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    Quevedo e o Esp i r i t i sm o: o f im de um a fa rsaN a z ar e n o To u r i n h o

    IntroduoNossa Homenagem ao padre QuevedoQuevedo Como Ator TelevisivoA Pouca Leitura de QuevedoQuevedo e CrookesAs Armas do Padre QuevedoA Escola do Padre QuevedoA Pergunta do Padre QuevedoA Real Identidade do Padre QuevedoQuem o Fantico: Kardec ou Quevedo?Quem est Certo: Rhine ou Quevedo?A Estratgia do Padre QuevedoA Casustica do Padre QuevedoOs Livros do Padre QuevedoA Guerra Sagrada do Padre QuevedoPadre Quevedo e as CrianasO Quevedo Contraditrio

    A Sopa Quente do Padre QuevedoSopro sobre a Sopa de QuevedoOs Alhos e Bugalhos da Sopa de QuevedoO Que v o QuevedoNs e Quevedo, SinceramentePagar ou Pegar o Pato no Lago do Padre QuevedoO ltimo Tiro do Tratado de QuevedoAs Luvas do Lutador Quevedo

    Um Pecado de QuevedoNossa Prece Fnebre pelo Padre QuevedoA Cruz de Quevedo e Nossa EspadaAs Fichas de Quevedo no Jogo AntiespritaA Grande Jogada de QuevedoA Dana do Padre QuevedoA Parapsicologia do Padre QuevedoA Filosofia do Padre QuevedoA Fogueira do Padre Quevedo e a Fumaa de seus AmigosO Circo e a Canoa do Padre QuevedoQuevedo e a sua IgrejaRequiescat in Peace, Quevedo!

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    I n t r o d u oEste volume uma resposta esprita ao padre Oscar Gonzalez Quevedo. Oportuna e

    indispensvel. Nasceu como uma flor de esclarecimento cientfico e filosfico no canteiro deervas daninhas voltadas para a nossa crena, que o mencionado sacerdote plantou e cultiva hquarenta anos com o adubo de clamorosas inverdades, manejando a enxada da agresso.

    A ideia de escrever estas linhas, necessariamente enrgicas, surgiu quando em janeirode 2.000 o clebre jesuta foi contratado pela emissora de televiso de maior audincia no paspara aparecer em um programa domingueiro, de quinze em quinze dias, a fim de desmascararmistificadores de fenmenos paranormais em nome da Parapsicologia. Exorbitando da missoque lhe cumpria desempenhar de forma competente e honesta, alis bastante til para alertaro povo, ele logo de incio aproveitou-se da incumbncia para atacar mdiuns autnticos econceitos doutrinrios kardequianos, pelo que poucos meses depois teve o contrato rescindidoou suspenso, j se encontrando a essa altura sob o fogo cerrado dos textos adiante transcritos,dados a lume graas sobretudo lucidez do editor-jornalista J. Pascale e coragem dodirigente da FEESP Caio Atancios Petro Salama, dois valorosos companheiros de ideal a quem justo expressarmos, aqui, um sincero agradecimento pela maneira como prestigiaram anossa produo intelectual na defesa do Espiritismo nos derradeiros lustros, em que para ela

    se fecharam muitas portas institucionais importantes, pintadas de falso zelo evanglico por nocompreenderem a sabedoria destas palavras de Allan Kardec:

    "Entretanto h polmica e polmica. H uma ante a qual jamais recuaremos a discusso sria dos princpios que professamos."

    (REVISTA ESPRITA, novembro de 1858)

    Os textos adiante alinhados como Captulos foram feitos originalmente como artigos,mas nem por este fato deixam de compor um unidade orgnica no seu conjunto, percorrendocaminho crtico adequado ao desmonte da construo terica do padre Quevedo em geral.Poderamos t-los reescrito para reordenar os argumentos como se fossem inditos e assimformar o presente livro, porm achamos que isto, afora ser suprfluo, retiraria desta brochurauma vantagem: a d e p o de r se r u sa da p o r j o r n ai s e r e vi st a s d o n o sso m o v i m e nt oi de ol g i co q u e d es ej e m r e fu t a r a s m e n t i r as q u ev ed ia n as a t r av s d e e scr i t osse r iados. Bastar que, em sua periodicidade, d i v u lg u e m o s d i v er s os t e x t o s n a m e s m asequnc ia , u t i l i zando os cap tu los como se fossem ar t igos , ou c rn icas, po i s cada umdeles t am bm p ossu i un idade orgn ica p rpr ia , independent e dos dem ais.

    E assim, salvo melhor juzo, fica a literatura esprita contempornea com mais algummaterial disponvel para anular, a qualquer hora, determinadas investidas da Igreja Romanatradicional contra o Espiritismo. Ela, desde o sculo passado, mantm de planto um dos seusrepresentantes mais cultos para bombardear o nosso caminho, e o padre Quevedo, sucessor

    de Frei Boaventura, O.F.M., revelou-se o pior deles porque, com mxima esperteza, trocou odiscurso teolgico pelo cientfico.Como at esta data Quevedo s teve um nico dos seus livros devidamente rechaado,

    restou para ns a desconfortante responsabilidade de submeter a uma anlise lgica toda asua obra impressa. Procuramos executar a tarefa de modo inteligente, sem nos tornar prolixoe obscuro, com o que cansaramos os leitores em vez de lhes iluminar, e para tanto demosateno apenas aos deslizes mais gritantes dos vrios tomos editados por Quevedo.

    O que segue, pois, so matrias publicadas pelo JORNAL ESPRITA, da FederaoEsprita do Estado de So Paulo, ininterruptamente, as quais sofreram ligeiros retoques; nopara corrigir erros, e sim para contextualizao. Matrias que tero atualidade no futuro epor isso merecem ser documentadas em livro! - pois a Igreja Catlica (a tradicional e no amoderna, ecumnica) nunca deixar de combater o Espiritismo atravs dos seus setores maisradicais, como a Ordem dos Jesutas, conhecida por Companhia de Jesus... Matrias que osconfrades espritas podero republicar, naturalmente citando a fonte primeira da edio,conforme a lei e a tica, sempre que quiserem empregar bem o espao de sobra em peridicosdoutrinrios, mormente quando se defrontarem no porvir com algum repetindo as cantilenas

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    falaciosas, e caluniosas, do padre Quevedo, o qual decerto dar assistncia aos discpulos desensibilidade medinica depois de passar, como disse algum, do estado slido para ogasoso...

    O Autor(voltar)

    Nossa Hom enagem ao Padre QuevedoDesde o seu providencial aparecimento, no sculo passado, o Espiritismo, devendo

    restabelecer na face da Terra a verdadeira mensagem de Jesus, sempre esteve na mira dasmetralhadoras dogmticas dos setores mais intolerantes da Igreja Catlica, recebendo balas deimpiedosa condenao. A guerra santa contra ele, movida por aqueles que at hoje nolograram entender a essencialidade dos ensinamentos cristos, e se intitulam de Ministros deDEUS, jamais cessou. Em algumas fases histricas, pelo perodo de poucos anos, ocorreu umaparada no tiroteio, porm logo a seguir voltou ao a artilharia que pretende liquidar com anossa crena.

    De vez em quando vivemos um instante penoso, sofrendo rudes golpes, e nosderradeiros tempos precisamos nos defender de canhes poderosos, instalados em umaemissora de TV que domina a mdia e faz a cabea da populao nacional. Por ela, no horrionobre, a batina andou tentando encobrir a luz irradiada pelos altos mensageiros do Alm como objetivo de despertar a conscincia humana para a realidade da vida aps a morte e,consequentemente, para a validade das esperanas, e das lies ticas, contidas nosEvangelhos compreendidos sob a tica da Codificao Kardequiana.

    Vimos a onda ameaadora arrebentar suas foras nas pedras da inutilidade, mas nosabemos se ela retornar em outra mar. Caso isto venha a acontecer, o que provvel,mantenhamos a calma. O povo se ilude, todavia igualmente se desencanta, cedo ou tarde,com os quevedos, porque eles nada oferecem em troca do que tiram. Esse padre Quevedo, porexemplo, esmera-se no esforo de demonstrar a inexistncia das comunicaes dos Espritos,

    entretanto no tem como provar a lenda do seu Inferno, do seu Purgatrio e do Cu debeatitudes ociosas. No tem como provar sequer a sobrevivncia da alma, e muito menos ovalor das graas que ele e os colegas nem sempre distribuem de graa, conforme recomendouo Cristo.

    Sim, jamais nos angustiemos, se nova onda ameaadora surgir, porque a Histria serepete, inelutavelmente. Nos primrdios do Espiritismo o clero romano despejou contra nossasfileiras ideolgicas bombas de maior potncia que explodiram; ruidosas, sem causar qualquerdano ao Espiritismo, simplesmente porque os fenmenos medinicos no possuem cartermilagroso, nada tm de fantasia, so fatos naturais produzidos em todas as pocas, em todasas latitudes do planeta, em todas as religies, e fora delas. Fatos cientificamente verificveis.Homens eminentes, de vasta cultura, glrias do saber universal no campo de Fisiologia e daFsica, como Charles Richet e William Crookes, que a princpio neles no acreditavam,comprovaram sua indesmentvel autenticidade em experincias de laboratrio.

    Allan Kardec, na dzia de anos em que editou a Revista Esprita, reduziu a nada todosos argumentos sacerdotais contrrios nossas convices, os do padre Barricand e os do AbadeChesnel, os do padre Marouzeau e os do Bispo de Argel.

    Carlos Imbassahy, enquanto esteve encarnado entre ns, at 1969, nunca perdeu umdebate com prncipes da Igreja Catlica e pastores protestantes, tanto quanto foi um campeoimbatvel terando armas com mdicos materialistas que diziam, no pretrito, ser a prticamedinica causa de loucura.

    Recentemente esteve em moda, outra vez, o superado sacerdote Quevedo, nosso velhoinimigo, apresentado na televiso com prvia propaganda em clips como se fosse atorprofissional, para o que, alis, revela grande talento.

    Deixamos de refutar os seus argumentos televisivos por duas razes:A primeira que ele, pensando em nos prejudicar, estar sempre prestando uma

    excelente ajuda ao Espiritismo, quando trombeteia sobre embustes e mistificaes, pois temos

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    o maior interesse na descoberta de fraudes no terreno dos fenmenos medinicos.A segunda que, relativamente Doutrina Esprita, de igual modo ele somente pode

    ajudar, pois quanto mais combat-la mais a promover, dado o seu descrdito depois dapublicao pela Edies Loyola (So Paulo, 1976), do volumoso livro CURANDEIRISMO: UMMAL OU UM BEM?

    Na mencionada obra, onde se l que O espiritism o a am lgama de t odas ou quase todas as supersties surgidas ao longo da Histria. (pgina 194), o padre Quevedo escreveuo que segue:

    Aps uma longa srie de artigos pub licitrios, o j ornalista J. Herculano Pires,atual presidente da Federao Esprita do Estado de So Paulo, seguramente o mais habilidoso membro do truste... (pgina 282)

    Por exemplo, o jurista Csar Lombroso, um dos autores mais prestigiados pelos espritas... (pgina 394)

    Extra-sensorialmente, o inconsciente sabe tudo o que acontece no passado,presente e futuro, dentro do nosso globo, numa margem de dois sculos. (pgina 156)

    Eis a trs declaraes do padre Quevedo, devidamente documentadas, com a citaoda fonte em que foram colhidas.

    A primeira contm uma grande mentira. O jornalista J. Herculano Pires jamais foipresidente da Federao Esprita do Estado de So Paulo. Qualquer pessoa pode verificar isso.

