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Faculdade de Administração Milton Campos Curso Ciências Contábeis Disciplina: Contabilidade de Custos Mestre: Patrícia Regina Teles de Ávila 1 APOSTILA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Apostila custos i_-_01-2012

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APOSTILA CONTABILIDADE DE CUSTOS

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UNIDADE I Contabilidade de Custos: Até a Revolução Industrial (Século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais. Para apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do balanço sem seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples: O contador verifica o montante pago por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, através da fórmula:

Estoques Iniciais + Compras – Estoque Final = CMV

A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na Indústria. Porém, sua missão não se restringe apenas a avaliação dos estoques, abrangendo um campo muito mais amplo que é o de controle e decisão . A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. A contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. Exemplos de dados físicos operacionais: Unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de materiais e de ordens de produção, entre outros. A contabilidade de custos requer a existência de métodos de custeio para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. A contabilidade de custos pode ser interpretada através de dois enfoques: 1) Enfoque Retrógrado -> a Contabilidade de Custos era utilizada apenas para determinação do custo para avaliação dos estoques e mensuração do resultado. 2) Enfoque Gerencial -> auxílio ao Controle e às tomadas de decisões voltadas para o tempo futuro. A CONTABILIDADE DE CUSTOS centra sua atenção no estudo da composição e no cálculo dos custos, também observa o resultado dos centros ou dos agentes do processo produtivos. A contabilidade de custos tem como característica ser de caráter INTERNO. A contabilidade, elaborada com o objetivo de conduzir informações às fontes externas, é chamada de Contabilidade Financeira e, para isso, produz basicamente, o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado. Já a Contabilidade de Custos - fornece informações objetivando tomada de decisões. Abaixo destacam-se uma série de problemas que poderão surgir, cujas soluções dependem, basicamente dos dados fornecidos pela Contabilidade de Custos:

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� Que preço de venda atribuir a cada produto?

� Quanto contribui cada produto para a formação do lucro total da empresa?

� Qual o custo real envolvido na produção de cada produto ou artigo produzido?

� Quais os produtos ou artigos que deverão ter a sua produção aumentada?

� Quando se deve cessar de produzir determinado produto ou artigo?

� Quais os custos que deverão ser rigorosamente controlados?

� Como desenvolver um sistema que permita avaliar a eficiência de cada setor/departamento da empresa?

� Qual o valor mínimo de vendas necessário para cobrir os custos de produção (equilíbrio)?

� Qual deverá ser a produção máxima possível, num contexto econômico?

� Qual o tamanho ideal para determinado setor/departamento de produção/controle de qualidade?

� Quando a empresa deve substituir os processos de produção atuais por outros mais modernos ou mais caros?

� Quando se deve substituir os equipamentos?

� Qual a melhor opção em termos de ganho econômico: comprar pronto ou produzir os acessórios?

� A empresa deve aumentar os esforços de vendas, envolvendo-se numa campanha publicitária?

� Face ao comportamento de mercado, o que é melhor: aumentar a produção ou diminuir o preço de venda ?

CONCEITO

Conjunto de registros especiais utilizados para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos/serviços.

Segundo George Leone: “ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos estoques, dos serviços, dos componentes de organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição, para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada de decisões e de planejamento".

Outra definição: É o somatório das remunerações percebidas por cada classe envolvida no processo produtivo de um bem, desde a fase inicial até a fase final de sua elaboração, ou seja, desde o seu estado natural até o seu estado de consumo ou utilização. Custo: Gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços;

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Classes dos Custos:

• Matéria-prima: É o elemento que sofrerá transformação ou agregação, para o surgimento, de outro bem diferente.

Exemplo: Polietileno para o plástico

Parafusos, madeira e cola para cadeiras Tecido para a indústria de confecção Couro para sapatos Tinta para automóvel

• Mão de obra: É o elemento que atua sobre a matéria-prima para a obtenção de

outro bem.

Exemplo: Funcionários da produção Funcionários do almoxarifado Supervisores

• Gastos Gerais de Fabricação: São todos os elementos necessários direta ou

indiretamente, mediata ou imediatamente à elaboração dos bens e não classificados em nenhuma das outras duas categorias.

Exemplo: Aluguel da fábrica

Energia elétrica, Água; Manutenção máquinas, depreciação das máquinas.

OBS: Posteriormente estudaremos cada uma dessas classes de custos separadamente.

OBJETIVO

O objetivo primordial da contabilidade de custos é a apuração dos custos dos produtos vendidos.

FINALIDADE

De acordo com a definição, podemos citar:

- Avaliação dos Estoques, Apuração dos Resultados, Tomada de Decisão, etc.

INFORMAÇÕES

As principais informações são: Determinação dos custos de qualquer natureza, gastos nas diversas áreas, controle das operações, Orçamentos, etc

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UNIDADE II Conceitos Gerais sobre Custos:

TERMINOLOGIA

Não existe uma padronização legal ou concordância entre os diversos autores porém os termos mais empregados são:

Gastos

Termo abrangente e definido como "sacrifícios com que arca a entidade, visando a obtenção de bens ou serviços, mediante a entrega ou promessa de entrega de parte de seu ativo, sendo esses ativos representados normalmente em dinheiro",

O gasto pode ser um investimento, custo ou despesa.

Investimento

São "gastos ativados (classificados no ativo) em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos". Assim, qualquer gasto realizado cujo bem é ativado será um investimento.

Exemplo: - Móveis e Utensílios, Veículos, Imóveis, etc..

Custos

São "gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços". Os custos são gastos ligados à produção.

Exemplos: salários do pessoal da produção, matéria prima utilizada na produção, manutenção das máquinas de produção, aluguel da fábrica, etc.

Despesas

São "gastos consumidos, direta ou indiretamente, na obtenção de receitas".

Um dos maiores problemas dos estudantes, em geral, é a distinção entre custo e despesa. Do ponto de vista didático, todos os gastos realizados na fabricação do produto, isto é, "dentro da fábrica" são custos . O resto é despesa .

Assim, os gastos com pessoal da administração, gastos relativos à venda, depreciação de bens da área comercial ou administrativa são despesas. Os gastos com mão de obra da fábrica, depreciação de equipamentos da fábrica, manutenção (da fábrica), seguro da fábrica, etc, são custos.

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Desembolso

É o pagamento do bem ou serviço adquirido. Pode ocorrer antes, durante ou depois da aquisição. Assim, se comprarmos um bem à vista, o desembolso se dá durante a aquisição deste bem.

Se comprarmos um bem a prazo, o desembolso se dará depois da aquisição.

Se adiantarmos o dinheiro para posterior recebimento do bem, o desembolso ocorre antes do recebimento deste bem, logo, antes do gasto se transformar em custo, despesa ou investimento.

Perda

É o consumo involuntário ou anormal de um bem ou serviço. As perdas decorrentes de fatores externos transformar-se-ão em despesas, e as de fatores decorrentes da atividade produtiva; em custos.

