Fibrose cistica

Preview:

DESCRIPTION

Aula de fibrose cística para graduandos de medicina. Por que precisamos conhecer esta doença? Quando pensar neste diagnóstico? Como confirmar?

Citation preview

FIBROSE CÍSTICA

Mônica de Cássia Firmida

Maio, 2010

FIBROSE CÍSTICA

Definição e aspectos epidemiológicos

http://www.cff.org (em 17/05/2010)

Fibrose Cística (FC) ou Mucoviscidose é uma doença crônica, de origem genética autossômico-recessiva, que afeta principalmente os pulmões e o sistema digestivo de cerca de 30.000 crianças e adultos nos EUA (70.000 no mundo).

É a doença genética letal mais comum na população Caucasiana.

Incidência de 1:3.500 nascidos vivos. (Brasil: 1:9.500)

Doenças Respiratórias. USP, 2008

FIBROSE CÍSTICA

Epidemiologia

http://www.cff.org (em 17/05/2010)

Cerca de 1000 novos casos são diagnosticados a cada ano.

Mais de 70% dos pacientes têm sido diagnosticados até os 2 anos

de idade.

Mais de 45% dos pacientes com FC têm mais de 18 anos de idade.

A sobrevida vem aumentando. Média é maior do que 37 anos.

Maior proporção de problemas médicos relacionados com a idade e

com a progressão da doença.

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

FIBROSE CÍSTICA

Genética

Autossômico-recessivaGene no Cromossomo 7Mais de 1500 mutações http://www.genet.sickkids.on.ca/cftr/app

“Clássica”: ΔF508CFTR: canal de cloro

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

FIBROSE CÍSTICA

A proteína CFTR

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

FIBROSE CÍSTICA

Influência das mutações na biossíntese da CFTR

Cecil, 23rd ed, 2007

FIBROSE CÍSTICA

A Função da proteína CFTR e as alterações produzidas pelas diferentes classes de mutações do gene CFTR Giselda MK Cabello – Laboratório de Genética Humana – IOC/Fiocruz

Créditos da imagem: Philippe Rousseau - La Mucoviscidose et le gène cftr

FIBROSE CÍSTICA

http://www.cff.org

FIBROSE CÍSTICA

Relação entre a quantidade de CFTR funcionante e o fenótipoRelação entre a quantidade de CFTR funcionante e o fenótipo

<1%

<4,5%

<5%

<10%

Ins. Pancreática Exócrina

Infecção Pulmonar Progressiva

Anormalidade no teste do suor

Agenesia dos ductos deferentes

STERN, NEJM, 1997

FIBROSE CÍSTICA

Principais síndromes fenotípicas

Doença sino-pulmonar crônica.

Anormalidades gastro-intestinais e nutricionais.

Síndromes de perda de sal: depleção aguda de sal, alcalose metabólica crônica.

Anormalidades urogenitais masculinas, resultando em azoospermia obstrutiva.

Rosenstein. J Pediatr. 1998;132:389-95

FIBROSE CÍSTICA

www.nhlbi.nih.gov/.../cysticfibrosis01.jpg

A DOENÇA PULMONAR

FIBROSE CÍSTICA

A doença pulmonar na FC

Doença sino-pulmonar

A) Colonização / infecção persistentes por patógenos típicos da FC como Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa e Burkholderia cepacia

B) Tosse crônica e produtiva

C) Anormalidades persistentes à radiografia de tórax

D) Obstrução das vias aéreas

E) Pólipos nasais, sinusiteF) Baqueteamento digital

Rosenstein. J Pediatr. 1998;132:389-95

FIBROSE CÍSTICA

Patient Registry Education, 2007Richard B. Moss, MD. Stanford University Medical Center

Zitelli & Davis: Atlas of Pediatric Physical Diagnosis, 5th ed., 2007

FIBROSE CÍSTICA

FIBROSE CÍSTICA

FIBROSE CÍSTICA

Kumar: Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease, Professional Edition , 8th ed., 2009

FIBROSE CÍSTICA

A) Intestinal: íleo meconial, síndrome da obstrução intestinal distal, prolapso retal.

B) Pancreática: insuficiência pancreática, pancreatite recorrente.

C) Hepática: doença hepática crônica

D) Nutricional: hipodesenvolvimento pôndero-estatural , hipoproteinemia e edema, complicações secundárias à deficiência de vitaminas lipossolúveis.

