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DIEGO DOS SANTOS SIMÕES ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AO ATENDIMENTO EMERGENCIAL NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – UMA ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA

-Assistência de Enfermagem Frente Ao Atendimento Emergencial No Infarto Agudo Do Miocárdio – Uma Abordagem Bibliográfica

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DIEGO DOS SANTOS SIMÕES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AO ATENDIMENTO EMERGENCIAL NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – UMA

ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA

ALAGOINHAS

2016

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DIEGO DOS SANTOS SIMÕES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AO ATENDIMENTO EMERGENCIAL NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – UMA

ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA

Artigo Científico apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Enfermagem na atenção ao indivíduo crítico, Curso de Pós-Graduação em Enfermagem em urgência emergência e UTI, IBPEX – Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão S/S Ltda.

Orientador (a): Cristiano Caveião

ALAGOINHAS

2016

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AO ATENDIMENTO EMERGENCIAL NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – UMA

ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA

Diego dos Santos Simões1

Cristiano Caveião2

Resumo

O presente artigo busca destacar a assistência de enfermagem frente ao atendimento emergencial ao paciente acometido pelo infarto agudo do miocárdio. O mesmo elucida que essa patologia é definida como uma doença onde ocorre a interrupção do fluxo sanguíneo por um tempo suficiente que causa a necrose do músculo cardíaco. O objetivo é demonstrar a assistência de enfermagem no atendimento emergencial à pacientes acometidos pelo infarto. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva com análise qualitativa, os dados foram coletados nas bases de dados da área da saúde através de artigos científicos, capítulos de livros, dissertações e manuais do Ministério da Saúde. Os resultados deste trabalho demonstram que a assistência de enfermagem é imprescindível no tratamento do paciente portador de infarto. Conclui-se que é perceptível e fundamental a atividade dos profissionais de enfermagem no âmbito dos cuidados emergenciais frente ao paciente infartado.

Palavras-chave: Assistência de enfermagem. Infarto agudo do miocárdio. Emergência.

Abstract

This article seeks to highlight the nursing care to emergency care to patients affected by acute myocardial infarction. The same clarifies that this pathology is defined as a disease which occurs at interruption of blood flow for a time sufficient to cause necrosis of the heart muscle. The goal is to demonstrate nursing care in emergency care to patients affected by stroke. This is a descriptive bibliographic research with qualitative analysis, data were collected in health databases through scientific articles, book chapters, dissertations and books of the Ministry of Health. The results of this study demonstrate that assistance nursing is essential in the treatment of heart attack patient with. It follows that it is noticeable and fundamental activity of nursing professionals in the field of emergency care outside the infarcted patient.

Key words: Nursing care. Acute myocardial infarction. Emergency.

1 Enfermeiro. Aluno do curso da pós graduação em Enfermagem em urgência, emergência e UTI da IBPEX – Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão S/S Ltda.

2 Enfermeiro. Mestre em Biotecnologia pela Faculdade Pequeno Príncipe (FPP). Doutorando em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná. Orientador do Centro Universitário Internacional Uninter.

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1. INTRODUÇÃOAs doenças cardiovasculares atualmente estão entre as principais causas de

morbimortalidade em todo o mundo e a projeção para o ano de 2020 é de que 40%

dos óbitos estarão relacionados com tais patologias, cujo infarto agudo do miocárdio

(IAM) será a principal causa (BRASIL, 2009).

Estudos realizados pelo ministério da saúde, 2009 estimam que cerca de

250.000 brasileiros morrem anualmente vitimas dessa patologia. Vale salientar que

cinquenta por cento desta classe de usuários evoluem para o óbito antes de entrar

em contato direto com o serviço de saúde emergencial.

Segundo Lima (2007), o termo infarto refere-se à necrose do miocárdio que

se instala secundariamente à interrupção aguda do fornecimento de sangue através

das coronárias.

Condições como o sedentarismo, o envelhecimento populacional associado

ao aumento da expectativa de vida, o aparecimento de doenças crônicas não

transmissíveis e existência de fatores de risco modificáveis tais como: tabagismo,

obesidade, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias contribuem para a

prevalência desta doença (BRASIL, 2009).