Exemplos: Incêndio, greves, perda de matéria prima , etc...

Observação : Um gasto pode transformar-se de investimento para custo ou despesa ou diretamente custo ou despesa.

Exemplos:

- Na compra de uma máquina, teremos um investimento. Se a máquina for utilizada na fábrica, sua perda de valor (depreciação) será registrada como custo. Se for utilizada na administração, sua perda de valor será despesa.

- O gasto com energia elétrica da fábrica é registrada diretamente como custo e da administração; como despesas (não passa pela fase de investimento).

- As matérias primas, quando adquiridas, são investimentos (serão classificadas no ativo), quando usadas na produção são custos. Depois de pronto, o produto acabado, será estocado, logo será investimento e depois de vendido, será despesa.

Graficamente teríamos:

Investimento --> Custo --> Investimento --> Despesa

- A terminologia geralmente usada custo dos produtos vendidos não está tecnicamente correta. Deveríamos usar despesa dos produtos vendidos já que os gastos relativos à venda são despesas e não custos.

- Os encargos financeiros relativos a compra de matéria prima são despesas.

- As perdas normais durante o processo produtivo são custos.

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Exemplo Prático :

São dadas as seguintes informações (em R$)

Compra de Matéria Prima 10.000 Matéria Prima utilizada na produção 6.000 Salários e encargos - Mão de obra da produção 15.000 Salários e encargos - Mão de obra da administração 10.000 Manutenção dos equipamentos da produção 12.000 Depreciação das máquinas da produção 11.000 Depreciação das máquinas da administração 4.000 Seguros incorridos da área industrial 4.000 Seguros incorridos da área administrativa 2.000 Energia elétrica consumida no escritório de venda 500 Energia elétrica consumida na fábrica 2.000 Comissão de vendedores 1.000 Limpeza do prédio da administração 500 Limpeza da fábrica 1.500 Aluguel da fábrica 6.500 Aluguel do escritório de venda 2.000 Aluguel da área administrativa 2.000 Vendas do período 60.000 Produção do período 500 unidades Quantidade vendida 300 unidades

Pede-se classificar os gastos como Investimentos, Receitas, Custos ou Despesas e calcular:

a) O valor total dos investimentos; b) O valor total das despesas; c) O valor total dos custos de produção; d) O valor total da receita; e) O valor dos custos de produtos vendidos; f) O valor do estoque final de produtos acabados.

EXERCÍCIOS: Apostila de exercícios (01 a 07)

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UNIDADE III

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 1 - EM RELAÇÃO AO PRODUTO Custos Diretos: São aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo (quilograma de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra utilizadas e até mesmo quantidade de força consumida). Exemplo: Matérias-primas, embalagens, mão-de-obra direta, etc. Custos Indiretos: São aqueles que não oferecem condição de uma medida objetiva, tendo portanto as alocações de serem feitas por meio de rateios, utilizando-se bases de volume, que são na maioria das vezes arbitrárias. Exemplo: Aluguel, material de consumo, salário das chefias, etc. 2 - EM RELAÇÃO À OCORRÊNCIA Custos Básicos: (CB) Representa o valor do elemento que irá sofrer transformação para surgimento de um novo bem. CB = Ei matéria-prima + Compras de matéria-prima – EF de matéria-prima Custos de Transformação ou de Conversão: (CT) Representam o esforço da empresa no processo de elaboração de um determinado item. É a soma da MOD + CIF. Custos de Produção do Período ou Custo de Fabricaçã o : (CPP ou CF) É a soma dos custos incorridos em um determinado período, dentro da fábrica. CF = CB + CT Custos da Produção Acabada: (CPA) É a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Pode conter custos de produção também de períodos anteriores, existentes em unidades que só foram completadas no presente período. CPA = CF + EIPE - EFPE Custos dos Produtos Vendidos: (CPV) É a soma dos custos incorridos na fabricação de produtos, que foram vendidos no período. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em períodos diferentes. CPV = CPA + EIPA – EFPA

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3 - EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO Custos Fixos: São aqueles que permanecem inalterados independente do volume produzido, ou quando variam, esta variação não é em função das unidades produzidas. Exemplo: Aluguel da fábrica, que continua o mesmo durante todo o período e mesmo quando reajustado, nada tem a ver com as unidades produzidas; a depreciação da fábrica pelo método de linha reta também constitui um custo fixo, pois é mesma parcela durante o período, não havendo acréscimo ou decréscimo em função das unidades produzidas. Custos Variáveis: São aqueles que variam em função do volume de atividade da empresa. Quanto maior for o volume de produção, menor será o custo variável. O custo variável é fixo por unidade, ou seja, cada unidade produzida tem o mesmo valor de custo variável. Se relacionam diretamente ao produto. Exemplo: Matéria-prima, Material Direto e a mão-de-obra direta. Custos Semi-variáveis ( ou Semi-Fixos, ou misto) : São custos que não apresentam um comportamento certo em relação ao volume de atividades, pois, possuem uma parcela fixa e uma parcela variável em seu total. Exemplo: O combustível consumido em uma caldeira, para produção de vapor, em que, para produção zero de vapor, o consumo de combustível não é nulo, pela necessidade de manter a caldeira aquecida. Podemos citar ainda o custo de uma copiadora que mantém-se fixo até uma determinada quantidade de cópias, passando para variável, à partir do limite estabelecido no contrato. À partir desse ponto, cada cópia produzida tem um custo variável. O somatório do custo fixo mais o variável forma o custo semi-variável. Na prática, para efeito de análise é importante separar o custo semi-variável em parcelas fixa e parcela variável, por meio de técnicas apropriadas. Ante ao exposto, podemos concluir que na realidade existem apenas custos fixos e custos variáveis, pois o custo semi-variável pode ser separado em custo fixo e custo variável. Custos Unitários: Exemplos de alguns conceitos com relação aos custos unitários, quanto a formação, pois são de grande importância para efeito de análise. Para obtermos os custos unitários basta aplicarmos as seguintes fórmulas: Ct = CT onde Ct = Custo Total Unitário; CT = Custo Total e Q Q = Quantidade Produzida Cf = CF onde Cf = Custo Fixo Unitário; CF = Custo Fixo Total e Q Q = Quantidade Produzida

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Cv = CV onde Cv = Custo Variável Unitário ; CV = Custo Variável Total e Q Q = Quantidade Produzida Quando conceituamos Custos Fixos e Custos Variáveis, os fizemos em função dos Custos Totais. Vejamos agora estes conceitos em relação aos Custos Unitários: ================================================================= ESPÉCIE DE CUSTO COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO AO VOLUME DE ATIVIDADES ================================================================= CF (Custo Fixo Total) Não varia Cf (Custo Fixo Unitário) Varia inversamente CV (Custo Variável Total) Varia proporcionalmente Cv (Custo Variável Unitário) Não varia Ct (Custo Total Unitário) Varia inversamente ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Exemplo numérico: ================================================================= Qde. CF CV CT Cf Cv Ct (Cf + Cv) =================================================================

