Seminário Homens em Busca de Amor

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Trabalho apresentado na disciplina de Psicopatologia Psicanalítica

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Homens em busca de amorHomens em busca de amor Jean-Pierre WinterJean-Pierre Winter

Emanuela Emanuela FernandesFernandes

O O fantasmafantasma ((PhantasiePhantasie)) é o meio é o meio pelo qual o neurótico tenta ligar o pelo qual o neurótico tenta ligar o registro do corpo e do significado.registro do corpo e do significado.

/ ?Oqueéofantasmafantasia

Segundo Laplanche, é

“o roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e,em última análise, de um desejo inconsciente.”

Ela se apresenta sob diversas modalidades:

•Fantasias conscientes ou sonhos diurnos;• Fantasias inconscientes;

O fantasma não articula somente objeto e sujeito, mas também põe em cena a relação do afeto com o significante.

O delírio é uma tentativa, para o psicótico, de cura.

Psicose delírio Neurose fantasia

* O cerne que permite compreender a histeria é através do entendimento do significante.

* Pensar o Inconsciente!!

* Na hipnose o sujeito atende a uma ordem sem saber por que a ela se submete, mas, sobretudo sem saber em que circunstancias e por quem aquela ordem lhe foi dada.

* Uma pulsão não pode jamais se tornar um objeto da consciência, só o pode a representação que a representa.

* No próprio inconsciente a pulsão só pode ser representada pela representação. E se ela não estivesse ligada a uma representação provavelmente nada saberíamos dela.

* Não há no inconsciente nenhuma pulsão, somente representações: SIGNIFICANTES!

* No inconsciente não encontramos amor, angústia nem ódio recalcado. O que encontramos é afeto ligado a um significante que podemos situar no consciente ou pré-consciente.

* O afeto não é desconhecido do sujeito, ele está apenas deslocado para um significante que não é bom.

“ exprime qualquer estado afetivo, penoso ou desagradável, vago ou qualificado, quer se apresente sob forma de descarga maciça, quer como tonalidade geral. Segundo F reud, toda pulsão se exprime nos dois registros, do afeto e da representação. O afeto é a expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional e das suas variações.”

?OqueéAfeto

* O problema não é levar o histérico a perceber que ele ama ali onde não

sabe que ama, mas perceber que ama a pessoa que ele não ama, que

odeia alguém que ele designa como objeto de seu ódio para melhor

desconhecer quem ele odeia realmente.

* Não há afetos inconscientes como há representações inconscientes. Pois se há sentimentos não há como não experimentá-los. Mas há casos em que não sabemos o que experimentamos.

* O afeto pode estar inibido ou reprimido, mas é localizável na consciência, afinal não é necessário muito para que ele se libere. Se isso acontecer não quer dizer que se chegou ao significante, mas que já há uma visa.

* Para o homem histérico a questão é saber a que mestre, à sua revelia, ele obedece!

* Ao longo dos tempos, para a histeria, esse mestre mudou: médico inquisidor psiquiatra psicanalista

* Para o histérico homem não acontece igual. Para ele é o jurista ou o homem político. Ele recebe ordem jurídica, encarnada em tal ou tal jurista, ou do homem político, encarnado num burocrata ou tirano, uma ordem que ele recalca, mas que, no entanto executa. Eventualmente esse tirano pode ser exercido pela figura paterna. Pode até ser chamado de Diabo!

•Relação edipianaRelação edipiana

MÃE PAI

FILHO(A)

+ FUNÇÃO FÁLICA

O homem histérico obedece a uma injunção que lhe vem do pai, que ele esqueceu que lhe vinha do pai, mas que isso não resolve a questão de saber a que pai ele obedece?

Pai real é aquele que copula com a mãe.

Imaginário é aquele que se destaca daquele e encarno o pai ao qual o sujeito vai endereçar-se em sua vida psíquica, aquele que vai responsabilizar por todas as infelicidades de sua vida: é o pai enquanto culpado de ter-nos feito tão fracassados como somos. Seu herdeiro é o supereu e o herdeiro deste supereu é talvez Deus mesmo.

Pai simbólico é o pai morto, o pai na medida em que foi morto. É o Nome-do-pai; aquele que permite ao sujeito simbolizar o momento em que sua mãe se ausenta. (Falta isso na psicose!). O pai ocupa aqui somente o lugar enquanto Nome!