Visando tais condições, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) vem

desenvolvendo ações contra as doenças cardíacas, propondo aos países membros

que estabeleçam metas globais de reduzir as taxas de mortalidade causadas por

cardiopatias em 20% na década de 2011-2020 em relação à década anterior. Entre

as causas de morte e hospitalizações destacam-se as síndromes coronarianas

agudas (SCA), incluindo o IAM e a angina estável (ESCOSTEGUY, 2005).

Ferreira et al, 2009, afirmam que a mortalidade por IAM esta associado a

fatores relacionados a gravidade da patologia, qualidade e agilidade da assistência

hospitalar bem como a capacitação e treinamento da equipe prestadora da

assistência. No entanto observa-se que a letalidade mundial reduz quando o

individuo acometido recebe o cuidado hospitalar eficaz nas primeiras horas após a

ocorrência do fenômeno patológico.

Em situações que envolvem a atenção ao individuo critico, ao admitir um

paciente portador de IAM, o enfermeiro apresenta-se como um dos profissionais que

irá determinar as necessidades de prioridade do paciente, responsabilizando-se

pelos primeiros atendimentos prestados, desta forma, tal profissional precisa

conhecer as reais necessidades de saúde oriundas deste sujeito. Tendo em vista

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que o tempo é um importante determinante no prognóstico nestas situações

(SANTOS, PIAGGI, 2010).

Cabe ao enfermeiro também liderar a equipe de enfermagem, intervir na

prevenção primária e secundária, proporcionar educação em saúde, treinamento do

publico além de capacitar-se para atuar com competência técnico-cientifica sabendo

distinguir efetivamente o IAM das demais emergências clínicas, visando a redução

de danos (SAMPAIO,MUSSI,2009).

Durante a realização do histórico de enfermagem o enfermeiro deve identificar

sinais e sintomas clínicos peculiares do IAM que incluem dor precordial intensa

irradiando para o membro superior esquerdo, pescoço, mandíbula, dorso e ombro,

bem como sudorese, palidez, dispnéia e náuseas. Já em pacientes diabéticos,

idosos e mulheres a sintomatologia geralmente é atípica e inespecífica (STUMM, et

al,2009, WAJNGARTEN, MANSUR2012 ).

Outra sintomatologia relacionada ao IAM encontra-se na epigastralgia, sendo

que “a dor na região epigástrica e os vômitos podem ser indicativos de lesão na

região próxima ao diafragma” (SMELTZER, BARE, 2005). Ocasionalmente podem

ocorrer palpitações, distúrbios visuais, disfunção motora, cefaléia, alterações no

nível de consciência e ansiedade (CALIL, 2007).

Stumm e outros, 2009, enfatizam que durante a realização do exame físico

pode-se observar alterações dos batimentos cardíacos, hipertensão arterial causada

pela estimulação simpática ou hipotensão em razão da contratilidade diminuída,

choque cardiogênico ou causada por medicamentos.

Os principais exames solicitados para a realização do diagnóstico do IAM

consistem em eletrocardiograma (ECG), marcadores de necrose do miocárdio

(MNM) e cateterismo cardíaco (MARTINS, 2014).

Vale ressaltar que é de extrema importância que o enfermeiro possua domínio

técnico e cientifico referente aos exames, principalmente o eletrocardiográfico, isso

porque o mesmo demonstrará anormalidades importantes na atividade elétrica

cardíaca, ajudando assim na construção dos cuidados de enfermagem (IGLESIAS,

ET AL, 2010).

A motivação em realizar tal pesquisa surgiu por meio da convivência com

pacientes críticos vitimas de IAM em unidades de pronto atendimento, onde foram

identificadas dificuldades enfrentadas pelo enfermeiro durante a execução dos

cuidados prestados a estes usuários.

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A partir da observação dessas situações fica a indagação se o profissional

enfermeiro possui a capacidade de uniformizar o cuidado e permitir o acesso a todos

os pacientes à terapia estabelecida conforme as diretrizes de cardiologia.