    A segunda contm uma leviandade demonstradora de surpreendente incultura. CsarLombroso no foi jurista (jurista um homem versado na cincia do direito), foi mdico,considerado como criminalista porque estudou, medicamente, o perfil do criminoso nato.

    A terceira contm um absurdo inqualificvel. Dizer que o inconsciente sabe tudo o queacontece no futuro em uma margem de duzentos anos j no nem uma heresia cientfica, uma piada...

    Da porque estamos prestando esta homenagem ao padre Quevedo.

    (voltar)

    Quevedo como Ator Telev i s ivoAs mltiplas quevedices tolices que o padre Quevedo disse j esto se

    transformando em sandices. Eis o que figura na pgina 36 da revista VEJA,edio 1632, de 19de janeiro do ano 2.000:

    O Doutor Fritz nunca existiu, sempre foi uma farsa, e Chico Xavier um fantico que j foi pego em t ruques.

    Esta declarao, segundo a mencionada revista, do Padre Quevedo, que desmascara paranormais no quadro Caador de Enigmas, do Fantstico.

    Como se v, no laboramos em erro quando previmos, no texto anterior, o comeo deuma nova guerra dos setores intolerantes da Igreja Catlica contra o Espiritismo.

    Nesta guerra a luta desigual porque o inimigo gratuito usa as balas da calnia.Afirmar que Francisco Cndido Xavier, um homem reconhecidamente honesto e puro em suasintenes, que o pas inteiro admira pela bondade e honradez, j foi pego em truques,

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    constitui um infmia que somente no dar cadeia para o seu autor porque confiamos mais na justia de DEUS do que na humana, e sempre perdoamos as ofensas como ensinou Jesus.

    Iludem-se, porm, os sacerdotes prepotentes que no passado queimaram os nossoslivros no Auto-de-F de Barcelona, e hoje, aproveitando-se do formidvel poder de sugestoda mdia eletrnica, tentam desmoralizar a crena esprita. Eles vo perder esta nova batalha,

    como perderam outras de triste memria.Vo perder porque buscam encobrir o sol da realidade espiritual com a peneira dafantasia dogmtica, vo perder porque no possuem argumentos lgicos para respaldar seusdiscursos obscurantistas.

    Esse padre Quevedo, sobre quem sempre procuramos guardar um silncio caridoso,dado como excepcional parapsiclogo, no possui o mnimo de competncia para abordar acomplexa problemtica da fenomenologia supranormal e medinica, chega a causar surpresa ofato de ter sido contratado, ou simplesmente aceito, por uma distinta emissora de televiso,para fazer o que j fez, com ares de cientista e mise-en-scne de ator improvisado.

    J provamos, no escrito precedente, que ele capaz de mentir, de cometer leviandadesculturais e de expor teorias ridculas garantindo que o inconsciente de uma pessoa conhece os

    acontecimentos futuros at duzentos anos.Agora cumpre-nos acrescentar que o padre Quevedo no tem sequer o mrito do

    pioneirismo, da originalidade, nessa cruzada antiesprita.Antes dele um outro padre, chamado Herdia, circulou pelos teatros de Nova York

    promovendo exibies de desmascaramento de truques a fim de acusar como fraudes todas asmanifestaes dos Espritos.

    Ora, qualquer estudioso do assunto sabe que, no campo da mediunidade, existemmuitas mistificaes e numerosos embustes, mas nem por isso algum pode proclamar quetodas as comunicaes dos Espritos so inautnticas e ilusrias, produto da m-f ouingenuidade. Delas h registros nos livros sagrados dos diversos povos, principalmente naBblia que o Vaticano adota, e sobre elas pesquisadores da mais alta respeitabilidade

    intelectual, como Paul Gibier, Oliver Lodge, Alfred Russel Wallace, Friedrich Zollner, GustaveGeley, Ernesto Bozzano, dentre outros, fizeram declaraes positivas que no podem seranuladas por um padre-ator de televiso.

    Quevedo, portanto, com o seu inconsciente-sabe-tudo, deveria saber que o combate aoEspiritismo, com base na tese das fraudes, de um primarismo gritante. J que ignora isto,queremos agradecer-lhe os bons servios prestados nossa crena na tela da TV, ondeaparece rodeado de fumaa com uma sonoplastia de filme de terror...

    (voltar)

    A Pouca Lei tur a de QuevedoAo salientar para os leitores, em escrito precedente, que o padre Quevedo deixou de

    ser levado a srio pelo pblico esclarecido desde o lanamento, em 1976, do seu livroCURANDEIRISMO: UM MAL OU UM BEM? (Edies Loyola), porque nele mentiu (pgina 282,onde o jornalista J. Herculano Pires dado como presidente da Federao Esprita do Estadode So Paulo), porque nele cometeu surpreendente leviandade cultural (pgina 394, onde omdico Csar Lombroso citado como jurista), e porque chegou ao ridculo declarando que"Extra-sensorialmente o inconsciente sabe tudo o que acontece no passado, presente e futuro,dentro do nosso globo, numa margem de dois sculos" (pgina 156), ao salientar isto,repetimos, cremos ter prestado dois bons servios: um causa esprita, baixando o fogo doreferido sacerdote que, segundo a revista VEJA, edio de 19 de janeiro ltimo, difamou ohonrado mdium Francisco Cndido Xavier com a afirmao de que ele "j foi pego emtruques", outro distinta emissora que o contratou supondo tratar-se de eminenteparapsiclogo.

    Na verdade o padre Quevedo no passa de um ferrenho inimigo da cincia e da religioesprita, to apaixonado que, para cumprir a inglria misso de nos atacar, j entrou em

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    conflito at com os setores mais lcidos da sua prpria Ordem Religiosa, contrapondo-se teseda possesso demonaca consagrada pela Igreja, alm de ter ofendido muitos catlicos aoclassificar como "baboseiras" as mensagens de Medjugore. Temos velhos recortes de jornaissobre tais assuntos que preferimos no explorar por uma questo de tica.

    Basta-nos, quanto a este detalhe, reproduzir o que o padre Quevedo escreveu na

    pgina 383 do seu livro mencionado. Leiamos:

    "Os corntios e o prprio So Paulo no estavam cientificamente mais adiantados que seus contemporneos. muito provvel que o prprio So Paulo no soubesse (no era ele cientista, e a interpretao de fatos do mundo no compete ao apstolo nem Igr eja) que todos esses fenmenos, por exemplo, a graa de curar doenas, eram geralmente produto da exaltao emotiv a e que em geral no superavam as explicaes que a Parapsicologia d hoj e."

    Sem comentrios porque o problema no nosso, dos catlicos.

    Na parte que nos toca precisamos alinhavar mais alguns argumentos para completar ademonstrao do primarismo do padre Quevedo.Comecemos arrematando o presente escrito com um informe til ao nosso opositor.

    Apesar de possuir, conforme alardeia, mais de dez mil obras sobre a Cincia Psquica, afora ummuseu com sapos de boca amarrada e quejandos, ele necessita ler bem mais no campo daparanormalidade para aumentar o raio de ao do seu inconsciente-sabe-tudo.Dois sculos deconhecimento para trs pouco, no explica numerosos casos clssicos de fenmenosespritas. Eis um deles, descrito no Times de Londres em 18 de agosto de 1922:

    O Comandante de um navio ingls, o Nakura, ao assistir a bordo, durante uma viagem,o trabalho psicogrfico de uma conhecida mdium, ouviu dela estas palavras:

    Que pena, est aqui um oriental e no entendo o que ele escreve.

    No obstante dizer isso a mdium continuou desenhando no papel uns hierglifos quepunha de lado.

    O Comandante ficou com o papel e depois submeteu o curioso documento ao exame devrios orientalistas e indianos que igualmente nada entenderam. Certa vez em outra viagemembarcou no navio um dos mais eruditos arquelogos, e o Comandante lhe apresentou odocumento. Ele teve exclamaes de espanto. Era um excelente exemplar de escrita hiertica,forma sagrada e cursiva dos hierglifos de cinco mil anos antes da era Crist.

    Paremos por aqui para continuar adiante. Garantem os catlicos que no se deve gastarmuita vela boa com defunto ruim, mas convm acendermos mais algumas luzes nesse velrioquevediano...

    (voltar)

    Quevedo e Croo kesTenham mais um pouco de pacincia os leitores destes escritos. Necessitamos

    prosseguir com as homenagens fnebres que o padre Quevedo nos obrigou a lhe prestar,enterrando-o em suas prprias palavras que pretendem ferir de morte a crena esprita.

    Ele no pode nos acusar de inventar coisa alguma contra a sua pessoa, como inventouaquela histria caluniosa de que o honrado mdium Chico Xavier "j foi pego em truques", poisem todos os nossos textos estamos reproduzindo aquilo que disse ou escreveu, com a devidacitao da fonte.

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    Neste escrito apraz-nos fazer referncia ao Volume 2 do seu livro OS MORTOSINTERFEREM NO MUNDO? (Edies Loyola, So Paulo, 2a edio, 1995).

    Nele comea o padre Quevedo citando Allan Kardec e logo na pgina 8 tenta sofismarrelativamente a William Crookes. Impe-se-nos desmascarar aqui a esperteza, mostrandoporque e como foi articulada.

    William Crookes, emrito cientista da Inglaterra, pesquisou os fenmenos medinicos econseguiu obter, na sua prpria casa, em experincias feitas sob os mais rigorosos cuidados decontrole para impedir fraudes, materializaes de um Esprito que foi no somente por elefotografado mas tambm examinado minuciosamente. Crookes chegou ao extremo de cortaruma pequena mecha dos cabelos do fantasma e lhe escutar os batimentos cardacos. Publicouum relatrio sobre o assunto no Quarterly Journal of Science,de Londres, e com isso deixouperplexos os crculos do saber acadmico que o admiravam como um grande sbio incrduloda imortalidade da alma e avesso s questes metafsicas.

    Aps relatar suas experincias com riqueza de detalhes metodolgicos, William Crookesficou na Histria da Cincia Psquica como o autor de provas granticas em favor daautenticidade dos fenmenos espritas, segundo a expresso de Charles Richet, seu colega,Prmio Nobel em Fisiologia no ano de 1913 e criador da Metapsquica, que estudou amediunidade muito mais e melhor do que a Parapsicologia, com a diferena de aplicar omtodo qualitativo e no quantitativo.

    William Crookes, pela sua respeitabilidade at hoje intocvel nos meios cientficos, uma espinha na garganta dos parapsiclogos antiespritas. Vejamos como o padre Quevedo,espertamente, tenta arrancar tal espinha da sua goela.

    Conforme j assinalamos, na pgina 8 do seu citado livro, inicia ele uma transcrio dedepoimentos de Crookes que vai at a pgina 10. Com base nessa transcrio conclui que

    "O prprio Crookes atribuir os fenmenos espiritides fora psquica do mdium e dos assistentes".

    Acontece que os depoimentos de Crookes transcritos pelo padre Quevedo se referem apesquisas realizadas com os mdiuns Sra. Fox e Sr. Home, (Kate Fox e Daniel Dunglas Home),e no com Florence Cook, a mdium por quem o famoso cientista obteve as materializaes deEsprito que colocaram fim sua incredulidade. Isto o padre Quevedo deixou de esclarecer,astutamente, para enganar os leitores.

