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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Revista e
data
Título Autores e links Pergunta
Principal
Aspectos-chaves
Am J Clin
Pathol
15JUL2020
SARS-CoV-2
Antibody
Responses Do
Not Predict
COVID-19
Disease Severity
Phipps WS et al. USA,
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32666092/
Resposta
sorológica ao
SARS-CoV-2
não tem
associação com a
gravidade da
doença
-Objetivos: Avaliar o desempenho dos
testes diagnósticos baseados em sorologia
para o SARS-CoV-2, além de verificar os
níveis de anticorpos afetam a imunidade e
o curso da doença.
-Métodos: N=967 indivíduos testados para
anticorpos IgG reativos ao SARS-CoV-2,
incluindo 172 casos suspeitos de SARS-
CoV-2 (n=96 PCR negativa; n=76 PCR
positiva: 52/76 foram testados para
sorologia, sendo que 15 fizeram testes
seriados para IgG e 37 testaram para IgM),
656 amostras de plasma de doadores
saudáveis, 49 soros de pacientes com
doença reumática (n=20 com fator
reumatóide positivo e n=29 com
ANA+/dsDNA+) e 90 amostras de
indivíduos positivos para o painel viral
respiratório.
-> Um subgrupo de casos positivos pela
PCR para SARS-CoV-2 foi testado para
anticorpos IgM pelo método de matriz
proteômica.
- Resultados: Todas as amostras de
especificidade e de reatividade cruzada
foram negativas para anticorpos SARS-
CoV-2 IgG (0/795, 0%).
-> A concordância positiva da IgG com a
PCR foi de 83% das amostras confirmadas
em mais de 14 dias após o início dos
sintomas, com sensibilidade inferior a
100% atribuível a um caso com
imunossupressão grave.
-> A IgM específica para vírus foi positiva
em uma proporção maior de casos, menos
de 3 dias após o início dos sintomas.
-> Não foi observada associação entre o
curso da doença leve e grave em relação
aos níveis de IgG e IgM.
- Conclusões: O ensaio SARS-CoV-2 IgG
estudado teve 100% de especificidade e
nenhuma reatividade cruzada adversa. As
medidas de anticorpos IgG e IgM não
predizem a gravidade da doença na
população de pacientes.
N Engl J Med
14JUL2020 An mRNA
Vaccine against
SARS-CoV-2 -
Preliminary
Report
Jackson LA et al.
mRNA-1273 Study
Group.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32663912/
Fase 1 da vacina
de mRNA anti-
SARS-CoV-2:
Good News!
- Prévio: A COVID-19 surgiu no final de
2019 e se espalhou globalmente, levando a
um esforço internacional para acelerar o
desenvolvimento de uma vacina. A vacina
candidata mRNA-1273 codifica a proteína
pré-fusão estabilizada spike (S) do SARS-
CoV-2.
- Métodos: Realizado um ensaio clínico de
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
fase 1, com escalonamento da dose,
incluindo 45 adultos saudáveis, com idades
entre 18 e 55 anos, que receberam duas
doses da vacina mRNA-1273, com 28 dias
de intervalo, na dose de 25 μg, 100 μg ou
250 μg. Havia 15 participantes em cada
grupo de dose.
-> As respostas de anticorpo de ligação
contra S-2P e o domínio de ligação ao
receptor (RBD), localizado na subunidade
S1, foram avaliadas por ELISA.
-> A atividade neutralizante induzida pela
vacina foi avaliada por um repórter de
lentivírus pseudotipado (PSVNA) e pelo
ensaio de neutralização na placa de redução
com SARS-CoV-2 vivo do tipo selvagem
(PRNT).
-> ELISA e PsVNA foram realizados em
amostras coletadas de todos os
participantes nos dias 1, 15, 29, 36, 43 e
57. Devido à natureza demorada do ensaio
PRNT, para este relatório da análise
interina, os resultados estavam disponíveis
apenas para o dia 1 e 43 dias, nos grupos
de doses de 25 μg e 100 μg.
-> As respostas das células T contra a
proteína spike foram avaliadas por um
ensaio intracelular de coloração de
citocinas, realizado em amostras coletadas
nos dias 1, 29 e 43.
-> Para comparação das respostas imunes
dos participantes com as induzidas pela
infecção por SARS-CoV-2, 41 amostras de
soro convalescente também foram testadas.
Os ensaios foram realizados no NIAID
Vaccine Research Center (ELISA e
PsVNA) e no Vanderbilt University
Medical Center (PRNT).
- Resultados:
-> Grupos 1, 2 & 3: média de idade 36,7±
7,9 anos, 31,3 ±8,7 e 31±8,0 anos, sexo
masculino 60%, 47% e 40% (total 51%),
cor branca 100%, 73% e 93% (total 89%),
IMC 24,6 ± 3,4, 26,7± 2,6 e 24,7±3,1
kg/m2
-> Após a primeira vacinação, as respostas
de anticorpos anti-S-2P foram maiores com
doses mais altas (dia 29 do teste
imunoabsorvente enzimático/ELISA) com
título médio geométrico [GMT] de 40.227
no grupo de 25 μg, 109.209 no grupo de
100 μg e 213.526 no grupo de 250 μg).
-> Após a segunda vacinação, os títulos
aumentaram (dia 57 GMT, 299.751,
782.719 e 1.192.154, respectivamente).
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Após a segunda dose, a atividade da
neutralização do soro foi detectada por dois
métodos em todos os participantes
avaliados, com valores geralmente
semelhantes aos da metade superior da
distribuição de um painel de amostras de
soro convalescente de controle.
-> Eventos adversos: ocorreram em mais
da metade dos participantes e incluíram
fadiga, calafrios, cefaléia, mialgia e dor no
local da injeção.
-> Os eventos adversos sistêmicos foram
mais comuns após a segunda vacinação,
particularmente com a dose mais alta, e três
participantes (21%) no grupo de doses de
250 μg relataram um ou mais eventos
adversos graves.
- Conclusões: A vacina mRNA-1273
induziu respostas imunes anti-SARS-CoV-
2 em todos os participantes, e não foram
identificadas preocupações de segurança
limitadoras para estudos futuros. Esses
achados apóiam o desenvolvimento
adicional desta vacina e avaliação em
estudos de fases 2 e 3.
- mRNA-1273 número ClinicalTrials.gov,
NCT04283461.
Respir Res
14JUL2020 SARS-CoV-2
induces
transcriptional
signatures in
human lung
epithelial cells
that promote
lung fibrosis
Xu J et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32664949/
Assinatura da
transcrição de
genes ativados
pelo SARS-CoV-
2 e fibrose
- Prévio: A enzima conversora de
angiotensina (ECA) 2 é um receptor celular
do SARS-CoV-2. É clivado pela serina
protease transmembranar tipo II
(TMPRSS) 2 e pelo domínio desintegrina e
metalopeptidase (ADAM) 17 que auxiliam
a entrada viral nas células hospedeiras.
Clinicamente, a infecção pelo SARS-CoV-
2 pode resultar em lesão pulmonar aguda e
fibrose pulmonar, mas os mecanismos
subjacentes à fibrose pulmonar induzida no
curso da COVID-19 não são totalmente
compreendidos.
- Métodos: As redes da ECA2 e suas
moléculas interagentes foram identificadas
por métodos bioinformáticos. Suas
expressões gênicas e proteicas foram
medidas em células epiteliais humanas
após 24 h da infecção pelo SARS-CoV-2
ou em conjuntos de dados existentes de
pacientes com fibrose pulmonar.
- Resultados: Confirmamos a ligação do
SARS-CoV-2 e ECA2 pela análise
bioinformática. TMPRSS2, ADAM17,
inibidor tecidual de metaloproteinase
(TIMP) 3, angiotensinogênio (AGT), fator
de crescimento de transformação beta
(TGFB1), fator de crescimento de tecido
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
conjuntivo (CTGF), fator de crescimento
endotelial vascular (VEGF) A e
fibronectina (FN) interagiram com a
ECA2, e o mRNA e a proteína dessas
moléculas foram expressos em células
epiteliais do pulmão.
-> A infecção pelo SARS-CoV-2 aumentou
o mRNA da ECA2, TGFB1, CTGF e FN1
que são fatores determinantes da fibrose
pulmonar. Essas alterações também foram
encontradas nos tecidos pulmonares de
pacientes com fibrose pulmonar.
- Conclusões: O SARS-CoV-2 quando se
liga à ECA2 ativa genes e processos
relacionados à fibrose, o que pode
contribuir para fibrose pulmonar.
Crit Care
14JUL2020 Atorvastatin
associated with
decreased hazard
for death in
COVID-19
patients admitted
to an ICU: a
retrospective
cohort study
Rodriguez-Nava G et al.
USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32664990/
Atorvastatina na
COVID-19?
-Prévio: O SARS-CoV interage com
receptores do tipo Toll na membrana da
célula hospedeira, aumentando a expressão
do gene MYD88, ativando finalmente o
NF-κB e desencadeando vias inflamatórias.
Modelos experimentais demonstraram que
as estatinas estabilizam os níveis de
MYD88 após um gatilho pró-inflamatório
e, em um modelo murino, a atorvastatina
atenuou significativamente a ativação de
NF-κB. Além disso, há 2 estudos de coorte
retrospectivos que relataram um risco
reduzido de óbito pela influenza entre
usuários de estatina.
- Objetivos: Avaliar se os usuários de
estatinas na dose de 40 mg por dia
reduziram o risco de mortalidade hospitalar
pela COVID-19.
- Meotodologia: Estudo de coorte
retrospectivo, incluindo 87 pacientes
adultos com COVID-19 confirmada em
laboratório, internados na UTI do hospital
comunitário em Evanston, IL, EUA, de
março a maio de 2020.
-> Modelo de regressão de riscos
proporcionais de Cox para examinar a
relação entre tratamentos adjuvantes e
mortalidade hospitalar.
-> Para minimizar os fatores de confusão,
ajustamos para idade, hipertensão, doença
cardiovascular, ventilação mecânica
invasiva, gravidade de acordo com os
critérios do National Institutes of Health
(frequência respiratória> 30, SpO2 <94%,
PaO2/FiO2 <300 mmHg ou infiltrados
pulmonares> 50%), número de
comorbidades (como variável contínua) e
outras terapias adjuvantes (incluindo
hidroxicloroquina, esteróides intravenosos,
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
azitromicina, tocilizumab, colchicina e
antibióticos), forçando essas variáveis ao
modelo.
-Resultados:
-> Mediana de idade 68 anos (IQR, 58-75
anos), 56 (64,4%) sexo masculino e 50
(57,5%) eram residentes especializados em
instalações de enfermagem.
-> Desses pacientes, 39 (44,8%) receberam
alta hospitalar, mediana do tempo de
internação 13 dias (IQR, 7 a 21 dias) e 48
(55,2%) foram a óbito, mediana de tempo
de internação 9,5 dias (IQR, 3 14,75 dias),
diferença estatisticamente significante
(p=0,032).
-> 24 (61,5%) sobreviventes recebeu
atorvastatina 40 mg por dia, em
comparação com 23 (47,9%) dos não
sobreviventes (p = 0,20 por qui-quadrado).
-> No modelo de regressão multivariável
de Cox, os não usuários de atorvastatina
tiveram 73% de chance de progressão mais
rápida para óbito em comparação com os
usuários de atorvastatina.
- Conclusões: A atorvastatina tem efeito
benéfico na COVID-19. No entanto, o
desenho do estudo observacional apresenta
limitações. Estudos randomizados e
controlados são necessários para
chegarmos a conclusões definitivas.
Eur J Clin
Microbiol
Infec Dis
14JUL2020
Combined
throat/nasal swab
sampling for
SARS-CoV-2 is
equivalent to
nasopharyngeal
sampling
Vlek ALM et al. The
Netherlands.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32666481/
Swab
nasofaríngeo ou
swab combinado
orofaringe/nasal?
Prévio: A PCR em uma amostra
nasofaríngea é o método de referência para
a detecção de SARS-nCoV-2. No entanto,
a amostragem combinada da
orofaringe/nasal como método de teste tem
várias vantagens.
-Objetivo: Comparar a amostra combinada
da orofaringe/nasal com a amostra
nasofaríngea para detecção de SARS-CoV-
2 em profissionais de saúde suspeitos para
COVID-19.
- Métodos: Em 107 profissionais de saúde
com sintomas de COVID-19, foram
realizadas amostragem combinada de
orofaringe/nasal (foi utilizado o mesmo
cotonete) e amostragem nasofaríngea
(coleta apenas de uma narina). A detecção
de SARS-CoV-2 foi realizada pela RT-
PCR (gene E).
- Resultados: Um total de 80 profissionais
de saúde (74,8%) apresentaram resultado
negativo nos dois métodos de amostragem
e 25 profissionais de saúde (23,4%)
apresentaram resultado positivo nos dois
métodos de amostragem.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Houve dois resultados discrepantes com
PCR positiva em swabs combinados de
orofaringe/nasal e PCR negativa em swabs
nasofaríngeos (1,9%).
-> O índice κ (kappa) para concordância
entre os 2 métodos de amostragem foi alto
(0,95).
-> O valor do limiar do ciclo mediano (Ct)
da PCR nas amostras nasofaríngeas foi
significativamente menor que o valor da
PCR nas amostras combinadas de
orofaringe/nasal 19 (variação 14-31; IQR
17-20) versus 21 (variação 15-37, IQR 18-
29) ciclos, p=0,01).
- Conclusão: A combinação de esfregaços
nasais/orofaringe produz uma sensibilidade
semelhante para detectar o SARS-CoV-2
como esfregaços nasofaríngeos e é um bom
método de amostragem alternativo, apesar
de um valor significativamente mais baixo
de Ct para as amostras nasofaríngeas.
Blood Purif
13JUL2020 Prevalence,
Characteristics,
Risk Factors, and
Outcomes of
Invasively
Ventilated
COVID-19
Patients with
Acute Kidney
Injury and Renal
Replacement
Therapy
Fominskiy EV et al.
COVID-BioB Study
Group.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32659757/
Lesão renal
aguda em
pacientes com
COVID-19 em
ventilação
mecânica
-Prévio: A ocorrência de lesão renal aguda
(LRA) e terapia renal substitutiva contínua
(TRSC) nos pacientes com COVID-19
crítica é um desafio médico.
-Objetivo: Estudar a prevalência,
características, fatores de risco e resultado
da LRA e TRSC entre pacientes com
COVID-19 ventilados invasivamente.
-Métodos: Estudo observacional em um
hospital terciário em Milão, Itália.
- Resultados: Entre 99 pacientes em
ventilação mecânica, 72 (75,0%)
desenvolveram LRA e 17 (17,7%)
receberam TRSC.
-> A maioria dos pacientes desenvolveu
LRA no estágio 1 (33 [45,8%]), enquanto
15 (20,8%) desenvolveram LRA no estágio
2 e 24 (33,4%) desenvolveram LRA no
estágio 3.
-> Os pacientes que desenvolveram LRA
ou precisaram de TRSR eram mais velhos,
e entre os pacientes tratados com TRSR,
uma proporção maior apresentava DRC
preexistente.
-> A mortalidade hospitalar foi 38,9% para
LRA e 52,9% para pacientes com
necessidade de TRSC.
- Conclusões: Entre os pacientes com
COVID-19 ventilados invasivamente, a
LRA é muito comum e o uso de TRSC é
comum. Ambos apresentam alto risco de
mortalidade hospitalar.