1 2.000 600 2.600 2.000 600 2.600 2 2.000 1.200 3.200 1.000 600 1.600 3 2.000 1.800 3.800 666 600 1.266 4 2.000 2.400 4.400 500 600 1.100 5 2.000 3.000 5.000 400 600 1.000 6 2.000 3.600 5.600 333 600 933 7 2.000 4.200 6.200 286 600 886 8 2.000 4.800 6.800 250 600 850 9 2.000 5.400 7.400 222 600 822 10 2.000 6.000 8.000 200 600 800

------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Analisando o quadro acima, podemos verificar que o Custo Fixo total mantém-se com o valor de $ 2.000,00 de 1 a 10 unidades produzidas, portanto não sofreu nenhuma alteração, enquanto que o Cf (Custo Fixo Unitário) apresenta decréscimo para cada aumento de produção. O Custo Variável Total apresentou variação (acréscimo) proporcional às quantidades produzidas, enquanto que o Cv (Custo Variável Unitário) manteve-se inalterado em cada aumento de produção, permanecendo sempre $ 600,00 de 1 a 10 unidades produzidas.

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4 - EM RELAÇÃO AOS DEPARTAMENTOS Custos Específicos: São aqueles que existem em função de um departamento e, sendo este departamento descontinuado, deixam de existir. Custos Comuns: São aqueles que representam os gastos de estrutura da empresa, não sendo identificável com algum departamento. 5 - EM RELAÇÃO AO CÁLCULO Custos Reais ou Históricos: São valores efetivamente gastos pela empresa e devidamente registrados. Todos os métodos de custeamento: Custeio Direto ou Custeio por Absorção - Processo de Produção Contínua ou Por Ordem de Produção - utilizam-se dos Custos Reais ou Históricos. Custos Pré-Determinados: São valores registrados antes do seu acontecimento, tais como: Custo Padrão e Custo Orçado. 6 - EM RELAÇÃO A ACUMULAÇÃO DE GASTOS Custo Por Processo de Produção Contínua, Custo Por Ordem de Produção. 7 - EM RELAÇÃO AO MÉTODO DE APROPRIAÇÃO - Custeio Por Absorção; Custeio Direto e Custeio baseado em atividades (ABC). 8 - EM RELAÇÃO AO CONTROLE Custos Controláveis: São os custos que estão sob a responsabilidade e controle de uma determinada pessoa (Chefia). Exemplo: Custos Indiretos Controláveis: salários indiretos, manutenção, etc. Custos Não Controláveis: São os custos que estão fora da responsabilidade e controle de uma determinada pessoa (Chefia). Exemplo: O aluguel quando distribuído contabilmente entre os departamentos segundo o espaço ocupado, os responsáveis por esses departamentos não terão meios de controlar o valor absorvido do aluguel. OBS: Custeio por responsabilidade é a separação dos custos incorridos pelos diferentes níveis de responsabilidade. Exercícios: 20 a 34; 44; 45; 68 e 69; 105 a 108.

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UNIDADE IV

MATERIAL DIRETO Material direto é uma das composições do custo de fabricação do produto. - Elementos: Matéria Prima Componentes adquiridos prontos Embalagem Outros De acordo com o CPC 16-R1, os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo (Custo histórico) ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Ainda de acordo com o CPC 16 R-1, o valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.

O QUE INTEGRA O VALOR DOS MATERIAIS: Integra o valor dos materiais todos os gastos incorridos para a aquisição e colocação do ativo em condições de uso ou em condições de venda, tais como: - Valor pago ou creditado ao fornecedor, líquido de impostos recuperáveis: - Encargos adicionais: Transporte Seguro Armazenagem (*) Impostos de importação Gastos com liberação alfandegária (*) Armazenagem/Compras: - Na empresa comercial: Despesa - Na empresa industrial: Custo. Deveria integrar o custo do material, mas pela dificuldade de apropriação é considerado custo indireto. - Descontos Financeiros: - Devem ser lançados em receitas financeiras e o valor bruto de compra em custo do material ou mercadoria; Exemplo: Aquisição à vista de R$5.000,00 de matéria-prima, com desconto financeiro de R$500,00. - Débito : Compras R$5.000,00 - Crédito : Caixa R$4.500,00 : Receitas Financeiras R$ 500,00

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- Descontos Comerciais e Abatimentos: . Devem ser considerados como redução do preço de aquisição . Comerciais: São aqueles contratados no ato da compra, em função da quantidade adquirida, de uma liquidação, etc. . Abatimentos: São as reduções negociadas posteriormente à compra, em razão da avarias, especificações não cumpridas, atrasos de entrega, etc. - Descontos incondicionais: Os descontos destacados na Nota fiscal reduzem a Base de cálculo para cálculo de impostos recuperáveis, que será pelo valor total da Nota Fiscal, ou seja, valor com desconto. O desconto incondicional é justamente o contrário do desconto condicional, ou seja, não tem condição nenhuma que precise ser cumprida para que o desconto seja oferecido, não precisa ser compra a vista, nem acima de tantas unidades, nem pagamento antecipado ... não importa nada disso, o desconto será oferecido independente de alguma condição imposta.

OBS: Esse desconto já é incluído (diminuído) no próprio preço da nota fiscal.

TRATAMENTO DOS IMPOSTOS NA AQUISIÇÃO:

Todos os impostos não cumulativos devem ser expurgados do custo de aquisição do material direto, ou seja, devem ser retirados do valor de aquisição.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS INVENTÁRIOS Não fosse o problema de encontrarmos preços diferentes para produtos idênticos mesmo em épocas idênticas, o mecanismo de avaliação dos inventários seria bem simples. Vamos supor que uma empresa comercial tenha comprado sua primeira unidade para venda de R$1.000,00. a segunda unidade do mesmo produto por R$2.000,00 e a terceira por R$3.000,00. No caso de ter vendido a prazo duas unidades por R$5.000,00 cada, qual seria o lucro ? Vamos nos deparar neste momento de decisão de qual o valor a ser encontrado por três caminhos. O primeiro seria o de utilizarmos como valor o custo das mercadorias que primeiro foram adquiridas; o segundo caminho seria de considerarmos o custo das últimas mercadorias que foram adquiridas; o terceiro seria de considerarmos o custo médio das mercadorias em estoque. Pela legislação brasileira, tanto do ponto de vista do imposto de renda como da legislação das sociedades anônimas, o inventário é determinado pelo valor mais baixo em relação ao custo histórico (pelos critérios a seguir) ou de mercado.

