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Diversidade Beta

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    Resumo

    Os ambientes abertos de Cerrado tm sido considerados ambientes marginais ou complementares para

    beija-flores, apesar do registro de considervel nmero de espcies deste grupo de visitantes florais. Estes

    utilizam uma variedade de plantas, incluindo aquelas sem caractersticas ornitfilas. O objetivo do trabalho

    foi investigar a flora utilizada por beija-flores como recurso alimentar em trs reas de Cerrado, distantes

    entre si de ca. 20 a 150 km. Em cada rea foram demarcados, em cerrados.s., dois transectos de 1 ha cada,

    que foram percorridos quinzenalmente para identificao das espcies utilizadas pelos beija-flores, os quais

    tambm foram identificados. A riqueza de espcies de plantas encontrada (26) foi maior que a registrada em

    outros estudos na mesma regio, porm foi menor que na maioria dos ambientes florestais. Destas espcies,

    apenas nove (34%) apresentaram sndrome de ornitofilia. Foram registradas nove espcies de beija-flores

    (Trochilidae) nas trs reas. Apesar da grande diversidade beta descrita para plantas no Cerrado, a similaridade

    de espcies utilizadas pelos beija-flores foi alta entre os transectos das trs reas estudadas, independente de

    serem plantas tipicamente ornitfilas ou no. Havia plantas oferecendo recursos florais para os beija-flores

    durante praticamente todo o ano. O grande nmero de espcies no ornitfilas utilizadas por estas aves

    corrobora a ideia de que, em ambientes de Cerrado, as espcies vegetais que oferecem nctar parecem ser

    mais importantes para os beija-flores que vice-versa.

    Palavras-chave: Savana brasileira, Ornitofilia, Trochilidae.

    Abstract

    The open savanna areas of the Cerrado region in Central Brazil have been considered as marginal orcomplementary habitats for hummingbirds, despite the considerable number of hummingbirds recorded.

    These birds use a variety of plants without ornithophilous caracteristcs. The objective of the study was to

    investigate the flora used by hummingbirds as food resource in three Cerrado areas 20 to 150 km apart. In

    each of these cerrados.s. areas, two transects of 1 ha each were walked fortnightly to identify the plant species

    used by hummingbirds, which were also identified. The number of plant species recorded (26) was higher

    than that observed for other studies in the same region but was lower than that recorded for forest habitats.

    Only nine plants (34%) showed a truly ornithophilous syndrome. There were nine hummingbird species

    (Trochilidae) in the three areas. Although the Cerrado flora has been characterized by its high -diversity, the

    hummingbird plants among transects and areas were very similar. Despite being truly ornithophilous or not,

    there were plants offering nectar to hummingbirds year round. The indiscriminate use of non-ornithophilous

    species corroborates the idea that, in Cerrado habitats, nectariferous plants seem to be more important to

    hummingbirds than vice-versa.Key words: Brazilian savanna, Ornithophily, Trochilidae.

    Diversidade beta de plantas que oferecem nctar como recurso floralaos beija-flores em cerrados do Brasil Central-Diversity of hummingbird plants in cerrado areas of Central Brazil

    Adriana Oliveira Machado &Paulo Eugnio Oliveira

    Rodrigusia 66(1): 001-019. 2015

    http://rodriguesia.jbrj.gov.br

    DOI: 10.1590/2175-7860201566101

    Universidade Federal de Uberlndia, Inst. Biologia, bl. 2D, Campus Umuarama, 38405-320, Uberlndia, MG, Brasil.

    Autor para correspondncia: [email protected]

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    2 Machado, A.O. &Oliveira, P.E.

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    IntroduoEmbora tenha uma flora com riqueza

    comparvel a de florestas tropicais (Felfili et al.2008), e uma considervel variedade de beija-flores, ca. 36 espcies (Macedo 2002), o Cerrado

    tem relativamente poucas espcies de plantasclaramente ajustadas sndrome de ornitofilia.O sistema de polinizao por insetos, sobretudoabelhas, predomina sobre os demais (Oliveira &Gibbs 2000, 2002; Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 2006; Martins & Batalha 2006;Barbosa & Sazima 2008). Embora a estimativa sejade que 7,5% da flora do Cerrado seja composta porespcies ornitfilas (Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 2006), estudos em comunidadesespecficas revelaram porcentagens aindamenores (1,8 a 3,0%) (Silberbauer-Gottsberger &

    Gottsberger 1988; Borges 2000; Oliveira & Gibbs2000; Barbosa & Sazima 2008). As condiesambientais de alta temperatura e baixa umidadeso apontadas como causas da baixa riqueza deflores ornitfilas no Cerrado, fazendo com quealguns autores caracterizem-no como um ambientemarginal, um habitat secundrio para os beija-flores, ou uma extenso das reas de florestas(Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 2006).

    Apesar da baixa ocorrncia de espciesessencialmente ornitfilas no Cerrado, estudosmais recentes tm mostrado que os beija-flores

    visitam muitas espcies de plantas no ornitfilas(Oliveira & Gibbs 2000; Arajoet al. 2011; Arajoet al. 2013; Maruyama et al. 2013). A utilizao degrande nmero de espcies com outras sndromesde polinizao pelos beija-flores no Cerrado podeser em funo da pouca ocorrncia de grupos deplantas tipicamente ornitfilas como Bromeliaceae,mas tambm porque estes beija-flores podem tercapacidade de explorar recursos regionalmentevantajosos, que no refletem as caractersticas dasndrome de ornitofilia (Carvalho 1999).

    A grande diversidade beta encontrada entre

    as reas de Cerrado mais distantes e entre asfisionomias (Ratter et al. 2003; Bridgewater etal. 2004; Felfili et al. 2008) deve influenciar adiversidade e comportamento dos beija-flores emcada regio em particular. Com plantas diferentesem cada rea, eles devem utilizar uma maiorvariedade de recursos florais, inclusive de maneiraoportunista, e devem depender da disponibilidadedestes recursos (Maruyama et al. 2013). Istotem sido comprovado nos poucos estudos sobredisponibilidade de recursos florais para beija-

    flores em reas de Cerrado que envolveramdiferentes fitofisionomias, onde algumas delascompartilharam recursos oferecidos ao beija-flores, mas tambm continham espcies exclusivas(Arajoet al. 2013; Maruyama et al. 2013).

