02 - Introdução Filosofia Geral e Jurídica-4

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    PAULA 01 – INTRODUÇÃO À FILOSOFIA – PROFESSOR GIVALDO MATOS

    “Cada aula de filosofia procura provocar uma sacudidela nos jovens, faze-los ‘quebrar acabeça’, derrubar suas certezas e provocar suas dúvidas, violar suas virgindades, faze-los perder irreparavelmente inocências e canduras !oda aula de filosofia e"erceviolência para provocar no outro um movimento.  #m movimento rumo aoimprevis$vel% &

    REVISTA VEJA: Como se ensn!"! #$oso#! n!s %&!n'es es(o$!s %&e%!s)

    LUC FERR*: + 'o contr(rio do que ocorre nas nossas, nas escolas gregas n)o *aviadiscursos, mas e"erc$cios de aprendizado da sabedoria #m e"emplo+ na escolaestica, no sculo ./ 'C, 0en)o de C$tio, o primeiro estico, pedia a seus alunos quepegassem um pei"e morto na feira e o amarrassem em uma coleira para lev(-lo parapassear como se fosse um cac*orro 1uando passavam, quase todos ol*avam ezombavam 2 que pretendiam3 1ue os alunos n)o temessem o que os outros diziam2 s(bio n)o apenas aquele que vence o medo do ol*ar al*eio, do que os outrospensam 2 s(bio n)o se importa com as convenç4es artificiais dessas “boas pessoas%5le desvia o ol*ar para concentrar-se na natureza, no cosmos /ive em *armonia coma ordem natural, com ele prprio e com o mundo%6

    1 – O ,-e . ! F$oso#!) 7ara que serve3 1ual a diferença entre 8ilosofia e Ciências3 9uasperspectivas falsas+ con*ecimento inacess$vel e con*ecimento alienante

    Con(e/o 01 : 'tribui-se ao filsofo 7it(goras de :amos ;sc / aC< o uso pela primeira vez da

    palavra ‘filosofia’ = um termo composto de duas ra$zes gregas+ p*ilo > sop*ia 7*ilo, derivada dep*ilia, relaciona-se ? amizade e amor fraterno 2 segundo termo @ sop*ia @ quer dizer sabedoria5nt)o, etimologicamente, a junç)o destas duas palavras vem a significar ‘amizade pela sabedoria’ou ‘amor pelo saber’ 7it(goras, ao ser admirado pela sua sabedoria, respondeu+ “Aingum podedizer-se s(bio a n)o ser 9eus 1uanto a mim, sou filsofo ;amigo da sabedoria

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    pessoas que lidam com o saber+ o dogmatismo, a crença de que se possui a verdade absoluta 5sta uma atitude que gera grandes empecil*os ao processo do aprendizado, porque na medida em quese crê tudo saber, n)o se e"ercita mais aquele desejo, ansiedade e sede pelo con*ecimento

    53 Se&e'!'e 6 5le n)o estava mais disposto a aceitar aquelas respostas descabidas, inverific(veis,

    que n)o tin*am nen*uma preocupaç)o com a racionalidade e com a lgica

    5stas duas atitudes se contrastam com o F'esmo 7 -m! 8&e's8os9o 8!&! !(&e'/!& ;n!8esso! %&-8o o- ss/em! 'e (&en9!s ,-e se e$e%e- 8!&! se& ! #on/e '! "e&'!'e3

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    P!&! 8ens!&: 2 movimento filosfico surge espontaneamente no ser *umano ou e"istem seres quedificilmente dar)o liberdade ao impulso filosfico3

    “2bserva o *elenista 7ierre 'ubenque, em 2 7roblema do :er em 'ristteles, embora o desejo decon*ecer seja uma tendência natural dos *umanos, a abertura da Detaf$sica tambm afirma que afilosofia, nascida do espanto, n)o um impulso espontneo, mas nasce de uma press)o sobrenossa alma, causada por uma aporia, isto , por uma dificuldade que nos parece insolúvel% C*au$,Darilena .ntroduç)o ? Eistria da 8ilosofia 7g B6F

    .sto significa que, para 'ristteles, uma pessoa que n)o tem dúvidas nen*uma n)o pode sofrer estapress)o na alma, pois nada l*e parece insolúvel, tudo j( est( resolvido, claro 7or outro lado,quandoe"iste a percepç)o da comple"idade da realidade, quando somos confrontados com os argumentoscontr(rios ? nossa perspectiva, quando os analisamos com *onestidade intelectual, instala-se emns este espantoG

    > 6 T8os 'e (on?e(men/o

    O ,-e . (on?e(men/o) = a apreens)o de algum dado da realidade, e"terna ou interna a ns = oresultado da relaç)o entre o observador e o objeto observado = constru$do a partir de nossase"periências com o mundo, com pessoas, com a literatura, etc 7odemos falar basicamente emquatro tipos+ o senso comum, a religi)o, a ciência e a filosofia

    >

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    B

    #ma definiç)o superficial do que recon*ecido como Ocon*ecimento vulgarNpopularO9izer ainda que On)o pressup4e refle")oO, na verdade um infeliz equ$voco

