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25/04/2016 - Área social é destaque no confronto da semana entre Dilma e Temer - Nova frente de exploração de petróleo no país ameaça o litoral da Amazônia - Anatel estuda nova regra para definir bloqueio à web - Atrasar reforma da Previdência pode custar 23% do PIB até 2060, diz estudo - União ajusta regras para evitar 'mico' em concessões de rodovias - Mediação, um novo olhar sobre o Judiciário brasileiro - 'Gerenciamento de lucro' aumenta na crise - Nove competências essenciais para o profissional de RH - Regras sobre indenização beneficiam transmissora - JCB enfrenta crise com nova retroescavadeira - PCHs têm potencial de uma Belo Monte - Cade permite CSN indicar conselheiros na Usiminas - Petroleiras têm cenário difícil para venda de ativos - Queda da ciclovia piora a imagem do país e do Rio - Liminar determina que Receita libere informações sobre créditos - Cooperação no processo concorrencial

- Atrasar reforma da Previdência pode custar 23% do PIB atépresidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer miram a área social. Até amanhã, o PMDB divulga o documento

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Page 1: - Atrasar reforma da Previdência pode custar 23% do PIB atépresidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer miram a área social. Até amanhã, o PMDB divulga o documento

25/04/2016

- Área social é destaque no confronto da semana entre Dilma e

Temer

- Nova frente de exploração de petróleo no país ameaça o

litoral da Amazônia

- Anatel estuda nova regra para definir bloqueio à web

- Atrasar reforma da Previdência pode custar 23% do PIB até

2060, diz estudo

- União ajusta regras para evitar 'mico' em concessões de

rodovias

- Mediação, um novo olhar sobre o Judiciário brasileiro

- 'Gerenciamento de lucro' aumenta na crise

- Nove competências essenciais para o profissional de RH

- Regras sobre indenização beneficiam transmissora

- JCB enfrenta crise com nova retroescavadeira

- PCHs têm potencial de uma Belo Monte

- Cade permite CSN indicar conselheiros na Usiminas

- Petroleiras têm cenário difícil para venda de ativos

- Queda da ciclovia piora a imagem do país e do Rio

- Liminar determina que Receita libere informações sobre

créditos

- Cooperação no processo concorrencial

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- R$ 840 bi aguardam decisão do STF

- Taxa de desemprego dobrou em apenas quatro anos

- Obras de infraestrutura são as mais prejudicadas

- Meirelles impõe condições a Temer para assumir pasta da

Fazenda

- ESTADOS UNIDOS CRIAM NOVA LEGISLAÇÃO DE

SEGURANÇA PARA EXPLORAÇÃO DE POÇOS DE

PETRÓLEO

- EMPRESAS PAULISTAS CHAMAM ATENÇÃO DE FUNDO

DE INVESTIMENTOS DOS EMIRADOS ÁRABES

Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Área social é destaque no confronto da

semana entre Dilma e Temer Por Andrea Jubé

Na semana em que o Senado começa a analisar o processo de impeachment, a

presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer miram a área social.

Até amanhã, o PMDB divulga o documento "Ponte para o Futuro 2 Travessia

Social", que detalhará as propostas de Temer para o segmento e busca neutralizar o

discurso de Dilma e dos petistas de que seu eventual governo eliminará programas

e restringirá direitos.

Em outra frente, Dilma reforçará o discurso do "golpe" e buscará o apoio de seus

eleitores e dos movimentos sociais para concluir o mandato. Amanhã a presidente

1ª PARTE

NOTICIAS DO DIA 25/04

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volta ao palanque na Bahia um dos Estados que lhe garantiu mais votos na Câmara

dos Deputados contra o impeachment , em mais uma cerimônia de entrega de

unidades do Minha Casa, Minha Vida, vitrine de seus programas sociais.

O Minha Casa, Minha Vida é um dos programas mencionados no documento

"Travessia Social", e que Temer pretende aprimorar. Segundo dados do Ministério

das Cidades, os governos Lula e Dilma já entregaram 2,63 milhões de casas. E na

gestão Dilma, restam ser entregues mais 1,5 milhão de moradias, que já foram

contratadas com a Caixa Econômica Federal.

O ex-ministro Wellington Moreira Franco, um dos formuladores do "Travessia

Social", disse ao Valor que os programas sociais comandados por Dilma estão

"destruídos". Lembrou que não há reajuste do Bolsa Família desde 2014 naquele

ano, os benefícios foram reajustados em 10%. Observou que faltam recursos ao

Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e que professores do Programa de

Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) não estariam recebendo salários.

O documento do PMDB para a área social foi elaborado por Moreira Franco e pelo

economista Ricardo Paes de Barros, um dos "pais" do programa Bolsa Família e

referência em desigualdade e pobreza. A proposta é aprimorar os programas sociais

existentes, identificar fraudes e, principalmente, apontar "portas de saída" para a

dependência do Estado.

O nome "Travessia Social" é criação do publicitário Elsinho Mouco, que também

assinou os últimos programas do PMDB, já com discurso de oposição ao governo. O

documento é a principal "vacina" que Temer e o PMDB usarão contra a retórica de

Dilma e Lula de que haverá retrocesso e perdas de conquistas sociais. Enquanto o

PMDB entra na disputa pela área social, a presidente Dilma continuará a encarnar o

papel de "vítima" e intensificará a exposição pública. Além da entrega de casas na

Bahia, ela prosseguirá com a ofensiva internacional.

Depois de reafirmar a ilegalidade do impeachment à imprensa internacional, após

sua participação na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), Dilma

reforçará o discurso do "golpe" à jornalista Christiane Amanpour, da rede CNN, a

quem concede entrevista nesta semana.

Dilma também discute a estratégia jurídica com o advogado-geral da União, José

Eduardo Cardozo. Chegou ao Palácio do Planalto a notícia de que ministros do

Supremo Tribunal Federal estão irritados com o discurso do "golpe" e com a

excessiva judicialização do processo. Por isso, prevalece por ora a idéia de recorrer

ao STF somente depois que o Senado votar a admissibilidade do processo, o que

está previsto para 12 de maio. Se Dilma for afastada, então será o momento de

Cardozo retornar ao STF, agora para alegar a falta de "justa causa" para o processo,

ou seja, a inexistência de crime de responsabilidade.

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Paralelamente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Rui

Falcão, vão ecoar o discurso do "golpe" travestido de impeachment constitucional

para interlocutores internacionais. A denúncia será transmitida durante discursos no

seminário internacional da "Aliança Progressista", que reúne partidos socialistas,

democratas, progressistas e trabalhistas. O evento que ocorre hoje em São Paulo

reúne dirigentes de siglas européias e latino-americanas, como o ex-primeiro--

ministro italiano Massimo D'Alema, presidente da Fundación de Estudios

Progresistas Europeos (FEPS), Monica Xavier, secretaria-geral do Partido Socialista

do Uruguai e o ex-prefeito da Cidade do México Marcelo Ebrard.

As articulações políticas vão se concentrar na capital federal nesta semana. Depois

de comandar reuniões em São Paulo, Michel Temer passa a semana em Brasília.

Nos próximos dias, receberá o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL),

que é apontado como seu desafeto.

Dilma reúne hoje ministros do núcleo político e lideranças da base aliada no Senado,

para afinar sua estratégia de defesa. E o ex-presidente Lula volta amanhã a Brasília,

para retomar as articulações contra o impeachment.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Nova frente de exploração de petróleo no país

ameaça o litoral da Amazônia Por Daniela Chiaretti

A próxima fronteira de exploração do petróleo no Brasil está no mar e, em parte, em

frente à Amazônia. Ao mesmo tempo em que as perspectivas geológicas de

exploração são animadoras, no front ambiental a região é considerada muito

delicada e com grandes lacunas de conhecimento biológico, oceanográfico e

socioeconômico.

Trata-se da chamada margem equatorial, uma faixa no Atlântico estimada em um

milhão de quilômetros quadrados, dividida em cinco grandes bacias sedimentares.

Vai do delta do Amazonas ao Nordeste, iniciando na fronteira do Amapá com a

Guiana Francesa, passando pelo Pará e o delta do Amazonas, e descendo até

alcançar o Rio Grande do Norte. A leste e sul da margem equatorial estão os blocos

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mais antigos, próximos de Sergipe e Alagoas. O que assusta os técnicos ambientais

está ao norte: a sensibilidade ambiental é tanto maior se na costa estiver a floresta.

A bacia chamada Foz do Amazonas estende-se ao longo da costa do Amapá e da

ilha do Marajó, no Pará. A área próxima à Guiana Francesa é das mais delicadas e o

levantamento de dados, em região tão remota, pode ter custos altos. "Aquele litoral é

cheio de áreas de manguezal com muitas reentrâncias. No caso de vazamento de

petróleo seria grande a dificuldade de contenção e limpeza", diz um especialista que

não quer se identificar. Para piorar, como não há histórico de exploração na região,

também não há infraestrutura de resposta a possíveis acidentes.

Um parecer preliminar feito por técnicos dos Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), antes da rodada de licitação dos blocos

pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2013, dizia que ali, um vazamento de

petróleo no mar teria dois desafios diferentes. Se ocorresse em blocos próximos ao

litoral não só ameaçaria um "ativo ambiental tão relevante", como seria difícil instalar

bases de apoio para os planos de emergência. Em alto mar, o derramamento

poderia avançar para águas da Guiana Francesa e de outros países. "Essa situação

é inédita para o licenciamento federal de petróleo e gás", adverte o texto. "Algumas

conjunturas poderão inviabilizar empreendimentos", sugere o parecer.

No caso de um vazamento que ultrapasse a fronteira, será necessário ter

cooperação internacional de todos os países atingidos, diz a advogada Maria Alice

Doria, especialista em direito ambiental. "Depois, o país que deu causa à

contaminação pode ser responsabilizado pela retirada do óleo e remediação das

áreas atingidas", lembra.

A bacia Foz do Amazonas tem o tamanho do Rio de Janeiro e é muito sensível. "Em

caso de vazamento, a coisa não é trivial. E ali tem problema de correnteza", alerta a

professora Alessandra Magrini, da CoppeUFRJ. "Se acontecer um vazamento e a

correnteza levar para a Guiana, podemos ter um problema internacional

complicado."

Ela lembra que a portaria interministerial de 2012 entre os ministérios do Meio

Ambiente e da Energia estabeleceu que novas bacias devem ter avaliação ambiental

de área antes de ser lançados os leilões. "Seria um estudo mais aprofundado das

questões ambientais, mas isso não foi feito", diz.

A 11ª rodada de licitações para exploração e produção de petróleo e gás foi

promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

em 2013. O foco era a margem equatorial brasileira. Uma análise ambiental feita

antes da rodada pelo Ibama traçou uma avaliação prévia dos impactos.