Para a enfermagem, o estudo será relevante porque irá explicitar os aspectos

da sua assistência, que tem como base a educação em saúde, promoção,

prevenção e terapêutica, sendo que estes são considerados como um desafio para a

maioria dos profissionais de saúde.

Partindo da abordagem de que o infarto agudo do miocárdio cresce cada vez

mais e que o mesmo torna-se um desafio para o profissional enfermeiro bem como

para o individuo acometido pela patologia, surge um questionamento para nortear a

pesquisa: Qual o papel do/a enfermeiro/a como sujeito frente ao atendimento a

vitima do IAM?

Objetiva-se nesse estudo, analisar a assistência emergencial do enfermeiro

frente ao paciente acometido por IAM.

Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, que tem como base uma

revisão da literatura publicada sobre o tema em estudo.

Segundo Medeiros (2000) a revisão bibliográfica é o passo decisivo em

qualquer pesquisa científica, pois coloca o autor da nova pesquisa diante de

informações sobre o assunto do seu interesse.

Porém, como enfatiza o mesmo autor, a pesquisa bibliográfica não é uma

repetição do que já foi escrito ou lido e sim, um método que propicia examinar o

tema através de uma nova abordagem, chegando a conclusões inovadoras. Este

autor enfatiza também que para se realizar uma pesquisa é necessário haver a

necessidade teórica para tal, sendo assim, a revisão da literatura assume um alto

valor ético para o seguimento deste trabalho.

Portanto, este estudo consiste em uma pesquisa de caráter descritivo, com o

objetivo de sistematizar os estudos de outros autores obtidos nas bases de dado da

área da saúde através de artigos científicos selecionados no SCIELO (Scientific

Electronic Library Online), BIREME (Biblioteca Virtual em Saúde) reunindo base de

dados como LILACS e MEDLINE, capítulos de livros, teses de dissertações e

manuais do Ministério da Saúde.

Foram adotadas como descritores as seguintes palavras: Enfermeiro, infarto

agudo do miocárdio, emergência, sendo refinada por inserção da expressão

“Medidas de enfermagem em emergências cardiovasculares”.

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A coleta do material deu-se no período de outubro de 2015 a fevereiro de

2016 compreendendo as seguintes etapas:

- Busca de artigos e outras fontes nas bases de dados do SCIELO, BIREME,

tendo sido adotados como critérios de inclusão: publicação em língua portuguesa e

abranger o período de 2000 a 2015.

- Leitura dos resumos dos artigos, dissertações e teses para verificar a

pertinência ao objeto de pesquisa.

Foram encontrados 18 artigos publicados sobre o tema, permitindo assim

uma variação de resultados satisfatórios englobando compatibilidade, clareza e

domínio de conteúdos respaldando a discussão através de conhecimento científico.

Destes 18 artigos, foram selecionados 06 devido ao critério de inclusão,

sendo que estes foram publicados em periódicos e contemplaram melhor o tema em

questão, sendo utilizados também 03 livros e 02 manuais de cardiologia.

Após esta etapa procedeu-se à análise do material selecionado através de

uma releitura do mesmo, buscando organizar as informações, fazendo a correlação

do pensamento dos diversos autores e finalmente a interpretação e sistematização

do conteúdo, tendo como referencia o objetivo da pesquisa.

2. O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIOConsiderando leituras sugeridas pelos módulos do curso de Especialização

em Enfermagem à atenção ao indivíduo crítico, busca-se neste momento a

fundamentação teórica, onde está incluídos a leitura de 06 publicações como base

de sustentação da pesquisa apresentada neste trabalho, onde foi possível identificar

a visão de diversos autores a respeito do papel do enfermeiro frente ao atendimento

emergencial em vítimas do IAM.

No entanto, estudar sobre atendimentos em emergências requer um vasto

conhecimento prévio que vai dos destaques importantes no processo de evolução

no atendimento até a atualidade. Nesse sentido é necessária a utilização de

referenciais teóricos para fundamentar idéias e concepções na busca do

conhecimento, na abrangência da abordagem deste assunto.

