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 · Conceito brasileiro ... aconteceu entre os dias 13 e 16 de janeiro, no Centro de Exposições do Anhembi ... a moda combinadas com uma oferta crescente de coleções

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www.sebrae.com.br

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

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Diretor-Técnico

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Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo – Comércio

Juarez de Paula

Coordenação Nacional de Comércio Eletrônico

Hyrla Marianna Oliveira de Souza e Silva

Coordenação Técnica

Lúcio Silva Pires Júnior

Consultoria Técnica

Alexandre Teixeira (Azê Marketing)

Projeto gráfico e Diagramação

i-Comunicação

S U M Á R I O

1. UM OLHAR SOBRE A FEIRA .................................................................................................8

Prêt-à-Porter ........................................................................................................................9

2. PANORAMA DO SETOR DE CALÇADOS NO BRASIL ...........................................................10

2.1 Consumo por categoria ................................................................................................11

2.2 Exportação ..................................................................................................................12

3. TENDÊNCIAS ......................................................................................................................12

4. CONSUMIDORES CONECTADOS .........................................................................................15

5. ESTRATÉGIAS E NOVIDADES .............................................................................................17

Cano dobrável ....................................................................................................................18

Fechos diferenciados e aparentes .......................................................................................18

Tênis coloridos ..................................................................................................................19

Franjas ...................................................................................................................................19

Coturnos ............................................................................................................................20

Correntes ...........................................................................................................................20

Botas no joelho ..................................................................................................................21

Sapatilhas bico fino ............................................................................................................21

Placas de metal ..................................................................................................................22

Estampas de animal ...........................................................................................................22

Étnico ................................................................................................................................23

Salto confortável ................................................................................................................23

Conceito brasileiro .............................................................................................................24

Preço e forma de pagamento ..............................................................................................24

Distribuição, transporte e prazo de entrega .........................................................................25

6. INOVAÇÃO EM PRODUTOS E COMPONENTES ....................................................................25

INFORMAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................27

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

6

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

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1. UM OLHAR SOBRE A FEIRA

A Couromoda - Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda,

realizada pelo Grupo Couromoda, aconteceu entre os dias 13 e 16 de janeiro, no Centro de

Exposições do Anhembi em São Paulo. O objetivo do evento é proporcionar aos fabricantes

de diversas regiões do país um espaço para exposição de produtos e realização de negócios,

oferecendo aos lojistas, nacionais e internacionais, oportunidade para compras e atualização

com as principais tendências de consumo do segmento de calçados e acessórios.

Em sua 41a edição, a feira ocupou 85 mil metros quadrados

e reuniu mais de 2 mil coleções de calçados, tênis, bolsas,

artigos esportivos, artefatos de couro, acessórios de moda,

equipamentos para lojas, componentes e tecnologia para

calçados. Foram 1.500 marcas de 13 Estados brasileiros,

o que representa, segundo a organização da Couromoda,

90% da produção nacional do setor.

A feira tem caráter profissional e é aberta somente a

lojistas, empresários e pessoas que comprovam sua ligação

com o setor. O ingresso é gratuito, mediante convite ou credenciamento, e não é permitido

o ingresso de menores de 14 anos, mesmo acompanhados. Durante quatro dias a feira

recebeu 79.000 visitas profissionais, sendo 35 mil visitantes únicos. Também recebeu

compradores internacionais vindos de 66 países.

9

O evento é considerado a principal vitrine da indústria nacional do setor. Nela o lojista

encontra variadas opções de escolha e informação especializada, uma vez que reúne num

mesmo espaço muitas empresas diferentes, de todos os portes (grandes, médias, pequenas

e micro) e de todas as regiões do país. Ele encontra diferentes interpretações para as

tendências de moda e design exclusivo de várias marcas, seja em produto ou estande. Ao

mesmo tempo encontra uma diversidade de informações, uma vez que conta com o

Congresso Brasileiro de Calçado, que acontece um dia antes da abertura da feira, e com o

Talk Shoe, que é um circuito de palestras que acontecem ao longo da feira.