    O Cerrado apresenta plantas com floresao longo do ano todo, apesar da sazonalidademarcada. No entanto, existem perodos onde adisponibilidade destes recursos pode ser maisbaixa, no sendo uma determinada rea oufisionomia, suficiente para manter as populaesresidentes de beija-flores. J sabido que, emdeterminadas reas, diferentes fisionomias secomplementam na disponibilizao de nctar,favorecendo a permanncia deles na rea (Arajoet al. 2013; Maruyama et al. 2013). Mas, noexistem ainda para o Cerrado, estudos envolvendo

    reas diferentes e mais distantes que permitam ummelhor entendimento dos movimentos dos beija-flores numa escala regional.

    Neste contexto, os objetivos do presenteestudo foram determinar a riqueza de espciesvegetais utilizadas por beija-flores como fontede nctar em reas de cerrado s.r., caracterizara distribuio temporal destes recursos e suasimilaridade entre as reas estudadas, alm dedeterminar as espcies de beija-flores ocorrentes.

    Material e mtodos

    reas de estudoO estudo foi realizado em trs reas depreservao de Cerrado. Duas destas no TringuloMineiro, a RPPN do Clube de Caa e Pesca Itororde Uberlndia (CCPIU) (1858S 1900S e4817O 4819O) e a Estao Ecolgica do Panga(EEP) (19o09S 19o11S e 48o23O 48o24O), euma no sudeste de Gois, o Parque Estadual da Serrade Caldas Novas (PESCAN) (1743S 1752S e4839O 4845O) (Fig. 1).

    As caractersticas climticas da regio deUberlndia, onde se encontram o CCPIU e o Panga,

    e do sudeste de Gois, localizao do PESCAN,correspondem ao tipo Aw (segundo classificaode Kppen) com vero quente e mido e invernofrio e seco. A temperatura anual mdia de 22C e aprecipitao mdia de 1.500 mm anuais, com chuvasconcentradas entre os meses de outubro e maro (Rosaet al. 1991; Nimer 1989).

    A Estao Ecolgica do Panga fica a umadistncia aproximada de 21 km do Clube Caa ePesca Itoror de Uberlndia. O Parque Estadual daSerra de Caldas Novas fica a cerca de 150 km da

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    Diversidade de plantas de beija-flores

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    Figura 1 Localizao das reas de estudo. a. Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN). b. Clube

    de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia, Uberlndia, Minas Gerais (CCPIU). c. Estao Ecolgica do Panga, Uberlndia,

    Minas Gerais (EEP). Os crculos indicam as localizaes dos transectos. Escala: 1.000 m. Fonte: Google Earth.Figure 1 Location of the study areas. a. Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN). b. Clube de Caa e Pesca Itoror

    de Uberlndia, Uberlndia, Minas Gerais (CCPIU). c. Estao Ecolgica do Panga, Uberlndia, Minas Gerais (EEP). The circles indicate

    the transects location. Scale: 1,000 m. Source: Google Earth.

    EEP e a cerca de 140 km do CCPIU. Em cada reade estudo foram delimitados dois transectos de1.250 m 8 m, sendo 4 m de cada lado da trilha,totalizando um hectare de rea amostrada em cadatransecto. Os transectos foram demarcados em

    reas de cerrado (s.r.). A distncia entre o final deum transecto e o incio do outro foi de no mnimo300 m e no mximo 1945 m (Fig. 1a-c).

    Coleta de dadosAs trilhas em cada transecto foram percorridas

    quinzenalmente no perodo de maio de 2009 amaio de 2010 e foram registradas todas as florespotencialmente utilizadas pelos beija-flores paraconsumo de nctar, tendo elas caractersticasornitfilas ou no. Os critrios utilizados paraincluso das espcies foram a observao direta

    de visitas pelos beija-flores em campo e relatos deoutros observadores e da literatura.

    As plantas foram classificadas quanto aohbito, colorao predominante da flor ou unidadede atrao e forma da corola. Foram utilizadas

    as categorias de colorao descritas por Barbosa& Sazima (2008): amarela, azul, branca, laranja,lils, roxa e vermelha, sendo que flores com coresclaras, prximas ao branco (baixa saturao, comoesverdeado e creme) foram classificadas comobranca. As flores foram ainda classificadas quanto sndrome de polinizao (sensu Faegri & vander Pijl 1979) e foi observado de maneira geral ocomportamento de florao das espcies vegetais.Foi observado o nmero de meses que as espciesapresentavam florao em cada uma das reas deestudo, e as espcies foram classificadas como

    a b c

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    de florao anual curta ( 1ms), intermediria(1 a 5 meses) ou estendida (> 5 meses) (adaptadodeNewstrom et al. 1994; Arajo et al. 2013).Observaes gerais nas reas permitiram observarse o comportamento de florao se repetia em anos

    subsequentes, mas no foram realizadas observaesplurianuais que permitissem definir padresfenolgicos. As reas e os seus transectos foramcomparados quanto composio das espciesutilizadas pelos beija-flores atravs do coeficientede Srensen (Brower & Zar 1984).

    Para a determinao das espcies de beija-flores ocorrentes nas reas de estudo foram feitasobservaes nos transectos demarcados e nas suasproximidades, com auxlio de binculos e comregistros fotogrficos quando possvel. Como asobservaes foram feitas concomitantemente ao

    percurso das trilhas, estima-se que foram feitas ca.660 horas de observao (ca. 220 horas em cada rea).A identificao dos beija-flores foi feita por meio deliteratura (Grantsau 1989; Sigrist 2009) e auxlio deespecialistas. No se considerou o dimorfismo sexualdos beija-flores e estes s foram registrados quandovisitavam especificamente as flores daquelas espciesde plantas includas no estudo.

