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Na edição de Setembro de 2010 do Relatório Mensal de Economia, o destaque vai para as contas nacionais relativas ao segundo trimestre de 2010, onde se realça, pela positiva, o bom comportamento das exportações e, pela negativa, o pior desempenho do investimento. No que respeita à execução orçamental, os números mostram que a despesa primária está a aumentar bastante acima do previsto. Os preços acusam já a subida das taxas do IVA, mas há sinais de que este impacto foi parcialmente absorvido pelo lado da oferta.
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Edição da Associação Empresarial de Portugal
Junho 2010 N.180
Setembro 2010 N.182
1
S U M Á R I O
DESTAQUE ...................................................................... 2
ECONOMIA INTERNACIONAL 1. União Europeia / Zona do Euro ................................................................................ 5
2. Estados Unidos da América .............................................................................. 12
3. Japão .............................................................................. 16
4. Mercados e Organizações Internacionais .............................................................................. 18
ECONOMIA NACIONAL
1. Envolvente Política, Social e Económica .............................................................................. 27
2. Economia Monetária e Financeira .............................................................................. 40
3. Economia Real .............................................................................. 43
FICHA TÉCNICA
Propriedade
AEP - Associação Empresarial
de Portugal
Edifício de Serviços
Av. Dr. António Macedo
4450-617 LEÇA DA PALMEIRA
Director
José António Barros
Edição
AEP/ Gabinete de Estudos
Redacção
AEP/ Gabinete de Estudos
António Queiroz Menezes
Maria do Céu Filipe
Maria de Lurdes Fonseca
Nuno Torres
Pedro Capucho
Sede de Redacção
AEP - Associação Empresarial
de Portugal
Edifício de Serviços
Av. Dr. António Macedo
4450-617 LEÇA DA PALMEIRA
NIPC 500971315
Publicidade
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de Portugal
Telef.: 22 998 1500
Design Gráfico
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Periodicidade
Mensal
ISSN: 0871-9365
Depósito Legal
N.o 28804
Registo no ICS: 117830
É autorizada a reprodução dos
trabalhos publicados, desde
que
citada a fonte e informada
a direcção da revista.
2 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
D E S T A Q U E
Economia Internacional
O Conselho Ecofin acordou no início de Setembro em novos procedimentos,
seguindo um novo calendário – o semestre europeu – para a implementação do
Pacto de Estabilidade e Crescimento. (pág. 5)
O Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a acordo sobre as grandes linhas da
reforma do quadro europeu de supervisão do sistema financeiro. (pág. 5)
(…) o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que irá prolongar, pelo menos até ao
final do ano, a sua política de concessão de empréstimos ilimitados a taxa fixa (…)
(pág. 6)
A Comissão Europeia publicou uma previsão intermédia para a evolução da
economia europeia que revê em alta as perspectivas para 2010 (…) (pág. 8)
(…) o último relatório de conjuntura da Reserva Federal (…) reportou um crescimento
modesto da actividade económica na generalidade dos distritos federais e sinais de
abrandamento generalizado (…) (pág. 15)
Em Julho, o euro foi a moeda em destaque devido ao anúncio, sem grandes
surpresas, dos resultados dos testes de stress aos bancos europeus, o que (…)
conduziu a uma apreciação significativa nos principais câmbios (…) (pág. 18)
Os principais índices accionistas internacionais registaram uma recuperação
significativa em Julho (…). No entanto, o movimento inverteu-se em Agosto, devido
às preocupações com a dívida soberana do sul da Europa e aos sinais de
abrandamento da retoma económica global (…) (pág. 20)
Em Julho e Agosto, os preços das matérias-primas retomaram um movimento de
subida (…) (pág. 22)
3
Economia Nacional
(…) o Primeiro-Ministro reafirmou o objectivo de reduzir o défice orçamental de 9,4%
para 7,3% do PIB em 2010 e 4,6% em 2011. (pág. 27)
Embora a despesa total do Estado esteja a crescer em linha com o orçamentado, a
despesa primária está a aumentar bastante acima do previsto (…) (pág. 29)
O Conselho de Ministros de 26 de Agosto procedeu à aprovação final do diploma que
visa simplificar o regime de acesso e de exercício de diversas actividades
económicas, no âmbito da iniciativa “Licenciamento Zero”. (pág. 33)
Em 23 de Julho, foram publicados (…) os resultados dos testes de stress para os
quatro grupos bancários portugueses envolvidos no exercício (…) (pág. 38)
As taxas de juro do mercado monetário europeu registaram uma subida significativa
em Julho (…) O movimento (…) interrompeu-se em Agosto, acabando por se registar
uma descida pouco significativa no saldo do mês (…) (pág. 40)
Em Julho, o índice PSI-20 registou uma valorização de 4,3% (…) [e] subiu de forma
pouco significativa em Agosto (0,3%) (…) (pág. 42)
As contas nacionais relativas ao segundo trimestre de 2010 (…) revelam (…) um
crescimento homólogo do PIB (1,5%). (…) de realçar, pela positiva, o bom
comportamento das exportações (…) e, pela negativa, o pior desempenho da FBCF
que viu agravada a sua queda (…) (pág.43)
O índice de produção industrial evidenciou um abrandamento homólogo significativo
em Julho (…) (pág. 48)
Em Agosto de 2010, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) apresentou uma taxa
de variação homóloga de 1,9% (…) (pág. 53)
O indicador de competitividade-custo para a economia portuguesa (…) manteve-
se estável entre o terceiro trimestre de 2009 e o primeiro trimestre de 2010. (pág.
54)
4 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
5
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
1. União Europeia / Zona do Euro
1.1. Envolvente
O Conselho Ecofin acordou no início de Setembro em novos procedimentos,
seguindo um novo calendário – o semestre europeu – para a implementação do
Pacto de Estabilidade e Crescimento. Assim, a partir de 2011, no mês de Março, o
Conselho Europeu identificará os principais desafios económicos e dará orientações
estratégicas para as políticas a seguir. Os Estados-membros apresentarão, em Abril,
as suas estratégias orçamentais a médio prazo, bem como os programas nacionais
de reforma em áreas como o emprego e a inclusão social. Em Junho e Julho, o
Conselho Europeu e o Conselho de Ministros da UE avaliarão estes documentos, o
que permitirá que as respectivas recomendações sejam tidas em conta na formulação
dos Orçamentos para o ano seguinte.
Actualmente, cada país submete à Comissão Europeia os seus programas de
estabilidade e crescimento em Dezembro de cada ano, o que só permite à Comissão
Europeia e Conselho de Ministros dos Vinte e Sete pronunciarem-se entre Fevereiro
e Maio, quando os Orçamentos nacionais já estão em plena execução.
O Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a acordo sobre as grandes
linhas da reforma do quadro europeu de supervisão do sistema financeiro. Será
criado um Comité Europeu do Risco Sistémico que terá como objectivo identificar e
avaliar os potenciais riscos para a estabilidade financeira emitindo alertas e
recomendações. Ao nível da supervisão microprudencial serão criadas três
autoridades europeias, para os sectores bancário, segurador e de produtos e
mercados financeiros.
A Comissão Europeia tenciona atribuir quase 6,4 mil milhões de euros para o
investimento na investigação e na inovação. Este pacote de financiamento, o
maior de sempre, abrange toda uma série de matérias científicas, de domínios de
política pública e de sectores comerciais. As subvenções serão concedidas através
de convites à apresentação de propostas durante os próximos 14 meses, ao abrigo
do sétimo programa-quadro para a investigação e desenvolvimento tecnológico.
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E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
No discurso do estado da União, o presidente da Comissão, Durão Barroso,
anunciou que vai apresentar nos próximos meses propostas para proibir as
vendas a descoberto (naked short selling), as políticas de prémios
injustificados e introduzir uma taxa sobre as actividades financeiras.
1.2. Política Monetária
Indicadores monetários e financeiros – zona do euro
09: III 09: IV 10: I 10: II Abr-10 Mai-10 Jun-10 Jul-10 Ago-10
Agregado Monetário M3 (1)
2.50 -0.10 -0.20 0.00 -0.20 -0.20 0.00 0.10 -
Taxas de Juro Mercado Monetário
- taxa overnight 0.36 0.36 0.34 0.35 0.35 0.34 0.35 0.48 0.43
- Euribor a 3 meses 0.87 0.72 0.66 0.69 0.64 0.69 0.73 0.85 0.90
Yields Obrig. Estado a 10 anos (2)
3.69 3.67 3.54 3.14 3.40 3.00 3.03 3.01 2.48
Taxas de Juro Bancárias
- Depósitos a prazo até 1 ano 1.73 1.67 1.80 2.09 2.02 2.04 2.15 2.31 -
- Emprést. até 1 ano a empresas(3)
3.45 3.32 3.25 3.23 3.19 3.25 3.25 3.33 -
Fonte: Banco Central Europeu; valores médios do período, em percentagem; (1)
Taxa de variação homóloga em média móvel de três meses, em percentagem. Valores corrigidos de todas as
detenções de instrumentos negociáveis por agentes residentes fora da área do euro. (2)
Obrigações com notação AAA. (3)
Taxas de juro para empréstimos a taxa variável até 1 milhão de euros.
No início de Setembro, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que irá
prolongar, pelo menos até ao final do ano, a sua política de concessão de
empréstimos ilimitados a taxa fixa, cujo término estava previsto para Setembro,
admitindo implicitamente que o sistema financeiro europeu ainda não está
suficientemente restabelecido para prescindir deste apoio. Em particular, esta
notícia proporcionará bastante alívio aos bancos do sul da Europa,
nomeadamente os portugueses, particularmente dependentes desta fonte de
financiamento certa e barata, dadas às dificuldades de obtenção de crédito nos
mercados internacionais devido à crise financeira (mais concretamente devido ao
risco de dívida soberana, que se repercute depois à banca nos países atingidos).
Esta foi a principal novidade em termos de orientação de política monetária,
pois o BCE voltou a deixar as suas taxas de juro inalteradas (1%, no caso da
taxa aplicável às operações principais de refinanciamento, o mesmo valor desde 13
de Maio de 2009), considerando-as apropriadas em função das análises económica e
monetária regulares. Nestas, manteve a perspectiva de reduzidas pressões sobre
os preços e de continuação de uma retoma económica moderada (mas desigual
e talvez irregular), numa conjuntura ainda marcada pela incerteza. A análise
7
monetária confirma que as pressões inflacionistas permanecem contidas, como
sugerido pelo fraco crescimento do crédito e da moeda.
Sobre a evolução da actividade económica em particular, o BCE destacou o
forte crescimento da área do euro no segundo trimestre (subida real em cadeia
de 1% do PIB). Os dados prospectivos mais recentes apontam para uma
moderação do crescimento económico no segundo semestre, a nível europeu e
também mundial. Apesar de tudo, espera-se a continuação da retoma mundial,
favorecendo as exportações e a economia da área do euro, que será também
apoiada pela orientação monetária acomodatícia e pelas medidas para
restabelecer o funcionamento do sistema financeiro. Espera-se que estes
factores contrariem o ajustamento em curso dos balanços em vários sectores e
as perspectivas desfavoráveis para o mercado de trabalho. Estas considerações
encontram-se também reflectidas nas projecções mais recentes de especialistas do
Eurosistema (intervalo de variação do PIB de 1,4% a 1,8% em 2010 e de 0,5% a
2,3% em 2011, em termos reais).
No que se refere aos preços, os riscos apresentam um ligeiro enviesamento no
sentido ascendente relacionado sobretudo com a evolução dos preços
energéticos e das matérias-primas não energéticas.
Em termos de políticas orçamentais, o BCE voltou a defender um progresso,
tão rápido quanto possível, em termos de consolidação das contas públicas. Os
efeitos positivos sobre a confiança podem compensar a diminuição da procura
decorrente do processo de consolidação, se as estratégias de ajustamento
orçamental forem vistas como credíveis, ambiciosas e centradas na despesa.
As condições para estes efeitos positivos são particularmente propícias no actual
contexto de incerteza macroeconómica, segundo o BCE.
O BCE insistiu também na necessidade de reformas estruturais, em particular
nos países que anteriormente sofreram uma perda de competitividade ou que
registam défices orçamentais e externos elevados (como Portugal). As medidas
devem assegurar um processo de negociação salarial que permita um
ajustamento flexível e apropriado dos salários à situação do desemprego e às
perdas de competitividade. Reformas no sentido de reforçar o crescimento da
produtividade contribuiriam também para apoiar o processo de ajustamento
dessas economias.
Refira-se ainda que, a 5 de Agosto, o BCE reportou os resultados da primeira
reunião de acompanhamento do programa económico da Grécia, com
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E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
representações do BCE, da Comissão Europeia e do FMI, concluindo-se haver
um cumprimento integral das metas e um começo promissor.
1.3. Economia Real
A Comissão Europeia publicou uma previsão intermédia para a evolução da
economia europeia que revê em alta as perspectivas para 2010 divulgadas no seu
Boletim de Primavera. Segundo estes novos dados, o PIB da zona do euro deverá
aumentar 1,7% (contra as anteriores previsões de 0,9%) e o do conjunto dos 27
Estados-membros 1,8% (0,8% nas previsões da Primavera).
Apesar disso, a CE afirma que a recuperação continua frágil e que os mercados
financeiros ainda não recuperaram dos acontecimentos mais recentes
relacionados com os problemas da dívida soberana de alguns países membros.
Considera, no entanto, que parece estar afastado o risco de uma nova recessão, mas
que a recuperação será lenta nos dois últimos trimestres do ano.
A análise da informação divulgada deixa claro que a economia alemã é o
principal impulsionador desta revisão em alta, devendo crescer 3,4% em 2010
(1,2% nas anteriores previsões). Entre outros factores, as novas previsões assentam
na recuperação da produção industrial, da evolução positiva da confiança dos
consumidores e da redução dos yields da dívida pública dos maiores Estados-
membros. A CE considera, ainda, que a inflação subjacente está sob controlo, apesar
do consumo privado se estar expandir na zona do euro, prevendo uma taxa de
inflação de 1,4% nesta área e de 1,8% no conjunto da União.
Relativamente ao comércio externo, os dados do Eurostat apontam para um
excedente da balança comercial da zona do euro de 6,7 mil milhões de euros
em Julho (primeiras estimativas) um contra um excedente de 11,9 mil milhões
de euros em igual mês de 2009 e de 2,2 mil milhões em Junho (valores não
ajustados da sazonalidade). Estes números decorrem de uma queda de 0,6% nas
exportações, entre Junho e Julho, e de 1,5% nas importações (valores ajustados da
sazonalidade).
O conjunto da União Europeia apresentou em Julho um défice de 5,7 mil milhões de
euros na balança comercial contra um excedente de 0,5 mil milhões de euros em
Julho de 2009 e um défice de 9,7 mil milhões de euros em Junho de 2010 (valores
não ajustados da sazonalidade). Entre Junho e Julho, as exportações da UE subiram
0,3% e as importações diminuíram 1,1% (valores ajustados da sazonalidade).
9
Se os valores acima forem ajustados da sazonalidade, terá ocorrido um défice de
0,173 mil milhões de euros na zona do euro e de 12,4 mil milhões de euros no
conjunto da União, evoluções positivas relativamente ao mês de Junho.
Os dados de Setembro do Eurostat indicam estabilidade no desempenho industrial,
sem variação em termos mensais entre Junho e Julho tanto na zona do euro como no
conjunto da UE. Em termos homólogos, registou-se uma subida deste indicador
(7,1% na zona do euro e 6,8% no conjunto da União), no entanto, estes números
representam uma desaceleração em Junho e Julho relativamente aos meses
anteriores.
Da análise do desempenho dos agrupamentos de bens, destacam-se, pela positiva,
os bens de capital.
