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Série: Cadernos de Reflexão

ADAPTAÇÃO -pais, educadores e crianças enfrentando mudançasjulianaDavinie MadalenaFreire(org.) .

ÍndiceApresentação

juliana Davini

primeira edição1999 Parte I-No foco da grande angular

I. O gosto da adaptaçãoGláucia Brito Affonso

2. Adaptação...

Cecília Spada Cancela Vasconcellos

3. Processo de aprendizagem - Processo de adaptaçãoSuzely S. Ferretti de Barros Oliveira

4. Cadeira de balançoVera Motta

5. O grande circo da adaptação

Marta Vil/ares Musetti de Campos

6. O viver pedagógico... prática pedagógica

Cecília Spada Cancela Vasconcellos

Projeto Gráficoe CapaEmerson Torres e Marcos Nepomuceno

Reprodução da capaCriança segurando um pombo. Pablo Picasso, 190 I.

Diagramação e ProduçãoGráficaPND Produções Gráficas Ltda.

Publicações do ESPAÇOPEDAGÓGICO

Série Seminários:GRUPO

Indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimentoMadalena Freire, JulianaDavini,Fátima Camargo e MirianCeleste Martins

Parte 11-Sob foco: o bebê, a criança e o jovemI. A dimensão afetiva na relação de tríade: creche/casa/criança

LúciadeCastro

2. A adaptação da criança pequena em crecheHelda OliveiraAbumansur

3. O processo de adaptação nos Centros de Juventudejussara Vidal

OSERVAÇÃO REGISTRO REFLEXÃOInstrumentos Metodológicos IMadalena Freire, Juliana Davini, Fátima Camargo e Mirian Celeste Martins

AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO

A prática educativa em questão

Instrumentos Metodológicos 11

Madalena Freire, Juliana Davini, Fátima Camargo e Mirian Celeste Martins

Parte 111-Sob foco: o vínculo pais e filhosI. Como é o processo de adaptação das crianças?

É permitida a presença dos pais na escola?Marta Vil/aresMusetti de Campos

2. Adaptação: olhando a criança ao olhar seus paisStela ReginaBrandão Cury

3. O viver pedagógico e a adaptação de paisCecíliaSpada Cancela Vasconcellos

APRENDIZ DA ARTE:

Trilhas do sensível olhar-pensanteMirian Celeste Martins

Série Cadernos de Reflexão:

TAREFAe a construção do conhecimentoCurso de Formação de Educadores/1998Madalena Freire (org.)

Parte IV- Sob foco: os educadores e seus desafios

I.O processo de adaptação na escola e seu planejamento- envolvendo criança, professor, coordenação, pais

Pnina Eva Friedlander

2. Pensando o próprio processo de adaptação no trabalhoAna Carmode Souza

ROTINA: a construção do tempo na relacâo pedagógicaNoitadas Pedagógicas/I 998Madalena Freire (org.)

ADAPTAÇÃO: pais, educadores e crianças enfrentando mudançasJuliana Davini e Madalena Freire (org.)

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3. Vivendo e planejando a adaptaçãoLúciaYukiko TamariYamaguchi

4. Eterna adaptaçãoHelda Oliveira Abumansur

5. Adaptação: dos aspectos específicos aos geraisMaria Helena Pereira

6. Prática Pedagógica Metodológica

Gláucia Brito Alfonso

7. Coitada da AdaptaçãoMaria Cecília de Arruda

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Apresentação35

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Juliana Davini

Dando seqüência aos "Cadernos de Reflexão", apresentamos nes-te ano de 1999, o caderno sobre adaptação. Este trabalho nasceu dereflexões feitas por alunos do curso de Formação de Educadores, aolongo destes anos.

Nosso desejo é socializar nossos pensamentos e nossas preocu-pações com outros educadores, no intuito de desvendar este delicadoe poderoso momento vivido por pais, filhos e educadores.

Transformar as dores do enfrentamento do desconhecido em

processo de crescimento e amadurecimento é um desafio instigantepara todos nós.