    Resultados

    1 - Espcies de plantasCaracterizao

    Durante o perodo de estudo, floresceramnas trs reas 26 espcies cujas flores ofereciamnctar como recurso alimentar aos beija-flores.Estas espcies esto distribudas em 12 famliase 21 gneros (Tab. 1). As famlias com maiorriqueza de espcies foram Vochysiaceae com seisespcies (23,1%), Bignoniaceae com cinco (19,2%)e Fabaceae com quatro (15,4%). Bromeliaceae eRubiaceae foram representadas por duas espciescada, e as demais famlias por uma nica espciecada. Qualeafoi o nico gnero representado portrs espcies, os gneros Bauhinia, Palicoureae

    Vochysiapor duas espcies e os demais gnerospor apenas uma espcie.Entre as espcies registradas foi observada

    uma grande diversidade de cores predominantesno perianto. Predominaram as flores amarelas, comnove espcies (34,6%), seguidas pela coloraobranca com sete espcies (26,9%). Trs espciesapresentaram flores vermelhas e trs roxas (11,5%cada), duas espcies com corola laranja (7,7%), eapenas uma azul e uma lils (3,9% cada). Cincotipos florais foram registrados para as espcies

    estudadas. Os tipos goela e estandarte foram os maisfrequentes (oito espcies cada - 30,8%), seguidospelas formas tubular (cinco espcies - 19,2%),pincel (trs espcies - 11,5%) e taa (duas espcies- 7,7%). Quanto ao hbito, a maioria das espcies

    (12 46,1%) apresentou porte arbreo, oito espciesapresentaram hbito subarbustivo (30,8%) e cincoespcies foram herbceas (19,2%). Apenas umaespcie (3,9%) apresentou hbito arbustivo (Tab. 1).

    Dentre as 26 espcies registradas no estudopara as trs reas, nove (34,6%) apresentaramcaractersticas tpicas da sndrome de ornitofilia(sensuFaegri & van der Pijl 1979) (Tab. 1, Fig.2). Das demais espcies registradas no estudo,11 foram melitfilas, trs quiropterfilas, duasesfingfilas e uma psicfila (Tab. 1, Fig. 3). Dasfamlias s quais pertencem as espcies tipicamente

    ornitfilas, Bromeliaceae e Rubiaceae foram asmais representativas com duas espcies cada (Tab.1). Quanto colorao das espcies ornitfilas,33,3% delas apresentaram flores amarelas e 33,3%vermelhas (trs espcies cada), 22,2% apresentaramcor laranja (duas espcies) e 11,1% apresentou corlils (uma espcie). Ananas ananassoides temainda brcteas rseas vistosas ePalicourea rigidageralmente tem as hastes das inflorescnciasvariando do laranja ao vinho. Algumas espciesmostraram variaes na colorao das flores (ex.Alstroemeria sp., A. ananassoides eP.rigida) e

    como definido na metodologia, considerou-se a corpredominante no perianto. Com relao forma dacorola das espcies ornitfilas, a maioria (55,5%)apresentou forma de tubo (cinco espcies), 33,3%forma de goela (trs) e 11,1% de estandarte (uma).Em relao ao hbito das espcies ornitfilas, cinco(55,5%) apresentaram porte herbceo, trs (33,3%)subarbustivo e uma (11,1%) arbustivo.

    Similaridade entre os transectos e reasA rea do PESCAN apresentou 22 espcies

    utilizadas como fonte de recurso pelos beija-flores,

    o Panga apresentou 19 e o CCPIU 17 espcies.Houve variao entre os transectos em cada rea,mas a variao foi maior entre as reas (Tab. 2). Seisespcies (26,1%) ocorreram em apenas uma reade estudo, sendo o PESCAN a rea que apresentouo maior nmero de espcies exclusivas (quatro).

    Das 26 espcies registradas no estudo, 12foram comuns s trs reas, o que corresponde a46,1% das espcies. No entanto, somente cincodestas (19,2%) ocorreram em todos os transectosde todas as reas estudadas:Bowdichia virgilioides,

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    Figura 2 Espcies ornitfilas registradas no cerrado do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN),

    do Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais e da Estao Ecolgica do Panga

    (EEP), Uberlndia, Minas Gerais. a. Hypeniacf. macrantha, b.Esterhazya splendida, c. Camptosema coriaceum, d.

    Zeyheria montana, e.Palicourea rigida, f.P. coriacea, g.Dyckia leptostachya, h.Alstroemeriasp., i.Ananas ananassoides.Figure 2 Ornithophilous species recorded in the cerrado of the Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN), of

    the Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais and of the Estao Ecolgica do Panga (EEP),

    Uberlndia, Minas Gerais. a. Hypeniacf. macrantha, b. Esterhazya splendida, c. Camptosema coriaceum, d. Zeyheria montana, e.

    Palicourea rigida, f.P. coriacea, g.Dyckia leptostachya, h.Alstroemeriasp., i.Ananas ananassoides.

    Palicourea rigida , Styrax ferrugineus, Qualeagrandiflorae Vochysia rufa(Tab. 2). A similaridadefoi relativamente alta entre as reas estudadas etambm entre os transectos das mesmas, variandoentre 71 e 87%.

    O nmero de espcies tipicamente ornitfilasfoi maior na rea do PESCAN, que apresentouoito das nove espcies registradas em todas asreas (88,9%). J o CCPIU e a EEP apresentaramquatro espcies ornitfilas (44,4% das ornitfilas)

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    Famlia / EspcieCor dacorola

    Tipoforala

    HbitoPadro/

    frequnciaforaob

    Sndrome depolinizaoa

    NregistroHUFU

    Alstroemeriaceae

    Alstroemeriasp. * Laranja Tubo ErvaAnual/

    IntermediriaOrnitla -

    Bignoniaceae

    Adenocalymma campicola(Pilg.) L.Lohmann

    Amarela Goela SubarbustoAnual/

    IntermediriaMelitla 55499

    Handroanthus ochraceus(Cham.) Mattos Amarela Goela rvoreAnual/

    IntermediriaMelitla 55502

    Jacaranda rufaManso Roxa Goela Subarbusto Anual/IntermediriaMelitla 46276

    Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook.f. ex. S.Moore

    Amarela Goela rvoreAnual/

    IntermediriaMelitla 55500

    Zeyheria montanaMart. * Amarela Goela SubarbustoAnual/

    IntermediriaOrnitla 47811

    Bromeliaceae

    Ananas ananassoides(Baker) L.B.Sm. * Lils Tubo ErvaAnual/

    IntermediriaOrnitla 51988

    Dyckia leptostachyaBaker * Laranja Tubo ErvaAnual/

    IntermediriaOrnitla 51986

    Bombacaceae

    Eriotheca gracilipes(K. Schum.) A.Robyns Branca Taa rvore

    Anual/Intermediria Melitla 51990

    Caryocaraceae

    Caryocar brasiliense Cambess. Branca Pincel rvoreAnual/

    IntermediriaQuiropterla 55881

    Fabaceae

    Bauhinia brevipesVogel Branca Pincel SubarbustoAnual/

    IntermediriaQuiropterla 51892

    Bauhinia ungulataL. Branca Pincel SubarbustoAnual/

    IntermediriaQuiropterla 51867

    Bowdichia virgilioidesKunth. Roxa Estandarte rvoreAnual/

    IntermediriaMelitla 51865

    Camptosema coriaceumBenth. * Vermelha Estandarte Erva

    Anual/

    Estendida Ornitla 51985Lamiaceae

    Hypeniacf. macrantha(Benth.) Harley * Vermelha Goela ErvaAnual/

    EstendidaOrnitla -

    Orobanchaceae

    Esterhazya splendidaMikan * Vermelha Goela SubarbustoAnual/

    IntermediriaOrnitla -

    Rubiaceae

    Palicourea coriaceaSchum. * Amarela Tubo SubarbustoAnual/

    EstendidaOrnitla 60894

    Tabela 1 Caractersticas florais das espcies utilizadas pelos beija-flores no cerrado do Parque Estadual da Serra

    de Caldas Novas, Gois (PESCAN), do Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas

    Gerais e da Estao Ecolgica do Panga (EEP), Uberlndia, Minas Gerais.Table 1 Floral features of species used by hummingbirds in the cerrado areas of the Serra de Caldas Novas State Park, Gois (PESCAN), Clube

    de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais and of the Panga Ecological Station (EEP), Uberlndia, Minas Gerais.

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    Famlia Espcie Cor dacorola

    Tipoforala

    HbitoPadro/

    frequnciaforaob

    Sndrome depolinizaoa

    NregistroHUFU

    Palicourea rigidaH. B. & K. *Amarela

    TuboArbusto/Arvoreta

    Anual/Estendida

    Ornitla 60893

    StyracaceaeStyrax ferrugineusNees & Mart. Branca Taa rvore

    Anual/Estendida

    Melitla 51864

    Verbenaceae

    Stachytarpheta gesnerioidesCham. Azul Goela SubarbustoAnual/

    IntermediriaPsicla 51878

    Vochysiaceae

    Qualea grandiforaMart. Amarela Estandarte rvoreAnual/

    IntermediriaEsngla 60895

    Qualea multiforaMart. Branca Estandarte rvoreAnual/

    EstendidaMelitla 51859

    Qualea parviforaMart. Roxa Estandarte rvoreAnual/

    IntermediriaMelitla 60896

    Salvertia convallariaeodoraA. St. Hil. Branca Estandarte rvoreAnual/

    IntermediriaEsngla 51989

    Vochysia cinnamomeaPohl. Amarela Estandarte rvoreAnual/

    IntermediriaMelitla -

    Vochysia rufaMart. Amarela Estandarte rvoreAnual/

    IntermediriaMelitla 47810

    Smbolos: * = Espcies ornitfilas; a =sensuFaegri & van der Pijl 1979; b = sensuNewstrom et al.1994.

    (Tab. 2). A similaridade entre as reas quanto sespcies ornitfilas foi de 50,0% para comparaes

    feitas entre quaisquer duas reas. Analisando-secada rea, os transectos do CCPIU tiveram 100%de similaridade quanto s espcies ornitfilas e,tanto os transectos do PESCAN como os da EEPforam 67,0% similares. A nica espcie ornitfilaque ocorreu em todas as reas e transectos foi P.rigida (Tab. 2).

    FenologiaO comportamento fenolgico de todas as

    espcies nas trs reas, durante o estudo foi anual(com um ciclo principal de florao durante o

    ano de estudo, sensu Newstrom et al. 1994). Aorganizao das espcies em ordem de ms deincio de florao sugere uma sequncia temporalde florao, embora isso no tenha sido testadoestatisticamente e tenha havido ampla sobreposioentre espcies. Quanto durao da florao, amaioria (76,9%) foi intermediria variando deum a cinco meses, e 23,1% apresentaram duraoestendida, florescendo por seis meses ou mais(Tab. 1, Fig. 4, 5, 6). Quanto ao padro e duraode florao das espcies ornitfilas, cinco (55,5%)

    espcies tiveram florao anual intermediria equatro (44,4%) tiveram florao anual estendida

    (Tab. 1).A maioria das espcies (50,0%) teve floraoapenas na estao seca enquanto que 38,5%floresceram somente durante a estao chuvosa.Apenas trs espcies (11,5%) tiveram eventos deflorao durante as duas estaes em igual durao,no entanto, somente Camptosema coriaceumfloresceu abundantemente nas duas estaes doano em todas as reas e transectos onde ocorreu(Fig. 4, 5).Ananas ananassoidesfloresceu entreas estaes seca e chuvosa em todos os transectosonde ocorreu (Figura 5, 6) e Alstroemeria sp.floresceu no perodo de transio entre as estaeschuvosa e seca (Fig. 4).

    Em todas as reas de estudo, houve espcies(ornitfilas e/ou no ornitfilas) florescendoem todos os meses do perodo estudado (Fig.4, 5, 6), com uma mdia de 7,08 espcies porms no PESCAN; 5,31 no CCPIU e 5,23 noPanga. Considerando-se as trs reas de estudoconjuntamente, houve uma mdia de 11,2 espciesflorescendo ao ms (Fig. 7). O ms de julho de2009 foi o que apresentou o maior nmero de

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    Figura 3 Espcies no ornitfilas potencialmente utilizadas por beija-flores registradas no cerrado do Parque Estadual

    da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN), do Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia,

    Minas Gerais e da Estao Ecolgica do Panga (EEP), Uberlndia, Minas Gerais. a. Salvertia convallariaeodora, b.