Os blocos na Foz do Amazonas envolvem águas rasas (50 metros de profundidade)

e profundas (mais de 3 mil metros). A distância mínima do litoral é de 60 km. "A área

tem importância ecológica e baixa ocorrência de processos antrópicos", diz o

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parecer do Ibama, lembrando que as maiores áreas de manguezais da costa

brasileira estão no Amapá. A estimativa é que 2/3 dos peixes e frutos do mar se

reproduzam e se alimentem em manguezais. O estuário do Amazonas forma um

ambiente aquático complexo com alta produtividade biológica, diz o texto. Na

plataforma continental há recifes.

O parecer do Ibama recomenda que se estude muito mais a região, dada a sua

relevância ambiental, para avaliar adequadamente os potenciais impactos da

exploração de petróleo no mar. As marés e a complexidade dos ciclos hidrológicos

dos rios da bacia amazônica têm que ser muito estudadas, adverte o órgão

ambiental.

"A margem equatorial está associada à quebra do Gondwuana", diz o engenheiro

Alexandre Szklo, referindose ao fenômeno geológico que teria separado a África da

América do Sul. Pelo lado africano há uma descoberta importante, que é o campo de

Jubileu, em Gana. "Jubileu é um campo de boa quantidade de recursos, petróleo de

excepcional qualidade", diz Skzlo, professor da área de tecnologia do petróleo da

Coppe UFRJ.

Na região que seria de conexão das placas geológicas, na altura da Guiana

Francesa, descobriu-se em 2011 o campo de Zaedyus, a 150 km da capital, Caiena.

"Os dois campos têm características geológicas semelhantes, o que indica que é o

mesmo sistema petrolífero", diz Skzlo. "Algumas perspectivas são alvissareiras,

existe probabilidade de descoberta", acredita. A estimativa é que na Foz do

Amazonas haveria perto de 15 bilhões de barris de petróleo e 30 trilhões de pés

cúbicos de gás.

"Há uma perspectiva, mas os custos de exploração são muito altos", continua Skzlo.

"As jazidas são distantes de portos e de infraestrutura, a base de resposta da

Petrobras não está localizada lá. Tem que se fazer um estudo, em detalhe, da

corrente. "São áreas sensíveis ambientalmente que merecem a discussão da

sociedade brasileira, quanto a se ter ou não exploração ali."

"A minha opinião é que não deveríamos explorar o delta do Amazonas. Ainda temos

muito óleo no présal", diz Szklo. Desde 2013 foram emitidas cinco licenças para

atividades de aquisição de dados sísmicos na margem equatorial, sendo uma delas

na Foz do Amazonas. Já haviam sido expedidas duas licenças em 2012, sempre

para coleta de dados. Audiências públicas aconteceram no Amapá para que a

sociedade discuta a exploração de petróleo no Estado.

Para a atividade de perfuração ao longo da margem equatorial, nove empresas

(Petrobras, Total, Queiroz Galvão, BP, Premier Oil, ExxonMobil, Chevron, BG e

Ouro Preto) possuem processos de licenciamento ambiental em curso no Ibama.

São 24 processos. Destes, 11 decorrentes da 11ª rodada da ANP. Algumas

empresas formaram um consórcio para caracterização ambiental da região e

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protocolaram o estudo no Ibama, em 2015. Seria como um capítulo de um estudo de

impacto ambiental. O Ibama já pediu complementação.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Anatel estuda nova regra para definir

bloqueio à web Por Rafael Bitencourt

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estuda ajustes no regulamento

do serviço de banda larga fixa para definir em quais situações não poderá ser

admitido o bloqueio da conexão, mesmo com o usuário atingindo o limite da franquia

contratada com as operadoras de telefonia. Esta seria mais uma resposta do órgão

regulador às fortes pressões que partem dos usuários nas redes sociais, das

entidades de defesa do consumidor e do próprio governo.

A alteração no regulamento de banda larga fixa, chamado de Serviço de

Comunicação Multimídia (SCM), será avaliada pelo diretor da Anatel a ser sorteado

hoje ele será o relator da proposta. Entre as saídas consideradas está a realização

de ajuste no texto da resolução para proibir o bloqueio da internet fixa, em caráter

definitivo, para os planos com velocidade de até 15 megabits por segundo (Mbps). O

texto atual libera as teles para fixar limite de consumo e restringir o acesso quando

este for atingido, mas não estabelece qualquer exceção relacionada aos planos com

menor velocidade de acesso.

Na semana passada, o Ministério das Comunicações exigiu que a Anatel tomasse

medidas mais contundentes contra a restrição do acesso à internet fixa em caso de

o consumidor extrapolar o limite do plano de dados. No dia 18, a agência expediu

medida cautelar que suspendeu o bloqueio da internet fixa por 90 dias. Na última

sexta-feira, o comando da agência resolveu tornar a proibição válida por tempo

indeterminado.

O ministro das Comunicações, André Figueiredo, articulou diretamente junto à

autarquia para que a decisão de sexta-feira fosse tomada. Figueiredo considera que

não faz o menor sentido eleger a ampliação do acesso à banda larga como objetivo

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central da pasta enquanto as teles implantam medidas para restringir a navegação

dos usuários.

O atual regulamento do SCM permite que as operadoras estabeleçam restrições ao

acesso quando atingido o limite de franquia, prática comercial já adotada no serviço

de internet móvel. No comando da Anatel, a posição do governo é vista com

ressalvas. Alguns integrantes da agência lembram que a legislação do setor garante

liberdade às teles para definirem preços e planos na oferta de internet.

No dia 20, a repercussão negativa da cautelar da Anatel levou Figueiredo a anunciar

que chamaria as operadoras para assinarem um termo de compromisso, nesta

semana. O objetivo é que as teles garantam que os usuários não serão prejudicados

e que planos ilimitados continuem sendo oferecidos. A exemplo de outros países,

planos de conexão sem limite de franquia são vendidos pelas teles, a preço maiores.

O governo espera que as empresas aceitem assumir o compromisso, a exemplo do

que ocorreu com os mesmos grupos econômicos na internet móvel. No caso da

banda larga fixa, uma "declaração pública" com os compromissos propostos pelo

ministério já seria considerada suficiente. Bastaria a divulgação do documento nos

meios de comunicação, como jornais de grande circulação. O ministério agendou

para amanhã (dia 26) uma reunião com as grandes operadoras de banda larga fixa.

O ministro Figueiredo planeja fechar as negociações no dia seguinte, na quarta-feira

(27), e fazer o anúncio da decisão no mesmo dia.

Até agora, a Net tem se mostrado "mais relutante" em assinar o termo de

compromisso. Além de já impor limite de franquia nos contratos atuais, a empresa é

a líder no mercado responde por 32,5% dos 25,5 milhões de assinantes de banda

larga fixa. Procurada, a Net não se pronunciou. A Telefônica Vivo se mostrou

disposta a ceder ao apelo do governo. Ela havia anunciado que passaria a bloquear

o acesso, para contratos assinados a partir de 2017. Até agora, a Oi não assumiu

posição nas discussões preliminares com o ministério. O Valor apurou que a TIM,

que pratica planos ilimitados na internet móvel, se mostrou receptiva à iniciativa do

governo.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Atrasar reforma da Previdência pode custar

23% do PIB até 2060, diz estudo Por Tainara Machado

Atrasar a reforma da Previdência em mais dez anos pode significar um custo

acumulado de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2060. Por isso, argumenta

David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch

(BofA), esperar não é mais uma opção. "Não é que chegou a hora de fazer a

reforma da Previdência, é que já passou", diz ele.

Em estudo obtido com exclusividade pelo Valor, Beker calcula que, se nada for feito,

o déficit da Previdência pode alcançar 13% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2060,

um custo fiscal que comprometeria as aposentadorias das futuras gestões. Em 2015

, o déficit do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de 1,5% do PIB.

A prioridade, afirma o economista, deve ser a

reforma do RGPS, que no ano passado teve

déficit de R$ 85,5 bilhões e beneficiou mais de

32 milhões de pessoas. A reforma do Regime

Público de Previdência Social (RPPS), que

passou por mudanças em 2011, seria o

segundo passo, ainda que o déficit de R$ 67,4

bilhões em 2015 tenha beneficiado muito

menos pessoas (572,2 mil).

Na reforma do RGPS, diz Beker, a medida inicial deveria ser aumentar a idade

mínima para aposentadoria, porque a regra não dependeria da evolução do PIB para

fazer efeito, como seria o caso da correção do piso por outra fórmula que não o

salário mínimo. Esse é também, em sua opinião, o ponto em que há mais consenso

no debate atual.

A idade média de aposentadoria no Brasil hoje é de 56 anos para os homens e 52

para as mulheres, bem abaixo da média da OCDE. Para Beker, com as mudanças

demográficas em curso aumento da expectativa de vida e envelhecimento da

população , não está longe o momento em que o período de aposentadoria será

maior do que o período de contribuição, o que explica as projeções crescentes de

déficit para o regime. Tomese por exemplo uma mulher que tenha começado a

trabalhar aos 20 anos. Aos 50 anos, ela pode se aposentar e receber o benefício por

quase 29 anos (com base na expectativa de vida atual, de 78,8 anos), enquanto seu

período de contribuição foi de 30 anos.

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Por isso, Beker avalia que o melhor caminho seria unificar as idades mínimas de

aposentadoria para homens e mulheres. Beker estimou que, caso a idade mínima de

60 anos seja adotada para ambos os sexos e as diferenças entre aposentadoria

rural e urbana eliminadas já em 2019, com acréscimo de um ano nesse piso a cada

quadriênio, para acompanhar o aumento da expectativa de vida, será possível

manter o gasto com o regime geral de previdência razoavelmente controlado.

Em 2047, a despesa com benefícios previdenciários seria de 8,4%, um ponto a mais

do que a despesa em 2015, de 7,4% do PIB. Caso sejam mantidas as regras atuais,

a despesa alcançaria 14,1% do PIB daqui a 30 anos, de acordo com os cálculos do

banco.

O estudo do BofA deixa claro que cada adaptação das regras têm impactos fiscais

relevantes. Se a mesma regra acima for adotada, mas forem mantidas idades

mínimas de aposentadoria diferentes para homens e mulheres (60 anos para

homens e 56 anos para mulheres em 2019), o gasto com a previdência em 2047

seria de 9,7% do PIB.

Beker tem se dedicado a estudar o tema há anos. Sua tese de mestrado em 2002,

na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, já falava do "problema

previdenciário brasileiro sob a ótica fiscal".

Para ele, o importante é não parar de reformar. A próxima etapa, depois de adotada

idade mínima para a aposentadoria, seria desvincular o piso do benefício da

correção do salário mínimo. "Uma reforma que desvinculasse a correção anual do

benefício da variação do salário mínimo poderia ajudar o sistema a contrabalançar o

esperado aumento no déficit anual por causa do aumento do número de segurados",

diz Beker no relatório.

A correção real do benefício previdenciário, diz o economista, deveria ser inferior à

variação do PIB para alinhar as pensões ao crescimento da riqueza nacional nas

próximas décadas.

Entre os cenários alternativos levantados pelo banco, caso o regime seja unificado

para homens e mulheres, trabalhadores urbanos e rurais e o piso da aposentadoria

tenha correção real de 1% ao ano a partir de 2024, a despesa da Previdência seria

de cerca de 6% em 2047, quase 1,5 ponto menor do que atualmente.