Adaptar é deixar-se modificar pelo outro, pelo ambiente, pelo ob-jeto de conhecimento, é deixar o novo entrar e desarrumar o queestava seguro. Viver este "caos", separar-se do conhecido para for-mar novos vínculos é em essência uma vivência que atesta aarticulação pedagogia-psicologia, pois sem construir vínculo não háaprendizagem com significado.

Os textos apresentam visões que se complementam, ora focandoo coordenador, ora pais, ora criança e ora professor.

O que fica claro para nós é que todos precisam ser trabalhados eacompanhados por um educador neste movimento da aprendizagem,pois uma adaptação bem elaborada pode ser comparada à estruturaou alicerce de uma casa. Ela dá sustento, confiança, constrói víncu-los e parcerias, elementos indispensáveis para se ensinar ou seaprender com alguém.

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Parte V -Zoam: textos conclusivos

I. Enfrentando conflitos de separação:a adaptação na escola de educação infantil

juliana Davini2. Processo de adaptação

Madalena Freire

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,. O GOSTO DA ADAPTAÇÃO

Gláucia Brito Affonso

Para falar a verdade, fica dificil eleger alguém para debater o tema

da adaptação.Primeiro, porque a vontade é de saber mais sobre cada angústia,

sobre a falta de perspectiva, à construção e descoberta de algo novo.Adaptação. Essa palavra nos faz percorrer uma gama enorme de

sentimentos e emoções. Houve quem se apegasse à beleza da desco-berta do novo, da interação, da troca, da entrega, do vínculo.

Na verdade, tudo isso é a tal da adaptação que é processual,contínua. É um processo que exige cuidado, exige planejamento, exi-

ge que não o sigamos à risca, exige que leiamos a hora, o fato, omomento e, magicamente, improvisemos. É um processo de cresci-mento, de encontros e desencontros, de expectativas e frustrações

que no depoimento de cada uma de nós deixa, por vezes, um gostoamargo, por vezes, um gosto adocicado, mas que sem dúvida é preci-so viver para crescer, para integrar-se, para iniciar um projeto, paraconhecer o outro, para trocar, para pertencer a um grupo.

2. ADAPTAÇÃO...

Parte I

Cecília Spada Cancela Vasconcellos

Momento de ajustar a chama do desejo de aprender à integraçãocom o outro.

Momento de caras novas, jeitos novos, espaço novó, painel novo...,tudo muito novo!

Novo que traz insegurança, receio.Novo que a cada momento vai se tomando próximo, conhecido,

tranqüilo..., apropriado!Proximidade esta que ocorre graças à atuação de cada um e da

coordenação, garantindo espaço de cada um, o seu espaço econsequentemente o espaço da aprendizagem.

Iniciando, assim, a formação do grupo, onde o novo está cons-

tantemente presente, assim como a adaptação a novas situações e àconstrução do conhecimento.

Desta forma, ocorre a construção do grupo e a construção do meue do nosso conhecimento.

Adaptações bem trabalhadas favorecem o aprofundamento dodesejo de aprender e de construir conhecimento.

No foco da grande angular

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Gláuda Brito

Alfonso e Cecília

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Suze/y S. Ferrettide Saras Oliveira

e VeraMotta

3. PROCESSO DEAPRENDIZAGEM -PROCESSO DEADAPTAÇÃO

É a gamela transbordando.

É a suavidade da músicaA carícia do olharÉ a sintonia dos ritmos...

Suzeli S. Ferratti de Barros Oliveira

Ano que se inicia, caminho novo, casa nova, sala nova, grupo novo,sensação de desafio, vontade, medo, coragem, tudo ao mesmo tempo.

Reiniciar com um grupo novo, certeza e angústia de pensar quenão será o mesmo.

Será que vai ser melhor?Um grande medo, não sei ao certo o porquê.

Porque é novo, é diferente. A dúvida no afetivo: será que vouconseguir estabelecer laços de amizade, alegria em rever as pessoas acada quinta- feira.