Produção Industrial na zona do euro
Fev-10 Mar-10 Abr-10 Mai-10 Jun 10 Jul 10
Total da Indústria 4,3 7,7 9,4 9,9 8,3 7,1
Bens Intermédios 7,2 11,8 15,7 14,8 12,0 9,2
Energia 2,5 5,8 5,2 7,6 3,4 1.9
Bens de capital 3,1 4,8 9,1 9,0 8,7 9,2
Bens de consumo duradouro 1,0 1,5 0,2 6,6 7,8 5,3
Bens de consumo não duradouro 2,5 6,5 3,2 4,0 3,8 3.6
Fonte: Eurostat; tvh em %, valores revistos
Ao nível dos Estados-membros, e em termos homólogos, saliente-se, pela positiva,
o crescimento da produção industrial na Alemanha e na Suécia (11,4% e 15,3%,
respectivamente). Em Espanha, a produção industrial aumentou 0,5%, contra 3,1%
em Junho. Fora da zona do euro, a produção industrial do Reino Unido passou de
uma tvh de 2,9% em Junho para 2,7% no mês de Julho.
Em relação aos indicadores de procura interna final, os dados do Eurostat mostram
que o volume de negócios do comércio a retalho em Julho aumentou 0,1%, tanto na
zona do euro como no conjunto da União Europeia. Em termos homólogos,
verificaram-se aumentos de 1,1% e de 1,0%, respectivamente.
Volume de Negócios no Comércio a Retalho
Fev-10 Mar-10 Abr-10 Mai-10 Jun-10 Jul-10
União Europeia 0,1 1,7 -0,9 0,9 1,2 1,0
Zona do euro 0,4 2,0 -0,3 0,9 1,2 1,1
Fonte: Eurostat, tvh em %, valores corrigidos
10 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
Em Agosto, a taxa de variação homóloga dos preços na zona do euro baixou
para 1,6%, menos 0,1 p.p. do que em Julho. No conjunto da União Europeia, os
preços aumentaram 2,0%, também menos 0,1 p.p. do que em Julho.
Evolução da Inflação
tvh Taxas
médias
de 12
meses
Taxa
mensal
Mai-10 Jun-10 Jul-10 Ago-10 Ago 10-09 Ago-10
União Europeia 2,0 1,9 2,1 2,0 1,5 0,2
Zona do euro 1,6 1,4 1,7 1,6 1,0 0,2
Fonte: Eurostat, % variação HCPI
Entre os países da zona do euro, as taxas homólogas de inflação mais baixas
verificaram-se na Irlanda (-1,2%), nos Países Baixos (1,2%, valor provisório), e na
Eslováquia (1,1%) e as mais elevadas na Grécia e em Chipre (5,6% e 3,4%,
respectivamente). Na Espanha, os preços subiram, também em termos homólogos,
1,8%. Fora da zona do euro, os preços subiram 3,1% no Reino Unido.
A inflação subjacente na zona do euro foi de 1,0% (valor provisório) idêntica à de
Julho e 0,1 p.p. superior à de Junho.
De acordo com dados do Eurostat (ajustados de sazonalidade), a taxa de
desemprego da zona do euro fixou-se em 10,0% no mês de Julho, o mesmo
valor verificado nos quatro meses anteriores. O Eurostat estima assim que 15,8
milhões de pessoas na zona do euro (mais 8 000 que em Junho e mais 0,67 milhões
que no mesmo mês de 2009) se encontrassem em situação de desemprego no mês
em destaque. Considerando o cômputo geral da UE, a taxa de desemprego manteve-
se nos 9,6%, com cerca de 23 milhões de desempregados.
Taxa de Desemprego
Fev-10 Mar-10 Abr-10 Mai-10 Jun-10 Jul-10
União Europeia 9,6 9,6 9,6 9,6 9,6 9,6
Zona do euro 9,9 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0
Fonte: Eurostat; % da população activa, ajustada de sazonalidade. Valores revistos.
Os países da zona do euro (com dados disponíveis) com taxas de desemprego mais
baixas eram, em Julho, os Países Baixos (4,4%) e a Áustria (3,8%). Por outro lado, o
país com taxa mais alta de desemprego era a Espanha (20,3%). A taxa de
desemprego desceu muito ligeiramente ou estabilizou na maioria dos países da zona
do euro.
11
Os últimos resultados fornecidos pelos inquéritos aos consumidores e às
empresas (compilados pela Comissão Europeia) apontam para uma melhoria do
clima de confiança dos agentes económicos na zona do euro e na UE nos
meses de Julho e Agosto.
Indicador de Confiança na União Europeia
Fev-10 Mar-10 Abr-10 Mai-10 Jun-10 Jul-10 Ago-10
Indústria -12 -9 -7 -5 -6 -4 -3
Construção -32 -29 -28 -30 -32 -31 -31
Comércio a retalho -5 -4 0 -4 -4 0 1
Serviços 0 1 4 2 4 6 5
Consumidores -13 -14 -12 -15 -15 -14 -11
Indicador do Clima
Económico (ESI)
97,6 99,8 101,9 100,2 100,3 102,1 102,7
Fonte: Comissão Europeia. Poderá ter ocorrido uma quebra de série em Maio devido à utilização de novos fornecedores
de informação.
No mês de Agosto, este indicador na zona do euro subiu ligeiramente para os 101,8
pontos (melhoria de 0,7 pontos relativamente a Julho e de 1,9 pontos relativamente a
Junho). A grande maioria dos países da União Europeia registou alterações positivas
neste indicador, com as excepções mais perceptíveis na Dinamarca, na Itália, nos
Países Baixos e Portugal.
Índice de Clima Económico (ESI) - UE e zona euro
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
Jan
-07
Fev
-07
Mar
-07
Ab
r-0
7
Mai
-07
Jun
-07
Jul-
07
Ag
o-0
7
Set
-07
Ou
t-0
7
No
v-0
7
Dez
-07
Jan
-08
Fev
-08
Mar
-08
Ab
r-0
8
Mai
-08
Jun
-08
Jul-
08
Ag
o-0
8
Set
-08
Ou
t-0
8
No
v-0
8
Dez
-08
Jan
-09
Fev
-09
Mar
-09
Ab
r-0
9
Mai
-09
Jun
-09
Jul-
09
Ag
o-0
9
Set
-09
Ou
t-0
9
No
v-0
9
Dez
-09
Jan
-10
Fev
-10
Mar
-10
Ab
r-1
0
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ag
o-1
0
Series1 Series2Fonte: Comissão Europeia
12 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
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2. Estados Unidos da América
2.1. Envolvente Política, Social e Económica
Em Julho, a Administração Obama reduziu a previsão do défice orçamental no
ano fiscal de 2010 em 84 m.m.d., para 1,47 biliões de dólares (o que compara com
1,41 biliões de dólares em 2009), que constitui, mesmo assim, o maior valor já
registado, equivalendo a cerca de 10% do PIB. Estas estimativas tiveram como
base novas previsões económicas mais optimistas, de crescimento do PIB em
3,1% neste ano e 4% em 2011 (embora com uma taxa de desemprego ainda perto de
10%).
Contudo, a informação económica posterior revelou-se desfavorável, obrigando
a uma revisão em baixa das perspectivas.
No início de Agosto, a Reserva Federal manteve a sua taxa de juro de referência
inalterada num mínimo histórico (intervalo de 0 a 0,2%) e, para reforçar o apoio à
retoma económica, que abrandou a partir do segundo trimestre, suspendeu a
redução progressiva do tamanho do balanço do Banco Central. Para cumprir o
novo objectivo de manter a dimensão do balanço, e dada a redução natural da
posição financeira, os rendimentos obtidos com títulos detidos serão
reinvestidos na compra de títulos de dívida pública de longo prazo,
prosseguindo ainda a substituição dos títulos vencidos por novos. Para esta
decisão pesou a manutenção de baixos níveis de inflação e, como referido, o
menor ritmo de retoma económica, com a despesa de consumo a ser condicionada
pelos elevados níveis de desemprego, a menor riqueza imobiliária e condições de
crédito apertadas, que também penalizam o investimento. Neste, apenas a despesa
de equipamento e software está a aumentar de forma significativa, permanecendo
deprimida a actividade residencial e também a relacionada com estruturas não
residenciais.
Pouco depois, o Congresso aprovou uma ajuda de 26 mil milhões de dólares
(m.m.d.) do Governo federal aos Estados em dificuldades financeiras,
proporcionando um pequeno estímulo às respectivas economias locais.
Já no início de Setembro, o Senado aprovou um montante de 30 m.m.d. para
facilitar o acesso das pequenas empresas ao crédito concedido por bancos de
13
reduzida dimensão, que receberão uma injecção de capital. Essa participação
valerá ao Estado um dividendo de 5%, que poderá ser reduzido até 1% conforme o
alívio das condições de crédito às pequenas empresas.
No segundo trimestre, os resultados dos bancos norte-americanos recuperaram
para os níveis antes da crise financeira, mas apenas em termos agregados, pois
os pequenos bancos continuam com um elevado risco de recaída devido ao
fraco andamento da actividade económica.
No final de Agosto, o Presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, indicou
que a autoridade monetária fará tudo para assegurar a continuação da retoma
económica, pelo que continuará a avaliar os benefícios de uma expansão
monetária adicional e actuará se as perspectivas se deteriorarem
significativamente. O Presidente da Reserva Federal afiançou que a questão não é
haver opções de política monetária mas sim saber se os respectivos benefícios
ultrapassam os custos e riscos associados e, nesse balanço, uma actuação com
níveis reduzidos de inflação reduz o risco de uma espiral de preços. Bernanke
apontou quatro opções de política monetária e os riscos associados. Uma delas
é o reforço das medidas quantitativas de expansão monetária (como compras de
títulos do Tesouro), que acarreta duas dificuldades. Por um lado, é difícil avaliar com
precisão o impacto sobre as condições financeiras por falta de experiência com este
tipo de abordagem. Adicionalmente, poderá haver uma redução da confiança pública
no abandono atempado deste tipo de medidas. Uma segunda opção seria indicar
que as taxas de juro continuarão perto de zero por um período mais alargado,
mas isto acarreta a dificuldade de fazer passar as intenções do Comité de política
monetária com suficiente precisão. Uma terceira opção é reduzir a taxa de depósito
das reservas dos bancos comerciais junto da Reserva Federal de 0,25% para 0,
o que poderia encorajar a concessão de crédito mas também penalizar alguns
mercados financeiros e instituições. A quarta opção elencada passa por aumentar o
objectivo de longo prazo para a inflação, mas Bernanke afastou esta possibilidade
por ter mais custos do que benefícios, ao ameaçar a credibilidade da Reserva
Federal.
Já no início de Setembro, Bernanke defendeu que a falência do banco de
investimento Lehman Brothers, que desencadeou um agravamento acentuado
da crise financeira em 2008, não podia ter sido evitada, após uma acusação
recente a esse propósito por parte do anterior Presidente da companhia. Segundo
Bernanke, o banco Lehman Brothers não foi ajudado pelo Estado porque não era
sustentável, ao contrário da AIG, que continuava a apresentar uma parte seguradora
14 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
forte e sustentável, posta em causa por elevadas perdas resultantes de maus
investimentos financeiros.
Entretanto, a Administração Obama anunciou que está a preparar um novo
plano de estímulo económico no valor de 180 m.m.d., propondo o
prolongamento do plano de infra-estruturas (sobretudo na componente rodoviária)
e tornar permanentes o crédito de imposto para a Investigação e
Desenvolvimento e também os cortes de impostos decididos pela anterior
Administração Bush, mas apenas para a classe média (expirando a medida para a
classe mais rica, uma questão que está a dividir o Partido Republicano).
A decisão da Administração Obama seguiu-se à forte revisão em baixa do
crescimento económico no segundo trimestre (apesar de associada a um
aumento invulgar e temporário das importações) e aos sinais de fraca actividade
nos meses de Verão, que levaram a Reserva Federal a rever desfavoravelmente
a avaliação da situação económica.
Adicionalmente, um estudo do Gabinete Orçamental do Congresso (GOC)
mostra que o programa anti-recessivo da Administração Obama está a ter um
impacto bastante significativo, o que significa que a retoma económica está
ainda muito dependente das medidas de estímulo governamental, que se
esgotarão progressivamente até final do ano. Segundo os cálculos do Gabinete, as
medidas de estímulo terão contribuído entre 1,7% e 4,5% para o aumento do PIB no
segundo trimestre. Como o crescimento económico nesse período se situou em 1,6%
(variação trimestral anualizada), após a referida revisão em baixa, o PIB norte-
americano poderá estar actualmente em contracção sem o estímulo público.
Contudo, o GOC alertou para a forte deterioração da situação fiscal se os cortes
de impostos decididos pela anterior Administração forem tornados
permanentes, como é intenção do actual Governo, prevendo um aumento de 3,2
biliões de dólares do défice ao longo da próxima década. Apesar da medida
estimular o crescimento económico e o emprego no curto prazo, a situação fiscal em
2020 tornar-se-ia muito difícil, devido ao forte crescimento do endividamento público.
2.2. Economia Real
Os dados mais recentes das contas nacionais norte-americanas, referentes às
segundas estimativas para segundo trimestre, evidenciaram um crescimento
trimestral anualizado de 1,6% (menos 0,8 p.p. que nas primeiras estimativas),
traduzindo um abrandamento significativo face ao valor de 3,7% no trimestre
15
anterior (e ainda mais comparando com a subida de 5% no último trimestre de 2009).
Apesar de tudo, os dados não foram tão desfavoráveis como parecem, pois o
crescimento do consumo privado manteve-se perto de 2%, o contributo da
FBCF para o crescimento trimestral anualizado do PIB aumentou de 0,39 para
2,12 p.p. e o abrandamento das exportações foi moderado (de 11,4% para 9,1%).
A forte desaceleração do PIB esteve associada sobretudo a factores
temporários. Por um lado, as importações aumentaram 32,4% em termos
anualizados (após uma subida 11,2% no trimestre anterior) devido à entrada
massiva de mercadorias oriundas da China, em face da alteração das tarifas de
exportação chinesas, que favoreceram a antecipação encomendas. Por outro lado,
assistiu-se a uma forte redução da variação de stocks, reduzindo o contributo
para o crescimento trimestral anualizado do PIB de 2,64 para 0,63 p.p.
No entanto, o último relatório de conjuntura da Reserva Federal (Livro Bege), já
com informação de meados de Julho até final de Agosto, reportou um
crescimento modesto da actividade económica na generalidade dos distritos
federais e sinais de abrandamento generalizado, confirmando a perda de
dinamismo. Tendo em conta o relatório, os sinais de enfraquecimento foram mais
visíveis no mercado residencial e no abrandamento da actividade industrial, que se
mantém o sector mais dinâmico. O consumiu continuou a aumentar de forma
modesta, e a actividade no sector dos serviços melhorou de forma ligeira. No que se
refere aos salários e preços dos bens finais, as subidas continuaram a ser muito
limitadas.
Com efeito, em Agosto a taxa de inflação homóloga medida pelo índice de
preços no consumidor situou-se em 1,1%, menos 0,1 p.p. que em Julho. A taxa de
inflação subjacente, que exclui a alimentação e energia, permaneceu em 0,9%
pelo quinto mês consecutivo.
A informação da actividade sectorial deu conta de um menor dinamismo na
indústria e nos serviços, e um agravamento das perdas na construção:
- o índice de produção industrial abrandou pelo segundo mês consecutivo em Agosto,
em termos homólogos (subida de 6,2%, após 7,4% e 8,2% nos dois meses
precedentes);
- em Agosto, o índice ISM não industrial recuou de forma significativa (de 54,3 para
51,5 pontos), mas mantendo-se ainda acima da referência de expansão (50 pontos),
o que evidencia uma perda de dinamismo nos serviços;
- as despesas de construção registaram uma quebra homóloga mais forte em Julho
(10,7%, após uma descida de 7,9% em Junho), mas inferior à descida homóloga de
16 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
Janeiro a Julho, de 11,8% (variações nominais), confirmando que a tendência de
desagravamento se mantém, embora de forma menos vincada do que em meses
anteriores.