* No histérico, que é um neurótico, a operação deu certo, o pai simbólico veio ali onde era esperado.

* O que acontece com o pai real????

* Essa é a questão do histérico. Quem come a mãe do histérico? Existe quem a coma?

* O sujeito se acha psicotizante e que se torna um objeto da mãe quando ele percebe que não há a figura desse pai. Se o pai imaginário estiver em seu lugar, o sujeito não se torna totalmente objeto da mãe. A separação acontece pela linguagem.

Por onde anda o dito falo?? Já que o pai, de forma alguma, é seu detentor para a mãe.

Assim, o FALO:ou está por vir ( está alhures) esperança messiânica.ou ele é o faloou então é a mãe o falo Se optar pelo último caso, a via se abrirá para as perversões. No caso das neuroses:

ou ele está por vir ou ele o é num 1º momento ele o é e em outro ele o deterá.

* Se estiver por vir, ele buscará figuras que serão detentoras e que a mãe aceitará. Mas se ele o detiver, de vez em quando ele emprestará à mãe.

É este o verdadeiro esquema histérico e é a razão pela qual vai buscar esse falo com aqueles que têm o poder: os homens políticos e seus delegados, os homens da lei.

Serão os pais imaginários de que se queixará, mas que os obedecerá.

O Romance Familiar do Neurótico O verdadeiro candidato é o histérico.

Quer que o sujeito elabore sua própria história do fantasma; dê-se um pai, portanto, que não é aquele que ele teve.

As modulações fantasmáticas do romance familiar do neurótico, ou seja, a lembrança-tela, o fantasma consciente, a fantasia, o sonho acordado, o devaneio diurno, etc. são todas modalidades a partir das quais o sujeito vai aprender tudo o que lhe acontece; que isso ocorre a partir dessa construção, dessa moldura.

O sujeito vai fazer de tudo para que nada desorganize seu devaneio. Ele só reterá aquilo que não ameaça sua construção.

Curiosamente, a histeria está associada à mentira, à fabulação.

Mentira o que é senão o enunciado puro e simples de um fantasma a partir do qual a criança aprende, diz, confessa e conta como ela entende a realidade?

É tanto uma discursiva quanto a conduta aberrante em que o sujeito se desprende do modo como ele habitualmente constrói sua relação com a realidade.

Sobre as duas mentiras de criança:Não se pode censurar as crianças por mentirem,

porque fazem somente imitar o que observam em torno delas: os adultos mentem.

O sujeito que mente o faz por amor. O problema é que a mentira não é recebida como mensagem de amor. Sendo assim, ela entende que o que está condenado é seu fantasma apaixonado. Confusão de línguas.

Concluindo....Concluindo....

“Histrionismo”. A palavra, que significa teatralidade, surge na Roma antiga para designar como histrião o comediante que representava papeis.

Teatralidade, o exibicionismo e a sedução. Através da conversão, fenômeno típico da histeria, o

corpo aparece como o lugar em que se expressa aquilo que a censura impede que seja pronunciado através das palavras. ("Quando um indivíduo se cala, ele fala pela ponta dos dedos." S. Freud)

O encanto da fantasia é que ela, a mulher histérica, consegue ser o objeto de amor de um "pai idealizado".

"A barreira do incesto nunca é tão frágil como aqui."(na Histeria). Queremos deixar claro que  o desejo incestuoso e a sua repressão não são, por certo, privativos da histeria, mas na histeria se fazem presentes de maneira singular.

Lucien Israel nos diz: "Qual o vazio que, para a histérica, deve ser preenchido pelo homem? "... "A ssim, deve ser mais forte e mais potente que o pai. O amo e senhor que atende o desejo da histérica: encontrar um mestre".

Cid 10 e histeria            "No passado, estes transtornos eram classificados

entre diversos tipos de histeria de conversão."            No passado o único sujeito a utilizar este termo

chamava-se S . Freud.                          A CID-10 intitulou o campo F40 - F48          de Transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e

somatofomes.                    44 - F TranstornosDissociativos

O caráter histérico masculino não difere muito do feminino. Sabemos que o homem histérico quer seduzir, ser amado por todos e não pode escolher, uma vez que se assim proceder, terá que renunciar a todo o resto, sendo que ele não se permite perder nada. Tem uma extremada necessidade de agradar para ser "confirmado" pelo desejo do outro. Quer para si, ser o ponto de condensação dos desejos dos demais--- o filho único e maravilhoso--- o homem histérico tem tanta insegurança quanto à sua identidade sexual, como a mulher histérica.