Doença gastro-intestinal e nuricional

Rosenstein. J Pediatr. 1998;132:389-95

FIBROSE CÍSTICA

FIBROSE CÍSTICA

FIBROSE CÍSTICA

Zitelli & Davis: Atlas of Pediatric Physical Diagnosis, 5th ed., 2007

FIBROSE CÍSTICA

Zitelli & Davis: Atlas of Pediatric Physical Diagnosis, 5th ed., 2007

FIBROSE CÍSTICA

FIBROSE CÍSTICA

COMPLICAÇÕES DA FIBROSE CÍSTICA

RESPIRATÓRIASBronquiectasiasAtelectasiasHemoptisePneumotóraxPólipos nasaisSinusiteHiperreatividadeCor PulmonaleIns. RespiratóriaImpactação mucóideABPA

GASTROINTESTINAISÍleo meconialPeritonite meconialSOIDProlapso retalIntussucepçãoVolvo intestinalColonopatia fibrosanteApendiciteAtresia intestinalPancreatite(s)Cirrose biliarIcterícia neonatal colestáticaEsteatose hepáticaDRGEColelitíaseFailure to thriveDef vits ADEKIn PancreáticaDiabetes

OUTRASInfetilidadeAtraso puberalEdema-hipoproteinemiaDesidratação grave/choqueOsteoartropatia hipertróficaBaqueteamento digitalAmiloidoseDiabetes mellitus

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

NA PRÁTICA MÉDICA, QUANDO PENSAR EM FC?

FIBROSE CÍSTICA

Lactentes

Íleo meconialIcterícia obstrutiva (colestase).“Failure to thrive”Edema, hipoproteinemia e anemiaBonquiolite ou pneumonia recorrenteProlapso retalPele salgada

VOYNOW, JA & SCANLIN, TF. Cystic Fibrosis

In: BELL, LM. Pediatric Pulmonology, 2005

VOYNOW, JA & SCANLIN, TF. Cystic Fibrosis

In: BELL, LM. Pediatric Pulmonology, 2005

Pré-escolares e escolares

“Failure to thrive”EsteatorréiaProstração / distúrbio hidro-eletrolítico com calor“Asma”, bronquiectasias, baqueteamento digitalPolipose nasal.Prolapso retal.Pele salgada.

FIBROSE CÍSTICA

VOYNOW, JA & SCANLIN, TF. Cystic Fibrosis

In: BELL, LM. Pediatric Pulmonology, 2005

Adolescentes e adultos

Atraso no desenvolvimento sexualAzoospermia obstrutivaBronquite crônica com Pseudomonas aeruginosa PansinusiteDor abdominal crônica, pancreatite idiopática, cirroseHemoptise, pneumotórax

FIBROSE CÍSTICA

Rosenstein . J Pediatr 1998; 132:589-95

Critérios diagnósticosFIBRO

SE CÍSTICA

Teste do Pezinho

Tripsina imunorreativa séricaScreening

FIBROSE CÍSTICA

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

LeGrys. J Pediatr 1996;129(6):893-7

Teste do Suor

Método quantitativo descrito por Gibson e Cooke (1958).Estimulação da sudorese com pilocarpina.Amostras adequadas: peso acima de 50 mg; Mínimo de 2 amostras colhidas em datas separadas.Interpretação:-Normal: valores de cloro < 40 mEq/L -Limítrofe: entre 40 - 60 mEq/L - FC: igual ou > 60 mEq/L

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

FIBROSE CÍSTICA

Kumar: Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease, Professional Edition , 8th ed., 2009

Pesquisa de Mutações Genéticas

Muitos laboratórios pesquisam as 30-80 mutações mais comuns.Estes testes identificam >= 90% dos pacientes com 2 mutações. Alguns pacientes tem apenas 1 ou nenhuma das mutações identificadas por este método. Outros testes tentam detectar se há ou não mutações para FC, considerando todas, sem identificá-las.

FIBROSE CÍSTICA

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

Potencial Diferencial Nasal (PDN)

Auxilia especialmente do diagnóstico de casos atípicos.

FC: PDN aumentado

Exame ainda pouco disponível

FIBROSE CÍSTICA

Kliegman: Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed., 2007

Princípios do tratamento

Melhorar o clearance pulmonar;

Tratar a inflamação pulmonar crônica;

Repor enzimas pancreáticas e

Otimizar o estado nutricional Etc

FIBROSE CÍSTICA

FIBROSE CÍSTICA

Sugestões de Leitura

Guidelines for Diagnosis of Cystic Fibrosis in Newborns through Older Adults: Cystic Fibrosis Foundation Consensus Report (J Pediatr. 2008;153:S4-S14)

BEHRMAN, RE; KLIEGMAN, RM; JENSON, HB. Nelson Textbook of Pediatrics, 18th ed, Elservier, 2007.

RODRIGUES, JC; ADEE, FV; DA SILVA FILHO, LVR (coord). Doenças respiratórias. Barueri, SP: Manole, 2008 – (Coleção pediatria. Instituto da Criança HC-USP. Editores da coleção Benita G. Soares Schvartzman, Paulo Taufi Maluf Jr.)

UM PACIENTE NUNCA DEVE TER O SEU

DIAGNÓSTICO EXCLUÍDO POR ESTAR MUITO BEM PARA TER

FIBROSE CÍSTICA

mfirmida@gmail.com

FIBROSE CÍSTICA

Recommended