para terem uma base mais sólida que lhes permita fazer força no arranque.
Mas, em tempos modernos, somente em 1888 o americano C.H. Sherril
fez uso da saída agachada e apenas em 1934 apareceram os primeiros blocos
de partida com o intuito de evitar os buracos feitos na pista para o impulso
inicial. (PERNISA, 1980, p. 12)
Para Pernisa (1980, p. 11), “Em 1868, W. B. Curts, atleta americano
utilizou os sapatos com pregos inspirados nos índios velocistas caçadores de
leopardos”. Surgindo com isso as primeiras sapatilhas para as provas de pista,
tornando a corrida mais veloz, passando a ser adotada por vários outros
corredores. E ao longo dos anos tem evoluído a tal ponto de empresas
especializadas fabricarem sapatilhas com especificações especiais para cada
atleta e de acordo com a especificidade da prova a ser disputada.
Outra grande inovação que deixou as corridas em um nível superior e
proporcionou inovações técnicas por parte dos atletas, foi a adoção das pistas
sintéticas, que surgiu primeiramente, segundo Vieira (2007), nos Jogos
Olímpicos de Tóquio em 1964, e tempos depois foi adotado por vários países
do mundo.
Nas provas de meio fundo e fundo um dos maiores destaques até hoje é
o corredor Paavo Nurmi, conhecido como Homem relógio, por correr sempre
com um relógio em suas mãos para controlar seu ritmo, e junto com seus
compatriotas Hannes Kolehmainen, Ville Ritola e outros, receberam a
denominação de finlandeses voadores por conta de suas conquistas no
Atletismo nos anos de 1920. Neste periodo Paavo Nurmi foi o maior corredor
quebrando varios recordes mundiais entre os 1500m e 20km conquistando 9
medalhas de ouro em Jogos Olimpicos colocado-o ao lado dos americanos
Carl Lewis e Michael Phelps e da russa Larissa Latynina como os maiores
ganhdores de medalhas de ouro Olimpicas na história dos Jogos.
(FERNANDES, 2003) (MATTHIESEN, 2007) (VIEIRA, 2007)
Além de Nurme, um dos maiores nomes dentro das corridas, sem
duvida, é Emil Zátopek. Atleta tcheco apelidado de “Locomotiva de Praga” ou
“Locomotiva Humana”, pois foi o único homem a vencer os 5000m, 10000m e a
maratona em uma mesma Olimpíada. Ao todo, Zátopek bateu vinte recordes
mundiais em distâncias variando de 5.000m a 30.000m. Em 1951 tornou-se o
primeiro homem a fazer 20 km em uma hora (20.052m). Ainda participou da
maratona dos Jogos de 1956, apenas 45 dias depois de se submeter a uma
cirurgia de hérnia. Apesar de recomendações médicas de ficar dois meses sem
correr, Zátopek completou a maratona em sexto lugar. (MATTHIESEN, 2007)
As corridas de revezamentos segundo Matthiesen e Garuffi (2009, p. 1
apud Godoy, 1996), mesmo com origem desconhecida, a história revela ser
esta uma prova muito antiga, praticada no período da Grécia Antiga durante os
jogos realizados em homenagem a Deusa Atena. Este tipo de prova, bastante
diferente da praticada atualmente, recebia o nome de ‘Lampadodromia’, e era
realizada com a passagem de tochas com fogo. Mas nessa mesma época as
corridas de revezamento já eram usadas, segundo Gomes (s.d.), como meio de
comunicação para fazer uma mensagem chegar ao seu destino de maneira
mais rápida.
Para Dornelles (s. d. apud Dohert), as corridas de revezamento como
conhecemos, tiveram como idealizadores os norte-americanos a partir de
outras atividades por eles praticadas. Na ocasião de surgimento dessa prova,
havia revezamento de cavalos que puxavam diligencias que devido às longas
viagens eram mudados nos postos de troca. Entretanto, os revezamentos
realizados pelos bombeiros de Massachusetts foram os acontecimentos mais
próximos a idealização das corridas de revezamentos presentes em todas as
competições de Atletismo. A sua primeira experiência aconteceu em 1893, com
duas equipes de 4x ¼ de milha e foi considerado um sucesso sendo logo
incorporada a diversas outras competições.