    Styrax ferrugineus, c. Caryocar brasiliense, d:Bauhinia ungulata, e. Qualea multiflora, f.Adenocalymma campicola,

    g.Bowdichia virgilioides, h. Stachytarpheta gesnerioides, i. Qualea parviflora.Figure 3 Non-ornithophilous species recorded in the cerrado of the Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN), of

    the Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais and of the Estao Ecolgica do Panga (EEP),

    Uberlndia, Minas Gerais. a. Salvertia convallariaeodora, b. Styrax ferrugineus, c. Caryocar brasiliense, d.Bauhinia ungulata, e. Qualea

    multiflora, f.Adenocalymma campicola, g.Bowdichia virgilioides, h. Stachytarpheta gesnerioides, i. Qualea parviflora.

    a

    d

    g

    b

    e

    h

    c

    f

    i

    espcies florescendo (17 spp. - 65,4% do totalregistrado nas trs reas de estudo), seguidopelos meses de junho e maio do mesmo ano,15 e 14 espcies respectivamente. J os meses

    de dezembro e novembro foram os que tiverammenor nmero de espcies floridas (sete e oitorespectivamente), ou seja, menos de um tero dototal de espcies. Considerando-se somente as

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    Diversidade de plantas de beija-flores

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    reas

    PESCAN CCPIU PANGA

    Famlia / Espcie T 1 T 2 T 1 T 2 T 1 T 2

    Alstroemeriaceae

    Alstroemeriasp. * X

    Bignoniaceae

    Adenocalymma campicola X X X X X

    Handroanthus ochraceous X

    Jacaranda rufa X

    Tabebuia aurea X X X X

    Zeyheria montana * X X

    Bromeliaceae

    Ananas ananassoides * X X X X

    Dyckia leptostachya * X X X

    Caryocaraceae

    Caryocar brasiliense X X X X X

    Fabaceae

    Bauhinia brevipes X X X X X

    Bauhinia ungulata X X

    Bowdichia virgilioides X X X X X X

    Camptosema coriaceum * X X X X

    Lamiaceae

    Hypeniacf. macranta * X

    Malvaceae

    Eriotheca gracilipes X X X X

    Orobancaceae

    Esterhazya splendida * X X X

    Rubiaceae

    Palicourea coriacea * X X

    Palicourea rigida * X X X X X XStyracaceae

    Styrax ferrugineus X X X X X X

    Verbenaceae

    Stachytarpheta gesnerioides X

    Vochysiaceae

    Qualea grandifora X X X X X X

    Qualea multifora X X X X X

    Tabela 2 Vinte e seis espcies utilizadas por beija-flores para obteno de recurso floral e suas ocorrncias nas reas de

    cerrado do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN), do Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia

    (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais e da Estao Ecolgica do Panga (EEP), Uberlndia, Minas Gerais. T = transecto.Table 2 Twenty-six plant species used by hummingbirds as floral resources and their occurrence in the cerrado areas of the Serra de Caldas

    Novas State Park, Gois (PESCAN), of the Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais and of the

    Panga Ecological Station (EEP), Uberlndia, Minas Gerais. T: transect.

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    reas

    PESCAN CCPIU PANGA

    Famlia / Espcie T 1 T 2 T 1 T 2 T 1 T 2

    Qualea parvifora X X X X X

    Salvertia convallariaeodora X X

    Vochysia cinammomea X X X X

    Vochysia rufa X X X X X X

    * Espcies ornitfilas.

    espcies ornitfilas, uma mdia de 4,85 espciesfloresceu ao ms, sendo que o maior nmero deespcies ornitfilas floresceu durante o ms dejunho de 2009 (sete espcies - 77,7%), e o menornmero foi observado no ms de novembro

    (duas espcies - 22,2%). Na maioria dos mesesestudados, o nmero de espcies no ornitfilasfloridas foi maior que o de espcies ornitfilas. Aexceo ocorreu apenas nos meses de setembro edezembro de 2009 (Fig. 7). Considerando-se asreas separadamente, somente na rea do Pangano houve espcies ornitfilas florescendo em trsmeses do perodo de estudo (junho e julho/2009e fevereiro/2010) (Fig. 6).

    2 - Beija-foresDurante o perodo de estudo foram registradas

    nove espcies de beija-flores nas trs reas, todosda subfamlia Trochilinae, Amazilia fimbriata(Gmelin, 1788), Calliphlox amethystina(Boddaert1783), Chrysolampis mosquitus (Linnaeus 1758),Chlorostilbon lucidus (Shaw 1812), Colibriserrirostris(Vieillot 1816),Eupetomena macroura(Gmelin 1788), Heliactin bilophus (Temminck1820), Lophornis magnificus (Vieillot 1817) eThalurania furcata(Gmelin 1788).

    O nmero total de avistamentos de beija-flores nas trs reas durante o perodo de estudofoi 178 (mdia de 2,18 avistamentos ao dia). No

    PESCAN foram 72 registros de beija-flores nos 27dias investigados naquela rea (2,66/dia), no CCPIUforam 28 (1,04/dia) e no Panga 78 (2,89/dia). Operodo entre os meses de maio e julho/09, e entreoutubro/09 e dezembro/10 foram os que tiverammaior nmero de registros de beija-flores, sendoo ms de novembro o que teve o maior nmeronas trs reas (49) seguido pelo ms de junho/09(32). Em agosto/09 e janeiro/10 foram observadasmenos visitas por beija-flores, e em setembro/09 efevereiro/10 no houve nenhum registro de visita.

    DiscussoO nmero de espcies vegetais registrado

    neste estudo como possveis recursos alimentaresutilizados por beija-flores comparvel ao deoutros estudos realizados na regio, desde que

    consideradas as mesmas reas ou fisionomias.O fato que nenhum trabalho havia sido feitoanteriormente em uma escala mais ampla (i.e.,regional). Os estudos anteriores se concentraramnuma nica rea e comumente incluramfisionomias de mata e campo sujo alm de cerrados.r. (e.g.Arajo et al. 2013; Maruyama et al. 2013).O nmero de espcies registrado aqui (26) foisemelhante ao encontrado noutro estudo realizadona Estao Ecolgica do Panga, considerando-seapenas o registrado para cerrado e campo sujo(29 spp.) j que tal estudo envolveu tambm

    formaes florestais (Arajo et al. 2013). Outroestudo feito nesta mesma rea, tambm envolvendofisionomias de mata, revelou nmero menor deespcies no campo sujo (12), embora este trabalhotenha sido feito em rea bem menor (menos de 0,5ha) (Maruyama et al. 2013). Cabe ressaltar aindaque este ltimo trabalho foi feito em uma reaque coincide em parte com um dos transectos dopresente estudo, que era ento considerada comocampo sujo (Schiavini & Arajo 1989). Esta reafoi reavaliada aps 18 anos e devido s mudanasna estrutura e composio florstica, atualmente

    considerada como um mosaico de cerrado ralo ecerrado tpico, subgrupos de cerrado sentido restrito(ver Cardoso et al. 2009).