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- CRITÉRIOS BÁSICOS: . PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair), ou FIFO (First-In, First-Out); . UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair), ou LIFO (Last-In, First-Out); . CUSTO MÉDIO (Média aritmética ponderada). - OUTROS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: . Preço específico: É o critério que valoriza cada unidade em estoque, pelo seu respectivo custo de aquisição, identificando cada unidade existente. Assim as baixas são efetuadas pelos preços específicos de cada unidade baixada do estoque, e o valor do estoque final será a soma de todos os custos específicos de cada unidade existente. . NIFO (Next-In, First-Out) ou Custo de Reposição: É o critério que valoriza o estoque ao preço corrente de mercado. O termo NIFO significa “o próximo a entrar, primeiro a sair”. É utilizado gerencialmente para que o empresário possa obter o lucro verdadeiro, ou seja, aquele lucro que teria, considerando a reposição de seu estoque. Evita assim considerar um lucro ilusório, obtido pela comparação entre preço de venda atual com custos passados, totalmente defasados em épocas inflacionárias. É denominado também de FEPS (Futuro a entrar, primeiro a sair). . CUSTO MÉDIO MENSAL: É aceito pelo Fisco (PN CST nº 06/79) que as saídas sejam registradas unicamente no fim de cada mês, desde que avaliadas pelo custo médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se verificar no mês. De acordo com o CPC 16 R1 OS Critérios de valoração de estoque são:

a) O custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica dos seus custos individuais.

b) A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos

a itens identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para itens que sejam segregados para um projeto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou produzidos. Porém, quando há grandes quantidades de itens de estoque que sejam geralmente intercambiáveis, a identificação específica de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, um critério de valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser usado.

c) O custo dos estoques, que não sejam os tratados nos itens 23 e 24, deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. A entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração.

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Quadro comparativo dos métodos de Controle de estoq ues: CRITÉRIOS

CARACTERÍSTICAS

ESTOQUE

IMPOSTO RENDA

LUCRO

PREÇO ESPECÍFICO

Controle por Unidade

Valorizado a custo específico

Aceita

Lucro histórico real

PEPS ou FIFO

Primeiro que entra, primeiro que sai

Valorizado pelas últimas entradas remanescentes

Aceita

Normalmente dá maior lucro

UEPS ou LIFO

O último que entra, o primeiro que sai

Valorizado pelas primeiras entradas remanescentes

Não aceita

Normalmente o lucro é menor que o PEPS e PM

PREÇO MÉDIO

A média ponderada de diversas compras

Valorizado preço média de mercado

Aceita

Normalmente o lucro é entre UEPS e PEPS

REPOSIÇÃO ou NIFO

Preço corrente de mercado para repor o estoque

Valorizado pelo preço corrente de mercado

Não aceita

Normalmente dá menor lucro

TRATAMENTO CONTÁBIL DAS PERDAS DE MATERIAIS Há dois tipos de perdas: perdas normais e perdas anormais. As perdas normais são oriundas do próprio processo produtivo, podem ocorrer em função de corte, reações químicas, evaporação, etc, ou seja, são previsíveis. Neste caso o valor perdido deve ser incorporado ao custo dos materiais. Já as perdas anormais, ocorrem de forma involuntária e não devem incorporar o custo dos materiais, sendo contabilizada diretamente no resultado. TRATAMENTO CONTÁBIL DOS SUBPRODUTOS E DAS SUCATAS . PRODUTOS: É tudo aquilo que está disponível para aquisição e atende a um desejo ou uma necessidade de um público, devidamente comunicado, por um preço específico. CO-PRODUTOS: São produtos originados do mesmo processo produtivo e seu faturamento é considerado relevante para a empresa. SUBPRODUTOS: São produtos originados do próprio processo produtivo, mas que tem pouca relevância no faturamento da empresa, no entanto, possuem condições normais de vendas. Como os subprodutos tem pouca relevância no faturamento, adota-se o critério de não atribuir-lhes custos e seus estoques são avaliados pelo valor liquido de realização. SUCATAS : São itens decorrentes do processo produtivo e que não possuem mercado normal de venda, ou seja, sua venda é esporádica e realizada por valor não previsível. O preço apurado na comercialização das sucatas se registra como OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS. EXERCÍCIOS (40 a 41)

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MÃO-DE-OBRA CONCEITUAÇÃO: Mão-de-Obra é a participação do esforço humano, físico e mental, para obtenção de um produto ou serviço. MÃO-DE-OBRA DIRETA E INDIRETA MÃO-DE-OBRA DIRETA é o gasto relativo ao pessoal que trabalha diretamente na produção, sendo possível sua identificação por controle específico, isto é, sem necessidade de alocação, rateio ou distribuição do valor gasto ao produto fabricado. Por exemplo, um soldador que trabalha na solda de vários produtos, é perfeitamente possível medir o número de horas trabalhadas pelo custo por hora de trabalho, obtendo o custo total gasto que é apropriável a cada produto, sem recorrer a critérios de alocação. Os gastos relativos ao pessoal de produção mas que dependem de métodos de distribuição para sua apropriação aos produtos, são classificados como MÃO-DE-OBRA INDIRETA e deverão integrar os CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO (CIF). Por exemplo um funcionário que supervisiona ou executa manutenção em várias máquinas as quais produzem produtos diferentes, inexiste forma objetiva de apropriação desse gasto total, devendo ser usado um critério ou método racional de rateio ou alocação aos diversos produtos produzidos pela empresa. Portanto, mão-de-Obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, sendo possível determinar qual o tempo dispendido e quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Havendo qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões proporcionais, passa a desaparecer a característica de “direta”, transformando-se neste caso a mão-de-obra, em “Mão-de-Obra Indireta”. Em muitos casos, mesmo havendo a possibilidade de medir a mão-de-obra, a empresa não o faz por razões econômicas (Custo x Benefício). Nesse caso temos a existência física da Mão-de-Obra Direta, mas a contabilidade de custos a tratará como indireta. MÃO-DE-OBRA FIXA E VARIÁVEL Embora a folha de pagamento se constitua em custo fixo para a empresa (220 horas mensais), a Mão-de-Obra Direta se constitui em um custo variável, pois só é considerada como Direta a Mão-de-Obra utilizada diretamente sobre o produto ou serviço, mesmo em se tratando de um operário classificado como direto. Desta forma, a mão-de-obra direta varia com a produção, e não se confunde com o total pago à produção, mesmo em se tratando de operários diretos.