A taxa de desemprego aumentou ligeiramente em Agosto (0,1 p.p., para 9,6%),
permanecendo relativamente estável a um nível historicamente elevado. O
número de postos de trabalho do sector não agrícola voltou a registar uma quebra
pouco acentuada (54 mil postos de trabalho), com origem no sector público,
provavelmente ainda a reflectir o fim dos censos, para além das dificuldades
financeiras de alguns estados. Os ganhos de emprego no sector privado
permaneceram modestos, com a maior contribuição a vir dos serviços. O sector da
construção passou a registar um aumento do emprego, contrariando uma evolução
contrária na indústria.
No que se refere a indicadores avançados, a informação mais recente do
instituto Conference Board aponta para uma fraca expansão da actividade
económica até final do ano. Esta é a indicação do índice dos indicadores
avançados, que aumentou 0,1% em Julho após uma quebra de 0,3% em Junho. A
perspectiva não foi alterada pela informação mais recente referente ao índice de
confiança dos consumidores, que melhorou de forma modesta em Agosto, persistindo
a apreensão relativamente às condições de emprego.
3. Japão
3.1. Envolvente Política, Social e Económica
A 30 de Agosto, numa reunião não calendarizada, o Banco do Japão anunciou
uma nova facilidade de financiamento a seis meses para a banca, com vista a
apoiar a retoma económica. O montante da operação ascende a 10 biliões de
ienes, acrescendo ao valor inalterado de 20 biliões da facilidade a 3 meses. A
decisão, que ocorreu apenas 20 dias após a manutenção dos referenciais de
política monetária na habitual reunião de início de mês (com uma taxa de juro de
directora de 0,1%), foi justificada pela deterioração da situação económica nos
EUA, o principal mercado de exportação, e o máximo de 15 anos do iene face ao
dólar.
Já em Setembro, o primeiro-ministro Naoto Kan manteve-se no cargo depois de
ter sido reeleito Presidente do Partido Democrático do Japão com uma margem
maior do que o esperado, tendo em conta a que a campanha eleitoral foi bastante
17
disputada. Na declaração de vitória, Kan afastou receios de divisão interna,
tendo sinalizado a possibilidade de integração de membros da facção rival em
próximas remodelações do elenco governativo.
Pouco tempo depois, o Governo japonês interveio no mercado cambial para
travar a subida do iene, que atingiu novos máximos de 15 anos face ao dólar
após a reeleição de Kan. Esta foi a primeira intervenção cambial em 6 anos,
levando a uma queda diária de mais de 3% naquele câmbio. A decisão
desencadeou a especulação de medidas semelhantes por parte de outros
países asiáticos.
3.2. Economia Real
No segundo trimestre, o PIB nipónico registou uma variação em cadeia de 0,4%,
traduzindo uma desaceleração significativa face à subida de 1,2% no trimestre
anterior. Considerando a desagregação por componentes de despesa, a perda de
dinamismo resultou do menor contributo da procura externa líquida
(desaceleração das exportações para uma variação em cadeia de 5,9% e aceleração
das importações para 4,1%), do abrandamento do consumo privado (variação
nula, após 0,5% no primeiro trimestre), da menor variação de stocks, e da quebra
agravada do investimento público. O único sinal positivo veio do investimento
privado não residencial, que acelerou de 0,8% para 1,5%.
Em Julho, o índice de preços no consumidor registou uma quebra homóloga de
0,5% (após uma variação nula em Junho), a primeira desde Fevereiro. O índice
subjacente, que exclui as componentes de alimentação e energia, agravou o ritmo
de descida de 0,1% para 0,3%.
No mesmo mês, a taxa de desemprego situou-se em 5,2% (menos 0,1 p.p. que no
mês anterior), situando-se pelo quinto mês seguido ligeiramente acima de 5%,
que constitui um valor historicamente elevado no Japão.
Em termos de indicadores avançados, a informação mais recente revelou-se
desfavorável, sugerindo a continuação do abrandamento económico nos
próximos meses. O índice mensal de condições de negócio recuou abaixo da
referência de expansão (50 pontos) em Junho e Julho, depois de mais de um ano em
níveis bastante elevados (perto de 100). Por sua vez, o índice de confiança dos
consumidores recuou em Julho e Agosto, situando-se perto do valor registado em
Abril.
18 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
4. Mercados e Organizações Internacionais
4.1. Mercado de Câmbios
Cross rates das principais divisas internacionais
(fecho das sessões de início e fim das semanas de Julho e Agosto)
Dólares por
Euro
Libras por
Euro
Ienes por
Euro
Libras por
Dólar
Ienes por
Dólar
Quinta, 1 1.233 0.822 108.140 0.667 87.719
Sexta, 2 1.255 0.825 109.880 0.658 87.568
Segunda, 5 1.253 0.828 109.930 0.660 87.726
Sexta, 9 1.264 0.836 111.850 0.662 88.510
Segunda, 12 1.257 0.836 111.350 0.665 88.570
Sexta, 16 1.300 0.845 112.540 0.650 86.569
Segunda, 19 1.296 0.848 112.840 0.655 87.088
Sexta, 23 1.290 0.837 112.480 0.649 87.214
Segunda, 26 1.293 0.834 112.310 0.645 86.853
Sexta, 30 1.303 0.835 112.620 0.641 86.445
Segunda, 2 1.307 0.826 113.270 0.632 86.644
Sexta, 6 1.318 0.830 113.140 0.630 85.868
Segunda, 9 1.325 0.830 113.480 0.627 85.626
Sexta, 13 1.280 0.821 109.780 0.642 85.772
Segunda, 16 1.282 0.821 109.490 0.640 85.406
Sexta, 20 1.271 0.819 108.540 0.644 85.391
Segunda, 23 1.270 0.817 108.230 0.643 85.194
Sexta, 27 1.271 0.821 107.740 0.645 84.748
Segunda, 30 1.270 0.817 107.540 0.643 84.677
Terça, 31 1.268 0.825 107.070 0.650 84.440
Variação em Julho e Agosto (1)
3.33% 0.90% -1.58% -2.36% -4.76%
Variação em Julho (1)
6.17% 2.13% 3.52% -3.80% -2.49%
Variação em Agosto (1)
-2.67% -1.21% -4.93% 1.50% -2.32%
(1) Variação registada entre a última cotação do(s) mês(es) em análise e a última cotação do mês anterior.
Nota: cálculo com base no ´fixing’ do Banco Central Europeu
Nos meses de Julho e Agosto, destaca-se a subida acentuada do iene devido ao
estatuto de moeda refúgio, em particular no câmbio com o dólar, face ao qual
atingiu um máximo de 15 anos. Na cotação com o euro, a moeda nipónica renovou
máximos de nove anos no final de Agosto.
Em Julho, o euro foi a moeda em destaque devido ao anúncio, sem grandes
surpresas, dos resultados dos testes de stress aos bancos europeus, o que
melhorou as perspectivas da moeda europeia e conduziu a uma apreciação
19
significativa nos principais câmbios, em particular face ao dólar (mais de 6%). A
subida do euro foi ainda suportada pela divulgação de dados favoráveis da actividade
industrial europeia e vários leilões de dívida bem sucedidos no sul da Europa. A
moeda norte-americana recuou face às principais moedas depois do Presidente
da Reserva Federal não ter afastado a necessidade de novas medidas
extraordinárias de política monetária em face das perspectivas invulgarmente
incertas para os EUA. A depreciação face ao iene começou logo no início de
Julho com a divulgação de um valor recorde de compras de dívida japonesa
pela China. No câmbio com a libra, a descida do dólar foi ampliada pela divulgação
de dados favoráveis do PIB britânico no segundo trimestre, fortalecendo a
possibilidade de uma retirada antecipada das medidas extraordinárias de política
monetária do Banco de Inglaterra.
No mês de Agosto, o ressurgimento dos receios em torno da dívida soberana
no sul da Europa fez predominar a aversão ao risco nos mercados financeiros,
a par da divulgação de alguns dados económicos menos favoráveis tanto nos
EUA como na Europa, que colocaram em dúvida o prosseguimento da retoma
económica global. Este contexto foi determinante para a retoma da procura de
dólares e sobretudo de ienes como moedas de refúgio, destacando-se também
os comentários do Presidente da Reserva Federal sobre o abrandamento da retoma
mundial. A moeda nipónica registou subidas mensais significativas nos
principais câmbios, sobretudo face ao euro, penalizado pelas preocupações
sobre a dívida soberana no sul da Europa. O dólar depreciou-se face ao iene
(embora um pouco menos que em Julho) e ganhou valor na cotação com o euro e a
libra, que foi prejudicada pela divulgação de dados económicos desfavoráveis. No
final de Agosto, a possibilidade de intervenção cambial das autoridades
nipónicas, anunciada pelo primeiro-ministro Naoto Kan, travou um pouco a
progressão do iene. No entanto, a pressão de subida permaneceu elevada pois
logo depois surgiram dados a evidenciar o elevado volume de transacções diárias em
ienes, significando que uma intervenção cambial bem sucedida terá de mobilizar
elevados montantes de reservas, muito maiores do que em 2004, a última vez
em que foram levadas a cabo tais operações.
A variação das principais taxas de câmbio no conjunto dos dois meses foi a seguinte:
apreciação do iene em 4,76% relativamente ao dólar e em 1,58% face ao euro, que
por sua vez se apreciou 0,9% face à libra e 3,33% na cotação com a moeda norte-
americana; depreciação do dólar no câmbio com a libra (2,36%).
20 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
4.2. Mercados Bolsistas Internacionais
Os principais índices accionistas internacionais registaram uma recuperação
significativa em Julho, impulsionados pela divulgação de resultados favoráveis
em várias empresas e pela ausência de surpresas negativas nos testes de
stress financeiro aos bancos europeus. No entanto, o movimento inverteu-se em
Agosto, devido às preocupações com a dívida soberana do sul da Europa e aos
sinais de abrandamento da retoma económica global, após a perda de dinamismo
de alguns indicadores na China e a revisão em baixa das perspectivas da Reserva
Federal. Apesar de tudo, o anúncio de operações de concentração impediu uma
evolução mais negativa dos mercados de acções neste período.
Nos EUA, o índice accionista Dow Jones Industrials (DJI), representativo dos
títulos mais tradicionais, valorizou-se 7,1% em Julho e recuou 4,31% em
Agosto, enquanto o índice tecnológico Nasdaq evidenciou variações de 6,9% e -
6,24%, ficando quase inalterado no saldo dos dois meses. Em termos de variação
acumulada no ano, no final de Agosto registava-se uma quebra de 4% no DJI e de
6,8% no Nasdaq.
Os receios de abrandamento económico nos EUA e o consequente recuo do
mercado accionista em Agosto conduziram a uma descida significativa da yield
das obrigações do Tesouro norte-americano no referencial dos 10 anos, que
6547,05
8799,26
8146,52
10725,43
9908,39
11205,03
9686,48
5000,00
6000,00
7000,00
8000,00
9000,00
10000,00
11000,00
12000,00
13000,00
14000,00
15000,00
02
/03
/09
19
/03
/09
07
/04
/09
24
/04
/09
13
/05
/09
01
/06
/09
18
/06
/09
07
/07
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24
/07
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12
/08
/09
31
/08
/09
17
/09
/09
06
/10
/09
23
/10
/09
11
/11
/09
30
/11
/09
17
/12
/09
05
/01
/10
22
/01
/10
10
/02
/10
01
/03
/10
18
/03
/10
06
/04
/10
23
/04
/10
12
/05
/10
31
/05
/10
17
/06
/10
06
/07
/10
23
/07
/10
11
/08
/10
30
/08
/10
Índ
ice (em
po
nto
s)
Estados Unidos - índice Dow Jones Industrials
Fonte: Yahoo Finance
21
registou o valor mais baixo desde o início de 2009 no final do mês (3,47%, após
3,94% no final de Julho e a 3,96% no início desse mês).
Os índices das duas principais praças europeias apresentaram andamentos
bastante diferenciados nos dois meses em apreço. O índice alemão Dax Xetra
valorizou-se 3,1% em Julho e depois perdeu praticamente o mesmo valor em
Agosto (3,6%), enquanto o índice inglês Ftse-100 acabou por registar uma
valorização bastante significativa no conjunto dos dois meses. Com efeito, após
um ganho de 6,9% em Julho, o Ftse apenas recuou 0,6% em Agosto, reflectindo
sobretudo a melhoria do andamento do PIB britânico no segundo trimestre.
O índice japonês Nikkei-225 evoluiu em contra-ciclo com o resto do mercado,
tendo evidenciado um ganho de 1,7% em Julho e uma descida de 7,5% em
Agosto, que traduziu a desvalorização do sector exportador em face da
acentuada apreciação do iene (para um máximo e 15 anos face ao dólar).
3000,00
3600,00
4200,00
4800,00
5400,00
6000,00
6600,00
7200,00
7800,00
8400,00
02
/03
/09
19
/03
/09
07
/04
/09
24
/04
/09
13
/05
/09
01
/06
/09
18
/06
/09
07
/07
/09
24
/07
/09
12
/08
/09
31
/08
/09
17
/09
/09
06
/10
/09
23
/10
/09
11
/11
/09
30
/11
/09
17
/12
/09
05
/01
/10
22
/01
/10
10
/02
/10
01
/03
/10
18
/03
/10
06
/04
/10
23
/04
/10
12
/05
/10
31
/05
/10
17
/06
/10
06
/07
/10
23
/07
/10
11
/08
/10
30
/08
/10
Índ
ice (em
po
nto
s)
Alemanha e Reino Unido
Alemanha
índice Dax Xetra
Reino Unido
índice Footsie 100
Fonte: Yahoo Finance
22 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
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4.3. Mercados de Matérias-Primas
2008 2009 1T 10 2T 10 Jun-10 Jul-10 Ago-10
Brent (Mar do Norte) 97.7 61.9 76.7 78.7 74.8 74.7 76.7
Algodão 71.4 62.8 81.1 90.0 91.7 84.1 90.4
Alumínio (99,7% pureza) 2577.9 1699.2 2164.7 2096.2 1929.4 1989.1 2110.5
Cobre 6963.5 5165.3 7234.0 7024.9 6501.5 6750.6 7302.7
Chumbo 2093.3 1719.4 2213.6 1952.1 1707.3 1844.0 2082.8
Níquel 21141.5 14672.4 19977.8 22456.6 19411.3 19548.5 21448.8
Estanho 18466.6 13602.7 17190.5 17819.1 17257.7 18206.5 20733.1
Zinco 1884.8 1658.4 2283.6 2028.0 1746.5 1847.1 2047.5
Minério de Ferro (Fe) (1)
140.6 101.0 101.0 167.0 167.0 205.0 205.0
Fonte: Fundo Monetário Internacional
Cotações Spot; média das cotações diárias, excepto no caso do algodão (média das cotações semanais).
Unidades: brent: dólares por barril; algodão: cêntimos de dólar (cts USD) por libra de peso (1 libra de peso equivale a
453,6 gramas); alumínio (grau de pureza mínimo de 99,5%), cobre, chumbo, níquel, estanho, zinco: dólares por
tonelada; minério de ferro: cts USD por 1% Fe DMTU (Dry Metric Ton Unit), tendo o minério Carajas Fines (Brasil) um
conteúdo de 67,55% Fe DMTU – por exemplo, uma cotação de 77 cts USD / DMTU (Carajas) equivale a 52,01 USD /
tonelada. (1)
os preços do Minério de ferro são fixados trimestralmente (anualmente, antes de Abril de 2010) pelas três principais
empresas a nível mundial (Rio Tinto, BHP Militon e Vale), constituindo a referência para os restantes produtores.
Em Julho e Agosto, os preços das matérias-primas retomaram um movimento
de subida, traduzindo restrições na oferta, o recuo do dólar (em Julho) e a atenuação
dos receios sobre o andamento próximo da economia global já no final de Agosto.