O estudo do BofA considerou,c omo comparação, a correção do salário mínimo pela

regra atual. Para o PIB, as estimativas são de queda de 3,8% em 2016, crescimento

de 0,8% em 2017, média de expansão do PIB de 2% até 2022 e de 2,5% nos anos

seguintes. As estimativas também consideram que qualquer mudança de regra teria

efeito imediato para todo novo beneficiário. Por isso, o banco pondera que há

grande incerteza nas estimativas, devido ao número de hipóteses levadas em conta.

As hipóteses também ficaram centradas no regime geral, embora o banco considere

que o regime de previdência para os funcionários públicos tenha que ser reformado.

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A melhor alternativa, no caso, seria limitar todos os benefícios a um determinado

teto, como ocorre no RGPS. Com a regulamentação do Funpresp em 2011, apenas

os trabalhadores que ingressaram no sistema público a partir dessa data deixaram

de ter aposentadoria integral.

Para Beker, a alternativa hoje é reformar a Previdência gradualmente, já que mudar

de uma vez para um sistema de capitalização, como fez o Chile na década de 90,

por exemplo, elevaria significativamente a dívida como proporção do PIB. "O

processo de reforma da seguridade social no Brasil terá que ser gradual, mantendo

o foco no fato de que o tempo já se esgotou. Quanto mais o governo postergar a

muito necessária reforma da Previdência, maior será o preço a ser pago quando

finalmente for implementada", diz.

A urgência decorre, em parte, do fato de que o Brasil não aproveitou os anos de

bonança, com bônus demográfico, por exemplo, para seguir os passos de outros

países da América Latina, que nos últimos anos adotaram reformas mais estruturais,

com mudança do sistema de pensão, de público para privado.

O Regime Geral de Previdência Social nacional adota o sistema de repartição ou

solidário , no qual os benefícios e aposentadorias são custeados por aqueles

trabalhadores que estão na ativa. Boa parte do restante da América Latina, como

Chile, México, Peru e Colômbia, adota regime de capitalização, pelo qual o

contribuinte forma um fundo próprio de contribuição, para sustentar a aposentadoria

no futuro.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- União ajusta regras para evitar 'mico' em

concessões de rodovias Por Murillo Camarotto

As últimas flexibilizações feitas nas regras das próximas concessões de rodovias

foram insuficientes para aguçar o interesse do setor privado nos leilões. Diante das

dificuldades, uma nova rodada de ajustes já está sendo realizada pelo governo, com

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o objetivo de evitar o constrangimento normalmente causado pelas licitações

desertas.

O exemplo mais recente é o da Rodovia do Frango, trecho de 460 quilômetros que

liga os municípios de Lapa (PR) e Chapecó (SC). Aprovada há mais de dois meses

pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a concessão da estrada não passou nem

perto de despertar o "espírito animal" do empresariado, o que obrigou a Agência

Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a fazer novas adequações nos estudos.

Pelo projeto original, o trajeto deveria ser duplicado em cinco anos pelo consórcio

vencedor do leilão. Mas a inviabilidade econômica dessa exigência declarada pelos

grupos que avaliaram o negócio forçou a ANTT a ampliar o prazo para sete anos.

Ainda assim, não foi suficiente.

O governo, então, se viu obrigado a oferecer para a Rodovia do Frango o mesmo

sistema de "gatilho" já previsto para as concessões seguintes, como as da BR-

364/365, entre Jataí (GO) e Uberlândia (MG), e da BR163, entre Sinop (MT) e

Itaituba (PA). Devido à mudança de modelo, o processo da rodovia teve que voltar à

apreciação do TCU e o leilão segue sem data certa.

Segundo fontes que trabalham no pacote de concessões, a acelerada deterioração

dos indicadores macroeconômicos está exigindo uma segunda rodada de ajustes

nas bases dos contratos, que se tornaram desinteressantes para o setor privado,

mesmo com tarifas já consideradas muito altas pelo governo. Na Rodovia do

Frango, ficou definido um pedágio de R$ 14,75 para cada trecho de 100 quilômetros.

A cautela do setor privado também jogou uma nuvem de dúvidas sobre a BR163,

principal ligação rodoviária entre os portos do Pará e a região Centro-Oeste do país,

onde fica um dos maiores polos produtores de grãos do mundo. Para medir o

interesse dos investidores, o governo decidiu oferecer para essa estrada um

contrato de concessão de 12 anos, bem mais curto que o padrão do programa, de

30 anos.

O argumento era que o trecho da BR163 entre Sinop (MT) e Itaituba (PA) sofreria

futuramente com a concorrência da Ferrovia da Soja, que também está prevista no

pacote de concessões do governo apesar de muito distante de sair do papel. O

contrato mais curto, sem a necessidade de duplicação imediata, possibilitaria um

desembolso menor para a concessionária que arrematar a BR163, mas ainda assim

os questionamentos não cessaram e o governo colocou o projeto em banho-maria.

Na esteira de previsões cada vez mais preocupantes para o desempenho do

Produto Interno Bruto (PIB), os investidores estão mais inseguros ao projetar o

volume de tráfego futuro nas estradas. Para 2016, por exemplo, a expectativa

considerada nos estudos de viabilidade era de recessão na casa de 1%, mas as

projeções mais atualizadas já consideram um tombo de até 4%.

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Esse problema foi apontado na semana passada pelo TCU, durante a análise das

concessões dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre. O

tribunal criticou a defasagem das projeções utilizadas pelo governo nos estudos de

viabilidade. "A situação nas rodovias é exatamente a mesma", admitiu ao Valor uma

autoridade.

Se são grandes os entraves para colocar novas concessões na praça, o cenário não

é muito diferente para os investimentos em contratos já existentes, que eram outra

aposta do governo para movimentar a economia. Pelas regras estabelecidas, esses

investimentos podem ser compensados com extensão do prazo dos contratos ou

aumento da tarifa de pedágio. O TCU tem demonstrado muita resistência em aceitar

a ampliação dos contratos.

Esse modelo deve ser usado para viabilizar as melhorias na rodovia Presidente

Dutra, principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro. O governo havia definido

um limite de 13 anos para a extensão da concessão, mas a empresa quer incluir

mais obras no pacote. A expectativa é que o aditivo possa ser assinado nas

próximas semanas.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Mediação, um novo olhar sobre o Judiciário

brasileiro Por Claudine Bichara

A Lei de Mediação entrou em vigor no final de dezembro de 2015. Neste ano, na

segunda quinzena do mês de março, o Novo Código de Processo Civil, que também

trata da Mediação, começou a vigorar com toda força. Por serem recentes, ainda

não houve divulgação de dados consistentes do crescimento da mediação no Brasil.

Entretanto, em um cenário de crise econômica e política, posso garantir que a

mediação é a mola mestra capaz de alavancar as empresas a patamares mais altos

ainda e figurar entre as principais tendências da área jurídica mundial, além de

diminuir drasticamente os custos do Judiciário. Na França, a mediação chega a

obter uma redução de 70% em custas de acordos em apenas três sessões de nove

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horas, no total. Ou seja, um número considerável e que deve ser avaliado pelas

companhias dos mais diversos setores.

Para que a mediação torne-se realidade e faça parte do cotidiano corporativo, é

necessário saber primeiro como ela funciona e traçar um paralelo com a conciliação,

modalidade mais explorada até então no Brasil. Ambas as propostas são meios de

solução consensual de conflitos que visam à pacificação social e têm como objetivo

a qualidade da solução de uma controvérsia e a prevenção de conflitos. Mediação é

uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira pessoa, neutra e imparcial,

facilita o diálogo entre as partes, para que elas construam, com autonomia e

solidariedade, a melhor solução para o problema. Em regra, é utilizada em conflitos

multidimensionais, ou complexos, sendo um procedimento estruturado, e que na

grande maioria dos casos chega-se a um acordo, pois as partes têm autonomia para

buscar soluções que compatibilizem seus interesses e necessidades.

Já a conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no

qual o terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra, com

relação ao conflito. É um processo consensual breve, que busca uma efetiva

harmonização social e a restauração, dentro dos limites possíveis, da relação social

das partes. De acordo com um levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça

(CNJ) sobre os resultados das audiências de conciliação realizadas no ano de 2015

em oito estados brasileiros, somente as conciliações realizadas nos Centros

Judiciários de Resolução de Conflito e Cidadania (CEJUSCS) evitaram a entrada de

pelo menos 270 mil processos no Judiciário brasileiro. Só em São Paulo, Estado que

conta com o maior número de centros instalados no país, 138 mil casos foram

finalizados com a ajuda de conciliadores, magistrados, servidores e instituições

envolvidas na audiência de conciliação.

Com a sobrecarga dos tribunais e morosidade dos processos judiciais, nova

lei pode trazer muitos benefício

O número de casos solucionados por mediação aumentaram tanto pelo surgimento

de instituições especializadas quanto por mediadores independentes. Isso também

tem acontecido no segmento empresarial com o objetivo de resolver conflitos

internos, dirimir pendências entre empresas ou grupo de empresas, solucionar

disputas societárias ou mesmo questões trabalhistas, bem como promover soluções

criativas para questões ambientais e também criar instituições voltadas a administrar

este procedimento.

A mediação está sendo difundida como uma ferramenta cultural de gestão

empresarial e também pode ser utilizada para gerir situações de impasse que

comportem diálogo e negociação. Pesquisa organizada pelo Conima (Conselho

Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem) mensura que 70% das pessoas

abandonam seu local de trabalho por causa de conflitos interpessoais, por exemplo.

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Desta maneira, é notório que com o marco regulatório da mediação e a sua previsão

no bojo do novo Código de Processo Civil, os resultados da Justiça conciliativa

sejam ainda mais significativos do que aqueles apresentados em 2015.

A mediação proporciona benefícios sólidos às organizações como agilidade,

redução de custos, confidencialidade e a construção da melhor solução para as

partes, ao passo que os próprios mediandos propõem a solução para o seu litígio. A

mediação propõe-se a resgatar a comunicação entre os envolvidos. No cenário

corporativo, isso faz com que as empresas em conflito aproximem-se e possam

gerar, dessa forma, oportunidades e receitas imediatas para o país.

Na França, por exemplo, os mediadores chegam

a ganhar cerca de €400 por hora de trabalho.

Esses profissionais não se restringem, apenas, a

advogados ou profi ssionais da área jurídica.

Todos podem se tornar mediadores, desde que

tenham características necessárias como

imparcialidade, confiança e agilidade, além do

domínio de técnicas e procedimentos próprios da

formação de mediador. E o momento é oportuno. De acordo com dados do

Ministério da Justiça, o país precisará de mais de 17 mil mediadores para solucionar,

a partir deste ano, milhões de casos que atualmente levam até 10 anos para serem

resolvidos nos tribunais nacionais.

