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Revista RI 162 - PINE - Abril 2012

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RIRI

Diretor Editorial: Ronnie Nogueira | Editor Internacional: William F. Mahoney

Editor Responsável: Ronaldo A. da Frota Nogueira | Diagramação e Arte-fi nal: Marta Gauze

Os artigos aqui publicados não pretendem induzir a nenhuma modalidade de investimento. Os dados e reportagens são apurados com todo o rigor,

porém não devem ser considerados perfeitos e acima de falhas involuntárias. Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

É proibida a reprodução desse volume, ou parte do mesmo, sob quaisquer meios, sem a autorização prévia e expressa da IMF Editora.

04 Liderança Modelo de Chefi ar do Mundo Corporativo

POR MARCOS MORIRA

08 Em PautaMídias Sociais & Investidores

POR ELISA SOARES

16 Fusões & AquisiçõesOtimismo no movimento de Fusões & Aquisições no Brasil

POR LÚCIA REBOUÇAS

24 Melhores PráticasCielo: sinônimo de transparência

POR ANA BORGES

REVISTA RI©

É uma publicação mensal da IMF Editora Ltda.

Av. Erasmo Braga, 227 - Grupo 404

20020-000 - Rio de Janeiro, RJ

Tel.: (21) 2240-4347 Fax: (21) 2262-7570

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28 EnfoqueO Profi ssional de RI como agente de mudança no Brasil de hoje

POR SILVIO GUERRA

32 Governança CorporativaBanco Pine amplia práticas de Governança

POR LÚCIA REBOUÇAS

38 TributaçãoEscolha de Sofi a: Arrecadação ou Desenvolvimento?

POR ROBERTO GOLDSTAJN

42 RegistroPeríodo de Silêncio: Esclarecimento do Codim

POR HAROLDO LEVY E

MARCO ANTONIO MUZILLI

45 IBRI NotíciasCodim abre audiência pública sobre elaboração de Relatório Anual

56 OpiniãoQuando chegaremos ao reporte integrado?

POR RICARDO ZIBAS

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GOVERNANÇA CORPORATIVA

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O Banco Pine completa este ano 15 anos de fundação com uma trajetória de conquistas. A mais recente foi a migração do Nível 1 para o Nível 2 de Governança Corporativa da BM&F Bovespa, o que amplia a base potencial de acionistas do banco. Presidido por Noberto Nogueira Pinheiro Júnior, o Pine, cuja origem remonta à criação do Banco Central do Nordeste, foi o primeiro banco de médio porte brasileiro a abrir o capital, sendo pioneiro na realização de operações em formato islâmico no Brasil; também foi a primeira instituição da América Latina a ter participação da agência multilateral alemã DEG em seu capital.

por LÚCIA REBOUÇAS

PINEPINEAMPLIA PRÁTICASDE GOVERNANÇA

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Além disso, conforme Norberto Zaiet Junior, vice-presidente de finanças e diretor de RI do Pine, a mudança de nível traz mais valor para o banco ao mostrar a importância que dá para as boas práticas de governança corporativa.

Para a diretora da bolsa, ao ascender ao Nível 2, o Pine deu ao mercado mais uma demonstração de seu compromisso com a transparência, a equidade e a liquidez que formam os alicer-ces das melhores práticas de governança. Com a entrada do banco, sobe para 180 o número de empresas integrantes dos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa da bolsa dis-tribuídas da seguinte forma: 125 no Novo Mercado, 35 no Ní-vel 1 e 20 no Nível 2. Juntas elas representam 65,90% do valor de mercado e 76,02% do volume financeiro, segundo a bolsa.

O Pine abriu o capital, em 2007, com uma oferta de ações na Bovespa, o que lhe rendeu R$ 517 milhões com a venda de ações preferenciais. Hoje 26,6% do seu capital estão no mer-cado e o banco conta com a cobertura de analistas de impor-tantes instituições como os bancos Santander, HSBC, Bank of

A migração do Pine para o Nível 2 – que foi comemorada em evento realizado no último dia 29 de março na BM&FBovespa e contou com a presença da diretora de relacionamento com empresas e institucionais da bolsa, Cristiana Pereira - vai permitir que o banco entre para o portfólio de ações dos fundos de pensão, o que não é permitido para empresas do Nível 1 que abriram capital após 2001.

Da esquerda para a direita: GABRIELA CHISTE, CLIVE BOTELHO, NIRA BESSLER, ALEJANDRA HIDALGO, NORBERTO ZAIET eSÉRGIO PATRÍCIO, na cerimônia de migração para o Nível 2 de Governança, ocorrido no dia 29/03/2012 na BM&FBovespa.