De sua progênie a atualidade, os revezamentos passaram por varias
modificações, tanto em sua distancia, quanto em suas regras o que tornou
essas provas umas das mais esperadas e mais emocionantes em todas as
competições, em especial, nos jogos Olímpicos e nos campeonatos mundiais
de Atletismo, pois além da expectativa que gera em todos, é a única prova
dessa modalidade em que o coletivo é essencial, por ser uma prova em equipe,
e os resultados dependem do entrosamento entre os quatros atletas do grupo.
(MATTHIESEN e GARUFFI, 2009, p. 1)
Além dos blocos de partida nas provas de pista, o que garantiu a grande
evolução das corridas de maneira geral e das marcas alcançadas atualmente,
fica por parte da introdução da tecnologia na construção de pistas com
materiais de melhor qualidade.
Além disso, os estudos em biomecânica, fisiologia e adaptação dos
métodos de treino aos atletas para obtenção de melhores performances, e
também pela evolução das vestimentas, sapatilhas e tênis utilizados pelos
atletas, que a cada temporada tem evoluído e se adaptado as características
únicas de cada praticante dessas provas, tem elevado o nível das competições
cada vez mais, superando limites nunca antes imaginados pelos pioneiros do
Atletismo moderno.
Detalhes técnicos sobre as corridas
Dentro da linha das corridas observamos as provas de velocidade
(100m, 200m e 400m), de meio fundo (800m e 1500m), de fundo (3000m
steeplechase, 5000m, 10000m e maratona), de barreiras (100m, 110m e
400m), revezamentos (4x100m e 4x400m) e cross-country1.
Provas de velocidade
Toda a energia do corpo deve ser disponibilizada para a maior
aceleração possível dos movimentos, imprimindo-se o máximo de energia na
largada tendo em vista que a curta duração dessas corridas não proporciona
tempo para a formação de grandes planos mentais de ataque e defesa e nem a
organizar varias combinações táticas. Essas corridas são decididas por
detalhes mínimos como, por exemplo, a partida, a freqüência de passadas, o
estilo da ação dos pés, etc. Os poucos segundos em que ocorrem essas
provas de velocidade não permitem aos corredores muitos milagres sobre a
pista. Todas as ações devem estar previstas de antemão para não ser
surpreendido pelos incidentes.
A partida nas provas de velocidade acontece logo após o período de
ajustes do bloco de partida realizados pelo atleta, e o posicionamento deste a
1 Desporto originariamente inglês, foi disputado oficialmente em 1876. Esteve presente nos Jogos Olimpícos de 1912 a 1924. Ainda muito popular na Europa, ganha força entre os atletas brasileiros.
atrás de seu bloco. Ao comando de “as suas marcas” dado pelo árbitro de
partida, o atleta se colocará cuidadosamente em seu bloco posicionando seus
pés no mesmo e suas mãos2 no solo apoiadas atrás da linha de partida e um
dos joelhos no chão. Os braços deveram estar estendidos e separados mais ou
menos à distancia dos ombros. Após sua colocação correta o atleta deve
concentrar sua atenção total no árbitro de partida.
Figura 1 – Momento da largada
Com todos os atletas em suas marcas, em posição imóvel no bloco, o
árbitro de partida dará o comando “pronto”. Nesse instante, o atleta elevará o
joelho que se encontrava em contato com o solo, e com isso, seu quadril estará
na mesma linha - ou levemente acima - de seus ombros. Todo o corpo
encontra-se agora posicionado e totalmente pronto para lançar-se a frente com
uma poderosa arrancada até a linha de chegada. O atleta respira calmamente,
retendo o ar, colocando toda a atenção na saída eminente. Imagem posição
das mãos e pés
2 O apoio nesse caso é realizado apenas pelas pontas dos dedos das mãos com maior pressão sobre o polegar e o indicador que se encontram alinhados a marca de partida com demonstra a figura 2.