    Lendo as pginas 215/216 do livro de Arthur Conan Doyle HISTRIA DO ESPIRITISMO,publicado no Brasil por uma Editora no esprita (Editora Pensamento, de So Paulo), sabe-secomo os detratores do Espiritismo tm se esforado, em vo, para retirar de nossa crena aglria de ter como defensor o cientista William Crookes, Membro da Sociedade Real de

    Londres, descobridor do Tlio, um novo corpo simples metlico, inventor do fotmetro depolarizao e do microscpio espectral, o primeiro cientista a demonstrar, experimentalmente,o estado radiante da matria entrevisto por Faraday. No foi toa que Crookes recebeu em1875 a Royal GoId MedaI,por suas pesquisas no campo da Fsica e da Qumica, em 1888 aDavy Medal e em 1904 a Sir Joseph Copley Medal!.No foi toa que em 1897 foi nomeadoCavaleiro pela Rainha Vitria. No foi toa que 1880 a Academia de Cincias da Frana lheconcedeu uma medalha de ouro e um prmio de 3.000 francos. No foi toa que foiPresidente da Royal Society, da Chemical Society, da Institution of Electrical Engineers e daSociety for Psychical Research.

    Inimigos do Espiritismo, no sculo passado, arquitetaram em 1874 um boato insinuandoque Crookes houvera mudado de opinio a respeito dos fenmenos medinicos que ele obtevecom Florence Cook, mas a mentira no vingou. Registra Conan Doyle no seu livro citado,

    pgina 215:

    "Em seu relatrio presidencial perante a Associao Britnica em 1898, em Bristol, Sir William Crookes se refere ligeiramente s suas primeiras pesquisas.

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    E diz:

    "Ainda no toquei num outro interesse - para mim o mais srio e de maior alcance. Nenhum incidente em minha carreira cientfica mais conhecido do que aparte que tomei durante anos e em certas pesquisas psquicas. J se passaram trinta anos desde que publiquei um relatrio das experincias t endentes a mostrar que fora do nosso conhecimento cientfico existe uma fora utilizada por inteligncias que diferem da comum inteligncia dos mortais... Nada tenho de que me retratar. Confirmo minhas declaraes j publica das. Na verdade,muito teria que acrescentar a isto.

    "Cerca de vinte anos mais tarde sua crena era ainda mais forte. Durante uma entrevista (The International Psychic Gazette, December, 1917, 61-2) disse ele:

    "Jamais tive que mudar de ideia a tal respeito. Estou perfeitamente satisfeito do que disse nos primeiros dias. muit o certo que um contacto foi estabelecido entre este mundo e o outro.

    Eis a desfeita, com provas documentais, mais uma artimanha do padre Quevedo. Ele, eno Francisco Cndido Xavier, que se utiliza de truques para ludibriar o povo.

    (voltar)

    As Arm as do Padre QuevedoAfora os sofismas com os quais engana os seus leitores, conforme provamos

    documentalmente no texto anterior, padre Quevedo empunha duas armas para combater oEspiritismo: uma a teoria do inconsciente-sabe-tudo (e alm de saber, pode...), a outra aacusao de fraude para desqualificar os fenmenos comprovadores da comunicao dosEspritos.

    Vejamos como estas duas armas so enferrujadas e impotentes, tratando da primeiraneste escrito e da segunda no prximo.

    A teoria do inconsciente todo-poderoso pode no passar de mera teoria, ou melhor, defantasia, pois lhe falta base cientfica - at hoje ningum foi capaz de oferecer qualquer provaexperimental que a endosse. Apesar disso os parapsiclogos antiespritas se agarram nela, e opadre Quevedo, utilizando-a, apenas copia o que outros j fizeram.

    Por que tais parapsiclogos se agarram nessa teoria?Simplesmente porque, sendo uma fantasia, enseja infindveis divagaes atravs de

    ambiguidades semnticas que explicam tudo sem explicar coisa alguma. Assim, basta ser

    astuto no jogo com as palavras (e o predicado da esperteza, j vimos, o padre Quevedo temde sobra) que se ganha a aparncia de sbio. Vamos a seguir dar um exemplo do queacabamos de afirmar, com um dilogo composto atravs das seguintes perguntas e respostas:

    Uma pessoa, tida e havida como normal, na famlia, no emprego, na sociedade, derepente entra em transe, altera totalmente o seu padro de comportamento e, contrariandohbitos, cultura, temperamento, princpios morais, passa a agir como se estivesse investida deoutra personalidade, reproduzindo fielmente a conduta costumeira de algum conhecido jmorto.

    Ante a estupefao geral a dita pessoa nega firmemente a sua identidade, afirmandodurante o transe que um parente falecido, ou um amigo, ou um vizinho... Haveria a umaprova de existncia e comunicao dos espritos?

    Qual nada! O que h uma auto-hipnose, auto sugesto, produto do inconsciente.

    Mas, por acaso, a personalidade intrusa de algum completamente desconhecido...

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    Dupla personalidade? Ento o inconsciente se partiu em dois, pressionado por compulses e foras contraditr ias.

    Mas no s isso. Em cada novo transe surge uma nova personalidade diferentedaquelas que se manifestaram antes...

    Bem, se assim temos um caso patolgico de esquizofrenia: o inconsciente, que comeou se dividindo, fragmentou-se de modo irremedivel.

    Mas, para complicar, a infeliz pessoa ultimamente quando entra em transe fica de plenaposse das suas faculdades mentais e apenas se queixa de enxergar vultos e ouvir vozes...

    Banalidade: as energias do inconsciente, impactadas por agitaes

    sensoriais, desencadeiam alucinaes visuais e audit ivas.

    Mas a pessoa concebe ideias que jamais poderia elaborar por si mesma...

    Telepatia: o inconsciente, s vezes, capta o pensamento de out ra pessoa.

    Mas ela consegue encontrar objetos perdidos onde ningum pensou que estivessem...

    Criptestesia: o inconsciente tem esse poder.

    Mas ela intuitivamente recebe a informao de coisas que logo depois acontecem...

    Precognio: o inconsciente capaz de faanhas muito maiores.

    Mas ela lembra-se claramente de ter tido uma outra vida...

    Memria gentica: transmitida dos ancestrais pela lei biolgica da hereditariedade, atravs de um cido cujo cdigo guardado nas clulas que fazem o inconsciente funcionar.

    Mas ela loura de olhos azuis e est convencida de ter sido um negro queexistiu,comprovadamente, no sculo passado, do qual mostra todas as caractersticasintelectuais e todos os traos de carter.

    Pantomnsia: o inconsciente dessa excntrica criatura assimilou lembranas retiradas do inconsciente coletivo que, como ensinou Jung, conserva em arquivo vivo toda a Histria da Humanidade.

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    Mas ela ostenta no corpo uma cicatriz idntica do sujeito do sculo passado... Seria ocmulo da coincidncia...

    No h nada de mais nisso: o inconsciente, atuando no organismo, plasma em m arcas dermogrficas as suas impresses.

    Mas em qualquer casa onde ela vai morar aparecem sinais assombrosos: louas soquebradas misteriosamente, panos se queimam sem o menor contato com calor, utensliosvoam, barulhos no deixam dormir...

    "Poltergeist": as em oes do inconsciente, potencializadas pelo acm ulo de ressentimento, quando se liberam fazem isso. Por perto deve haver alguma criana como epicentro do fenmeno.

    Mas acontece que, em transe, a pessoa fala em diversas lnguas estrangeiras que noconhece, inclusive algumas da antiguidade...

    Xilolalia: o inconsciente penetra na memria csmica, seleciona os conheciment os que lhe int eressam e depois s verbalizar. Faclimo!

    Mas ela se desdobra e certa vez, dormindo, foi vista em um lugar muito distante...

    Autotelediplosia: o inconsciente, em estado de bordelandismo, pode projetar sua imagem em qualquer parte.

    Mas ela foi a uma sesso medinica e todos viram sair do seu corpo uma energiabranca que, a princpio vaporosa, foi aos poucos se condensando e formou direitinho umafigura humana...

    Ideoplastia: o sistema nervoso irradiou t al energia e o inconsciente lhe deu forma, animando-a temporariamente.

    Mas a figura moveu-se, conversou com os presentes, revelou coisas por todosignoradas e, ainda, foi reconhecida pelos parentes que tempos atrs fizeram o seu enterro...

    Fantasmogenia: alm de possuir formidveis foras catalt icas, o inconsciente tem uma incomensurvel capacidade de dramatizao.

    Eis a, prezado leitor, a fico "cientfica" dos Quevedos deste mundo. Com tamanhotalento para a fantasia natural que faam sucesso nas telas da televiso.

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    A Escola do Padre Quev edoAlm da sua teoria fantasiosa e ridcula do inconsciente-sabe-tudo e tudo pode, que

    j desnudamos no artigo precedente aproveitando um trecho do nosso livro O TRABALHO DOSMORTOS E A TOLICE DOS VIVOS, editado pela FEESP em 1993, a outra arma de baixo calibree munio deficiente que o padre Quevedo usa para combater o Espiritismo a acusao de

    fraude em todos os fenmenos medinicos.Nesse sentido ele teve escola e faz escola. Apreciemos o assunto a seguir.A escola do padre Quevedo desmoralizou-se h muito tempo, com o lanamento do

    volume O ESPIRITISMO LUZ DOS FATOS, do saudoso mestre dr. Carlos Imbassahy, dado alume sessenta e cinco anos atrs (Edio da FEB, Rio de Janeiro, 1935). Leiamos um breveapontamento desta obra magistral, contido nas pginas 203 / 204 da 1 edio:

    O grande manancial onde se vo inspirar os que tm escrito contra oEspiritismo , em via de regra, uns livros do Sr. Heuz, que foi ciscar, no vastomealheiro das fraudes universais, umas tantas em que os espertalhespreferiram o terreno do Espiritismo para campo de suas manobras. A estasfraudes autnticas, o autor adicionou umas fraudes hipotticas ouabsolutamente falsas; misturou tudo e apresentou o resultado, dando assimideia de que os fenmenos psquicos so consequncia de uma fenomenalfraudulncia; encartou entre as opinies de alguns estudiosos outras de nenhumvalor; emprestou a uns tantos cientistas conceitos que eles nunca emitiram;arranjou umas confisses que os mdiuns nunca fizeram e a temos a Castliaonde se vai abebeirar de conhecimentos a literatura dos nossos doutos patrcios.

    Para avaliar-se a sem cerimnia do Sr. Heuz basta ver um inqurito a queele procedeu em pessoa. Quando o apresentou, de pblico, os sbios, osliteratos, os interrogados de todas as categorias ficaram atnitos, por verem, emletra de forma, ideias que nunca expenderam.

    Um dos sbios, Flammarion, foi obrigado a publicar um artigo com o ttulo Une mise au point, desmentindo as asseres de Heuz, a seu respeito; disseele que o leo de Nemeia caindo da Lua no ficaria mais surpreendido do queele, com as opinies que o entrevistador lhe emprestara.

    Gustave Geley, outro entrevistado, em carta publicada na imprensa declarouque Heuz lhe havia desnaturado o pensamento.

    Ren Sudre, metapsiquista, alis to do sabor dos adversrios doEspiritismo, tratando do referido inqurito, isto , dessa fonte de ataque onde sevo todos inspirar, declara:

    Trata-se de um inqurito sobre o estado presente da cincia psquica? No,afirmamo-lo com toda a franqueza. Se houve imparcialidade na escolha dosentrevistados, ela no existiu no registro elas respostas, visto que provocaramretificaes importantes; e, ainda menos imparciais foram os comentriosexpendidos.

    Fiquemos por aqui (o dr. Carlos Imbassahy no fica, prossegue citando outros cientistasde renome na esfera da paranormalidade que desmentiram o irresponsvel Sr. Heuz).