No caso do brent, a cotação média diminuiu ligeiramente em Julho (0,2%) e
aumentou 2,6% em Agosto (para 76,7 dólares por barril), destacando-se as
previsões cautelosas da procura pela OPEP e Agência Internacional da Energia
(AIE) em face do abrandamento esperado da economia global no segundo semestre.
A previsão da OPEP (aumento de 1 milhão de barris/dia em 2010, que compara com
uma projecção de 1,8 da AIE) criou expectativas de manutenção da oferta do
cartel na reunião de Outubro. Por sua, AIE referiu que o aumento previsto da
procura de petróleo este ano tem origem nas economias emergentes (China e
Índia, sobretudo), que estão a alterar a sazonalidade do consumo mundial. Pela
primeira vez, a procura no segundo trimestre foi superior à do primeiro (86,6 e
86 milhões de barris/dia, respectivamente), altura em que se costumava observar
um pico associado ao Inverno nas economias ocidentais.
O preço médio do algodão corrigiu em forte baixa no mês de Julho (8,2%), após
vários meses de subida, mas recuperou a maior parte do valor em Agosto (7,4%,
para 90,4 cêntimos de dólar por libra de peso). A cotação diária chegou mesmo a
renovar máximos de 15 anos em Agosto, devido às cheias no Paquistão, o
quarto maior produtor mundial. Destacam-se ainda alguns problemas nas
23
colheitas do Brasil e Grécia e a existência de oferta que ainda não chegou ao
mercado oriunda de grandes produtores como a Índia, o Uzbequistão, o
Turquemenistão e os EUA, que este ano têm uma grande colheita mas estão a
enfrentar problemas logísticos. De acordo com o Departamento da Agricultura dos
EUA (o maior produtor mundial), o rácio dos stocks para o consumo vai cair para
um mínimo de 15 anos dentro em breve, devido a uma oferta reduzida desde 2005
e a uma crescente procura (em particular da China, o maior consumidor global). No
entanto, a oferta actual é adequada no longo prazo, segundo um analista do
mercado do algodão, realçando que o preço tem reagido a choques de curto
prazo da oferta e aos interesses dos hedge funds.
No que se refere aos metais de base, a subida foi generalizada em Julho e
Agosto, tendo-se acentuado neste último mês (em todos os casos) devido à
continuação da retoma da actividade industrial e à melhoria das perspectivas
para a economia mundial e a chinesa em particular. O cobre, que costuma ser
seguido como indicador avançado da actividade industrial, registou subidas de 3,8%
em Julho e 8,2% em Agosto, para o que contribuiu a produção mineira abaixo do
esperado das principais empresas do sector (quebra homóloga de 12% no primeiro
semestre, levando a uma redução de 28% dos stocks na London Metal Exchange
desde Fevereiro). No estanho, os receios de problemas de oferta no principal
produtor mundial (a Indonésia) também acentuaram a pressão de subida (5,5% em
Julho e 13,9% em Agosto). Destacam-se ainda as fortes progressões nos preços do
chumbo (8% e 13%) e zinco (5,8% e 10,9%). No caso do minério de ferro, o preço
para o terceiro trimestre foi fixado 22,8% acima do anterior. Recorde-se que esta
cotação é fixada trimestralmente pelas três principais empresas a nível mundial,
servindo de referência para os demais produtores.
4.4. Comércio Internacional / Organização Mundial do Comércio (OMC)
Segundo dados coligidos pela OMC, o comércio mundial cresceu cerca de 25%
em valor no final do segundo trimestre de 2010, em termos homólogos,
retomando a sua evolução positiva em cadeia (no segundo trimestre aumentou
6,6% relativamente ao primeiro).
24 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
Fonte: OMC
4.5. Organizações Económicas Internacionais
Na abertura da conferência sobre emprego que decorreu em Oslo, o director-geral
do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que
“o mercado laboral está numa situação catastrófica” e reconheceu a
“necessidade de mudar a nossa forma de pensar e as nossas políticas”. De
acordo com o relatório preparado para esta conferência pelo FMI e pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT), a crise gerou em três anos 30 milhões de
desempregados, o que elevou para 210 milhões o número de desempregados ao
nível mundial.
Em informação divulgada no início do mês de Setembro, a OCDE considera que os
seus Indicadores Compostos Avançados – CLI mostram, agora, que o pico da recente
expansão já foi atingido na maioria das economias da OCDE. Com excepção da
Alemanha e dos Estados Unidos nota-se, assim, que o ritmo de expansão diminuiu
claramente na generalidade dos países.
Comércio Mundial
1500000
2000000
2500000
3000000
3500000
4000000
4500000
20
05
Q1
20
05
Q2
20
05
Q3
20
05
Q4
20
06
Q1
20
06
Q2
20
06
Q3
20
06
Q4
20
07
Q1
20
07
Q2
20
07
Q3
20
07
Q4
20
08
Q1
20
08
Q2
20
08
Q3
20
08
Q4
20
09
Q1
20
09
Q2
20
09
Q3
20
09
Q4
20
10
Q1
20
10
Q2
Milhões de dólares
25
Fonte: OCDE, indicadores ajustados de amplitude
Relativamente à Alemanha, é de destacar que a evolução do seu indicador avançado
é consentânea com a reformulação das previsões para a evolução do PIB feita pela
Comissão Europeia em meados de Setembro.
A OCDE divulgou, igualmente, uma avaliação intercalar das perspectivas de
crescimento dos seus países membros. Nesta avaliação intercalar, a OCDE revê em
baixa as previsões que tinha feito no seu World Economic Outlook de Maio,
relativamente aos dois últimos trimestres de 2010.
Segundo esta avaliação a recuperação tende agora a tornar-se mais lenta do que nos
dois primeiros trimestres.
Indicadores Avançados da OCDE
85
90
95
100
105
110
Jul-
07
Ag
o-0
7
Set
-07
Ou
t-0
7
No
v-0
7
Dez
-07
Jan
-08
Fev
-08
Mar
-08
Ap
r-2
00
8
May
-20
08
Jun
-20
08
Jul-
20
08
Au
g-2
00
8
Sep
-20
08
Oct
-20
08
No
v-2
00
8
Dec
-20
08
Jan
-20
09
Feb
-20
09
Mar
-20
09
Ap
r-2
00
9
May
-20
09
Jun
-20
09
Jul-
20
09
Au
g-2
00
9
Sep
-20
09
Oct
-20
09
No
v-2
00
9
Dec
-20
09
Jan
-20
10
Feb
-20
10
Mar
-20
10
Ab
r-1
0
May
-20
10
Jun
-10
Portugal United States Euro area
OECD - Total United Kingdom Germany
26 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A I N T E R N A C I O N A L
27
E C O N O M I A N A C I O N A L
1. Envolvente Política, Social e Económica
Contas Públicas
Em Setembro, o Governo publicou uma portaria em que agrava os custos das
garantias concedidas à banca nacional ao abrigo da linha de 20 mil milhões de
euros criada em 2008 para responder à crise financeira global. Simultaneamente,
o Governo vai obrigar as empresas que recorram a estas medidas a apresentarem
um estudo de viabilidade quando "o total de responsabilidades garantidas a essa
instituição seja representativo no conjunto das respectivas responsabilidades e em
termos absolutos".
Também em Setembro, no final da Cimeira da União Europeia, em Bruxelas, o
Primeiro-Ministro reafirmou o objectivo de reduzir o défice orçamental de 9,4%
para 7,3% do PIB em 2010 e 4,6% em 2011. José Sócrates referiu que este ano
vamos atingir os objectivos orçamentais pois a receita fiscal é maior do que o
previsto e a despesa também está em linha com o que estava orçamentado,
classificando de alarmistas as notícias de descontrolo das contas públicas. O
primeiro-ministro salientou ainda o facto do crescimento económico do primeiro
semestre ter sido o dobro do previsto para a totalidade de 2010. No próximo ano, o
esforço de redução do défice orçamental será ainda mais sério, segundo
Sócrates, sendo necessário “reduzir a despesa mas também aumentar a
receita”, como estava a ser feito em 2008 quando Portugal foi atingido pela crise
financeira internacional. De acordo com Sócrates, “os nossos problemas, devem-
se, em grande medida, à quebra das receitas em 2008”, mas actualmente “a
situação de Portugal (em relação às receitas) é de recuperação”.
O Chefe do Governo referiu-se ainda à aprovação do “semestre europeu”,
classificando-o como um passo significativo no reforço da coordenação
económica entre os 27 Estados-membros da UE.
Na mesma altura, numa conjuntura de agravamento dos juros da dívida pública
nacional, o ministro da Presidência, Silva Pereira, solicitou responsabilidade e o
bom senso aos partidos da oposição na altura da votação do Orçamento para o
28 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
próximo ano. Por sua vez, o Ministério das Finanças alertou que as "as
permanentes hesitações e ameaças da oposição quanto à viabilização do
próximo orçamento têm efeitos prejudiciais graves na percepção dos investidores
externos sobre a situação financeira do país e sobre o agravamento do custo da
dívida pública". O Ministério salientou ainda que o limite de endividamento
previsto no orçamento não será ultrapassado, apesar de já terem sido
satisfeitas 90 por cento das necessidades de financiamento do Estado previstas
para este ano. Esta opção foi justificada com o aproveitamento das
oportunidades de liquidez no mercado da dívida soberana, de modo a beneficiar
de circunstâncias menos desfavoráveis na colocação da dívida.
Sobre o “semestre europeu”, o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de
Oliveira Martins, salienta que não significa uma perda de soberania para os
países e que é um passo fundamental para o governo económico da União
Europeia, lembrando que, no caso de Portugal, “a última palavra cabe à Assemb leia
da República”. O presidente do Tribunal de Contas lembrou ainda que a coordenação
das políticas orçamentais é uma exigência da moeda única europeia.
Estimativa de Execução Orçamental do Estado
Jan-Ago 2009 Jan-Ago 2010 Variação
homóloga
Variação
OE 2010
Receita corrente 22000.1 22286.2 1.3% 1,1%
Despesa corrente 29099.2 30053.5 3.3% 3,7%
da qual: despesa corrente primária 25671.7 26915.7 4.8% 2,9%
Saldo corrente -7099.1 -7767.3 9.4% 12.0%
Receita de capital 318.6 437.7 37.4% 146.4%
Despesa de capital 1964.0 1860.1 -5.3% -9.8%
Saldo de capital -1645.4 -1422.4 -13.5% -35.0%
Saldo de execução orçamental -8744.4 -9189.7 5.1% 1,3%
Saldo primário -5316.9 -6052.0 13.8% -3.5%
valores em milhões de euros (m.e.); óptica da Contabilidade Pública.
Nota: os valores de despesa excluem activos financeiros, passivos financeiros e a transferência para o Fundo de
Regularização da Dívida Pública.
Fonte: Direcção-geral do Orçamento (DGO) - Boletim de Execução Orçamental
De acordo com a última síntese orçamental da DGO, o subsector Estado
acumulou um défice de 9189,7 m.e. no período de Janeiro a Agosto, traduzindo
um agravamento de 5,1% (445,3 m.e.), com a deterioração do saldo corrente a mais
do que compensar a melhoria no saldo de capital. Esta evolução traduziu uma
subida mais forte da despesa do que da receita (2,7% e 1,8%, respectivamente,
face a metas orçamentais iniciais de 2,7% e 3,3% para o conjunto do ano, agora
29
insuficientes face ao novo objectivo para o défice), ambas em desaceleração
relativamente ao acumulado até Julho, sobretudo a receita.
Refira-se que o Estado foi o único subsector das administrações públicas que
registou uma deterioração das contas nos períodos em confronto, sendo
também o único com um saldo negativo significativo (o défice da administração
regional é muito menor e reduziu-se).
Embora a despesa total do Estado esteja a crescer em linha com o
orçamentado, a despesa primária está a aumentar bastante acima do previsto
(4,1%, face a uma meta de 1,9%, embora em desaceleração face à subida de 5,3%
até Julho) devido ao recuo não esperado da despesa com juros (8,5%). O desvio em
alta da despesa primária reflecte a quebra abaixo do previsto do investimento
(5,3%, face a uma descida projectada de 9,8%), mas sobretudo a incapacidade de
conter o crescimento da despesa corrente primária, que está a subir muito mais
do que o orçamentado (4,8%, face a uma meta de 2,9%), num contexto em que a
receita total está abaixo do antecipado.
Dentro da despesa corrente primária, destacam-se as subidas de 4,9% das
transferências correntes e de 3,9% da despesa com pessoal (após corrigir a
reclassificação de verbas das contribuições do Estado para a CGA em 2009). Na
despesa com pessoal, o maior crescimento regista-se na rubrica “Segurança
Social” (14,3%), relacionado com o aumento da contribuição dos serviços da
administração directa do Estado para a CGA, mas tem maior peso a subida de
1,7% nas remunerações certa e permanentes, que decorre dos novos sistemas
remuneratórios das forças de segurança e dos militares, de alterações salariais de
docentes do ensino não superior e ainda da contratação extraordinária de pessoal
a termo pelo INE no âmbito do Recenseamento Agrícola e da preparação do Censos
2011.
Dentro das transferências, destaca-se, pelo seu peso, a subida de 10,6% nas
transferências para a Segurança Social, reflectindo o cumprimento da respectiva lei
de bases, seguida do aumento de 7,4% das verbas para o SNS, onde se salienta a
assunção, a partir de 2010, dos encargos de saúde prestados aos beneficiários dos
subsistemas públicos. Regista-se ainda o crescimento muito significativo (11,5%)
das “outras transferências correntes” justificado pelo aumento dos encargos com
bolsas de ensino Superior e pela reclassificação das transferências para as
instituições de ensino superior com natureza fundacional, que até Junho de 2009 se
processavam por transferências para a Administração Central.
30 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
Passando à análise da receita do subsector Estado, realça-se o acréscimo de
3,3% da receita fiscal (mais 2,1 p.p. que o previsto), mais do que compensando
a descida da receita não fiscal (8,3%), com origem na sua componente corrente
(quebra de 14,3%),1 o que determinou o comportamento abaixo do esperado da
receita total. Daqui resulta que a receita corrente está a crescer ligeiramente
acima do esperado (1,3%, face a um objectivo de 1,1%), mas a receita de capital
apresenta um acréscimo menor do que o antecipado (37,4%, que compara com a
meta de 146,4%).
A subida da receita fiscal teve origem nos impostos indirectos (aumento
homólogo de 10,6%), que contrariaram a quebra de 6,7% nos impostos directos.
Nestes, o IRC diminuiu 4,9% (devido ao aumento dos reembolsos) e o IRS recuou
7,7%, reflectindo também um aumento dos reembolsos, mais a influência do novo
regime de transferências da participação variável deste imposto para os municípios
(passou a ser feita mensalmente, ao invés de 2009, em que foi efectuada apenas no
último trimestre).
Nos impostos indirectos, salienta-se o crescimento de 13,9% da cobrança de
IVA (bastante acima da meta orçamental de 3,6%, mas em abrandamento face à
subida de 14,6% até Julho, não obstante a subida da taxa de imposto). Outro
contributo importante para o aumento da receita fiscal veio da subida de 28,6%
no Imposto sobre o Tabaco, devido ao forte crescimento da introdução ao consumo
(i.e., taxação do produto antes de distribuição e venda). Destaca-se ainda o
aumento de 21,6% no Imposto sobre Veículos e de 13% no Imposto Único de
Circulação. Pela negativa, a principal quebra ocorreu no Imposto de Selo (7,8%),
explicada fundamentalmente pela diminuição das operações financeiras.
Em termos de taxas de execução, os valores até Agosto foram de 63,3% na
receita (65,1% no caso das receita fiscal) e de 63,8% na despesa, situando-se, nos
dois casos, abaixo do padrão de execução uniforme ao longo do ano (66,7%).
Fazendo um balanço das principais tendências da execução orçamental até
Agosto, destaca-se, como principal factor negativo, a incapacidade do Estado
em conter a despesa corrente primária (com uma subida de 4,8%, 1,9 p.p. acima
do previsto), onde pesam sobretudo os aumentos das transferências corrente para a
Segurança Social (10,5%) e das despesas com pessoal (3,9%2).