Eur Heart J
13JUL2020 Pulmonary
embolism in
Fauvel C et al. France. Avaliação dos
fatores de risco
- Objetivos: Descrever os fatores de risco
associados à embolia pulmonar (EP) na
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
COVID-19
patients: a
French
multicentre
cohort study
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32656565/
para embolia
pulmonar na
COVID-19
COVID-19.
- Métodos e resultados:
-> Eestudo observacional retrospectivo
multicêntrico, envolvendo pacientes
consecutivamente hospitalizados por
COVID-19.
-> Foram excluídos os pacientes sem
diagnóstico de EP comprovado por
angiotomografia pulmonar e os que foram
admitidos diretamente na UTI.
-> Entre 1240 pacientes (58,1% homens,
média de idade 64 ± 17 anos), 103 (8,3%)
pacientes tiveram EP confirmada por
angiotomografia pulmonar.
-> tempo entre o início dos sintomas e a
internação: 7,2 ± 4,7 dias
-> Comorbidades: tabagismo 14,9%, HAS
45,4%, DM 21,7%, dislipidemia 25,6%,
DPOC 6,2%, doença renal crônica 10,3%,
doença arterial periférica 4,9%, fibrilação
atrial 9,5%, doença arterial coronariana
10,7%, doença cardíaca crônica 9,5%.
-> A transferência para UTI, a ventilação
mecânica e o diagnóstico de trombose
venosa profunda foram significativamente
maiores no grupo EP (para ambos
p<0,001).
-> EP versus não EP: sexo masculino
70,9% vs 57% (p=0,009; OR 1,83 IC95%
1,19-2,89), tempo entre o início dos
sintomas e a internação 8,6 ±5,7 vs 7,0±4,5
dias (p=0,009; OR 1,38 IC95% 1,13-1,68).
-> De modo inesperado, fibrilação atrial foi
mais frequente em pacientes sem EP
(10,3% vs 1,0%, OR=0,10, IC95% 0,01-
0,44, p=0,004), bem como história de AVC
(8,2% vs 1,9%, OR=0,24 IC95% 0,04-0,77,
p=0,037).
-> Pacientes com EP aprsentaram valores
mais altos de leucócitos 9,6 ± 10,9 vs 7,1±
4,8 x 109/l, p=0,028), de plaquetas (246±94
vs 223± 97 x 109/l, p=0,022), de proteína C
reativa (114± 95 vs 89±75 mg/l, p=0,013),
de D-dímero (3519 ± 4385 vs 1371±4,12
μg/l, p<0,001) e de maior envolvimento do
parênquima pulmonar pela infecção >50%
(25,5% vs 16,7%, p=0,036)
-> Análise univariada: os fatores de risco
tromboembólicos venosos tradicionais não
foram associados à EP (p> 0,05), enquanto
os pacientes sob anticoagulação com dose
terapêutica antes da hospitalização ou
anticoagulação com dose profilática
introduzida durante a internação
apresentaram menor ocorrência de EP
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
(OR=0,40, IC95% 0,14-0,91, p=0,04; e
OR=0,11, IC95% 0,06-0,18, p<0,001,
respectivamente).
-> Análise multivariada: as seguintes
variáveis, também estatisticamente
significantes na análise univariada, foram
associadas à EP: sexo masculino
(OR=1,03, IC95% 1,003-1,069, p=0,04),
anticoagulação com dose profilática (OR=
0,83, 95% IC95% 0,79-0,85, p<0,001) ou
uma dose terapêutica (OR=0,87, IC95%
0,82-0,92, p<0,001), proteína C reativa
(OR=1,03, IC95% 1,01-1,04, p=0,001) e
tempo desde o início dos sintomas até a
hospitalização (OR=1,02, IC95% 1,006-
1,038, p= 0,002).
- Conclusões: Os fatores de risco para EP
no contexto da COVID-19 não incluem
fatores de risco tromboembólicos
tradicionais, mas sim achados clínicos e
biológicos independentes na admissão,
incluindo uma importante contribuição do
estado de inflamação dos pacientes.
Ann Hematol
12JUL2020 Blood type and
outcomes in
patients with
COVID-19
Latz CA et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32656591/
Tipo sanguíneo e
desfechos
clínicos na
COVID-19?
- Objtivo: Determinar se existe uma
associação entre o tipo sanguíneo ABO e a
gravidade da COVID-19 definida por
intubação ou óbito, bem como verificar se
há variabilidade no teste positivo para
COVID-19 entre os tipos sanguíneos.
- Metodologia:
-> Pacientes adultos com teste positivo
para COVID-19 em cinco hospitais no
período de 6 de março a 16 de abril de
2020 (Estado de Massachesetts, EUA;
daods do Partner’s Healthcare System’s
Research Patient Data Registry –RPDR). A
internação, intubação e morte foram
avaliadas quanto à associação com o tipo
sanguíneo.
-> Análise univariada + regressão logística:
avaliar o efeito independente do tipo
sanguíneo no risco de intubação e/ou óbito
e testes positivos.
- Resultados:
-> N=7.648 pacientes: teste para SARS-
CoV-2.
-> N=1.289 foram positivos para a
COVID-19 com um tipo sanguíneo
conhecido: 440 (34,2%) tipo A, 201
(15,6%) tipo B, 61 (4,7%) tipo AB e 587
(45,5%) tipo O.
-> Sem diferenças na média de idade (56-
57 anos), sexo feminino (54-68%) e
comorbidades (HAS 58-69%; DM 33-
41%), tabagismo (19-25%), doença
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
coronariana (35-49%), insuficiência
cardíaca (16-21%), doença renal crônica
(17%-20%), asma (23-28%), DPOC (12-
15%) e neoplasia (27-31%).
-> 484 (37,5%) foram internados, 123
(9,5%) foram internados na UTI, 108
(8,4%) foram intubados, 3 (0,2%)
necessitaram de ECMO e 89 (6,9%) foram
a óbito.
-> Análise univariada: não houve
associação entre o tipo sanguíneo e
qualquer um dos marcadores inflamatórios
(pico de leucócitos, p=0,25; pico de DHL,
p=0,40; pico do VHS, p=0,16; pico da
proteína C reativa, p=0,14) nem entre os
tipos de sangue e qualquer desfecho clínico
de gravidade (admissão p=0,20, admissão
na UTI p=0,94, intubação p=0,93,
pronação enquanto intubado p=0,58,
ECMO p=0,09 e óbito p=0,49). -> Análise multivariada o tipo sanguíneo
não se associou independentemente ao
risco de intubação ou óbito: tipo sanguíneo
referente A; tipo sanguíneo B: aOR: 0,72,
IC95%: 0,42-1,26, p=0,25; tipo sanguíneo
AB: aOR: 0,78, IC: 0,33-1,87, p=0,58; tipo
sanguíneo O: aOR: 0,77, IC: 0,51-1,16,
p=0,21); fator rhesus positivo (Rh +): aOR:
1,03, IC: 0,93-1,86, p=0,10.
-> O tipo sanguíneo A não teve correlação
com o teste positivo (aOR: 1,00, IC: 0,88-
1,13, p=0,96), o tipo sanguíneo B foi
associado a maiores chances de teste
positivo para doença (aOR: 1,28, IC: 1,08-
1,52, p=0,004), o AB também foi associado
com maior chance de teste positivo (aOR:
1,37, IC: 1,02-1,83, p=0,035) e O foi
associado a um menor risco de teste
positivo (aOR: 0,84, IC: 0,75-0,95,
p=0,007).
-> O status Rh+ foi associado a maiores
chances de teste positivo (aOR: 1,23, IC:
1,003-1,50, p=0,047).
- Conclusões: O tipo sanguíneo não foi
associado ao risco de intubação ou óbito
em pacientes com COVID-19.
-> Pacientes com tipos sanguíneos B e AB
que receberam um teste apresentaram
maior probabilidade de testar positivo e
tipo sanguíneo O com menor probabilidade
de testar positivo. Os pacientes Rh + foram
mais propensos a testar positivo para o
SARS-CoV-2.
Liver Int
12JUL2020 Liver
histopathology in
Sonzogni A et al.
https://pubmed.ncbi.nlm.
Histologia post-
mortem do fígado
- Prévio: Na Itália, a infecção pelo SARS2-
CoV-2 foi associada ao aumento da morbi-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
severe COVID 19
respiratory
failure is
suggestive of
vascular
alterations
nih.gov/32654359/
de pacientes que
foram a óbito por
pneumonia pela
COVID-19
mortalidade. Embora os pulmões pareçam
ser o principal alvo da infecção, poucas
informações estão disponíveis sobre o
envolvimento hepático, possivelmente
evocando uma doença sistêmica.
-Métodos: biópsias hepáticas postmortem
em cunha de 48 pacientes que foram a
óbito pela doença pulmonar grave com
insuficiência respiratória e COVID-19
foram coletadas em dois hospitais no norte
da Itália.
-> Nenhum paciente apresentou sintomas
clínicos de doença hepática ou sinais de
insuficiência hepática antes e durante a
hospitalização; para cada um deles estavam
disponíveis testes de função hepática.
- Resultados:
-> média de idade 71 (32-86) anos, 2.75:1
homens:mulheres; HAS 53,3%, doença
cardiovascular 37,8%, DM 28,9%,
obesidade 15,6%, doença renal 22,2%,
doença pulmonar 11,1%.
-> TGO com aumento 1-4x em 32/41; TGP
com aumento de 1-4x em 20/41; gama-GT
aumentada 3x em 15/23 pacientes.
-> Todas as amostras do fígado
apresentaram características mínimas de
inflamação.
-> Foram observados quadros histológicos
compatíveis com alterações vasculares,
caracterizados pelo aumento do número de
ramos da veia porta associados à dilatação
maciça do lúmen, trombose luminal parcial
ou completa dos vasos porta e sinusoidais
(parcial 50%, completa 23%, sinusoindal
incompleta 14% e sinusoidal completa
12%) e fibrose do trato portal (60%).
-> necrose do parênquima: ausente (65%),
leve (11%), moderada (15%) e grave
(12%).
-> O SARS-CoV-2 foi encontrado em 15
das 22 amostras testadas pelo método de
hibridização in situ.
-> Os resultados preliminares confirmam a
impressão clínica de que a insuficiência
hepática não é uma das principais
preocupações e que esse órgão não é alvo
de danos inflamatórios significativos.
-> Os achados histopatológicos são
altamente sugestivos de desarranjo
acentuado da rede intra-hepática de vasos
sanguíneos, secundária a alterações
sistêmicas induzidas pela infecção viral e
que podem ter como alvo não apenas o
parênquima pulmonar, mas também o
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
sistema cardiovascular, a cascata de
coagulação e a camada endotelial dos vasos
sanguíneos.
- Comentários: Ainda não está claro se as
alterações mencionadas estão diretamente
relacionadas à infecção pelo vírus ou se o
SARS-CoV-2 desencadeia uma série de
reações que levam a alterações vasculares
marcantes.
Crit Care
11JUL2020 Administration
of umbilical cord
mesenchymal
stem cells in
patients with
severe COVID-19
pneumonia
Guo Z et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32653043/
Células-tronco
mesenquimais
para o tratamento
da COVID-19?
- Prévio: As células-tronco mesenquimais
(MSCs) tem distribuição ubíqua e
apresentam múltiplos benefícios numa
variedade de doenças agudas e crônicas.
- Métodos e resultados:
-> N=31 pacientes com COVID-19:
tratamento com MSCs do cordão umbilical
(1x106 células/kg de peso).
-> Mediana de idade: 70 anos (IQR, 61-71
anos); 25/31 (80,6%) sexo masculino, HAS
41,9%, DPOC 19,4%, doença arterial
coronarian 16,1%, DM 16,1%.
-> TC pulmonar: 100% pneumonia
bilateral, opacidade em vidro fosco 83,9%.
-> Complicações: insuficiência respiratória
32,3%, SDRA 25,8% e lesão cardíaca
38,7%. COVID-19 grave 74,2% e COVID-
19 crítica em 25,8%.
-> A proporção de tratamento com
oxigênio foi a mais alta (31 [100%]),
seguida por antivirais (26 [83,9%]),
antibióticos (23 [74,2%]), imunoglobulina
intravenosa (8 [25,8%]), albumina
intravenosa (8 [25,8%]) e
metilprednisolona (6 [19,4%]).
-> Mediana do volume das células
infundidas: 200 mL (IQR, 100-300 ml).
-> Número de infusões: única (11/31,
35,5%), duas infusões (9/31, 29%) e três
infusões (11/31, 35,5%).
-> Nenhum evento adverso foi atribuível à
infusão intravenosa das célualas.
-> Após a primeira infusão das MSCs, os
resultados da RT-PCR para SARS-CoV-2
de 30 pacientes (96,8%) tornaram-se
negativos após um tempo médio de
10,7±4,2 dias.
-> Os parâmetros laboratoriais tenderam a
melhorar após a terapia celular: linfócitos
(mediana [IQR], 1,09 [0,68–1,35] × 109/l
vs 1,43 [1,02–2,20] × 109/l; p<0,001),
proteína C-reativa (mediana [IQR], 13,39
[1,30–38,86] mg/l vs 0,50 [0,50–6,40]
mg/l; p=0,003), procalcitonina (mediana
[IQR], 0,07 [0,05–0,09] ng/ml vs 0,04
[0,03–0,06] ng/ml; p<0,001), diminuição
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
do nível de interleucina-6 (mediana [IQR],
13,78 [5,69–25,26] pg/ml vs 4,86 [2,13–
8,19] pg/ml; p<0,001), D-dímero (mediana
[IQR], 495 [320–727] ng/ml vs 288 [197–
377] ng/ml; p=0,010), e PaO2/FiO2
(mediana [IQR], 242 [200–294] vs 332
[288–364]; p<0,001).
-> Mortalidade: 4/31 (12,9%)
- Conclusões: O tratamentos com células-
tronco mesenquimais do cordão umbilical
na COVID-19 grave/crítica é seguro e
eficaz. Seria interessante avaliar numa
coorte maior com grupo controle, além da
análise de outros desfechos clínicos, como
fibrose pulmonar.
Clin Infect
Dis
11JUL2020
Tocilizumab for
Treatment of
Mechanically
Ventilated
Patients With
COVID-19
Somers EC et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32651997/
Tocilizumab em
pacientes com
COVID-19 e
ventilação
mecânica: um
estudo
observacional e
controlado
-Prévio: A COVID-19 grave pode se
manifestar pela descompensação rápida e
insuficiência respiratória com marcadores
inflamatórios elevados, consistentes com a
síndrome de liberação de citocinas, de
modo que o bloqueio da IL-6 é um
tratamento aprovado.
-Objetivo e Métodos: Estudo observacional
e controlado. Avaliar a eficácia e a
segurança do bloqueio da IL-6 com
tocilizumab (TCZ; 8mg/kg 1x) em uma
coorte de centro único de pacientes com
COVID-19 que necessitavam de ventilação
mecânica.
-> Desfecho primário: probabilidade de
sobrevivência pós-intubação.
-> Análises secundárias incluíram uma
escala ordinal da gravidade da doença
integrando superinfecções.
-> Regressão Cox multivariável com
ponderação de probabilidade inversa
(IPTW, inverse probability weighting) pelo
escore de propensão
- Resultados:
-> 154 pacientes foram incluídos, dos quais
78 receberam TCZ e 76 foram o grupo
controle.
-> O acompanhamento médio foi de 47
dias (variação de 28 a 67).
-> As características basais foram
semelhantes entre os grupos, embora os
pacientes tratados com TCZ fossem mais
jovens (média 55±14,9 vs 60±14,5 anos;
p=0,05), menos propensos a ter doença
pulmonar crônica (10% vs. 28%; p=0.006)
e tivessem valores mais baixos de dímero
D no momento da intubação (média 2,4 vs.