    Dissemos que o padre Quevedo tambm faz escola. Vejamos um exemplo disso. Depoisque ele esteve em Belm do Par dando cursos, um dos seus admiradores, Sr. Carlos Arajo,produziu o livro O PARANORMAL E SEUS MISTRIOS (Edio da Ibirapuera Promoes,Castanhal, Par, 1980), prefaciado por um padre paraense, cujo objetivo foi lanar nodescrdito a mdium Ana Prado, que se tornou uma figura de relevo na Histria da CinciaPsquica depois de ter sido citada por Gabriel Delanne.

    Pela mediunidade de Ana Prado ocorreram impressionantes fenmenos dematerializao de Espritos, que se encontram suficientemente documentados no Tomo OTRABALHO DOS MORTOS, do dr. Nogueira de Faria (Edio da FEB).

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    Pois bem, assim como o padre Quevedo declarou que Francisco Cndido Xavier j foipego em truques, mentira aprendida com a tcnica do Heuz, o Sr. Carlos Arajo, seguindo oensinamento quevediano, afirmou o que segue na pgina 127 do seu livro retrocitado:

    Porm temos a certeza de que as materializaes de Ana Prado esto longede serem apontadas como reais por qualquer investigador srio. Podemosconcluir por essas e outras evidncias implcitas na prpria obra que tentadefender tais fenmenos, que sobretudo as materializaes da Patrona doEspiritismo Paraense foram FRAUDULENTAS!

    Agora preste o leitor bem ateno para o seguinte. Na pgina 117 do mesmo livro, OPARANORMAL E SEUS MISTRIOS, o Sr. Carlos Arajo escreve o seguinte:

    MATERIALIZAES DE ANA PRADO

    Na dcada de cinquenta o Par foi sacudido por uma notcia estranha: uma mulher revolucionara os m eios espritas manifestando fenmenos de efeitos fsicos estupendos. (...)

    Analisando os documentos das atas das sesses com Ana Prado,constatamos...

    Eis a a prova documental da mentira. O imitador do padre Quevedo diz que analisou osdocumentos das atas das sesses com Ana Prado, quando o Par foi sacudido pela notcia dasmesmas, na dcada de cinquenta...

    Acontece que Ana Prado desencarnou no ano de 1923!Pode algum levar a srio gente dessa espcie?No admira que tais parapsiclogos antiespritas acabem na televiso como Caadores

    de Enigmas, exibindo espingarda de cano torto com balas de festim...

    (voltar)

    A Pergun ta d o Padre QuevedoUma srie de volumes atacando contundentemente o Espiritismo que o padre Oscar G.

    Quevedo, SJ, publicou ultimamente, com o Imprimatum dos seus superiores hierrquicos(Edies Loyola, So Paulo, SP), tem por ttulo esta interrogao:OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? claro que vamos responder pergunta, no com argumentos falaciosos semelhantes

    aos seus, e muito menos com ataques pessoais honra alheia como fez o preclaro jesutarelativamente ao mdium Francisco Cndido Xavier, a quem, sem apresentar nenhuma prova,acusou de j ter sido apanhado em truques.

    Vamos responder indagao quevediana atravs de fatos que figuram nos anais daCincia Psquica de uma forma exuberante. Antes, porm, de executar essa fcil tarefa, poruma questo de apreo ao povo catlico deste pas (que no tem culpa pela existncia doirrequieto parapsiclogo de batina, apaixonadamente antiesprita), cederemos a palavra a um

    outro sacerdote da Igreja Romana, o padre Franois Charles Antoine Brune, clrigo dereconhecido saber, pois em seu curriculum-vitae consta o que segue:

    Bacharelado em Latim, Grego e Filosofia. Cursou seis anos de Grand

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    Seminaire,sendo cinco no I nstituto Catlico de Paris e um na Universidade de Tubingen. Tem cinco anos de curso superior de Latim e Grego na Universidade de Sorbone. Estudou as lnguas assrio-babilnico, hebreu e hiergrafos egpcios. Foi licenciado em Teologia no Instit uto Catlico de Paris em 1960 (Quevedo s foi ordenado padre no ano de 1961, em um seminrio de SoLeopoldo, no Rio Grande do Sul, Brasil, segundo a revista ISTO , edio de17/01/2000), e em Escritura Sagrada, no Instituto Bblico de Roma, em 1964.Foi pr ofessor de diversos grands Seminaires durante sete anos. Estudou a tradio dos cristos do Oriente e dedica-se a estudos dos fenmenos paranormais.

    este insigne padre, Franois Brune, que responde, por ns, pergunta do jesutaQuevedo: OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO?

    E responde com um livro que tem este ttulo:OS MORTOS FALAM A referida obra, Ls Morts nous Parlent,traduzida do francs por Arlete M. Galvo de

    Queiroz e publicada em 1991 pela Editora EDICEL, atualmente com sede em Braslia (CaixaPostal 7551, CEP 73001-970, Sobradinho, DE fone 591-9592), traz na primeira orelha estainformao do autor:

    Escrevi este livro para tentar derrubar o espesso m uro de silncio, de incompreenso, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade intolervel; dizer que se pode entrar em comunicao com ela considerado insuportvel.

    Tomem este livro como itinerrio. Abandonem, tanto quanto possvel, suas ideias preconcebidas. No t enham medo, se este livro no os transformar, logo se apercebero. Em todo caso, Leiam esta obra como a histria de uma

    descoberta fabulosa e verdadeira. Progressivamente ento, surgiro essas verdades essenciais que se

    tornaro, assim eu lhes desejo, a matria de suas vidas. A morte apenas uma passagem. Nossa vida continua, sem qualquer interrupo, at o fim dos tempos. Levaremos conosco para a lm nossa personal idade, nossas lembranas, nosso carter.

    O aps vida existe e ns podemos nos comunicar com aqueles que chamam os de mortos.

    Sim, o livro do padre Franois Brune traz esta informao logo na orelha, e pena queo nosso Quevedo, tendo orelhas grandes ou pequenas, no escute a voz insuspeita do seucolega.

    (voltar)

    A Rea l I den t idade d o Padre QuevedoChegou a hora de analisarmos detidamente, com rigoroso critrio lgico, o conjunto de

    dislates e disparates atravs dos quais o padre Quevedo vem denegrindo, h nada menos dequatro dcadas, nossa crena, nossa Doutrina e at nossa reputao pessoal, comoprovaremos logo adiante.

    Sejamos didticos, para a boa informao dos leitores, comeando com a imprescindvele oportuna identificao do ilustre clrigo, antes de darmos incio ao exame dos autos doprocesso condenatrio por ele desencadeado contra o Espiritismo.

    Ao fazer tal identificao tambm sejamos educados, no descendo para o terreno onde

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    ele costuma pisar. Impe-se-nos, em virtude da formao moral e intelectual esprita, exercero direito de defesa contra os seus ataques mantendo o equilbrio que lhe falta ao escrevercoisas assim:

    Todos sabem que mediunidade e homossexualidade caminham juntas. Aimensa maioria dos mdiuns so homossexuais. (Livro OS MORTOSINTERFEREM NO MUNDO?, Volume 4, mesma Editora, 1993, pgina 41).

    Pondo de lado esta e outras assacadilhas do padre Quevedo, a fim de manter o altonvel da nossa argumentao, registraremos aqui to s o fato de que ele, embora fale emnome da Parapsicologia, no um cientista, e alis no apenas um padre, um jesuta,membro da famosa Com panhia de Jesus.

    Convm deixarmos isto bem claro, sobretudo em apreo aos nossos irmos catlicos,dignos de fraternal estima, pois a Igreja Romana nos derradeiros tempos mudou muito e hojepossui vrias Ordens Religiosas bastante simpticas, como a dos franciscanos, que cultivam a

    humildade e pregam os Evangelhos para os pobres, a dos salesianos, que se dedicam educao dos jovens, e algumas outras igualmente nobres em suas intenes e atos.A mencionada Companhia de Jesus, que concede Imprimatum para livros do padre

    Quevedo, provavelmente, nos dias modernos, a nica que nos odeia e hostiliza.Este detalhe no causa admirao porque, segundo o clssico LELLO UNIVERSAL, ela, a

    Ordem dos Jesutas, foi fundada especialmente para a converso dos herticos.Esqueamosa Santa Inquisio de triste memria, que acendeu tantas fogueiras para queimar inocentes nanoite tenebrosa da Idade Mdia, mas ressaltemos que o passado dessa Ordem no l topacfico e edificante. O LELLO UNIVERSAL nos diz (Volume 2, pgina 1347) que os jesutas,

    introduzidos em Portugal por D. Joo II I, em 1540,foram expulsos deste pas em 1 759, pelo marqus de Pombal, e tambm desapareceram do Brasil pouco depois. Em Frana, a Ordem foi introduzida por Henrique II , t endo como adversrios o Parlamento e a Universidade. Foram expulsos por vrias vezes,sendo a ltima em 1880 .

    Reconhecemos que o insigne telogo Oscar G. Quevedo, SJ, zelando pela sua f, tem odireito de nos considerar herticos e espalhar esta sua opinio aos quatro ventos. Todavia, notem o direito de propalar contra ns inverdades infamantes. Ele sabe muito bem que tantoAllan Kardec no foi um simplrio,como diz, quanto no so os mdiuns, na imensa maioria,homossexuais. Por isso, depois de atacar o Espiritismo to maquiavelicamente durante cercade quarenta anos, daqui para frente vai ter que acertar conosco velhas contas atrasadas...

    (voltar)

    Quem o Fan t ico : Kardec ou Quevedo?Como vimos no texto precedente, o padre Quevedo no cientista, um telogo que

    se apropria da literatura documentadora dos fenmenos paranormais com o nico objetivo deatacar a Codificao de Allan Kardec, a quem chama seguidamente de fantico. O volume 5 doseu tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? (Edies Loyola, 1993), publicado com oImprimatum da Ordem dos Jesutas, aberto com este ttulo: ESPRITA NO PODE SERCIENTISTA.

    At a tudo bem, na qualidade de jesuta ele tem de fazer isso mesmo por dever deofcio, pois sua Ordem eclesistica foi instituda especificamente para a converso dos herticos,se necessrio a ferro e fogo, e os herticos somos ns.

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    Acontece que esse figadal inimigo da nossa crena fala como se fosse um legtimorepresentante da Metapsquica e da Parapsicologia, para o que no possui qualquerqualificao, e falando diz numerosas sandices e parvoces, alm de distorcer importantesfatos cientficos com argumentos capciosos e baldos de sensatez, to parciais e aticos quantodelirantes.

    Antes de mostrar de maneira mais detalhista e minuciosa como ele sofismasistematicamente para vilipendiar a Doutrina Esprita e seus profitentes, centrando o tiroteiosobretudo em Allan Kardec, cumpre-nos desnudar a estratgia que o movimenta.

    Esta particularidade importante porque, consoante j vimos, padre Quevedo discursaem nome da cincia, como se fosse, na realidade, um parapsiclogo.

    No .Nunca foi e nunca ser, pelo menos nesta encarnao, porque lhe faltam para isto os

    mnimos predicados mentais e emocionais.Um verdadeiro parapsiclogo um cientista e um cientista , necessariamente, uma

    pessoa que pensa e age sem ideias preconcebidas, sem impulsos passionais.

    Desde Ren Descartes o mtodo cientfico baseia-se na dvida sistemtica, na pesquisae na experincia atenciosas com o registro dos eventos para interpretao honesta. O dr.Joseph Banks Rhine, reconhecido como fundador da Parapsicologia, que modernamentesubstitui a Metapsquica, limitou-se ao emprego desse mtodo com o qual chegou conclusode que os fenmenos psi no obedecem s leis fsicas. Todos os estudiosos da matria sabemdisso e sabem que ele no foi alm disso, at porque no poderia ir, pois entrando nosdomnios da metafsica passaria a ser filsofo deixando de ser cientista. Em nenhum livro dodr. Rhine h juzos de valor contra a mediunidade ou contra o Espiritismo; pode-se at dizerque suas descobertas so favorveis s premissas tericas da construo doutrinria de AllanKardec.