     'quilo que rotulam de con*ecimento vulgar ou popular, eu c*amo de Ocon*ecimentonaturalO, ou seja, constitu$do por um conjunto de saberes acumulados pelas

    comunidades *umanas ao longo de geraç4es e que possuem relaç4es diretas com oambiente onde vivem 2 con*ecimento natural, ao contr(rio do con*ecimento cient$fico,n)o se constri sobre paradigmas e nem est( desligado do observador *umano =antes de tudo um produto social em eterna evoluç)o ' afirmaç)o de que o saber natural ou popular n)o n)o um saber sistematizado, est( impregnada pela falaciosaideologia cartesiana 2 vasto con*ecimento etnobotnico de algumas comunidadesind$genas, por e"emplo, n)o perderiam em nada para as Omaravil*as  cient$ficasOvendidas pelas indústrias farmacêuticas Eoje a ciência apropria-se dessecon*ecimento para produzir nada alm de direitos de propriedade intelectual

    >

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    “Caracteriza-se pela presença do acol*imento metdico e sistem(tico dos fatosda realidade sens$vel% ;8'CE.A, 6II6, p &&

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    6 Ce/(smo: atitude filosfica oposta ao dogmatismo, a qual duvida de que seja poss$vel umcon*ecimento firme e seguro, sempre questionando e pondo ? prova as ditas verdades 5stapostura foi defendida por 7irro de =lis

    B Re$!/"smo:  atitude filosfica defendida pelos sofistas que nega a e"istência de umaverdade absoluta e defende a idia de que cada indiv$duo possui sua prpria verdade, que

    em funç)o do conte"to *istrico do indiv$duo em quest)o

    ` Pe&s8e(/"smo: atitude filosfica que defende a e"istência de uma verdade absoluta, maspensa que nen*um de ns pode c*egar a ela sen)o a apenas uma pequena parte Cada ser *umano tem uma vis)o parcial da verdade 5sta teoria foi defendida por Aietzsc*e

    F$oso#! em C&se – o 'e@!/e en/&e (n(! &e$%o e #$oso#!:

     ' 8ilosofia, como disciplina de an(lise cr$tica dos discursos que se fazem sobre a realidade,entra em colis)o, ora outra, com as interpretaç4es da realidade derivadas das outras fontesde con*ecimento 8az isto porque tem como tarefa primordial a an(lise das ideias

    6 -!$ . ! U/$'!'e '! F$oso#!)

     “:e abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útilH se n)o se dei"ar guiar pela submiss)o ?s ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útilH se buscar compreender a significaç)o do mundo, da cultura, da *istria for útilH se con*ecer o sentidodas criaç4es *umanas nas artes, nas ciências e na pol$tica for útilH se dar a cada um de ns e? nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas aç4es numa pr(tica quedeseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, ent)o podemos dizer que a 8ilosofia omais útil de todos os saberes de que os seres *umanos s)o capazes% Convite ? 8ilosofia

    7ode-se dizer que a cr$tica tem utilidade, quando ela n)o consegue nos apontar a /5M9'95absoluta3

    7ara responder a esta quest)o, outra surge+ seria útil nos desvencil*armos de fantasias e crendices,mesmo que n)o consegu$ssemos encontrar a verdade sobre o tema em quest)o3 ' filosofia defendea ideia de que “abandonar a fantasia, quando se recon*ece a fantasia, j( um grande avanço%G

    Po'e e=s/& #$oso#! 'o%m/(!)

    T&s /8os 'e F$2so#os se%-n'o !(on ;Cf :*attuc, `

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    E=e&((os: 'nalise o te"to e a imagem abai"o, e manifeste sua opini)o sobre seu conteúdo

    A Ve$?! I%no&Hn(!

    5m &SFB, illian Qlae retratou a tens)o que e"iste entre tradiç)o e 8ilosofia, em seu quadro  Aged Ignorance J/el*a .gnornciaK, em uma das gravuras

    que fez em seu livro de ilustraç4es The Gates Of Paradise J2s 7ort4es do 7ara$soK Aa figura, temos aimagem de uma criança alada sendo atra$da pelo sol,e um anci)o com culos profissionais e uma grandetesoura nas m)os, de costas para a luz 5le abre atesoura e apara as asas da criança ' imagem retrataa curiosidade e o desejo de con*ecimento daspessoas que ainda s)o jovens ou (vidas pelasabedoria e, por outro lado, a atitude do anci)o,

    representando a tradiç)o ou os dogmas estabelecidosque, satisfeita por crer j( estar de posse da verdade,poda a liberdade da criança contemplar a luz docon*ecimento 2 quadro retrata perfeitamente atens)o que e"iste entre tradiç)o, con*ecimentoestabelecido e a busca por novas respostas 7or umlado, a tradiç)o o depsito dos con*ecimentos úteisadquiridos pela sociedade 7or outro, ela pode muitas

    vezes trancar-se em si mesma, impedindo que novas refle"4es possam iluminar a o tempo presente,marcado pela presença de novas problem(ticas

    Pe&%-n/!s 8!&! memo&!&:

    • 2 que 8ilosofia3 1ual a importncia da 8ilosofia3 1ue caracter$sticas devem se revelar na vidado filsofo, partindo da definiç)o etimolgica da palavra ‘8ilosofia’3 2 que atitude filosfica39isserte sobre os tipos de con*ecimento

    SUGESTES DE LEITURAS SITES E FILMES: 

    Le/-&!s:

    & C*au$, Darilena Convite ? 8ilosofia :)o 7aulo+ tica 5ditora, &FFF6 aarder, Postein 2 Dundo de :ofia :)o 7aulo+ Compan*ia das Letras, &FFB :tein, 5rnildo #ma Qreve .ntroduç)o ? 8ilosofia .ju$+ #niju$ 5ditora, 6II6` 2sborne, Mic*ard 8ilosofia 7ara 7rincipiantes Mio de Paneiro+ 2bjetiva 5ditora, &FF

    F$mes: >00 ;6II

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    F$oso#! Tem! 05 – O Pe&o'o M/o$2%(o 6 M!/e&!$ Pe'!%2%(o 'e A8oo – P&o#< G"!$'oM!/os

    In/&o'-9o

    !endo conceituado a 8ilosofia, tanto etimologicamente quanto tecnicamente, conforme entendida na

    modernidade, resta perguntar+ como se dava a interpretaç)o da realidade, a construç)o dosimagin(rios, no per$odo anterior ? 8ilosofia ;meados do :c / antes da 5ra Crist)

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    KS-! 8!$!"&! – o m/o – . s!%&!'! 8o&,-e "em 'e -m! &e"e$!9o '"n!< O m/o . 8osn(on/es/"e$ e n,-es/on"e$

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    1=

    embora tal vis)o n)o seja única, e"istem grupos de comunidades e telogos que veem no livrob$blico do 'pocalipse, uma narrativa desta natureza+ uma descriç)o do fim dos tempos

    C!&!(/e&s/(!s '! Cons(n(! M/(!

    1. Com-n/&! @ n)o se pensa como indiv$duo, na 'ntiguidade, salvo raras e"ceç4es, sobretudo,

    pelo *erege, que n)o poucas vezes ser( disciplinado ou e"terminado da comunidade, por divergir da vis)o predominante ' narrativa m$tica de todo o grupo A)o se afirma+ ‘este omeu pensamento, a min*a idia, etc’ 'firma-se antes+ ‘ns, povo tal, pensamos assim’-es/o: Como a narrativa b$blica que disserta sobre a transgress)o do soldado 'c), e daconsequente puniç)o da divindade sobre todo o povo, ilustra esta caracter$stica3

    /. S!(&!$!'! @ a narrativa m$tica entendida como revelaç)o divina, sagrada A)o *( que sequestionar 7ode atravessar o tempo e o espaço, sem alterar significativamente seu núcleo deinformaçãoE=em8$o: 7ode-se destacar o imagin(rio m$tico *indu de ‘divis)o de castas’, que ainda pautagrande parte das relaç4es sociais na kndia atual Pes,-s!& n! n/e&ne/: 8o'e se& &e,-e&'oem noss! A"!$!9o

    . A(&/(!  @ porque sagrada a narrativa, aceita sem an(lises ' dúvida passa a ser compreendida como fraqueza, e a difus)o da dúvida, como subversão E( que se ter umrespeito absoluto pelas tradiç4esDs(-sso: 7or que o ser *umano toma como verdadeiro algumas interpretaç4es da realidade,que fogem da possibilidade lgica ou cientifica32 filsofo e escritor brasileiro Mubem 'lves e"plica este processo da seguinte forma+ o indiv$duotem uma e"periência religiosa em uma tradiç)o espec$fica 5sta e"periência inconfund$vel,única e inquestion(vel 5le e"perimenta a 8G9e forma natural, passa a associar a autenticidade desta e"periência ? instituiç)o que apossibilitou, que a veiculou, dando, portanto, a esta instituiç)o, o crdito de poder l*e e"plicar toda a realidade sagrada 5sta interpretaç)o tomada, de forma inconsciente, como se fizesseparte daquela primeira e"periência religiosa que teve, ou seja, as interpretaç4es que ainstituiç)o faz da realidade passam a ser tomadas como sagradas tambm Ao entanto, omesmo n)o aderiu ?quela tradiç)o por tê-la estudado previamente, sua lgica, suafundamentaç)o, sua verdade :em querer, ele acaba adotando tudo o que defende aquelainstituiç)o, como se fosse uma verdade que n)o precisa questionar, n)o importando o fato deque outras instituiç4es se fundamentem no mesmo !e"to :agrado, mas possuem vers4esdiferentes da interpretaç)o&I

    Tem!s 's(-/'os em S!$!:

    & 9e que forma o mito colabora para a organizaç)o social36 9e que forma pode colaborar para a manipulaç)o das massas, tanto na 'ntiguidade quanto

    na 'tualidade3B Como se visualiza, desde j(, o 9ireito, na 'ntiguidade3` 5m que tipos de mitos se encai"a a narrativa babilRnica de 5numa 5lis*3 1ual a importncia

    da an(lise desta narrativa, para a 8ilosofia3 1ue consideraç4es filosficas pode-se e"trair da narrativa do dilúvio, presente na 5popia de

    ilgames*3

    Tem!s '! P&2=m! Un'!'e: Limites e 7roblemas dos Ditos @ quais eram as estratgias do per$odom$tico para coibir o surgimento da 8ilosofia3 /er outra apostila

    1= Al)es, 0"8em. roesanismo e 0epress2o. *ap. =/.

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    Tem! 0> – Os $m/es e 8&o@$em!s '! men/!$'!'e m/(!

