Ciência política

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estudos

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OS CONCEITOS BÁSICOS DA METODOLOGIA DA PESQUISA

CIENTÍFICA

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Prof. Thiago Vieira Mathias de Oliveira

professorthiagovmo@gmail.com

Conhecimento, ciência, pesquisa e método: considerações iniciais para um relacionamento

POR QUE CONHECER?

capacidade de conhecimento é inerente à natureza humana. Ex.: descobertas e invenções.

a solução de problemas (infindáveis?) e o crescente processo de atividade sobre a natureza.

conhecimento: meta ou processo?- variedade de formações.

- não continuidade linear ou progressiva.

- rupturas e reconstruções constantes nos conceitos, ideias e juízos.

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TODO CONHECIMENTO É CIÊNCIA?

HÁ UM CAMINHO PARA “COMEÇAR” A CONHECER?

formas mais simples de conhecimento, sentidos humanos e percepção pura da realidade: primariedade e equívocos – as percepções correspondem à realidade?

Ex.: imobilidade da Terra, horizonte plano e mundo quadrado.

o conhecimento é uma relação: sujeito cognoscente, objeto cognoscível.

os conhecimentos não são iguais em sua natureza: diferentes formas de abordar, compreender e explicar a realidade 3

CONHECIMENTO MÍTICO

dominar o mundo X medo e insegurança.

natureza desconhecida X valoração e explicação metafórica da natureza.

transmissão implícita de conteúdos: grande esforço de interpretação.

CONHECIMENTO MÍTICO

modo lúdico, ingênuo, fantasioso, não crítico e não reflexivo de explicação do desconhecido.

a forma de verdade instituída: dispensa de prova para aceitação.

mito X ciência: relação de anterioridade e relação de negação

CONHECIMENTO RELIGIOSO

a fé, forças transcendentes e instâncias criadoras e a ideia de um vínculo humano.

crença em verdades preexistentes e prontas, ainda que não comprovadas empiricamente Ex.: dogmas religiosos.

formas de expressão: doutrinas, preceitos de ordem ética, possibilidade de rituais.

CONHECIMENTO RELIGIOSO

auxílio diante das adversidade e dificuldade de explicação da realidade física = conforto.

pode veicular sistema de padrões morais e atuar estrategicamente para controle das condutas dos indivíduos.

CONHECIMENTO FILOSÓFICO

reflexão crítica diante do mundo, conhecimento não pronto ou acabado.

questionamento de culturas, práticas políticas, econômicas, culturais, etc.

conhecimento de essência, significados mais profundos e fundamentais = a ordem geral do mundo ou contexto mais universal da realidade.

CONHECIMENTO FILOSÓFICO

não limitação para indagações e reflexões + articulação de novas interrogações e problemas.

não compromisso com a verdade ou soluções definitivas, mas com possibilidade de verdades.

procura do saber X posse do saber.

CONHECIMENTO VULGAR

espontaneidade, senso comum, saber resultante de nossas necessidade cotidianas e de experiências imediatas. Ex.: todos os pais são pedagogos?

natureza social do homem (troca de informações) + noções gerais de mundo operadas no dia-a-dia.

heterogeneidade = opiniões individuais, de grupos e as condições de sua produção.

CONHECIMENTO VULGAR

ausência de métodos, critérios ou procedimentos: a ordem aparente das coisas e a não sistematicidade.

caráter acrítico, imediatista, crédulo e não sofisticado.

não necessariamente desprovido de explicação científica = o senso crítico da ciência e falta de bom senso dos cientistas.

o conhecimento do não especialista e o senso comum dos cientistas.

CONHECIMENTO CIENTÍFICO latin scire (conhecimento ou sabedoria) = informação/saber em relação a algum aspecto da realidade.

demarcação científica, mas ainda interdependência em relação à filosofia:

expressão dos séculos XVII e XVIII (modernidade ocidental) = ciência como paradigma de abordagem dos problemas e como campo próprio de investigação e reflexão.