Meu medo faz com que me cale, e isso não ajuda para que eu meintegre realmente ao grupo.

Pensando nisso, me remeto às crianças que vejo nas escolas pú-blicas, no olhar vejo medo e esperança, e não é muito diferente dasmeninas do magistério que trazem no olhar uma indagação.

A estranheza do início e a necessidade de sentir segurança. Équando esse vínculo começa a se estabelecer que vem a sensação deque realmente está acontecendo a aprendizagem.

É, o processo de aprender, de aprender a se ver, não é fácil, e a

adaptação é uma constante em tudo, na vida, na escola, no grupo,que em algum momento te acolhe, e mostra que tudo pode ser melhor.

Processo de adaptaçãoÉ o vôo da gaivotaA construção de um projetoÉ o produto da criação.

É a barreira do visívele invisívelA ação inusitadaÉ o equilíbrio domovimento!

Processo de adaptaçãoÉ o sabor do petiscoA pitada de humorÉ o brinde de um vinho!

É um trabalho planejadoO vínculo afetivoÉ a herança deum amigo.

Processo de adaptaçãoÉ o cheiro do cachimboO conto de fadasÉ a sabedoria do símbolo.

4. CADEIRA DE BALANÇOÉ o balançar da cadeiraO aconchego do coloÉ a canção de ninar.É o despertar do sonhoO exercitar o limiteÉ a realidade embalada...

Vera Motta

Processo de adaptaçãoÉ o vai-e-vem da vidaO abre-e-fecha a ferida

É a dor que aparece escondida.

É o caminho do horizonte perdidoO contTonto entre o velho e o novo

É a lembrança de um desafio.

Processo de adaptaçãoProcesso de conflito

O processo sotTido!Não é processo sonhadoÉ processo danado!

Processo de adaptaçãoÉ o processo de umbigoÉ processo que se viveE que balança o coração!

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Processo de adaptaçãoÉ a torneira pingandoO pensamento que fervilha

VeraMotta

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Morta Vi/lares

Musett;deGmpas

5. O GRANDE CIRCO DAADAPTAÇÃO logo procuro uma brecha para repô-Io e o público aplaude sabendo queesta manobra é ainda mais delicada do que apenas mantê-Ios girando!

Nos momentos de suspense, como Salto Mortal, o Globo da Mor-

te ou as feras ameaçando o domador, gosto de ficar olhando pelocanto da cortina a reação das pessoas lidando com seus medos eaflições. Depois relaxam, ali viadas, quando constatam que existe fir-meza e domínio em cada um daqueles profissionais.

E o nosso nervosismo? Também é grande e acho até saudável, ten-

do em vista a seriedade de nosso trabalho e o compromisso que temoscom nosso público. É por isso que costumamos avaliar cada espetáculoem seu final, para termos a chance de estar sempre nos aprimorando.

Pronto! Chegou a hora! a escuro, o silêncio e finalmente:Respeitável Público!! !

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Marta Vil/ares Musetti de Campos

Faltam dez dias para a estréia e estamos trabalhando em nossosensaios finais. Desde que estabeleci o roteiro do espetáculo temos

repassado, a cada dia, trecho por trecho, a fim de tornar claro o quepretendemos e como executá-Io, respeitando as idéias fundamentaisque deram origem ao nosso circo.

É importante considerar qual a demanda do público que devemosatingir para tentarmos corresponder ao máximo, dentro da nossa for-ma de ser e pensar.

a grupo parece Super motivado, buscando uma sintonia cada vezmaior, através da marcação detalhada de cada momento do espetáculo.As duplas de trabalho precisam saber exatamente a hora em que cadauma entra e qual o seu papel, pois disso vai depender a boa performance.a pessoal de apoio deve ter muito claro o que se espera deles, desde o

cozinheiro, os tratadores dos animais, até os que cuidam dos móveis,colchões, redes de segurança e apetrechos para cada número.