Fonte: http://imotion.com.br
Figura 2 – Posição das mãos
Ao som da partida – tiro ou apito – o atleta fará um enorme esforço à
frente, com ambas as pernas, ajudado pelo impulso dos braços. Os
movimentos dos braços com pernas devem ser rapidamente coordenados3 e
harmoniosos para equilibrar o corpo após a forte saída e buscando a máxima
aceleração. Esses movimentos iniciais são os de maior importância e
constituem o segredo do sucesso de muitos campões.
Corridas de meio fundo
Nestas provas, assim como nas de velocidade e de fundo, os atletas
sentem suas capacidades físicas como determinante fator para suas vitórias,
uma vez que sua rapidez ou resistência natural sinalizam qual especialidade
atlética devem seguir. Os atletas de meio fundo sofrem continuamente com o
problema de falta de adaptação a esta especialidade que resultam em muitos
resultados com grandes variações em suas atuações. Isto é natural uma vez
que o meio fundo é uma especialidade onde vão parar os atletas que não
tenham obtido resultados satisfatórios nas provas de velocidade por não serem
suficientemente rápidos e os que fracassaram nas corridas de fundo por não
serem muito resistentes. Não é raro ver vários atletas de meio fundo obter
brilhantes resultados durante todo o treinamento e fracassar justamente no
momento da prova.3 O braço esquerdo segue o movimento da perna direita e o braço direito segue os movimentos da perna esquerda. Ao passo que a perna direita realiza a passada a frente o braço esquerdo projeta-se também à frente. O mesmo acontece o braço direito no momento que a perna esquerda realiza seu movimento de passada.
Figura 3 – Prova de meio fundo
Para essas corridas os músculos, os nervos e ímpeto, dão vez aos
pulmões, à cabeça e aos ossos. Os músculos e nervos, como motor, atuam de
forma moderada, pois a extensão do trajeto a correr e os fatores que
influenciam o desenrolar da prova exigem picos, e esses picos devem dar o
peito, a inteligência e a resistência física necessários aos atletas desta
especialidade.
A saída para as provas de meio fundo deve ser normal4. Nem rápida
nem por demais lenta. Entre os 200m e 300m o atleta já deve saber avaliar
com quem compete e calcular as possibilidades que julga dispor. A partir de
então pode dedicar-se a buscar no pelotão uma posição que o permita
destacar-se, sem envolver-se na disputa na ponta, e assim se manterá por toda
a corrida até perto do final em que pode se livrar de circunstâncias indesejadas
para empregar um tiro de grande velocidade. Manter-se entre os velozes e os
lentos é o segredo do êxito, mas é necessário avaliar e reservar energias para
vencer os mais velozes no final da prova.
Provas de Fundo
O corredor de longas distâncias deverá começar seu treinamento com
muita antecedência. Deverá observar principalmente os detalhes do estilo para
4 Nas provas de meio fundo, a exemplos das de fundo, sua partida realiza-se da posição parada em pé, ou seja, sem necessidade de blocos de partida para a largada.
esta prática incluindo o comprimento da passada, o movimento dos braços e a
respiração.
Muitos corredores reclamam de cansaço nos braços logo após que
tenham corrido distância regular. A tensão indevida de qualquer parte do corpo
consumirá uma grande dose de energia física e mental. Em conseqüência,
deve-se ter cuidado de manter o tronco e os membros em uma posição
relaxada, de maneira que a energia física e nervosa não se disperse
demasiadamente rápida.
Fonte: http://dracenasportshow.com.br
Figura 4 – Prova de fundo
Para vários técnicos e atletas, as corridas de fundo são uma questão de
ritmo e o corredor deverá conhecer o percurso tão bem que, em determinado
momento, poderá baixar um ou dois segundo por volta ou quilometro
percorrido.
Corridas com barreiras
São necessárias muito boas qualidades físicas para se destacar nessas
provas, já que não é nada fácil triunfar em uma prova em que além da
velocidade entram em jogo a destreza e a agilidade. Para saltar os obstáculos
que se encontram na corrida se requerem condições especiais dos atletas
desta especialidade: Altos, de pernas longas, velozes, muito resistentes e de
ação desenvolta.