Compreende-se IAM como um processo de necrose celular da musculatura

cardíaca, causado pela interrupção de fluxo sanguíneo nas artérias coronárias,

resultando no desequilíbrio entre a oferta de oxigênio e nutrientes sanguíneos e as

necessidades fisiológicas do próprio miocárdio. A destruição do músculo do coração

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é motivada, geralmente, por depósitos de placas de ateroma nas artérias coronárias

(PIRES, STARLING, 2006).

O infarto do miocárdio está mais repetidamente unido a uma causa mecânica,

ou seja, suspensão do fluxo sanguíneo para uma área específica por causa da

obstrução total ou parcial da artéria coronária responsável por sua irrigação. A

dimensão da necrose depende de muitos fatores que possam ter ocorrido tais como

o tamanho da artéria lesada, tempo de desenvolvimento da obstrução e

desenvolvimento da circulação colateral (CHIAVENATO, 2010).

Pesquisas realizadas por Lobato et al, 2014, enfatizam que o IAM é uma das

doenças coronarianas que mais acometem pessoas de diferentes idades e raças,

tornando-se uma verdadeira pandemia, aonde as taxas de morbimortalidade vem

aumentando significativamente devido as modificações no estilo de vida das

pessoas, relacionadas ao processo de industrialização e inovações tecnológicas,

tornando o ser humano cada vez mais próximo do sedentarismo, do stress e maus

hábitos alimentares. Isso resulta no aumento dos níveis pressóricos, obesidade,

desordens lipídicas, assim como o tabagismo.

Os pacientes que passam por um infarto, geralmente são homens, pois são

mais vulneráveis que as mulheres. Isso porque, as mulheres possuem uma eficácia

protetora que é a produção de hormônios (estrógeno), tanto que após o período da

menopausa, devido à falta de produção desse hormônio, a circunstância de infarto

na mulher cresce abundantemente (MUSSI et al, 2002).

O IAM pode também ocorrer em pessoas que têm as artérias coronárias

normais. Isso acontece quando as mesmas apresentam um espasmo, contraindo-se

violentamente e também produzindo um déficit parcial ou total de oferecimento de

sangue a musculatura cardíaca irrigada pelo vaso contraído (MARTINS, 2014).

No que se refere à história familiar a hereditariedade contribui para o dobro do

risco da pessoa sofrer um IAM do que pessoas que não possuem esse fator de risco

na família (LOBATO, et al.,2014).

No entanto, percebe-se que o IAM é uma patologia de início súbito causado

por alterações importantes na musculatura cardíaca e que fatores de risco

modificáveis bem como os antecedentes familiares são condições favoráveis para a

prevalência dessa doença.

Bezerra et al, 2010, afirmam que as manifestações clínicas do IAM

consistem na tríade: desconforto torácico, anormalidades do ECG e

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marcadores cardíacos séricos elevados; sendo que os dois últimos

desses sintomas apresentados considera-se sugestivo de IAM.

As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2015, enfatizam

que quando os dados do ECG não apresentam sinais conclusivos de IAM

devem ser realizados estudos enzimáticos séricos tais como, creatinina-

cinase (CK) com as isoenzimas, desidrogenase lática (LDH), mioglobina e

troponina, sendo que os dois últimos permitem um diagnóstico mais ágil

devido ao tempo de execução ser mais curto.

Percebe-se então que a sintomatologia é clássica, podendo ocorrer

situações atípicas e que tanto a avaliação clínica bem como a análise dos

exames laboratoriais são fatores que determinam o diagnóstico do IAM.

2.1 A assistência do enfermeiro frente ao IAMAlves e outros, 2013, consideram que o enfermeiro deve realizar uma

abordagem de modo a conhecer as peculiaridades, o histórico do paciente e agir de

acordo com as alterações apresentadas pelo mesmo, ou seja, deve conhecer ao

máximo o paciente, pois assim é mais fácil chegar ao diagnóstico e prever as

possíveis alterações, para então planejar uma assistência que seja mais adequada e

conveniente.