1 Segundo a DGO, o recuo desta componente corrente das receitas não fiscais resulta da descida dos
rendimentos de propriedade, mas sobretudo de menores transferências dos serviços e fundos autónomos,
em particular das verbas provenientes do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-estruturas da Justiça,
que se destinam ao financiamento de despesas realizadas pelos serviços do Ministério da Justiça.
2 Após correcção da reclassificação de verbas das contribuições do Estado para a CGA em 2009.
31
Como positivo, realça-se a evolução dos saldos das outras administrações
públicas e a desaceleração da despesa nos últimos meses (crescimentos de
4,3% em Janeiro/Junho, 3,8% em Janeiro/Julho e 2,7% em Janeiro/Agosto).
Em termos de perspectivas, e numa óptica de cumprimento das metas
estabelecidas, sob apertada avaliação externa, espera-se que a despesa primária
continue a desacelerar devido ao efeito desfasado das medidas de contenção.
Por exemplo, o fim da Iniciativa para o Investimento e o Emprego, cujos principais
efeitos se concentraram no final de 2009, conduzirá a um reforço da quebra homóloga
até final de 2010. Contudo, este abrandamento poderá ser contrariado pelo
aumento esperado na despesa com juros.
Ao nível da receita, espera-se um reforço do crescimento do IVA devido ao
aumento da taxa de imposto em Julho, embora o provável abrandamento
económico na segunda metade do ano (andamento previsto pelo BCE para as
principais economias mundiais, incluindo a zona do euro) possa contrariar este
efeito.
Note-se finalmente que a análise detalhada da execução orçamental continua a ser
dificultada pela mudança de critérios de classificação de despesas, bem como por
alterações no padrão temporal de execução ao longo do ano.
Sistema Fiscal
A Lei n.º 15/2010, de 26 de Julho, alterou o Código do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Singulares e o Estatuto dos Benefícios Fiscais,
introduzindo um regime de tributação das mais-valias mobiliárias à taxa de 20%
com isenção para os pequenos investidores que aufiram ganhos anuais
resultantes do saldo entre as mais e as menos valias até 500 euros.
O saldo entre as mais-valias e as menos-valias respeitante à alienação onerosa de
partes sociais, relativo a micro e pequenas empresas não cotadas na bolsa de
valores, quando positivo, é considerado em 50 % do seu valor.
A Lei n.º 35/2010, de 02 de Setembro, criou um regime especial simplificado das
normas e informações contabilísticas em vigor aplicáveis às microentidades,
que ficam dispensadas da aplicação do Sistema de Normalização Contabilística
(SNC), bem como da entrega dos anexos L, M e Q da informação empresarial
simplificada (IES).
32 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
Tratando-se de um regime facultativo, as microentidades podem, na declaração
periódica de rendimentos, optar pela aplicação do SNC.
Estas normas contabilísticas simplificadas serão ainda objecto de regulamentação
específica a aprovar pelo Governo, no âmbito da qual, será aprovado um quadro de
contas simplificado e prevista a dispensa, no todo ou em parte, de obrigações
declarativas e de registo.
Para este efeito, consideram-se microentidades as empresas que, à data do balanço,
não ultrapassem dois dos três limites seguintes: total do balanço - 500.000€; volume
de negócios líquido – 500.000€ e número médio de empregados durante o exercício -
cinco.
A Lei n.º 37/2010, de 2 de Setembro, alterou as normas da Lei Geral Tributária
respeitantes à derrogação do sigilo bancário, destacando-se como principais
alterações:
A administração tributária passa a ter o poder de aceder a todas as informações
ou documentos bancários, sem dependência do consentimento do titular dos
elementos protegidos, também quando se verifique a existência comprovada de
dívidas à segurança social.
A administração tributária passa a poder aceder a todas as informações ou
documentos bancários relativos à conta ou contas bancárias exclusivamente
afectas à actividade empresarial, sem dependência do consentimento dos
respectivos titulares.
No âmbito do IVA, foi alargado o regime de não tributação das transmissões de
livros a título gratuito, a pessoas carenciadas, a instituições particulares de
solidariedade social, a organizações não governamentais sem fins lucrativos, ao
Ministério da Cultura, a instituições de carácter cultural e educativo, a centros
educativos de reinserção social e a estabelecimentos prisionais.
Através da Resolução n.º 82/2010, de 30 de Julho, a Assembleia da República
recomendou ao Governo a criação de um regime de «exigibilidade de caixa» do
IVA, simplificado e facultativo, destinado às microempresas que não beneficiem
de isenção do imposto.
A Assembleia da República recomenda que a criação deste regime fique sujeita às
seguintes condições: (i) o IVA apenas se torne exigível no momento do efectivo
recebimento; (ii) o IVA apenas se torne dedutível no momento do efectivo pagamento;
e (iii) Apenas possam ficar abrangidos pelo regime sujeitos passivos que não tenham
um volume de negócio anual superior a 2 milhões de euros.
33
Correspondendo a solicitações dos partidos da oposição, o Governo aceitou
nova discussão do Código Contributivo em sede de concertação social.
No âmbito do esforço de desmaterialização do relacionamento entre a DGCI e os
contribuintes, o Ministério das Finanças anunciou o lançamento da Agenda
Electrónica Interactiva, um novo serviço da Direcção-Geral dos Impostos, que
permitirá ao contribuinte consultar e gerir as suas obrigações fiscais futuras,
bem como o histórico da sua interacção com a administração fiscal durante o último
ano.
Política Industrial e Comercial e Investimentos Públicos
O Conselho de Ministros de 26 de Agosto procedeu à aprovação final do
diploma que visa simplificar o regime de acesso e de exercício de diversas
actividades económicas, no âmbito da iniciativa “Licenciamento Zero”.
O Conselho de Ministros de 1 de Julho aprovou uma resolução (Resolução do
Conselho de Ministros n.º 64/2010) que promove a elaboração do Livro Branco
do Sector Empresarial Local.
O Livro Branco pretende produzir um diagnóstico do sector que conduza à sua
caracterização sob o ponto de vista económico e financeiro, designadamente à
obtenção de resultados analíticos na base dos quais será feita uma avaliação do
quadro legal existente e das iniciativas adequadas a promover a sustentabilidade do
sector empresarial local.
Foram aprovadas as minutas de vários contratos de investimento produtivo,
nos quais se fixaram os objectivos, as metas a cumprir pelos promotores
(diversas empresas do sector privado) e os benefícios fiscais a conceder pelo Estado
Português, correspondendo a um montante total de investimento na ordem dos
400 milhões de euros.
Foram operacionalizadas algumas medidas previstas na Estratégia para a
Aceleração da Execução de Projectos Empresariais no âmbito do QREN,
apresentada no Europarque no passado dia 14 de Julho e divulgada no RME anterior.
As medidas, difundidas através do site dos sistemas de incentivos do QREN, sob a
forma de Orientações de Gestão (OG), referem-se a "Procedimentos Excepcionais
de Reformulação de Projectos e Acesso à Linha de Crédito QREN-INVESTE"
(OG 6/2010) e a “Procedimentos de Validação da Situação Regularizada em
Matéria de Licenciamento” (OG 7/2010), visando acelerar a execução de
34 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
projectos do QREN num contexto conjuntural que se apresenta particularmente
difícil.
Para além de poder aceder a uma linha de crédito, com vista a financiar a parte da
contrapartida da empresa na execução de projectos apresentados até ao dia 30 de
Junho, prevê-se a possibilidade da empresa solicitar uma reformulação do projecto
que implique uma recalendarização e/ou redimensionamento (sem penalidades em
termos de prémio de realização), ficando os projectos sujeitos ao cumprimento de um
calendário de execução.
Relativamente aos “Procedimentos de Validação da Situação Regularizada em
Matéria de Licenciamento” permite-se, em determinados casos, a exclusão da
obrigação do promotor comprovar explicitamente a situação regularizada em matéria
de licenciamento da actividade e noutros apenas a exigência da aprovação prévia do
projecto de arquitectura ou do início do processo do pedido de licenciamento, sendo
que somente na fase de encerramento é exigida a comprovação do licenciamento do
estabelecimento em que o projecto co-financiado foi realizado.
Decorre até ao dia 29 de Outubro o prazo para apresentação de candidaturas à
tipologia de intervenção Energia – Utilização Racional de Energia e Eficiência
Energético-Ambiental em Equipamentos Colectivos”, inserida no Eixo
Prioritário I – Competitividade, Inovação e Conhecimento do POR Norte, cujos
promotores sejam Pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos, incluindo
Instituições Particulares de Solidariedade Social ou equiparadas e Associações
Desportivas com utilidade pública. O financiamento assume a forma de subsídio não
reembolsável, com uma taxa máxima de co-financiamento de 70% (http://www.ccr-
norte.pt/novonorte/eea_1_2010.pdf).
Até ao dia 15 de Outubro decorre o prazo para apresentação de candidaturas de
projectos de diversificação e eficiência energética – Solar térmico,
apresentadas por empresas individuais, no âmbito do Sistema de Incentivos à
Qualificação e Internacionalização de PME do Programa Operacional Factores de
Competitividade (Aviso para Apresentação de Candidaturas n.º 03/SI/2010).
Já em Conselho de Ministros de 2 de Setembro, o Governo aprovou um Decreto-
Lei que estabelece prazos máximos de pagamento obrigatórios para os
contratos de compra e venda ou de fornecimento de bens alimentares
exclusivamente destinados ao consumo humano, quando o fornecedor seja
uma micro ou pequena empresa.
O diploma estabelece que quando estejam em causa produtos alimentares de
carácter perecível o pagamento deve ocorrer no prazo de 30 dias após a efectiva
35
entrega dos bens e da respectiva factura. No caso das transacções comerciais terem
por objecto produtos alimentares não perecíveis, o prazo é de 60 dias.
As obrigações de pagamento nestes prazos aplicam-se a empresas que tenham
mais de cinquenta trabalhadores e cujo volume de negócios anual seja superior
a dez milhões de euros, sendo que o incumprimento da obrigação de
pagamento do preço no prazo estabelecido determina a aplicação de juros e
constitui contra-ordenação punível com coima de 500 a 44.891,81 euros.
Entra em vigor a partir do dia 1 de Outubro o diploma que estabelece os
princípios e as regras para simplificar o livre acesso e exercício das actividades
de serviços realizadas em território nacional (Decreto-Lei n.º 92/2010, que
transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/123/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro, relativa aos serviços
no mercado interno).
O diploma aplica-se aos prestadores de serviços estabelecidos em território nacional
ou noutros Estados-membros da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
Entre os diversos mecanismos que visam facilitar a vida às pessoas e às empresas
prestadoras de serviços, refira-se a criação de um balcão único dos serviços, que
passa a disponibilizar toda a informação necessária para o desenvolvimento da
actividade em Portugal, e a limitação dos casos em que é possível exigir-se uma
licença ou autorização para a prestação de serviços em território nacional.
Privatizações
Foram fixadas as condições concretas da quinta fase do processo de
reprivatização da GALP Energia, SGPS, S.A. A Resolução do Conselho de
Ministros n.º 57-A/2010 determinou, assim, a quantidade de acções objecto de
reprivatização, a forma de determinação do seu preço e o respectivo caderno de
encargos, bem como os termos e condições essenciais da emissão de obrigações
susceptíveis de permuta ou reembolso com acções representativas do capital social
da GALP.
Através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 57-B/2010 foi aprovado o
caderno de encargos do concurso público de reprivatização do BPN - Banco
Português de Negócios, S. A., fixando-se os termos e condições de alienação
de 72 200 000 acções nominativas com o valor nominal de 5,00 euros cada,
representativas de 95% do capital social do BPN - Banco Português de Negócios,
S.A. O diploma estabelece ainda que o lote de acções reservado a trabalhadores, a
concretizar através de oferta de venda, tem por objecto 3 800 000 acções
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E C O N O M I A N A C I O N A L
nominativas com o valor nominal de 5,00 euros cada, representativas de 5% do
capital social do BPN.
Política Social e Laboral
Num primeiro balanço sobre o impacto da aplicação das novas regras relativas
à atribuição das prestações sociais, o secretário de Estado da Segurança
Social, Pedro Marques, declarou que 44% dos 154.884 beneficiários de RSI
viram a sua prestação diminuída em Agosto.
Relativamente ao Subsídio Social de Desemprego, de um total de 148.308
prestações foram canceladas 10.514, o que corresponde a uma poupança de 2,8
milhões de euros. Até Dezembro de 2010, o Ministério do Trabalho estima poupar
12,3 milhões de euros na despesa com esta prestação social.
Está em curso uma reavaliação extraordinária sobre a condição de recursos dos
beneficiários, em que é solicitado a actualização do agregado familiar, dos
respectivos rendimentos e património.
Segundo números enviados pelo Ministério do Trabalho ao Negócios, a Segurança
Social conseguiu recuperar, nos primeiros cinco meses do ano, 168 milhões de euros,
o que representa um crescimento de 17% face ao mesmo período do ano passado.
O secretário de Estado da Administração Pública reforçou a ideia de que o
congelamento das admissões na função pública é essencial nos próximos
anos, prevendo-se apenas excepções para funções de relevante interesse
público.
De acordo com o Relatório de Orientação da Política Orçamental o congelamento das
admissões de funcionários públicos permitirá ao Estado poupar cerca de 1200
milhões de euros entre 2010 e 2013.
Ainda que não se tenham iniciado as negociações salariais para 2011, a CGTP
divulgou a sua política reivindicativa para o próximo ano, na qual inclui uma
proposta de aumentos salariais de 3,5 por cento para a função pública.
A Intersindical defende que os aumentos salariais para 2011 tenham em
consideração a inflação prevista para o próximo ano, a produtividade média na
economia, a reposição de perdas de anos anteriores, a aproximação ao salário médio
da União Europeia e o agravamento dos impostos sobre o rendimento do trabalho.
O secretário-geral da UGT declarou que não vai levar para a negociação um número
fechado, mas garantiu que o referencial será sempre superior a dois por cento.
37
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) propôs ao Ministério das
Finanças um aumento salarial de dois por cento para a função pública. A
proposta do STE está de acordo com a regra definida pelo Governo no PEC até 2013,
de que não haverá aumentos salariais acima da inflação.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública fez uma proposta de
aumentos salariais de 50 euros para todos os trabalhadores, o que corresponde a um
aumento médio de 4,3 por cento.
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, remete a negociação salarial para
depois da apresentação do Orçamento, não revelando se o congelamento de
salários na função pública é para manter.
Dados da Autoridade para as Condições do Trabalho revelam que entre Janeiro e
Agosto deste ano analisou 97 despedimentos colectivos, 78 empresas com salários
em atraso, 22 situações de redução de actividade, 16 encerramentos e 10 situações
de insolvência. Na sequência desta actividade inspectiva foram detectadas 402
infracções no âmbito da cessação do contrato de trabalho.
Os Ministérios do Trabalho e Solidariedade Social e da Educação criaram o Selo
de Empresa Qualificante (SEQ), destinado a reconhecer empresas e outras
entidades empregadoras de direito privado que investem em processos de
qualificação dos seus trabalhadores e que enquadram essa sua intervenção no
âmbito quer do Sistema Nacional de Qualificações quer da formação contínua
desenvolvida noutros contextos e que cooperam activamente com os promotores
daquele Sistema.
Foi criado o Conselho Nacional para a Economia Social, órgão consultivo, de
avaliação e acompanhamento ao nível das estratégias e das propostas políticas
nas questões ligadas à dinamização e ao crescimento da economia social.
O Conselho de Ministros aprovou o II Plano para a Integração dos Imigrantes
(2010-2013) composto por 90 medidas distribuídas por 17 áreas de intervenção.
Este II Plano para a Integração dos Imigrantes consolida as iniciativas existentes,
prevê intervenções em vários domínios, como o reconhecimento das qualificações,
melhor articulação entre a oferta e a procura do mercado de trabalho e um sistema de
informação nacional sobre os imigrantes altamente qualificados.