Fonte: http://mundovisto.wordpress.com
Figura 5 – 110m com barreiras
Tudo se pode conseguir com base em um bom treinamento e não é
difícil que com isso e uma forma física ideal conseguir uma atuação brilhante
nesta especialidade. É necessária uma preparação com detalhes para praticá-
los na corrida uma vez que é uma curta distância e não há tempo para
correções e mudanças de tática.
Revezamentos
Os dois revezamentos mais executados e fazem parte do programa
Olímpico são o 4x100m e 4x400m, tanto no masculino quanto no feminino. São
duas das provas mais aguardadas e esperadas por todos que vão as
competições de Atletismo em qualquer nível. Os quatro atletas que integram
essas corridas se distribuem na seguinte ordem: os dois velocistas mais fortes
farão os 100m iniciais e 100m finais; os 200m intermediários se destinam aos
atletas velocistas menos fortes. Da mesma forma essa ordem é colocada para
as provas de revezamento 4x400m.
Fonte: http://odia.terra.com.br/esporte
Figura 6 – Revezamento 4x100m feminino Brasil
O nervosismo nestas provas é fatal. Faz com que os corredores não se
concentrem e dão lugar a falhas lamentáveis. O treinamento deve ser perfeito e
consistente; nada deve ser improvisado no momento da corrida. Tudo deve
estar perfeitamente previsto. Os quatro atletas devem ser um só na pista. O
bastão que cada corredor entrega ao seu substituto, é cilíndrico, é feito em
geral de madeira ou metal leve, e passa de um corredor a outro dentro de uma
zona de 20m; de maneira que para fazer a passagem dentro do espaço de 20m
ambos, corredores procuram ter a mesma velocidade máxima.
Cross-Country (corridas pelo campo)
Esta corrida reúne muitos belos incentivos para o atleta que a escolhe
para sua especialidade. O afasta da monotonia da pista e da rua para
proporcionar as belezas da paisagem, e isso produz resultado mais agradável
uma vez conseguido o treinamento necessário. A primeira vez que se pratica a
corrida pelo campo, saltando obstáculos e transpondo os acidentes naturais do
terreno, se experimenta a sensação de algo superior as forças humanas e
talvez o desmaio aconteça, mas não ocorrerão sucessivas vezes quando o
treinamento já tenha dotado o atleta das possibilidades suficientes para sair
satisfatoriamente do esforço realizado.
Em geral, as corridas de cross-country têm distancias entre 4000m e
8000m com percurso marcado por entre trilhas, vales, formações rochosas,
morros, barrancos, encostas etc. Estas são algumas das condições principais
desta especialidade que consiste precisamente em superar as referidas
dificuldades intercaladas em abundancia durante a corrida. Difere-se das
corridas de aventura, pois no cross-country os atletas têm o percurso
determinado e não necessitam de equipamentos extras para sua prática.
Fonte: www.portalbarueri.com Fonte: http:// esporte.uol.com.br
Figura 7 – Cross country em Barueri Figura 8 – Mundial de Cross country
Os SaltosNesta especialidade de provas, podemos fazer a diferenciação entre
dois tipos de saltos: horizontais (salto em distância e triplo) e verticais (salto em
altura e com vara). São provas tão belas e emocionantes para quem as assiste
quanto são detalhadas e complexas de serem realizadas por seus
especialistas.
O salto em distancia, de todos os saltos é o mais natural e simples de
aprender, pois envolve, de maneira genérica, apenas a corrida e a impulsão a
partir da tabua. Segundo Pernisa (1980, p. 12), “É a mais natural das provas e
remonta às origens da humanidade tanto pelo seu caráter utilitário como
recreativo”. Para Vianna (s.d., p.1):
A história nos diz que a ambição de saltar o maior comprimento possível é certamente tão velha quanto a própria história do Atletismo. O salto foi tratado sobre várias formas desde a antigüidade. Na Grécia, a impulsão se dava a partir de uma espécie de marca (bater) de pedras, sobre o solo plano (skumma), ou com ajuda de pesos (halteres).