    P&o@$em!: 9e acordo com a discuss)o iniciada em sala, sobretudo do mito da ‘divis)o do cu e daterra’ ;que est( logo abai"o

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    abre a cai"a e dei"a escapar toda sorte de males ;mentira, doenças, inveja, vel*ice, guerra e morte

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    Mecon*eceu o menino que dera para o casal de vel*ose ficou furioso com a quebra do tabu2 menino tin*a entrado no 2rumG1ue atrevimentoG5m sua fúria, 2batal( bateu no c*)o com seu b(culo,ordenando a todos que acabassem com aquela confus)o

    8ez isso com tanta raiva que seu opaor!atravessou os nove espaços do 2rum1uando 2batal( retirou de volta o b(culo,tin*a ficado uma rac*adura no universo9essa rac*adura surgiu o firmamento,separando o 'iê do 2rum para sempre9esde ent)o, os ori"(s ficaram residindo no 2rume os seres *umanos, confinados no 'iê:omente aps a morte poderiam os *omens ingressar no 2rum

    .n+ 7randi, Meginaldo Ditologia dos 2ri"(s Dito 6F 7gs &`-& :)o 7aulo+ Compan*ia dasLetras, 6IIB

    Cons'e&!9es 1:

    Como j( salientado, o mito pode ser visto em mais de uma perspectiva, n)o sendo sinRnimo de falsoou verdadeiro Considerando que o mito pode estar falando tambm de uma realidade psicolgica,tratamos a narrativa a partir das possibilidades e efeitos nele associados 'centuamos que oresultado desta an(lise pode tambm ser visto em cone")o a avaliaç4es j( realizadas sobre o usoda linguagem religiosa para ocultar imagens espec$ficas da realidade

    Cumpre destacar que as tradiç4es que criaram os mitos descansam em uma certeza religiosaparalela ? certeza verificada nos fieis das religi4es tradicionais vigentes na atualidade Em@o&!e=s/!m '#e&en/es n/e&8&e/!9es !(e&(! 'o s%n#(!'o 'e -m /e=/o &e$%oso 8e&(e@e6se,-e em %e&!$ 8&e'omn! ! $n%-!%em m!s 8&2=m! $/e&!$<

    Cons'e&!9es 5:

    1ualquer narrativa m$tica est( rec*eada de imagens de seres divinos, que n)o s)o vis$veis no tempopresente Aestas, anjos, deuses, seres *$bridos e seres *umanos se relacionam natura"mente, como

    se n)o *ouvesse nen*uma barreira ou diferenciaç)o entre os planos divino e *umano 5"istemseres divinos fazendo refeiç)o entre os seres *umanos 'njos e deuses em relaç)o se"ual commul*eres, gerando seres semi-divinos uerras envolvendo deuses e seres *umanos 9ivindadesinterferindo o tempo todo nos desenvolvimentos da *istria *umana

    P&o"o(!9es:

    2s mitos que desestimulam a dúvida e a curiosidade, em geral, desafiam as seguintes quest4es+

    7ode-se afirmar ter e"istido um tempo em que isso acontecia dessa forma3 :e aconteceu, por que j( n)o se tem mais este tipo de contato que a *umanidade tin*a, na

    antiguidade, com a esfera divina3 :e n)o aconteceu, sob que perspectivas dever$amos analisar as narrativas m$ticas3 1uais s)o as respostas oferecidas pelo mito acima descrito, para estas quest4es3 !ais respostas poderiam ser lidas em perspectivas diferentes3

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    *umano, nem pergunta sobre a suposta causa da separaç)o entre o plano divino e *umano, ouainda e"plicar como se daria esta relaç)o, quest4es que pertencem ?s opç4es religiosas eNoufilosficas individuais, estando ainda fora da lente filosfica 7rocura-se antes, verificar que asrespostas acima produzidas servem a interesses espec$ficos, e cumprem eficazmente determinadasfinalidades+ mais do que e"plicar determinadas realidades, o mito as justifica, inibindo ainda, a

    atitude cr$tica e a pesquisa 5 a atitude filosfica quem denuncia este fatoG%

    – Os Pe&o'os '! F$oso#! G&e%! – P&o#< G"!$'o M!/os

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    Os 8e&o'os '! F$oso#! %&e%!

    • -!/&o %&!n'es 8e&o'os '! F$oso#! %&e%!:• 7er$odo pr-socr(tico ou cosmolgico ;final :c /.. ao final :c / aC

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    Os 8e&o'os '! F$oso#! %&e%!

     ' 8ilosofia ter(, no correr dos sculos, um conjunto de preocupaç4es, indagaç4es e interessesque l*e vieram de seu nascimento na rcia

    A ?s/2&! '! G&.(! (os/-m! se& '"''! 8e$os ?s/o&!'o&es em ,-!/&o %&!n'es #!ses o-.8o(!s:& rcia *omrica, correspondente aos `II anos narrados por Eomero ;I"$ada e Odiss%iaH6 a da rcia arcaica ou dos sete s(bios, ;:c /..-/ aC

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    • 2 fundo eterno, perene, imortal e imperec$vel de onde tudo brota e para onde tudo retorna oelemento primordial da Aatureza e c*ama-se  ph#sis  ;grego - fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir

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    • 7ropun*a que, antes de querer con*ecer a Aatureza e antes de querer persuadir os outros, cadaum deveria, primeiro e antes de tudo, con*ecer-se a si mesmo ' e"press)o “con*ece-te a timesmo% 7or isso esse per$odo c*amado ‘'ntropolgico’