Segundo dados divulgados pelo Grupo Couromoda, aproximadamente 35% das vendas anuais

do setor são iniciadas ou encaminhadas na feira, que acontece sempre no início do ano, após

as vendas de fim de ano, quando o lojista consegue ter visão real do estoque que precisa

repor. Em três dias os lojistas têm a oportunidade de conferir e comprar novos produtos

para apresentar em suas vitrines no primeiro semestre, além de fazer contato direto com a

indústria, identificar potenciais fornecedores e atualizar-se com as tendências de mercado.

Prêt-à-Porter

Além da feira de calçados, o Grupo Couromoda realiza na mesma semana uma feira

dedicada ao setor de confecções. Entre os dias 12 a 15 de janeiro, no pavilhão Expo Center

Norte a feira São Paulo Prêt-à-Porter - Feira Internacional de Negócios para Indústria de

Moda, Confecções e Acessórios apresenta aos lojistas e importadores as novidades de 500

marcas de moda.

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

10

Aproveitando a sinergia entre os setores de vestuário e calçados, o

objetivo é que as duas feiras de moda promovam uma verdadeira

semana de negócios da moda em São Paulo, oferecendo ao varejo

muito mais opções de compras e colocando São Paulo na agenda de

negócios lojistas e importadores neste início de ano.

É possível conferir as informações de inteligência em feiras na Pret à

Porter no link:

http://bis.sebrae.com.br/bis/conteudoPublicacao.zhtml?id=4773

2. PANORAMA DO SETOR DE CALÇADOS NO BRASIL

Segundo a consultoria do Euromonitor, o faturamento do setor de

calçados no Brasil quadruplicou nos últimos dez anos. Neste período,

o mercado brasileiro saiu da 14a posição para a 8a posição entre os

maiores do mundo em 2013.

Em relação ao mercado interno, conforme dados divulgados pela

Abicalçados, o Brasil produziu um total de 864 milhões de pares de sapato em 2012, onde

grande parte da produção foi de sandálias, chinelos e injetados em geral. O calçado de

couro, de maior valor agregado registrou uma estabilidade. O setor vendeu para o mercado

interno 751 milhões de pares, distribuídos por 62 mil pontos de vendas1, ou seja, aumentou

em 5% em relação à 2011. Um dado disponibilizado pelo IBGE aponta que, até novembro

de 2013, a produção de calçados havia crescido 6,6% com relação ao mesmo período de

2012. Já o varejo de calçado, até outubro de 2013, havia crescido 3,2% no comparativo

com igual período de 2012.

Sobre a mão de obra empregada, existe uma estimativa de um total de mais de um

milhão de postos de trabalho direto, somando indústria de calçados (345 mil), indústria de

componentes de calçados (67 mil), indústria de couros de curtumes (20 mil) e varejo de

calçados (600 mil). Estes dados indicam que o setor está bem aquecido.

Diversos são os fatores que permitiram este cenário. Entre eles, o aumento da renda

disponível no país nos últimos anos, aumentando o poder de compra de consumidores de

1. Fonte: MDIC/IEMI/Abicalçados. O mais recente dado de produção física que está disponível foi levantado através da consultoria

do IEMI e é relativo a 2012.

11

grupos de baixa e média renda que passaram a comprar mais calçados e optar por marcas

com preços mais elevados2.

Outro fator foi o aumento das importações de produtos da China que forçou os fabricantes

nacionais a investirem mais em produtividade, design, distribuição e inovação para

competir com os produtos básicos baratos.

Por outro lado, a fim de manter a competitividade das indústrias brasileiras, o governo

implementou medidas de incentivos fiscais, incluindo a redução do imposto de 20% na

folha de pagamento em troca de um imposto de 1,5% no volume de negócios em agosto

de 2011. Além disso, implementou imposto sobre as importações de calçado, solados e

peças de topo da China. O objetivo desta iniciativa foi tentar reduzir as importações de

calçados que poderiam ser produzidos localmente, embora perceba-se que estes produtos

estejam sendo importados de outros países antes de chegar no Brasil.