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O QUE INTEGRA O CUSTO DA MÃO-DE-OBRA

O custo da Mão-de-obra engloba além do salário, todos os encargos decorrentes do trabalho remunerado. Os percentuais variam de empresa para empresa, em função do tamanho e natureza de cada uma. Normalmente constitui gastos com a mão-de-obra direta os seguintes itens:

• Salário propriamente dito (salário bruto) • Encargos Sociais (INSS, SENAI, SESI, FGTS, Salário Educação,

INCRA, SENAC, SEBRAE, SESI, etc) • Contribuição para constituição de fundos para aposentadoria,

Contribuição Sindical • Encargos Trabalhistas (Seguros de Acidentes do Trabalho) • 13º Salário • Adicional de férias (1/3 de férias) • Horas extras • Gratificações e adicionais (de funções, insalubridade, periculosidade, seguros

em grupo) • Descanso remunerado, feriados e faltas abonadas

Outros gastos poderão representar custos de mão-de-obra indireta como: • Aquisição de vestuário adequado (uniformes) • Vale refeição ou Restaurante próprio da empresa • Vale transporte ou Transporte da empresa • Assistência médica, dentária e social • Auxílio funeral

EXEMPLO DE APURAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA

Considerando os dados abaixo da Indústria de Calças Femininas 623 Ltda., calcule os custos e responda: a) Qual o custo com mão-de-obra direta na fabricação do produto? b) Qual o custo com mão-de-obra indireta? c) Quantas horas por semana gasta em cada departamento? d) Quantas horas são necessárias, em média, para produzir cada unidade? e) Qual o custo com mão-de-obra direta por unidade produzida? Dados: número de empregados Função salário hora Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Corte 1,50 4 2 2 1 3 Costura 2,50 1 3 3 4 6 Bordado 3,00 0 1 2 3 13 Hora trabalhadas por dia: 8 Encargos sociais: 78,09% Total da Folha na semana referente a fábrica ( inclusive com encargos): $ 2.500,00 Quantidade produzida no período: 350 calças

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EXERCÍCIOS (57 a 67)

RELATÓRIO SEMANAL DE APLICAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA

PRODUTO: CALÇAS FEMININAS

FUNÇÃO CORTE COSTURA

BORDADOS TOTAL

QTE/HORAS QTE de Empreg.

HORAS QTE de Empreg.

HORAS QTE de Empreg.

HORAS QTE HORAS

TRANSPORTE ////////////// ////////////// /////////////// ////////////// Segunda 4 32 1 8 0 0 5 40 Terça 2 16 3 24 1 8 6 48 Quarta 2 16 3 24 2 16 7 56 Quinta 1 8 4 32 3 24 8 64 Sexta 3 24 6 48 13 104 22 176 TOTAL DE HORAS

////////////// 96 ////////////// 136 ////////////// 152 ////////////// 384

SALÁRIO HORA ////////////// 1,50 ////////////// 2,50 ////////////// 3,00 ////////////// ////////////// SALÁRIO TOTAL 144,00 340,00 456,00 940,00 ENC. SOCIAIS 78,09% 112,45 265,51 356,09 734,05 CUSTO TOTAL 256,45 605,51 812,09 1.674,05

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CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO

Todos os gastos incorridos para a produção que não estejam enquadrados como material direto e mão-de-obra direta, são denominados de gastos indiretos de fabricação, gastos gerais de fabricação, custos gerais de produção, custos indiretos de produção. Embora possuindo várias denominações, as expressões “gastos gerais de fabricação” e “custos indiretos de produção”, são consagradas pela prática. Os métodos específicos de rateio dos custos indiretos comuns aos produtos, variam de empresa para empresa, pois estão relacionados às diferentes estruturas das organizações, com os graus de requinte desejado pela direção, com os diversos tipos de custeamento e com os registros mantidos pelas empresas. A escolha do método de distribuição mais apropriado, dependerá de certo modo, do grau de subjetividade do analista, pois recairá sempre no elemento humano e é bom que esta tarefa esteja a cargo do contador de custo, Controller, Diretor Financeiro, Diretor de Produção ou de quem conheça detalhadamente o sistema de produção. O desconhecimento da tecnologia de produção poderá provocar impropriedades desastrosas e conseqüentes prejuízos à empresa. OBS: Quem estabelece a base para o rateio dos CIF´s é a empresa, através de seus dirigentes.

DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO DDOOSS CCUUSSTTOOSS IINNDDIIRREETTOOSS ÀÀ PPRROODDUUÇÇÃÃOO Para efetuar o rateio dos custos indiretos aos produtos fabricados ou aos departamentos da empresa, deve-se estudar a situação específica de cada um, a fim de escolher critérios adequados que efetivamente reflitam a carga de custos que devem ser descarregados ou atribuídos a cada produto. Muito embora cada caso possa ser estudado particularmente, há alguns critérios que são amplamente utilizados na prática. A distribuição dos custos indiretos aos produtos pode se dar por meio de rateios, sendo as bases de rateio estabelecidas pelos próprios dirigentes da empresa e conhecedores do processo produtivo. Existem alguns critérios consagrados pelo uso que normalmente são utilizados pelas empresas, mas, que não são regra. Cada empresa estabelece e usa o critério que melhor lhe convier.

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Abaixo são apresentados alguns exemplos de Custos Indiretos de Produção e os critérios de rateio para distribuição dos mesmos, critérios esses consagrados pelo uso:

CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO CRITÉRIOS DE RATEIO / DISTRIBUIÇÃO DOS CIF

Aluguel, Depreciação, Seguros, Limpeza, Manutenção, Imposto Predial Área ocupada Energia elétrica Área ocupada, Pontos de luz, Potência do maquinário, Kw/hora consumido, hora máquina Material indireto Material direto Mão-de-obra indireta N.º de empregados, MOD, Horas trabalhadas Almoxarifado, Depósito Custo dos materiais utilizados Manutenção de Equipamento Horas máquinas trabalhadas Refeitório, Transporte, Assistência médica N.º de empregados Perdas normais de materiais Produção acabada, Departamento de Produção Manutenção da fábrica Horas de máquinas, horas de MOD NOTA: Mesmo consagrados pelo uso, é preciso que se avalie a incidência de cada fator e

as características de cada processo de produção. Deve-se levar em consideração o seguinte:

1. Custo de MD como base de rateio: Quando o custo do MD for o principal custo da

produção e cujo valor for constante 2. Custo da MOD como base de rateio : Quando o valor da MOD for bastante uniforme e

constante durante todo o processo de produção, ou seja, não deve ser usado quando existirem diferentes níveis salariais para as mesmas habilidades e funções. Quando os CIF se relacionarem mais com o tempo do que com o custo MOD, esta base de rateio deve ser rejeitada.

3. Horas MOD como base de rateio: O uso desse método pressupõe que os CIF estejam relacionados mais com o tempo de trabalho na produção do que com o valor MOD, ou seja o tempo de trabalho é fator preponderante.

4. Horas máquinas como base de rateio: Quando a ocorrência dos CIF dependerem predominantemente do trabalho executado por máquinas.

Quanto a decisão, a escolha do critério de rateio deve ser tomada somente após cuidadoso estudo dos fatores de produção e sobre como eles serão aplicados. Como perspectiva futura os custos da MOD perderão relevância em relação aos CIF, uma vez que o avanço da tecnologia de produção será responsável pela mudança da composição dos custos totais. Os equipamentos mais sofisticados e modernos e a automação dos processos produtivos, inevitavelmente, reduzirão drasticamente não somente os custos da MOD, mas, a incidência desse custo no produto acabado. Por outro lado fará com que a depreciação dos equipamentos da tecnologia avançada seja de alta relevância e talvez um dos mais importantes fatores de produção.