    Em um trabalho realizado na RPPN do Clubede Caa e Pesca Itoror de Uberlndia, o nmerode espcies encontrado foi menor (nove spp.)(Maruyama et al. 2013). Mesmo que este trabalhotenha sido feito em apenas 1 ha, o que corresponde metade da rea do presente estudo, ainda assim onmero foi menor, pois o transecto que apresentoumenos espcies no CCPIU continha 14 spp. Alm

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    Figura 4 Fenologia de florao das espcies utilizadas por beija-flores no cerrado do Parque Estadual da Serra de

    Caldas Novas, Gois (PESCAN). Linhas contnuas: transecto 1 e linhas tracejadas: transecto 2. Negrito: espcies

    ornitfilas. Faixa sombreada: perodo chuvoso.Figure 4 Flowering phenology of the species used by hummingbirds in the cerrado of the Parque Estadual da Serra de Caldas Novas,

    Gois (PESCAN). Solid lines: transect 1 and dashed lines: transect 2. Bold: ornithophilous species. Shaded band: rainy season.

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    12 Machado, A.O. &Oliveira, P.E.

    Rodrigusia 66(1): 001-019. 2015

    Figura 5 Fenologia de florao das espcies utilizadas por beija-flores no cerrado do Clube de Caa e Pesca Itoror de

    Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais. Linhas contnuas: transecto 1 e linhas tracejadas: transecto 2. Negrito:

    espcies ornitfilas. Faixa sombreada: perodo chuvoso.Figure 5 Flowering phenology of the species used by hummingbirds in the cerrado of the Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia

    (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais. Solid lines: transect 1 and dashed lines: transect 2. Bold: ornithophilous species. Shaded band: rainy season.

    disso, todas as espcies registradas em tal trabalhoforam registradas neste.

    A guilda de plantas utilizada por beija-flores nos cerrados da regio certamente maiordo que a amostrada no presente estudo, j que

    algumas espcies, comoBromelia balansae Mezno PESCAN eAmasonia hirtaBenth. no Panga,no foram registradas por no terem tido eventosde florao dentro do transecto durante o perodode estudo. E ainda, outras espcies comoBauhiniaholophylla (Bong.) Steud.,B. rufa (Bong.) Steud.,

    Helicteres brevispira A.St.-Hil., Camptosemacoriaceum(Nees & Mart.) Benth. e duas espciesde Hyptis foram registradas em outros estudosno Panga, mas no neste (Arajo et al. 2013;Maruyama et al. 2013).

    O nmero de espcies de plantas registradoaqui foi semelhante ao de outros ambientes comoCaatinga (Machado 2009), florestas tropicaissecas (Arizmendi & Ornelas 1990) e capes doPantanal (Arajo & Sazima 2003). No entanto,em campos rupestres, com fisionomia mais aberta

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    semelhana do cerrado, houve maior nmero deespcies visitadas por beija-flores (Vasconcelos &Lombardi 2001; Machado et al. 2007; Rodrigues2011).

    Quando comparamos a riqueza de espcies

    da flora utilizada por beija-flores no cerradocom ambientes de florestas tropicais midas,

    Figura 6 Fenologia de florao das espcies utilizadas por beija-flores no cerrado da Estao Ecolgica do Panga

    (EEP), Uberlndia, Minas Gerais. Linhas contnuas: transecto 1 e linhas tracejadas: transecto 2. Negrito: espcies

    ornitfilas. Faixa sombreada: perodo chuvoso.Figure 6 Flowering phenology of the species used by hummingbirds in the cerrado of the Estao Ecolgica do Panga (EEP),

    Uberlndia, Minas Gerais. Solid lines: transect 1 and dashed lines: transect 2. Bold: ornithophilous species. Shaded band: rainy season.

    os nmeros encontrados no presente estudo semostraram marcadamente menores. Estudosrealizados em florestas tropicais com maioresndices pluviomtricos e, sobretudo, com chuvasmais uniformemente distribudas, como Floresta

    Amaznica Colombiana (Lasprilla & Sazima2004), Florestas Tropicais da Costa Rica (Stiles

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    14 Machado, A.O. &Oliveira, P.E.

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    1978), Floresta Tropical Montanhosa do Equador(Dziedzioch et al. 2003) e Mata Atlntica Brasileira(Arajo 1996; Buzato et al. 2000; Canela 2006;Rocca-de-Andrade 2006) geralmente indicam

    uma maior riqueza de espcies vegetais sendovisitadas/polinizadas por beija-flores. Alm disso,a proporo de espcies tipicamente ornitfilasnestes ambientes em relao assembleia de floresencontrada comumente maior (Arajo 1996;Rocca-de-Andrade 2006). As espcies ornitfilasrepresentaram pouco mais de 30% do total deespcies visitadas por beija-flores no presenteestudo, e em torno de 40% para os estudos emcerrado da regio (Arajo et al. 2013; Maruyamaet al. 2013). possvel que a menor riqueza degrupos tipicamente ornitfilos, como Bromeliaceae

    e Acanthaceae, em reas abertas de Cerradoexpliquem tais diferenas (Ferreira et al. [indito]).As famlias Bignoniaceae, Fabaceae e

    Vochysiaceae somaram juntas quase 60% de todasas espcies registradas. Em outro estudo com amesma abordagem feito na Estao Ecolgicado Panga, estas famlias estiveram entre as maisrepresentativas (Arajo et al. 2013) e no CCPIU,Vochysiaceae foi a nica famlia representada pormais de uma espcie (Maruyama et al. 2013). Istose deve certamente ao fato de que estas famlias

    esto entre as mais representativas do Cerrado doTringulo Mineiro e sudeste de Gois (Faleiro2007; Costa & Arajo 2001; Silva et al. 2002;Carvalho et al. 2008; Lopes et al. 2011), assimcomo na maioria das reas de cerrado (Ratter et

    al. 2003). At mesmo em outros ambientes comoos capes do Pantanal, as trs famlias citadasacima foram as mais importantes da flora visitadapor beija-flores (Arajo & Sazima 2003). Porexemplo, Qualeagrandiflora, presente em todasas reas e transectos estudados aqui, a espciemais difundida no cerrado brasileiro (Ratter et al.2003; Lopes et al. 2011).

    Com exceo de algumas famlias maisimportantes em determinados ambientes, comoBromeliaceae em Mata Atlntica, em floraspolinizadas por beija-flores mais comum haver

    famlias e gneros com poucas espcies (uma ouduas) (Sazima et al. 1996; Arizmendi & Ornelas1990; Buzato et al. 2000; Vasconcelos & Lombardi2001; Lopes 2002; Abreu & Vieira 2004; Lasprilla& Sazima 2004; Canela 2006; Dalsgaard et al.2009; Machado 2009; Arajo et al. 2011; Arajoet al. 2013; Maruyama et al. 2013). Esta grandediversidade de famlias e gneros das guildasde plantas polinizadas por beija-flores tem sidovista como resultado de uma coevoluo difusa,que resultou em um padro de interao maisgeneralista entre plantas e aves (Buzato et al. 2000).

