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Neste estudo, buscaremos ao máximo detalhar e refletir sobre os três principais elementos da Graça de Cristo, que foram encontrados nos cristãos de Tessalônica, e que formam a tríade-base da aliança da Graça
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[ESTUDO BÍBLICO] A Tríade da Graça
Segunda-feira, 7 de abril de 2014.
Texto Bíblico: 1 Tessalonicenses 1: 3.
Os tessalonicenses permaneceram firmes quando foram perseguidos, o que fez Paulo elogiar
estes novos cristãos por seu trabalho fiel, por seus atos amorosos e por sua expectativa da
volta de Cristo. Essas características são as marcas de cristãos eficazes em todas as épocas.
Neste estudo, buscaremos ao máximo detalhar e refletir sobre os três principais elementos
da Graça de Cristo, que foram encontrados nos cristãos de Tessalônica, e que formam a
tríade-base da aliança da Graça.
Então, mãos à obra!
1. FÉ (Hb 11: 1, 6; 12: 2).
Muitas pessoas da comunidade científica veem a fé como o ato de se apegar a uma crença
que contradiz ou ignora a razão. Mas isso não condiz com o que chamamos de fé. A fé não
vai contra as evidências; ela vai além das evidências. A fé é simplesmente a escolha por
confiar.
Uma pergunta: Você se lembra como se sentia quando era muito jovem e seu aniversário se
aproximava? Acreditamos que seu sentimento era um misto de alegria e ansiedade, porque
sabias que certamente receberias presentes e outras coisas especiais. Mas algumas coisas
seriam uma surpresa. Parafraseando Tadeu Schimidt: “Sabe o que isso significa”? TUDO!
Os aniversários combinam certeza e antecipação; assim é a fé! A fé é a convicção, baseada
na experiência passada, de que novas surpresas de Deus serão seguramente nossas. O ponto
inicial da fé é crer no caráter de Deus (Ele é quem diz ser). O ponto final é crer nas
promessas de Deus (Ele fará o que diz). Quando cremos que Deus cumprirá as suas
promessas, ainda que não as vejamos se materializando, demonstramos uma fé verdadeira
(Jo 20: 24 – 31).
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1.1. Fatos importantes sobre a Fé.
a) Sem Fé ninguém chega a Deus (Hb 11: 6). Crer que Deus existe é só o início; até os
demônios acreditam (Tg 2: 19, 20). Deus não se conformará com o mero reconhecimento
de sua existência. Ele quer um relacionamento pessoal e contínuo com o ser humano. E,
para isso, a fé é fator determinante. Portanto, o homem não pode agradar a Deus na
incredulidade. Mas, para agradá-lo, devemos ir até Deus nos caminhos apontados, mas
isso não pode ser feito sem a crença na Sua existência e confiança em Suas bênçãos.
b) Somente a Fé pode salvar o homem (Rm 3: 27 – 28; Ef 2: 8 – 9). Há, pelo menos, quatro
razões que embasam essa afirmativa. São elas: (1) Ela (a fé) deixa de fora o orgulho do
esforço humano, porque não é um dom divino. (2) A fé exalta o que Deus fez, não o que
nós fazemos. (3) A fé admite que não podemos obedecer às leis ou corresponder aos
padrões de Deus; precisamos da ajuda dele. (4) A fé é baseada em nosso relacionamento
com Deus, não em nosso desempenho em relação a Ele.
c) Todo mundo tem Fé. O dicionário Michaelis conceitua a fé como “a convicção da
existência de algum fato ou da veracidade de alguma afirmação”. Nesse sentido, todas as
pessoas têm fé. Imaginemos você e um grupo de pessoas entrando num avião –
aproximadamente oitenta toneladas de metal e fios montados por alguém que você não
conhece, mantido por pessoas que você nunca viu e conduzido por pessoas que você não
sabe quem são. Entretanto, passageiros apertam o cinto de segurança e fazem viagens
diversas vezes e para diversos locais todos os dias. As pessoas confiam no sistema de
reservas, confiam na equipe de solo e nos pilotos, confiam na aeronave e confiam nas
leis da aerodinâmica. Estão literalmente voando pela fé.
Agora, se ao entrar na aeronave, um homem perceber uma rachadura se formando entre
o motor e a asa do avião e, mesmo assim, entrar no avião sem se preocupar, então o
objeto de sua fé pode cair do céu. A fé não muda a realidade e não manterá o homem no
ar. Somente um avião confiável fará isso. A fé em si não pode realizar coisa alguma, mas,
sem a fé, ninguém pode voar.
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Até um Ateu tem fé (é o que mais tem), pois ele tem plena convicção da não existência
de um Deus que deve ser adorado por todos os humanos. A questão chave não é se
alguém tem ou não tem fé, mas sim em que (ou em quem) está direcionada sua fé.