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EXEMPLO : Distribuir os custos indiretos de produção comuns aos produtos ALFA e BETA, no montante de 16.100 utilizando o consumo da matéria-prima como critério de rateio: Produto ALFA ..... MP = 10.000 MOD = 15.000 Produto BETA ..... MP = 13.000 MOD = 11.000 SOLUÇÃO: Taxa de Rateio = Total dos CIF = 16.100 = 0,70 de consumo de MP 23.000 Produto ALFA ..... Consumo de MP X Taxa Rateio = 10.000 X 0,70 = 7.000 Produto BETA ..... Consumo de MP X Taxa Rateio = 13.000 X 0,70 = 9.100 Valor do Custo de Produção:

PRODUTO M P MOD CIF CP ALFA 10.000 15.000 7.000 32.000 BETA 13.000 11.000 9.100 33.100

TOTAL 23.000 26.000 16.100 65.100 EXERCÍCIOS (70 a 83)

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UNIDADE 5

1 – PRODUÇÃO CONJUNTA

1.1 – Conceituação

É o aparecimento de diversos produtos a partir, normalmente, da mesma matéria-

prima como é o caso do tratamento industrial da quase totalidade dos produtos naturais:

aparecimento de óleo, farelos, etc. (a partir da soja); carne, ossos, sangue, couro, etc. (a

partir do gado de corte); gasolina, querosene, emulsão asfáltica, graxa, etc. (a partir do

petróleo), e outros. Decorrem de um mesmo material diversos produtos conjuntos

normalmente classificados em co-produtos, subprodutos e sucata.

A produção conjunta não é uma característica própria somente da Produção Contínua;

é apenas muito mais comum nesse tipo de empresa; pode ocorrer também na Produção

por Ordem em alguns tipos de indústrias, como a de móveis de madeira por encomenda,

onde, a partir de uma única tora, podem sair peças de diferentes qualidades; que são

também co-produtos, subprodutos e sucatas.

1.1.1 - Distinção entre Co-produto, Subproduto e Su cata

Co-produtos - são os próprios produtos principais, só que assim chamados porque

nascidos de uma mesma matéria prima. São os que substancialmente respondem pelo

faturamento da empresa.

Subprodutos – são aqueles que tem como características básicas: valor de venda e

condições de comercialização normais, relativamente tão asseguradas quanto os

produtos principais da empresa; surgem como decorrência normal do processo produtivo,

só que possuem pouquíssima relevância dentro do faturamento global da empresa.

Os subprodutos à medida que são produzidos, têm seu Valor Líquido de

Realização considerado como redução do custo de elaboração dos produtos principais ou

dos custos dos produtos vendidos, mediante débito aos estoques de subprodutos e

crédito aos custos de produção ou custo dos produtos vendidos.

Considera-se como Valor Líquido de Realização o valor de venda menos as

despesas de venda, os custos eventualmente necessários ao término e preparação para

venda desses subprodutos e ainda, eventualmente, uma margem normal de lucro bruto.

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Com esse procedimento, estima-se de forma relativamente rápida um valor para

os estoques, considerando-os como recuperação de parte do custo de produção daqueles

itens para os quais a empresa realmente dirige sua atenção.

Existem também outros tratamentos dados aos subprodutos, não tão correto

quanto o mencionado, que são os de só considerar a recuperação quando da efetiva

venda, ou simplesmente tratá-los igualmente às sucatas, não estoca-los contabilmente e

registrar sua venda diretamente às Receitas Normais ou Eventuais, ou ainda atribuir-lhes

custos como se fossem produtos principais. Logicamente, essas regras implicam a não

distinção do que seja um Subproduto ou a apropriação de sua recuperação em épocas

fora de sua competência, devendo por isso serem abandonados.

Sucata – podem ou não ser decorrência normal do processo de produção, não tem valor

de venda ou condições de negociabilidade boas. As sucatas não recebem atribuição de

nenhum custo, mesmo que eles sejam inerentes ao processo e surjam como itens

normais em uma produção contínua. Quando são vendidos, têm suas receitas registradas

como Rendas Eventuais em Outras Receitas Operacionais. Até que sejam negociadas

permanecem fora da contabilidade.

1.2 - Definição desses conceitos dentro das empresa s

Há uma variabilidade do conceito de relevância dentro de cada empresa, por isso,

o que uma indústria considera importante dentro do faturamento total, outra julga

irrelevante. Contudo esse problema é inevitável, pois não há possibilidade de se

homogeneizar esse entendimento. Ocorre que os próprios conceitos de Co e Subprodutos

nascem dessas posições relativamente subjetivas e devem segui-las em cada empresa.

Dentro dessa forma preconizada de se proceder, só são atribuídos custos aos Co-

produtos, o que simplifica bastante os problemas da Contabilidade de Custos.

1.3 – Ponto de separação

O valor de mercado de cada Co-produto pode ser possível apenas para ele na

forma de totalmente acabado, ou seja, depois que tenha passado por processamentos

adicionais e subseqüentes, ou pode ser encontrado para a fase de semiprocessamento

(no ponto de separação), que ocorre logo após ter sido fabricado pelo processo conjunto.

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Após o ponto de separação, os custos adicionais serão apropriados individual e

especificamente em cada Co-produto.

No quadro a seguir, podemos observar alguns contextos em que ocorre o

chamado “ponto de separação”.

INDÚSTRIA PRODUTOS NO PONTO DE SEPARAÇÃO AGRICULTURA

Bovinos

Leite in natura

Aves

INDUSTRIA EXTRATIVA Carvão

Minério de ferro

Petróleo

Sal

INDÚTRIA QUÍMICA GLP (gás liquefeito de petróleo) bruto

INDÚSTRIA DE SEMICONDUTORES Fabricação de Chips de Silício

Corte de carne, tripas, couro, ossos, gordura.

Nata, Leite desnatado.

Peitos, asas, coxas, pernas, papo, penas, e

farinha.

Coque, gás, benzeno, piche, amônia.

Cobre, prata, chumbo, zinco.

Óleo cru, gasolina, GLP Bruto, graxa.

Hidrogênio, cloro, soda cáustica.

Butano, etano, propano.

Chips de memória de diversas características

como: capacidade, velocidade, expectativa de

vida e tolerância de temperatura.

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2 - PRODUÇÃO POR ORDEM OU ORDEM DE PRODUÇÃO

2. 1 – Conceitos

O sistema de acumulação por ordem se caracteriza pela apropriação dos custos

para cada produto ou lote de produtos, identificando-os e somando-os diretamente ao

produto ou ao lote. Como o relatório usado por este tipo de sistema de acumulação é a

ordem de produção, daí seu nome, sistema de acumulação por ordem.

HORNGREN (2000) afirma que em um sistema de acumulação por ordem, “os

custos são acumulados a uma determinada unidade ou lote de um produto ou serviço.

Considera-se uma ordem uma empreitada que consome recursos para trazer um

determinado produto ou serviço ao mercado. O produto ou serviço é freqüentemente feito

sob medida ou encomenda”.