Para Pernisa (1980, p. 13):
Para o salto era providenciado um ponto de impulso que não sabemos se era de madeira ou pedra. O solo em frente ao ponto de impulsão era cavado e nivelado até certa distancia e chamava-se skamma. Saltar além do skamma era provérbio de proeza extraordinária.
Para Pernisa (1980, p.13) e Vieira (2007), o salto em distancia figurou
desde os primeiro Jogos Olimpicos (776 a.C.) como parte das provas do
pentatlo. Ainda segundo Vieira (2007, p.64), “O evento moderno foi
regularizado na Inglaterra e nos Estados Unidos em 1850: o levantar-vôo tinha
que ser feito 20cm afastado da tábua dentro da marca de saibro”.
Para Vianna ( s.d. p.1):
[...] em 1886 foi introduzida a tabua de impulsão, cuja cuja utilização ainda hoje é discutida, tendo já sido fatídica para muitos atletas. [...] Porém, retirar a tábua de impulsão para o salto em distância seria o mesmo que retirar o estímulo e a expectativa que a mesma causa. Foi desta forma que, na Cidade do México, durante as Olimpíadas de 1968, que o americano Bob Beamon saltou a fantástica distância de 8,90 metros.
Tal recorde permaneceu inalterado por 23 anos até que 1991, Mike
Powell alcançou a marca de 8,95 m e mantém o atual recorde mundial da
prova. (VIEIRA, 2007)
O salto triplo é uma das provas mais complexas pois se composta de
três partes bem definidas, com caracteristicas peculiares, mesmo
independentes entre si. É uma prova que requer uma junção harmonica entre
velocidade, agilidade e flexibilidade; além de uma musculatura forte e rapida,
existe o problema de adequação mecanica com relação a importancia atribuida
a cada um dos três saltos que o compõe. (FERNANDES, 2003)
Para Pernisa (1980 p.13), o surgimento do salto triplo “[...] tenha sido de
um erro técnico no salto em distancia”. Ainda segundo este autor os gregos
praticavam dando um salto em ditancia e mais dois saltos com os pés juntos.
O salto triplo em tempos modernos, segundo Dornelles (s.d., p. 51), os
primeiros anos foram de dominio de irlandeses e escoceses nesta prova. O
salto praticado pelos irlandeses eram executados sobre a mesma perna. Já na
Alemanha o salto foi desenvolvido com passadas que se sucediam, até que no
inicio dos Jogos Olimpicos modernos, foi oficializada a sequencia de saltos
esquerda-direita ou o inverso, conhecida pela designação inglesa de hop, step
and jump. Já nesse formato, a primeira medalha olimpica foi ganha com um
salto de 13,72 metros e desde então não houve mudanças quanto às normas.
Segundo Fernandes (2003, p.104), desde 1896 houve várias
alternancias no domínio dessa prova por diferentes paises. “Foi iniciado nos
Estados Unidos, pasando logo em seguida para os povos do norte da Europa,
para que depois este dominio viesse a pertencer aos japoneses, por um longo
periodo de doze anos”. Ao longo da história dessa prova o Brasil despertou
grande atenção e alcançou destaque com as atuações de Ademar Ferreira da
Silva, passando por Nelsom Prudêncio até chegar ao grande nome João Carlos
de Oliveira – o João do Pulo.
O João do Pulo causou espanto e surpresa a todos com a extraordinária
marca de 17,89 metros em 1975, recorde que perdurou por mais de dez anos,
quando em 1985 o americano Willie Banks conseguiu saltar 17,97m.
Atualmente o recorde mundial esta estabelecido pelo inglês Jonathan Edwards
em 18,29m, marca conseguida na cidade de Gotemburgo em 1995.
(FERNANDES, 2003)
No salto em altura, segundo Fernandes (2003) e Perniza (1980), a
técnica mais simples de transposição do sarrafo é conhecida como “tesoura” ou
“estilo do leste” que em 1895 atingiu 1,97m. A partir dessa tecnica,
rapidamente variados estilos são utilizados até que no ano de 1912, surge o
“rolo californiano” alançando a marca de 2,00 m, e em 1917, também nos
Estados Unido, uma variação desse estilo, atingiu 2,07 m.
