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NOGUEIRA LEITE O porto passa bem sem a Alta Velocidade JOSÉ LUÍS CACHO Zona Franca de Aveiro arranca em 2 ou 3 anos VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PT Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 1720, de 29 de Marçode 2010, e não pode ser vendido separadamente n + negócios mais. edição especial A ligação à rede ferroviária nacional e à plataforma logística de Cacia, este fim-de-semana inaugurada, alarga a área de influência do porto além fronteiras, à região espanhola de Castela-Leão. A Zona Franca será o próximo passo Depois da ferrovia, porto de Aveiro aposta em Zona Franca Paulo Duarte

Especial Porto de Aveiro - Jornal de Negócios, 29.03.2010

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Suplemento do “Jornal de Negócios” dedicado ao Porto de Aveiro e publicado no âmbito da inauguração, a 27.03.2010, do Ramal Ferroviário do Porto de Aveiro. 29 de Março de 2010.

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N O G U E I RA LE I TEO porto passa bemsem a Alta Velocidade

J O S É LU ÍS CACH OZona Franca de Aveiroarranca em 2 ou 3 anos

VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PTEste suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 1720,de 29 de Marçode 2010, e não pode ser vendido separadamente

n+negócios mais.edição especial

A ligação à rede ferroviária nacional e à plataforma logística deCacia, este fim-de-semana inaugurada, alarga a área de influênciado porto além fronteiras, à região espanhola de Castela-Leão.A Zona Franca será o próximo passo

Depois da ferrovia,porto de Aveiro apostaem Zona Franca

Paulo Duarte

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Especial Porto de Aveiro

Aligação ferroviária, que a partirdestasemanaentraemfunciona-mento,multiplicaacapacidadedeatracção do porto de Aveiro, per-mitindooalargamentodohinter-land portuário à região espanho-la de Castela e Leão. O porto deAveiroéainfra-estruturaportuá-riamais próximade Salamancaeficaagoraligadoàredeferroviárianacional, através das linhas doNorteedaBeiraAlta,comligaçãoàfronteiradeVilarFormoso.Estaligaçãopermitirátambémarticu-larospóloslogísticosdazonapor-tuáriaedeCacia,garantindooau-mento da movimentação de car-gas porviaferroviária.

Os250milhõesdeeurosdein-vestimentos públicos e privadosrealizados nos últimos anos noporto, transformam Aveiro naprincipalportamarítimadoCen-tro, implantado numdistrito queé, ele próprio, o terceiro pólo in-dustrialdoPaís,sósuplantadoporLisboae Porto.

Aregião de Aveiro, é o coraçãode indústrias como o calçado, acortiça, acerâmica, apastade pa-pel, a a petroquímica, tendo ain-daumpesorelevantenaprodução

de cimento, pasta para papel ecomponentes automóveis e pro-dutosagro-alimentares. Sectorescomforte cariz exportador, e queagorapassamabeneficiardecus-tosmaisbaixosemelhoresacces-sibilidadesparaassuasoperaçõeslogísticas e de transporte.

Aveiro quer também afirmar-separaalémdoslimitesfronteiri-ços,aspirandoàatrairasatençõesda região espanhola de Castela-Leão,cujosprincipaispólosindus-triais são Valladolid e Salamanca.No final dasemanapassada, umadelegação encabeçadapelosecre-tário de Estado dos Transportes,Correia da Fonseca, esteve emValladolid a promover os portosportugueses e aapresentaras no-vas facilidades que se abrem emAveirocomaligaçãoferroviária.

Concluídooprojectodaligaçãoferroviária, a ambição passa ago-rapelacriação dazonafrancain-dustrial, que o próprio presiden-tedoPortodeAveirocalendarizapara os próximos dois ou trêsanos.JoséLuísCachogarantequeo projecto játemaaprovação po-lítica do Governo e está prontoparaavançar.