6,5 mg/dl; p=0,005) e de PaO2/FIO2 (média
155 vs 198 mmHg; p=0,001), embora
valores mais altos de albumina (média
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
3,5±0,4 vs 3,1±0,5 g/dl, p<0,001)
-> Nos modelos ajustados pela IPTW, o
TCZ foi associado a uma redução de 45%
no risco de morte [HR=0,55 (IC95% 0,33-
0,90)] e melhora do status na escala de
resultados ordinais [razão de chances por
aumento de 1 nível: 0,58 (IC95% 0,36-
0,94)]. ]
-> Mortalidade com TCZ versus controle:
14 dias (9% vs 26%, p=0,005), 21 dias
(14% vs 33%, p=0,006) e 28 dias (18% vs
36%; p=0,01).
-> Embora o TCZ tenha sido associado a
uma proporção aumentada de pacientes
com superinfecções (54% vs 26%; p
<0,001), não houve diferença na taxa de
mortalidade de 28 dias entre pacientes
tratados com TCZ com superinfecção
versus sem superinfecção [22% vs 15%; p
= 0,42]. Staphylococcus aureus representou
~ 50% da pneumonia bacteriana.
- Conclusões: Nesta coorte de pacientes
com COVID-19 ventilados
mecanicamente, o TCZ foi associado a
menor mortalidade, apesar da maior
ocorrência de superinfecção bacteriana.
Estudos randomizados e controlados são
importantes para avaliar a eficácia do TCZ.
Protocolos para definição de medidas
terapêuticas precoces para a superinfecção
associada ao uso do TCZ são necessários.
Int J Infect
Dis
11JUL2020
Silent Hypoxia in
Patients with
SARS CoV-2
Infection before
Hospital
Discharge
Fuglebjerg NJU et al.
Denmark.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32663601/
Hipóxia
silenciosa após
recuperação da
pneumonia pela
COVID-19
- Objetivo: Avaliar o grau de hipóxia e
dispneia subjetiva provocada por um teste
de caminhada de 6 minutos (6 MWT) em
pacientes com COVID-19 antes da alta.
- Métodos: Realizado o teste 6 MWT em
26 pacientes com COVID-19 que estavam
de alta, sem doença pulmonar crônica ou
insuficiência cardíaca previamente.
-> A frequência cardíaca, saturação de
oxihemoglobina (SpO2), frequência
respiratória e dispneia subjetiva medidas na
escala Borg CR-10 foram medidas antes e
imediatamente após o 6 MWT com
monitoramento contínuo da SpO2 e da
frequência cardíaca durante o 6 MWT.
-> O 6 MWT foi encerrado se a SpO2
caisse abaixo de 90%.
-> Uma coorte histórica de 204 pacientes
com fibrose pulmonar idiopática (FPI) foi
usada para comparação.
-Resultados:
-> mediana de idade 63 (29-85) anos,
61,5% sexo masculino, mediana de
comorbidades por pacientes 1(1-5),
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
necessidade de UTI durante a internação
(8/26, 31%), necessidade de ventilação
mecânica (2/26, 15%) e infiltrados
pulmonares ao Raio-X (21/26, 81%).
-> controle histórico: mediana de idade 74
(42-92) anos, 77% sexo masculino,
comorbidades desconhecidas.
->13/26 (50%) pacientes com COVID-19
desenvolveram hipóxia induzida pelo
exercício (SpO2 <90%) durante os 6
MWT, dos quais um terço teve embolia
pulmonar diagnosticada na internação.
-> Os pacientes com COVID-19
apresentaram menos dispneia relacionada à
hipóxia durante o 6 MWT em comparação
aos pacientes com FPI.
- Conclusão: O teste 6 MWT é uma
ferramenta potencial no diagnóstico de
hipóxia induzida por exercício
assintomático em pacientes COVID-19
hospitalizados antes da alta.
-> Devido a importantes limitações
metodológicas, são necessários mais
estudos para confirmar os achados e
investigar suas consequências clínicas.
Am J
Transplant
10JUL2020
COVID-19 and
Kidney
Transplantation:
Results From the
TANGO
International
Transplant
Consortium
Cravedi P et al. TANGO
study group.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32649791/
Evolução clínica-
laboratorial de
pacientes
transplantados
renais com
COVID-19
-Racional: Os receptores de transplante
renal podem estar em alto risco de
desenvolver COVID-19 crítica devido à
imunossupressão crônica e comorbidades.
- Metodologia: Identificação de receptores
de transplante de rim adulto internados em
12 centros de transplante nos EUA, Itália e
Espanha que apresentaram resultado
positivo para COVID-19.
-> A apresentação clínica, os valores
laboratoriais, a imunossupressão e as
estratégias de tratamento foram revisadas e
os preditores de desfechos clínicos
adversos foram determinados por meio de
análises multivariáveis.
-Resultados:
-> Entre 9.845 receptores de transplante
renal em todos os centros, 144 (1,46%)
foram hospitalizados devido à COVID-19
durante o período de 9 semanas do estudo.
-> 65% eram do sexo masculino, com
mpedia de idade de 60±12 anos, 40%
hispânicos e 25% afro-americanos.
-> As comorbidades prevalentes incluíram
hipertensão (95%), diabetes (52%),
obesidade (49%), coração (28%) e doenças
pulmonares (19%).
-> O tratamento terapêutico incluiu retirada
de antimetabólito (68%), retirada de
inibidor de calcineurina (23%),
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
hidroxicloroquina (71%), antibióticos
(74%), tocilizumab (13%) e antivirais
(14%).
-> Durante um período médio de
acompanhamento de 52 dias (IQR: 16-66
dias), lesão renal aguda ocorreu em 52%
dos casos, insuficiência respiratória
exigindo intubação em 29% e mortalidade
em 32%.
-> Os 44 pacientes que foram a óbito eram
mais velhos, apresentavam menor
contagem de linfócitos e taxa de filtração
glomerular estimada, maiores níveis de
DHL, procalcitonina e níveis de IL-6.
- Conclusões: Os receptores de transplante
de rim hospitalizados com COVID-19
apresentam taxas mais altas de lesão renal
aguda e mortalidade.
JAMA
10JUL2020 Change in the
Incidence of
Stillbirth and
Preterm Delivery
During the
COVID-19
Pandemic
Khlail A et al. UK.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32648892/
Aumento de
natimortos, mas
não de partos
prematuroi ou
cesárea durante a
pandemis no
Reino Unido
-Prévio: Há relatos de altas taxas de parto
prematuro e cesariana em mulheres com
COVID-19. O Sistema de Vigilância
Obstétrica do Reino Unido registrou três
nascimentos prematuros entre 247
gestações concluídas em mulheres com
COVID-19 versus a taxa nacional (12,1 por
1.000 nascimentos vs 4-5 por 1.000
nascimentos).
- Objetivo: Avaliar a mudança de
natimortos e taxas de parto prematuro
durante a pandemia da COVID-19.
-Métodos: Comparados resultados da
gravidez no St George's University
Hospital, Londres em duas épocas: de 1 de
outubro de 2019 a 31 de janeiro de 2020
(precedendo os primeiros casos de
COVID-19 no Reino Unido) e de 1 de
fevereiro de 2020 a 14 de junho de 2020.
Os resultados incluíram natimorto, parto
prematuro, parto cesáreo e internação em
unidades neonatais.
-> Investigados todos os natimortos e
repetidas a análise após a exclusão de
interrupções tardias por anormalidades
fetais, pois a definição de natimortos no
Reino Unido inclui o término tardio com
24 semanas de gestação ou mais.
- Resultados:
-> Houve 1681 nascimentos (1631
gestações únicas, 22 gêmeas e 2 trigêmeas)
no período pré-pandêmico e 1718
nascimentos (1666 gestações únicas e 26
gêmeas) no período pandêmico.
-> Havia menos mulheres nulíparas no
período pandêmico do que no período pré-
pandêmico (45,6% vs 52,2%; P <0,001) e
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
menos mulheres com hipertensão (3,7% vs
5,7%; p = 0,005) no período pandêmico do
que no período pré-pandêmico período.
-> Incidência de natimortos:
significativamente maior durante o período
pandêmico (n=16 [9,31 por 1.000
nascimentos]; nenhum associado à
COVID-19) do que durante o período pré-
pandêmico (n=4 [2,38 por 1.000
nascimentos]) (diferença, 6,93 por 1000
nascimentos [IC95%, 1,83-12,0]; p=0,01)
e a incidência de natimortos foi
significativamente maior quando os
términos tardios por anormalidade fetal
foram excluídos durante o período
pandêmico (6,98 por 1.000 nascimentos vs
1,19 em período pré-pandêmico; diferença:
5,79 [IC 95%, 1,54-10,1]; p=0,01).
-> Não houve diferenças significativas ao
longo do tempo nos partos antes das 37
semanas de gestação (6,8% vs 7,6%,
p=0,46), nascimentos após 34 semanas
2,5% vs 3,7%), internação neonatal (6,1%
vs 6,2%, p=0,94) ou parto cesáreo (25,6%
vs 24,8%, p=0,6).
-> Durante o período pandêmico, 19
pacientes com COVID-19 foram
hospitalizadas no departamento de
maternidade do local do estudo. Nenhuma
das gestantes que tiveram natimortos
apresentou sintomas sugestivos de COVID-
19, nem os exames post-mortem ou
placentários sugerem infecção pelo SARS-
CoV-2. Os testes universais para SARS-
CoV-2 começaram em 28 de maio de 2020,
e apenas 1 mulher grávida, que teve um
nascimento vivo, teve um resultado
positivo.
- Conclusões: Este estudo demonstra um
aumento na taxa de natimortos durante a
pandemia. Uma conseqüência direta da
infecção pelo SARS-CoV-2 é possível.
Embora nenhum dos natimortos no período
pandêmico esteja entre as mulheres com
COVID-19, os estudos de vigilância em
mulheres grávidas, na literatura, relataram
que até 90% dos casos positivos para
SARS-CoV-2 podem ser assintomáticos.
-> As limitações do estudo incluem a
natureza retrospectiva, configuração de
centro único, números pequenos, curto
espaço de tempo e falta de informações
sobre as causas de natimortos. Além disso,
não foi utilizado um período comparável
em 2019, mas isso não deve ter afetado os
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
resultados, pois não há sazonalidade para
natimortos no Reino Unido.
Diabetologia
10JUL2020 Fasting Blood
Glucose at
Admission Is an
Independent
Predictor for 28-
day Mortality in
Patients With
COVID-19
Without Previous
Diagnosis of
Diabetes: A
Multi-Centre
Retrospective
Study
Wang S et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32647915/
Glicemia de jeum
na admissão é um
fator de rsuco
para mortalidade
pela COVID-19
- Prévio: Hiperglicemia está associada a
um risco elevado de mortalidade em
pneumonia adquirida na comunidade,
acidente vascular cerebral, infarto agudo do
miocárdio, trauma e cirurgia, entre outras
condições.
- Objetivos: Neste estudo, foi investigada a
relação entre glicemia de jejum (FBG) e
mortalidade em 28 dias em pacientes com
COVID-19, não diagnosticados
anteriormente como portadores de diabetes.
-Métodos: Estudo retrospectivo
envolvendo todos os pacientes
consecutivos com COVID-19 com
resultado definitivo de 28 dias e
mensuração da FBG na admissão de 24 de
janeiro de 2020 a 10 de fevereiro de 2020
em dois hospitais de Wuhan, China. Foram
analisados dados demográficos e clínicos,
resultados de 28 dias, complicações
hospitalares e escores CRB-65 de pacientes
com COVID-19 nos dois hospitais.
-> CRB-65: é uma medida eficaz para
avaliar a gravidade da pneumonia e baseia-
se em quatro indicadores: confusão,
frequência respiratória (>30/ min), pressão
arterial sistólica (≤90 mmHg) ou pressão
arterial diastólica (≤60 mmHg), e idade
(≥65 anos).
- Resultados:
-> 605 pacientes com COVID-19 foram
incluídos, incluindo 114 que foram a óbito
no hospital.
-> Sobreviventes vs não sobreviventes:
mediana 56 (42-65) vs 66 (61-72) anos,
p<0,0001; sexo masculino 49,7% vs 68,4%
(p=0,0003); sem diferenças nas
comorbidades como HAS (25,6%), DPOC
(3,0%), doença cardíaca (9,1%), doença
renal crônica (2,6%), doença
cerebrovascular (2,6%), neoplasia (4,8%).
-> A análise de regressão multivariável de
Cox mostrou que idade (HR=1,02 [IC95%
1,00-1,04]; p=0,025), sexo masculino
(HR=1,75 [IC95% 1,17-2,60]; p=0,006),
pontuação no CRB-65 1-2 (HR=2,68
[IC95% 1,56-4,59]; p=0,0003), pontuação
no CRB-65 3-4 (HR=5,25 [IC95% 2,05-
13,43]; p=0,0005) e FBG ≥7,0 mmol/l
(HR=2,30 [IC95% 1,49-3,55]; p=0,0002)
foram preditores independentes de
mortalidade em 28 dias.
-> A razão de chances (OR) para
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
complicações hospitalares de 28 dias
naqueles com FBG≥7,0 mmol/l e 6,1-6,9
mmol/l vs <6,1 mmol/l foi de 3,99 (IC95%
2,71-5,88) ou 2,61 (IC95% 1,64-4,41),
respectivamente.
-> Complicações nos sobreviventes vs não
sobreviventes (todos p<0,0001): SDRA
7,15 vs 93,9; lesão cardíaca aguda 3,5% vs
55,3%; lesão renal aguada 2,2% vs 57%;
lesão hepática aguda 14,7% vs 83,3%;
coagulopatia 2,2% vs 74,2%infecção
secundária 2% vs 60,5%. Acidente
vascular cerebral 0% vs 2,6% (p=0,0065).
- Conclusões: a FBG≥7,0 mmol/l na
admissão é um preditor independente de
mortalidade em 28 dias em pacientes com
COVID-19 sem diagnóstico prévio de
diabetes. O teste e o controle glicêmico são
importantes para todos os pacientes com
COVID-19, mesmo quando diabetes pré-
existente não esteve presente, uma vez que
a maioria dos pacientes com COVID-19 é
propensa a distúrbios metabólicos da
glicose.
Arch Virol
10JUL2020 Gene Expression
Pattern
Differences in
Primary Human
Pulmonary
Epithelial Cells
Infected With
MERS-CoV or
SARS-CoV-2
Jang Y et al. republic of
Korea.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32651741/
Expressão gênica
após infecção das
células
pulmonares pelo
SARS-CoV-2 e
MERS-CoV
-Prévio: Os coronavírus, como MERS-CoV
e SARS-CoV-2, infectam o trato
respiratório humano e podem causar
pneumonia grave. A gravidade e os
resultados da doença são diferentes para
essas duas infecções: a taxa de mortalidade
humana para MERS-CoV e SARS-CoV-2
é superior a 30% e inferior a 10%,
respectivamente.
- Objetivos e Métodos: Através do ensaio
de microarray, foram analisadas as
alterações globais na expressão gênica
induzidas pelas infecções por MERS-CoV
(cepa EMC2012) ou SARS-CoV-2 em
células epiteliais pulmonares humanas
primárias.
- Resultados: No geral, o número de genes
diferencialmente expressos foi maior em
células pulmonares humanas infectadas
com MERS-CoV do que em células com
SARS-CoV-2.