Isso tudo sem perder de vista as nossas responsabilidades co-muns como membros de uma trupe que tem na vida de circo a nossafonte de trabalho e realização. Cada um com seus problemas, limita-ções pessoais, mas formando um todo coeso, trabalhando por um

mesmo objetivo. É natural que existam diferenças individuais, algumacompetitividade e até rivalidades, mas tudo tem seu peso e seu valor.Coisas de artistas...

E graças a Deus são mesmos artistas, criativos, explorando ao má-ximo suas aptidões na elaboração de seus números. Todos têm de tudoum pouco: são mágicos, palhaços, acrobatas, trapezistas, domadores...

E o nosso público? Em geral são pais que levam seus filhos de-

pois de pesquisarem em jornais, na TV ou mesmo pela indicação deamigos. Compram seus ingressos quase sempre com antecedência eaguardam ansiosamente o grande espetáculo. E as crianças? Puxa! Éaquela expectativa, aquela tensão de mudar a rotina, às vezes atétirando uma soneca antes para agüentar bem toda a programação. Nahora em que chegam ao circo parecem borboletas, querem ver tudo de

perto, mexer descobrir os truques e só sossegam quando sentam paracomer uma pipoca ou um algodão-doce.

E eu? Eu gosto mesmo do trabalho nos bastidores, mantendo o

clima e o ânimo geral. Mas nos dias de estréia tem um número que eugosto de fuzer pessoalmente: o do equilibrista dos pratos sobre varetas!

Além de gostar, é um desafio que me atrai, me instiga e me ajuda aindaa lidar com meus próprios limites. Com muito treino, tenho me saído

bem, mas às vezes algum prato quebra. Na hora é tenso, dificil, mas

Marta Vi/lares

Musettide~

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6. O VIVERPEDAGÓGICO...PRÁTICA PEDAGÓGICA

Cecília Spada Cancela Vasconcellos

a viver pedagógico é repleto de desafios.

Desafios que lidam com a satisfação da prática pedagógica ade-quada e com a frustração de não conseguir realizar tudo o que planejouno dia (planejamento irreal, idealizado, às vezes, ainda no sonho).

Desafios que envolvem grupos e assim pessoas que desempe-nham papéis de pais, professores e alunos, onde a adaptação a cadacircunstância deve ser grande para garantir sintonia entre essas rela-ções, essas pessoas, para garantir todo o trabalho realizado.

Adaptação a cada momento, querendo garantir que nada se per-ca, que todos esses integrantes desses diversos grupos tenham seuespaço garantido.

Nessa garantia do espaço de cada integrante do grupo de pais,crianças e professores, os combinados das regras dão bem conta dorecado, mas em alguns momentos os limites se fazem presentes paraque esse processo de ensino/aprendizagem seja adequado, e aí, paramim, a adaptação é vivida intensamente, já que o medo de ser autoritá-ria e o desejo de ser democrática e coerente permeiam a situação pesandoa melhor forma de fular e se há realmente essa necessidade de limitar.

Dessa forma, o desafio de se adaptar às novas situações estápresente, a cada atitude, nesse processo de ensino/aprendizagem, jáque ele permeia o planejamento pedagógico, que também lida compessoas, jeitos, com histórias diferentes, com o que é novo..., desco-nhecido, ainda não apropriado...

Novo que passa a ser desbravado e adquirido com a capacidade

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de adaptar-se a cada situação e viver cada urna, da melhor forma, paragarantir a sintonia entre as pessoas e os grupos e o ambiente favorá-vel para a aprendizagem.

O trabalho é assíduo, constante, intenso!Os desafios são muitos e há de se trabalhar com a capacidade

adaptativa para conseguir enfrentá-Ios e vencê-Ios.Com o auxílio da observação constante da situação, da reflexão

sobre o processo e do objetivo, planejando cada passo a ser dado,facilito o vencimento desses desafios da prática pedagógica e favo-reço a presença da satisfação na busca de obter o resultado tãoesperado, após todo esse processo. Às vezes, alcançado da formaque queríamos e outras vezes de outras formas já pensadas, ou ines-peradas, já que o outro também faz parte do processo!

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