    • 1ue retrato 7lat)o nos dei"a de seu mestre, :crates3• 2 de um *omem que andava pelas ruas e praças de 'tenas, pelo mercado e pela assemblia

    indagando a cada um+ “/ocê sabe o que isso que você est( dizendo3%, “/ocê sabe o que issoem que você acredita3%, “/ocê ac*a que est( con*ecendo realmente aquilo em que acredita,aquilo em que est( pensando, aquilo que est( dizendo3%, “/ocê diz%, falava :crates, “que acoragem importante, mas+ o que . a coragem3 /ocê acredita que a justiça importante, mas+ oque . a justiça3 /ocê diz que ama as coisas e as pessoas belas, mas o que . a beleza3 /ocêcrê que seus amigos s)o a mel*or coisa que você tem, mas+ o que . a amizade3%

    • :crates perguntava sobre as idias, sobre os valores que se julgavam con*ecer :e irritavam,porque n)o sabiam algo que j( era crença 5 no final, conclu$a+ “:ei que nada sei%

    •  ' consciência da prpria ignorncia o começo da 8ilosofia 2 que procurava :crates37rocurava a definiç)o daquilo que uma coisa, uma idia, um valor verdadeiramente 7rocuravaa essência verdadeira da coisa, da idia, do valor 7rocurava o conceito e n)o a mera opini)o

    que temos de ns mesmos, das coisas, das idias e dos valores

    D#e&en9! en/&e o8no e (on(e/o:& ' opini)o varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de poca para poca = inst(vel,

    mut(vel, depende de cada um, de seus gostos e preferências2. 2 conceito, ao contr(rio, uma verdade intemporal, universal e necess(ria que o pensamento

    descobre, mos/&!n'o ,-e . ! essn(! -n"e&s!$ n/em8o&!$ e ne(ess&! 'e !$%-m! (os!<• 7or isso, :crates n)o perguntava se tal ou qual coisa era bela - pois nossa opini)o sobre ela

    pode variar - e sim+ 2 que a beleza3 1ual a essência ou o conceito do belo3 9o justo3 9oamor3 9a amizade3

    • :crates perguntava+ 1ue raz4es rigorosas você possui para dizer o que diz e para pensar oque pensa3 1ual o fundamento racional daquilo que você fala e pensa3

    •  'o fazer suas perguntas e suscitar dúvidas, :crates os fazia pensar n)o s sobre simesmos, mas tambm sobre a po"is 'quilo que parecia evidente acabava sendo percebidocomo duvidoso e incerto

    •  'qui se apresenta a atitude cl(ssica entre os poderosos e os filsofos+ medo e raiva

    C!&!(/e&s/(!s Ge&!s 'o Pe&o'o So(&/(o:•  ' 8ilosofia se volta para as quest4es *umanas no plano da aç)o, dos comportamentos, das

    idias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as quest4es morais e pol$ticas

    • 2 ponto de partida da 8ilosofia a confiança no pensamento ou no *omem como um ser racional, capaz de con*ecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de refle")o

    •  ' 8ilosofia est( voltada para a definiç)o das virtudes morais e das virtudes pol$ticas, tendocomo objeto central de suas investigaç4es a moral e a pol$tica, isto , as idias e pr(ticas quenorteiam os comportamentos dos seres *umanos tanto como indiv$duos quanto comocidad)os

    • Cabe ? 8ilosofia, portanto, encontrar a definiç)o, o conceito ou a essência dessas virtudes,para alm da variedade das opini4es, para alm da multiplicidade das opini4es contr(rias ediferentes 's perguntas filosficas se referem, assim, a valores como a justiça, a coragem, aamizade, a piedade, o amor, a beleza, a temperança, a prudência, etc, que constituem os

    ideais do s(bio e do verdadeiro cidad)o• = feita, pela primeira vez, uma separaç)o radical entre, de um lado ! o8no e !s m!%ens

    '!s (os!s, trazidas pelos nossos rg)os dos sentidos, nossos *(bitos, pelas tradiç4es,pelos interesses, e, de outro lado, as '.!s 's idias se referem ? essência $ntima, invis$vel,

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    /=

    verdadeira das coisas e s podem ser alcançadas pelo pensamento puro, que afasta osdados sensoriais, os *(bitos recebidos, os preconceitos, as opini4es

    •  ' refle")o e o trabal*o do pensamento s)o tomados como uma purificaç)o intelectual, quepermite ao esp$rito *umano con*ecer a verdade invis$vel, imut(vel, universal e necess(ria

    •  ' opini)o, as percepç4es e imagens sensoriais s)o consideradas falsas, mentirosas,mut(veis, inconsistentes, contraditrias, devendo ser abandonadas para que o pensamentosiga seu camin*o prprio no con*ecimento verdadeiro

    •  ' diferença entre os sofistas, de um lado, e :crates e 7lat)o, de outro, dada pelo fato deque os sofistas aceitam a validade das opini4es e das percepç4es sensoriais e trabal*am comelas para produzir argumentos de persuas)o, enquanto :crates e 7lat)o consideram asopini4es e as percepç4es sensoriais, ou imagens das coisas, como fonte de erro, mentira efalsidade, formas imperfeitas do con*ecimento que nunca alcançam a verdade plena darealidade

    III 6 Pe&o'o ss/em/(o

    •  'ristteles de 5stagira 'presenta uma verdadeira enciclopdia de todo o saber que foi produzidoe acumulado pelos gregos como sendo a 8ilosofia 8ilosofia como totalidade