II | Suplemento | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

A zona franca estánas orientaçõesestratégicas e já foiaprovada. Deveráarrancar dentro dedois ou três anos.JOSÉ LUÍS CACHOPresidente do Porto de Aveiro

Ligação ferroviáriaé importante, poishoje em dia épouco concebívelum porto de Marsem ela.JOSÉ LUÍS CACHOPresidente do Porto de Aveiro

Ficamos bem sema Alta Velocidade.Precisamos demais alternativas enão de alternativasa mais.ANTÓNIO NOGUEIRA LEITEPresidente da Comunidade Portuária

> Em 2015, o porto terá umacapacidade de carga instaladade 8,5 milhões de toneladase duplicará os negócios.

Paulo Duarte

I N F RA-ESTRU TU RAS

Porto deAveiro alargahorizontescom a ligaçãoferroviária

A ligação à rede ferroviária nacionale à plataforma logística de Caciapotencia a importância do porto

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Especial Porto de Aveiro

ÁLVARO DE MENDONÇ[email protected]

Aregião de Aveiro é abase de al-gumasdasmaioresempresasex-portadoras portuguesas, mar-cando presença muito forte nossectores da pasta e do papel, doscomponentes para automóveis,dacortiça, cerâmica, metalurgiae das indústria alimentar e daspescas.

Herança do projecto, que nosanos oitenta levou para a regiãouma unidade de montagem deveículosdaRenault,ogrupofran-cês mantém operacional na re-gião umafábrica, emCacia, ondeproduz e exporta caixas de velo-cidades e bombas de óleo paramodelos montados noutros paí-ses daEuropa. ApresençadaRe-naultacaboupor resultarnacria-ção de cluster automóvel muitoforte no distrito, com uma fortecomponenteexportadora,sobre-tudoparaasfábricasautomóveisde Espanha. A Yazaki Saltano,umajointventure dos japonesesda Yazaki com o grupo SalvadorCaetano, produz componenteseléctricos para veículos a partirde Ovar. Não muito longe, estãoasunidadesdaBoshElectrónica,daSimoldes (moldes paraplásti-co) e da Faureccia, que fabricabancos para automóveis, entreoutras.

Aveiro é também a base dosmaiores grupos cerâmicos e deloiças sanitárias do país, desde aCinca e Revigrés, à Vista AlegraAtlantis, Pavigrés, Sanitana e àAleluia Cerâmicas, criada em2006 por fusão de várias empre-sas do sector. As cozinhas Tekaeas torneiras Grohe também sãoproduzidasnodistrito,bemcomoos esquentadores daVulcano.ANestlé tem no distrito de Avei-roumafábricadeflocosdecereaispara exportação e um dos seus

principaiscentrosdedistribuição.EmOliveiradeAzeméisimperaaProleite,acooperativadosprodu-toresdeleiteelacticíniosdoCen-tro,maisconhecidapelasuamar-ca Mimosa. No próprio porto deAveiro, estão sedeadas algumasdas maiores empresas de trans-formaçãoevendadepeixeebaca-lhaudo país.

No pólo industrial de Estarre-ja,estãoalgumasdasmaisimpor-tantesempresasquímicasdopaís,entre as quais a Cires, a CUF e aDowChemical.EmValedeCam-bra estão a empresa de embala-gensColepeaFerpinta.EmOvarestáaF.Ramada.UmpoucoaSul,naFigueiradaFoz,está aCelbi,oeemCacia,juntoaEstarreja,estáa rivalPortucel.

Aveiro é ainda o coração dogrupo corticeiro Amorim, quetem espalhadas pelo distrito aAmtoim & Irmão, a CorticeiraAmorimeaAmorimRevestimen-tos.Nofilãoflorestal,háaindaquecontarcom aVicaima. E se SantaMariadaFeirapode serconside-radaacapitaldacortiçaportugue-sa, a vizinha vila de São João daMadeira domina a indústria docalçado.