Entretanto, essa fé não é suficiente para que o ser humano se relacione com Deus, uma
vez que ela está relacionada às coisas que fatalmente acontecerão, a não ser que o
imponderável apareça.
d) Nem todos possuem a mesma fé (Rm 14: 1 – 2). A Bíblia registra pelo menos quatro
graus¹ de fé: (1) Nenhuma fé (Mc 4: 35 – 41), (2) pequena fé (Mt 14: 22 – 33), grande fé
(Mt 15: 21 – 28) e inigualável fé (Mt 8: 5 – 15). Há pessoas que se encaixam nesses
grupos, portanto, nem todas possuem a mesma intensidade de fé. A unidade da igreja
em Roma estava ameaçada porque os cristãos maduros conflitavam com os cristãos
imaturos. Enquanto um grupo entendia bem a amplitude da liberdade cristã pela fé em
Jesus, o outro estava com a consciência perturbada e não sabia exatamente o que fazer e
o que não fazer. Perguntar não ofende: O que é uma fé fraca? Paulo se referiu a uma fé
imatura, que ainda não desenvolveu o necessário para garantir a defesa do cristão
contra as pressões externas.
e) Audição – O primeiro sentido da verdadeira fé (Rm 10: 17). A Bíblia versão Kim James
diz que a genuína fé é gerada no coração do homem “pelo ouvir as boas novas, e as boas
novas vêm pela Palavra de Cristo”. Daí a necessidade de se pregar o evangelho. Se a
Palavra de Deus é a fonte geradora de fé, então Deus poderia dispensar o pregador; mas
o arranjo de Deus é para que a FÉ deva resultar de ouvir a palavra pregada.
f) Cristo – O alvo da fé (Hb 12: 2). Essa passagem não se refere a nossa fé, mas ao termo
literal no grego. O alvo é o Evangelho que repousa sobre a fé, ao invés da fé individual do
cristão. Jesus é o seu autor e aperfeiçoador. Ele é o exemplo de todos os que vivem pela
fé (pelo evangelho). Por isso devemos olhar pra ele. Sempre.
Para fecharmos esse ponto, ratificamos que de nada adianta entender todos os conceitos e
fatos sobre a fé se não estivermos dispostos a coloca-la em prática diariamente. Algumas
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pessoas falam muito sobre a fé, mas é tudo o que fazem – falar. Mas suas vidas não reflete o
poder de Deus. Em 1Co 4: 18 – 20 Paulo diz que o Reino de Deus deve ser vivido, e não
discutido apenas. Há uma grande diferença entre conhecer todos os conceitos sobre a fé e
viver de acordo com eles.
Viver pela fé significa deixar nossa vida mostrar (naturalmente) que o poder de Deus está
realmente em nós. E isso só é possível com um relacionamento pessoal, profundo e contínuo
entre o homem e Deus, mediado e regulado pela fé.
2. ESPERANÇA (1Co 15: 19).
O Dicionário Michaelis define esperança como o “ato de esperar”, trazendo a ideia de
expectativa na aquisição de um bem que se deseja. Na tríade da graça, a esperança é a
segunda das três virtudes teológicas, cujo símbolo é uma âncora.
No texto acima, o apóstolo Paulo faz uma declaração contundente para os cristãos de
Corinto. Mas por quê? Na época de Paulo, o cristianismo frequentemente levava uma
pessoa à perseguição, ao ostracismo² em relação à família e, em muitos casos, à pobreza.
Porém, existiam alguns benefícios materiais de ser um cristão naquela sociedade.
Certamente não era um passo a mais na escala social ou na carreira. O fato é que, se Cristo
não tivesse ressuscitado, os cristãos não teriam seus pecados perdoados e não teriam
qualquer esperança de vida eterna.
Isto posto, apresentaremos três questões essenciais acerca da esperança do cristão, para
nossa reflexão. São elas:
1) Ela é a chave para a vida cristã (1Co 15: 54 – 56, 58). Quando Jesus ressuscitou dos
mortos, Deus tornou a aparente vitória de Satanás em derrota concreta (Cl 2: 15; Hb 2:
14, 15). Desse modo, a morte não é mais uma fonte de apreensão ou medo, porque
Cristo a venceu e, um dia nós também a venceremos. Desta forma, a lei não nos tornará
mais pecadores por não sermos capazes de guarda-la. A morte foi derrotada e, por essa
razão, temos uma esperança além-túmulo.
Em virtude da ressurreição, nada do que fazemos é vão, pois saber que Cristo ganhou a
suprema vitória deve afetar o modo como vivemos hoje.
2) Ela não está limitada a vida terrena (2Co 4: 18). Nossa maior esperança quando
estamos experimentando uma enfermidade, perseguição ou dor é a certeza de que a
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vida não se limita a esta vida que temos hoje. Saber que viveremos para sempre com
Deus em um lugar sem pecado e sofrimento pode nos ajudar a viver acima da dor que
enfrentamos nesta vida.
3) Ela não tem medo da morte (2Co 5: 6 – 8). Paulo deixa claro para os coríntios que a
morte não o atemorizava, porque ele confiava que passaria a eternidade com Cristo. É
fato que enfrentar o desconhecido pode nos causar ansiedade, principalmente quando
pensamos em deixar as pessoas que tanto amamos. Mas, se cremos em Jesus Cristo,
podemos compartilhar a mesma esperança e confiança que Paulo tinha da vida eterna
com Cristo.