Os mesmos autores enfatizam também que ao prestar assistência a um

usuário portador de IAM, o enfermeiro deve coletar e saber analisar as informações

recebidas de forma a identificar os sinais e sintomas, visando realizar um

atendimento e uma assistência correta de modo a planejar uma intervenção eficaz,

dentro das atribuições de enfermagem e conforme a prescrição médica.

Santos et al, 2006 corroboram com a afirmação supracitada complementando

que o enfermeiro também deve atentar para as reações que o paciente pode

apresentar, devendo ter uma visão ampla, pois o comportamento diferencia-se de

paciente para paciente no infarto agudo do miocárdio e que é fundamental que o

profissional de enfermagem preste uma assistência devida e em curto espaço de

tempo tal como: monitorar os sinais vitais, instalar o oxigênio, puncionar e manter o

acesso venoso, avaliar o grau da dor, deixar o desfibrilador próximo e realizar o

eletrocardiograma.

Observa-se que o enfermeiro possui um papel indispensável que inicia desde

a abordagem ao paciente e segue até a alta do mesmo.

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A terapia farmacológica indicada é o uso de oxigenioterapia, nitratos e

betabloqueadores que promovem o restabelecimento do fluxo miocárdico

aumentando seu aporte de oxigênio, proporcionando a redução da dor

(BLACHER,BALDONICS, 2008).

Os mesmos autores complementam que é importante manter dois acessos

venosos pérvios e calibrosos, administrar fibrinolíticos (estreptoquinase) e

anticoagulantes (heparina não fracionada) conforme a prescrição médica, sendo que

esses cuidados são realizados pelo profissional de enfermagem.

O enfermeiro deve explicar ao paciente que é necessário permanecer em

repouso absoluto, deve oferecer apoio emocional e falar de maneira calma a fim de

tranquilizar o mesmo e assegurar um ambiente sem ruídos (DAMASCENO, MUSSI,

2010).

Em seus estudos, Alves et al, 2013 após realizar uma pesquisa de campo,

exploratória e qualitativa, composta por enfermeiros, realizada em um pronto socorro

de um hospital regional da cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, chegaram a

conclusão que embora alguns profissionais apresentem conhecimento adequado,

torna-se necessária a ênfase na qualificação do cuidado dos profissionais, a fim de

minimizar as conseqüências geradas pelo infarto.

No entanto, vale ressaltar que é exigido do enfermeiro muita agilidade,

atenção e conhecimento diante dessa patologia, com isso observa-se que este é um

integrante da equipe que participa de todo o cuidado realizado a esses pacientes.

Vale salientar também que o enfermeiro é peça imprescindível sendo

responsável em elaborar a sistematização da assistência de enfermagem ao usuário

crítico com diagnóstico de IAM, favorecendo assim um plano de cuidado eficaz,

possuindo capacidade de avaliar, implementar, planejar e adequar o tratamento de

acordo com as necessidades de cada pessoa.

Bezerra,et al, 2011 realizou uma revisão de literatura e alcançou resultados

informando que a maior dificuldade que o paciente encontra está voltada em

conseguir atendimento precoce e um prognóstico eficaz, concluindo que é

fundamental a capacitação e competência técnica do enfermeiro além de existir a

necessidade de um protocolo voltado para assistência bem como de um

atendimento padronizado.

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No entanto, observa-se que diversos protocolos são criados, porém é

necessária proficiência no campo da enfermagem assim como, aprimoramento e

qualificação dos profissionais.

Observa-se que apesar da assistência a pacientes nas unidades de

emergência ter melhorado, ainda existem profissionais que utilizam das variadas

justificativas para prestar uma assistência prejudicada. Mesmo diante de inúmeras

dificuldades, é possível o enfermeiro voltar-se para uma conduta onde questões

sociais e psicológicas estejam inseridas, fazendo à diferença na assistência aos

pacientes com IAM e contribuindo para a satisfação dos mesmos.