O coração industrial da Região CentroDos componentesauto à cortiça e à pastade papel, o distritode Aveiro é um dosmotores dasexportações nacionais

DI STRI TO DE AVEI RO

Paulo Duarte

AVEIRO É O TERCEIRO PÓLO EMPRESARIAL DO PAÍS As 1000 maiores por distrito

Empresas VolumedeNegócios Resultadoslíquidos EmpregadosDistrito(s) Total Peso milhões€ Peso milhões€ Peso Número Peso

Lisboa 407 40,70% 66.831 64,60% 28.717 70,70% 188.342 56,40%Porto 201 20,10% 17.730 17,10% 4.376 10,80% 64.598 19,40%Aveiro 94 9,40% 4.080 3,90% 2.143 5,30% 20.651 6,20%Braga 66 6,60% 3.312 3,20% 1.258 3,10% 17.652 5,30%Leiria 36 3,60% 1.203 1,20% 589 1,40% 5.536 1,70%Setúbal 36 3,60% 2.808 2,70% 1.071 2,60% 5.882 1,80%Coimbra 29 2,90% 1.987 1,90% 1.446 3,60% 4.950 1,50%Santarém 24 2,40% 812 0,80% 181 0,40% 3.357 1,00%Viseu 22 2,20% 1.198 1,20% 458 1,10% 5895 1,80%PontaDelgada 17 1,70% 795 0,80% 304 0,70% 4.324 1,30%Faro 16 1,60% 437 0,40% 271 0,70% 1.961 0,60%Funchal 14 1,40% 701 0,70% -1.212 -3,00% 3.874 1,20%CasteloBranco 7 0,70% 141 0,10% 24 0,10% 1.249 0,40%Guarda 7 0,70% 176 0,20% 28 0,10% 609 0,20%Portalegre 7 0,70% 467 0,50% 420 1,00% 1.391 0,40%VianadoCastelo 7 0,70% 294 0,30% -56 -0,10% 743 0,20%Beja 3 0,30% 320 0,30% 752 1,90% 1.069 0,30%Évora 2 0,20% 29 0,00% 3 0,00% 135 0,00%VilaReal 2 0,20% 72 0,10% -165 -0,40% 1.071 0,30%AngradoHeroísmo 2 0,20% 100 0,10% 12 0,00% 227 0,10%Horta 1 0,10% 10 0,00% 14 0,00% 173 0,10%TOTAL 1.000 100,00% 103.503 100,00% 40.633 100,00% 333.689 100,00%

Fonte: As 1000 Maiores Empresas

dos lucros registados em 2008pelas 1000 maiores empresasque operam em Portugal foramgerados no distrito de Aveiro.

3,9%

com mais de 20 miltrabalhadortes em 94empresas, Aveiro vale 6,2%do emprego das 1000 maiores.

6,2%

O distrito de Aveiro acolhe quase 10% das empresas portuguesa. Em 2008, contava com 94 das 1000 maiores empresas, compredominância nos sectores do calçado, cerâmica, cortiça, componentes auto e pasta e papel.

IV | Suplemento | Jornal de Negócios | Segunda-Feira-Feira, 29 de Março de 2010

> Nos últimos anos, CUF-Químicos Industriais,Dow Portugal e Air Liquide investiram 250milhões de euros no pólo industrial de Estarreja,para duplicarem as suas capacidades de produção.

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.32 | Refer | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

J OSÉ LU ÍS CACH O, PRESI DEN TE DO PORTO DE AVEI RO

Especial Porto de Aveiro

> Não conseguimos competircom os cruzeiros de Leixõesou de Lisboa, mas podemosreceber navios de 100/200passageiros.

VI | Suplemento | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

JAIME LUÍS

QuemconheceAveiroeoportodemarqueacompanhaaorlacostei-radacidadetendealembrar-sedapesca e da indústria conserveira,que acompanhava a faina. Mashojejánãoéassim.Osmilhõesin-vestidos nas zonas de acostagem,desembarqueearmazenagem,es-tão já a dar os primeiros frutos,agoraquesecumpremdezanosderemodelaçãointensiva.Osrespon-sáveis falam de um “porto novo”,que emerge após 50 anos de com-bate contra o mar. Anova ligaçãoferroviária à plataforma logísticamultimodal de Cacia é exemplodissoeazonafrancaqueseprepa-ra será a continuação do sucessoesperado.