    Eis o que escreveu o eminente dr. J. B. Rhine no volume New Frontiers of the Mind (pgina 176 na traduo de Lenidas Gontijo de Carvalho, publicada pela Editora Ibrasa, de

    So Paulo, em 1965):

    O que, at ento, descobrimos nas pesquisas atinentes percepo ext ra- sensria seria, pelo menos, favorvel possibilidade da sobrevivncia do indivduo depois da morte, isto , tal sobrevivncia importaria, naturalmente,numa existncia sem os rgos dos sentidos, sem sistema nervoso e sem crebro.

    Compare agora o leitor estas palavras do criador da Parapsicologia com as expressesque seguem do padre Quevedo e veja se ele merece ser tido como parapsiclogo, ou se est

    enganando o pblico quando faz pose de cientista. Abramos o Volume 5 do Tratado OSMORTOS INTERFEREM NO MUNDO? do padre Quevedo e vejamos, a seguir, como comea apgina 50:

    Assim: miserveis m estres, que com orgulho e descaro pisoteiam a Santa Religio, servindo-se e corrompendo o verdadeiro sentido da Sagrada Escritura e do Evangelho. Algum pode duvidar que ent re eles destacam-se o autor e propagandista do Evangelho Segundo o Espiritismo , os autor es e propagandistas da identificao de milagres divinos (na Bblia, nos Evangelhos, na Histria) e mediunidade esprita?

    Eis a a comprovao de que o fantico o padre Quevedo e no Allan Kardec.

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    Quem es t Cer to : Rhine ou Quevedo?J sabemos que o espanhol Oscar Gonzalez-Quevedo nunca foi cientista, um padre

    ordenado em terras brasileiras, no interior do Rio Grande do Sul, pertencente Ordem dosJesutas, instituda com a misso de dar impiedoso combate a quem discordar da f catlica:sua caracterstica mais saliente, aquela que a distingue, ou diferencia, de outras Ordens da

    Igreja Romana consideradas contemplativas, repousa na disciplina, obedincia e fidelidade aoPapa, infalvel em assuntos de f de acordo com um dogma.Cientista foi o dr. Joseph Banks Rhine, que fundou a moderna Parapsicologia depois de

    pesquisar em laboratrio os fenmenos paranormais utilizando respeitveis critrios deavaliao; seus mtodos experimentais, de natureza quantitativa, foram aprovados at pelomatemtico ingls Soal, que a princpio lhes negou validade estatstica.

    Pois bem, enquanto o dr. Rhine, com a indiscutvel autoridade dos estudos que fezdurante anos a fio na Duke University, dos Estados Unidos, declara que "a mente constitui,ainda, um mistrio" (vide o Tomo Fronters of the Mind,pgina 2 na traduo de LenidasGontijo de Carvalho publicada pela Editora Ibrasa, de So Paulo, em 1965), o padre Quevedo"explica" todos os fenmenos espritas com os poderes do inconsciente aludindo percepoextra-sensorial, objeto de estudo da Parapsicologia.

    Uma ridcula artimanha intelectual, est bem visto. Um acinte ao bom senso do pblico.Um desrespeito inteligncia esclarecida das pessoas que lidam tecnicamente com o assunto.

    O que todos sabem, no por estudos da Parapsicologia, e sim por informao elementarda Psicologia desde as descobertas pioneiras de Freud, que a mente do ser humano funcionatambm em diversos nveis sub-conscienciais, alguns to profundos, abaixo do infra-ego, ouid, que podem ser arrolados como zonas de um inconsciente. Mas que esse inconsciente tenhaa capacidade de produzir todos os efeitos manifestos no vasto campo da fenomenologiamedinica, afirmao descabida ou no mnimo inverificvel, sem base lgica e factual.

    Ainda que o inconsciente possa se dividir e fragmentar, gerando personalidadesmltiplas na mesma pessoa, no poderia ele ser o fator causal de determinadas comunicaesde Espritos que revelam conhecimentos inacessveis ao mdium.

    Afirmar que "Extra-sensorialmente, o inconsciente sabe tudo o que acontece no passado, presente e futuro, dentro do nosso globo, num a m argem de dois sculos",comoafirma o padre Quevedo (livro CURANDEIRISMO: UM MAL OU UM BEM?, Edies Loyola, SoPaulo, 1976, pgina 156), um despropsito to absurdo que no merece nem refutao.Ningum jamais verificou essa virtude miraculosa do inconsciente. O que a Parapsicologiaverificou, detectando fenmenos de psi-gama, foi a possibilidade do inconsciente alcanarcoisas que escapam conscincia, em termos de espao e tempo, assim como a Psicologiafreudiana verificou a possibilidade do inconsciente influir na conscincia atravs de atos falhosou neurticos.

    E ainda que o inconsciente tenha poderes telecinticos (a Parapsicologia igualmente noverificou isto, verificou apenas que a vontade, acionada ao nvel da conscincia, pode emcertas circunstncias atuar sobre objetos distncia), esses poderes telecinticos doinconsciente no explicariam todas as materializaes de Espritos documentadas pela CinciaPsquica, com a contrapartida das desmaterializaes obtidas nas moldagens em parafina demembros humanos, porque os mais expressivos fenmenos do gnero, agora denominado psi-kapa e no ectoplasmia, foram acompanhados de tais revelaes que s possvel explic-los,sem admitir-se a interferncia de um elemento extrnseco ao mdium, com teoriasmirabolantes e risveis como a do padre Quevedo, muito menos razoveis do que a hipteseesprita. Ele escreve no seu tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? (Edies Loyola,So Paulo, Volume 2, 2a edio, pgina 26):

    " admirvel ou lamentvel que os espritas de hoje no estejam - ou finjam no estar - a par da descoberta cio inconsciente pela psicologia moderna."

    Como no estamos?

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    Estas linhas tanto provam que estamos, quanto comprovam que no temos nenhumadificuldade em rebater os argumentos contrrios tese esprita, todos eles fantasiosos, sem omenor respaldo cientfico.

    E fique ciente mais o padre Quevedo de que no vamos ficar por aqui. Prosseguiremosdesmontando os alicerces da sua construo sofismtica.

    Por enquanto, como estamos produzindo textos senados, contentamo-nos emconfrontar a presunosa sapincia quevediana com a sabedoria ponderada do dr. J. B. Rhine, oPai da moderna Parapsicologia, para quem, com j vimos, a mente constitui, ainda, um mistrio.

    Sim, constitui.S no constitui para o padre Quevedo, que tendo desvendado tamanho mistrio

    merece as honras de "maior gnio de toda a Histria da Humanidade". Como dizem os poucoscatlicos ainda tradicionalistas, crentes de que os "mortos" somente podem se comunicar comos vivos atravs de milagre, benza-o DEUS...

    (voltar)

    A Estr a tgia do Padr e QuevedoA estratgia do padre Quevedo em sua guerra santa contra o Espiritismo emprega dois

    recursos tticos: o tiroteio ruidoso para nos deixar zonzos sem saber por onde iniciar a reaodefensiva, e a sabotagem destruidora do arsenal de armas que temos para impor oreconhecimento da autenticidade das ocorrncias medinicas.

    , sem dvida, uma estratgia hbil, porque envolve o Espiritismo por atacado e avarejo, procurando diminuir os seus fenmenos e diluir os seus conceitos doutrinrios, alm denos obrigar a uma luta em campo aberto para a qual no temos a menor vocao, poisaprendemos com Jesus e Kardec a perdoar setenta vezes sete os inimigos, mesmo aqueles quemais nos odeiam e combatem.

    Contra to astuta estratgia do padre Quevedo, um ardoroso telogo e brilhante artistade televiso, com alto poder de fogo municiado por uma confraria secular que tem nome nahistria da cultura ocidental, sendo at hoje muito temida, a Ordem dos Jesutas, preferimosnos valer de outra estratgia identificada pelo povo simples com esta frase: beber sopa quente pela beira do prato. ..

    Assim, primeiro esfriamos, no artigo precedente, o calor da suposta autoridadecientfica do padre Quevedo, mostrando documentalmente como ele nada tem deparapsiclogo, na realidade. Depois de fazer isso utilizando as ideias superlativamenterespeitveis do fundador da moderna Parapsicologia, dr. Joseph Banks Rhine, vamos agoracompletar a tarefa demonstrando, sempre documentalmente, que ele age de maneiradefeituosa quando exibe para o pblico o alvo de suas balas, o Espiritismo. Somente a partirde ento comearemos, no prximo texto, a nos ocupar das picuinhas da sua obra literria quetenta confundir os leitores incautos.

    No Tratado de cinco volumes que deu a lume com o Imprimatum da Ordem dosJesutas, intitulado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? (Edies Loyola, So Paulo), opadre Quevedo em nenhum momento consegue esconder, ou pelo menos disfarar, sua fixaoem Allan Kardec. No volume 2, em dez pginas (nos. 129 a 138), cita quinze vezes o nome docodificador do Espiritismo.

    At a, tudo bem. O problema, no entanto, que ele apresenta o Espiritismo para opblico, no referido Tomo, pgina 89, com estas palavras:

    "Tudo, no alto espiritismo, r odopia ao redor dos mort os: acreditam receber a doutrina dos mortos, no de Deus; aos mortos do seu culto, no a Deus; os mortos so os guias e no h Divina Providncia; mesmo o Juiz Supremo no Deus, mas o carma ao que o prprio Deus teria de obedecer. Atesmo prtico,

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    quando no terico."

    Que primor de esperteza, para nos lanar a pecha de atesmo!Abramos esta pequena lata de sardinhas mentirosas, espremidas umas nas outras.

    Puxemos todas elas para a nossa brasa verdica, pinando-as pela sequncia em que foramempilhadas.

    Tudo, no alto espiritismo, rodopia ao redor dos mortos...

    Inverdade!No dito "alto espiritismo" h acima do "tudo" mencionada uma doutrina filosfica que

    nega a existncia de mortos no Alm uma doutrina filosfica que nega a existncia de mortosno Alm com base no seguinte pressuposto: se eles "rodopiam" ao redor de ns porque

    esto bem vivos.Uma questo de lgica.

    Acreditam receber a doutrina dos mortos, no de Deus...

    Sofisma!Acreditamos receber a doutrina de DEUS atravs dos Espritos que cumprem a Sua

    vontade soberana. A Igreja do padre Quevedo chama esses Espritos de Anjos.Uma questo de semntica.

    Aos mortos do seu culto, no a Deus...

    Inexato!O Espiritismo, que se escreve com letra inicial maiscula e no alto nem baixo, pois s

    existe um Espiritismo, o codificado por Allan Kardec, sendo o resto puro Mediunismo (foiKardec que inventou, como neologismo, o termo Espiritismo,para designar a prtica medinica luz dos princpios filosficos a ele transmitidos pela Espiritualidade Superior), o Espiritismo,repetimos, respeita todos os cultos mas no adota nenhum, por rejeitar formalismos,cerimnias e quaisquer exterioridades. Valoriza apenas o sentimento, e neste detalhe, emborasendo religioso, tanto quanto cientfico, distingue-se das demais religies.

    Uma questo de bom senso.

    Os mortos so os guias e no h Divina Providncia...

    Exagero!Os Espritos nos amparam at certo ponto, quando so protetores, todavia assim

    procedem justamente porque se tornaram instrumentos da Providncia Divina.Uma questo de solidariedade entre os seres, que evidencia o quanto perfeita a

    criao de DEUS.