Não tão longe, pode-se vislumbrar um novo olhar sobre o Judiciário brasileiro. Em

um país em que o setor convive, desde os tempos mais remotos, com a crescente

sobrecarga dos tribunais, a morosidade dos processos judiciais, a burocratização da

justiça e os altos custos que envolvem a solução de conflitos pela arbitragem, os

benefícios da Lei de Mediação podem escrever uma nova história, beneficiando,

desta forma, e muito, o segmento empresarial.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- 'Gerenciamento de lucro' aumenta na crise Por Fernando Torres

Investidores e analistas fundamentalistas devem redobrar a atenção dedicada aos

balanços das companhias brasileiras já divulgados sobre 2015 e também aos

trimestrais que devem sair nos próximos dias e ao longo de 2016.

Embora intuitivamente já se pudesse imaginar isso, um estudo acadêmico publicado

neste mês no "Journal of Accounting in Emerging Economies" confirma que, durante

os momentos de crise econômica, há uma crescimento estatisticamente significativo

do uso de práticas que literatura a chama de "gerenciamento de resultados" por

parte das empresas.

Isso significa que aumenta a probabilidade de que gestores dessas companhias

tomem decisões discricionárias que melhorem ou piorem os lucros divulgados, como

realização de baixas contábeis, constituição ou reversões de provisões, revisão de

estimativa de vida útil ativos, adoção de novas práticas contábeis quando a norma

permite escolha, e assim por diante.

O gerenciamento de resultado não é tratado como fraude, segundo Eduardo Flores,

um dos pesquisadores que assina o artigo. "É o uso de flexibilidade da norma para

obtenção de benefício privado em detrimento da qualidade da informação contábil",

diz ele.

A literatura, ainda segundo o pesquisador, aponta motivos teóricos e lógicos tanto

para se melhorar os números como também para jogá-los para baixo de maneira

artificial em época de crise econômica. "Em momentos que se sai de um ciclo

próspero, quando as empresas se endividam e os investidores se acostumam com

certo patamar de rentabilidade, é tentador para os gestores corporativos quererem

'mexer no balanço' para manter os números dentro do traçado observado nos

últimos períodos", Flores, que assina o trabalho pela USP e pela Fecap ao lado de

Elionor Weffot, Aldy da Silva, e também do professor Nelson Carvalho, este último

atual presidente do conselho de administração da Petrobras e membro do Comitê de

Pronunciamentos Contábeis (CPC).

Na perspectiva contrária, estariam empresas que, nos anos de bonança, deixaram

de reconhecer todas as perdas e provisões que deveriam, inflando os resultados, o

que é insustentável ao longo do tempo, já que em algum momento há uma

convergência necessária entre os resultados pelo regimes de caixa e competência.

Neste caso, o gestor aproveitaria a "desculpa da crise" para arrumar a casa.

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Para verificar a existência desse fenômeno, os pesquisadores não têm como

investigar o caso de cada companhia e nem comprovar que a intenção da direção da

empresa era mesmo gerenciar ou não o resultado.

O que se faz então é usar a variação do volume de lançamentos contábeis

discricionários sem efeito caixa que sempre existem na contabilidade por

competência, diga-se como uma aproximação dessa prática de jogar o lucro mais

para cá ou mais para lá, a depender da intenção.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a intensidade do gerenciamento de

resultado é maior durante os períodos de crise a partir da análise de milhares de

balanços trimestrais de empresas dos Estados Unidos, de 1998 a 2010, e do Brasil,

entre 1998 e 2009 antes da mudança completa do padrão contábil para o modelo

IFRS.

No Brasil, foram tratados como crise os anos de 1999, 2002 e 2008. Nos EUA, 2001

e 2008.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Nove competências essenciais para o

profissional de RH Por Letícia Arcoverde

Ser capaz de se posicionar estrategicamente, atravessar paradoxos e transmitir

credibilidade para o resto da organização, sem perder de vista a importância da

cultura organizacional, das regras e de incorporar novas tecnologias ao trabalho. Um

novo estudo conduzido pelo especialista Dave Urich definiu as nove competências

mais importantes para um profissional de recursos humanos e os brasileiros ficaram

abaixo da média global em quase todas elas.

Realizada a cada cinco anos pelo grupo RBL, a pesquisa define um "modelo de

competências" da área de gestão de pessoas, e reúne nove habilidades

consideradas essenciais para os profissionais da área no mundo atual. Os autores

do estudo entrevistaram mais de 30 mil pessoas de todas as regiões, o que inclui o

Brasil, onde a pesquisa teve 895 participantes.

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O levantamento é realizado com profissionais da área de RH, que precisam se auto-

analisar e avaliar seus pares e subordinados, bem como gestores de outros setores

da empresa. O Brasil ficou acima da média em apenas uma competência-chave: a

capacidade de navegar paradoxos, que representa saber transitar entre demandas

que são aparentemente contraditórias, como necessidades de curto e longo prazo

ou dar atenção tanto a funcionários quanto para clientes.

Ela foi considerada a mais efetiva, inclusive, pelos profissionais de outras áreas

além do RH. "O Brasil é uma economia sujeita a oscilações, por isso o brasileiro

desenvolve competências exigidas por um mercado em que é preciso agir rápido",

diz Cesar Bullara, professor da ISE Business School, que conduziu o estudo no

Brasil.

A maior distância entre a média global e a brasileira é na competência que se refere

à credibilidade, e mensura se o RH tem influência dentro da organização, sabendo

se relacionar e ganhando reconhecimento pelos resultados alcançados. É uma

competência que está ligada à capacidade de se posicionar estrategicamente, outra

habilidade em que o Brasil ficou abaixo da média global, ainda que por uma

diferença menor. "Se eu tenho visão estratégica, isso me ajuda a ter credibilidade

interna porque a imagem que se associa ao RH é de alguém que entende

minimamente o negócio, sabe como a empresa ganha dinheiro e tem condição de

opinar a respeito disso", diz Bullara.

Ambas também se apoiam na capacidade de navegar por paradoxos. "Para ser visto

como efetivo, é preciso conhecer o mercado onde se está, entender as mudanças

que estão acontecendo e ser ágil na hora de conciliar dilemas de curto e longo

prazo", diz. O profissional brasileiro se considera detentor dessa visão, portanto,

mas falta comunicá-la com mais efetividade para o resto da empresa e integrá-la a

seu planejamento interno. "Não é apenas antecipar riscos, mas contribuir para criar

a estratégia da organização, entendendo a expectativa de clientes e sabendo como

competir com outras empresas no mercado", diz.

As áreas em que os profissionais de fora do RH percebem um desempenho mais

fraco do departamento são desenvolvimento de programas de liderança, plano de

sucessão, gestão de performance e a identificação de problemas cruciais para a

estratégia da companhia. Em quase todas as competências, no entanto, os

profissionais brasileiros de RH se auto-avaliaram de forma mais crítica do que seus

colegas de outras áreas. "Eles têm consciência de onde poderiam melhorar", diz

Bullara, da ISE Business School.

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Casado, diretor da Eletrobras: "É um

ativo [indenização] importante para

a Eletrobras considerar para as suas

necessidades de investimento e

fluxo de caixa futuro"

Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Regras sobre indenização beneficiam

transmissora Por Rafael Bitencourt e Rodrigo Polito

A remuneração da indenização pelos

investimentos não amortizados em ativos

antigos de transmissão de energia cuja

concessão foi renovada no âmbito da Medida

Provisória 579/2012 só terá início em 2017, mas

seu efeito será imediato para Eletrobras e

Transmissão Paulista (Cteep), principais

beneficiadas pela portaria sobre o assunto

publicada na sexta-feira pelo Ministério de Minas

e Energia (MME). Com o documento, agora

essas empresas podem incluir os respectivos

valores em seus balanços financeiros e podem

ter acesso a financiamentos com custos mais

baixos.

A reação do mercado à publicação da medida, uma das últimas ações de Eduardo

Braga no MME, foi imediata. Os papéis da Eletrobras fecharam o pregão do dia com

alta de 9,86% (ON) e 7,83% (PNB). E os da Cteep subiram 5,43% (ON) e 10,23%

(PN). As ações preferenciais de Eletrobras e Cteep tiveram as maiores altas no

Índice de Energia Elétrica (IEE), que fechou o pregão com alta de 0,22%, enquanto

o Ibovespa recuou 1,35%.

Ao Valor, a Eletrobras disse que a publicação da portaria "vem atender a uma

grande expectativa" da empresa. A estatal solicitou à Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel) um valor de R$ 20 bilhões relativo a essas indenizações. Até hoje,

foram homologados pela autarquia R$ 10 bilhões, referentes aos ativos de Furnas e

Eletrosul. Ainda resta homologar os valores pedidos pela Chesf e a Eletronorte.

"A indenização é um direito. É um ativo muito importante para a Eletrobras

considerar para as suas necessidades de investimento e fluxo de caixa futuro", havia

afirmado o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Armando

Casado, em teleconferência sobre os resultados de 2015, um prejuízo de R$ 14,4

bilhões.

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Com relação à Cteep, a Aneel reconheceu um valor de R$ 3,9 bilhões, mas a cifra

pode aumentar, devido aos recursos enviados pela empresa. "A publicação da

portaria soluciona a última pendência do processo de prorrogação das concessões e

permite à Cteep iniciar um novo ciclo de planejamento de longo prazo para o seu

plano de crescimento", informou a empresa, em nota, ao Valor.

O Valor apurou que o comando da Aneel considerou positivas as regras publicadas

pelo MME. A agência vinha recebendo queixas das empresas sobre a demora do

governo em definir o pagamento das indenizações, que havia sido a principal

condição para que aceitassem a renovação dos contratos, pela MP 579. De início,

foi considerada a possibilidade de aportes do Tesouro Nacional, mas a crise fiscal

obrigou o governo a incorporar os valores às contas de luz.

A agência prevê que as indenizações terão baixo impacto sobre as tarifas. Isso

porque as despesas com o serviço de transmissão têm o menor peso sobre a

formação custo da energia para o consumidor final, que ainda precisa arcar com

gastos de geração e distribuição. Além disso, o prazo de cobertura dos valores de

ressarcimento foi alongado pelo período de oito anos, conforme estabeleceu a

portaria. Para as empresas, a melhora na expectativa de receita começará a ser

percebida efetivamente em meados de 2017, quando serão iniciados os primeiros

reajustes nas tarifas de transmissão.

Com baixo efeito sobre as tarifas, as indenizações também não terão um peso

significativo sobre os indicadores macroeconômicos. Dentro da agência, avalia-se

que os índices inflação, por exemplo, serão pouco afetados entre 2017 e 2025,

período em que o custo será repassado às contas de luz.

Para a agência, são três os pontos mais importantes da portaria. O primeiro está

relacionado à antecipação de 2019 para 2017 do início do recebimento dos valores

bilionários pelas transmissoras.

O segundo aspecto é relacionado ao fato de o pagamento das indenizações

ocorrerem pelos valores líquidos de impostos. Até então, não estava definido se, ao

receberem as indenizações, as transmissoras ainda deveriam descontar os imposto

federais. A própria Aneel, inclusive, não considerava justa essa dedução.