Devido a estas características, as empresas que mais utilizam o sistema de

acumulação por ordem são as indústrias pesadas, algumas indústrias de móveis,

fabricantes de equipamentos especiais, gráficas, construção civil, empresas de auditoria,

consultoria, etc. São aquelas empresas que trabalham com produtos heterogêneos, em

pequenos volumes, para clientes específicos e com processo de produção intermitente e

mais demorado por unidade. O tratamento contábil dado a este tipo de sistema de

acumulação consiste na acumulação dos custos em contas específicas do ativo. Estas

contas recebem custos até o encerramento da ordem. Com o encerramento da ordem, o

custo é transferido para estoques de produtos acabados ou custos dos produtos vendidos

(CPV).

CATELLI (1972), em sua tese de doutorado, utiliza as afirmações de Lang,

McFarland e Schiff para apontar as vantagens da acumulação de custos por ordem:

“1. Possibilidade de descobrir quais ordens são lucrativas e quais não o são.

2. Uso do custo de Ordem de Produção como base para a estimativa do custo de

produto similar no futuro.

3. Usado como base para controle de produção.

4. Usado em contratos de serviços onde o custo determina o preço de venda”.

A desvantagem apontada nesta tese referente aos sistemas por ordem é o custo da

manutenção dos serviços burocráticos envolvidos ou próprios do sistema.

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2.2 – Características Básicas

� Os custos reais são determinados por tipo de produto ou serviços.

� A Ordem de Produção é utilizada para acumular o Material Direto, a Mão-de-Obra

Direta, e a parcela correspondente aos CIF calculados por meio de taxas da

absorção.

� Somente quando a Ordem de Produção (OP) é terminada ou mediante o

levantamento de um inventário físico, pode-se saber o custo real de fabricação do

produto.

� O custeamento por Ordem de Produção é usado em empresas, cuja produção é

intermitente e cujos produtos ou lotes de produtos podem ser perfeitamente

identificados no processo de fabricação. Isso ocorre principalmente em relação à

produção não padronizada ou produção não repetitiva.

� Os custos incluídos nas Ordens de Produção, enquanto estas não estão

completadas, passam a compor o estoque de produtos em processo.

3 - PROCESSO DE PRODUÇÃO CONTÍNUA:

3.1 - Conceitos

É a técnica de custeamento por acumulação em que os produtos são padronizados, a

produção é contínua e a demanda é constante. Uma forte característica deste sistema de

acumulação é a elaboração de poucos produtos de forma seriada, ou seja, grande

quantidade de unidades produzidas do mesmo produto de forma contínua para estoque.

HORNGREN (2000) afirma que “o custo de um produto ou serviço é obtido pela média

dos custos acumulados a uma grande quantidade de unidades similares.

Freqüentemente, itens idênticos são produzidos em grande escala, para venda em geral,

não para cliente específico”.

Já MARTINS (2000) afirma que “produção contínua ou por processo reside na elaboração

do mesmo produto de forma continuada no mesmo período... São apropriados os custos

por tempo (mês, por exemplo), para divisão pelo número de unidades feitas, chegando-se

assim ao custo de cada unidade”.

Devido a estas características, as empresas que mais utilizam o sistema de acumulação

por processo são aquelas que fabricam produtos idênticos ou quase idênticos, tais como

cimento, químicas, de petróleo, de álcool, de açúcar e também indústrias de serviços, tais

como saneamento básico, telefonia, energia elétrica, etc.

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3.1.1 - Características Básicas a - Os custos são acumulados contabilmente na conta geral “Produtos em Processo”,

constituindo o razão analítico as diversas fases da fabricação que são denominadas de:

Processos, Departamentos, Seções ou Centros de Custos. Estas contas sempre são

encerradas ao final do período, não havendo encerramento das contas ao final da

elaboração do produto.

b - O custo unitário é calculado tomando-se o custo total acumulado nas diversas fases de

fabricação e dividindo-o pelo número de unidades produzidas nessas fases, ou seja, usa-

se o custo médio do período e não o custo apurado por unidade.

c - Para o cálculo do custo médio do período, utilizam-se conceitos como grau de

acabamento e unidades equivalentes de produção, pois nem sempre todos os produtos

encontram-se acabados no final do período.

d - O custo das unidades prontas em um processo se destina a compor o lançamento

contábil de transferência para o processo subsequente;

e - A produção completada em um processo vai constituir o Material Direto do processo

imediato.

3.2 – Produção Equivalente

É uma técnica para calcular o custo médio por unidade, quando existem produtos

em elaboração nos finais de cada período, com o objetivo de distribuir os custos de

produção aos produtos acabados e em elaboração.

Os produtos em elaboração são comparados aos produtos acabados,

considerando o grau de acabamento.

Segundo GUERREIRO (2000), o grau de acabamento “deve representar quanto

uma unidade em processamento recebeu da carga de custos que seria necessária para

iniciá-la e terminá-la completamente”. Ainda segundo GUERREIRO (2000), “o montante

de unidades equivalentes de produção corresponde ao montante de unidades em

processamento convertidas em unidades prontas através da aplicação do grau de

acabamento definido”.

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3.3 – Críticas ao Sistema de Custeamento

CATELLI (1972) levanta as seguintes desvantagens na utilização da acumulação por

processo;

“1. A impossibilidade de determinação dos custos até o final do período, o que provoca

retardamento na preparação dos demonstrativos.

2. Os custos unitários médios não são sempre precisos porque nem sempre as unidades

são completamente homogêneas.

3. A computação dos custos médios é feita com maior dificuldade quando são fabricados

produtos diferentes.

4. As imprecisões no custo unitário se refletem nos valores de inventário dos produtos em

processo, produtos acabados e custo de manufatura dos produtos vendidos”.

3.4 - Distinção entre Produção por Ordem e Produção Contínua

Existem dois fatores que determinam o tipo de Custeio, se por Ordem ou por

Processo (Contínuo): a forma de a empresa trabalhar e a forma como eles encerram e

apuram os custos. Quanto à forma, basta lembrar que se a empresa trabalha produzindo

produtos iguais de forma contínua (um ou vários), fundamentalmente para estoque, isto é,

para venda posterior, terá já caracterizada sua natureza. Se produzir com o intuito de

atender a encomendas dos clientes ou, então, se a produção é feita para vendas

posteriores, mas de acordo com determinações internas especiais, não de forma

continua, já se terá incluído as características de Produção de Ordem.

Apesar das diferenças encontradas nos dois sistemas, muito comumente,

encontramos empresas que trabalham parte de uma forma, parte de outra; uma indústria

automobilística, por exemplo, pode produzir o carro de uma forma contínua até certo

ponto e, a partir daí, por ordem, de acordo com algumas especificações: de acabamento,

cor, acessórios, etc.