O novo ramal ferroviário doporto de Aveiro, que asseguraali-gação à plataforma de Cacia pro-mete fazertodaadiferençaparaanovavidadeumporto,queanseiapor se tornar porta atlântica deumavastaregião, que vai dacostaportuguesa até às zonas agro-in-dustriaisdeSalamancaeVallado-lid, no coração da província espa-nholade Castelae Leão

O homem que responde pelorenascimento do porto de Aveiro– melhor seriadizer, um segundoparto – é José Luís Cacho, enge-nheirocivilde50anos,quehádezabraçouacausadosportosdemar,como parcelaindissociável daex-pansão do País emtermos econó-micos.

‘O ramal faz parte da segundafase de expansão, mas é um passoimportante, pois hoje em dia époucoconcebívelumportodemarsem uma ligação ferroviária” ex-plicaopresidentedoporto.Depoisdaconclusãodaobra,emfinaisde2009, de obtidos os certificadosdevidos e de efectuados os movi-mentosatítuloexperimental,ora-mal,quecustou72milhõesdeeu-ros, está pronto a reunir grandescargas. Aprimeirafoiacirculação

de 20 vagões, com 220 metros decomprimento, 740 toneladas depesobruto,quetransportoupastade papel da fábrica Celtejo, da Al-tri,apartirdeVilaVelhadeRódão,destinados àexportação.

Mas não é só pela ferrovia queoportodeAveirocontaexpandir-separaumespaçogeográficoque,estrategicamente,consideranatu-ral.Nosúltimosanos,oportocon-tabilizou 150 milhões de investi-mentos público e quase 100 mi-lhõesdeprojectosprivados.“Enospróximos dois ou três anos aindafaltapôrnochãomais30ou40mi-lhões”,asseguraaoNegócios,JoséLuís Cacho.

Longe de uma visão pessimis-ta, o presidente da porto de Avei-ro não condenaadecisão de adiara ligação de Alta Velocidade a Es-panha.“Estamospreparadosparaabitolaeuropeia, mas parajáusa-mos a linha da Beira Alta e nestemomento já despachamos 200 a300 milhões de toneladas de car-ga para o país vizinho”, afirma, oque confere com cinco a dez porcentodototaldotrânsitodoportoque comanda. Umitemque espe-ravercrescerno futuro próximo.

Comumtráfegode3,5 milhõesde toneladas, e com um cresci-mento de 40% no último ano, oporto de Aveiro não receia a con-corrência vizinha. “Sabemos quenão podemos competir com oscruzeirosdeLeixõesoudeLisboa,masjátemostidopequenosnaviosque nos procuram”, afirma JoséLuís Cacho. “Não temos ambiçãodeatrairgrandescruzeiros,sóna-viosde100/200pessoas,maisvo-cacionados para o turismo cultu-ral”, avança.

Aapostavaimaisparaomanu-seamento de produtos agro-ali-mentares, uma área “onde têmsido efectuados grandes investi-mentosaoníveldearmazenagem”paraalémdo aproveitamento dascargas químicas, que têm por

“A zona franca será uma garantiado nosso sucesso no futuro”O porto quer ser a porta atlântica de uma vasta região que vai de Aveiro a Salamanca

Paulo Duarte

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.Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010 | Refer | 33Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010 | Suplemento | VII

> Com de 3,5 milhõesde toneladas de tráfego,o movimento no portode Aveiro cresceu40% no último ano.

rumo o desenvolvimento do póloquímicodeEstarrejaouosnovosin-vestimentos daGalp naregião”.