    •  ' 8ilosofia estabelece uma diferença entre esses con*ecimentos, distribuindo-os numa escalaque vai dos mais simples e inferiores aos mais comple"os e superiores

    • Cada campo do con*ecimento uma ciência ;ciência, em grego, episteme

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    C$!ss#(!9o e 4e&!&,-!9o '!s Cn(!s 'e !(o&'o (om A&s/2/e$es:• Ciência das coisas naturais s-@me/'!s m-'!n9!: f$sica, biologia, meteorologia, psicologiaH• Ciência das coisas naturais que no es/o s-@me/'!s m-'!n9! ou ao devir+ as matem(ticas

    e a astronomia ;os gregos julgavam que os astros eram eternos e imut(veis

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    PAUTA 0> – A FILOSOFIA PR6SOCRTICA

    GUIA COMPLEMENTADA

    1 6 Im8o&/Hn(! '! F$oso#! P&.6So(&/(!

     ' 8ilosofia pr-socr(tica aquela que se desenvolve antes de :crates ;por volta do sculo /.. aC,at /. aC

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    noiteH depois da noite, o dia 9epois do inverno, a primavera, depois da primavera, o ver)o,depois deste, o outono e depois deste, novamente o inverno 9e dia, o solH ? noite, a lua e asestrelas Aa primavera, o mar tranqilo e prop$cio ? navegaç)oH no inverno, tempestuoso einimigo dos *omens 2 calor leva as (guas para o cu e as traz de volta pelas c*uvasAingum nasce adulto ou vel*o, mas sempre criança, que se torna adulto e vel*o%&6

    !odas estas perguntas tambm eram debatidas por outras fontes de con*ecimento da poca 'novidade n)o consistir( de novas perguntas, mas novas maneiras de se coloca-l(s, bem comonovos mtodos para se alcançar suas respostas ' maneira antiga, a da mitologia, j( n)ocorrespondia mais aos anseios e e"igências deste per$odo 1uais foram os motivos para talmudança3

    > 6 F!/o&es 4s/2&(os 8!&! ! Eme&%n(! '! F$oso#!

    Darilena C*au$ esclarece que o surgimento da 8ilosofia n)o se deu de maneira miraculosa, comofenRmeno desconectado das condiç4es *istricas pelas quais passava a rcia naquele per$odo&B

     'o contr(rio, perfeitamente compreens$vel seu surgimento, dado os fatores possibilitadores deuma nova racionalidade

    Aa passagem do per$odo arcaico para o per$odo cl(ssico na rcia ;:c /.. aC ao /. aC

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    /B

    mas nada se encontra, vai ficando claro de que eles n)o e"istiam de fato 5sta impress)o contribuiu,em grande parte, para uma desmistificaç)o do mundo

    :egundo, as narrativas m$ticas estavam em todos os lugares, com conteúdos diferentes, mas formassemel*antes Cada povo possu$a a sua cosmogonia, suas interpretaç4es m$ticas acerca dosdiversos aspectos da realidade Ao entanto, cada um lutava por afirmar a superioridade de sua

    tradiç)o e revelaç)o, mesmo sendo suas crenças desprovidas de lgica ou coerência interna, bemcomo serem inverific(veis ' impress)o gerada por esta e"periência n)o poderia ser maior, gerandoum desencantamento acerca da verdade das narrativas locais

    1uanto ao surgimento da escrita alfabtica, foi fundamental para a deconstruç)o dos mitos 2 queat ent)o era repassado apenas pela tradiç)o, pelos anci)os ou pelos religiosos, agora poderia ser repassado, analisado, comparado e criticado por quem quer que tivesse uma cpia dos mitos nasm)os

    7or sua vez, o surgimento da pol$tica vai gerar um desencantamento acerca da divindade do rei edos destinos da *istria *umana Aa medida em que os cidad)os v)o participando na direç)o dosnegcios públicos, mais e mais fica claro que a *istria n)o um eterno retorno, ou um fato dirigidopelos deuses, mas uma construç)o *umana 'demais, com a democracia, o espaço que at ent)oera reservado apenas ao rei, aos poetas e aos sacerdotes religiosos, que o da fala e dainterpretaç)o da realidade, vai sendo ocupado por leigos, que lutam por afirmar outras formas deentendimento

    6 O M./o'o '! F$oso#!

    Aa medida em que as narrativas m$ticas iam sofrendo o relativismo, junto com um desencantamento

    do mundo, estabelecia-se se a necessidade de se criar um critrio que pudesse ser compartil*(vel,universal e acess$vel a todos quantos desejassem procurar pelas respostas propostas

    2 critrio a ser utilizado vai ser o da argumentaç)o lgica, acess$vel a qualquer pessoa Caso umaresposta n)o fosse provada racionalmente, n)o mais era aceita

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     't o surgimento da 8ilosofia, uma opini)o poderia ser considerada verdadeira, tendo em conta aautoridade de quem a emitia :e era um anci)o e"periente, um sacerdote ou um poeta inspirado, eraaceita Caso fosse um leigo comum, era desconsiderada ' partir dos pr-socr(ticos, a verdadedeveria ser demonstrada racionalmente, independente de quem estivesse falando .sso era feito,atravs de regras universais do pensamento, como por e"emplo, ‘o princ$pio da identidade’, que dizque uma coisa n)o pode ser algo e o seu contr(rio ao mesmo tempo ;ou maç) ou pêraH ou