Ainda segundo Fernandes(2003), entre as variações surgidas a partir do
“rolo californiano destacam-se o estilo “cortado” em 1933 com a marca de 2,03
m e o estilo conhecido como “cravado a cavalo”, que em 1957 o sovietico Yuri
Stepanov, marcou o recorde mundial com 2,16 m.
Foi assim que, no dia 13 de agosto de 1959, o sovietico Valery Brumel estabeleceu um novo recorde, de seu pais e da Europa, com a marca de 2,16 m, onde fez a combinação do estilo sueco com uma corrida mais longa e rápida, impulso ascendente nos braços e uma flexão mais acentuada das pernas, tanto a de impulso como a contrária (FERNANDES, 2003 p. 12).
A técnica aplicada por Brumel ficou conhecida como “rolo ventral” e
conquistou em 1963 com 2,28 m o recorde mundial que permaneceu até 1971.
Em 1968, o vencedor da salto em altura nos Jogos Olimpicos da cidade do
México, o americano Richard Fosbury, surpreende e espanta a todos com sua
nova técnica, onde passava o sarrafo de costas e atingiu a altura de 2,24 m.
Essa revolução na técnica ficou conhecida como “fosbury flop”, “salto de
costas” ou somente “flop”. (FERNANDES, 2003), (PERNIZA, 1980).
Mas sem dúvida, o fator mais importante na evolução tecnica da prova
de salto em altura é o material do setor de aterrissagem. Segundo Cabreira
(s.d.), até principio da década de 1960, o atletas caíam sobre areia e, portanto
eram forçados a aplicar uma técnica de salto que evitasse lesões. Com o
surgimento da área de espuma, garantiu a concentração exclusiva do atletas
na técnica de passagem sobre o sarrafo elevando o nível das disputas. Tal
evolução aplicada-se também ao salto com vara, onde a preocupação com a
queda é mais evidente.
A introdução de elementos tecnológicos, principalmente na área de
aterrissagem ou queda, fez com que os atletas do salto com vara se
preocupassem cada vez mais com o aprimoramento da técnica e menos com a
forma ideal de aterrissar para evitar lesões. Tal observação é feita com base
nas marcas atuais a cada dia mais surpreendentes.
A marca atual é quase o dobro do 1º recorde Olímpico, quando se
utilizavam varas de madeira. Em Atenas na 1ª Olimpíada da era moderna, em
1896, o vencedor dessa prova atingiu os 3,30m, nem os mais otimistas
poderiam imaginar que um dia alguém passaria a marca dos 6,0m. De fato,
cem anos depois, na Olimpíada de Atlanta em 1996, já utilizando-se uma vara
flexível, com efeito catapulta, e caindo em um colchão de espuma, o vencedor
desta prova passou a barra de 5,92m. Nessa época, porém o recorde mundial
já era 6,14m para os homens e 4,81 para as mulheres. (FERNANDES 2003,
p.54)
As evoluções na confecção da vara, garantiu a essa prova plasticidade
única tornado-a uma das mais belas do Atletismo. Segundo Fernandes (2003
p.54):
Inicialmente as varas eram de madeira ou bambu, no final dos anos 30 surgiram das varas de metal, no inicio dos anos 60 surgiram as varas de fibra de vidro que revolucionaram a tecnica do salto e no inicio dos anos 70 as varas flexiveis com efeito catapulta deram à prova uma plastica incomparavel. Influenciou tambem, as mudanças na area de queda ou aterrissagem que evoluiu do tanque de areia para o colchão de plumas e finalmente o colção de espulma densa.
Ainda, para Fernandes(2003), sem sombra de duvidas, um dos maiores
nomes do salto com vara, detentor até hoje do recorde mundial nessa prova, é
o ucraniano Sergey Bubka com a maravilhosa marca de 6,14m; iniciou o
destaque notável em sua carreira, em 1983 ao vencer o campeonato mundial
com 5,70m e até 1994 quando estabeleceu definitivamente sua marca, bateu
mais de 30 vezes seu próprio recorde mundial.