Váriosdosprojectos,quenoPla-no Estratégico de 2005 não passa-vamdopapel,estãojáresolvidosouem execução avançada. Aarmaze-nagem coberta, apontada comoumadeficiêncianodeve-e-haverdoestudo então encomendado, estáagerar os seus frutos, tendo já sidoacumuladouminvestimentopriva-do de cinco milhões de euros. Aes-trutura de radares VTS é tambémumarealidade desde 2009.

MasoportodeAveiroestáaindalongedacompetitividadequealme-ja. Por isso mesmo, dos barcos de140metroseoitodecalado(apartedonavioqueficadebaixodeágua]),

quepermitiaaquiháunsanos,pas-sou já aos 160 metros e aos nove,respectivamente, garante o presi-dente, que não duvidaque no futu-ro chegaráaos 180 metros de com-primentocom10metrosdecalado.

Zona Franca em três anosMaisqueemanseio–ejáaprovadopelo poder político – está a novazona franca no porto de Aveiro.“Neste momento depende só denós”, afirma José Luís Cacho , quepromete o arranque do projecto“dentrodedoisoutrêsanos”.Azonafranca“estánasnossasorientaçõesestratégicasenoprojectodedesen-volvimento”.

Projectos como a dragagem daenseada, que permitiráumamaior

segurançamarítima,ouaaquisiçãodascertificaçõesambientaisparaaexpansãofísicadeumaestruturain-serida numa área de excepção–“queremos cumprir com tudo oque é devido”, diz José Luís Cacho– , são outras das preocupações ac-tuaisdaadministraçãodoprincipalporto do centro do País.

Apesardedescrever2009como“um ano difícil”, não só pelas vicis-situdestransversaisatodaaindús-triamastambémpeloproblemasla-boraisocorridoslocalmente(grevedos estivadores em pleno mês deAgosto,porexemplo),JoséLuísCa-cho avança com uma gestão finan-ceira equilibrada, que permitiu fa-zer face a uma receita que rondouos 15 milhões de euros.

A zona francaestá nas nossasorientaçõesestratégias ejá foi aprovada,O arranque doprojecto em doisou três anos sódepende de nós.

A dragagemda enseada,que garantirámaior segurançae a obtençãodas certificaçõesambientais,são os próximosobjectivos.

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.34 | Refer | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

AN TÓN I O N OG U EI RA LEI TE

“Porto deAveiro passabem sem a AltaVelocidade”

Especial Porto de Aveiro

> O ramal tem início na Plataforma Multimodalde Cacia, junto ao km 276,4 da Linha do Nortee termina num feixe distribuidor, junto ao portode Aveiro, com ligações aos terminais portuários.

Presidente da Comunidade Portuáriaafirma que o porto precisa de maisalternativas e não de alternativas a mais

JAIME LUÍS

Aadministração do Porto de Avei-ro esteve na semana passada emValladolid para uma acção de sen-sibilização e marketing, no sentidode convencer as indústrias locais ausaremoportoportuguês,agorali-gado aSalamancaporviaférrea.

Trata-se de pôr em prática a es-tratégiade alargamento do hinter-landconcebidapelaestruturadirec-tivadoportodeAveiro,quenãoen-tende o modelo de negócio criadonos últimos anos sem a participa-ção efectiva de Castela-Leão, a re-gião espanhola que mais pode be-neficiar das novas facilidades cria-das nacapitaldaRia.

Esta é apenas mais uma dasdémarches da administração doPorto de Aveiro, no sentido de ren-tabilizarumainfra-estruturaonde,nos últimos dez anos, foram injec-tadoscercade150milhõesdeeurosde investimentos públicos e priva-dos.

Comooutrosportosnacionais,odeAveiromantémumaComunida-de Portuária com uma associaçãodotada de direcção executiva, eonde estão representadas Autar-quias e agremiações empresariais,bemcomo aUniversidade local.