CONHECIMENTO CIENTÍFICOEcos da modernidade

declínio do modo de produção feudal e emergência do capitalismo: da servidão ao trabalho livre.

campo religioso: transcendência perde referência para a existência.

campo teórico: ceticismo – erro, não verdade, impureza do conhecimento (impulsos humanos) ...

CONHECIMENTO CIENTÍFICOEcos da modernidade

da “crise” ao Renascimento: valorização da capacidade humana de conhecer e transformar a realidade.

conhecimento na modernidade = um edifício erigido sob um paradigma (paradigma científico da modernidade)

dogmatismo: mais que um caractere específico, mas sua essência = partida de verdades apriorísticas inquestionáveis. Ex.: “leis da vida”

CONHECIMENTO CIENTÍFICOEcos da modernidade

aceitação pela maioria da comunidade científica e imposição como modo obrigatório de abordagem dos problemas.

fatos novos, extraordinários ou excepcionais tendem a ser reduzidos aos padrões paradigmáticos = não abalo das crenças anteriores.

atitude crítica: rompimento com o dogmatismo = estranhamento, questionamento, indignação.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

causalidade: unidade e coerência e relações necessárias entre eventos da natureza / submissão a partir da valorização da repetição dos fenômenos.

busca pelos fundamentos, causas, pelo que determina eventos/acontecimentos – consequências: precisão, objetividade e controle.

generalização: teorização, aplicação às similitudes e divulgação de resultados.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

previsibilidade: ocorrência futura de fenômenos, eficiência, segurança – leis científicas e caráter metodológico.

não imediatismo: insuficiência dos aspectos superficiais.

antropocentrismo: benefício do próprio homem, luta contra o medo do desconhecido e a desordem e a capacidade de autoconhecimento.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

racionalismo: exercício de autodomínio, conhecimento com ordem e medida e novamente a questão do método e a neutralidade científica.

busca pela verdade = não proveniência de erros:

- aspecto lógico: atributo de validade das proposições = a aceitação das premissas como verdadeiras gera necessariamente a verdade da conclusão.

- diante da rigorosidade, não há margem para discussão, para interpretações alternativas.

- qualquer argumento com a mesma estrutura formal é considerado lógico.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

busca pela verdade = a verdade lógica = geralmente assume a forma do raciocínio silogístico.

- Todo homem é mortal.- João é homem- João é mortal.

- “Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros (...)” (Art. 14, § 2º, CF).

- John é americano.- John não pode votar.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

busca pela verdade- aspecto empírico: conformidade com a

realidade e seu oposto seria a ilusão, a irrealidade, a mentira.

- problema: caráter não absoluto, transitoriedade e consensualidade sobre a verdade dos fatos.

- Ex.: a verdade da Igreja Católica sobre índios e escravos afrodescendentes no século XVI.

OBS1.: conclusões pode ser empiricamente verdadeira e logicamente falsa (ser inválida) e vice-versa = verdade de uma conclusão é conceitualmente distinta de sua validade.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

busca pela verdade: verdade lógica e verdade empírica:

- Todos os peixes passam a maior parte de sua vida na água.

- Alguns caramujos passam a maior parte de sua vida na água.

- Logo, alguns caramujos são peixes.

- OBS2.: quando a conclusão é empiricamente falsa, sente-se que a falha lógica aparece com mais clareza/evidência porque comumente se reage mais imediatamente à verdade da conclusão, ao invés da validade dela.

CONHECIMENTO CIENTÍFICODelineando um paradigma

busca pela verdade: verdade lógica e verdade empírica:

- As pessoas que, quando crianças foram brutalmente ou frequentemente espancadas pelos pais têm problemas de autoimagem.

- Alguns antropólogos têm problemas quanto à sua autoimagem.

- Logo, alguns antropólogos têm (ou tinham) pais bastante punitivos.

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