Detalhes sobre os Saltos
Nesta especialidade de provas, podemos fazer a diferenciação entre
dois tipos principais de saltos: horizontais (salto em distância e triplo) e verticais
(salto em altura e com vara). São provas tão belas e emocionantes para quem
as assiste quanto são detalhadas e complexas de serem realizadas por seus
especialistas. A seguir alguns conselhos para os interessados em conhecer
alguns detalhes referentes aos saltos.
Saltos horizontais
É raro encontrar um bom saltador, pois são provas complexas com
detalhes minuciosos ao qual uma ligeira distração ocasiona sensíveis
conseqüências no que se referem a resultados ou marcas. São provas para
atletas velozes, de músculos elásticos, donos de uma perfeita coordenação
neuromuscular e preferencialmente de boa estatura. Os barreiristas de forma
genérica também são aptos para essas provas. As três partes de que se
compõem a prova são: corrida de aproximação, impulso e vôo.
A corrida de aproximação tem em media uma distancia de 30 a 40
metros que é ajustada pelo competidor de acordo com suas possibilidades.
Logo, um atleta com condições de velocista adquire maior velocidade em um
espaço menor, já um atleta mais lento necessita de mais alguns metros para
atingir a velocidade necessária para o salto ideal.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 9 – Impulso e vôo do salto em distância
Para chegar à tabua de impulsão com a velocidade máxima e colocar a
perna mais forte para o salto sobre a mesma sem erros, é preciso conhecer
muito bem o trajeto. Na pista há uma serie de sinais feitos pelo atleta que o
darão a completa segurança de que saltará com a perna correta. Assim mesmo
os braços devem estar prontos para uma elevação com energia para ajudar o
corpo em sua subida e atrasar ao máximo a queda. O impulso deverá ser
ascendente para que junto com a corrida proporcione o lançamento do corpo
para cima e à frente. A elevação dos braços é forte e também no mesmo
sentido, e quanto mais rápida e vigorosa seja esta ação mais livre de peso
estará o corpo e dessa forma os músculos extensores das pernas poderão
trabalhar com mais eficiência.
Uma vez o saltador no ar, passará a realizar uma serie de movimentos
destinados a mudar o centro de gravidade do corpo a frente e algumas vezes
para cima e outras para baixo, segundo a técnica desenvolvida nos
treinamentos, tudo para conseguir a maior distância possível.
Fonte: http://adoratual.files.wordpress.com
Figura 10 – Salto em distância
Os movimentos que são os mais utilizados principalmente por atletas
iniciantes, e produzem bons resultados, são os que se seguem e caracterizam
o estilo tesoura: as pernas continuam o movimento de passadas como se a
corrida acontecesse no ar; os braços realizam movimentos similares aos
ponteiros de um relógio; o tronco realiza primeiro uma extensão seguida de
uma flexão acentuada gradualmente. Ao cair o corpo lança-se à frente para
não cair atrás das marcas feitas pelos pés.
O salto triplo consiste em realizar três saltos sucessivos, porém
observando-se todas as características vistas anteriormente para a corrida de
aproximação, algumas técnicas no momento do vôo para o setor de queda,
bem como os atributos dos atletas.
O primeiro salto realizado a partir da tabua de impulsão realiza-se com a
perna de impulsão, o segundo com esta mesma perna, e o terceiro é realizado
com a outra perna. A corrida de aproximação é a mesma nos dois saltos. No
primeiro salto o atleta não deve alongar-se em demasia e cair de maneira que
não crave o corpo como um prego para obter melhores condições para que o
segundo salto seja mais eficaz e resulte em um maior rendimento.
O impulso e a trajetória requerem muito treinamento. Na batida da
primeira perna, o joelho da outra se levanta o máximo possível dando ao corpo
altura e as pernas executam movimento de tesoura para cair com a mesma
perna e realizar outro salto com uma grande passada e logo em seguida com
as pernas em progressão à frente.
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