O presidente da ComunidadePortuária de Aveiro é António No-gueiraLeite,queéadministradordaCUF,umadasempresaslocalizadasno complexo petroquímico de Es-tarrejaequemaisbeneficiacomno-

vas facilidades do porto.Nogueira Leite não poupa elo-

gios aos desenvolvimentos do Por-to de Aveiro. “Tem feito melhoriasna condição de navegabilidade naentradadabarraenaarmazenagemde granéis líquidos”, afirma, real-çandoa“posiçãoestratégicadapla-taformadeCaciaeaabsolutaessen-cialidade do novo ramal ferroviá-rio”. No negócio que representa, aindústria química, Nogueira Leitelembra que “não seria totalmenteevidentecontinuarainvestiremEs-tarreja, se o Porto de Aveiro não semodernizasse”. Os preços compe-titivosdetransportesãoimportan-tes, explica.

Bate palmas às acessibilidadesrodo-ferroviárias existentes e nãoteme o adiamento da rede de altavelocidadeoudasnovasauto-estra-das.“AlinhadaBeiraAltaserveper-feitamente os nossos interesses.Aliás, os consultores do Governoperguntaram-nosseaaltavelocida-de seria essencial e nós dissemosque não”, refere. “Precisamos demais alternativas, não precisamosde alternativas amais”, conclui.

PORTO DE AVEIRO LIGADOA ligação ferroviária ao porto de Aveiro era um investimento prioritário das orientações estratégicas para osector ferroviário, aprovadas pelo governo em 2006, O Projecto integra a Plataforma Multimodal de Cacia e oramal de ligação da Linha do Norte ao porto e representou um investimento total de 85 milhões de euros, dosquais 73 milhões para a ligação ferroviária e os restantes 12 milhões para a plataforma de Cacia. Em ambos oscasos o investimento foi comparticipado a 65% pela União Europeia, através do FEDER, o Fundo Europeu deDesenvolvimento Regional.

VIII | Suplemento | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

Nogueira Leiteelogia amelhoria dascondições denavegabilidadena entrada dabarra do porto.

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.Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010 | Refer | 35

APlataformaMultimodal de Caciaé aprimeiro dos projectos do PlanoPortugalLogísticoaentraremope-ração emtodas as suas cambiantes.Orçadaem12,6milhõesdeeuros,vaiservir de ponto de ligação do PortodeAveirocomalinhaferroviáriana-cionale comas infra-estruturas ro-doviárias circundantes, nomeada-mente a A25, em direcção a VilarFormoso e àfronteiraespanhola, eaA1,queligaLisboaaoPorto.

O alargamento natural do hin-terlanddoPortodeAveiroatéàsre-giões de Castela e Leão, em Espa-nha,éumdosobjectivosdoprojec-to. Na semana passada, a Comuni-dadePortuáriadeAveiroesteveemValladolid,parasensibilizarpoten-ciais clientes espanhóis.

A CP Carga deverá ser um dosprincipais operadores da platafor-ma. O crescimento anual previstopara os próximos exercícios é de25%, duplicando o movimento dequatro emquatro anos.

Antes mesmo da nova ligaçãoferroviáriaaoPortodeAveiroestarconcluída, aPlataformade Caciajátinha várias operacionalidades emmarcha, mas o investimento queembrevedeveráatingiravelocida-dedecruzeiro–ecujainauguraçãoformalfoiefectuadanopassadodia4 de Março – é de molde a torná-laumverdadeiro pólo de desenvolvi-mento paraaregião.

Plataforma ocupa 9,8 hectaresOcontratodeconcessãoàReferfoicelebradoemAbrilde2009,sendoquearesponsabilidadedainfra-es-truturaficou com o Porto de Avei-ro. O desenho do terminal inter-modalcontemplouumfeixe de re-cepção/expedição de comboios eum de linhas de carga/descarga.Tendo como interfaces o ramal doportodeAveiroeaLinhadoNorte,a plataforma de Cacia ocupa umaárea de 9,8 hectares, dos quais 6,3destinadosàfixaçãodeactividadeslogísticas e à realização das opera-ções ferroviárias adstritas.