2.1 Consumo por categoria

Segundo dados do Euromonitor Internacional 2014, em relação ao consumo por categoria,

o calçado feminino representou 55% das vendas em valor em 2012, embora perdendo

participação para as outras categorias, se comparando a anos anteriores. As mulheres

tendem a comprar e possuir mais sapatos, seguindo tendências de moda e buscando

produtos para diferentes situações de uso. Por isso encontra-se maior número de marcas

e pontos de venda direcionadas a este público.

O calçado masculino representou 29% das vendas em valor do mercado em 2012, sendo

a segunda maior categoria, tendo aumentado em relação aos anos anteriores. O que

ajudou a impulsionar as vendas, foi uma maior preocupação dos homens brasileiros com

a moda combinadas com uma oferta crescente de coleções e marcas masculinas. Muitos

fabricantes já estão conscientes desta oportunidade de mercado e assim estão investindo

em novas marcas e coleções, oferecendo uma maior escolha de estilos que vão do tênis

ao calçado casual ou mais formal para diferentes situações de uso.

Já o calçado infantil é a categoria de menor representatividade: apenas 17% do valor

das vendas do mercado em 2012. Contudo nota-se um aumento em relação aos anos

anteriores, reflexo da situação demográfica e mudança de renda no país. Cresceu o

2. Fonte: Euromonitor Internacional 2014

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

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número de mulheres na força de trabalho, que tendem a ter menos filhos e mais tarde,

com carreiras já estabelecidas e com rendimento superior, o que lhes permite gastar mais

fortemente por criança.

2.2 Exportação

Em 2013, segundo dados da Abicalçados, o setor exportou 123 milhões de pares que

geraram US$ 1,1 bilhão, incremento de 8,5% em volume e 0,2% em receita com relação a

2012. Os principais destinos foram:

• EUA (US$ 189,48 milhões, queda de 4,1% com relação a 2012);

• Argentina (US$ 118,88 milhões, queda de 12,6%);

• França (US$ 69,74 milhões, queda de 7,5%);

• Paraguai (US$ 55,2 milhões, aumento de 18,4%).

Os principais estados exportadores ao longo de 2013 foram:

• Rio Grande do Sul (US$ 387 milhões, aumento de 0,4%);

• Ceará (US$ 314,9 milhões, queda de 1,5%);

• São Paulo (US$ 144,44 milhões, aumento de 18,3%); e

• Paraíba (US$ 103,44, milhões, queda de 4,8%).

3. TENDÊNCIAS

A 18ª edição do Congresso Brasileiro do Calçado aconteceu no dia 12 de janeiro na sala

de Convenções do Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, como a primeira atividade da Feira

CouroModa 2014.

Palestra “Transforme consumidores em propagadores” de Hugo Rodrigues, COO & Chief

Creative Officer da agência Publicis Brasil.

A primeira palestra do evento foi sobre como a publicidade é fundamental na realidade

do varejo, apresentando oportunidades para empresas contagiarem o cliente com a sua

marca utilizando formas não tradicionais de mídia. Conforme o palestrante, o varejo

13

precisa entender o que o consumidor quer e saber do que ele gosta para ter sucesso em

suas atividades.

Rodrigues informou que atualmente existem mais de cem milhões de consumidores da

nova classe média brasileira, que gastam anualmente cerca de R$ 1,3 trilhão, e este público

pode ser atraído por meio da propaganda, caso seja feita de forma adequada a este público.

Disse que embora os meios tradicionais de mídia como televisão, rádio, jornal e revista

ainda sejam produtivos, os canais digitais são atualmente os mais expressivos, uma vez que

transmitem a mensagem mais rapidamente e a um número maior de consumidores. Neste

sentido, independente de utilizar mídia tradicional ou digital, é importante se comunicar

corretamente com o público para conseguir transmitir sua mensagem e, para isso, é

necessário entender seu comportamento.

Hugo Rodrigues apresentou três abordagens que podem levar uma marca ou loja ao

sucesso de vendas. São elas:

1. ‘Perseguir’ o consumidor através de um plano de mídia bem elaborado, com

investimentos contínuos;

2. Tornar a marca mais humana, o que significa mostrar suas virtudes e suas falhas. O

lojista deve, no lugar de apostar só em preço, apostar em suas estratégias de comunicação

para destacar outros atributos, como atendimento, ponto de venda e mix de produtos.