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NORBERTO ZAIET

O objetivo do Pine é ter um relacionamento o mais próximo possível com as empresas clientes”. Para preencher este requisito, Zaiet cita como exemplo que cada gerente de conta tem entre 10 e 12 clientes, no máximo, que é uma média baixa para o mercado. “Essa prática nos permite conhecer bem o cliente para poder oferecer os produtos adequados, que façam sentido para sua atividade.

America, e as corretoras Coinvalores, Ágora e Planner, revela o diretor de RI. O banco tem como seu formador de mercado a corretora XP Investimentos.

Com atuação específi ca no ramo “Corporate”, composto por empresas com faturamento anual entre R$ 500 milhões e R$ 2,5 bilhões, a instituição se destaca por seu relacionamento di-ferenciado com os clientes e pela presença marcante junto aos investidores, afi rma Zaiet. “O objetivo do Pine é ter um relacio-namento o mais próximo possível com as empresas clientes”. Para preencher este requisito, Zaiet cita como exemplo que cada gerente de conta tem entre 10 e 12 clientes, no máximo, que é uma média baixa para o mercado. “Essa prática nos per-mite conhecer bem o cliente para poder oferecer os produtos adequados, que façam sentido para sua atividade”, reforça.

Junto aos investidores, a atuação do banco também está di-recionada para a busca de proximidade. “O banco está bas-tante atento ao mercado e aos investidores. Procuramos par-ticipar dos eventos do setor e tomamos a iniciativa de visitar

os investidores e de realizar roadshows nos mais diversos mercados”. Este ano, já fi zeram roadshows em Boston, Lon-dres, Edimburgo e Nova York e tem agendadas mais duas visitas aos Estados Unidos.

As iniciativas do banco junto aos investidores não se limitam a mercados mais tradicionais. Em 2011 visitaram três vezes a Ásia e estiveram também no Oriente Médio. Na Ásia, Zaiet conta que as negociações ocorrem por meio do trade fi nance (linhas de crédito à exportação) e bilaterais com bancos de Cin-gapura, Hong Kong, China, entre outros. No Oriente Médio, o banco realizou roadshows na Arábia Saudita, Kwait, Barém, Dubai e em Abu Dabi. “Na América Latina estudamos opera-ções com o Chile e Peru.”

Segundo ele, é crescente o interesse dos asiáticos e de países do oriente médio tanto no fi nanciamento do comércio exter-no, como na participação em empresas brasileiras com boa história de crescimento. Atualmente, 40% das ações do banco negociadas na bolsa (free fl oat) estão nas mãos de estrangei-

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ros, com a maior parcela entre americanos e europeus. Mas a tendência é de crescimento da participação de investidores asiáticos e do Oriente Médio, aponta.

FORMATO ISLÂMICOO Pine destacou-se como o primeiro banco de controle bra-sileiro a realizar uma operação de captação de recursos no formato islâmico. Como a religião islâmica condena o paga-mento de juros e a operação precisa atender à Sharia, con-junto de leis do mundo islâmico, nesse formato os recursos vêm do lucro obtido na compra e venda de ativos. A opera-ção, no valor de US$ 37,5 milhões, foi realizada com o Al Rajhi Bank, da Arábia Saudita.

Segundo Angela Martins, diretora do Pine, a captação en-volveu contratos de commodities (no caso metais), um dos lastros mais populares usado por bancos islâmicos para a concessão de empréstimos. Autora do livro “A Banca Islâmi-ca” (ed. Qualitymark), Angela é uma das principais especia-listas nesse mercado no Brasil. Ela descobriu esse mercado quando trabalhou no banco árabe ABC.

“O Brasil está no radar dos bancos islâmicos. A grande difi cul-dade é traduzir os produtos que eles oferecem para a lingua-gem do nosso mercado. Quem vai conversar com eles, tem que estar bem preparado”, afi rma a diretora. Conforme An-gela, há cinco anos seria impossível fechar uma operação no formato islâmico.

Outro destaque nas operações externas do banco foi a com-pra de cerca de 3% do seu capital pelo alemão DEG (Deuts-che Investitions - Und Entwicklungsgesellschaft mbH), membro do KfW Bankengruppe, que fi nancia investimen-tos em companhias privadas em países em desenvolvimen-to. Foi o primeiro investimento em ações do DEG, um dos cinco maiores bancos da Alemanha, no Brasil. O aporte de capital foi de R$ 43,7 milhões.

De acordo com Zaiet, a parceira com DEG, que começou desde a realização do IPO, foi um diferencial para o banco. “Facilitou operações nos setores de infraestrutura e agronegócio, que precisam de prazos mais longos de fi nanciamento. O DEG tem linhas de fi nanciamento de longo prazo (quatro anos) ainda

O Brasil está no radar dos bancos islâmicos. A grande difi culdade é traduzir os produtos que eles oferecem para a linguagem do nosso mercado. Quem vai conversar com eles, tem que estar bem preparado.