A terceira regra definida como importante está ligada ao direito das transmissoras

de receber as indenizações com a atualização pelo custo de capital. O segmento

chegou a ser informado de que os valores seriam cálculos somente pela inflação do

período.

A urgência por uma definição já fazia com que algumas empresas admitissem regras

de pagamento da indenização que não atendessem todos os pleitos do segmento.

Mas, para isso, a fórmula de cálculo e o prazo de pagamento deveriam sair o mais

rapidamente possível.

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Ainda segundo integrantes da diretoria da Aneel, o efeito positivo da portaria é

imediato. As empresas começarão a partir de hoje a projetar fluxos de caixa mais

robustos daqui para frente, o que já abre o horizonte para uma melhora na

perspectiva de disputa nos próximos leilões de transmissão.

Os primeiros frutos da portaria já poderão ser vistos na segunda etapa do mega

leilão de linhas de transmissão, prevista para 1º julho. No início deste mês, a

Eletrobras e a CTEEP colocaram a falta de definição sobre o pagamento das

indenizações como uma das principais barreiras à entrada da disputa da primeira

fase do certame.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- JCB enfrenta crise com nova

retroescavadeira Por Victória Mantoan

A fabricante de máquinas e equipamentos JCB decidiu manter o plano de

investimentos que prevê R$ 10 milhões em 2016, apesar da crise econômica que

reduziu o faturamento das indústrias do setor por três anos consecutivos. A empresa

ainda vai lançar neste ano um novo modelo de retroescavadeira, com o objetivo de

crescer a participação no mercado brasileiro.

De acordo com o presidente da companhia, José Luis Gonçalves, a decisão de

manter os investimentos apesar do cenário adverso foi tomada com a matriz na

Inglaterra, de onde vem o recurso, a partir da visão de que voltar a fazer

investimentos apenas quando houvesse uma reversão do cenário seria muito tarde.

A estratégia é estar pronto quando o mercado retomar. "O Brasil segue como uma

boa oportunidade nas áreas de construção, agricultura e infraestrutura".

Dos R$ 10 milhões previstos para o ano, R$ 8 milhões foram destinados ao projeto

do novo produto, que já será lançado com conteúdo local suficiente para obter

financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES). Os outros R$ 2 milhões serão destinados a programas de nacionalização.

A projeção é de que a nova retroescavadeira consiga elevar a receita da JCB de

10% a 15% no ano. A empresa não revela o valor da receita no Brasil.

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Há, ainda, a participação do mercado externo nas vendas. O movimento começou

com 10% da receita da fabricante com exportação no início do ano passado. Já no

fim de 2015, essa parcela respondia por 40% da receita. Para este ano, a projeção é

de que fique em 50%.

Ainda assim, a JCB trabalha hoje com uma utilização da sua capacidade instalada

da ordem de 25%. Em um ano bom, explica, Gonçalves, esse número estaria acima

dos 65%.

E ainda não há perspectiva de retomada. Até fevereiro, os fabricantes de bens de

capital mecânicos acumulam queda de 24% na receita líquida total, em relação ao

mesmo período de 2015. O valor acumulado do bimestre foi de R$ 9,85 bilhões. A

expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos é de

que 2016 termine com o quarto ano de queda consecutiva no desempenho do setor.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- PCHs têm potencial de uma Belo Monte Por Rodrigo Polito

As restrições ambientais para grandes hidrelétricas e o momento delicado pelo qual

passam as principais empreiteiras do país, devido aos efeitos da operação "Lava

Jato" da Polícia Federal, abrem espaço para a expansão de projetos hidrelétricos de

menor porte, chamadas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), geralmente de

baixo impacto ambiental e de baixa complexidade para construção. De acordo com a

Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), há

um potencial de 10 mil megawatts (MW) quase uma "Belo Monte" de projetos de

PCHs já desenhados, a espera de oportunidades de negócios.

Uma dessas oportunidades será em 29 de julho, quando ocorrerá o primeiro leilão

de energia de reserva (LER) do ano. Na ocasião, serão negociados separadamente

contratos de usinas solares fotovoltaicas e de PCHs. Os contratos das hidrelétricas

terão prazo de 30 anos, com início de entrega de energia em 1º de março de 2020.

"A dificuldade das PCHs é que elas não têm escala. Mas elas voltaram justamente

porque o governo enxergou que o somatório de PCHs é maior do que nossa parte

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em Itaipu [7 mil MW]. Esse somatório passa a ser interessante e gera mais

empregos e tem mais distribuição de renda. Considero essas PCHs como as micro

empresas do setor elétrico", disse o presidente da Abrapch, Walmor Alves.

Justamente por não ter escala, as PCHs têm custo proporcional superior ao das

grandes e médias usinas. Por isso há a necessidade de leilão específico. Segundo

Alves, o custo médio de uma PCH é de R$ 6,5 milhões a R$ 7 milhões por megawatt

instalado. Para efeito de comparação, o custo da hidrelétrica de Teles Pires (MT) é

de R$ 2,7 milhões por megawatt. Com isso, o preço da energia da PCH também é

mais alto, de R$ 280 a R$ 300 por megawatthora (MWh).

"O LER [leilão de reserva] é um espaço de contratação extremamente conveniente

para todas as fontes, pois o planejador consegue calibrar a proporção que ele

deseja de cada fonte", diz Márcio Severi, novo presidente da Associação Brasileira

de Geração de Energia Limpa (Abragel).

De acordo com ele, sobre as PCHs, outro ponto favorável é que esses projetos são

conectados diretamente à rede das distribuidoras. Dessa maneira, eles agregam

mais confiabilidade ao sistema.

Para dar sustentabilidade para a cadeia de fornecedores de PCHs, praticamente

100% nacional, Severi defende que sejam implantados cerca de 500 MW por ano de

pequenas usinas. É exatamente esse volume que está sendo construído de PCHs

atualmente no país.

O potencial das PCHs será discutido nesta semana, em evento do Comitê Brasileiro

de Barragens (CBDB), em Florianópolis (SC). Na ocasião, também serão discutidas

oportunidades de negócios para usinas reversíveis. Na prática, essas usinas utilizam

uma "bomba" de madrugada, para transportar água da parte de baixo do rio para o

reservatório, para aumentar a geração ao longo do dia. O modelo é compatível

principalmente com a geração eólica, podendo reduzir o problema da intermitência

da produção da energia dos ventos.

Segundo Alves, o tema é relativamente novo no país e ainda precisa de

aprimoramentos econômicos e regulatórios. Hoje existem apenas duas usinas

reversíveis no Brasil, com um total de 130 MW.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Cade permite CSN indicar conselheiros na

Usiminas Por Ivo Ribeiro e Renato Rostás

O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius

Marques de Carvalho, em decisão tomada no fim de semana, autorizou a Cia.

Siderúrgica Nacional (CSN) indicar representantes ao conselho de administração da

Usiminas na assembléia geral ordinária (AGO) marcada para o dia 28.

A decisão deverá causar discussões na siderúrgica mineira e entre seus acionistas

do bloco de controle Nippon Steel & Sumitomo, Ternium Techint e Previdência

Usiminas. Eles são contrários à presença da CSN por se tratar de concorrente direta

da Usiminas no mercado brasileiro de aço plano. Segundo apurou o Valor ontem, os

acionistas vão avaliar hoje se vão tomar alguma medida judicial à decisão do Cade.

Carvalho acolheu parecer da procuradoria do órgão e se pautou também em nova

petição da CSN, do mesmo dia, pedindo urgência de análise devido ao exíguo prazo

até a AGO. O procurador do órgão, Victor Rufino, havia recomendado a

flexibilização do impedimento da CSN em usar sua participação acionária 14,1% de

papéis ON e 20,7% de PN na concorrente.

Desde 2012, a CSN está com seus direitos políticos na Usiminas congelados pelo

Cade. Pela decisão de Carvalho, sem apreciação do colegiado, a CSN foi autorizada

a indicar os seguintes nomes, escolhidos por ela: Gesner Oliveira, Ricardo Weiss,

Wagner Mar e Derci Alcântara. Gesner e Weiss às vagas de minoritários ordinaristas

e preferencialistas no conselho de administração que é formado atualmente por dez

membros. O terceiro, para o conselho fiscal. O quarto, suplente.

Economista, Oliveira é ex-presidente do Cade, ex-presidente da Sabesp, entre

outras atribuições, e atualmente sócio da GO Associados. Weiss é ex-executivo da

Anglo American, ex-diretorgeral da holding Camargo Corrêa S.A. e conselheiro em

várias companhias.

Segundo Carvalho, os nomes sugeridos cumprem os requisitos elencados de

independência argumentados pela CSN e que vão exercer "deveres fiduciários com

a própria Usiminas". E sem nenhuma ligação com a CSN.

Afirmou que terão de assinar termo de compromisso adicional com o Cade. E que

para garantir o cumprimento, a AGO terá a presença de um representante do órgão

para verificar se não vão ferir os termos do Termo de Conduta assinado pela CSN.

Por esse termo, o órgão havia obrigado a CSN a vender suas ações na Usiminas

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num determinado prazo (cinco anos), não divulgado. Segundo informações, expira

por volta de 2018.

A CSN, em petição de abril, solicitou a flexibilização no Cade para indicar

representantes alegando que os atuais conselheiros minoritários não têm feito uma

fiscalização adequada da forma como a empresa vem sendo conduzida. A CSN

propôs o monitoramento de seus votos em assembléias.

A CSN alegou que a situação do mercado de aço piorou desde que firmou o TAC e

cita a disputa societária entre Nippon e Ternium como entrave à recuperação da

Usiminas. Segundo o parecer, a questão de governança pode agravar a crise

financeira da siderúrgica.

Usiminas e Nippon Steel já manifestaram ao Cade na fase de análise que são

contra o pleito da CSN.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Petroleiras têm cenário difícil para venda de

ativos Por André Ramalho

Com meta de venda de ativos de US$ 14,4 bilhões para este ano, a Petrobras terá

pela frente um ambiente ainda mais duro do que foi o ano passado. Esta é a

avaliação da consultoria A.T. Kearney, que publica hoje um relatórios sobre as

perspectivas de fusões e aquisições no mercado de óleo e gás.

Após um 2015 frustrante em termos de negócios fechados, a expectativa é que o

número de ativos à venda no mercado cresça em 2016 e que os preços do barril se

mantenham em patamares mais depreciados do que o do ano passado,

pressionando mais para baixo a avaliação dos ativos à venda.

Sócio do escritório brasileiro da A.T. Kearney, Dario Gaspar conta que 2016 será um

ano "crucial" para que as petroleiras consigam executar seus planos de corte de

investimentos e de venda de ativos, frente a queda do preço do barril.

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"Cada vez mais as empresas estão sem enrolando e vão ter que vender para saldar

dívidas e não atingir os 'covenants' [cláusulas de endividamento]", disse Gaspar, em

entrevista exclusiva ao Valor.