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    Mesmo o Juiz Supremo no Deus, mas o carma ao que o prprio Deus teria de obedecer...

    Absurdo!

    Todos os livros espritas autnticos ensinam que DEUS o Senhor Absoluto da Vida,Onisciente e Onipotente.Quanto ao "carma" (esta expresso esotrica, a nossa Lei de Causa e Efeito),trata-

    se de um princpio geral da Justia Divina, anulador da doutrina da graa to rendosa para asigrejas profissionalizadas, mediante o qual precisamos resgatar os erros cometidos contra afraternidade, o que podemos e devemos sempre fazer por intermdio de boas aes, evitandosofrimentos teis porm no necessrios.

    Uma questo de liberdade que DEUS nos concede, permitindo-nos escolher o caminhodo progresso entre o bem e o mal, o amor e a dor.

    Eis aqui, devidamente assadas no espeto da lgica, as sardinhas do padre Quevedo.Faam delas bom proveito aqueles que tm fome espiritual por haverem sido deficientemente

    alimentados nos banquetes do dogmatismo quevediano.

    (voltar)

    A Casust ica do Padr e QuevedoDepois de termos identificado correta e suficientemente o padre Quevedo, que fala em

    nome da Parapsicologia mas nunca foi, de fato e de direito, um cientista, e aps termos deigual modo identificado a sua estratgia de combate sem trgua ao Espiritismo, cumpre-nosagora proceder ao indispensvel exame da casustica que ele manipula para alcanar o seuobjetivo.

    Neste particular impe-se-nos logo de sada chamar a ateno para um aspecto da suaobra impressa, especialmente os volumes que ostentam o Imprimatum da Igreja: nadacontm de original.

    Ele, o padre Quevedo, no apresenta qualquer pesquisa experimental feita por simesmo, com metodologia minimamente cientfica. Aproveita-se do vasto acervo dosfenmenos descritos nos anais da Metapsquica, antecessora da Parapsicologia, e em torno detais fenmenos, que no produziu e nem sequer presenciou para poder avaliar as condies decontrole, monta o seu discurso jactancioso, distorcendo fatos e fazendo insinuaes maldosassobre os mdiuns autnticos e os pesquisadores confiveis que, historicamente, confirmaramas hipteses espritas. Frequentemente descamba para a ofensa pessoal recorrendo at aodeboche.

    No s classifica Conan Doyle como "fantico" (pgina 61 do Volume 5 do Tratado OSMORTOS INTERFEREM NO MUNDO? - Edies Loyola, So Paulo, 1993).

    No s diz que "Allan Kardec chegou extrema esquizofrenia" (pgina 183 do mesmotomo).

    No s atribui tambm " fanatismo" a sbios de reputao cientfica imaculvel, comoOliver Lodge (pgina 295 do Volume 4) .

    Atinge o mximo de indelicadeza, de descortesia, de falta de educao, de incivilidade,para no dizer insanidade, chamando de "impagvel mestre esprita brasileiro" o dr. CarlosImbassahy, um homem de excepcional cultura, que o tratou de forma to distinta e to gentilquando com ele entrou em polmica. Como se tudo isso no bastasse, generaliza,

    proclamando:

    "O leitor j est saturado de saber com quanta facilidade os mestres do Espiritismo m entem..." (pgina 158 do Volume 5).

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    Mas, deixemos de lado essas ofensas e vejamos a qualidade da casustica do padreQuevedo. Ele comea o Volume 3 do seu Tratado colocando na pgina de abertura (n 7) estaspalavras:

    "Como sempre, damos preferncias aos casos mais venerados pelos espritas,casos selecionados pelos grandes mestres..

    Apesar de um tanto antigos. H muita ingenuidade.

    " J. Huertas Lozado foi um clebre esprita espanhol. Antes de sua sinceraconverso ao catolicismo, aprendera e praticara em larga escala os maisnotveis fenmenos do espiritismo. Era muito considerado e famoso. Depois desua converso, porm, ele mesmo reconhecia:

    "Outras vezes eu tinha vises. Juro que nunca vi coisa alguma. to fcililudir os homem! (...)

    "Se um espectador desejava falar com um morto que eu no conhecera,

    procurava habilmente averiguar seu nome, sem que o consulente percebesse.Depois dizia ou escrevia o que me parecia mais agradvel ao consulente, e nofim declinava o nome do esprito evocado."

    Analisemos este primeiro exemplo da casustica do padre Quevedo.Primeiro, ele afirma que dar preferncia aos casos "mais venerados" pelos espritas, e

    imediatamente escolhe o caso de um sujeito por ns desconhecido, de atitudes abominveis eno venerveis.

    Segundo, ele deixa mal a sua ptria de origem, a Espanha, pois no Brasil gente como J.Huertas Lozado, mistificadora e safada, engana os tolos mas no se torna clebre, considerada

    e famosa nos meios espritas.Terceiro, ele em nada engrandece a sua Igreja, pretendendo honr-la com a conversode um vigarista.

    E o mais grave aqui vai em uma simples pergunta:

    Como pode o padre Quevedo julgar tal sujeito digno de figurar em umTratado de Parapsicologia como elemento de peso contra a autenticidade dosfenmenos medinicos?

    A nica explicao para tamanho descuido do esperto jesuta encontra-se quase no fimdo citado Volume, pgina 263, onde ele escreve:

    " sabido que entre os santos, os msticos, e mesmo entre os pseudomsticos catlicos, sempre houve mais e melhores fenmenos para-psicolgicosdo que em ambiente esprita. No espiritismo, pelo ambiente mrbido, de "alm-tmulo", desequilibrado e desequilibrante, os fenmenos retorcidos, baixos...so quase regra; mas qualidade, e mesmo quantidade, no catolicismo. Detodos os tipos de fenmenos. Em todas as pocas."

    Eis a. No precisamos dizer mais nada relativamente a este assunto. Faz-lo seria atfaltar com o devido respeito inteligncia dos leitores.

    (voltar)

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    Os Livro s do Padre QuevedoEst na hora de esquecermos o padre Oscar Gonzalez-Quevedo como astro de

    televiso, "caador de enigmas" para-psicolgicos. Infelizmente no podemos esquecer porcompleto o inimigo no 1 do Espiritismo nesta nao. Ele no apenas um ator de talento e umesperto mgico. No palco de arena da cultura brasileira contempornea o irrequieto jesuta

    espanhol representa tambm o papel de escritor, maquiado de cientista. A partir de 1964publicou nada menos de quinze obras, todas com a finalidade especfica de pr no descrditoos mais famosos fenmenos medinicos, criteriosamente documentados por sbios de renomeuniversal, e de ridicularizar, em consequncia, a Doutrina codificada por Allan Kardec. Um sde tais livros, A FACE OCULTA DA MENTE, teve a justa refutao pela pena corajosa ecompetente do nosso saudoso mestre Carlos Imbassahy. o autor de A FARSA ESCURA DAMENTE.

    Vamos, pois, sem mais delongas, anlise lgica, honesta e paciente das brochurasquevedianas, algumas com mais de quatrocentas pginas (uma tem 786 pginas). Convmantes de tudo identificar sua fonte editorial: oito delas foram dadas a lume pela IgrejaCatlica, oficialmente; as outras no. Expliquemos este sutil detalhe: A FACE OCULTA DAMENTE, nica da qual no necessitamos nos ocupar pelo motivo retrocitado, e os Tomos 1 e 2

    de AS FORAS FSICAS DA MENTE, ostentam oImprimatum de um Vigrio Geral em BeloHorizonte, os volumes 1, 2, 3, 4 e 5 do Tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? exibemo Imprimatum de um Bispo de So Paulo - Regio Ipiranga. Sete das brochuras quevedianasforam dadas a lume em parte pelo Centro Latino- Americano de Parapsicologia CLAP (CURANDEIRISMO: UM MAL OU UM BEM?, ANTES QUE OS DEMNIOS VOLTEM, OS MILAGRE A CINCIA, O QUE A PARAPSICOLOGIA e NOSSA SENHORA DE GUADALUPE) e pelasEdies Loyola (MILAGRES A CINCIA CONFIRMA A F e O PODER DA MENTE NA CURA DDOENA). O selo das Edies Loyola consta de todos os volumes, mas s nestes dois ltimos,pelo menos nas impresses por ns adquiridos, deixam de figurar ora o Imprimatum da Igreja,ora a chancela do CLAP.

    Ressalta do exposto, irretorquivelmente, que uma parte dos livros do padre Quevedotem a sua divulgao feita pela Igreja Catlica em termos oficiais, outra parte tem adivulgao feita pela mesma Igreja em termos oficiosos, atravs de uma editora a ela ligada,ambas essas fontes no cientficas, porque declaradamente religiosas. Resta saber se a outrafonte geradora da parte restante das brochuras quevedianas, o Centro Latino Americano de Parapsicologia CLAP, possui carter cientfico como pretende, o que daria ao padre Quevedoautoridade moral e tcnica para dizer o que diz e fazer o que faz.

    O mencionado Centro de Parapsicologia se apresenta como uma entidade de "Pesquisa,Ensino e Clnica".

    Padre Quevedo, todos sabem, sob a gide de tal Centro, o CLAP, pontifica comoparapsiclogo, fazendo "experincias" na maioria das vezes teatrais, ministrando cursos etratando de pessoas enfermas sem ser mdico nem psiclogo ( Doutor em TEOLOGIA, dePsicologia cursou somente Licenciatura, o que no lhe d o direito de clinicar sobre a sade de

    ningum, um tanto mais quando combate tanto a medicina alternativa e pede cadeia para osmdiuns espritas que curam melhor do que ele, sem cobrar consulta...).Se o CLAP , efetivamente, um Centro Cientfico como Quevedo propala, o seu discurso

    de escritor torna-se digno de respeito, se no constitui uma fraude muito maior do queaquela que ele atribui aos mdiuns da categoria de Francisco Cndido Xavier, a quem acusa deter sido "pego em truque.

    Lancemos uma luz definitiva sobre esta delicada e importante questo.O Centro Latino-Americano de Parapsicologia CLAP, dirigido pelo padre Quevedo,

    de fato um Instituto Cientfico? Tem fins cientficos em seus estudos e emprega mtodoscientficos em suas prticas? Ou um rgo religioso disfarado, que engana as pessoasdesejosas de um conhecimento cientfico autntico e imparcial em assuntos para-psicolgicos?

    Eis como respondemos a estas perguntas utilizando as palavras do prprio padreQuevedo. Leiamos o que ele escreveu em dois livros. No Volume 4 do Tratado OS MORTOSINTERFEREM NO MUNDO?, pgina 99, h o seguinte trecho ilustrativo dos critrios, interessese condutas do Centro Latino-Americano de Parapsicologia:

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    "Nisto temos muita experincia no CLAR Nosso Museu est cheio de roupa e de toda classe de estatuetas de exus e orixs que ex-mdiuns nos deram, ao se verem l ivres dessa perniciosa superst io. A conversa pode ter sido relativamente rpida, em pessoas mui fanatizadas e de grande inteligncia, mas s vezes tambm o tratamento para reequilibrar os nervos e o psiquismo foi demorado e difcil... Inclusive alguns ex-mdiuns passaram a ser professores de Parapsicologia."

    Sem comentrios porque o melhor vai adiante.No livro NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, pgina 9, o padre Quevedo se descuida,

    escorrega, tomba e a mscara cientfica do Centro Latino-Americano de Parapsicologia CLAPse rompe por inteiro nesta curta frase:

    "Com m uito orgulho e splica, o CLAP desde a sua fun dao, proclama Nossa Senhora de Guadalupe como sua Padroeira."