De acordo com informação a-vançadapelaadministraçãodoPor-todeAveiro,prevê-separaaspróxi-massemanasaoperaçãodeumcom-

boiodiárioentreCaciaeAveiro. Estáaindaprevistaainstalação no localde a operadores logísticos envolvi-dos na actividade marítima e tam-bém o transporte a cargo de gran-des indústrias que normalmenteutilizam a ferrovia, como foi já ocaso daAltri (pastade papel) ou daCimpor(cimento). AGalp,comins-talaçõesnaregião,tambémdeverábeneficiardanovainfra-estrutura,bemcomooutrasindústrias,comoas empresas químicas instaladasem Estarreja.

> No início de Março, circulou no novo ramala primeira composição. Com 20 vagõese 220 metros de comprimento, transportoupasta de papel da Celtejo destinada a Itália.

Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010 | Suplemento | IX

Região Centro à conquistade Leão e Castela

crescimento anual previstono tráfego, duplicandoos movimentos de carganos próximos quatro anos.

25%Área em hectares destinadaà fixação de actividades logísticase à realização das operaçõesferroviárias adstritas.

6,3

Pub

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36 | Refer | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

Quando, hácercade três anos, foiapresentado o Plano Nacional dePlataformasLogísticas,opanoramadaactividade emPortugal, se com-parado como daEuropa, eradeso-lador.Marcadapeladispersãoepe-losaltoscustosdecapacidadeinsta-lada,alogísticaestavadeverasatra-sadaem relação aos nossos princi-paisparceiroscomerciais.

Foi precisamente o esbaterdasbarreirasproteccionistasàcircula-ção de bens, acentuando um am-bientedecomércioglobalealocali-zaçãodasunidadesprodutivasnumespaçogeográficocadavezmaisam-plo,quedeterminouaapresentaçãodo plano do Portugal Logístico.Numcontextodeintensacompeti-ção e pressão sobre as margens decomercialização, a actividade detransporte e armazenagemganha-vaparticularimportância,namedi-daem que, fazendo parte daestru-turade custos e dacadeiade valordosbens,seriaumelemento-chaveparasempreacompetitividade.

OpróprioPlanoexplicavajáara-

zãodeserdainversãodetendênciaquesequeriaintroduziremPortu-gal. Questões macro económicas,como acrescente globalização dosfluxosdemercadoriaseoacentuardaespecialização dos mercados deprodução, provocavam o aumentodas distâncias percorridas pelasmercadorias, potenciando o trans-porte de grandes quantidades deprodutos semi-acabados por viamarítimaatécentroslogísticospró-ximosdosmercadosdeconsumo.

Logísticapesa5% dos custosAsituaçãodeinfra-estruturalogís-ticaemPortugaleradeficitária.Ten-do em atenção que o custo do pro-cesso logístico, nasuaglobalidade,chegaaatingiros15%doscustosdeprodução, nomeadamente nas pe-quenas e médias empresas, torna-va-se notório que o cenário de de-sarticulaçãoedesordenamentopo-deriapôrem causaaprópriacapa-cidadecompetitivadosectorindus-trialportuguês.

Se no apoio ao consumo alogís-

ticaemPortugalvinhademonstran-doumapreciávelgraudedesenvol-vimento–comdestaqueparaases-truturasdedistribuiçãocriadaspe-lasredesdemédiasegrandessuper-fícies comerciais – o subsistemadeapoio à produção demonstrava, àépoca de apresentação do Plano,grandes debilidades, em claracon-tradição com o que se passava naEuropacomunitária. De destacar

que em Espanhaexistiam cercadeduasdezenasdeplataformasdotipoenunciado,enquantoquedoladodecádafronteiraexistiaapenasuma.