A necessidade de venda de ativos para reforçar o caixa já era uma realidade em

2015, quando o preço do petróleo caiu praticamente pela metade na comparação

com 2014, mas as expectativas de crescimento das fusões e aquisições não se

confirmaram. Segundo dados da A.T. Kearney, o número de transações no setor

caiu de 1.975 para 1.254 entre 2014 e 2015, enquanto o valor recuou de US$ 481

bilhões para US$ 469 bilhões, mesmo considerando a megaoperação de venda da

BG para a Shell.

Gaspar diz que as empresas preferiram postergar a tomada de decisão, porque a

volatilidade recente dos preços criou diferenças acentuadas nas expectativas de

"valuation" entre compradores e vendedores. Ele destaca que as petroleiras estão

focando na preservação de caixa e redução de custos, mas que as opções estão se

esgotando e que não poderão dispensar a venda de ativos. "Em geral, todas estão

com problemas de custos e fluxo de caixa. Elas estão saindo do tradicional para

reduzir os custos para além do tradicional."

Com o aumento dos ativos à venda, o cenário se torna ainda mais desafiador para o

plano da Petrobras que terá de dividir com as grandes multinacionais do setor a

atenção de potenciais compradores. Grandes petroleiras como Shell, Chevron, Total

e BP têm programas de venda de ativos em curso e planejam desinvestir entre US$

46 bilhões a US$ 54 bilhões nos próximos anos.

Gaspar também aposta que as petroleiras estatais, a exemplo da Petrobras, terão

de reavaliar seus ativos, sobretudo aquelas de países com alto custo de produção,

como Venezuela, Angola e Nigéria.

"A norma dos próximos anos é que vai ter mais gente vendendo do que comprando.

Existem amplas oportunidades de aquisição, mas poucos compradores. O Brasil terá

de competir duro. Há vários tipos de ativos [à venda]. Há a questão da politica, da

estabilidade de regras. Além disso, a crise econômica [nacional] não ajuda, porque

diminui a demanda interna. Tudo isso reduz a competitividade", diz o consultor. Na

avaliação da A.T. Kearney, petroleiras independentes com caixa fortalecido e

investidores financeiros são os potenciais compradores do mercado.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Queda da ciclovia piora a imagem do país e

do Rio Por Robson Sales

A menos de quatro meses da Olimpíada, um dos principais desafios das autoridades

é reverter a imagem ruim do Brasil e da cidade do Rio, em especial. O desabamento

de parte da ciclovia na orla da zona sul carioca, na semana passada, é um desgaste

a mais, dizem especialistas de marketing.

Soma-se a essa tragédia, com a morte confirmada de duas pessoas, a dúvida sobre

quão seguras são as demais obras já construídas ou em construção para os Jogos

Olímpicos o prefeito do Rio Eduardo Paes disse que será feita uma checagem na

ciclovia e em outras obras da prefeitura. E há ainda o risco de contaminação pelo

vírus da zika, que mereceu em março um alerta da Organização Mundial da Saúde

(OMS).

O desafio de vencer o efeito negativo desses problemas, não é só das autoridades

da Prefeitura do Rio ao governo federal, passado pelo governo estadual, que

enfrenta uma séria crise financeira. Também afeta as empresas que estão atrelando

suas marcas à Olimpíada, que começa em 5 de agosto.

Desabamento de parte da ciclovia, com duas mortes, é um desgaste a mais,

dizem especialistas de marketing

Antes de viajar ao Rio, recentemente, o inglês Nigel Morris ouviu em Londres

queixas sobre riscos de atrasos na Olimpíada. Ele é CEO da Dentsu Aegis Network

para a região das Américas, holding que controla agências de propaganda

responsáveis por parte da comunicação dos Jogos, na web e nas ruas. Ele sabe que

será trabalhoso reverter essa imagem, mas mostra certo otimismo. "Há um momento

difícil, mas a infraestrutura básica, as qualidades políticas e econômicas no Brasil

ainda estão de pé", disse.

Especialistas em marketing esportivo ouvidos pelo Valor dizem que os planos já

traçados para a Olimpíada serão mantidos. São investimentos altos que já

começaram a sair do papel e miram o longo prazo várias empresas vão aproveitar o

evento para trazer clientes e fornecedores ao Rio. Mas há patrocinadores que

reduziram o orçamento.

A tragédia na ciclovia não afeta diretamente a Olímpiada porque não é uma

estrutura de competição, dizem os especialistas. Mas mancha uma das obras feitas

para a cidade por causa dos Jogos, o chamado legado olímpico.

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"A imagem [do país] já não está muito boa", diz Rafael Rocha, diretor executivo da

Ear To The Ground, agência de marketing esportivo que trabalha junto às

embaixadas europeias em ações para a Olimpíada. Ele referese ao momento

negativo político e econômico que o país enfrenta.

Há patrocinadores olímpicos que reduziram o orçamento direcionado para ações de

propaganda relacionadas ao Jogos e tornou o pós-Olimpíada uma incógnita para as

agências de marketing esportivo, diz o diretor executivo da Octagon Brazil, Matthieu

Fenaert. A companhia é uma das principais empresas do mundo em marketing

esportivo, com 49 agências, e faz parte do grupo Interpublic, que também controla

agências como McCann e FCB, entre outras.

"O ano de 2017 passou a ser nossa preocupação de todo os dias", afirmou o

executivo francês, lembrando que pode haver uma retração no ano que vem. E

ainda, há a expectativa de que empresas venham definir ações de propaganda mais

baratas durante os Jogos ou precisarão contar com financiamento das respectivas

sedes fora do país.

As atividades da Octagon durante o ano olímpico serão menores que em 2014,

durante a Copa no Brasil. Naquela ocasião, 6 dos 20 patrocinadores oficiais do

campeonato de futebol tiveram a empresa como parceira; agora, são apenas 4

companhias. "Os patrocinadores estão reduzindo os orçamento. E não têm mistério,

com menos dinheiro ocorrerão alguns cortes e é preciso fazer ações extremamente

alinhadas com a marca", acrescentou o executivo francês.

Mesmo no momento de cenário adverso, o Brasil é um mercado promissor para a

Dentsu Aegis Network, diz Morris. A empresa investiu nos últimos 18 meses US$

124 milhões em aquisições no país comprou as agências de publicidade NBS, de

mídia exterior OOH Plus e a Navegg, especializada em pesquisa de mercado.

"Vamos continuar investindo porque acreditamos que no longo prazo o Brasil é uma

boa aposta", diz Morris, que esteve no Rio com membros do Comitê Rio 2016 e

executivos.

A Dentsu Aegis Network possui 12 marcas no país, entre elas a Posterscope,

agência oficial de mídia exterior dos Jogos, e a Isobar, que em parceria com a

Microsoft, será responsável pelo site do Comitê Rio 2016 e contas oficiais nas redes

sociais da Olimpíada.

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Liminar determina que Receita libere

informações sobre créditos Por Adriana Aguiar

Uma liminar da Justiça Federal do Paraná determinou que a Receita Federal forneça

todas as informações sobre créditos de uma companhia. A empresa solicitou os

dados com base em um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), de junho do

ano passado, que permitiu o acesso ao sistema da Receita.

Em geral, segundo tributaristas, a Receita fornece apenas dados sobre dívidas do

contribuinte e, diante da negativa em dar informações sobre os créditos existentes,

eles têm que recorrer à Justiça.

Após o julgado do Supremo, no qual os ministros entenderam que os contribuintes

devem ter acesso a esses dados e que podem ser obtidos por meio de instrumento

jurídico chamado de habeas data, a Receita Federal passou a fornecer algumas

informações pelo Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal (eCac).

Segundo os advogados que obtiveram a liminar em habeas data, Ana Paula Faria e

Danilo Fernandes Monteiro, do escritório Gaia Silva Gaede, as informações, porém,

não são suficientes, o que deve gerar novas ações judiciais.

"No eCac não há informações de todos os créditos existentes nos diversos sistema

da Receita, como contribuições previdenciárias e tributos aduaneiros", diz Ana

Paula. Para Monteiro, "é um absurdo que os contribuintes devam recorrer ao

Judiciário para ter acesso às suas informações". Segundo ele, a Receita tem

dificultado a obtenção dos créditos que os contribuintes têm direito.

O advogado explica que quando solicitados pelo Judiciário os dados aparecem mais

detalhados do que no eCac e dão um panorama maior sobre a situação do

contribuinte.

Na recente decisão, o juiz federal substituto Augusto César Pansini Gonçalves, da 6ª

Vara Federal de Curitiba, determinou que a Receita Federal apresente as

informações requeridas em um prazo de dez dias. Segundo o magistrado, "é direito

fundamental o acesso às informações de interesse dos administrados que estejam

em posse da administração pública". Para isso, citou o inciso XXXIII, do artigo 5º da

Constituição. Nesse sentido, ainda mencionou o julgamento do Supremo Tribunal

Federal.

Segundo os advogados do caso julgado, em um cenário de crise econômica essas

informações poderão auxiliar as empresas a recuperar eventuais valores recolhidos

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indevidamente ao Fisco, ou a utilizarem créditos compensáveis que eventualmente

podem ser desconhecidos da empresa.

O tributarista Eduardo Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy, afirma que

tem entrado mais frequentemente com habeas datas pedindo informações sobre

contribuintes, após o julgamento do Supremo. "Tivemos um caso recente em que

precisamos obter informações relativas a afastamentos de empregados de um

cliente que influenciavam no cálculo do FAP (multiplicador do RAT) e que somente a

Previdência tinha como fornecer, mas que mesmo após formalizar alguns

requerimentos, nada fez".

A estratégia da empresa que obteve a liminar é valida, na opinião de Kiralyhegy,

porém ele não aconselharia a utilização dos créditos apurados baseados

exclusivamente nas informações que serão fornecidas. "Elas podem servir de ponto

de partida para as conferências que serão necessárias à validação do direito ao

crédito, trabalho que deve ser cuidadosamente executado para evitar que a conta

seja paga duas vezes", afirma.

A Receita Federal informou por nota que "as informações do contribuinte, relativas

aos seus débitos ou aos pagamentos por ele efetuados estão disponíveis para

consulta pelo próprio contribuinte no eCac Centro Virtual de Atendimento da Receita

Federal".

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Fonte: Valor Econômico

25/04/2016

- Cooperação no processo concorrencial Por Vicente Bagnoli

A cooperação entre empresas é um dos temas ao qual se dedica a ciência

econômica na análise das estratégias entre concorrentes. Tratase da atuação no

mercado cuja cooperação pode trazer ganhos às empresas com maiores lucros e

aos consumidores com a geração de novas tecnologias, por exemplo. A cooperação,

por outro lado, pode restringir a competição e até mesmo culminar em cartéis.

Porém, não se deve confundir a cooperação estratégica analisada pela economia

com o "princípio da cooperação" no processo concorrencial trazido pelo Código de

Processo Civil.

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Com a entrada em vigor do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), tem-se

que o processo, outrora o regulamento para estabelecer o trâmite da lide, agora se

pauta num tom conciliatório para a realização da Justiça. Assim, está disposto no

art. 6º do CPC que: "Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para

que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva".