    Com tal proclamao como pode ser cientfico o laboratrio onde padre Quevedo produzseu veneno terico, com o qual sonha matar o Espiritismo?

    (voltar)

    A Guer ra Sagrada do Padre QuevedoComecemos nossa anlise lgica, honesta e paciente dos livros do padre Quevedo pelo

    Volume 1 do Tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO?, que subtitulado de OS

    ESPRITOS E OS FENMENOS PARAFSICOS.Na Introduo o aludido autor enfatiza:

    "Este o problema abordado neste livro. H fenmenos sobrenaturais devidos interveno dos espritos dos mortos? Ou tudo natural? No vamos cair em m eras discusses de nomes." (Pgina 8)

    Por a j se constata a tica vesga e a inteno fidestica do padre Quevedo, ou seupropsito de tornar confusa a questo que deseja tratar. Os fenmenos devidos intervenodos chamados mortos so absolutamente naturais e no sobrenaturais, como explica adoutrina kardequiana que ele menospreza por dever de ofcio, pois se os mortos interferem nomundo no se encontram isolados em um cu de beatitudes contemplativas, no se achampresos em um purgatrio, nem esto sendo queimados em um inferno onde permanecero portoda a eternidade como ensina a Igreja Catlica.

    Logo na pgina 38 Quevedo d partida sua guerra santa contra os fenmenossupranormais que justificam a Doutrina Esprita, contra os mdiuns pelos quais essesfenmenos so produzidos e contra numerosos cientistas que os documentaram fartamente,atravs de pesquisas e experimentaes clssicas na Histria do Psiquismo, feitas com osmaiores cuidados metodolgicos, sob os mais rigorosos sistemas de controle.

    impressionante como Quevedo, um simples jesuta espanhol aculturado no Brasil que jamais foi cientista, que para tanto nunca teve formao acadmica, que at a presente data

    no apresentou a ningum um s trabalho meticuloso, sbrio e validamente conclusivo nocampo de pesquisa da paranormalidade (nem poderia apresentar porquanto, conforme vimosno texto precedente, o Centro de Parapsicologia por ele criado tem at uma Santa na condiode Padroeira, "com muito orgulho e splica", confessa), impressionante, repetimos, como opadre em tela procura desmoralizar fenmenos que no presenciou, inclusive atingindo a

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    honradez de pessoas que no conheceu. Para tanto se apropria sobretudo dos opulentosregistros da Metapsquica, onde figuram os fatos mais eloquentes comprovadores dasobrevivncia da alma e sua comunicao com o plano da vida material. Apropriando-seindevidamente dessa literatura ele distorce os fatos, falseia as interpretaes razoveis, ecomo se isto no bastasse atira lama na dignidade de todos os grandes espritas do passado,aqueles que fizeram, para sempre, a glria do nosso movimento ideolgico.

    muito difcil responder aos livros do padre Quevedo com serenidade e elegncia, componderao e equilbrio, tantas so as suas inverdades de efeito calunioso. Mas, no sepreocupe o leitor, saberemos nestes escritos manter a calma e a continncia verbal, deixandode enveredar pelo caminho do adversrio gratuito e at lhe perdoando as ofensas.

    Para destruirmos as construes tericas quevedianas suficiente mostrarmos apobreza dos argumentos nelas contidos. Vejamos, por exemplo, o que consta da pgina 39/40do Volume 1 do Tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO?. Leiamos com a mximaateno:

    " S u p on h a m o s a u t n t i ca a m e l h o r f a n t as m o g n e se c om Eu s p i a,

    P al l a d i n o , a m e l h o r c o n t r o l a d a , p e r a n t e c i n c o o b s e r v a d o r e s .

    " P o u ca l u z: u m a v e la c ol o ca d a e m o u t r a s al a, p o r t a e n t r ea b er t a .En t r e a s c o r t i n a s , e n t r e a s q u a i s e st a v a Eu s p i a , m o s t r a - se r e p e t i d as v e z e s , r a p i d a m e n t e , o b u s t o d e u m a m u l h e r . B e i j a e a b r a a E v a r i s t o Tes t a c a r i n h o s a m e n t e . Co m d i f i c u l d a d e c o n s e g u e r e s p o n d e r a Ev a r i s t o : " So u t u a m e , m e u f i l h o " N o c o n s eg u e m o s t r a r - se b e m v i si v e l m e n t e .N em o p r pr i o Ev a r is t o Te st a , n e m B oz za n o e Av e li n o c on s eg u em d i st i n g u ir o r o st o d o f a n t as m a . F u gg i on i e Pa st o r i n o, p o r m , m e l h o r co lo ca do s co m r es pe it o e sca ssa l u m in o si da de , d ecl ar a m q u e c on s e g u em d i st i n g u i - l o s u f i ci e n t e m e n t e . Su a s d e sc r i e s p o s t er i o r e s c oi n c id e m . Ev a r i st o Te st a f i co u c on v e n c id o d e q u e d e sc r ev i a m o r o s t o d e s u a m e. " I m p o s sv e l o b j e t am o s a m i g o s, t r a t a - se d e u m a m u l h er

    m u i t o j o v e m . " Co m e f e it o , r e s p on d e Ev a r i st o , m i n h a m e m o r r e u c om s o m e n t e v i n t e a n o s N e m Eu s p i a n e m o s o u t r o s m e m b r o s d o " C r cu l o Ci e n t f i c o M i n e r v a e sp r i t a , d e G n o v a, o s ab i a m . N o d i a s eg u i n t e ,Ev a r i s t o Tes t a j u n t o u u m a f o t o g r a f i a d a s u a m e co m o u t r a s f o t o g r a f i a s d e m o a s d a m e sm a po ca . Fu g gi on i co m f aci li da de i de nt i fi co u a f o t o g r a f i a d a m e d e Tes t a c om o a d o f a n t a s m a q u e v i r a . I m p o r t a n t e ,a l m d o m a i s , p o r q u e a m e p o u c o o u n a d a s e p a r e c i a co m Tes t a , e n t r e a s f o t o g r a f i a s e st a v a a d e u m a t i a q u e m u i t o s e p a r e c i a co m e l e .

    Su p o n h a m o s q u e a d i f i c u ld a d e e m s e f a ze r o f a n t a sm a p l e n a m e n t e v i s v e l n o s e d e v e s se s l g i c a s p r e c a u e s d a f r a u d e . Ta l d i f i c u l d a d e ,co m o " o s e sf or o s i na u di t os p ar a co n se gu i r a r t icu la r p al av r as" e x p r e s s a m e n t e n a s a t a s d e m o n s t r a m q u e t a i s f e n m e n o s f si c o s s o , s e x p en s as d o m d i u m , f o r as l at e n t es d o p r p r io m d i u m , n o d o a l m . "

    Apreciemos a deduo quevediana tendo em vista os dados descritivos do fenmeno.Primeiro a hiptese da fraude. Ora, se nem a mdium nem qualquer um dos

    participantes da sesso sabia que a me de Evaristo Testa havia desencarnado aos vinte anos,por que no deixariam de simular a sua apario como uma mulher um tanto idosa,aparentemente me de pessoa adulta?

    Depois a hiptese de uma ideoplastia resultante de "foras latentes do prprio mdium,no do alm". Acontece que no foi Euspia Palladino, a mdium, e sim duas outras pessoas,que distinguiram com nitidez o fantasma e escutaram ele afirmar ser a me de Evaristo Testa.Uma delas, em razo disso, depois identificou a me de Evaristo Testa, que no se parecia comele, em uma foto na qual estava, afora outras moas da poca, uma tia que se pareciabastante com o mesmo.

    Consideraes como estas no valem nada para o nosso oponente. Como frisamos

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    linhas atrs, ele ataca sistematicamente todos os fenmenos medinicos, sejam ou noconvincentes, se necessrio sem pudores ticos, fazendo-lhes retries que vo da injria aodeboche. Eis a prova disso:

    No livro retrocitado, pgina 166, declara que "Euspia era e demonstrou sempre ser habilssima t rucadora".Na pgina 60, escreve:

    "Em Parapsicologia inverteu-se o aforisma de Bozzano e dos espritas.Precisamente quanto mais difcil o fenmeno, mais motivo para atribu-lo ao vivo. Assim surgiu aquele ditado irnico com referncia pergunta inicial nas sesses espritas de "mesa branca" (kardecistas). "Se est aqui algum esprito,que bata duas vezes; se no est, que bata cinco"..."

    Engraado.Sem dvida, muito engraado.Mas o padre Quevedo, com todo o seu talento histrinico, ou melhor, sarcstico, que

    no assenta bem a um homem de formao sacerdotal (j no dizemos nem cientfica), vaiaprender doravante algumas lies de seriedade.

    No perde por esperar!

    (voltar)

    Padr e Quevedo e as Crian asProsseguimos enfocando, com a lanterna do bom senso, os dislates e disparates do

    Volume 1 do Tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO?. Eles so gritantemente ilgicos,to eivados de fanatismo religioso, embora simulem intenes cientficas, que chegam at a setornar risveis.

    Alis, deixando-se trair peio inconsciente que tanto exalta, nas pginas 106/107 opadre Quevedo confirma o que denunciamos no texto anterior, ou seja, a sua ttica dedenegrir os fenmenos medinicos no para servir Cincia Para-psicolgica, e sim paraatingir a Doutrina Esprita, contrria filosoficamente f catlica.

    Escreve ele:

    "Os espritas, ele acordo com sua doutrina, no podem negar que possa haver comunicaes ele espritos superiores" como seriam Jesus Cristo, Nossa

    Senhora, outros santos e o prprio Deus! (que no esprito de morto!)... E no o negam. So mais numerosas, durante mais sculos, mais unnimes de contedo do que as comunicaes espiritides. E no se atreveriam a qualificar como mdiuns inferiores os grandes msticos catlicos. E no os qualificam.Portanto esto forados, se tivessem um mnimo de lgica, a aceitar a doutrina catlica e rejeitar e destruir assim a doutrina esprita, em muitssimos pontos,completam ente diferente e at oposta..."

    A est a queixa de certo modo aceitvel do zeloso padre Quevedo. O problema queele no assume a sua condio de jesuta e fica posando para o pblico de cientista. Deixemos,contudo, isso de lado, porque h coisas mais importantes no livro de sua lavra sob exame.Insinuar, por exemplo, que "98% ou mais dos fenm enos parafsicos em sesses ele espiritismo so fr audes" afigura-se brincadeira irresponsvel. Quevedo faz isto (pgina 89) nocom base em qualquer estatstica confivel e sim arrimando-se, em primeiro lugar, no parecerde um colega de batina, o Pe. Herdia, que se celebrizou dando espetculos teatrais em NovaYork com o fim de revelar supostos truques de mdiuns.

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    Quevedo tambm cita Paul Heuz (pginas 160, 162 etc.) em abono de suasinvencionices, quando todos os estudiosos da Metapsquca bem informados sabem que Heuzfoi publicamente desmascarado por adulterar depoimentos de emritos cientistas em uminqurito sobre fenmenos paranormais que realizou. No sexto escrito desta srie jabordamos o assunto, ficando claro que Paul Heuz foi desmentido no s por pesquisadoresespritas, como Flammarion e Geley, mas ainda por experimentadores radicalmente antiespritas, como Ren Sudre.

    Quevedo chega ao despautrio de sugerir que Gabriel Delanne endossava raciocnioscomo os seus (pginas 62/63), quando ningum ignora o ardor que esse notvel engenheiro epensador francs, autor de oito livros, falecido em 1926, sempre demonstrou na defesa dosfatos e princpios da nossa crena, divulgando-os desde a juventude at velhice avanada emque, vitimado pela cegueira, ainda participava entusiasticamente de congressos espritas, aliscom extrema fidelidade ao pensamento de Allan Kardec.