-> Dos 44.556 genes analisados, 127 e 50
foram expressos diferencialmente em
células infectadas com MERS-CoV e
SARS-CoV-2, respectivamente (aumento
de> 2 vezes, em comparação com células
não infectadas). Destes, apenas oito genes,
(incluindo os genes que codificam CXCL5,
CXCL6 CXCL8, CCL20, IL33, FDCSP,
OMG e MMP3) foram igualmente
modulados (regulados para cima ou para
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
baixo) pelos dois coronavírus.
-> É importante ressaltar que esses
resultados foram específicos para os vírus e
não foram condicionados por diferenças na
carga viral, embora as curvas de
crescimento viral foram semelhantes nas
células pulmonares humanas infectadas
pelos dois vírus.
-> Genes induzidos pelo SARS-CoV-2:
- Conclusões: Os resultados sugerem que
esses perfis distintos de expressão gênica,
detectados precocemente após a infecção
por esses dois coronavírus, podem ajudar a
entender as diferenças nos resultados
clínicos das infecções pelo MERS-CoV e
SARS-CoV-2.
J Intensive
Care
10JUL2020
D-dimer as a
biomarker for
disease severity
and mortality in
COVID-19
patients: a case
control study
Yao Y et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32665858/
D-dímero como
marcador de
gravidade e
mortalidade na
COVID-19
- Objetivo: Explorar os fatores de risco
associados à mortalidade em pacientes com
COVID-19 e avaliar o uso do dímero D
como um biomarcador para a gravidade da
doença e dos desfechos clínicos.
- Métodos: Análise retrospectiva das
características clínicas, laboratoriais e
radiológicas de 248 casos consecutivos de
COVID-19 no Hospital Renmin da
Universidade de Wuhan, Wuhan, China, de
28 de janeiro a 8 de março de 2020.
-> Métodos de regressão logística
univariáveis e multivariáveis foram
utilizados para explorar fatores de risco
associados à mortalidade hospitalar.
-> As correlações do dímero D na
admissão com a gravidade da doença e a
mortalidade hospitalar foram analisadas.
-> A curva característica operacional do
receptor (ROC) foi usada para determinar o
nível de corte ideal para o dímero D que
discriminava os sobreviventes versus os
não sobreviventes durante a hospitalização.
- Resultados:
-> Regressão multivariada: D-dímero> 2,0
mg/l na admissão foi a única variável
associada ao aumento das chances de
mortalidade (OR=10,17 IC95% 1,10-
94,38), p=0,041).
-> D-dímero normal versus D-dímero
elevado: média de idade 58 ± 14,4 vs 64,6
± 12,6 anos (p=0,001), HAS 19% vs 35,7%
(p=0,014). Sexo masculino (50,8% vs
55,7%), DM (11,1% vs 20%), doença
arterial coronariana (4,8% vs 4,9%),
doença renal crônica (0% vs 3,2%) e
DPOC (0% vs 2,2%) não foi diferente entre
os grupos (todos p>0,05).
-> D-dímero normal versus D-dímero
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
elevado: D-íemro 0,35 (0,21-0,42) vs 1,69
(0,91-5,06) mg/l (p=0,000), leucocitose
6,71 ±3,13 vs 4,99±2,44 x 109/l (p=0,000),
linfopenia 1,3 ± 0,59 vs 1,03 ±0,6 x 109
(p=0,002), neutrofilia 3,12 ± 2,17 vs 5,11
±3,13 x 109/l (p=0,000), proteína C reativa
8,5 (5-35,85) vs 48,4 (10,98-92,25) mg/l
(p=0,000). Pró-calcitonina, bilirrubina,
TGO, TGP, FAL, gama-GT, DHL, tempo
de proterombina, TTPA, fibrinogênio,
troponina, BNP, % da área pulmonar
atingida na TC foram maiores no grupo
com D-dímero elevado, enquanto a taxa de
filtração glomerular foi menor neste grupo
(todos p<0,05).
-> Elevação do dímero D (≥ 0,50 mg/l) foi
observada em 74,6% (185/248) dos
pacientes.
-> Embolia pulmonar e trombose venosa
profunda foram descartadas em pacientes
com alta probabilidade de trombose.
-> Os níveis do dímero D aumentaram
significativamente com o aumento da
gravidade do COVID-19, conforme
determinado pelo estadiamento clínico
(tau-b de Kendall = 0,374, p=0,000) e
estadiamento da TC do tórax (tau-b de
Kendall = 0,378, P = 0,000).
-> A taxa de mortalidade hospitalar foi de
6,9%.
-> O nível médio de dímero D nos não
sobreviventes (n=17) foi significativamente
maior do que nos sobreviventes (n=231):
(6,21 [3,79-16,01] mg/l versus 1,02 [0,47-
2,66] mg/l, p= 0,000).
-> nível de D-dímero > 2,14 mg/l previu
mortalidade hospitalar com sensibilidade
de 88,2%, especificidade de 71,3% (AUC
0,85; IC95% 0,77-0,92), probabilidade de
3,08 e AUC 0,85 (IC95% 0,77-0,92).
- Conclusões: O D-dímero é comumente
elevado em pacientes com COVID-19. Os
níveis do dímero D se correlacionam com a
gravidade da doença e são um marcador
prognóstico confiável para a mortalidade
hospitalar em pacientes internados por
COVID-19.
Crit Care
09JUL2020 Molecular
Mechanisms of
Sex Bias
Differences in
COVID-19
Mortality
Li Y et al. Canada.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32646459/
Discussão dos
mecanismos
moleculares
envolvidos na
diferença de sexo
e desfechos
clínicos na
COVID-19
- Prévio: A mortalidade pela COVID-19 é
maior em homens do que em mulheres.
- Objetivo: Os autores repondem 4
perguntas 4 que podem ajudar a
enterndermos as diferenças de mortalidade
de acordo com o sexo.
- Perguntas:
1. Existem diferenças de viés
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
cromossômico na atividade da enzima
conversora de angiotensina 2 (ECA2)? -> O gene ECA2 está localizado nos cromossomos
X. Geralmente, um cromossomo X do sexo feminino
é inativado aleatoriamente, levando à expressão igual
de genes e proteínas entre os sexos, um processo
chamado inativação do X.
-> No entanto, a localização do gene ECA2 em
Xp22.2 é uma área em que os genes evitam essa
inativação de X, contribuindo para diferenças
fenotípicas entre os sexos.
-> A localização do gene ECA2 no cromossomo X é
importante por sua capacidade de reconhecer o
SARS-CoV-2: Como o SARS-CoV-2 transporta 16
resíduos do RBD (receptor binding domain), eles se
ligam a 16 dos 20 resíduos da ECA2 em homens. O
mesmo RBD do SARS-CoV-2 pode ser reconhecido
pela ECA2 em um dos dois cromossomos X em
mulheres. A chance de as mesmas seqüências de
resíduos da ECA2 no segundo cromossomo também
se ligarem perfeitamente ao RBD do SARS-CoV-2 é
baixa, permitindo que o ECA2 não ligado divida
cataliticamente Ang II para formar Ang 1–7 e,
portanto, possa diminuir a probabilidade de edema
pulmonar na COVID-19. Esse mecanismo é
específico para as mulheres porque os dois
cromossomos X funcionam de maneira coordenada.
Homens, com um único cromossomo X, não
possuem mecanismos alternativos que possam levar
à proteção celular durante a COVID-19.
-> No entanto, não existem dados até o momento
relatando os níveis de expressão da ECA2 e Ang II
em pacientes com COVID-19.
-> A localização da ECA2 no cromossomo X
também explicaria a diferença na prevalência de
doença cardiovascular na COVID-19.
2. Existem diferenças de viés
cromossômico nos receptores de
reconhecimento de padrões (PRRs)? -> Os toll-like receptors (TLRs) são PRRs que
reconhecem padrões moleculares associados a
patógenos (PAMPs) virais para iniciar respostas
imunes inatas. Vários genes de sinalização TLR,
incluindo TLR3, TLR4 e TLR7, são codificados nos
cromossomos X.
-> TLR3 e TLR4 mediam individualmente uma
porção do adaptador que contém o domínio do
receptor Toll-interleucina-1 (IL-1), induzindo a
sinalização dependente do interferon-β (IFN-β)
[TRIF], contribuindo para a proteção contra SARS-
CoV.
-> Estudos recentes demonstraram que os
cromossomos X, juntamente com os hormônios
sexuais, agem em conjunto para aumentar a
produção de IFNs pelas células dendríticas,
contribuindo para o aumento da resposta mediada
por TLR7 em mulheres.
-> Portanto, as mulheres poderiam ter uma resposta
mais balanceada e adaptatica frente à tempestade de
citocinas que ocorre na infecção pelo SARS-CoV-2.
3. Existem diferenças de viés de
hormônios sexuais na proteção de
órgãos? -> 17β-estradiol: regula a expressão da ECA2 no
coração, rim e útero. Por exemplo, o 17β-estradiol
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
aumenta a atividade local da ECA2 no coração e
atenua o sistema RAAS pela clivagem de um único
resíduo de Ang II para aumentar a produção do Angi
1-7 cardioprotetor e promover efeitos anti-
inflamatórios e antioxidantes.
-> Os níveis de estrogênio correlacionam-se
inversamente com a expressão de troponina cardíaca
(cTn), liberada por cardiomiócitos expostos a
isquemia ou hipóxia, que estão associadas ao dano
cardíaco irreversível.
-> Estrogênio diminui as concentrações de colesterol
da lipoproteína de baixa densidade (LDL), aumenta a
lipoproteína de alta densidade (HDL)
-> 17β-estradiol: medeia a ativação precoce e tardia
da óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) através da
interação com os receptores de estrogênio.
Receptores funcionais de estrogênio também estão
presentes nos cardiomiócitos, que regulam a
expressão da NOS para proteger contra lesão
cardiovascular por inibição da ativação plaquetária,
formação de trombos e adesão celular leucócito-
endotelial.
4. Existem diferenças de viés de
hormônios sexuais na resposta imune? -> Tanto o estrógeno como o receptor de estrógeno-α
contribuem para a ativação e proliferação de
linfócitos T e induzem altos níveis do IFN-γ nos
linfócitos T.
-> Uma resposta tardia ao IFN-α foi acompanhada
por uma vigorosa replicação de SARS-CoV em
camundongos machos.
-> IFN-β e o IFN-γ: podem inibir potentemente a
replicação do SARS-CoV, e um efeito sinérgico anti-
SARS-CoV foi alcançado com a combinação dos
IFN-β e IFN-γ.
-> Desta forma, nos resultados com animais, o
tratamento com estrógeno silencia as reações
inflamatórias e diminui os títulos de SARS-CoV,
levando a uma melhor taxa de sobrevivência.
-> testosterona tem efeito supressor no sistema
imune: tratamento de macrófagos diminui NOS,
redução da proliferação dos timócitos por apoptose,
redução da ativação das células dendríticas, inibição
da diferenciação Th1 e reduação da produção de
IFN-γ.
- Conclusões: A diferença de mortalidade
entre os sexos pode ser explicada por
diferenças genéticas, cromossômicas e
hormonais na COVID-19.
Sci Rep
09JUL2020 Different
Computed
Tomography
Patterns of
Coronavirus
Disease 2019
(COVID-19)
Between
Survivors and
Non-Survivors
Pan F et al. China & UK.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32647307/
Achados
tomográficos em
sobreviventes e
não sobreviventes
-Objetivo: Comparar os achados da
tomografia computadorizada de tórax (TC)
entre sobreviventes e não sobreviventes
com COVID-19.
-Metodologia: Entre 12 de janeiro de 2020
e 20 de fevereiro de 2020, os registros de
124 pacientes consecutivos diagnosticados
com COVID-19 foram revisados
retrospectivamente e divididos em grupos
sobreviventes (83/124) e não sobreviventes
(41/124). Os achados da TC foram
comparados qualitativamente na admissão
e a TC seriada do tórax foi avaliada semi-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
quantitativamente entre dois grupos,
utilizando estimativas de curvas.
- Resultados:
-> Sobreviventes vs não sobreviventes: 43
(34-61) vs 69 (63-78) anos (p<,001), sexo
masculino 38,6% vs 75,6% (p<0,001),
HAS 2,4% vs 39% (p<0,001), DM 1,2% vs
9,8% (p=0,041), doença arterial
coronariana 1,2% vs 17,1% (p=0,002).
-> Na admissão, lesões significativamente
mais bilaterais (97,6% vs 73,5%, p=0,001)
e difusas (39,0% vs 8,4%, p <0,001) com
maior escore total de TC (mediana 10 [5-
13] vs. 4 [2-7], p <0,001) foram observado
no grupo não sobrevivente em comparação
ao grupo sobrevivente.
-> Além disso, o padrão de “pavimentação
maluca” foi mais predominante no grupo
não sobrevivente do que no grupo
sobrevivente (39,0% vs. 12,0%, p <0,001).
-> Sobreviventes vs não sobreviventes:
síndrome do desconforto respiratório agudo
1,2% vs 100% (p<0,001); parâmetros
laboratoriais: leucocitose, neutrofilia,
linfopenia, proteína C reativa, maior
bilirrubina, maior TGP, maior DHL, maior
creatinina, maior D-dímero e menor
albumina no grupo não-sobrevivente
(p<0,05)
-> A partir da previsão da estimativa da
curva, no grupo sobrevivente, a pontuação
total da TC aumentou nos primeiros 20
dias, atingindo um pico de 6 pontos e
depois diminuiu gradualmente por mais de
outros 40 dias (R2=0,545, p<0,001).
-> No grupo não sobrevivente, o escore
total da TC aumentou rapidamente mais de
10 pontos nos primeiros 10 dias e
aumentou gradualmente depois até a
SDRA ocorrer com os seguintes eventos de
morte (R2=0,711, p<0,001).
-Conclusão: A progressão persistente com
padrão de “pavimentação louca”, bilateral,
predominante foi a principal manifestação
da COVID-19 em não sobreviventes. A
compreensão desse recurso da TC pode
ajudar o médico clínico a prever o
prognóstico dos pacientes. Os achados
laboratoriais são informações adicionais.
Crit Care
09JUL2020 Effect of
Favipiravir and
an Anti-
Inflammatory
Strategy for
COVID-19
Yamamura H et al.
Japan.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32646499/
Favipiravir na
COVID-19
-Prévio: O favipiravir (T-705; 6-fluoro-3-
hydroxy-2-pyrazinecarboxamida) é um
agente antiviral que inibe seletiva e
potentemente a polimerase de RNA
dependente de ácido ribonucleico (RNA)
dos vírus do RNA. É aprovado no Japão
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
para tratamento da influenza.
-Objetivo: avaliar o efeito terapêutico do
favipiravir, esterpoide e heparina na
COVID-19 grave
-Metodologia: estudo retrospectivo, centro
único, em pacientes com COVID-19
necessitando de ventilação mecânica;
período 2 a 27 de abril de 2020.
-> favipiravir: 3600 mg dia 1, 1600 mg dia
2-14; metilprednisolona 1g por 3 dias;
heparina de baixo peso molecular 2000UI a
cad 12h ou heparina não-fracionada
(10.000-12.000 U/dia).
-Resultados: 13 pacientes com média de
idade de 62 anos (46-80), 69% homens
-> tempo entre o início dos sintomas e o
início de favipiravir: 8,7 (4-13) dias.
-> comorbidades: HAS 62%, DM 54%,
asma 8%, apnéia do sono 23%
-> média da PaO2/FIO2 = 210 ± 73 mmHg;
mediana do D-dímero 1,3 (1,0-2,8) ng/ml,
mediana da proteína C reativa 11,9 (4,6-
19,6) mg/dl, mediana da IL-6 77,5 (35,7-
161,9) pg/ml, mediana da pró-calcitonina
0,21 (0,09-0,54) ng/ml e mediana de
presepsina 440 (302-763) pg/ml.