Sujeitos do processo entendem-se todos os entes nele envolvidos, tais como as

partes, como o autor e o réu, o juiz, o representante do Ministério Público, o amicus

curiae, o denunciado à lide, enfim, todos com o dever de cooperar mutuamente para

a efetivação da justiça.

Não se deve confundir a cooperação estratégica analisada pela economia com

o princípio da cooperação trazido pelo Código de Processo Civil

Evidentemente, a realização da justiça também diz respeito ao art. 5º, LV, da

Constituição Federal de 1988, segundo o qual, "aos litigantes, em processo judicial

ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla

defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Depreendese, portanto, que todos devem ter reconhecido e respeitados o direito de

litigar, exercendo o contraditório e a ampla defesa, observando que são deveres das

partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem

do processo, o quanto disposto no art. 77 do CPC e seus incisos.

Afasta-se também do legítimo exercício do contraditório e da ampla defesa a

litigância de máfé, tal qual previsto nos termos do art. 80 do CPC e seus incisos.

Assim como previsto no art. 6º do CPC, o "princípio da cooperação" deve ser

observado em atenção à Lei Concorrencial (Lei nº 12.529/2011), que em seu art.

115 dispõe que se aplicam subsidiariamente aos processos administrativo e judicial

previstos na Lei Concorrencial as disposições do Código de Processo Civil.

Deduze-se, portanto, que os sujeitos do processo no Cade, tais como os

requerentes de ato de concentração, terceiros interessados, representantes,

representados, técnicos, conselheiros, advogados, representantes do Ministério

Público e procuradores, devem pautar suas ações em observância ao "princípio da

cooperação" para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e

efetiva.

Algumas situações de incidência do "princípio da cooperação" no âmbito do

processo concorrencial podem ser exemplificadas para reflexão sobre o tema.

No caso de um ato de concentração, as requerentes têm o dever de cooperar com

informações precisas e completas para que a análise pela autoridade concorrencial

seja efetiva e eficiente. A autoridade também tem o dever de cooperar e analisar as

informações e proferir a sua decisão de forma completa, acurada e eficiente,

inclusive no tocante ao lapso temporal.

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Terceiros interessados também têm legitimidade para ingressar nos autos e

cooperam contribuindo de forma efetiva com as análises da autoridade, munindo-a

de informações fidedignas. Já informações desencontradas prestadas pelas

requerentes, ofícios protelatórios expedidos pela autoridade e terceiros interessados

que tão somente tumultuam o trâmite do processo, são nítidas situações de negação

ao "princípio da cooperação".

Na hipótese de uma conduta unilateral, o representado ao ter ciência de um

processo em que sua conduta é tida como uma prática abusiva de posição

dominante, consubstanciada em fortes indícios apresentados pelo representante,

coopera em tempo razoável para a justa e efetiva solução da demanda, por vezes

celebrando com o Cade um acordo em que se compromete a cessar a conduta. Mas

quando o representante questiona sem subsídios uma suposta conduta, quando a

autoridade concorrencial sequer faz as devidas análises de mercado relevante para

concluir pela existência ou não da posição dominante, quando o representado

recusa-se a celebrar o acordo com o intuído apenas de ganhar tempo e, ainda,

quando se recusa a cumprir uma Medida Preventiva imposta pelo Cade, recorrendo

ao Poder Judiciário de forma protelatória, está-se diante da negação ao "princípio da

cooperação".

Por fim, vale ressaltar que o "princípio da cooperação" deve conviver com o direito

do contraditório e da ampla defesa, e mais, que o legítimo direito do contraditório e

de defesa, ou também de acusação, não seja diminuído como mera recusa de

cooperação.

Vicente Bagnoli é sócio de Vicente Bagnoli Advogados e professor da Faculdade de

Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Fonte: O Globo

24/04/2016

- R$ 840 bi aguardam decisão do STF MURILO RODRIGUES ALVES, BEATRIZ BULLA - O ESTADO DE S.PAULO

Recálculo da dívida dos Estados, perdas com planos econômicos e alteração no índice que corrige o

FGTS são os principais temas bilionários

Além da disputa sobre as dívidas de Estados, o governo tem preocupação com

outros itens de uma extensa pauta econômica emperrada no Supremo Tribunal

Federal (STF) em decorrência do foco praticamente exclusivo em questões políticas,

como o impeachment da presidente Dilma Rousseff e os desdobramentos da Lava

Jato.

Com a aprovação do impedimento da petista na Câmara dos Deputados, a

expectativa é que a Corte seja novamente demandada a resolver questionamentos

do governo. Além disso, os ministros têm pela frente a pauta resultante da crise,

como a decisão sobre a validade da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Silva para a chefia da Casa Civil.

Os três julgamentos mais aguardados pela equipe econômica envolvem R$ 840,2

bilhões, quase o triplo da estimativa dada pelo governo com perdas caso a mudança

no cálculo da dívida dos Estados seja concedida no Tribunal.

“Estamos falando de bilhões e bilhões de reais com repercussões para os balanços

dos bancos e, logo, com reflexos no capital, na liquidez e na estabilidade do sistema

financeiro”, afirma o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Ferreira. “Não

havendo a palavra final de quem tem competência para dá-la, que é a Suprema

Corte, o que se tem é um embaraço jurídico de tal sorte que, num determinado

momento, quando finalmente essas questões vierem a ser decididas pela Corte, não

se saberá o tamanho do estrago causado por essa insegurança, por essas

incertezas”.

A exemplo do antecessor Joaquim Levy, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa,

retomou a ofensiva aos ministros do STF. Na semana passada, depois das decisões

de liberar os Estados a pagar a dívida repactuada com a União com juros só sobre o

principal do montante, ele se encontrou com o presidente do STF, o ministro Ricardo

2ª PARTE

NOTICIAS DO DIA 24/04

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Lewandowski, com o ministro Luiz Edson Fachin – relator do mandado de segurança

que concedeu o benefício a Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais – e

com a ministra Cármen Lúcia.

Na questão da dívida dos Estados, a perda estimada sairá dos cofres do governo

federal. Nas outras ações, o impacto maior será nos bancos públicos, com reflexo

em todo o sistema financeiro nacional.

Planos econômicos. A expectativa do governo é que, depois da dívida dos

Estados, o próximo item da pauta a ser analisado pelo STF seja o julgamento dos

planos econômicos. O impacto potencial foi calculado em até R$ 341,5 bilhões,

segundo estudos da consultoria LCA.

Segundo o STF, quase 1 milhão de processos aguardam definição do Tribunal. O

julgamento, suspenso em 2014, põe em questão eventuais perdas de poupadores

com a edição de planos econômicos editados nos anos 80 e início dos anos 90.

Em março, a vice-presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, confirmou que vai

participar do julgamento por considerar que não há mais impedimento para analisar

o caso. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região homologou pedido do seu pai,

Florival Rocha, desistindo de uma ação que movia contra a Caixa Econômica

Federal por conta de correções decorrentes de mudanças nos planos.

O julgamento estava travado porque, além de Cármen, os ministros Luiz Edson

Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux se declararam impedidos, o que

impossibilitou que 8 dos 11 ministros votassem.

Depósitos judiciais. O BC tenta impedir no STF que governos estaduais se

apropriem de depósitos judiciais de ações de terceiros para pagar despesas gerais,

incluindo salários de servidores. “Leis estaduais que autorizam usar depósitos

judiciais de terceiros, especialmente para pagar despesas do Estado, afrontam a

Constituição e avançam sobre o patrimônio alheio”, diz o procurador-geral do BC.

Segundo ele, essas leis que estão sendo questionadas no STF trazem “sérios riscos

para a estabilidade financeira” por causa do papel de fiéis depositários dos bancos

públicos. De acordo com os números do BC, o estoque de depósitos judiciais está

em R$ 183,7 bilhões, dos quais R$ 114,6 bilhões no Banco do Brasil e R$ 63 bilhões

na Caixa.

A preocupação do governo é que determinações como essas não levam em conta o

fato de que as administrações estaduais precisarão depois ressarcir milhares de

pessoas que têm dinheiro a receber, diante de decisão favorável em sentenças

judiciais. Com a crise das finanças estaduais, o temor do BC é de que os Estados

não tenham recursos para pagar os credores quando saírem as decisões e a

responsabilidade seja transferida para os bancos.

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FGTS. A ação direta de inconstitucionalidade que pede a alteração do índice que

corrige o FGTS é outro item que desperta atenção do governo. O pedido foi feito

pelo Solidariedade, comandado pelo deputado Paulinho da Força Sindical. Pede que

o STF suspenda o uso da Taxa Referencial na correção das contas do e aplique um

índice inflacionário. O ministro Luís Roberto Barroso é relator do caso.

O Instituto Fundo Devido ao Trabalhador calcula que o rombo das contas do FGTS

esteja em R$ 315 bilhões. O cálculo usa o INPC para remunerar as aplicações de

agosto de 1999 a abril deste ano. A Caixa considera um impacto menor. Um dos

motivos é que, ao longo do tempo, houve saques de recursos. Outro é que, ao longo

da década de 90, a TR superou a inflação. Assim, a troca do índice pode ser positiva

para saldos a partir de 1999, e negativa para anteriores.

Oficialmente, o banco deve alegar que o uso da TR é baseado na legalidade e

constitucionalidade da legislação. A decisão do STF servirá de parâmetro para

julgamento dos processos similares, suspensos no momento. VOLTAR

Fonte: Estadão

23/04/2016

- Taxa de desemprego dobrou em apenas

quatro anos ALEXA SALOMÃO / TEXTOS ALEX SILVA / FOTOS ENVIADOS ESPECIAIS / RECIFE - O ESTADO DE S.PAULO

Sem trabalho. Aguiar voltou a olhar os preços

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Shirley Moraes trabalhava há três anos como consultora de negócios na empresa de

telefonia TIM, em Recife. Há um mês, foi demitida. Já enviou currículos para vários

sites de emprego e, por ter curso superior em Marketing e experiência na área,

espera ser chamada em breve. Ainda assim, por precaução, começou a cortar

despesas. Passou para uma academia de ginástica mais barata. Já pensa que, em

caso de aperto, pode vender o segundo veículo da família, que ainda está sendo

pago, e ficar apenas com o que já está quitado. Em último caso, vai tirar o filho da

creche particular, que custa R$ 750 por mês. Ela tem vários parentes e amigos sem

emprego. Como se fosse da noite para o dia, o mercado de trabalho simplesmente

virou. “Muitas pessoas estão sendo demitidas. Na minha empresa, disseram que foi

por causa de uma reestruturação organizacional, mas acho que foi por causa da

crise mesmo.”

A desconfiança de Shirley tende a ter fundamento. Na Pesquisa Mensal de Emprego

(PME) do mês passado, com dados até fevereiro, o desemprego na região

metropolitana do Recife foi a 10,4%. Por diferentes razões, o número é

impressionante. Primeiro, porque está acima da média das seis regiões

pesquisadas, que ficou em 8,2%. Segundo, por ser a segunda maior taxa na

pesquisa. Só perdeu para Salvador. Terceiro, porque a taxa simplesmente dobrou

em apenas quatro anos. Em 2012, bateu em 5,1%, o patamar mais baixo para a

região do Recife desde o início da PME. Era o pleno emprego e havia um apagão de

mão obra no Estado. A PME foi extinta pelo IBGE no mês passado, mas ela permite

a comparação histórica.