Destacam-se ainda as novas áreas da diversidade e interculturalidade, bem como
dos idosos imigrantes, a par do apoio aos imigrantes em situação de desemprego.
38 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
O comissário da Economia Olli Rehn fez um apelo à flexibilização laboral,
sobretudo em relação, a Portugal e Espanha.
De acordo com indicadores da OCDE, em cinco anos, Portugal deixou de ser
considerado o país desta organização onde é mais difícil despedir, tendo subido seis
lugares nesta tabela, após a revisão da legislação laboral em 2008.
De acordo com os dados do Eurostat, em 2009, 22% da população com mais de
15 anos empregada em Portugal tinha um contrato a prazo. Na Europa a 27,
Portugal só é ultrapassado pela Polónia (26,5 por cento) e Espanha (25,4 por cento).
Na cerimónia de abertura do ano lectivo do ensino politécnico, no Instituto Superior de
Engenharia do Porto, o Primeiro-ministro afirmou que, presentemente, 36% dos
jovens com 20 anos estuda no ensino superior, um número que permite a
Portugal ultrapassar a média da OCDE. Nesta matéria, o objectivo é atingir a meta de
40% de portugueses com idades entre os 30-34 anos diplomados no ensino superior,
até 2020.
A Comissão Europeia aceitou a candidatura de Portugal ao Fundo Europeu de
Ajustamento à Globalização (FEG), que integra um apoio total de 2,4 milhões de
euros para ajudar a reintegrar no mercado de trabalho as pessoas despedidas no
ano passado. Este apoio destina-se a apoiar medidas como o reconhecimento de
competências (Novas Oportunidades), formação profissional, bolsas para pós-
graduações, apoios à criação de empresas e à auto-colocação.
Sistema Monetário e Financeiro
Em 23 de Julho, foram publicados nos sítios de internet do Banco de Portugal e
do Comité Europeu de Supervisores Bancários (CESB) os resultados dos testes
de stress para os quatro grupos bancários portugueses envolvidos no exercício
(Caixa Geral de Depósitos, Banco Comercial Português, Espírito Santo Financial
Group e Banco BPI). Este exercício foi realizado nos países da União Europeia, sob a
coordenação do CEBS, com a cooperação do BCE e a participação directa das
autoridades de supervisão nacionais de cada um dos países da União Europeia. O
objectivo consistiu em avaliar a resistência de um conjunto representativo de bancos
dos países da União Europeia quando sujeito a um cenário adverso extremo, mas
plausível. Conjuntamente, os grupos bancários portugueses participantes no stress
test, representavam, directa ou indirectamente, cerca de três quartos do total do activo
do sistema bancário português em 2009, dos quais cerca de dois terços cobertos
39
directamente pelo Banco de Portugal. Os resultados publicados confirmaram a
solidez do sistema bancário português quando sujeito a um cenário muito
adverso, corroborando as conclusões dos exercícios regulares do Banco de
Portugal. O Banco de Portugal conclui que, apesar da pressão do cenário adverso
extremo sobre os níveis de rendibilidade e solvabilidade das instituições testadas, os
quatro grupos bancários portugueses apresentaram, tanto em 2010 como em 2011,
rácios de capital Tier 1 superiores a 6 por cento, valor que, para efeitos deste
exercício, foi considerado como limiar de solidez financeira. Por consequência, não há
necessidades de reforço de capital no caso dos bancos portugueses.
No início de Agosto, o Presidente do Montepio Geral, Tomás Coreia, anunciou
que a instituição vai lançar uma oferta pública de aquisição sobre o Finibanco
no espaço de dois meses, com pagamento em dinheiro. Tomás Correia revelou
ainda que a operação poderá gerar sinergias de 70 m.e., prevendo que a integração
se concretize num prazo de seis meses. Também não foi excluída a hipótese do
Montepio concorrer à reprivatização do BPN.
Em Setembro, no decorrer de uma conferência, o Presidente do Millenium BCP,
Carlos Santos Ferreira, defendeu a necessidade urgente da banca portuguesa
diversificar as fontes de financiamento, pois o financiamento junto do BCE está
a atingir níveis nunca antes vistos por causa da crise financeira. Segundo
Santos Ferreira, o recurso ao BCE é excepcional, pelo que não se pode
transformar numa situação normal. Segundo o banqueiro, não há diferença entre o
financiamento dos bancos portugueses, que estão a recorrer ao BCE para obterem
empréstimos para o médio e longo prazo. Sobre a evolução mais recente da
actividade bancária nacional, Santos Ferreira referiu que a concessão de crédito
se manteve estável no primeiro semestre, frisando ainda que os spreads
(margem) cobrados aos clientes estão a subir em consonância com os custos de
financiamento dos bancos. Quanto à procura de crédito, caracterizou-a como
estável ou em ligeira descida. No que se refere às novas regras de Basileia III, que
obrigam ao reforço dos capitais próprios dos bancos, o presidente do BCP
destacou que são boas regras que permitem conciliar a solidez do sistema
financeiro com o crescimento da economia. O responsável disse também estar
confiante que todas as instituições nacionais vão cumprir os novos requisitos de
capital impostos a nível, destacando que as novas regras são extremamente
positivas por permitirem terminar com a especulação e devolverem às
autoridades a definição das regras de capitalização da banca, que estavam a ser
ditadas pelos analistas de casas de investimento.
40 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos
Tavares, congratulou-se com as recentes propostas legislativas da Comissão
Europeia para aumentar a segurança e a transparência da negociação de
instrumentos derivados no mercado de balcão (derivados OTC). Ao atribuir um
papel importante à Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados, a
Comissão Europeia reforçou a sua posição de defesa de um quadro
harmonizado de supervisão a nível da UE, segundo Carlos Tavares, que é também
presidente do Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeus
de Valores Mobiliários.
2. Economia Monetária e Financeira
2.1. Taxas de Juro
Euribor Obrigações do Tesouro
6 meses 12 meses 5 anos 10 anos
09: II 1.313 1.504 3.38 4.41
09: III 1.016 1.236 2.93 3.86
09: IV 0.994 1.248 3.07 4.06
10: I 0.958 1.215 3.55 4.52
10: II 1.041 1.306 4.69 5.98
Junho 10 1.041 1.306 4.69 5.98
Julho 10 1.145 1.417 4.15 5.31
Agosto 10 1.137 1.414 4.17 5.48
2 Julho 2010 1.060 1.329 4.44 5.43
9 Julho 2010 1.081 1.351 4.39 5.43
16 Julho 2010 1.114 1.380 4.41 5.71
23 Julho 2010 1.133 1.402 4.59 5.76
30 Julho 2010 1.145 1.417 4.15 5.31
6 Agosto 2010 1.154 1.428 3.85 5.06
13 Agosto 2010 1.153 1.423 4.05 5.28
20 Agosto 2010 1.145 1.420 3.97 5.29
27 Agosto 2010 1.139 1.417 4.32 5.62
31 Agosto 2010 1.137 1.414 4.17 5.48
Fonte: Banco de Portugal e Reuters; valores em percentagem; taxas anualizadas a 360 dias.
Nota: Valores de final de semana/mês/trimestre; os valores para as Obrigações do Tesouro referem-se às
yields do mercado secundário.
As taxas de juro do mercado monetário europeu registaram uma subida
significativa em Julho, a reflectir dados económicos favoráveis na zona do euro
e vários sinais de normalização dos mercados de crédito, com destaque para os
resultados sem surpresas dos testes de stress financeiro aos bancos europeus.
41
Merece também saliência a redução das compras de títulos de dívida pública pelo
BCE e a subida inesperada do M3 nesse mês. A taxa Euribor a 1 mês aumentou 16
pontos base (p.b.) em comparação de final de mês, para 0,65%, tendo-se verificado
progressões menos significativas nas maturidades superiores (11 p.b. no caso dos 12
meses, para 1,42%), o que se traduziu numa menor inclinação da curva de
rendimentos. Apesar dos sinais de normalização dos mercados de crédito e da
aproximação das taxas de juro de prazo mais curto à taxa de referência do BCE
(1%), os depósitos dos bancos junto do BCE continuaram a ser muito
abundantes, traduzindo a relutância dos bancos em emprestar.
O movimento de subida das taxas Euribor interrompeu-se em Agosto, acabando
por se registar uma descida pouco significativa no saldo do mês, a traduzir a
perspectiva de extensão das condições especiais de cedência de liquidez.
No mercado secundário de dívida pública portuguesa, pelo contrário, o mês de
Julho ficou marcado por uma descida acentuada das yields, reflectindo a
confirmação da solidez do sistema financeiro nacional nos stress tests, para
além das várias emissões de dívida bem sucedidas de países do Sul da Europa,
incluindo Portugal, isto apesar da redução do rating pela Moody’s, já esperada. A
yield a 5 anos recuou 54 p.b. em comparação de final de mês, para 4,15%, tendo-se
verificado uma descida ainda maior nos 10 anos (67 p.b., para 5,31%).
O movimento inverteu-se em Agosto com o retorno dos receios em torno da
situação orçamental dos países do sul da Europa, incluindo Portugal, mas a
subida não foi muito acentuada e foi diferenciada entre as várias maturidades. A
yield a 5 anos aumentou apenas 2 p.b. em Julho, para 4,17%, enquanto nos 10 anos
a subida foi de 17 p.b., para 5,48%. Deste modo, no conjunto dos meses de Julho
e Agosto acabou por se verificar uma descida significativa das yields nacionais,
aliviando as condições de financiamento do Estado português, embora a
evolução mais recente, na primeira quinzena de Setembro, tenha sido
desfavorável, acentuando-se o movimento de subida.
2.2. Mercado de Valores Mobiliários
Índice PSI-20
(valores de fecho das sessões de início e fim das semanas de Julho e Agosto)
Quinta, 1 Sexta, 2 Seg, 5 Sexta, 9 Seg, 12 Sexta, 16 Seg, 19 Sexta, 23 Seg, 26 Sexta, 30
7,019.28 7,075.73 7,106.22 7,317.93 7,305.09 7,137.11 7,111.70 7,252.70 7,291.84 7,371.79
Seg, 2 Sexta, 6 Seg, 9 Sexta, 13 Seg, 16 Sexta, 20 Seg, 23 Sexta, 27 Seg, 30 Terça, 31
7,512.60 7,415.36 7,509.04 7,300.08 7,325.50 7,370.53 7,375.72 7,366.15 7,388.98 7,394.15
Índice composto pelo cabaz das 20 acções mais importantes do mercado, sujeito a uma revisão semestral; 31-12-92=
3000.
42 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
Em Julho, o índice PSI-20 registou uma valorização de 4,3%, acompanhando a
valorização das bolsas internacionais com os resultados dos testes de stress ao
sector financeiro europeu, em que os bancos nacionais sobressaíram pela
positiva, levando a uma subida significativa das suas cotações. O PSI-20 subiu de
forma pouco significativa em Agosto (0,3%), conseguindo evitar as descidas
registadas no exterior (num contexto de abrandamento económico nos EUA e novos
receios sobre a divida soberana na Europa) devido à forte valorização da PT, após
a mudança da sua posição no mercado brasileiro de telecomunicações móveis.
Apesar da evolução favorável no conjunto dos dois meses, no final de Agosto o PSI-
20 registava ainda uma quebra de 12,6% desde o início do ano.
Na carteira do PSI-20, em Julho destacaram-se as subidas na banca (13% no
BES, 11,1% no BPI e 7,1% no BCP), a valorização de 11,2% na Jerónimo Martins, e
os ganhos nos títulos do grupo Sonae, em particular a Sonae Indústria (11,2%).
Apenas quatro títulos apresentaram um saldo negativo, com a maior descida a
pertencer à EDP renováveis (5,2%).
Em Agosto, salientou-se a subida de 9,4% da PT, após uma recomendação de
compra da Merryil Lynch (e a revisão em alta de 20% do preço alvo) com a
concretização da venda da participação na brasileira Vivo à espanhola
Telefónica e a entrada na Oi, empresa também inserida no sector de
telecomunicações móveis do Brasil, que está em forte crescimento. Na justificação da
recomendação, a Merril Lynch referiu que a PT irá receber os mesmos dividendos por
menos de metade do investimento, o que libertará dinheiro para uma possível nova
recompra de acções para remunerar os accionistas. Apenas mais sete títulos
apresentaram uma evolução positiva, com realce para as subidas de 6,1% da Sonae
SGPS, de 4 na Jerónimo Martins e de 3,7% da Cimpor, que divulgou resultados
positivos no Brasil. Depois de terem apresentado os ganhos mais salientes em
Julho, os títulos da banca registaram também algumas das perdas mais
significativas em Agosto (7,3% no BES, 5,1% no BCP e 4,2% no BPI), com
renovados receios sobre a dívida soberana, mas o saldo dos dois meses foi
positivo nos três casos.
43
3. Economia Real
3.1. Actividade Económica Global
As contas nacionais relativas ao segundo trimestre de 2010, divulgadas pelo INE,
revelam, pela segunda vez após cinco trimestres de queda sucessiva, um
crescimento homólogo do PIB (1,5%). Face ao primeiro trimestre de 2010, o PIB
aumentou 0,3%, desacelerando face ao crescimento de 1,1% do trimestre anterior.
08:IV 09:I 09: II 09: III 09: IV 10: I 10: II
Consumo privado 1,1 -1,6 -1,3 -1,2 0,2 2,7 2,9
Consumo público 1,9 5,5 4,3 4,8 3,5 2,1 6,2
FBCF -7,1 -14,0 -12,8 -8,7 -1,9 -2,3 -4,6
Exportações -8,8 -19,0 -15,5 -9,8 -2,0 8,5 10,1
Importações -4,4 -15,1 -14,8 -8,7 -4,3 5,2 10,4
PIB pm -1,8 -3,9 -3,1 -2,3 -1,0 1,8 1,5
Fonte: INE; Taxas de variação percentual face ao período homólogo do ano anterior; preços constantes de 2006;
valores corrigidos de sazonalidade.
O forte aumento do consumo público, associado, segundo o INE, em grande medida,
à importação de equipamento militar, e, por isso, com um impacto virtualmente nulo
no PIB, prejudica a análise da evolução da economia pelo lado da procura, sendo
contudo de realçar, pela positiva, o bom comportamento das exportações, que
aumentaram 10,1% em termos homólogos e, pela negativa, o pior desempenho
da FBCF que viu agravada a sua queda, para 4,6%.
Note-se, ainda, como alguns analistas previam e em concordância com o
comportamento dos indicadores avançados da OCDE, que o crescimento do PIB
desacelerou. No entanto, tudo parece indicar que na hipótese de crescimento nulo ou
mesmo ligeiramente negativo, em cadeia, nos dois trimestres finais do ano, o PIB do
ano de 2010 deve ultrapassar o crescimento de 0,9% previsto pelo BdP no seu
Boletim de Verão.
Na óptica da oferta, destaca-se o contributo positivo do VAB da energia, águas
e saneamento (que cresceu 4,4%) e da indústria (2,8%), embora em abaixo do
verificado no trimestre anterior (4,6%). O VAB da construção continua em queda (-
3,9%) ainda que em menor grau que no trimestre anterior, assim como o da
agricultura (-2,3%), enquanto todos os restantes ramos de actividade contribuíram
positivamente, com crescimentos do respectivos VAB.
44 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
O emprego total (dados corrigidos da sazonalidade) diminuiu 1,5% no segundo
trimestre (contra uma queda de 1,7% no trimestre anterior), tendo o emprego por
conta de outrem crescido 0,1% (em termos homólogos), invertendo a tendência
negativa iniciada no primeiro trimestre de 2009.
O indicador de clima económico do INE – síntese da informação de carácter
qualitativo relacionada com as principais actividades económicas – manteve, em
Agosto, os valores atingidos em Junho e Julho mantendo-se, pois, estável nos
0,1.