Sugere que se utilize o diferencial competitivo, mas se não tiver, que se busque um.

3. Demonstrar conhecimento e respeito pelo consumidor, que, hoje, não é mais a

caça, mas sim o caçador. Ao contrário de antigamente, o que vale, hoje, é o gosto do

consumidor, e não o do dono ou do gerente de loja. Como destaca Rodrigues: “não é o

nosso gosto que está em jogo; é o gosto do cliente. Tem muito gente querendo comprar

na sua loja, mas, para que isso aconteça em escala cada vez maior entenda as pessoas

que estão do lado de fora e deixe de lado o preconceito”.

Rodrigues informou que os novos consumidores são diferentes dos consumidores de 20

anos atrás e tem grande poder de compra, por isso é preciso entendê-los para pensar em

novas estratégias e agir sem preconceitos. O uso de atores, atrizes e personagens com os

quais se identificam é uma maneira certeira de ganhar sua preferência.

Para exemplificar, apresentou casos de marcas internacionais conhecidas que estão

adaptando produtos ou comerciais de TV ao gosto dos brasileiros: a Coca-Cola criou uma

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

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lata azul para o Carnaval de Parintins, a Mercedes-Benz utilizou a música de um MC

brasileiro para promover um de seus modelos de automóveis. Disse que a personalização é

eficaz para todas as empresas, e sua utilização evitará que as pessoas continuem comprando

em Miami produtos que estão disponíveis no Brasil.

Palestra “Para onde caminham as lojas de

calçados” de Mônica Monteiro, proprietária

da Maurício Queiroz Design de Consumo

A palestra de Mônica Monteiro foi

sobre o desafio de como um ponto de

venda pode passar a imagem da marca

e proporcionar a experiência de compra.

Nela foram apresentadas algumas soluções

de arquitetura que envolvem, encantam e

ajudam a vender com foco em lojas e vitrines de calçados.

Monteiro defende que, para um ponto de venda ser bem sucedido, é preciso atenção a três

aspectos fundamentais: cuidado sobre o produto que será apresentado, entendimento do

público e o fato de que a loja é uma experiência de compra.

Em relação ao tipo de produto a ser apresentado, deve ser levado em consideração o

“para quem este produto é direcionado”. Por exemplo: tanto as mulheres como os homens

consomem calçados, mas cada um tem uma experiência de compra diferente. Disse,

também, que hoje temos um consumidor muito exigente, extremamente digital que sabe

muito bem qual o valor do seu dinheiro. Assim não deve mais existir barreira entre o

negócio digital e físico.

Para falar sobre o design na loja e a experiência de compra, Mônica apresentou casos

destacando que a arquitetura deve ser minimamente pensada para oferecer a experiência

que transmite a ideia e a proposta da marca. Disse que existem várias formas de se

conectar com o cliente pela emoção: oferecer um produto customizado, personalizar a loja

e ser fiel à sua tradição. Por fim destacou que não é necessário muito recurso para investir

em um ponto que faça a diferença, e que um bom caminho é seguir estes três aspectos

fundamentais. “As marcas mais bem sucedidas serão aquelas capazes de criar uma conexão

com o consumidor”, concluiu a palestrante.

15

4. CONSUMIDORES CONECTADOS

Com o objetivo de estabelecer a troca de

informações sobre assuntos de interesse das

empresas do setor, a Abicalçados - Associação

Brasileira das Indústrias de Calçados promoveu,

durante a Couromoda, dois dias do ciclo de

palestras Talk Shoe. Com ênfase em temas que

abrangeram relacionamento com o consumidor,

estratégias no ambiente on-line e pesquisas de

moda, a iniciativa contou com o apoio da Escola

Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), que cedeu os palestrantes para o debate com

lojistas e visitantes. Contou também com o apoio da Francal, da Associação Brasileira dos

Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) e da Revista Exclusivo/Lançamentos3.

O professor Christian Tudesco foi o primeiro palestrante do evento, abordando o tema

“Desafios Multiconectados”. Na palestra destacou a importância que o setor calçadista

brasileiro tem em compreender as mudanças no perfil de comportamento do novo

consumidor.