Naquele momento, o Nordeste, de forma geral, e Pernambuco, em particular, viviam

um boom de investimentos. Em 2011, a estimativa era que até 2015 Pernambuco

sozinho receberia algo como R$ 55 bilhões em investimentos. Empresas locais se

queixavam da falta de profissionais qualificados nas mais diversas áreas.

Crise. Como bem percebeu Shirley, houve uma inversão. Segundo o diretor de

políticas sociais da CUT em Pernambuco e secretário nacional da central, Expedito

Solaney, sobram pessoas e faltam vagas. “Já vimos a queda no setor da construção,

na indústria e agora estamos assistindo ao fechamento de postos no comércio e em

call centers, que servem de primeiro emprego e ocupam trabalhadores com

formação mais básica”, diz. “Mas também houve o fechamento de agências

bancárias e há gente sem trabalho com MBA e especialização em finanças.”

Solaney atribui a degringolada a erros na política econômica. “O ano de 2015

começou com a luz amarela, porque havia sinais de retração, e terminou com a

vermelha no mercado de trabalho”, avalia. “O segundo mandato de Dilma era para

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ser o momento da virada, de o Estado entrar induzindo a economia para gerar

emprego, mas começou errado e nada foi feito.”

Pesa também, na opinião de Solaney, o clima político. A insegurança criada em

relação à permanência do atual governo paralisou os investimentos em todo o País:

“Espalhou o marasmo”. Com a solução do impasse em Brasília, ele acredita que o

cenário melhora.

O contador Alexandre Aguiar, que perdeu o emprego no comércio, já não tem a

mesma certeza. “Eu vejo pessoas de todas as classes sociais sendo demitidas, sem

dinheiro ou expectativa de encontrar um novo emprego, porque as vagas são

fechadas sem que outras surjam”, diz. Enquanto faz bicos, em casa mesmo, passa o

pente fino nas contas: o plano do celular, a internet e até a cesta de compras no

supermercado foram reavaliados. “Voltei a olhar o preço de cada produto até na

feira, coisa que eu não fazia mais”, diz. Sua prioridade neste ano foi garantir o

colégio particular do filho: “Quitei o ano e, lá na frente, em 2017, se não melhorar, eu

vejo o que faço”. VOLTAR

Fonte: Estadão

23/04/2016

- Obras de infraestrutura são as mais

prejudicadas RENÉE PEREIRA E LUIZ GUILHERME GERBELLI - O ESTADO DE S.PAULO

Até a manutenção de rodovias estaduais está comprometida pela falta de recursos para

investimentos

Os projetos de infraestrutura foram os mais sacrificados pelo desequilíbrio no caixa

dos governos estaduais. Até as obras mais básicas, como a manutenção de

estradas, tiveram o ritmo reduzido para adequar o orçamento às receitas. Alguns

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empreendimentos mais caros e complexos, como os de mobilidade urbana, foram

suspensos por tempo indeterminado.

“A impressão é que o filme parou. O cenário é de total pessimismo”, afirma o

presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Pernambuco (Sinduscon),

Gustavo Miranda. “Começamos um monte de obras e agora está tudo parado.

Viraram grandes esqueletos.” Na lista de projetos, o executivo destaca a lentidão da

Adutora do Agreste e a paralisia das obras de acesso à arena construída para a

Copa de 2014.

Em Goiás, a situação é ainda pior: os investimentos caíram 90% no primeiro

bimestre, pelos dados do consultor econômico do Senado, Pedro Jucá Maciel. Uma

obra importante e que está parada é o VLT de Goiânia. As obras de mobilidade de

Salvador também estão lentas, afirma o vice-presidente do Sindicato dos

Trabalhadores da Construção (Sintepav-BA), Irailson Warneaux. Segundo ele, as

obras do Corredor Transversal 2, que liga a orla de Salvador a Águas Claras,

demitiu recentemente 700 trabalhadores, apesar de ainda ter muita obra pela frente.

Por meio de nota, o governo do Estado da Bahia informou que os investimentos

cresceram 33,73% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo

período do ano passado. Segundo a administração estadual, estão sendo feitos

investimentos em saúde e mobilidade urbana. VOLTAR

Fonte: Jornal do Comércio (RS)

24/04/2016

- Meirelles impõe condições a Temer para

assumir pasta da Fazenda O ex-presidente do Banco Central Henrique

Meirelles, sondado pelo vice-presidente Michel

Temer neste sábado (23) sobre a possibilidade de

comandar o Ministério da Fazenda caso venha a

assumir a Presidência da República, teria feito

condições para aceitar o convite.

Meirelles respondeu que assumiria a pasta, desde

que pudesse dar a palavra final sobre todos os

nomes da área econômica de eventual novo Cotado para o governo,

Meirelles prevê inflação

persistente em 2016

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governo. Fazem parte dessa lista o Ministério do Planejamento e as presidências do

Banco Central, do Bndes, do Banco do Brasil e da Caixa.

Meirelles e Temer se encontraram neste sábado em Brasília. O peemedebista disse

que não pode fazer convites formais antes da votação final sobre a abertura do

processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado, o que está previsto para

maio. Eles ficaram de voltar a conversar depois da decisão.

Na conversa, o vice e Meirelles concordaram que deve haver um alinhamento da

equipe econômica. A intenção de Meirelles seria blindar a área para que ninguém

atuasse em desacordo com a linha que ele viesse a adotar nem "conspirasse" contra

ele se a situação viesse a se complicar.

Temer precisa de um nome de peso na Fazenda para acalmar parte do

empresariado, que começa a desconfiar da capacidade do peemedebista de montar

uma equipe capaz de tirar o país da crise. Esse temor aumentou depois de o ex-

presidente do BC Armínio Fraga, um dos nomes preferidos do mercado, deixar claro,

na semana passada, que não pretende faz parte de um eventual governo Temer.

Após o encontro deste sábado, Meirelles afirmou, em entrevista, estar disposto a

aconselhar o vice, caso ele assuma a Presidência, mas afirmou não ter sido

convidado para assumir a Fazenda. Questionado se aceitaria o cargo, disse que não

trabalha com "hipóteses". "Eu não respondo, não trabalho e não penso sobre

hipóteses. Eu trabalho com realidade, coisas concretas. E, no momento, o que

existem são hipóteses. Estou disposto a aconselhar, dar minha contribuição", disse.

O ex-presidente do BC, na entrevista, também elogiou a percepção de Temer sobre

a economia e disse que o Brasil tem tudo para voltar a crescer, mas que depende de

uma retomada da confiança. "Me parece que ele está com uma visão bastante

correta e adequada, e que eu acho muito positiva, sobre a economia."

Para Meirelles, a economia só poderá ser recuperada a partir de uma resolução da

crise política. "O que é mais importante é tomar medidas que sinalizem claramente

que a trajetória de crescimento da dívida pública vai ser revertida no devido prazo."

Segundo ele, Temer não se manifestou sobre o diagnóstico apresentado por ele.

"Certamente ele está aguardando o pronunciamento do Senado e, a partir daí sim,

de uma forma ou de outra, ele vai se manifestar", disse. Meirelles, que ocupou a

presidência do Banco Central entre 2003 e 2010, é, desde 2012, presidente do

Conselho da J&F, holding do grupo que produz as marcas Friboi, Seara, Vigor e

Havaianas.

Além dele, estiveram no encontro o ex-ministro das Cidades do governo Dilma

Gilberto Kassab, que deixou o cargo na semana passada, e o senador Romero Jucá

(PMDB-RR).

Kassab foi chamado à reunião porque é presidente do PSD e Meirelles é filiado ao

partido. Jucá é o principal articulador de Temer na formação de sua equipe de

governo.

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Segundo Jucá, Temer realiza uma série de encontros com economistas para "ir

construindo um posicionamento" para o caso de ele precisar "assumir rapidamente o

país".

Antes da reunião, cerca de 200 integrantes do Levante Popular da Juventude e do

MST realizam um protesto em frente ao Jaburu, onde Temer se encontrava. Eles

colaram cartazes no local com a inscrição "QG do Golpe".

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Fonte: petonoticias.com.br

24/04/2016

- ESTADOS UNIDOS CRIAM NOVA

LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PARA

EXPLORAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO Foram seis anos de discussões, disputas entre

legisladores e empresários, mas na última semana

a administração Obama conseguiu aprovar um novo

conjunto de regras para exploração de poços de

petróleo nos Estados Unidos. A nova regulação é

uma resposta, tardia, ao grande vazamento de

petróleo registrado em abril de 2010, quando a

sonda Deepwater Horizon explodiu, deixando um

rastro de 11 mortes e cerca de 5 milhões de barris

derramados no Golfo do México.

A legislação foi desenvolvida pelo Interior Department’s Bureau of Safety and

Environmental Enforcement e demorou seis anos porque a agência afirmou ter

buscado a raiz do acidente no poço de Macondo. “Há um grande número de coisas

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que deu errado. Era importante entendermos essas coisas e a evolução

tecnológica”, a secretária de interior Sally Jewell (foto).

Para melhorar a cultura de segurança em plataformas petrolíferas e prevenir futuros

derramamentos ou explosões, a nova regra é rígida em requisitos para prevenção,

como a obrigatoriedade de projetos bem desenhados, controle de poço programado,

além de planos de contenção e cimentação submarina. O monitoramento da

exploração por terceiros, em tempo real, inspeções regulares e outras questões

também estão previstas na nova regulação.

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Fonte: petronoticias.com.br

24/04/2016

- EMPRESAS PAULISTAS CHAMAM ATENÇÃO DE

FUNDO DE INVESTIMENTOS DOS EMIRADOS

ÁRABES A captação de recursos estrangeiros é essencial para fortalecimento da indústria

nacional, por isso a importância de boas relações com

fundos de investimentos. O presidente da Investe SP,

Juan Quirós (foto), esteve no “Annual Investment

Meeting”, encontro que reuniu os maiores fundos de

investimentos do planeta, e saiu otimista com o interesse

dos Emirados Árabes em empresas paulistas.

“Em um momento em que o País precisa gerar

empregos, a missão que nos foi dada pelo governador

Geraldo Alckmin foi trazer investimentos que gerem empregos no Estado. Os

resultados foram bastante positivos, com sinalizações de investimentos futuros,

sobretudo nos segmentos paulistas de saúde, alimentação e serviços. Há a previsão

de, pelo menos, US$ 5 bilhões dos fundos soberanos para a compra de produtos

paulistas e incentivos para que companhias do Estado de São Paulo instalem

representações nos Emirados”, afirmou Juan Quirós.

A aproximação entre empresas paulistas e investidores dos Emirados Árabes

Unidos foi feita com auxílio Apex-Brasil, agência federal que Quirós já presidiu. Além

dos árabes, foram realizadas reuniões com fundos soberanos e agências de

investimentos de 40 países presentes ao evento.

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