    *omem ou animalH ou noite ou dia

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    erros cometidos em e"istência anterior 7odemos considerar suas idias como sementes das idiasde 7lat)o

    W 6 O ,-e es/!"! em o%o n! 8e&%-n/! 'os P&.6So(&/(os)

     's cosmologias traziam consigo respostas a quest4es que eram fundamentais para oestabelecimento da ordem dominante 2s mitos fundamentavam, entre outras idias, a justificaç)oda escravid)o, a da inferioridade dos povos estrangeiros, a do papel do povo frente ao poder eautoridade do rei ou imperador, a divis)o da sociedade em classes, entre outras idias

    /ejamos esta an(lise em duas narrativas m$ticas+ a primeira, a narrativa babilRnica acerca dacriaç)o da *umanidade, e a segunda, a criaç)o *indu da *umanidade

    W

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    :endo assim, fica claro como importante o e"erc$cio filosfico sobre a realidade, a fim de noslivrarmos de todo imagin(rio ideolgico que queira determinar o sentido de nossa vida, tendo emvista aç4es desumanizantes e opressoras

    E=e&((osCite e"emplos acerca de como o mito pode ser usado para dominaç)o e opress)o

    Pe&%-n/!s ,-e 8o'em se& &e,-e&'!s n! A"!$!9o Fn!$& 2 que a 8ilosofia 7r-socr(tica36 5"plique os fatores *istricos e materiais que contribu$ram para o surgimento da 8ilosofia na

    rciaB 2 que est( em risco, quando uma mitologia da criaç)o do ser *umano desacreditada3

    @$o%&!#! s(!:

    F C*au$, Darilena Convite ? 8ilosofia :)o 7aulo+ tica 5ditora, &FFF&Iaarder, Postein 2 Dundo de :ofia :)o 7aulo+ Compan*ia das Letras, &FF&& :tein, 5rnildo #ma Qreve .ntroduç)o ? 8ilosofia .ju$+ #niju$ 5ditora, 6II6&62sborne, Mic*ard 8ilosofia 7ara 7rincipiantes Mio de Paneiro+ 2bjetiva 5ditora, &FF

    S/es n! In/e&ne/:

    & :ite Dundo dos 8ilsofos+ *ttp+NNmundodosfilosofoscombrN2. :ite 7ortal Qrasileiro de 8ilosofia+ *ttp+NNfilosofiaprobrN3. :ite 8ilosofia /irtual+ *ttp+NNfilosofiavirtualprobrN

    http://www.filosofia.pro.br/http://www.filosofiavirtual.pro.br/http://www.filosofia.pro.br/http://www.filosofiavirtual.pro.br/

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    />

    F$oso#! Ge&!$ e F$oso#! J-&'(! – P&o#< G"!$'o M!/os

    Tem!s – F$oso#! 'o D&e/o em A&s/2/e$es

    Tem! 01 6 O D&e/o N!/-&!$ em A&s/2/e$es

    O Con(e/o 'e N!/-&e! em A&s/2/e$es e o D&e/o N!/-&!$

     'ristteles defende a idia de que todas as coisas foram criadas pelo que ele c*ama de Aatureza5sta definiu, a princ$pio, a finalidade de todas as coisas, a fim de que elas alcancem o bem m("imo/isto que o ser *umano, no entanto, dotado de vontade racional, pode desviar-se dos propsitosda Aatureza 7ara tanto, estabelece-se normas de conduta jur$dica, a fim de coagi-lo a agir deacordo com sua natureza, sendo que esta a mel*or maneira de se alcançar sua felicidade ' istoele c*ama de 9ireito Aatural

    & Aatureza como guia para a construç)o do overno e do 9ireitoH6 Conceito !eleolgico+ !udo opera seguindo para uma finalidadeHB ' 8inalidade da Aatureza o bem e a ordem, fazendo uso da PustiçaH` ' Aatureza o motor determinante desta e para esta finalidadeH Dtodo+ procurar as intenç4es da natureza onde ela n)o foi corrompidaH ' Aatureza estabelece as relaç4es devidas entre classes sociais 5la estabelece a

    necessidade de funç4es sociais distintas, alimentadas pela distinç)o entre classes sociais,necess(rias ? ordem !al distinç)o social natural, portanto, leg$timaH

    S 5ntre Leis Aaturais e Leis 7ositivas, prefere-se as ditadas pela AaturezaH ' Aatureza , portanto, eterna, imut(vel e superior

    Am@%-'!'es: Como determinar o que natural e o que n)o natural3

    C/!9es '! o@&! KA POLXTICA:

    I 6 N!/-&e! (omo %-! 8!&! ! (ons/&-9o 'o Go"e&no e 'o D&e/o

    Ao te"to ‘' 7ol$tica’, 'ristteles empreende um projeto de analisar as diversas constituiç4es de5stados e apreender suas justificaç4es Aesta atividade, ele esboça tambm o que julga ser oscritrios que deveriam ser utilizados para legitimaç)o de uma constituiç)o de um 5stado @ a ordemperfeita elaborada pela Aatureza

    In(o 'o /e=/o: “1uem, portanto, considerar os temas visados a partir de sua origem edesenvolvimento, seja de um 5stado ou de qualquer outra coisa, obter( uma vis)o mais clara deles%7g &``