-> O dia 1 foi o primeiro dia de
administração de favipiravir e a
administração de esteróide foi iniciada em
quase todos os pacientes no dia 6.
-> PaO2/FIO2 no dia 1 foi
significativamente menor do que nos dias 8
a 11 (p<0,05).
-> A concentração de IL-6 atingiu o pico
no dia 4 e diminuiu gradualmente depois
disso. A IL-6 no dia 1 foi
significativamente maior que nos dias 7 a
12 (p <0,05).
-> A concentração de presepsina (PSP) no
dia 1 foi significativamente menor do que
nos dias 7 e 11 (p <0,05).
-> mortalidade 1/13 (8%) por coagulação
intravascular disseminada.
- Conclusões: A inflamação e a tempestade
de citocinas continuaram após a
administração do favipiravir, podendo ser
controladas com esteroides.
-> As limitações deste estudo incluem o
número pequeno de pacientes, desempenho
num centro único e o início tardio da
administração do favipiravir.
-> No entanto, os resultados sugeriram que
o favipiravir foi de algum benefício, e os
resultados ajudaram a informar uma
estratégia de tratamento para COVID-19
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
grave, o que pode ser avaliado num estudo
de coorte maior, randomizado e controlado.
Nat Med
08JUL2020 Population-based
Surveys of
Antibodies
Against SARS-
CoV-2 in
Southern Brazil
Silveira MF et al.
Brazil.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32641783/
Um estudo sobre
soroprevalência
no Sul do Brasil
- Racional: Dados populacionais sobre
COVID-19 são necessários urgentemente.
- Metodologia: Nós relatamos três rodadas
de pesquisas domiciliares com amostra
probabilística no estado do Rio Grande do
Sul (Brasil), realizadas em nove grandes
municípios, usando o teste de ponto de
atendimento de fluxo lateral Wondfo para
anticorpos da imunoglobulina M e G contra
SARS-CoV- 2
(https://en.wondfo.com.cn/product/wondfo
-sars-cov-2-antibody-test-lateral-flow-
method-2/).
-> Antes do uso da pesquisa, o ensaio foi
submetido a quatro estudos de validação
com estimativas agrupadas de sensibilidade
(84,8%; IC95% 81,4-87,8%) e
especificidade (99,0%; IC95% 97,8-
99,7%).
- Resultados:
-> Sroprevalência foi de 0,048% (2/4.151;
IC95% 0,006-0.174) em 11-13 de abril
(primeira rodada), 0,135% (6/4.460;
IC95% 0,049-0,293%) em 25- 27 de abril
(segunda rodada) e 0,222% (10/4.500;
IC95% 0,107-0,408) de 9 a 11 de maio
(terceira rodada), com uma tendência
ascendente significativa ao longo das
pesquisas (p=0,017).
-> razão de prevalência: rodada 1
(referência); rodada 2 (2,792 [0,563-
13,823]) e rodada 3 (4,612 [1,011-21,033]),
p=0,048.
-> Número de casos no Estado do RS:
primeira rodada 5.842 (664-19.789),
segunda rodada 15.306 (5.619-33.288) e
terceira rodada 25.283 (12.130-46.453).
-> Nas três rodadas de pesquisa: sexo
feminino 58,3%, 59,4% e 58,9%; saída de
casa diariamnere 20,6%, 28,3% e 30,4%. A
idade foi similar nas 3 rodadas, com menos
de 10% de indivíduos com ≤19 anos.
-> Dos 37 familiares de indivíduos
positivos, 17 (35%) também foram
positivos. A epidemia está em estágio
inicial no estado, e há uma alta adesão ao
distanciamento social, ao contrário de
outras partes do Brasil.
- Conclusões: As rodadas de pesquisas
periódicas continuarão monitorando as
tendências até pelo menos o final de
setembro, e nossos dados baseados na
população informarão as decisões sobre
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
políticas preventivas e a preparação do
sistema de saúde em nível estadual.
-> limitações do estudo: não inclusão de
várias cidades do estado do RS por
questões logísticas; testes rápidos podem
dar falso negativo nas primeiras 2 semanas
da infecção; inclusão de poucas crianças;
testes falso positivos estimados em 1%
(IC95% 0,3-2,2%)
J Cell Mol
Med
08JUL2020
Systematic
Profiling of
ACE2 Expression
in Diverse
Physiological and
Pathological
Conditions for
COVID-
19/SARS-CoV-2
Li Y et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32639084/
Expressão da
ECA2 em
situações
fisiológicas e
patológicas:
explicaria a
suscpetibilidade
para a infecção
pelo SARS-CoV-
2?
- Prévio: Estudos retrospectivos recentes
sobre a COVID-19 revelaram que os
pacientes com comorbidades, como
doenças crônicas e neoplasia, enfrentam
desfechos clínicos significativamente
piores do que aqueles sem esta
scomorbidades.
- Objetivos: Como o perfil de expressão de
ECA2, um receptor crucial para a entrada
do SARS-CoV-2 nas células, pode indicar
a suscetibilidade à infecção pelo SARS-
CoV-2, foi investigada a expressão da
ECA2 usando dados multi-ômicos em
grande escala de 30 órgãos/tecidos, 33
tipos de câncer e algumas doenças crônicas
comuns que envolveram> 28.000 amostras.
- Resultado:
-> Maior expressão da ECA2 nos
testículos, intestino delgado, rim, tireoide,
coração, tecido adiposo e mama.
- > Verificou-se que o sexo e a idade
podem estar correlacionados com a
suscetibilidade à infecção pelo SARS-
CoV-2 em certos tecidos: maior expressão
da ECA2 em homens no tecido adiposo e
coração, enquanto que nas mulhres a ECA2
foi expressa em maior quantidades nas
mulhres na mama e no esôfago; nos grupos
etários (20-39, 40-59 e 60-79 anos) houve
maior expressão da ECA2 nos mais jovens
nos testículos, glândulas salivares, cólon e
nervo.
- >Surpreendentemente, a ECA2 foi
regulada positivamente no carcinoma
espinocelular cervical e adenocarcinoma
endocervical, adenocarcinoma do cólon,
carcinoma esofágico, carcinoma renal de
células papilares renais, adenocarcinoma
pulmonar e carcinoma endometrial do
corpo uterino em comparação com os
controles.
- > Além disso, os pacientes com doenças
crônicas comuns, como angiocardiopatia,
DM tipo 2, HAS, doenças hepáticas,
pneumonia também apresentaram maior
expressão da ACE2 em comparação aos
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
controles relacionados, que foram
validados usando conjuntos de dados
independentes.
- Conclusão: Coletivamente, nosso estudo
pode revelar um novo mecanismo
importante em que os pacientes com certos
tipos de câncer e doenças crônicas podem
expressar maior expressão da ECA2 em
comparação aos indivíduos sem doenças, o
que poderia levar a uma maior
suscetibilidade à lesão de múltiplos órgãos
no curos da infecção pelo SARS-CoV-2.
Clin Infect
Dis
08JUL2020
Direct Evidence
of Active SARS-
CoV-2
Replication in the
Intestine
Qian Q et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32638022/
Detecção do
SARS-CoV-2 no
intestino: relato
de caso
- Objetivos: Investigar a presença de virions
e alterações patológicas nos tecidos retais
cirúrgicos de um paciente com COVID-19,
clinicamente confirmado, com
adenocarcinoma retal. Relato de caso.
- Métodos: RT-PCR nas amostras de tecido
retal obtidas por ressecção cirúrgica, suco
entérico e mucosa intestinal da ileostomia e
mucosa retal durante o acompanhamento
após a recuperação. Secções ultrafinas de
amostras cirúrgicas foram observadas para
os virions SARS-CoV-2 usando
microscopia eletrônica. O exame
histopatológico foi realizado com
coloração com hematoxilina-eosina.
Análises imuno-histoquímicas e
imunofluorescência foram realizadas em
tecidos retais para avaliar a distribuição do
antígeno do SARS-CoV-2 e infiltrados
inflamatórios.
- Resultados: O paciente teve febre e tosse
no dia 3 no pós-operatório, foi
diagnosticado com COVID-19 no dia 7 e
recebeu alta hospitalar no dia 41.
- > O RNA do SARS-CoV-2 foi detectado
em amostras retais ressecadas
cirurgicamente, mas não nas amostras
coletadas 37 dias após a alta.
- > Similarmente à detecção do SARS-
CoV-2 pela PCR nas amostras cirúrgicas,
foram observados virions típicos de
coronavírus no tecido retal sob microscopia
eletrônica.
- > Além disso, linfócitos e macrófagos
abundantes (alguns foram positivos para
SARS-CoV-2), os quais infiltravam a
lâmina própria, foram encontrados, mas
não encontraram dano mucoso
significativo.
Conclusões: Primeiramente, relatamos a
evidência direta da replicação ativa de
SARS-CoV-2 no reto do paciente durante o
período de incubação, o que pode explicar
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
a transmissão fecal-oral de SARS-CoV-2.
Cell Res
07JUL2020 Infection With
Novel
Coronavirus
(SARS-CoV-2)
Causes
Pneumonia in
Rhesus
Macaques
Shan C et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32636454/
- Objetivo: Estudar a dinâmica da infecção
viral, replicação e eliminação do SARS-
CoV-2 no modelo pré-clínico utilizando
macacos Rhesus.
-Métodos: Foram utilizados 6 macacos
Rhesus foram inoculados com SARS-CoV-
2 (7x106 TCID50) por via intraqueal;
realizados swabs da orofaringe, retal e do
sangue; monitorização clínica; Raio-X de
tórax; desafio com nova inoculação viral;
teste de neutralização in vitro; análise
histológica; detecção do SARS-CoV-2 no
tecido.
-Resultados:
-> Após a inoculação intratraqueal, o
primeiro pico de RNA viral foi observado
nos swabs orofaríngeos um dia após a
infecção (1 dpi), principalmente no sítio da
inoculação, enquanto o segundo pico
ocorreu no 5 dpi, o que refletiu a replicação
no trato respiratório.
-> Não foi detectado a RNA do SARS-
CoV-2 no sangue do dia 1 ao dia 14. O
swab retal foi positivo em 3/6 animais.
-> Raio-X de tórax: opacidades em vidro
fosco presentes no 1 dpi e com progressão
nos dias subsequentes.
-> A observação histopatológica mostrou
que a infecção pelo SARS-CoV-2 pode
causar pneumonia intersticial em animais,
caracterizada por hiperemia e edema, e
infiltração de monócitos e linfócitos nos
alvéolos.
-> Foi identificado o RNA do SARS-CoV-
2 nos tecidos do trato respiratório,
incluindo traquéia, brônquios e pulmão: a
quantidade de RNA viral variou de 3,0 ×
104 a 1,5 × 107 cópias/g na traqueia e no
brônquio, tanto no 3 dpi quanto no 6 dpi.
Nos pulmões, o RNA viral foi detectado
com títulos de até 2,0 × 107 cópias/g e
localizado principalmente nos lobos
inferiores dos pulmões, mas nenhum RNA
viral específico foi detectado no coração,
fígado, baço, rim, intestino, estômago e
trato reprodutivo nos dias 3 e 6 após a
infecção.
-> Para confirmar que a doença pulmonar
havia sido causada pelo SARS-CoV-2, o
vírus foi também re-isolado dos swabs
orofaríngeos, dos tecidos brônquios e
pulmão: o material coletados foi utilizado
para infectar as células Vero.
-> Presença de anticorpos neutralizantes
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
gerados a partir da infecção primária
protegeram os macacos Rhesus do desafio
de uma segunda inoculação do SARS-
CoV-2.
- Conclusão:
-> o modelo de primatas não humanos que
estabelecido fornece uma plataforma
valiosa para estudar a patogênese pelo
SARS-CoV-2 e avaliar drogas e vacinas.
Transfusion
06JUL2020 Characteristics
and Serological
Patterns of
COVID-19
Convalescent
Plasma Donors:
Optimal Donors
and Timing of
Donation
Li L et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32627216/
Seleção dos
doadores de
plasma
convalescente
-Objetivos: Investigar os anticorpos anti-
SARS-CoV-2 e as características
epidemiológicas de doadores
convalescentes de plasma.
-Métodos: Foram recrutados pacientes
recuperados com COVID-19, com idades
entre 18 e 55 anos, que não apresentavam
sintomas há mais de 2 semanas. As
características dos doadores, como
apresentações da doença, foram coletadas e
os níveis de IgM e IgG anti-N-SARS-CoV-
2 e IgG-anti RBD-SARS-CoV-2, por
ELISA.
- Resultados:
-> Os níveis de anticorpo IgM N
específicos diminuíram após a recuperação,
enquanto os anticorpos IgG específicos
anti-S-RBD e N aumentaram após 4
semanas desde o início dos sintomas, sem
correlação significativa com idade, sexo ou
tipo sanguíneo ABO.
-> Os doadores com febre superior a
38,5°C ou com duração superior a 3 dias
apresentaram níveis mais altos de
anticorpos IgG específicos para S-RBD no
momento da doação.
-> Dos 49 doadores de plasma
convalescentes, 90% tinham um título IgG
específico para S-RBD ≥1:160 e 78%
tinham um título ≥1:640 no momento da
doação de plasma.
-> Dos 30 doadores de plasma
convalescente, que haviam doado plasma
mais de 28 dias após o início dos sintomas
e apresentavam doença com febre com
duração superior a 3 dias ou temperatura
corporal superior a 38,5°C, 100%
apresentavam título de S-RBD IgG
específico ≥1:160 e 93% apresentou um
título ≥1: 640.
- Conclusão: Este estudo indica que o
anticorpo IgG específico para S-RBD
atinge níveis mais altos após 4 semanas do
início dos sintomas da COVID-19.
Recomendamos os seguintes critérios de
seleção para doação ideal de plasma
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
convalescente COVID-19: 28 dias após o
início dos sintomas e com uma
apresentação de doença com febre com
duração superior a 3 dias ou temperatura
corporal superior a 38,5°C. A seleção com
base nesses critérios pode garantir uma alta
probabilidade de obter títulos de IgG
específicos para S-RBD suficientemente
altos.
Rev Saude
Publica
06JUL2020
Seroprevalence
of anti-SARS-
CoV-2 Among
Blood Donors in
Rio De Janeiro,
Brazil
Amorim-Filho L et al.
Brazil.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32638883/
Soroprevalência
para SARS-CoV-
2 em doadores no
Rio de de Janeiro
-Objetivo: estimar a soroprevalência de
anticorpos anti-SARS-CoV-2 em doadores
de sangue no estado do Rio de Janeiro,
Brasil, no período de 14 a 27 de abril
de2020.
- Métoodos:
-> doadores de sangue do Hemorio Blood
Center: 2.857 indivíduos (1.450 homens;
18-29 anos: 870, 30-49 anos: 1.443, 50-69
anos: 544; sem nível de escolaridade:
1.753).
-> RT-PCR do soro ou plasma (Molecular
IDT IntegratedDNA TechnologiesSARS-
CoV-2 – N1/N2/P, Promega, Madison,
USA).
-> detecção de IgM e IgG: teste rápido
MedTest Coronavirus 2019-nCoV
IgG/IgM (MedLevensohn manufacturer
(Yuhang District, China);
imunocromatografia.
- Resultados:
-> A proporção de testes positivos para
SARS-Cov-2, sem nenhum ajuste, foi de
4,0% (IC95% 3,3-4,7%) e a prevalência
ponderada foi de 3,8% (IC95% 3,1-4,5%).