ANGELA MARTINS

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escassas no Brasil. Além disso, as operações com o banco ale-mão são isentas de imposto de renda.”

No mercado local, o destaque de captação do banco vai para as operações privadas em letras financeiras, no valor de R$ 60 milhões. Já nesse primeiro semestre a instituição realiza a primeira emissão pública no valor entre R$ 200 milhões a R$ 300 milhões. “As mudanças no compulsório, realizadas pelo Banco Central, propiciam a entrada mais efetiva e o desenvol-vimento do mercado de letras financeiras. O que a gente quer é aproveitar essa oportunidade”, informou o diretor de RI.

A busca de proximidade com os investidores e clientes permi-tiu à instituição não só a diversificação do seu funding como a expansão de sua atuação com reflexos positivos em seus re-sultados financeiros. O banco fechou 2011 com uma carteira de clientes composta por 650 grupos econômicos, com R$ 11 bilhões de ativos totais, dos quais R$ 7 bilhões na carteira de cré-dito, que apresentou uma elevação de 20,5% em relação a 2010. Seu lucro líquido foi de R$ 161,5 milhões, com um retorno so-bre o capital de 17,2%. Segundo Zaiet, para este ano o guidance oficial é de um retorno sobre o capital entre 17% e 20%.

CARRO CHEFEO Pine atua em três grandes linhas de negócios: crédito cor-porativo, hedge para mitigar riscos dos balanços dos clientes e banco de investimentos. Segundo seu vice-presidente finan-ceiro, o crédito corporativo, que inclui capital de giro, trade finance, repasses do BNDES e fiança bancária, é o carro chefe do banco, respondendo por 65% de suas receitas que em 2011 atingiram R$ 485 milhões.

Na carteira de hedge estão R$ 4 bilhões, pelo conceito de valor Nocional (total do ativo subjacente controlado pelo derivado), sendo 60% em operações de câmbio, 30% em juros e 10% em commodities, com presença importante do agronegócio (açú-car, soja, milho, etanol, café e algodão). Hoje, o Pine é o segun-do maior integrante do mercado a termo de commodities da Cetip, mercado de balcão organizado de ativos e derivativos, de acordo com o vice-presidente financeiro.

Em banco de investimento, a instituição oferece serviços de acesso ao mercado de capitais e de renda fixa, assessoria financeira, fusões e aquisições. Zaiet destaca que em março último, o Pine foi o único advisor da empresa indiana Su-zlon, que produz pás eólicas. Em resumo, a empresa havia investido em um parque eólico no Nordeste e contratou o banco para achar um comprador para o negócio, que resul-tou em um M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições) de mais de R$ 500 milhões, conta.

NOVO MERCADOA entrada do Pine no Novo Mercado, o nível mais elevado de governança corporativa da bolsa, será outro momento do Ban-co, de acordo com Nira Bessler, superintendente de RI. “A ca-beça do banco é andar passo a passo, e agora foi o momento do Nível 2”. Nira diz que quando avaliaram o Nível 2 viram que o banco já estava preparado para fazer a migração. Para passar para esse nível, a principal mudança que o banco fez foi dar aos acionistas preferenciais o direito e voto em decisões de algumas medidas como venda do controle, acrescenta.

Em 2012 o banco também instaurou um Comitê de Auditoria. Antes tinha apenas um Conselho Fiscal. Atualmente, o comitê é integrado por Tadeu Machado Zica, William Pereira Pinto, Antonio Hermann. A instalação de comitês de auditoria é re-comendada pelo Código de Boas Práticas de Governança, do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa)

Uma das mais importantes práticas de governança, o Con-selho de Administração com conselheiros independentes e externos, já fazia parte das práticas do banco, afirma ela. No Conselho de Administração estão: Noberto Nogueira Pinhei-ro, presidente do conselho; Noberto Nogueira Pinheiro Júnior, presidente do banco, que já havia atuado como diretor de operações, financeiro e de RI do Pine; Maurizio Mauro, fun-dador da Managing Partner, TTLM Gestão e Participações; o ex-ministro da fazenda, Mailson Ferreira da Nóbrega; Antonio Hermann , sócio diretor da Aggrego Consultores; e Gustavo Diniz Junqueira, ex-diretor vice-presidente responsável pela Pine Investimentos. RI

O Pine atua em três grandes linhas de negócios: crédito corporativo, hedge para mitigar riscos dos balanços dos clientes e banco de investimentos. O crédito corporativo, que inclui capital de giro, trade finance, repasses do BNDES e fiança bancária, é o carro chefe do banco.

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