Santos e Piaggi, 2010, concluíram em sua pesquisa de campo que o

sentimento relatado pelos enfermeiros entrevistados ao atenderem uma vítima de

IAM é o medo, e os fatores que interferem na sua assistência estão relacionados

com os recursos materiais insuficientes sugerindo o aperfeiçoamento e treinamento

profissional para maximizar o atendimento.

No entanto, observa-se que a capacitação dos profissionais de saúde elenca

uma série de problemáticas desde o medo do profissional inexperiente em cometer

erros durante a abordagem, até a dificuldade de aceitação por parte do usuário

(paciente), que muitas vezes relata que não deseja ser utilizado como objeto de

experimento.

Frente ao exposto, é extremamente relevante o aperfeiçoamento constante do

processo de trabalho destes profissionais inseridos nos serviços de

urgência/emergência, com base na educação em saúde. Desta forma os serviços de

saúde devem propiciar capacitações utilizando ferramentas tecnológicas que

simulem condições semelhantes à realidade garantindo assim a segurança das

ações práticas do enfermeiro e controle das intercorrências.

Durante a realização dos primeiros atendimentos é fundamental a

monitorização cardíaca continua do paciente portador de IAM, onde o enfermeiro

deve estar atento para possíveis alterações dos parâmetros vitais, hipotensão,

depressão respiratória e alterações cardíacas (DAMASCENO, MUSSI, 2010).

Desta forma vale salientar que é fundamental que o enfermeiro domine as

técnicas corretas e detenha bom conhecimento em semiologia cardíaca.

O enfermeiro além das funções assistenciais podem também contribuir com

mais um diferencial na qualidade da assistência, promovendo o treinamento da sua

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equipe para o atendimento aos pacientes vitimas de IAM. A partir do momento que

ele pensa dessa forma, acaba por valorizar os profissionais que fazem parte da sua

equipe que devido a tal atualização, passam a prestar uma assistência mais

adequada desde a triagem até o tratamento, desenvolvendo junto ao corpo médico,

habilidades e conhecimentos para que possam atuar em situações críticas de forma

holística, sincronizada e correta.

Por tais motivos, o enfermeiro deve ter o perfil de líder, ser capaz de tomar

decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe garantindo a

qualidade da assistência e redução de riscos aos pacientes.

3. CONSIDERAÇÕES FINAISDeterminado estudo possibilitou uma abrangência do conhecimento sobre

infarto agudo do miocárdio, bem como o envolvimento do enfermeiro no manejo ao

paciente vítima do infarto, na prevenção e promoção de saúde, bem como nos

cuidados específicos eximindo assim do risco de vida.

É perceptível a atividade do profissional de enfermagem no âmbito dos

cuidados emergenciais, os quais se dão de forma retilínea, direcionada e resolutiva

proporcionando diminuição do risco de vida e consequentemente o óbito. Mediante a

esse contexto a atuação do profissional enfermeiro exige sempre conhecimento

técnico cientifico, destreza e prática, o que dificilmente torna-se eficaz mediante as

horas exaustivas do labor.

Nesse contexto percebe-se que a diminuição de erros e fatalidades na

assistência ao paciente que sofre infarto agudo do miocárdio estão associados a

integração de uma equipe multidisciplinar atuando em consonância e parceria para

que seja efetuada uma assistência resolutiva.

O estudo também possibilitou o conhecimento sobre as principais classes

acometidas pela doença, associando aos fatores de risco e co-morbidades,

descrevendo os pontos principais de atuação na prevenção e correção do infarto

agudo do miocárdio. Visualiza-se na observação de diversos autores que apesar do

acometimento da doença ter maior prevalência nas pessoas idosas, mulheres e

tabagistas, os mesmos buscam totalizar as ações de promoção de saúde visando

redução de riscos, uma delas se encontra nas atividades de vida diária e assistência

clinica.

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Nota-se que o estudo alcançou os objetivos esperados sendo que houve um

compartilhamento de conhecimentos técnico científicos, que vão desde a assistência

prestada ao paciente com IAM até a administração de medicações, viabilizando

assim a dispersão do conhecimento para os profissionais de saúde.

4. REFERÊNCIAS

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