-> As estimativas foram mais baixas após o
ajuste para sensibilidade e especificidade
do teste: 3,6% (IC95% 2,7-4,4%) para a
prevalência não ponderada e 3,3% (IC95%
2,6-4,1%) para a prevalência ponderada.
-> O período de coleta foi a variável mais
significativamente associada à prevalência
bruta: quanto mais tarde o período, maior a
prevalência (N=1.565 indivíduos em 14-18
abril versus N= 669 indivíduos em 4-27 de
abril: OR =2,05 IC 95% 1,33-3,16,
p=0,001).
-> Quanto às características
sociodemográficas, quanto mais jovem o
doador de sangue, maior a prevalência e
menor o nível de escolaridade, sendo maior
a chance de teste positivo para o anticorpo
SARS-Cov-2 (OR=1,80, IC95% 1,01-3,22;
p=0,047 e OR=1,72, IC9% 1,13-2,62;
p=0,011, respectivamente).
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Os resultados foram semelhantes para
prevalência ponderada.
- Conclusões:
-> Os achados estão de acordo com
algumas premissas básicas: a tendência
crescente ao longo do tempo, pois a curva
epidêmica no estado ainda está em
ascensão; e a maior prevalência entre os
mais jovens, por se deslocarem mais
frequentemente do que as pessoas mais
velhas e os menos instruídos, por encontrar
mais dificuldades em seguir as
recomendações de distanciamento social.
Apesar das limitações do estudo, podemos
inferir que o Rio de Janeiro está longe de
atingir os níveis exigidos de imunidade de
rebanho contra a SARS-CoV-2.
Br J Dermatol
06JUL2020 Most Chilblains
Observed During
the COVID-19
Outbreak Occur
in Patients Who
Are Negative for
COVID-19 on
PCR and
Serology Testing
Cleach LL et al. France.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32628270/
Frieiras mais
comuns em
pacientes sem
COVID-19?
Prévio: Lesões acrais, principalmente
frieiras, são as lesões cutâneas mais
frequentemente relatadas associadas à
COVID-19. Em mais de 80% dos pacientes
testados, os swabs nasofaríngeos foram
negativos utilizando RT-PCR para SARS-
CoV-2, embora a sorologia geralmente não
tenha sido realizada.
- Métodos: Pesquisa nacional inicada em
em 30 de março de 2020 pela sociedade
francesa de dermatologia solicitando aos
médicos que relatassem casos de
manifestações cutâneas em pacientes com
suspeita ou confirmação de COVID-19
usando um questionário padronizado.
Relatados os resultados para manifestações
acrais.
- Resultados:
-> Foram observado 311 casos de
manifestações acrais (58,5% do sexo
feminino, mediana de idade 25,7 anos [18-
39]).
-> A apresentação clínica mais frequente
(65%) foi de frieiras típicas.
-> No total, 93 casos (30%) apresentaram
suspeita clínica de COVID-19, 67 (22%)
apresentaram sintomas infecciosos menos
específicos e 151 (49%) não apresentaram
sinais clínicos anteriores ou durante o curso
das lesões acrais.
-> A histologia das biópsias de pele foi
consistente com as frieiras (n=26/29).
-> 12 pacientes apresentaram
anormalidades imunológicas significativas.
-> Dez pacientes foram positivos entre os
150/311 (48%) que foram testados (RT-
PCR e/ou sorologia).
-> 7/121 (6%) pacientes testados para RT-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
PCR foram positivos e 5/75 (7%) pacientes
testados por sorologia foram positivos
(IgG), entre eles tanto a RT-PCR quanto a
sorologia foram positivas em dois
pacientes.
-> Os pacientes testados e não testados ou
aqueles com e sem COVID-19 confirmado
não diferiram na idade, sexo, histórico ou
características clínicas da lesão acral.
- Conclusão: Os resultados desta pesquisa
não descartam que o SARS-CoV-2 possa
ser diretamente responsável por alguns
casos de frieiras, mas não foram
encontradas evidências da infecção pelo
SARS-CoV-2 na grande maioria dos
pacientes com lesões acrais durante o
perído de lockdown pela COVID-19 na
França.
Diabetol
Metab Syndr
06JUL2020
Risk and
Predictors of In-
Hospital
Mortality From
COVID-19 in
Patients With
Diabetes and
Cardiovascular
Disease
Rastad H et al. Iran.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32641974/
Mortalidade em
pacientes
diabéticos e com
doença
cardiovascular na
COVID-19
- Objetivo: Determinar o risco e os
preditores de mortalidade hospitalar pela
COVID-19 em pacientes com DM e
doença cardiovascular (DCV).
- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo
incluiu pacientes hospitalizados com idade
≥ 18 anos com COVID-19 confirmado na
província de Alborz, Irã, de 20 de fevereiro
de 2020 a 25 de março de 2020. Modelos
de regressão logística multivariada foram
ajustados para quantificar o risco e os
preditores de mortalidade hospitalar por
COVID-19 em pacientes com essas
comorbidades.
- Resultados: Entre 2.957 pacientes com
COVID-19, 2.656 (89,8%) receberam alta
quando curados e 301 (10,2%) foram a
óbito.
-> média de idade 54,8 ± 16,9 anos, 53,7%
homens.
-> 1.412 (47,7%) pacientes testaram
positivo pela RT-PCR.
-> No geral, 1 ou mais comorbdades
estavam presentes em 44,5% (123)
pacientes; DCV e DM estavam presentes
em 10,6% (314) e 9,0% (267) dos
pacientes, respectivamente.
-> No modelo multivariado, o DM (OR=
1,62, IC95% 1,14-2,30; p<0,05) e apenas o
DM (OR=1,69, IC95% 1,05-2,74; p<0,05)
aumentaram o risco de morte pela COVID-
19; porém, tanto a DCV quanto apenas a
DCV apresentaram associações não
significativas (p> 0,05).
-> Além disso, ter qualquer comorbidade
aumentou o risco de mortalidade hospitalar
pela COVID-19 (OR=2,66, IC95% 2,09-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
3,40).
-> Preditores significativos de mortalidade
pela COVID-19 em pacientes com DM
foram contagem de linfócitos, creatinina e
proteína C reativa (PCR) (todos os valores
de p <0,05).
- Conclusões: Os achados sugerem que
pacientes diabéticos têm um risco
aumentado de mortalidade hospitalar na
COVID-19. Além disso, a contagem de
linfócitos, as concentrações de creatinina e
de PCR podem ser consideradas como
preditores significativos para a morte pela
COVID-19 nesses pacientes.
Respir Med
04JUL2020 Asthma
prevalence in
patients with
SARS-CoV-2
infection detected
by RT-PCR not
requiring
hospitalization
Garcia-Pachon E et al.
Spain. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32658837/
Prevalência de
indivíduos
asmáticos com
SARS-CoV-2
que não
necessitam de
internação
Prévio: A prevalência de asma em
pacientes hospitalizados com SARS-CoV-2
tem sido estudada e varia amplamente nas
diferentes séries. No entanto, a prevalência
em pacientes infectados com SARS que
não requerem hospitalização não é
conhecida.
- Objetivo: analisar a presença de asma em
uma série consecutiva de pacientes que
apresentaram resultado positivo no teste
RT-PCR para SARS-CoV-2 e não
necessitaram de internação hospitalar.
- Métodos e resultados: Um total de 218
pacientes (58% dos que apresentaram
resultado positivo) não necessitaram de
hospitalização; tinham idade mediana de
45 anos (IQR 34-57) e 57% eram do sexo
feminino.
-> Seis pacientes (2,8%) tinham
diagnóstico prévio de asma. Apenas um
paciente desenvolveu um leve agravamento
dos sintomas de asma associados à
infecção pelo SARS-CoV-2.
- Conclusões: Poucos pacientes com asma
foram infectados pelo SARS-CoV-2, e essa
infecção não foi uma causa significativa de
exacerbação da asma. Estudos
multicêntricos e com maior número de
pacientes poderiam validar a hipótese do
trabalho, bem como a análise de medidas
preventivas (máscara, distanciamento
social etc) utilizadas pelos indivíduos
asmáticos.
Am J
Otolaryngol
03JUL2020
Paranasal
Sinuses
Computed
Tomography
Findings in
Anosmia of
COVID-19
Naeini AS et al. Iran.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32652405/
Tomografia de
seios da face e
anosmia na
COVID-19
-Objetivo: A disfunção olfativa na COVID-
19 é pouco conhecida. Assim, são
necessários dados mecanísticos para
elucidar os fatores fisiopatológicos da
anosmia da COVID-19.
-Métodos: Estudo em pacientes que
apresentaram anosmia e COVID-19,
conforme documentado pela RT-PCR entre
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
1º de abril e 15 de maio de 2020. Avaliadas
as causas condutoras de anosmia através da
tomografia computadorizada (TC) dos
seios paranasais.
-Resultados:
-> N=49 pacientes com anosmia e PCR
positiva para COVID-19: média de idade:
45 ± 12,2 (27-80) anos; 55,1% mulheres;
DM 26,5%, HAS 20,4%, hipotireoidismo
10,2%, asma 12,2%
-> Anosmia completa estava presente em
85,7% (n=42) dos pacientes (n=7, 14,3%
com hiposmia) e 91,8% dos pacientes
relataram início súbito de disfunção
olfativa.
-> O distúrbio do paladar foi comum
(75,5%, 37/49).
-> Não houve alterações patológicas
significativas nos seios paranasais nas
tomografias.
-> A fenda olfativa e os seios etmóides
pareciam normais, enquanto em outros
seios a opacificação parcial foi detectada
apenas em alguns casos.
-Conclusão: Não encontramos alterações
mucosas significativas ou anormalidades
da fenda olfativa na TC nos pacientes com
anosmia e COVID-19. As causas
condutoras de anosmia (isto é, doença da
mucosa) não parecem desempenhar um
papel significativo na anosmia no curso da
COVID-19.
-> Não há indicação para solicitação de TC
de seios da face para pacientes com
alteração do olfato e COVID-19.
Int J
Immunogenet
05JUL2020
A Role for
Human
Leucocyte
Antigens in the
Susceptibility to
SARS-Cov-2
Infection
Observed in
Transplant
Patients
Poulton K et al. UK.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32623831/
HLA e infecção
pelo SARS-coV-
2
-Objetivo: Análise de 80 pacientes que
apresentaram resultado positivo para RNA
SARS-CoV-2 que haviam coletado HLA
para cadastro no transplante.
- Métodos: Os dados foram combinados em
dois centros adjacentes em Manchester e
Leeds para atingir um número suficiente
para análises iniciais. As frequências de
HLA observadas foram comparadas com
duas populações-controle: primeiro, contra
frequências publicadas em uma população
de doadores falecidos no Reino Unido
(n=10.000) representando a população-alvo
do vírus e, segundo, usando uma coorte de
indivíduos das listas de espera combinadas
de transplantes de ambos centros (n=308),
representando um grupo comparador de
indivíduos não afetados da mesma
demografia.
- Resultados:
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Relatada uma associação significativa
do HLA com HLA-DQB1*06 (53% vs
36%; p<0,012; OR=1,96; IC95% 1,94-
3,22) e infecção pelo SARS-CoV-2.
-> Também foi observado um viés em
direção a uma representação aumentada de
HLA-A*26, HLA-DRB1*15, HLA-DRB1*
10 e DRB1*11, mas estes foram apenas
significativos quando usados os controles
de doadores do Reino Unido ou não
permaneceram significativos após a
correção para múltiplos testes.
-> Da mesma forma, HLA-A*02, HLA-
B*44 e HLA-C*05 podem exercer um
efeito protetor, mas essas associações não
permaneceram significativas após a
correção para múltiplos testes.
- Conclusão: Esta é uma informação
relevante para o gerenciamento clínico de
pacientes no cenário da atual pandemia de
SARS-CoV-2 e fornece interações
potenciais do sistema HLA e o risco de
infecção na COVID-19.
Clin Infect
Dis
05JUL2020
Long-Term ACE
Inhibitor/ARB
Use Is Associated
With Severe
Renal
Dysfunction and
Acute Kidney
Injury in Patients
With Severe
COVID-19:
Results From a
Referral Center
Cohort in the
North East of
France
Oussalah A et al.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32623470/
Uso de
iECA/BRA
predispõe à LRA
na COVID-19?
- Objetivo: Avaliar a associação entre o uso
crônico dos iECA/BRAs e a ocorrência de
disfunções renais, pulmonares, cardíacas e
hepáticas e a gravidade da reação
inflamatória avaliada pela cinética de
biomarcadores e sua associação com os
desfechos da COVID-19.
- Métodos: Estudo de coorte longitudinal
retrospectivo em pacientes consecutivos
com COVID-19 grave recentemente
diagnosticada. Preditores independentes
foram avaliados através de análise de
características operacionais do receptor,
análise de séries temporais, análise de
regressão logística e modelagem multinível
para medidas repetidas.
- Resultados:
-> Dos 149 pacientes incluídos no estudo,
30% (44/149) foram tratados com iECA
(n=19, 13%)/BRA (n=25, 17%).
-> Uso de iECA/BRA versus não
iECA/BRA: mediana de idade 70 (IQR 63-
82) vs 63 (IQR 51-74), p=0,005; HAS 86%
vs 32% (p<0,0001), doença cardiovascular
49% vs 19% (p=0,0004), DM tipo 2 58%
vs 14% (p<0,0001)
-> O uso de iECA/BRA foi associado
independentemente às seguintes variações
bioquímicas: fósforo> 40 mg/l (aOR=3,35,
IC95%, 1,83-6,14; p=0,0001), creatinina>
10,1 mg l (aOR=3,22, IC95% 2,28-4.54;
p<0,0001), nitrogênio uréico (BUN) > 0,52
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
g/l (aOR=2,65, IC95% 1,89-3,73;
p<0,0001) e pCO2 > 39 mmHg (aOR=1,7
IC95% 1,24-2,34; p=0,001)
-> O uso de iECA/BRA foi associado
independentemente à lesão renal aguda,
estágio LRA ≥1 (OR=3,28, 2,17-4,94;
p<0,0001).
-> A dose diária do iECA/BRA foi
independentemente associada a marcadores
renais alterados, com um risco aumentado
de +25 a + 31% por cada incremento de 10
mg do equivalente à dose de lisinopril.
-> Na modelagem multinível multivariável,
BUN > 0,52 g/l foi independentemente
associada ao risco de insuficiência
respiratória aguda (OR=3,54, IC95%1,05-
11,96; p=0,04).
- Conclusões: Pacientes tratados
cronicamente com iECA/BRA que
apresentam COVID-19 grave apresentam
risco aumentado de lesão renal aguda.
Nesses pacientes, o aumento da BUN
associado ao uso da iECA/BRA pode
prever o desenvolvimento de insuficiência
respiratória aguda.
-> Comentário: O estudo apresenta várias
limitações, como o fato de ser retrospectivo
(inclusão de variáveis ao acaso e sem uma
hipótese prévia), ser um coorte com um
número pequeno de pacientes e o fato do
grupo usando iECA/BRA apresentar
comorbidades já estabelecidas como
fatores de risco pré-existente (idade, DM e
HAS). Além disto, não foi definida função
renal previamente baseada no clearance de
creatinina.
Cell Mol
Neurobiol
05JUL2020
Expression of
ACE2 in Human
Neurons
Supports the
Neuro-Invasive
Potential of
COVID-19 Virus
Xu J & Lazartigues E.
China & USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32623546/
Detecção da
ECA2 em
neurônios
humanos
derivados das
iPSCs: explicaria
a neuro-invasão
do SARS-CoV-
2?