    No entanto, as ideias mais aceitas atualmentepara organizao de comunidades envolvemmecanismos de disperso, filtragem ambientale interaes competitivas e facilitadoras, quefornecem possibilidades de predies muito maisfactveis de teste que a ideia de coevoluo difusa.Por exemplo, o grande nmero de famlias compoucas espcies sugere disperso filogentica econvergncia fenotpica (Sargent & Ackerly 2008)que so esperados em situaes de organizao decomunidades direcionadas por competio e baixaconservao de atributos florais.

    Em florestas neotropicais, grande partedas flores visitadas por beija-flores possuemcaractersticas relacionadas sndrome deornitofilia, como colorao tendendo ao vermelhoe forma tubular (Arajo 1996; Sazima et al. 1996;Buzato et al. 2000; Lopes 2002; Dziedzioch et al2003; Abreu & Vieira 2004; Lasprilla & Sazima2004; Krmer et al. 2006; Canela 2006; Rocca-de-Andrade 2006). As flores visitadas pelostroquildeos nas reas de cerrado apresentaramuma variedade de colorao e formas que nem

    Figura 7 Nmero de espcies utilizadas por beija-

    flores floridas durante o perodo do estudo no cerrado

    do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois

    (PESCAN), do Clube de Caa e Pesca Itoror de

    Uberlndia (CCPIU), Uberlndia, Minas Gerais e da

    Estao Ecolgica do Panga (EEP), Uberlndia, Minas

    Gerais. Barras pretas: espcies no ornitfilas, barras

    cinza: espcies ornitfilas.Figure 7 Number of the species used by hummingbirds

    flowering during the study period in the cerrado of the Parque

    Estadual da Serra de Caldas Novas, Gois (PESCAN), of

    the Clube de Caa e Pesca Itoror de Uberlndia (CCPIU),

    Uberlndia, Minas Gerais and of the Estao Ecolgica do Panga

    (EEP), Uberlndia, Minas Gerais. Black bars: non-ornithophilous

    species, gray bars: ornithophilous species.

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    sempre esto associadas s preferncias destas aves(sensuFaegri & van der Pijl 1979). As flores comcorolas amarelas e brancas somaram mais de 60%da flora registrada no estudo, enquanto que as coreslaranja e vermelha, mais comumente associadas

    ornitofilia, contriburam com menos de 20%. Estesdados corroboram o encontrado em outros estudosem reas de cerrado (Arajo et al. 2013; Maruyamaet al. 2013). Da mesma forma, as flores tubularesno foram as mais frequentes entre as espciesregistradas. As flores do tipo goela e estandarteforam predominantes (mais de 60% do total). Otipo tubular tambm no foi o mais encontrado emoutro estudo realizado em cerrado s.r. do CCPIU,onde a forma estandarte prevaleceu (Maruyamaet al. 2013), mas foi o mais frequente em outrosestudos que tambm envolveram fisionomias de

    mata (Arajo et al. 2013; Maruyama et al. 2013).O maior nmero de espcies com outrassndromes em relao ornitofilia tem sidofrequentemente encontrado em estudos de floravisitada por beija-flores em ambientes de Cerrado(Borges 2000; Arajo et al. 2013; Maruyamaet al. 2013), Pantanal (Arajo & Sazima 2003),campos rupestres (Vascocelos & Lombardi 2001,Machado et al. 2007), e Caatinga (Machado &Lopes 2004; Machado 2009). Este comportamentogeneralista dos beija-flores, visitando flores devariadas sndromes, tem sido observado mesmoem ambientes com maior diversidade de espciestipicamente ornitfilas como a Mata Atlntica(Rocca-de-Andrade 2006; Ferreira et al. [indito]).Uma exceo a esta tendncia seriam os campos dealtitude, onde os beija-flores se restringem a plantasornitfilas (Freitas & Sazima 2006).

    Este estudo e os demais realizados nasmesmas reas de cerrado s.r. (Arajo et al. 2013;Maruyama et al. 2013) revelaram que a maioriadas espcies cujas flores so visitadas por beija-flores apresentam porte arbreo. Epfitas e lianasno so bem representadas em ambientes abertose mais secos como o cerrado e provavelmente porisso no ocorreram neste estudo, nem em outrorealizado no CCPIU (Maruyama et al. 2013), maspodem se apresentar em formaes florestais doCerrado (Arajo et al. 2011; Arajo et al. 2013).Estas formas, alm das herbceas, so mais comunsem formaes de floresta ombrfila (Buzato etal. 2000; Lopes 2002; Arajo & Sazima 2003;Dziedzioch et al. 2003; Canela 2006).

    A florao anual, observada para todas asespcies, comum em floras polinizadas por

    beija-flores em praticamente todos os ambientesj es tudados (Abreu & Viei ra 2004; Canela2006; Rocca-de-Andrade 2006; Leal et al. 2006;Machado et al. 2007; Machado 2009; Rodrigues2011; Arajo et al. 2013). A durao intermediria

    nos perodos de florao (sensuNewstrom 1994)da maioria das espcies corroborou o encontradoem outro estudo no Panga (Arajo et al. 2013). Asobreposio de perodos propiciou a ocorrncia deespcies florescendo durante todo ano. Esse modelode comportamento fenolgico tem sido relatadotambm para outras comunidades, disponibilizandorecursos ao longo de todo ano e permitindo apermanncia dos beija-flores (Buzato et al. 2000;Varassin 2002; Abreu & Vieira 2004; Machado &Semir 2006; Rocca-de-Andrade 2006; Machadoet al. 2007; Machado 2009; Rodrigues 2011). As

    caractersticas fenolgicas aqui registradas, noentanto, devem ser consideradas com cautela j queo estudo sistematizado foi feito em apenas trezemeses, perodo insuficiente para a determinaode padres (Newstrom et al. 1994).