    Porm esqueamos estas miudezas quevedianas ridculas para focar, com uma lanternaque no mgica mas suficientemente poderosa diante de sofismas, dois casosinteressantes de manifestaes de Espritos que o Volume 1 do Tratado OS MORTOSINTERFEREM NO MUNDO? tenta pr na lata do lixo. Eles so reproduzidos nas pginas

    104/105 e 124/125.No primeiro temos o seguinte:Em derredor de uma menina de dez anos, chamada Florrie, filha de um advogado, em

    Kingstown, escutava-se inexplicveis rudos. No comeo os pais admitiram que tudo podiadecorrer de artimanha de Florrie, depois

    "a professora de msica afirmava que o piano, em frequentes ocasies, dava fortes estalos quando a menina o dedilhava. Convencidos de que o truque era impossvel, chamaram o professor Barret, em cuja cultura confiavam".

    Perante Barret ("dr. William Barret, Membro da Sociedade Real"), a plena luz,"ouviram-se umas arranhaduras na madeira da mesa e das cadeiras. Depois,marteladas no assoalho. As pancadas tornaram- se m ais fortes sempre que ensaiavam uma cano alegre. As pancadas acompanhavam engraada mente o ritmo, e o mesmo as arranhadelas na madeira, com som semelhante ao de um violoncelo.

    "Entabulavam dilogo com as tiptologias. Iam pronunciando pausadamente as letras do alfabeto. Uma pancadela precisa ia marcando as letras necessrias para formar as palavras das respostas. Barret repetidas vezes colocou o ouvido nos locais de onde procediam as tiptologias e percebia nitidamente as vibraes rtmicas no interior da madeira. s vezes, as pancadas se deslocavam apedido.Um dia Barret pediu que batessem bem perto dele, entre suas m os postas acima e embaixo do tampo do velador. Foi a tendido, e experimentou

    nitidamente a vibrao das pancadas entre suas mos."Barret experimentava umas vezes ficando s com E/orne, outras vezes na

    presena tambm dos pais, outr as vezes pedia a colaborao de out ras pessoas.Os fenmenos no eram afetados sistematicamente pelo nmero de pessoas a nica presena imprescindvel era a de Flornie. Assim Barret viu ruir plenamente sua teoria da alucinao."

    E tem mais:

    O dr. Bar ret fez a pergunta nas suas exper incias, as pancadas responderam, em vrias sesses, que era um rapaz chamado Walter Hassey Asra. C. informou que, s vezes, quando ia dar boa noite sua filha, surpreendia- a conversando com seu amigo, que respondia por pancadas."

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    O sapientssimo Quevedo d sua opinio a respeito do caso.Ei-la:

    "Esse tipo de dilogo por pancadas, assim como outros mtodos parecidos, clssico do espiritismo. O fenmeno fsico realizado pela energia fsica dos vivos."

    Quanto ao Esprito comunicante, Walter Hassey, o grande parapsiclogo de crucifixolavra a sua sentena com a maior naturalidade:

    "A anlise dos fatos mostrou ser verdadeira a lgica suspeita de que Walter Hassey fosse simplesment e a personificao do inconsciente de Florrie..."

    Como o inconsciente de Florrie, que tinha a idade de dez anos, poderia na lgicaquevediana j se encontrar muito enriquecido de informaes, vejamos agora o outro caso,ocorrido com uma criana de apenas TRS anos, junto da qual

    "Desapareciam constantemente pequenos objetos. Os pais, intrigados,perguntaram menina e esta, sem se intimidar respondeu que sua amiguinha Jlia os tinha levado.

    O padre Quevedo diz que

    "Nada h de extraordinrio que uma criana de poucos anos converse e inclusive veja seus amigos imaginrios (imagens eidticas)" explica.

    Continua, porm, o relato:

    "Os pais pediram: " melhor que voc diga a Jlia que queremos tudo aquilo de volta". Para grande surpresa deles, os objetos comearam a reaparecer.

    "Foi completamente intil a estrita vigilncia dos pais sobre a filhinha. Da mesma maneira que os objetos desapareceram, apareceram da maneira mais misteriosa, todos, um a um. Mas a estranheza chegou ao m ximo com o pndulo do relgio: sumiu. Jlia (?!) dizia que no podia devolv-lo "agora". E essa resposta foi sendo repetida por seis meses. De repente apareceu. Como uma criana de trs anos poderia tirar e repor o pndulo do alto relgio de parede ? Nem mesmo os pais poderiam faz-lo sem alguma habilidade e subindo num a escada para alcanar o encaixe.

    "O pai, farmacutico, tinha observado e dirigido a vigilncia, e anotara meticulosamente o desaparecimento e reaparecimento de cada objeto.

    A esta altura do relato Quevedo faz outra observao nestes termos:

    "No conhecendo o aporte para-psicolgico, parecia-lhes im possvel que fosse a menina. Como suspeitar de si mesmos?

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    E o relato assim complementado:

    Ningum mais frequentava a casa, e certamente no em aquelas ocasies.Consultaram mdicos, policiais... E por fim ao esprita Boddington, que se esforou por convencer os pais, de que a menina era mdium e vtima do esprito desencarnado de Jlia.

    Quevedo tambm complementa suas observaes sobre o caso desta forma:

    "Com bom senso, os pais no aceitaram a interpretao esprita. Aceitaram que fosse a menina misteriosamente sem culpa e por isso sem castigo. Jlia seria ainda mais um mistrio "Jlia era manifestamente a prosopopeia das lgicas ambies da criana, raivosinha, vingativa e renitente obedincia. Amenina predizia com exatido os desaparecimentos e reaparecimentos."

    Eis a, estimado leitor, em transcrio fiel, minuciosa, como pensa e escreve o padreQuevedo. Desse jeito ele ficar na Histria da Parapsicologia Moderna como um autor genial,pico, apotetico, emblemtico... O mais superficial, seno divertido, de quantos jsubestimaram a inteligncia dos leitores, na esperana v de poder desacreditar o Espiritismo.

    (voltar)

    O Quevedo Cont rad i t r ioHaveria ainda muito o que comentarmos no Volume 1 do Tratado OS MORTOS

    INTERFEREM NO MUNDO?, mas infelizmente precisamos pr em pauta diversos outros livrosdo padre Quevedo, onde pululam tolices e inverdades maiores do que aquelas das quais ataqui nos ocupamos, constrangidamente.

    Desprezemos, pois, no referido volume, coisas assim:

    "Inclusive, Bozzano destaca a ligao trgica em 207 casos! No conheo porque no h em t oda a casustica para- psicolgica..." (pgina 78).

    Esta demonstrao de vaidoso radicalismo no s surpreende, espanta, pela falta desenso crtico. Nenhum autor que tenha um mnimo de sensatez declara, em matria cientfica,que algo no existe simplesmente porque ele desconhece. Quem pode j ter lido todos osrelatrios e registros de fatos para-psicolgicos existentes em milhares de bibliotecasespalhadas por numerosos pases???

    Olvidemos as demais exibies de egocentrismo do padre Quevedo que tornam quasecmico o Volume 1 do Tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO?. E passemos para oVolume 2. Neste no menor a fartura de impropriedades conceituais, de flagrantesincoerncias, de raciocnios maquiavlicos e de acusaes levianas a mdiuns e pesquisadoressimpticos aos fenmenos espritas. Vejamos os absurdos mais salientes, mais deplorveis,colocando de lado picuinhas maldosas como a da pgina 24 (a brochura HISTRIA DE JOANADARC DITADA POR ELA MESMA no foi publicada"sob a direo de Allan Kardec",embora ocodificador do Espiritismo tenha tomado conhecimento do seu teor antes da edio), e dapgina 65 (Zus Wantuil sempre foi assessor da Federao Esprita Brasileira, nunca "diretor").Entremos logo naquilo que relevante.

    Nas pginas 57/58 o padre Quevedo escreve:

  • 8/2/2019 001_Quevedo_e_o_Espiritismo_o_fim_de_uma_farsa

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    "Um dos mestres, precursores ou fundadores do espirit ismo moderno,Stainton Moses, num livro que alcanou mais ele uma centena de edies entre os espritas, afirm a a respeito das entidades que se manifestam em toda parte,em todos os centros:

    " M u it a s d e ss as e n t id a de s s o s er e s m a l f i co s n o s s eu s g o st o s e i m p u ro s n o s s eu s co st u m e s, q u e e st o r eu n id os e m b an d os so b o co m a nd o d a i n t el ig n ci a m a i s m a l f i ca , p ar a ca usa r d an o , p ar a o b s t a c u l a r n o s s a o b r a . "

    "No espiritismo, como vim os, no so bons os espritos que se manifestam .Tambm no so conjuntamente espritos bons e maus."

    Note-se a refinada m-f da transcrio que reproduz apenas um curtssimo fragmentodo texto de Stainton Moses, e a concluso desonesta. Moses no afirma que TODAS asEntidades manifestantes nas sesses espritas so "seres malficos", diz unicamente queMUITAS delas o so. Se outras deixam de ser, logicamente so Espritos bons.

    Continuemos nossa anlise fria e desapaixonada.Depois de classificar os espritas como pantestas o padre Quevedo chega ao desvariode asseverar que Allan Kardec nega a Divina Providncia (pginas 86/87). Ora, todo mundosabe que a doutrina codificada por Kardec comea com O LIVRO DOS ESPRITOS, onde, nocaptulo primeiro, o pantesmo criticado de forma direta, e onde so atribudas a DEUS todasas perfeies, situando-O como Senhor da Vida e dos destinos humanos.

    Quevedo, nesse Volume 2, misturando fantasiosas lucubraes pretensamentecientficas com devaneios de religiosismo dogmtico, acaba se perturbando, como no poderiadeixar de acontecer. Tanto assim que no intuito de exaltar os catlicos, somente conseguetambm ofend-los quando, esforando-se para parecer imparcial, atinge com suametralhadora giratria figuras veneradas pela Igreja Romana. Eis uma frase da pgina 186:

    "No se est a discutir a santidade. Mas que Ana Catarina Emmerich era histrica em alto grau indiscutvel."

    Na pgina 212 Quevedo passa a ideia de que as decantadas vises de Sta. Tereza eramprojees alucinatrias e a pgina 313 ele comea deste modo:

    "CONFIRMAO TEOLGICA?

    "O QUE O SANTO NO PODIA ENTENDER"D um misto de pena e compreenso ver hoje a situao a que chegava

    uma inteligncia to prodigiosa como a de Sto. Agostinho."

    Alguns trechos do Volume 2 do Tratado OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? so parans, espritas, deliciosamente estranhos ou estranhamente deliciosos. Pela pgina 63 ficamossabendo que

    "um a alta autoridade da Igrej a. m odelo de piedade e amor a Deus, hoje com causa de beatificao introduzida",durante um "delrio prvio morte" pronunciou em presena de testemunhas "horrveis blasfmias" (No teriam sidoessas horrveis blasfmias verdades espritas e o delrio prvio morte umdespertar de conscincia?). Parece que basta este exemplo para ilustrar aconfuso mental quevediana.

  • 8/2/2019 001_Quevedo_e_o_Espiritismo_o_fim_de_uma_farsa

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    Perdido na teia das suas vexatrias contradies o padre Quevedo busca salvar a peledo jeito habitual, atacando o codificador do Espiritismo nestes delirantes termos, pgina 104:

    "Resta-nos s admirar a petulncia de Allan Kardec que consider