No entanto, a apreciação individual dos diversos indicadores fornecem sinais
mistos acerca da conjuntura nacional, com o indicador de confiança dos
consumidores a variar agora favoravelmente, o mesmo se passando com o da
indústria transformadora, ao contrário de meses anteriores, enquanto os indicadores
da construção e dos serviços registaram uma queda.
O indicador de confiança da indústria transformadora melhorou relativamente a
Julho em 1,3 pontos (de -12,2 nesse mês para -11,5) retomando, já em Julho, a
trajectória positiva iniciada em Março de 2009. Esta evolução deveu-se,
fundamentalmente, a uma evolução francamente positiva nas expectativas acerca da
procura global e de uma evolução positiva nas opiniões acerca dos stocks de
produtos acabados.
Índice de Clima Económico - Portugal
-3,5
-3
-2,5
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
Fev
-07
Mar
-07
Ab
r-0
7
Mai
-07
Jun
-07
Jul-
07
Ag
o-0
7
Set
-07
Ou
t-0
7
No
v-0
7
Dez
-07
Jan
-08
Fev
-08
Mar
-08
Ab
r-0
8
Mai
-08
Jun
-08
Jul-
08
Ag
o-0
8
Set
-08
Ou
t-0
8
No
v-0
8
Dez
-08
Jan
-09
Fev
-09
Mar
-09
Ab
r-0
9
Mai
-09
Jun
-09
Jul-
09
Ag
o-0
9
Set
-09
Ou
t-0
9
No
v-0
9
Dez
-09
Jan
-10
Fev
-10
Mar
-10
Ab
r-1
0
Mai
-10
Jun
-10
Jul-
10
Ag
o-1
0
Fonte: INE
45
O indicador de confiança do comércio regrediu 0,9 pontos, depois de em Julho
ter tido um comportamento positivo. No que diz respeito ao comércio por grosso, o
indicador passou de -4,4 em Julho (-3,2 em Junho) para -4,5 em Agosto, e no caso do
comércio a retalho o indicador evolui negativamente em 0,4 pontos, de -1,5 em Julho
(-1,0 em Junho) para -1,9 em Agosto.
O indicador de confiança dos serviços agravou-se, pelo quarto mês
consecutivo, passando de -8,4 pontos em Julho para -10,3 pontos em Agosto. É de
destacar que o saldo das respostas piorou em todos os sub indicadores.
O indicador de confiança da construção e obras públicas teve uma evolução
desfavorável (interrompendo um percurso positivo iniciado em Junho) passando de -
39,9 pontos para -40,6 pontos. A deterioração no saldo das respostas acerca das
perspectivas de emprego nos próximos meses foi o contributo decisivo para esta
evolução negativa, já que o outro sub indicador, carteira de encomendas actual, teve
evolução positiva.
Após a queda verificada em Julho, o indicador de confiança dos consumidores
teve uma evolução positiva em Agosto, para -40,4, ficando, ainda assim, aquém
dos resultados dos últimos meses.
3.2. Procura Interna
3.2.1. Consumo
Fonte 09:IV 10:I 10:II Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10
Indic. Coincidente do Consumo Privado BdP 1,2 2,6 2,7 2,9 2,8 2,5 2,1 1,5
Indic. Confiança dos Consumidores (1) INE -30,0 -35,4 -40,1 -36,7 -38,3 -40,1 -42,0 -40,4
Venda de automóveis não comerciais ACAP -6,0 69,1 48,9 33,1 46,8 62,5 18,3 13,6
Importações de bens de consumo (2)
INE 1,3 -0,5 7,1 4,9 8,8 5,7 -4,9
Vol. de neg. do comércio a retalho (3)
INE -0,2 0,8 0,3 -0,2 2,0 -0,9 -0,1
Crédito ao consumo (4)
BdP 2,3 2,4 1,9 1,8
Taxas de variação face ao período homólogo do ano anterior, em percentagem (salvo indicação em contrário);
(1) Inquéritos de Conjuntura aos Consumidores e à Indústria Transformadora; saldo de respostas extremas (média
móvel de 3 meses); (2) Taxa de variação homóloga em temos nominais. (3) Taxa de variação em termos reais; índices
de sazonalidade e dos dias úteis; (4) Valores corrigidos de reclassificações e de operações de titularização de crédito.
No que toca à despesa das famílias em bens de consumo, os dados disponíveis
mais recentes dão sinais de alguma retracção, com o indicador coincidente do
BdP a mostrar um abrandamento em Julho e Agosto, relativamente aos meses
anteriores.
46 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
Em Julho (valores rectificados), o volume de negócios do comércio a retalho voltou a
cair em termos homólogos, apesar de menos intensamente do que em Junho. A
despesa em bens alimentares registou, em Julho, uma tvh de 3,3%, acima do ritmo
de Junho mas abaixo do valor de Maio (valores revistos). A despesa em bens não
alimentares, registou uma tvh de -3,2%, contra -2,2% em Junho (note-se contudo
que, retirando os combustíveis, a evolução é positiva em 2,3%.). A venda de
automóveis não comerciais desacelerou, tanto em Julho como em Agosto, depois da
forte aceleração do primeiro semestre. O crédito ao consumo desacelerou em Junho
e Julho relativamente ao comportamento dos meses anteriores.
3.2.2. Investimento
Fonte 09:IV 10:I 10:II Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10
Indicador de FBCF INE -8,7 -2,7 -1,1 -3,1 -2,0 -1,1 -1,0
Vendas de veículos comerciais ligeiros ACAP -16,8 19,6 29,0 20,0 30,5 37,0 14,6 12,6
Importações bens de investimento INE -12,7 -7,9 -14,4 -19,7 -14,7 -8,8 -35,3
Índice produção bens de investimento INE -18,7 -0,7 -1,0 -2,9 -1,5 -1,4 2,1
Vendas de cimento BdP -15,6 -9,4 -6.1 -11,4 -2,2 -4,6 -7,0 -2,2
Índice de Produção na Construção INE -9,2 -8,2 -8,1 -9,1 -5,7 -9,4 -8,2
Crédito para compra de habitação (1)
BdP 3,1 3,1 3,3 3,2
Crédito às sociedades não financeiras (1)
BdP 0,4 0,2 1,3 1,2
Taxas de variação face ao período homólogo do ano anterior, em percentagem (salvo indicação em contrário); Índices
de produção de bens de investimento corrigidos.
(1) Valores corrigidos de reclassificações e de operações de titularização de crédito.
Os indicadores relativos ao investimento permanecem quase todos em terreno
negativo.
O índice de produção de bens de investimento foi dos poucos indicadores a ter uma
evolução positiva nos meses mais recentes. Pela negativa, destaca-se a queda
substancial na importação de bens de investimento, em Julho. Nos meses de Junho e
Julho deu-se uma ligeira retoma no crescimento do crédito às empresas, mantendo-
se estável a variação homóloga do crédito à habitação.
Os indicadores relativos à construção registam alguns sinais de abrandamento da
deterioração.
47
3.3. Comércio Internacional
Resultados Globais preliminares
Mai 09-Jul 09 Mai 10-Jul 10 Variação
Total
Saída (Fob) 8 385.3 9 544.4 13.8%
Entrada (Cif) 13 052.5 13 971.9 12.7%
Saldo -4 667.2 -5 162.5 -10,6%
Taxa de Cobertura 64.2% 64.9% -
União Europeia a 27
Expedição 6 294.5 7 142.7 13.5%
Chegada 10 197.8 10 975.0 7.6%
Saldo -3 903.2 -3 832.3 1,8%
Taxa de Cobertura 61.7% 65.1% -
Países Terceiros
Exportação 2 090.8 2 401.7 14.9%
Importação 2 854.7 3 731.9 30.7%
Saldo -763.9 -1 330.2 -74,1%
Taxa de Cobertura 73.2% 64.4% -
em milhões de euros; Fonte: INE
No trimestre em análise (Maio a Julho), as saídas aumentaram de novo a bom
ritmo, embora em desaceleração, e as entradas continuaram a registar uma
evolução que, apesar de continuar a significativa – em linha com a retoma do
comércio mundial – permanece inferior à das saídas, conduzindo a uma melhoria
da taxa de cobertura em 0,7 p.p. face ao mesmo período de 2009. Apesar desta
evolução favorável, o défice comercial agravou-se em cerca de 10,6% em relação ao
mesmo período de 2009 e em 3,5% face ao trimestre anterior de Abril a Junho de
2010.
Relativamente aos países terceiros, se excluirmos os combustíveis, a taxa de
cobertura foi de 98,5% (100,5% no período anterior) contra 117,9% no mesmo
período do ano de 2009. O défice energético foi, neste trimestre, de 1,300,4 milhões
de euros, mais 794,7 milhões que o verificado em igual trimestre de 2009 e menos
142,3 milhões que no trimestre anterior.
Em termos de variações, relativamente a igual trimestre de 2009, destacam-se, nas
saídas, o aumento de 21.2% nos fornecimentos industriais (com destaque para os
produtos transformados) e de 18,6% no material de transporte acessórios e, nas
entradas, o aumento de 30,3% nesta mesma última rubrica e de 32,0% nos
combustíveis e lubrificantes.
48 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
Saliente-se que os valores constantes desta secção estão expressos em preços
correntes, ao contrário dos valores apresentados acima nas Contas Nacionais
Trimestrais, que são apresentados a preços constantes de 2000, pelo que a
informação não é directamente comparável. Relativamente aos valores das Contas
Nacionais Trimestrais, note-se, ainda, que os termos de troca em termos reais se
deterioraram 1,2% no segundo trimestre de 2010.
3.4. Conjuntura na Indústria
O índice de produção industrial evidenciou um abrandamento homólogo
significativo em Julho (tvh de 1,1%, após 3,7% e 3,8% nos dois meses anteriores),
tendo-se mesmo registado uma quebra de 0,3% na indústria transformadora
(face a uma subida de 4,8% em Junho), que foi contrariada pela aceleração da
produção no ramo de electricidade, gás, vapor, água e ar frio (de 2,4% para 6,3%).
Apesar de tudo, a evolução continuou a melhorar em média anual, com o índice geral
de produção a reduzir o ritmo de perda para apenas 0,5% (1,4% em Junho),
verificando-se um comportamento semelhante na indústria transformadora.
Tendo em conta o detalhe dos dados por agrupamentos, a redução do crescimento
homólogo da produção industrial teve origem na quebra das indústrias de bens
de consumo (tvh de -2,7%, após 0,6% em Junho) e no abrandamento da
-25,0
-20,0
-15,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
Jul-08
Ago-0
8
Set-
08
Out-
08
Nov-0
8
Dez-
08
Jan-0
9
Fev-0
9
Mar-
09
Abr-
09
Mai-09
Jun-0
9
Jul-09
Ago-0
9
Set-
09
Out-
09
Nov-0
9
Dez-
09
Jan-1
0
Fev-1
0
Mar-
10
Abr-
10
Mai-10
Jun-1
0
Jul-10
Índices de produção industrial (var. homóloga em %)
Indústria Transformadora
IndústriaGeral
49
actividade dos bens intermédios (de uma tvh de 8,1% para 2,5%). O andamento
desfavorável destes dois agrupamentos mais do que compensou a aceleração da
produção nas indústrias de bens de investimento (de 1,4% para 2,1%) e da energia
(de 1,5% para 5,1%). Em termos de variação média anual, a melhoria de
andamento foi generalizada, destacando-se a quebra já pouco significativa dos
bens intermédios (0,2%).
Índice de produção industrial
09: II 09: III 09: IV 10: I 10: II Mai-10 Jun-10 Jul-10
TVH TVM 12m
Índice Geral -9.5 -7.1 -4.4 3.7 2.8 3.8 3.7 1.1 -0.5
Por ramos:
Industrias Extractiva -16.2 -26.7 -11.9 -28.5 0.4 -2.7 15.0 19.1 -13.8
Ind. Transformadora -12.3 -7.4 -3.9 6.0 3.2 4.3 4.8 -0.3 0.0
Elect., Gás, Vapor, Água, Ar 12.2 -0.7 -5.6 -0.3 0.7 1.9 -4.2 6.2 -0.4
Águas, saneamento, outros -3.5 0.1 6.1 4.0 4.1 5.7 2.4 6.3 4.3
Por grandes agrupamentos:
Bens de Consumo -6.8 -1.3 -0.5 2.4 0.4 2.9 0.6 -2.7 0.2
Bens Intermédios e outros* -15.1 -12.2 -2.8 3.7 6.7 7.0 8.1 2.5 -0.2
Bens de Capital -16.6 -18.2 -17.7 0.7 -1.0 -1.5 1.4 2.1 -8.1
Energia 5.7 1.2 -3.0 7.8 0.8 1.7 1.5 5.1 2.7
Fonte: INE; dados com correcção de efeitos de calendário; Base: 2005=100; CAE Rev.3; Taxas de variação percentual
homóloga (tvh), excepto na última coluna (taxa de variação média de 12 meses – tvm 12m); * Inclui a recolha,
tratamento e eliminação de resíduos.
Atendendo à divisão da indústria transformadora em subsectores, os dados
actuais permitem destacar, quanto a comportamentos negativos:
(i) a manutenção da contracção nas indústrias de máquinas e aparelhos eléctricos
(tvm 12 m de -3% em Julho), de couro (-3,3%), de minerais não metálicos (-5,7%), de
mobiliário e colchões (-2,5%), do vestuário (-0,3% em Junho), do tabaco (-2,4%), de
produtos metálicos (-1,3% em Junho), de impressão (-6,3% em Junho), de
equipamento eléctrico (-1,7% em Junho), de produtos farmacêuticos (-2,6% em
Junho) e de veículos automóveis (-21% em Junho).
(ii) o abrandamento da produção nas indústrias de bens alimentares (de uma tvm
12m de 3,6%, em Junho, para 3,2% em Julho), de bebidas (de 2,7% para 0,6%), de
pasta e papel (de 6,5% para 5,1%), de borracha e plásticos (de 14,2% para 13,9%) e
metalúrgicas de base (de 25,6% para 22,3%).
Quanto a comportamentos positivos, salienta-se:
(i) a aceleração da produção nas indústrias de recolha e tratamento de resíduos
(de uma tvm 12m de 3,6% em Junho, para 4,3% em Julho), de produtos petrolíferos
(de 17,6% para 19,3%), de produtos químicos (de 8,1% para 12,1%) e têxteis (para
50 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
2,8%, após 1,6% em Junho, a primeira subida em vários anos); a retoma do
crescimento da produção nas indústrias de madeira e cortiça (0,3%).
Já em Agosto, o inquérito à indústria transformadora evidenciou uma melhoria
das avaliações da produção corrente, sugerindo a recuperação da actividade no
ramo. As apreciações sobre a procura também melhoraram, em particular na
componente externa (num máximo de dois anos). Quanto aos stocks de
produtos acabados, as indicações foram de reforço, podendo estar ainda em
decurso um processo de reconstituição de existências, que favorece a produção.
Em Julho, o índice de volume de negócios da indústria registou uma
desaceleração acentuada (tvh nominal de 5,5%, após 10,3% e 13,4% nos dois
meses anteriores), que se fez sentir sobretudo no mercado nacional (tvh de 1,4%,
após 7% em Junho, passando de 16,1% para 13,2% no caso do mercado externo).
Os preços de venda aumentaram a um ritmo um pouco superior, mitigando um pouco
a desaceleração das vendas. Em termos de variação média anual, verificou-se
uma retoma do crescimento do índice geral de vendas (tvm 12m de 1,3%, após -
1,5% em Junho, repartida entre -0,4% no mercado nacional e 4,6% no externo).