    Mesmo havendo espcies florescendo durantetodo o ano, encontrou-se nas reas estudadasuma maior quantidade de espcies ornitfilas eno ornitfilas em flor durante a estao seca.Resultados semelhantes foram observados emoutros estudos no Panga, onde somente asespcies tipicamente ornitfilas floresceram maisna estao chuvosa em reas de cerrado e camposujo (Arajo et al. 2013; Maruyama et al. 2013).Outros estudos em biomas diferentes revelaramtambm maior nmero de espcies florescendona estao seca como em uma rea de Caatingaem Pernambuco (Leal et al. 2006) e em florestaseca do Mxico (Arizmendi & Ornelas 1990). AMata Atlntica, ao contrrio, exibe um pico deflorao das espcies na estao chuvosa (Sazimaet al. 1995; Arajo 1996; Buzato et al. 2000;Lopes 2002; Machado & Semir 2006), o queocorreu tambm nos capes do Pantanal (Arajo& Sazima 2003), e em um fragmento florestalde Viosa (Abreu & Vieira 2004). Na FlorestaAmaznica Colombiana (Lasprilla & Sazima2004), em floresta tropical mida na Costa Rica(Stiles 1978) e em campos rupestres da ChapadaDiamantina (Machado et al. 2007) houve picos deflorao em ambos os perodos seco e chuvoso.Nos primeiro e segundo casos certamente por nohaver grande diferenciao nos regimes de chuvaao longo do ano e no terceiro, os autores relatama provvel influncia do regime de chuvas atpico

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    16 Machado, A.O. &Oliveira, P.E.

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    ocorrido em alguns meses da estao seca no ano deestudo. Portanto, aparentemente, no h um padrodefinido de florao em relao s estaes secae chuvosa, seja para ambientes secos ou midos(Buzato et al. 2000; Lopes 2002). Apesar de haver

    picos de florao em diferentes estaes do ano, emdiferentes lugares, o mais importante que todosos estudos relatam haver nctar sendo ofertado aosbeija-flores durante todo ano.

    Os conjuntos de espcies de plantas visitadaspor beija-flores em cada transecto e em cada reaforam bastante similares entre si, contrastandocom a grande diversidade beta descrita para a florado Cerrado (Bridgewater et al. 2004). Estudoscomparativos para a flora lenhosa do Cerradomostraram uma grande variao na composioentre diferentes regies do bioma, resultando numa

    alta -diversidade e baixa similaridade (Borges2000; Ratter et al. 2003; Bridgewater et al. 2004).No entanto, apesar da grande diversidade de espciesapresentada por diferentes regies de Cerrado,quando se trata de reas mais prximas ou em umamesma regio fitogeogrfica, a similaridade entreelas tende a ser maior (Felfili et al. 2004; Lopeset al. 2011). Assim, a alta similaridade entre ostransectos e reas estudados pode ser explicada,em parte, pela proximidade entre eles. Ainda queo Parque Estadual da Serra de Caldas Novas sejauma rea mais distante das demais no Tringulo

    Mineiro, pode-se considerar que as trs reas sorelativamente prximas e a grande similaridade entreelas pode ser em funo de se encontrarem em umamesma regio fitogeogrfica (Bridgewater et al.2004), com mais de 60% de similaridade quanto sespcies lenhosas (Lopes et al. 2011).

    O nmero de espcies de beija-floresregistrado neste estudo foi relativamente altoconsiderando a baixa ocorrncia de espciestipicamente ornitfilas. Alm disso, quatro outrasespcies foram registradas em outros estudos nasmesmas reas, Amazilia lactea (Lesson 1832),

    He liomas ter squamosus (Temminck 1823),Polytmus guainumbi(Pallas 1764) ePhaethornispretrei (Lesson & Delattre 1839) totalizando 13espcies ocorrendo na regio. Isto representa maisde 30% das espcies citadas para o Cerrado (36)(Macedo 2002). Este nmero relativamente altoquando comparado maioria dos outros estudosrealizados em diversos ambientes, com exceode uma floresta tropical no Equador, onde foramregistradas 26 espcies de beija-flores (Dziedziochet al. 2003). A riqueza registrada para a regio foi

    comparvel a algumas reas florestais no domnioMata Atlntica (Arajo 1996; Buzato et al. 2000;Abreu & Vieira 2004; Rocca-de-Andrade 2006),porm foi ainda maior que em outras reas destebioma (Sazima et al. 1996; Varassin & Sazima

    2000; Lopes 2002; Canela 2006; Machado & Semir2006). possvel que nestes ambientes florestaisa riqueza de beija-flores seja subestimada pelafrequente limitao dos estudos ao sub-bosque(Rocca-de-Andrade 2006). O nmero de espciesencontrado nas reas de estudo tambm foi maiorque em outros biomas como capes do Pantanal(Arajo & Sazima 2003), Caatinga (Machado &Lopes 2004; Machado 2009) e campos rupestres(Machado et al. 2007) onde foram registradas dequatro a oito espcies de beija-flores.

    Todos os beija-flores observados neste estudo

    e a maioria nos outros realizados no Cerrado (Arajoet al. 2011; Arajo et al. 2013; Maruyama et al.2013) pertencem subfamlia Trochilinae. Estes soos principais beija-flores, em nmero de espciese em frequncia de visitas, de reas mais abertascomo cerrado s.r., campo sujo, Caatinga e camposrupestres embora tambm ocorram em reas de mata,onde normalmente so mais vistos nas bordas oudossel (Feinsinger & Colwell 1978; Stiles 1981). OsPhaethornithinae so polinizadores mais importantesem ambientes de mata e apenas uma espcie,Phaethornis pretrei, foi registrada visitando floresno Cerrado da regio de Uberlndia, e normalmenteera vista em matas de galeria ou prxima a elas(Maruyama et al. 2013; Arajo et al. 2013).

    Do ponto de vista da importncia que cadaespcie exerce sobre a outra numa interaoecolgica, em ambientes florestais os beija-floresso fundamentais para a reproduo de muitasespcies vegetais, muitas vezes sendo at mesmoseus nicos polinizadores efetivos. No entanto,em ambientes de Cerrado, ao que parece, asespcies vegetais que oferecem nctar so maisimportantes para os beija-flores que vice-versa.Assim as espcies nectarferas visitadas por eles,sendo elas ornitfilas ou no, so fundamentaispara a persistncia destas aves ao longo do temponas reas de Cerrado.

    Agradecimentos CAPES, a bolsa de Doutorado da primeira

    autora. Ao Clube de Caa e Pesca Itoror deUberlndia e ao Parque Estadual da Serra de CaldasNovas por permitirem a realizao do trabalho emsuas dependncias.

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