Osriscosassociadosàcontinui-dade deste estado de coisas eramgrandes. E não só se consubstan-ciavamnumaperdade competiti-vidade,mastambémnainadequa-dautilizaçãoerentabilizaçãodaca-pacidade portuáriae ferroviáriajáinstalada ou em projecto avança-do de construção e remodelação.AsvantagenscompetitivasdePor-tugal poderiam estar a ser desba-ratadas,nãoaproveitandoalocali-zação geoestratégica do país emtermosdecomunicaçõesintercon-tinentais atlânticas.

Novarede terá11 plataformasAnovarede de plataformas logísti-cas, entretanto apresentada, prevêum investimento de 1,038 mil mi-lhõesdeeuros,dosquais131milhõessãorelativosaacessibilidades.Esti-ma-sequearedefiqueoperacional,emvelocidadedecruzeiro,até2015.

OPlanoPortugalLogísticoprevêaconstrução de plataformas urba-nas nacionais, de grande oumédiadimensão,quesedeverãosituaremzonasperiféricasàsduasprincipaisáreas metropolitanas, de Lisboa ePorto.A redeintegraráaindaplata-formas portuárias, em número dequatro, que se situarão nas imedia-ções dos portos de Leixões, Aveiro,LisboaeSines,sendoqualquerumadelas poli-nucleada. Haveráaindaplataformastransfonteiriças, juntoaeixos estratégicos dos principaisfluxosdetráfegoparaoexterior,emValença,Chaves,GuardaeElvas.Fi-nalmente, existiráumaplataformaregionalemTunes,noAlgarve,quepretendeserviraregião.

Atodas estas plataformas, jun-tar-seaindaosCentrosdeCargaAé-rea,nasimediaçõesdosactuaisdoisprincipais aeroportos do País, nãoesquecendo a eventualidade daconstrução do novo Aeroporto deLisboa.

Portugal Logístico prevê redenacional com 11 plataformas

Especial Porto de Aveiro

E STRATÉ G I A

VI | Empreendedorismo | Jornal de Negócios | Terça-Feira, 14 de Julho de 2010

> A Plataforma de Cacia foiinaugurada a 20 de Fevereiro,num investimento públicode 12,1 milhões de euros.

I D E I AS - CH AVE

PLATAFORMA DO POCEIRÃO(LISBOA-SUL)Em Outubro foi emitida a declaraçãode impacto ambiental. A construçãodeverá ter início ainda este ano.As primeiras empresas iniciarãoa operação no primeiro semestrede 2012. Esta plataforma tem comopromotor a Logz e implicará uminvestimento de 307 milhões de euros.

PLATAFORMA DE CASTANHEIRADO RIBATEJO (LISBOA NORTE)Está em curso o processo de infra--estruturação da plataforma,que tem como promotor a Abertis.

PÓLO LOGÍSTICO DA BOBADELATem como promotor a CP e já seencontra em exploração. Implicou uminvestimento de 19 milhões de euros.

PLATAFORMA DE LEIXÕESJá foram emitidas as declaraçõesde impacte ambiental favoráveis aosPólos 1 e 2 e lançado o processo deconcurso para a concessão. O prazode entrega das propostas foirecentemente adiado por um mêse meio, a pedido dos concorrentes. Éum projecto de 118 milhões de euros.

PLATAFORMA DE AVEIRONo pólo portuário, as obras dasacessibilidades rodoviárias e do ramalferroviário estão concluídas. O pólode Cacia já está em exploração, porcontrato de concessão entre a REFERe a Administração do Porto de Aveiro.Investimento de 72,7 milhões.

PLATAFORMA DE SINESO pólo A já se encontra concluído.Investimento de 65 milhões de euros.

Neste momento estão em cursoou concluídos seis dos projectosprevistos na rede prevista no PlanoNacional de Plataformas Logísticas.

X | Suplemento | Jornal de Negócios | Segunda-Feira, 29 de Março de 2010

Paulo Duarte

Plano contempla um investimento total superior a mil milhões de euros

O processologístico, na suaglobalidade,chega a valer15% dos custosde produçãodas empresas.

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