Considerando a classificação por agrupamentos, a desaceleração das vendas
resultou de uma quebra nos bens de consumo (tvh de 5,3%, após 2,3% em
-80,00
-70,00
-60,00
-50,00
-40,00
-30,00
-20,00
-10,00
0,00
10,00
20,00
Ago
-06
Ou
t-0
6
Dez-0
6
Fev
-07
Ab
r-0
7
Jun
-07
Ago
-07
Ou
t-0
7
Dez-0
7
Fev
-08
Ab
r-0
8
Jun
-08
Ago
-08
Ou
t-0
8
Dez-0
8
Fev
-09
Ab
r-0
9
Jun
-09
Ago
-09
Ou
t-0
9
Dez-0
9
Fev
-10
Ab
r-1
0
Jun
-10
Ago
-10
Produção e Procura na Indústria Transformadora
Média Móvel de 3 meses - s.r.e.
PRODUÇÃO
PROCURA EXTERNA
PROCURA INTERNA
Fonte: INE
51
Junho) e do abrandamento nos bens intermédios (de 15,15 para 3,9%), à
semelhança do que se verificou na produção. Também no caso das vendas se
registou uma aceleração nos bens de investimento e na energia (para tvh de 9,5% e
22,3%, respectivamente). No que se refere ao comportamento em média anual,
destaca-se a retoma do crescimento das vendas nos bens de capital (2,6%),
passando a acompanhar as indústrias de energia (com uma subida 10%) em termos
de comportamento positivo. Nas restantes indústrias, registou-se um desagravamento
das perdas.
No que se refere a informação avançada, do inquérito à indústria transformadora de
Agosto, as perspectivas dos empresários apontam para a estabilização da
produção e um maior crescimento dos preços nos próximos meses.
O índice de emprego voltou a evidenciar uma atenuação do ritmo de quebra
homóloga em Julho, passando para 1,6% (menos 0,3 p.p. que em Junho), o valor
mais baixo em quase dois anos. O desagravamento foi também visível em variação
média anual, com a descida a atenuar-se 0,4 p.p., para 4,5%, tendo-se registado uma
melhoria de andamento semelhante no número de horas trabalhadas, o que se
traduziu na manutenção de uma quebra ligeira da ocupação laboral na indústria.
-7,0
-6,0
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
Jul-
08
Ago
-08
Set-
08
Ou
t-0
8
No
v-0
8
Dez-0
8
Jan
-09
Fev
-09
Ma
r-0
9
Ab
r-0
9
Ma
i-0
9
Jun
-09
Jul-
09
Ago
-09
Set-
09
Ou
t-0
9
No
v-0
9
Dez-0
9
Jan
-10
Fev
-10
Ma
r-1
0
Ab
r-1
0
Ma
i-1
0
Jun
-10
Jul-
10
Índice de Emprego industrial
(Variação homóloga, %)
Fonte: INE
52 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
3.5. Emprego e Desemprego
Jan 09 Fev 10 Mar 09 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10
Taxa de Desemprego 10,4 10,4 10,6 10,8 10,9 11,0 10,8
Fonte: Eurostat, dados ajustados de sazonalidade, valores revistos.
As estimativas do Eurostat apontam para uma ligeira diminuição da taxa de
desemprego em Julho relativamente aos valores de Maio e Junho.
De acordo com as estatísticas do Instituto de Emprego e Formação Profissional, no
final do mês de Julho, estavam registados nos Centros de Emprego cerca de
548 mil desempregados, uma redução de 0,7% em relação a Junho.
Relativamente ao mesmo período de 2009 este número representa um acréscimo de
10,3%. O número de desempregados de longa duração (mais de um ano) aumentou,
em termos anuais, 37,2%, representando 40,4% dos inscritos. Em termos das
diversas situações de desemprego, as mulheres representavam 54,3% dos inscritos
(mais 0,3 p.p. do que em Junho), os maiores de 25 anos, 88,5% e as pessoas à
procura de primeiro emprego, 7,0%.
Fonte: BdP
3.6. Preços
09:IV 10:I 10:II Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Tvm 12
m
IPC Total -0,7 0,3 1,0 0,7 1,1 1,2 1,8 1,9 0,3
IPC bens -1,9 -0,1 1,2 0,8 1,2 1,5 2,3 2,5 -0,1
IPC serviços 1,2 0,9 0,7 0,6 0,8 0,8 1,2 1,2 0,8
Fonte: INE e Banco de Portugal
Taxas de variação percentual face ao período homólogo do ano anterior, salvo outra indicação.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
1998:1
1998:4
1999:3
2000:2
2001:1
2001:4
2002:3
2003:2
2004:1
2004:4
2005:3
2006:2
2007:1
2007:4
2008:3
2009:2
2010:1
Portugal Área Euro
53
Em Agosto de 2010, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) apresentou uma
taxa de variação homóloga de 1,9%, mais 0,1 p.p. que em Julho e mais 0,7 p.p.
que em Junho. A variação média dos últimos doze meses aumentou 0,2 p.p. em
Julho e 0,3 p.p. em Agosto, para 0,3%.
Esta evolução reflecte já o efeito do aumento de um ponto percentual das taxas
do IVA, que ocorreu em Julho. Sendo difícil perceber até que ponto este aumento
afectou os preços dos bens, que desde Novembro registavam já uma aceleração
moderada mas persistente, parece claro que a repercussão da subida do IVA
sobre os preços dos serviços foi relativamente fraca, sinal de que terá sido
parcialmente absorvida pelo lado da oferta.
A tvh do IPC foi superior em 1,1 p.p. à do indicador da inflação subjacente (medido
pelo índice total excepto produtos alimentares não transformados e industriais
energéticos), que teve uma variação homóloga de 0,8%, 0,2 p.p. superior à verificada
em Julho e 1,0 p.p. superior à verificada em Junho.
No mês de Agosto, é de destacar apenas uma descida de preços (em termos
homólogos) na saúde (-0,5%). Todos ou restantes componentes do IPC
experimentaram aumentos nos preços, as maiores subidas verificaram-se nos na
habitação, água, gás, etc. (5,0%), nas bebidas alcoólicas e tabaco (4,6%), nos
transportes (3.3%), e na educação (3,0%).
Evolução do IHPC (tvh em %)
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Jan
-97
Ab
r-9
7Ju
l-9
7
Ou
t-9
7Ja
n-9
8A
br-
98
Jul-
98
Ou
t-9
8Ja
n-9
9
Ab
r-9
9Ju
l-9
9O
ut-
99
Jan
-00
Ab
r-0
0Ju
l-0
0
Ou
t-0
0Ja
n-0
1A
br-
01
Jul-
01
Ou
t-0
1
Jan
-02
Ab
r-0
2Ju
l-0
2O
ut-
02
Jan
-03
Ab
r-0
3
Jul-
03
Ou
t-0
3Ja
n-0
4A
br-
04
Jul-
04
Ou
t-0
4Ja
n-0
5A
br-
05
Jul-
05
Ou
t-0
5Ja
n-0
6
Ab
r-0
6Ju
l-0
6O
ut-
06
Jan
-07
Ab
r-0
7Ju
l-0
7
Ou
t-0
7Ja
n-0
8A
br-
08
Jul-
08
Ou
t-0
8
Jan
-09
Ab
r-0
9Ju
l-0
9O
ut-
09
Jan
-10
Ab
r-1
0
Jul-
10
Portugal Área EuroFonte: Banco de Portugal
ùltimos dados: Agosto 2010
54 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
A evolução recente dos preços medidos pelo IHPC mostra que a inflação em Portugal
acelerou em comparação com a da zona do euro.
O indicador de competitividade-custo para a economia portuguesa (calculado
com base nos custos laborais por unidade produzida e na taxa de câmbio efectiva
da moeda nacional contra um conjunto de 24 países) manteve-se estável entre o
terceiro trimestre de 2009 e o primeiro trimestre de 2010.
De acordo com os últimos dados da Comissão Europeia, os custos laborais
unitários relativos reduziram-se cerca de 0,94% no primeiro trimestre, sendo
superiores em cerca de 1,39% relativamente a igual trimestre de 2009.
Esta evolução do indicador de competitividade resulta, assim, no trimestre em
análise, do comportamento mais favorável dos custos laborais unitários, dado que
a taxa de câmbio nominal efectiva se apreciou 1,27% no trimestre e 0,2%
relativamente a igual trimestre de 2009. Nos dois últimos trimestres de 2009 a
situação tinha sido inversa, com os custos laborais unitários relativos a crescerem
e a taxa nominal efectiva a ter um comportamento favorável.
As perspectivas para a competitividade da economia portuguesa nos próximos
meses continuam condicionadas, por um lado pelo comportamento do euro no
mercado cambial e, por outro lado, pela incerteza em torno da evolução dos
custos laborais unitários, sendo certo que, neste contexto, a moderação salarial e
o aumento da produtividade continuam a ser decisivos.
O indicador de competitividade-custo é elaborado pela Comissão Europeia e incorpora os custos laborais unitários relativos de Portugal
(total da economia) calculados face aos vinte e três principais parceiros comerciais (restantes países da UE15 mais os EUA, Canadá,
Japão, Suíça, Noruega, Austrália, Nova Zelândia, México e Turquia).
Indicador de Competitividade-Custo e Custos Laborais Unitários Relativos (1999 = 100)
90,00
95,00
100,00
105,00
110,00
115,00
120,00
125,00
1 T
rim
00
3 T
rim
00
1 T
rim
01
3 T
rim
01
1 T
rim
02
3 T
rim
02
1 T
rim
03
3 T
rim
03
1 T
rim
04
3 T
rim
04
1 T
rim
05
3 T
rim
05
1 T
rim
06
3 T
rim
06
1 T
rim
07
3 T
rim
07
1 T
rim
08
3 T
rim
08
1 T
rim
09
3 T
rim
09
1 T
rim
10
95,00
100,00
105,00
110,00
115,00
120,00
125,00
INDICADOR DE
COMPETITIVIDADE-CUSTO
(esc. esq.) CLU RELATIVOS (esc. dir.)
Fonte: Comissão Europeia
55
3.7. Conjuntura de Pagamentos com o Exterior
2007 2008 2009 Jul-09 Jul-10 Var.%
Balança Corrente -17,074 -21,699 -17,262 -10,424 -10,281 -1.4%
Mercadorias -19,206 -22,985 -17,496 -9,672 -10,114 4.6%
Serviços 6,533 6,602 5,983 2,951 3,328 12.8%
Rendimentos -7,004 -7,781 -7,883 -4,807 -4,935 2.7%
Transferências Correntes 2,603 2,464 2,135 1,103 1,440 30.6%
Balança de Capital 2,097 2,650 1,393 1,034 585 -43.4%
Balança Financeira 14,424 19,121 15,424 9,273 10,142 9.4%
Investimento Directo -1,775 1,313 1,136 1,089 1,081 -0.7%
De Portugal no exterior -4,013 -1,872 -931 -782 -804 2.8%
Do exterior em Portugal 2,238 3,185 2,067 1,871 1,885 0.7%
Investimento de Carteira 10,043 14,662 13,261 10,589 -21,779 s.s.
Activos -7,988 -12,178 -16,451 -10,096 -9,930 -1.6%
Passivos 18,031 26,840 29,712 20,685 -11,849 s.s.
Outro Investimento 5,271 2,974 827 -2,543 31,708 s.s.
Activos -11,647 11,916 172 -2,370 -7,165 202.3%
Passivos 16,918 -8,942 655 -173 38,873 s.s.
Derivados Financeiros 173 251 120 29 194 569.0%
Activos de Reserva 713 -79 80 108 -1,062 s.s.
Erros e Omissões 554 -70 445 117 -447 s.s.
Dados provisórios expressos em milhões de euros (m.e.); s.s. – sem significado.
Fonte: Banco de Portugal.
Notas prévias: i) a análise evolutiva das várias rubricas da Balança de Pagamentos deve ser feita com especial cautela,
atendendo ao carácter provisório dos dados e à disparidade de valores da componente “erros e omissões” nos períodos
em confronto, esperando-se a sua redução e redistribuição pelas outras componentes da Balança de Pagamento.
De acordo com dados preliminares do Banco de Portugal, a Balança Corrente
nacional acumulou um défice de 10281 m.e. no período de Janeiro a Julho de
2010, traduzindo um recuo de 1,4% em termos homólogos (143 m.e.). Este
comportamento traduziu o aumento do excedente das balança de serviços (em 377
m.e.e.) e de transferências correntes (em 337 m.e.), mais do que compensando o
agravamento do saldo negativo das balanças de mercadorias e rendimentos (em 442
e 128 m.e., respectivamente). O acréscimo das transferências foi impulsionado
pelo crescimento das transferências públicas com origem na União Europeia
(aumento de 261 m.e.).
Em sentido contrário, a Balança de Capital registou uma forte diminuição do
saldo excedentário (43,4%, para 585 m.e.), que traduz de forma aproximada as
entradas líquidas de fundos comunitários. O défice conjunto das balanças corrente
56 A s s o c i a ç ã o E m p r e s a r i a l d e P o r t u g a l
E C O N O M I A N A C I O N A L
e de capital registou um agravamento de 3,3%, para 9696 m.e., reflectindo a
evolução desfavorável da componente de capital.
O alargamento das necessidades de financiamento da economia reflectiu-se
num acréscimo do excedente da Balança Financeira (em 869 m.e.), que teve
origem na rubrica de „outro investimento‟, mais concretamente nos passivos
das autoridades monetárias, traduzindo o crédito obtido pela banca portuguesa
por via do BCE devido à dificuldade de financiamento nos mercados
internacionais. Aqueles passivos aumentaram 39 mil m.e., face a uma subida de 5
mil m.e. nos activos. A evolução da rubrica sobrepôs-se à forte quebra do saldo
de investimento de carteira, que reflectiu a quebra nos títulos nacionais detidos
por estrangeiros. Refira-se também que o saldo positivo de investimento directo
líquido se manteve praticamente inalterado, reflectindo a estabilidade quer das
entradas quer das saídas. Destaca-se ainda a quebra do saldo de activos de reserva
devido à compra de activos cambiais.
57
Principais sítios da Internet consultados na elaboração do Relatório Mensal de Economia:
Economia Internacional:
www.boj.or.jp/en (Banco do Japão)
www.ecb.int (Banco Central Europeu)
www.bloomberg.com (agência noticiosa Bloomberg)
www.bea.doc.gov (Bureau of Economic Analysis - EUA)
www.bls.gov (Bureau of Labor Statistics - EUA)
www.census.gov (Census Bureau - EUA)
http://europa.eu.int/comm/index_en.htm (Comissão Europeia)
www.conference-board.org (Instituto Conference Board - EUA)
www.cbo.gov (Congress Budget Office - EUA)
www.esri.cao.go.jp/en (Economic and Social Research Institute - Japão)
www.euronext.com (Euronext – cotações do PSI-20)
http://epp.eurostat.cec.eu.int/portal/ (Eurostat)
www.federalreserve.gov (Federal Reserve - EUA)
www.ft.com (Financial Times)
www.imf.org (Fundo Monetário Internacional)
www.stat.go.jp/english (Gabinete de Estatística japonês)
www.mof.go.jp (Ministério das Finanças japonês)
http://metalsplace.com (notícias sobre metais)
www.oecd.org (Organização para o Crescimento e Desenvolvimento Económico)
http://europa.eu.int/index_pt.htm (Portal da União Europeia)
http://finance.yahoo.com (Secção Financeira do Yahoo)
http://metalsplace.com (sítio especializado em notícias sobre metais de base)
Economia Nacional:
www.bportugal.pt (Banco de Portugal)
http://europa.eu.int/comm/index_en.htm (Comissão Europeia)
www.cmvm.pt (Comissão de Mercados de Valores Mobiliários)
www.dre.pt (Diário da República Electrónico)
www.dgo.pt (Direcção-Geral do Orçamento – Ministério das Finanças)
www.imf.org (Fundo Monetário Internacional)
www.gpeari.min-financas.pt (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações
Internacionais – Ministério das Finanças)
www.iapmei.pt (IAPMEI)
www.ine.pt (Instituto Nacional de Estatística)
www.oecd.org (Organização para o Crescimento e Desenvolvimento Económico)
www.portugal.gov.pt/ (Portal do Governo)
www.incentivos.qren.pt (Sistemas de incentivos – QREN)