“O ciclo de vida dos produtos se tornou mais curto e o sucesso do

passado não garante mais o futuro de nenhuma marca”,

destacou Tudesco. Cada vez mais multifacetado, o consumidor atual já não é fiel apenas

por uma questão de gosto, mas de hábitos que transformaram completamente sua rotina.

Na visão do especialista, a tecnologia é apenas uma faceta das pessoas e a compreensão

de seu comportamento é a chave do sucesso.

“É preciso dar carinho real ao cliente. Ele tem expectativas on-line,

mas quer viver experiências off-line”

Professor Christian Tudesco

Na sequência, o professor Eduardo Boldrini falou de temas como conteúdo, tecnologia e consumo. Discorreu sobre o fato do consumidor estar conectado em excesso e como esta realidade proporciona novas formas de comunicação. Entre elas o “brand content”, formato de mídia que mescla entretenimento e assuntos do interesse do público-alvo com o DNA das marcas envolvidas.

3. Fonte: Portal Abicalçados

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

16

“As pessoas não compram o que determinada

empresa faz, mas como ela faz. É preciso

encontrar o porquê de cada negócio. E ele

sempre tem a ver com emoção, o que significa

que a comunicação deve soar como uma história

e não como mera propaganda”

O primeiro dia do evento encerrou com uma nova

apresentação de Christian Tudesco, que falou do

assunto: “marcas experienciais através do marketing

de relacionamento”. Foram o destaque da palestra

as grandes transformações de consumo que chegaram com o século 21. Deu destaque

também a aspectos de relacionamento e fidelização de clientes.

“Para criar uma empatia com os compradores é preciso pensar em

ações cada vez mais específicas. Mais do que nunca, é necessário

personalizar, identificar, diferenciar e interagir de maneira acertada

com cada público do negócio. O resultado vem a partir de um

planejamento acertado e em dia com o desejo de quem compra”

As palestras do segundo dia de Talk Shoe foram sobre estratégias mobile e pesquisas de

tendências de moda. A primeira palestra, sob o título “Estratégia Mobile: por que você

precisa ter uma?”, a professora Samantha Carvalho defendeu a importância de criação

de sites adaptados para smartphones. Segundo ela, o tema ganha ainda mais relevância

quando se constata que são mais de 260 milhões de brasileiros.

“Mais de 60% dos usuários tem opinião melhor sobre marcas que

oferecem o serviço mobile. Então é imprescindível acompanhar esse

novo consumidor”

, disse, acrescentando que 33% dos celulares possuem acesso à internet banda larga no

País e que o número é crescente.

Samantha, que retornou ao final do segundo dia de palestras para complementar as

informações, ressaltou que investir em mobile não é caro e que o retorno é certo. “Além de

proporcionar uma melhor experiência e oportunizar a compra pelo celular, o site adaptado

potencializa outros canais”, completou. “Em 1999 as marcas se questionavam se era

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necessário ter um site, hoje é imprescindível. O mesmo está ocorrendo com o mobile. É

preciso acompanhar este movimento”, concluiu a especialista.

A outra palestrante do dia foi a pesquisadora e professora, Juliana Zanettini, que falou sobre

o tema “Tendências, como pesquisá-las?”. Para a especialista, o consumidor contemporâneo

está cada vez mais efêmero e a segmentação se faz cada vez mais complicada, de forma que

é preciso adotar novas formas de pesquisas que levem em consideração aspectos culturais

e a “obsolescência programada”. “Tempos atrás os calçadistas lançavam duas coleções por

ano, hoje são quatro”, destacou. A professora disse, ainda, que é preciso diversificar as

formas de pesquisas, fugindo do conceito antigo de ir buscar moda em cidades referência

de moda sem levar em consideração aspectos culturais. A segmentação por sexo, idade e

renda já não funciona mais.