- Prévioa: Demonstrou-se que o SARS-
CoV-2 utiliza a enzima conversora de
angiotensina 2 (ECA2) como um ponto de
entrada para as células.
-> Há um crescente número de relatórios
indicando que os pacientes com COVID-
19, especialmente aqueles em estado grave,
exibem sintomas neurológicos, apoiando a
possibilidade de que o SARS-CoV-2 possa
infectar e danificar neurônios no sistema
nervoso central (SNC) em humanos.
-> Estudo de Mao L et al (JAMA Neurol,
2020): De 214 casos, 36,4% do número
total de pacientes apresentaram sintomas
neurológicos, significando que 1 em 3
casos de COVID-19 sintomática tem
envolvimento do SNC.
- Metodologia e resultado: Utilizando
neurônios derivados de células-tronco
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
pluripotentes humanas, realizou-se a
expressão da ECA2 em neurônios humanos
através da imunocitoquímica.
- Conclusão: A partir dessa perspectiva,
elaboramos a idéia de que o potencial
neuro invasivo do SARS-CoV-2 deve ser
considerado como um possível fator
contribuinte, bem como um alvo
terapêutico, para os sintomas respiratórios
graves nos casos críticos de COVID-19.
J Gerontol A
Biol Sci Med
Sci
04JUL2020
ApoE e4e4
Genotype and
Mortality With
COVID-19 in UK
Biobank
Kuo CL et al. USA &
UK.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32623451/
Genótipo ApoE
e4e4 e maior
risco de testar
positivo para
COVID-19 e ir a
óbito
-Prévio: Anteriormente, foi relatado que o
genótipo ApoE e4e4 estava associado ao
teste positivo para COVID-19 (OR=2,31,
IC95%: 1,65 a 3,24, p=1,19x10-6) na coorte
do UK Biobank (UKB), durante o pico
epidêmico na Inglaterra, de 16 de março a
26 de abril de 2020.
-Métodos: Restringimos as análises aos
participantes de ascendência européia
(n=451.367, 90% da amostra) frequentando
centros de avaliação de base na Inglaterra
(n = 398.073) e participantes excluídos que
morreram antes da pandemia (definida em
1 de fevereiro de 2020, n=22.384).
-> Polimorfismo de nucleotídeo único para
rs429358 e rs7412 para determinar os
genótipos ApoE.
- Resultados:
-> Média de idade: 68,2±8,0 anos, com
174.667 mulheres (55%).
-> De 219.747 participantes com o
genótipo ApoE e3e3, 663 apresentaram
resultado positivo (302 por 100.000), dos
quais 79 foram a óbito posteriormente.
-> Da mesma forma, 8.767 participantes
com o genótipo e4e4, 59 apresentaram
resultado positivo (673 por 100.000), dos
quais 13 foram a óbito posteriormente.
-> Nas análises de regressão logística, o
genótipo ApoE e4e4 foi associado a riscos
aumentados de positividade para COVID-
19 (OR=2,24, IC95% 1,72-2,93,
p=3,24x10-9; p<0,05) e mortalidade
confirmada pela COVID-19 (OR=4,29,
IC95%: 2,38-7,72, p=1,22x10-6; p<0,05)
em comparação ao genótipo e3e3s.
- Conclusões: Esses achados também
demonstram que os riscos para a
mortalidade pela COVID-19 não estão
simplesmente relacionados à idade
cronológica avançada ou às comorbidades
comumente vistas no envelhecimento.
Seria importante validar estes achados em
outras populações.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Cell Mol
Immunol
03JUL2020
Elevated serum
levels of
S100A8/A9 and
HMGB1 at
hospital
admission are
correlated with
inferior clinical
outcomes in
COVID-19
patients
Chen L et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32620787/
Novos
biomarcadores de
gravidade na
COVID-19?
- Prévio: Os padrões moleculares
associados a danos (DAMPs), ou
alarminas, são um número de moléculas
liberadas por células sob estresse
submetidas a infecção microbiana ou lesão
estéril, que atuam como sinais de perigo
para promover e exacerbar a resposta
inflamatória. Veiriicou-se que o nível
sérico da S100A8/A9 e HMGB1 está
correlacionado com a gravidade do dano
tecidual associado a patógenos e a
tempestade excessiva de citocinas.
- Objetvo: Definir o papel da S100A8/A9 e
HMGB1 na progressão da COVID-19 e
etsratificar os pacientes.
- Métodos e resultados:
-> Análise retrospectiva.
-> N= 121 pacientes (40 na UTI e 81 na
enfermaria).
-> mortalidade na UTI: 82,5%
-> alta da enfermaria: 96,3%
-> COVID-19 na enfermaria: nível
significativamente elevado de S100A8/A9
(p=0,033), mas não de HMGB1 (p>
0,9999) em comparação aos controles
saudáveis, sugerindo que S100A8/A9 é
uma alarmina mais sensível que o HMGB1
em resposta à infecção pelo SARS-CoV-2.
-> No entanto, tanto o S100A8/A9 como o
HMGB1 foram significativamente
elevados extracelularmente em pacientes
internados na UTI em comparação aos
pacientes não-UTI ou em pacientes fatais
em comparação aos pacientes vivos,
indicando que uma elevação significativa
do S100A8/A9 e HMGB1 foi associado à
alta mortalidade.
-> Os níveis séricos da S100A8/A9 ou
HMGB1 na admissão foram
correlacionados positivamente com o pico
da pontuação na TC de tórax e com a
necessidade de oxigênio, o que é indicativo
da gravidade da lesão pulmonar aguda e da
SDRA.
-> Além disso, o grau de comprometimento
orgânico, avaliado pelos níveis de NT-
proBNP, cTn I e estágio de lesão renal
aguda teve correlação com os níveis séricos
de S100A8/A9 ou HMGB1.
-> O nível do pico do D-dímero aumentou
significativamente à medida que a
concentração plasmática do S100A8/A9 ou
HMGB1 também se elevou.
-> Razão neutrófilos/linfócitos:
positivamente correlacionada com a
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
concentração sérica do S100A8/A9, mas
não com o HMGB1, sugerindo que
S100A8/A9 desempenha um papel mais
importante na redução substancial dos
linfócitos periféricos.
-> O S100A8/A9 sérico foi também
fortemente correlacionado com o escore de
qSOFA, um indicador rápido de disfunção
orgânica relacionada à sepse, indicando
que pacientes com níveis mais altos de
S100A8/A9 ou HMGB1 tendem a sofrer de
disfunção orgânica relacionada à sepse
mais grave (ambos p <0,0001).
-> Para a previsão de admissão na UTI, as
AUCs para os escores de risco clíncio
(COVID-GRAM) com S100A8/A9,
HMGB1 e S100A8/A9 e HMGB1 em
combinação foram 0,810, 0,860, 0,781 e
0,901, respectivamente.
-> Para a previsão de óbito subsequente, as
AUCs para os escores de risco COVID-
GRAM, S100A8/A9, HMGB1 e
S100A8/A9 e HMGB1 em combinação
foram 0,818, 0,875, 0,694 e 0,881,
respectivamente.
- Conclusão: O estudo identificou duas
alarminas, especialmente o S100A8/A9,
que permitiram identificar os pacinets com
risco de progressão da COVID-19. Os
achados tem importante apliacação clínica.
Emerg
Microbes
Infect
03JUL2020
High
Neutralizing
Antibody Titer in
Intensive Care
Unit Patients
With COVID-19
Liu L et al. China. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32618497/
Anticorpos
neutralizantes
anti-SARS-CoV-
2 em pacientes na
UTI versus não-
UTI
-Prévio: A COVID-19 tem um amplo
espectro de gravidade, variando desde
sintomas respiratórios superiores leves até
insuficiência respiratória. O papel da
resposta dos anticorpos neutralizantes
(NAbs) na progressão da doença é ainda
um assunto de debate na literatura.
Objetivo: Determinar a soroprevalência de
733 indivíduos não-COVID-19 de abril de
2018 a fevereiro de 2020 na Região
Administrativa Especial de Hong Kong e
comparação com as respostas dos NAbs de
8 pacientes com COVID-19 internados na
UTI com os NAbs de 42 pacientes
COVID-19 não admitidos na UTI.
- Métodos: teste de neutralização utilizando
pseudo-vírus
-> O vírus do pseudotipado foi gerado
através da cotransfecção das células HEK-
293T com 2 plasmídeos pVax-1-S-
COVID19 e pNL4-3Luc_Env_Vpr,
carrgando o gene da spike otimizada (S)
(QHR63250) e um backbone do vírus da
imunodeficiência humana tipo 1.
-> O título dos NAbs foi definido como a
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
diluição sérica que resultou em 50% de
concentrações inibitórias (IC50), conforme
determinado pelo log (inibidor) vs. resposta
normalizada
- Resultados:
-> UTI vs não-UTI: mediana de idade 63
(57-70) vs 49 (30-60) anos, p=0,007; sexo
feminino 50% vs 57,1% (p=NS). Sem
diferenças nas comorbidades.
-> Não foram detectados NAbs contra
SARS-CoV-2 em nenhuma das amostras
de soro anônimas dos 733 indivíduos não-
COVID-19.
-> O pico da média geométrica do título
sérico dos NAbs foi significativamente
maior entre 8 pacientes da UTI do que os
42 pacientes não-UTI (7280 [IC95% 1468-
36099]) vs 671 [IC95%, 368-1223]).
-> Além disso, o título de NAbs aumentou
significativamente nos estágios iniciais da
infecção entre os pacientes da UTI em
relação aos pacientes não-UTI.
-> A média de dias para atingir o pico dos
títulos dos Nabs após o início dos sintomas
foi menor entre os pacientes na UTI (17,6)
do que nos pacientes fora da UTI (20,1).
-> A análise multivariada mostrou que a
necessidade de oxigênio (p=0,001) e febre
(p=0,032) durante a internação foram os
únicos fatores clínicos independentemente
associados a títulos mais elevados de
NAbs, enquanto que os parâmetros
laboratoriais foram linfopenia (p=0,033) e
plaquetopenia (p=0,021).
- Conclusões:
-> É improvável que o SARS-CoV-2 tenha
disseminado-se em Hong Kong de forma
silenciosa antes do início da pandemia,
uma vez que os soro de pacientes do ano
2018 até 2020 foi negativo numa coorte
expressiva de pacientes.
-> Os pacientes da UTI apresentaram uma
resposta acelerada e aumentada de NAbs
anti-SARS-CoV-2 em comparação aos
pacientes não-UTI, o que foi associado à
gravidade da doença.
-> Mais estudos são necessários para
entender a relação entre alta resposta de
NAb e gravidade da doença.
Crit Care
03JUL2020 Nafamostat
Mesylate
Treatment in
Combination
With Favipiravir
for Patients
Doi K et al. Japan.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32620147/
Resultados
preliminares com
Mesilato de
nafamostat e
favipiravir na
COVID-19
-Prévio: Mesilato de nafamostat
demonstrou inibir a entrada de SARS-
CoV-2 nas células epiteliais humanas in
vitro. Clinicamente, já foi utilizado na
pancreatite aguda e na coagulação
intravascular disseminada no Japão. A
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Critically Ill
With Covid-19:
A Case Series
crítica administração intravenosa, mantem suas
concentrações sanguíneas 30–240 nM, o
que é suficiente para bloquear a entrada do
vírus. Favipiravir é uma droga anti-víurs da
influenza A H1N1, além de exibir
atividade antiviral contra outros vírus de
RNA e, portanto, espera-se que tenha ação
antiviral contra SARS-CoV-2.
- Resultados:
-> n=11 adultos com infecção pelo SARS-
CoV-2 confirmada pela RT-PCR e que
foram admitidos na UTI do Hospital da
Universidade de Tóquio entre 6 e 21 de
abril de 2020.
-> Mediana de idade 68 (IQR, 60-69) anos,
91% sexo masculino; HAS 36%, DM 27%,
doença pulmonar obstrutiva crônica 9%,
neoplasia 9%.
-> Mediana da duração dos sintomas até a
admissão: 8 (7-11) dias; febre 82%, tosse
45% e dispneia 73%. Opacidades em vidro
fosco (91%), consolidação (55%) e
infiltrado pulmonar (18%) na TC de tórax.
-> PaO2/FIO2 131 (114-198) mmHg
-> Todos os pacientes necessitaram de
oxigenoterapia. Oito pacientes (73%)
necessitaram de ventilação mecânica
invasiva e três pacientes (27%)
necessitaram de oxigenação por membrana
extracorpórea.
-> Pacientes receberam tratamento
combinado com mesilato de nafamostat
[0,2 mg/kg/h por infusão intravenosa
contínua, tratamento médio por 14 dias
(IQR, 10 a 14 dias)] e favipiravir [3600 mg
no dia 1 e a 1600 mg por dia no dia 2 e
tratamento mediano subsequente 14 dias
(IQR, 12 a 14 dias)].
-> Nenhuma interrupção do tratamento
antiviral ocorreu devido a reações adversas
a medicamentos, exceto um paciente que
desenvolveu hipercalemia no dia 9 (pelo
mesilato de nafamostat). Todos os 11
pacientes tiveram pelo menos 33 dias de
acompanhamento hospitalar.
-> 1 paciente, que teve uma ordem de não
ressuscitar, foi a óbito na UTI dia 7.
-> 7 pacientes foram desmamados com
sucesso da ventilação mecânica [ mediana
da duração 16 dias (IQR, 10 a 19 dias)] e 9
e 7 pacientes receberam alta da UTI e do
hospital, respectivamente.
- Conclusão: a terapia com mesilato de
nafamostat em combinação com favipiravir
pode permitir o bloqueio da entrada e
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
replicação do vírus, bem como a inibição
da resposta patogênica do hospedeiro, isto
é, hipercoagulobilidade. Embora o número
de pacientes nesta série de casos tenha sido
muito pequeno, a taxa de mortalidade
observadas combinação daquelas drogas
contribuiu para o desmame da ventilação
mecânica e redução da mortalidade em
pacientes com COVID-19 crítica. Estudos
randomizados e controlados são
necessários para avaliação da eficácia desta
combinação.
Ann Rheum
Dis
03JUL2020
Interleukin-6
Blockade With
Sarilumab in
Severe COVID-
19 Pneumonia
With Systemic
Hyperinflammati
on: An Open-
Label Cohort
Study
Della-Torre E et al. Italy.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32620597/
Sarilumab na
COVID-19?
- Objetivo: Avaliar a segurança e eficácia
do bloqueio da interleucina (IL)-6 com
sarilumab em pacientes com pneumonia
grave pela COVID-19 e hiperinflamação
sistêmica.
-Métodos: Estudo aberto, uso compassivo
do sarilumab em pacientes com pneumonia
grave pela COVID-19 (PaO2/FiO2 <300
mmHg) com hiperinflamação (marcadores
inflamatórios e IL6 elevados).
-> Sarilumabe 400 mg via IV (2 doses
únicas de 200 mg) + tratamento-padrão
versus pacientes com tratamento-padrão
apenas (controle; lopinavir/ritonavir,
hidroxicloroquina e azitromicina).
-> Desfechos: melhoria clínica,
mortalidade, segurança e preditores de
resposta clínica em 28 dias.
-Resultados:
-> 28 pacientes foram tratados com
sarilumabe e 28 pacientes formaram o
grupo controle.