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Inúmeras vezes, por outro lado, procede-se a algumas mudanças em função de

conveniência. Por exemplo, uma empresa pode ter uma encomenda que leve cinco

meses de trabalho; em vez de custear como se fosse uma ordem, faz um custeio como se

fosse uma produção contínua durante esse tempo. Talvez muitas das produções em série

não passem de ordens de longa duração, como produção de certos eletrodomésticos, de

alguns modelos de automóveis, etc. Pode também ocorrer de a empresa trabalhar em

série durante certo tempo com determinado produto, mas desejar custeá-lo como se fosse

uma grande ordem para avaliar seu resultado global.

Equivalente de Produção:

Na apuração dos Custos por Processo, os gastos da produção são acumulados por

período para aproximação às unidades feitas. Suponhamos, num primeiro caso

extremamente simples, que um único produto seja elaborado, e que os seguintes dados

estejam disponíveis:

- Custo de Produção do Período (Diretos e Indiretos): $5.000.000

- Unidades Produzidas: 20.000 (iniciadas e acabadas no período)

O Custo Unitário será então a média: $5.000.000 / 20.000 unidades = $250, por unidade

Suponhamos que no período seguinte existam esses outros dados:

- Custos de Produção do Período: $5.544.000

- Unidades iniciadas no período: 23.000

- Acabadas: 21.000

- Em elaboração no fim do 2º período: 2.000

Essas 2.000 unidades em elaboração estão “meio acabadas” isto é cada uma delas

recebeu metade de todo o processamento necessário.

Para se calcular agora o custo médio por unidade, não podemos dividir os $5.544.000

nem por 21.000 nem por 23.000 unidades; é necessário o seguinte raciocínio:

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21.000 acabadas vão entrar no cálculo pelo valor integral 21.000

2.000 semi-acabadas receberam, cada uma, metade do processamento; isto significa

que se todo o custo aplicado nessas 2.000 unidades fosse utilizado para início e término

de outro lote, ter-se-ia conseguido iniciar e acabar 1.000 unidades; logo, o equivalente em

acabadas de 2.000 unidades “meio acabadas” é 1.000

Equivalente Total de Produção 22.000

Custo médio de cada unidade totalmente acabada:

$5.544.000 / 22.000 unidades = $252, por unidade

Os $5.544.000 serão então distribuídos:

Produção Acabada: 21.000 unidades X $252, / unidade $5.292.000,

Produção em andamento: 2.000 unidades X ½ X $252, $ 252.000,

Total $5.544.000,

Suponhamos agora que no terceiro período ocorra:

- Custos de Produção do período: $5.278.000

- Unidades novas iniciadas: 20.500

- Unidades em elaboração no fim do 3º período: 1.800, “1/3 acabadas”

- Unidades acabadas: 2.000 (iniciadas no 2º período) + 20.500 (iniciadas no 3º período)

menos 1.800 (não acabadas) = 20.700

O número total de unidades trabalhadas no 3º período será de 22.500 (término das 2.000

anteriores mais 20.500 novas iniciadas), mas o Equivalente de Produção terá que ser

calculado:

Para término das 2.000 unidades iniciadas no 2º período, gastaram-se os primeiros reais

do 3º; e esse gasto para fazer a segunda metade das 2.000 seria o necessário para iniciar

e terminar outras 1.000; logo, 2.000 X ½ 1.000 unidades

Das 20.500 novas, 1.800 não foram acabadas; assim foram iniciadas e terminadas no 3º

período (20.500 – 1.800) 18.700 unidades

O que se gastou para fazer 1/3 de 1.800 unidades equivaleria, em termos de iniciadas e

totalmente acabas, a 1/3 X 1.800 unidades 600 unidades

Equivalente Total de Produção 20.300 unidades

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Faculdade de Administração Milton Campos Curso Ciências Contábeis

Disciplina: Contabilidade de Custos

Mestre: Patrícia Regina Teles de Ávila 31

Custo Unitário do 3º período:

$5.278.000, / 20.300 unidades = $260 / unidade

Produção Acabada no 3º período: 20.700 unidades, sendo:

2.000 unidades anteriores, já tendo recebido no 2º período um total de $252.000,

Mais o necessário ao seu término no 3º de: 2.000 uni. X ½ X $260,/unid. $260.000,

$512.000,

18.700 novas: 18.700 unidades X $260/unidade $4.862.000,

Total Produção Acabada: $5.374.000,

Produção em andamento no final: 1.800 unidades X 1/ 3 X $260, $156.000,

Bibliografia:

- MARTINS, Elizeu. Contabilidade de Custos . SP: Atlas, 9ª ed.

- IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Custos . SP: Atlas, 1988.

- LEONE, George Sebastião G. Curso de Contabilidade de Custos . SP: Atlas, 1ª ed.

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Faculdade de Administração Milton Campos Curso Ciências Contábeis

Disciplina: Contabilidade de Custos

Mestre: Patrícia Regina Teles de Ávila 32

• NOTAS SOBRE A PROFESSORA:

FORMAÇÃO :

• Mestre em Administração Financeira – Faculdades Integradas Dr. Pedro Leopoldo

• Pós-Graduada em Controladoria, Auditoria e Tributos pela Fundação Getúlio Vargas

• Pós-graduanda em Contabilidade Pública e Responsabilidade Social pela Faculdade de Curitiba

– UNINTER. Conclusão: Dezembro/2012.

• Graduada em Ciências Contábeis pelo Unicentro Newton Paiva

PRINCIPAIS ATIVIDADES PROFISSIONAIS:

• Professora das disciplinas: Contabilidade de Custos, Análise de Custos, Perícia Contábil e

Contabilidade e Sustentabilidade Ambiental no Curso de Ciências Contáveis da Faculdade de

Administração Milton Campos, desde 2007.

• Professora das disciplinas: Perícia Contábil, Teoria Contábil, Gestão da Administração e

Contabilidade Pública no Curso de Ciências Contábeis das Faculdades Metodistas Izabela

Hendrix, desde 2009.

• Coordenadora Contábil na Superintendência Central de Contadoria Geral da Secretaria de

Estado da Fazenda, atuando no Projeto de Implantação das Normas de Contabilidade

Aplicadas ao Setor Público na Contabilidade do Estado de MG, desde 2011.

• Assessora de Controle Interno do Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto no ano de

2011.

• Professora das disciplinas: Contabilidade de Custos e Análise das Demonstrações Contábeis

no Curso de Ciências Contábeis da Faculdade FABRAI/Anhanguera, no período de 2007 a

2009.

• Professora das disciplinas: Contabilidade Geral, Contabilidade Industrial, Perícia Contábil e

Auditoria Contábil na Universidade Federal de Viçosa, no período de 2004 a 2005.

• Professora das disciplinas: Contabilidade Introdutória, Administração Financeira I e II na

Faculdade de Viçosa, no período de 2003 a 2005.

• Perita Contadora Judicial.

• Consultora associada da ALL Treinamentos.

• Gerente administrativo, contábil e financeiro na Sociedade de Investigações Florestais, em

Viçosa/MG, no período de 2003 a 2005.

• Gerente administrativo financeiro na ASIFLOR – Associação das Siderúrgicas para Fomento

Florestal, no período de 2005 a 2009.