“O profissional brasileiro se

acostumou a apenas trazer referências

internacionais, pulando etapas

importantes para a pesquisa como a

esfera comportamental e a validação

dos levantamentos”

Para Juliana, todos os consumidores são

criadores de tendências e o papel do

criador é justamente saber interpretá-las

para a moda.Pesquisadora e professora, Juliana Zanettini

5. ESTRATÉGIAS E NOVIDADES

Os visitantes da feira encontraram uma diversidade de produtos de fabricantes do segmento

de couro e calçados, entre novidades em linhas de calçados femininos, masculinos e

infantis. Além de uma grande variedade de bolsas, carteiras, pastas, mochilas, artigos

escolares, artigos de viagem e acessórios de moda.

Entre estilos diversos, de produtos populares a mais sofisticados, a Couromoda possibilitou

ofertas para diferentes tipos de públicos. Abaixo, exemplo de estilos de produtos mais

encontrados nesta edição.

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

18

Cano dobrávelForam encontradas diversidades de botas dobráveis com estampas ou texturas na parte interior. Alguns modelos permitem que se use a peça sem dobrar, oferecendo um produto 2 em 1.

1. Zatz; 2. Ramarim; 3. Cravo & Canela; 4. Vizzano

Fechos diferenciados e aparentes

Modelos com o zíper e a fivela aparentes, como adornos do acessório.

1. Vizzano; 2. Lilly’s Closet; 3. Bottero; 4. Luiza Barcelos

19

Tênis coloridosTênis estampados ou coloridos, com objetivo de deixar o look básico mais diverso.

1. Coca-Cola Shoes; 2. Whoop; 3. Coca-Cola Shoes; 4. Colcci

FRANJAS

Sapatos com franjas, sejam eles baixos, altos, sofisticados ou esportivos.

1. Coca-Cola Shoes; 2. Ramarim; 3. Luiza Barcelos; 4. Lilly’s Closet

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

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Coturnos

Sapatos masculinos para mulheres, com cores e estampas.

1, 2, 3 e 4: Cravo & Canela

Correntes

Muitas correntes em sapatos e acessórios, até nos mais formais e sofisticados, como

sandálias de salto e escarpin.

1. Zatz; 2. Bottero; 3 e 4. Lilly’s Closet

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Botas no joelho

Destaque para as botas de cano longo.

1. Esdra; 2. Ramarim; 3. Lilly’s Closet

Sapatilhas bico fino

Modelos de sapatilhas bico fino para trazer conforto e sofisticação.

Esdra; 2. Bottero; 3. Ramarim

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

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Placas de metal

Sandálias e botas com detalhes grandes de metal, sobretudo dourado.

1 e 2. Zatz; 3. Colcci; 4. Lilly’s Closet

Estampas de animal

As estampas de animal continuam em alta: oncinha, zebra, cobra, vaca.

1. UZA; 2. Petite Jolie; 3. Arezzo; 4. Arezzo

23

Étnico

As estampas que remetem a culturas não ocidentais estão presentes na temporada.

1 e 2. Legaspi; 3. Anzetutto; 4. Via Marte

Salto confortável

O conforto é buscado pelas mulheres modernas, então as grifes estão propondo saltos

mais confortáveis. Destaque para os trabalhos manuais

1. Dumond; 2.Jorge Alex ; 3. Guilhermina; 4. Bottero

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

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Conceito brasileiro

No ano da Copa do Mundo, várias marcas investiram em sapatos que homenageiam o

Brasil.

1. Converse; 2. Coca-Cola Shoes; 3. Lilly’s Closet; 4. Bottero

Preço e forma de pagamento

Nesta direção, o preço também era variado, podendo encontrar sapatos de estilo semelhante

com custo variando entre R$ 90,00 e R$ 1.500,00, ou bolsas entre R$ 79,00 e R$ 3.000,00,

com mark-up estabelecido de acordo com cada lojista ou região. É importante destacar

que o valor do produto está relacionado ao tipo de tecnologia utilizado, ao investimento

em design, à qualidade do material, ao valor do reconhecimento da marca e à região do

comprador.

Sobre a forma de pagamento, muito comum encontrar prazos entre 30 a 90 dias para

pagamento; e em alguns caso 120 dias, dependendo do volume de compra.