Tem uma necessidade ímpar de se apresentar como "superviril" (super-carros; super-mulheres, etc), como uma forma de obtenção fantasiosa de que todos o desejem. Como complemento desse estado de coisas, dessa ostentação machista que se rebelará a mulher histérica, adotando uma atitude frustradora em relação a ele.

Notamos que o homem histérico sempre quer ser o melhor e o único, o que significaria que não superou a rivalidade com os pais, nem seu temor à punição pelos seus desejos sexuais proibidos.

A histeria é encarada como uma neurose, podendo manifestar-se com sintomas diversos, estranhos, muitas vezes transitórios. Frequentemente, os pacientes apresentam alterações das sensações, como cegueira, surdez, perda da voz, dores ou perda de sensibilidade (anestesia) em determinados locais. Outras queixas comuns são: dores de cabeça (até mesmo crises de enxaqueca), contrações da musculatura, dificuldade para caminhar, abrir a boca, elevar os braços, etc.

De uma forma geral, os sintomas que o paciente apresenta são muito influenciados pelo seu meio cultural, já que esses indivíduos costumam ser muito sugestionáveis. Assim, embora a doença seja involuntária (o paciente não controla o surgimento dos sintomas), parece que existe um componente intencional inconsciente. Vale lembrar que esses pacientes não costumam aceitar que existe um componente emocional no surgimento do quadro, atribuindo os sintomas apenas a alterações orgânicas que ele acredita existirem de verdade.

Don Juan O A psicanálise diz que o mito de Dom Juan é um fantasma

feminino, que nos traz a figura de um homem ao qual não falta nada. Pura imagem de um padre não castrado. Dom Juan está ligado à aceitação da impostura: é o objeto absoluto, sempre está ali no lugar do Outro, sempre pronto, sustentando o falo como significante da potência da geração.

AS CONTRADIÇÕES DO CORPOCarlos Drummond de Andrade

Meu corpo não é meu corpo, é ilusão de outro ser.Sabe a arte de esconder-me e é de tal modo sagaz

que a mim de mim ele oculta. Meu corpo, não meu agente,meu envelope selado, meu revólver de assustar,

tornou-se meu carcereiro, me sabe mais que me sei.Meu corpo apaga a lembrança que eu tinha de minha mente.

Inocula-me seus patos, me ataca, fere e condenapor crimes não cometidos. O seu ardil mais diabólicoestá em fazer-se doente. Joga-me o peso dos males

que ele tece a cada instante e me passa em revulsão.Meu corpo inventou a dor a fim de torná-la interna,

integrante do meu Id, ofuscadora da luzque aí tentava espalhar-se. Outras vezes se diverte

sem que eu saiba ou que deseje, e nesse prazer maligno,que suas células impregna, do meu mutismo escarnece.

Meu corpo ordena que eu saia em busca do que não quero,e me nega, ao se afirmar, como senhor do meu Eu

convertido em cão servil. Meu prazer mais refinado,não sou eu quem vai senti-lo. É ele, por mim, rapace,

E dá mastigados restos à minha fome absoluta.Se tento dele afastar-me, por abstração ignorá-lo,

volta a mim, com todo o peso de sua carne poluída,seu tédio, seu desconforto. Quero romper com meu corpo,

quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência,mas ele sequer me escuta e vai pelo seu rumo.

Já premido por seu pulso de inquebrantável rigor,não sou mais quem dantes era: com volúpia dirigida,

saio a bailar com meu corpo.

Bibliografia

:Complementar . LAPLANCHE E PONTALIS Vocabulário da Psicanálise: Martins

, ,2000. Fontes SP , . ROUDINESCO Elisabeth Dicionário de Psicanálise: JorgeZahar

, ,1997. , . Editor RJ WINTER JeanPierreOs errantes da carne estudos sobre a histeria masculina:Ed.  ,2001.CIAdeFreud

Livro Base: WINTER,Jean Pierre. Os errantes da carne estudos sobre a histeria masculina:Ed. CIA de Freud,2001.

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