    Fm '! P!&/e I: “ todos estes assuntos ser)o necess(rios na discuss)o das formas deconstituiç)o 7orque s)o todos assuntos pertinentes ? administraç)o da fam$lia e toda fam$lia partedo 5stado% 7g &

    In(o P!&/e II: “Comprometemo-nos a discutir a forma de associaç)o ? qual denominamos 5stado,para responder ? pergunta sobre a mel*or maneira de constituir a sociedade% 7g &F

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    2 percurso adotado por 'ristteles, a fim de alcançar um modelo de Constituiç)o, ser( a teleologia;fim estabelecido< da Aatureza !omar( como e"emplo de sociedade governada pela natureza, emprimeiro lugar, a fam$lia, para depois tratar tambm das relaç4es de escravid)o

    II 6 Con(e/o Te$eo$2%(o – T-'o o8e&! 8!&! -m! #n!$'!'e

     ' cidade-5stado , por si, uma finalidadeH porque c*amamos natureza de um objeto o produtofinal do processo de aperfeiçoamento desse objeto, seja ele *omem, cavalo, fam$lia ouqualquer outra coisa que ten*a e"istência 'demais, o objetivo e a finalidade de uma coisapodem apenas ser o mel*or, a perfeiç)oH e a auto-suficiência , a um s tempo, finalidade eperfeiç)o &`

    III 6 O Es/!'o . (&!9o '! N!/-&e! e ! N!/-&e! 'o 4omem . Po$/(!

    7or conseguinte, evidente que o 5stado uma criaç)o da natureza e que o *omem , por natureza, um animal pol$tico &`

     ' natureza, como se afirma frequentemente, n)o faz nada em v)o, e o *omem o únicoanimal que tem o dom da palavra ;< 5ssa uma caracter$stica do ser *umano, o único a ter noç)o de bem e o mal, da justiça e da injustiça &`

    #m instinto social implantado pela natureza em todos os *omens ;

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    O:e a lei escrita contr(ria ? nossa causa, torna-se necess(rio utilizar a lei comum e aeqidade, que mais justa ;< Com efeito, a eqidade sempre dura, e n)o est( destinada amudar+ e at mesmo a lei comum ;pelo fato de ser natural< n)o muda, enquanto as leisescritas mudam com freqênciaO I Aorberto Qobbio, Loce e o 9ireito Aatural, p B

    Im8$(!9es:

    Am@%Y'!'es 6 Como determinar o que natural e o que n)o natural3

    E= 01: Melaç4es entre *omens livres e escravos, *omens e mul*eres e *omens e criançasH relaç4esde propriedadeH relaç4es entre naç4es

    E=< 05: Como determinar a naturalidade do comportamento se"ual3 7oligamia ou monogamia3 1uedizer da *omoafetividade3

    E=< 0>: Como julgar a 5ngen*aria entica, quando j( se tem estabelecido que, em grande parte, a

    natureza de cada ente , em grande medida, tribut(ria das informaç4es e determinaç4es de seusgenes3

    Am@%Y'!'e 01

    Aas criaturas vivas, como eu disse, que primeiro observamos o 8&e(e/o 'es82/(o e o8&e(e/o (ons//-(on!$H a alma rege o corpo com regras despticas, enquanto o intelectorege os apetites com regras estabelecidas e reais 5 claro que o dom$nio da alma sobre ocorpo, assim como o da mente e do racional sobre as pai"4es, natural e conveniente, !o8!sso ,-e ! e,-'!'e en/&e !m@os o- o 'omno 'o n#e&o& . sem8&e 'o$o&oso<   2

    mesmo aplica-se aos animais em relaç)o aos *omensH os animais domsticos têm mel*or natureza do que os selvagens e todos os animais domsticos s)o mel*ores quando dirigidospelo *omemH por isso s)o preservados 9o mesmo modo o ?omem . s-8e&o& e ! m-$?e& n#e&o& o 8&me&o m!n'! e ! se%-n'! o@e'e(eZ  este princ$pio, ne(ess!&!men/ees/en'e6se ! /o'! ! ?-m!n'!'e 7ortanto, onde *ouver essa mesma diferença que j( entrealma e corpo, ou entre *omens e animais ;como no caso dos que têm como único recursousar o prprio corpo, n)o sabendo fazer nada mel*or 6 5ntre *omem e mul*er a relaç)o superiorNinferior permanente &

    5ssa alus)o ? virtude nos leva diretamente ? consideraç)o da almaH pois nela que seencontram o dominador e o dominado por naturezaH pois nela que se encontram odominador e o dominado por natureza, cujas virtudes consideramos distintas ' diferente entre

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    ambos, na alma, a mesma entre o racional e o n)o-racional 7ortanto, est( claro que, emoutras relaç4es, tambm e"istir)o diferenças naturais 5 isso, em geral, no caso do sen*or edo comandadoH as distinç4es ser)o naturais, mas n)o necessariamente as mesmas 7ois adominaç)o do *omem livre sobre o escravo, do *omem sobre a mul*er, do *omem sobre omenino, s)o todas naturais, mas diferentes, porque embora as partes da alma estejam

    presentes em todos os casos, a distribuiç)o outra 'ssim, a faculdade de decis)o, na alma,n)o est( completamente presente num escravoH na mul*er, inoperanteH numa criança, n)odesenvolvida &

    Meferências+

     'ristteles A Po$/(!

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