Portanto, se o nosso objetivo como cristão é servir a Cristo esperando desfrutar das Suas
bênçãos somente nesta vida, então estamos completamente dentro do contexto que Paulo
apresentou aos coríntios: “Somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15: 19).
3. AMOR (Jo 3: 16; 1Co 13).
O amor é o elo mais importante da tríade da Graça. É mais importante do que todos os dons
espirituais exercidos na Igreja. Grande fé, atos de dedicação ou sacrifício e poder de realizar
milagres têm pouco efeito se estiverem desprovidos de amor. O amor faz com que nossas
ações e dons sejam úteis.
Mas, antes de nos aprofundarmos no assunto, vale destacar os termos originais do Novo
Testamento utilizados para a Amor, bem como seus significados.
a) Em hebraico o termo mais comum é ‘ahava’ e equivale ao nosso substantivo “amor” nos
seus diversos significados. Outros termos são dod e raya (amor passional e pessoa
amada, sobretudo no livro de Cantares), ydiyd (Salmo 127: 2), chashaq (Salmo 91: 14),
chabab (Deuteronômio 33: 3), agab (Jeremias 4: 30 referindo à amante) e raham (Salmo
18: 1).
O sentido de amor pode ser diverso, dependendo do contexto. Pode, por exemplo, ser
usado nas relações pessoais (Gênesis 22: 2), que não tem nenhuma referência sexual,
mas também em sentido de desejo sexual, como é evidente em Cântico dos Cânticos.
Mas fundamentalmente é uma força interior que leva a uma ação agradável,
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caracterizada pelo sacrifício de si mesmo para alcançar o bem da pessoa amada
(Levíticos 19: 18) ou obter o objeto que provoca desejo (Gênesis 27: 4).
b) Em grego, a palavra mais comum é ágape, agapao (João 3: 16; 1 Coríntios 13). É a
palavra que os gregos usaram para traduzir o termo amor presente no Antigo
Testamento. Uma palavra usada como alternativa para agape é phileo. Esta é usada mais
explicitamente para o sentimento de afeto íntimo (João 11,3; Apocalipse 3,19) ou para
indicar satisfação em relação às coisas prazerosas (Mateus 6,5). Uma passagem clássica,
que nos ajuda a entender bem a diferença de termos usados para o vocábulo português
"amor", se encontra em João 21,15-17.
No texto de João 3: 16, percebemos que Deus estabeleceu o exemplo do verdadeiro amor, a
base para todos os relacionamentos amorosos: quem ama alguém carinhosamente está
disposto a dar-se gratuitamente, a ponto de sacrificar a si mesmo. O amor de Deus o levou a
pagar o preço da redenção do homem: a vida de seu Filho; o mais alto preço que Ele poderia
pagar.
Infelizmente, nossa sociedade tem confundido o amor e a luxúria. Ao contrário desta, o
amor de Deus é dirigido às outras pessoas. É totalmente desinteressado, o que acaba sendo
contrário às nossas inclinações naturais. Somente Deus pode nos ajudar a colocar nossos
próprios desejos de lado, de forma que possamos amar e não esperar nada em troca. É um
sentimento que envolve o serviço desinteressado ao próximo, evidenciando que nos
preocupamos uns com os outros (1Co 13: 4 – 7).
Para que possamos fechar toda a tríade, concluímos que a fé é o fundamente e o conteúdo
da mensagem de Deus; a esperança é a atitude e o enfoque; e o amor é a ação. Quando
nossa fé e esperança estiverem alinhadas, estaremos livres para amar completamente,
porque compreenderá o amor de Deus.
Que Deus nos preencha com toda a Sua Graça!
Por Linaldo Lima
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Twitter: @linaldolima
GLOSSÁRIO:
¹Grau – 1. Intensidade, força. “A maior ou menor intensidade de uma doença”;
²Ostracismo – 1. Desterro, por meio de votação secreta, a que os atenienses condenavam os
cidadãos cuja presença consideravam perigosa; 2. Exclusão, isolamento, proscrição.
BIBLIOGRAFIAS:
1. BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. Versão Almeida, Revista e Corrigida, 1995
2. NUNES, Pr. Wilson. Cartas aos Tessalonicenses – Lição 2: O modelo de uma igreja ideal. 1ª Ed.
São Paulo, Cristã Evangélica, 2011.
3. BÍBLIA Devocional de Estudo. Versão Almeida, Revista e Corrigida com referências, 1997.
4. ABIBLIA.org. Termos bíblicos originais para amor. Artigo disponível na internet via WWW, através
da URL: http://www.abiblia.org/ver.php?id=2978#.U0C3yPldUk0. Acessado em 05/04/2014.
5. SWINDOLL, Charles R. Jesus, o maior de todos. 1ª Ed. Mundo Cristão, 2008.