25

Distribuição, transporte e prazo de entrega

Em relação à distribuição, é prática do setor a contratação de representantes comerciais

para abrir mercados e realizar negócios para as marcas. Assim, eles são peças chave para a

cadeia poder funcionar e recebem, de forma geral, comissões e incentivos para realizar seu

trabalho, que é visitar lojistas apresentando os lançamentos e propondo negócios.

Grandes fabricantes dispõem, além de representantes, de diversos pontos de vendas, muitas

vezes espalhados pelo país, podendo ser lojas próprias ou multimarcas. Assim, o transporte

das mercadorias é uma peça chave da operação, uma vez que a qualidade e a pontualidade

na entrega são fundamentais quando se fala de produtos de moda.

6. INOVAÇÃO EM PRODUTOS E COMPONENTES

As principais atrações do evento foram as inovações em produtos

e componentes. Algumas marcas investem em inovações que

proporcionem mais conforto, como é o caso da Usaflex. Este ano

ela apresentou uma bota especial para pessoas com joanete, feita

com tecido macio que tem memória, que se molda à calosidade

óssea e depois volta ao seu estado normal sem alargar. Também

tem uma palmilha que absorve a umidade e a sola renova o ar de

dentro, garantindo a higiene e os pés sempre secos. Esta inovação

conta com seis selos de certificação do IBTEC, conseguxdos através de 80 laudos.

Ainda sobre inovação relacionada à conforto, a empresa Flecknorst

Componentes para Calçados Ltda, de Dois Irmãos/RS, desenvolveu

uma palmilha que permite à mulher usar sapato de salto alto sem

sentir dor. O produto é patenteado e, comprovadamente, tira a dor da

base do pé, reduzindo ou eliminando a sensação de queima, as dores

plantares e a metatarsalgia, previne patologias, ampliando o conforto

e o bem-estar.

Bota feminina Usaflex

Palmilha Flecknorst Componentes para Calçados Ltda

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA EM FEIRAS

26

Outras marcas investem em inovações estéticas, como é o caso da marca UZA. Na coleção

apresentada na Couromoda o forte de seus produtos é o salto ornamental, seja ele alto,

baixo, fino ou mais grosso. Todos eles chamam a atenção nas prateleiras pelos desenhos,

detalhes e acabamentos bem trabalhados em diferentes padronagens: étnicos banhados a

ouro de tom levemente envelhecido, os ‘vírgula’, com uma leve angulação, os trabalhados

em metal, estampados ou com pedraria.

Sobre inovação e tecnologia em componentes, um destaque foi o lançamento do SkinJeans,

cuja tecnologia foi desenvolvida pelo engenheiro químico cearense Cândido Couto Filho,

sócio da CFF. O empresário criou um material que une o couro ao jeans e ainda permite

acabamento final em todas as cores e tendências como as metalizadas, rendas e bordados.

O novo produto é maleável, o que é resultado de uma troca de matéria-prima: substituiu

o couro de vaca pela napa de cabra ou ovelha, incluindo o strech.

Em tempo que se fala em escala de produção, fast fashion, tecnologias digitais, resgatar

técnicas antigas de confecção e inseri-las num novo contexto não deixa de ser uma

atitude inovadora. Um bom exemplo são as marcas de calçados artesanais, Joseph Paschoal

(masculina) e Diadebeaute (feminina), que vieram da tradição de uma família de Franca/SP

no setor calçadista. Os irmãos Samuel e Fernando Pasqual Xavier remontaram as antigas

sapatarias da família para produzir o verdadeiro sapato feito à mão. A fábrica tem capacidade

de até 100 pares/mês e só produz sob encomenda. “Nosso produto é personalizado, de alto

padrão, por isso cada par de sapatos é único”, explica Fernando Xavier, gerente de vendas.

“Design, robustez, conforto e durabilidade são as grandes vantagens de um calçado todo

feito à mão, com matéria-prima de alta qualidade”. Os modelos masculinos estão disponíveis

em versões clássicas, dockside e botas. Já os modelos femininos são personalizáveis, com até

19 opções de cores e texturas, além de quatro cores de solado.

Marca masculina de calçados artesanais, Joseph Paschoal.

27

INFORMAÇÕES FINAISConfira mais fotos da feira em:

https://plus.google.com/photos/105687495325077002300/albums/598970982086249104

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