-> sem diferenças nos dados demográficos
e parâmetros clínicos entre os 2 grupos:
média de idade 56 (51-60) anos, sexo
masculino 78%, média da duração dos
sintomas antes do início do tratamento 7
(7-10) dias, 30% HAS, 18% tabagismo,
14% dislipidemia, 21% doença arterial
coronariana, 16% DM tipo 2, 4% doença
pulmonar obstrutiva crônica, 5% doença
renal crônica; necessidade de
oxigenoterapia: ventilação invasiva 73% e
oxigênio por alto fluxo 27%; PaO2/FiO2 <
100 em 54%;
-> No dia 28 de acompanhamento, 61%
dos pacientes tratados com sarilumab
apresentaram melhora clínica e 7% foram a
óbito. Esses achados não foram
significativamente diferentes do grupo
controle (melhora clínica de 64%,
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
mortalidade de 18%; p = NS).
-> média de tempo para a melhora clínica:
sarilumab 18 (9-28) vs controle 19 (11-28)
dias (p=0,89); tempo para a resilução da
febre apenas: sarilumab 1 (1-1) vs controle
4 (1-4) dias (p<0,0001); tempo para
normalização da proteína C reativa:
sarilumab 6 (4-7) vs controle 12 (9-15) dias
(p<0,0001).
-> Relação basal PaO2/FiO2> 100 mm Hg e
consolidação pulmonar <17% na
tomografia computadorizada foram
pereditores de melhora clínica nos
pacientes tratados com sarilumabe.
-> A média de tempo para melhora clínica
em pacientes com consolidação pulmonar
<17% foi menor após o sarilumab (10 dias)
do que após o tratamento padrão (24 dias;
p=0,01).
-> A taxa de infecção e trombose pulmonar
foi semelhante entre os dois grupos.
-Conclusões: No dia 28, a melhora clínica
geral e a mortalidade em pacientes com
COVID-19 grave não foram
significativamente diferentes entre o
sarilumabe e o grupo controle.
-> O sarilumabe foi associado a uma
recuperação mais rápida num subgrupo de
pacientes que apresentava consolidação
pulmonar menor no início do estudo.
-> Estudos randomizados e controlados,
com maior número de pacientes, podem
contribuir para definir a real eficácia do
sarilumab na COVID-19.
J Nephrol
03JUL2020 Exposure to
Novel
Coronavirus in
Patients on Renal
Replacement
Therapy During
the Exponential
Phase of COVID-
19 Pandemic:
Survey of the
Italian Society of
Nephrology
Quintaliani G et al. Italy.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32621109/
Pacientes com
doenças renais
mais vulneráveis
à COVID-19: um
estudo da
Sociedade
Italiana de
Nefrologia
- Objetivo: Investigar como os pacientes
em terapia substitutiva da função renal
(TSFR) foram afetados pela pandemia da
COVID-19 na Itália.
-Métodos: questionário eletrônico com 17
itens foi enviado a 454 centros de diálise
no banco de dados DialMap, no dia 9 de
abril de 2020. Calculadas as taxas de
incidência por 100 pacientes.
-Resultados:
-> Em 11 dias, em média, 365 centros
responderam (taxa de resposta de 80,4%;
margem de erro de 2,3%), totalizando
60.441 pacientes em TSFR.
-> População em TSFR: 30.821 pacientes
em hemodiálise (HD), 4.139 em diálise
peritoneal (DP) e 25.481 pacientes
transplantados (Tx).
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Proporção de pacientes em TSFR que
testou positivo para SARS-CoV-2: 2,26%
(IC95% 2,14-2,39), com diferenças
significativas de acordo com a modalidade
de tratamento (p<0,001). A proporção de
pacientes positivos para SARS-CoV-2 foi
significativamente maior na HD (3,55%
[IC95% 3,34-3,76]) do que na DP (1,38%
[IC95% 1,04-1,78] e Tx (0,86% [IC95%
0,75-0,98]) (p<0,001), com
heterogeneidade substancial entre as
regiões e ao longo do gradiente de latitude
(p <0,001).
-> Nos pacientes em TSFR, a taxa de
incidência mais alta foi no noroeste (4,39%
[IC95% 4,11-4,68], seguido pelo nordeste
(2,06% [IC95% 1,79-2,36]), pelo centro
(0,91% [0,75-1,09]), pelas ilhas principaiss
(0,67% [0,47-0,93]) e pelo sul (0,59% [
0,45-0,75].
-> Durante a pandemia da COVID-19,
entre os pacientes com TSFR positivos
para SARS-Cov-2, a taxa de mortalidade
foi de 32,8%, em comparação com 13,3%
observados na população italiana em 23 de
abril.
- Conclusões: Uma proporção substancial
dos 60.441 pacientes em TSFR na Itália foi
positiva para SARS-Cov-2 e
posteriormente morreu durante a fase
exponencial da pandemia de COVID-19. O
risco e as taxas de infecção parecem diferir
substancialmente entre as regiões, ao longo
da latitude geográfica e da modalidade de
tratamento.
Am J Kidney
Dis
03JUL2020
Serologic
Detection of
Latent SARS-
CoV-2 Infections
in Hemodialysis
Centers: A Multi-
center,
Retrospective
Study in Wuhan,
China
Tang H et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32628990/
Infecção por
SARS-CoV-2 em
pacientes em
hemodiálise
ambulatorial
-Racional: Pacientes em hemodiálise (HD)
de manutenção são uma população
altamente vulnerável à infecção pelo
SARS-CoV-2. O estudo foi desenvolvido
para avaliar a prevalência da infecção pelo
SARS-CoV-2 com base no RT-PCR e
testes de anticorpos.
-Forma de estudo: Estudo transversal.
-Local e participantes: de 1º de dezembro
de 2019 a 31 de março de 2020, 1.027
pacientes com HD em cinco grandes
centros de hemodiálise em Wuhan, China
foram incluídos no estudo.
-Resultados:
-> Dos 1.027 pacientes em HD, 99 casos
foram identificados como infecção pelo
SARS-CoV-2, equivalente a uma
prevalência de 9,6%.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Em toda a coorte: média de idade 60,3 ±
13,4 anos, 60,3% homens.
-> Dos 99 casos, 52 (53%) pacientes foram
diagnosticados com infecção pelo SARS-
CoV-2 através da RT-PCR positiva; 47
(48%) pacientes foram identificados por
anticorpos IgG ou IgM positivos contra o
SARS-CoV-2 com RT-PCR negativa.
-> O espectro de perfis de anticorpos
nesses 47 pacientes mostrou anticorpos
IgM em 5 (11%), anticorpos IgG em 35
(75%) e anticorpos IgM e IgG positivos em
7 (15%).
-> 51% dos pacientes infectados eram
assintomáticos durante a epidemia.
-> Sem diferenças entre idade, sexo, IMC e
tabagismo entre os pacientes infectados ou
não infectados. História prévia de contato
próximo foi muito mais comum nos
pacientes infectados
-> Pacientes com doença renal hipertensiva
(24% vs 10%; p<0,001) e doença
cardiovascular (79% vs 67,2%, p=0,01)
foram mais frequentemente identificadas
nos pacientes com infecção pelo SARS-
CoV-2 e tendiam a ser mais sintomáticos
do que outros grupos de pacientes.
-Limitações: Possibilidade de falsos
positivos e falsos negativos para testes de
RT-PCR e anticorpos; possível falta de
generalização para outras populações em
diálise.
- Conclusões: Metade das infecções pela
SARS-CoV-2 em pacientes em HD foi
subclínica e não identificada pela TC
torácica e pela RT-PCR. Os testes
sorológicos podem ajudar a avaliar a
prevalência geral e a entender a diversidade
do curso clínico entre pacientes em HD
infectados com SARS-CoV-2.
Clin
Endocrinol
03JUL2020
Low Serum 25-
hydroxyvitamin
D (25[OH]D)
Levels in Patients
Hospitalised
With COVID-19
Are Associated
With Greater
Disease Severity
Panagiotou G et al. UK
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32621392/
Níveis de
vitamina D
associados à
gravidade da
COVID-19?
- Objetivos: Avaliar a implementação de
um protocolo local para tratamento do
déficit de vitamina D (DVV) em pacientes
hospitalizados pela COVID-19; avaliar a
prevalência de DVV entre pacientes
internados com COVID-19 e examinar
possíveis associações com a gravidade e a
fatalidade da doença.
- Métodos: Análise retrospectiva de 134
pacientes internados com COVID-19.
Foram analisadas a prevalência de DVV, a
conformidade com o protocolo de
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
tratamento local e a relação do soro basal
25 (OH) D com marcadores de gravidade e
fatalidade de COVID-19.
- Resultados:
-> 55,8% dos pacientes elegíveis
receberam reposição de colecalciferol,
embora nem todos de acordo com o
protocolo sugerido.
-> Os pacientes admitidos na UTI eram
mais jovens do que aqueles tratados em
enfermarias médicas (61,1 anos ± 11,8 vs.
76,4 anos ± 14,9, respectivamente, p
<0,001), com maior prevalência de
hipertensão (68,6% vs 40,5%, p<0,01) e
obesidade (25,7% vs 6,3%, p<0,01)
frequência respiratória basal mais alta (24,8
± 7,0 versus 21,5 ± 5,1) e maior nível de
proteína C reativa (143, 4 ± 99,4 vs 107,9 ±
92 mg/ml, p=0,045).
-> Embora os níveis séricos médios de 25
(OH) D fossem comparáveis (p=0,3),
apenas 19% dos pacientes na UTI
apresentaram níveis de 25 (OH)D
superiores a 50 nmol/l versus 39,1% dos
pacientes fora da UTI (p=0,02).
-> No entanto, não houve associação com a
fatalidade, potencialmente devido ao
pequeno tamanho da amostra e diagnóstico
e tratamento imediatos da DVV.
-Conclusões: Observou-se maior
prevalência de DVV em pacientes com
COVID-19 que necessitaram de internação
na UTI em comparação aos pacientes
tratados nas enfermarias. Estudos
prospectivos maiores e/ou ensaios clínicos,
randomizados e controlados, são
necessários para validar a hipótese e definir
se a reposição de vitamina D é uma
estratégia terapêutica na COVID-19. O
mecanismo de ação da vitamina D neste
cenário é ainda desconhecido.
J Med Virol
03JUL2020 Efficacy and
Safety of
Umifenovir for
Coronavirus
Disease 2019
(COVID-19): A
Systematic
Review and
Meta-Analysis
Huang D et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32617989/
Umifenovir na
COVID-19: sem
evidências de
eficácia na
COVID-19
- Objetivos: revisão sistemática e meta-
análise sobre a eficácia e segurança do
umifenovir na COVID-19.
- Métodos: 12 estudos com 1.052
pacientes.
- Resultados:
-> comparado ao grupo controle, o
umifenovir foi associado a uma maior taxa
de negatividade da RT-PCR no dia 14 (RR:
1,27; IC 95%: 1,04 a 1,55).
-> No entanto, o umifenovir não esteve
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
relacionado ao tempo de conversão da RT-
PCR (MD: 0,09; IC95%: -1,48 a 1,65), à
negativação da RT-PCR no dia 7 (RR:
1,09; IC95%: 0,91-1,31), incidência de
desfecho composto (RR: 1,20; IC95%:
0,61-2,37), taxa de alívio da febre no dia 7
(RR: 1,00; IC95%: 0,91-1,10), taxa de
alívio da tosse no dia 7 (RR: 1,00; IC95%
0,85-1,18) ou tempo de internação (MD:
1,34; IC95% -2,08 a 4,76).
-> Umifenovir: seguro em pacientes com
COVID-19 (RR para incidência de eventos
adversos: 1,29; IC 95%: 0,57 a 2,92).
-> Os resultados da análise de sensibilidade
e análise de subgrupos foram semelhantes
aos resultados agrupados.
- Conclusões: Não há evidências para
apoiar o uso terapêutico do umifenovir para
melhorar os desfechos clínicos de pacientes
com COVID-19.
JAMA Neurol
02JUL2020 Risk of Ischemic
Stroke in
Patients With
Coronavirus
Disease 2019
(COVID-19) vs
Patients With
Influenza
Merkler AE et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32614385/
Maior risco de
AVC isquêmico
na COVID-19 em
comparação à
infecção por
influenza
-Objetivo: Avaliar se a COVID-19 está
associads com um risco elevado de AVC
isquêmico em comparação a outras
infecções virais respiratórias.
- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo
conduzido em 2 hospitais acadêmicos na
cidade de Nova York, Nova York.
-> Inclusão de pacientes adultos com
atendimento na emergência ou
hospitalizações com COVID-19, no
período de 4/03 a 02/05/2020.
-> A coorte de comparação incluiu adultos
com visitas a departamentos de emergência
ou hospitalizações com influenza A/B de 1
de janeiro de 2016 a 31 de maio de 2018
(abrangendo temporadas moderadas e
graves de influenza).
-> A infecção pela COVID-19 foi
confirmada pela detecção do SARS-CoV-2
na nasofaringe pela RT-PCR e influenza
A/B confirmada em laboratório.
-> Um painel de neurologistas avaliou o
resultado primário de AVC isquêmico
agudo e suas características clínicas,
mecanismos e resultados.
-> Regressão logística para comparar a
proporção de pacientes com COVID-19
com AVC isquêmico versus a proporção
entre pacientes com influenza.
-Resultados:
-> Entre 1.916 pacientes com atendimentos
de emergência ou hospitalizações com
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
COVID-19, 31 (1,6%; IC95%, 1,1%-2,3%)
apresentaram AVC isquêmico agudo:
mediana de idade 69 anos (IQR, 66-78
anos); 18 (58%) eram homens; o AVC foi
o motivo da apresentação hospitalar em 8
casos (26%), sendo que 23 pacientes (74%)
tiveram AVC isquêmico agudo durante a
internação.
-> Entre os 1.683 pacientes hospitalizados
pela COVID-19, 31 (1,8%, IC95% 1,3%-
2,6%) apresentaram AVC isquêmico.
-> Comorbidades: HAS 62%, DM 43%,
hiperlipidemia 31%, fibrilação atrial 16%,
doença renal crônica 16%, doença
pulmonar obstrutiva crônica 10%.
-> Mecanismo do AVC: cardioembólico
(13/31, 42%), aterosclerose de vasos
grandes (2/31, 7%), criptogênico (16/31,
52%). Envolvimento de múltiplos
territórios cerebrovasculares: 17/31 (55%).
-> Mais de 1/3 dos casos de AVC ocorreu
em pacientes com COVID-19 grave (n=11,
35%) que receberam ventilação mecânica.
-> Mediana do score da National Institutes
of Health Stroke Scale: 16 (IQR, 6-23).
-> mediana do D-dímero nos pacientes que
apresentaram AVC: 1,93 (IQR 0,559-
5,285) μg/ml (versus 0,682 [IQR 0,340-
1,986]; p=0,01).
-> Em comparação, 3 de 1.486 pacientes
com influenza (0,2%; IC95%, 0,0%-0,6%)
apresentaram AVC isquêmico agudo.
-> Após o ajuste por idade, sexo e raça, a
probabilidade de AVC foi maior na
infecção pela COVID-19 do que na
infecção por influenza (OR=7,6; IC95%,
2,3-25,2).
-> A associação persistiu nas análises de
sensibilidade, ajustando fatores de risco
vasculares, sintomatologia viral e admissão
em unidade de terapia intensiva.
- Conclusões e relevância: Neste estudo de
coorte retrospectivo, aproximadamente
1,6% dos adultos com COVID-19 que
procuraram o pronto-socorro ou foram
hospitalizados apresentaram AVC
isquêmico, uma taxa mais alta em
comparação a uma coorte de pacientes com
gripe (0,2%).
-> Estudos adicionais são necessários para
confirmar esses achados e investigar
possíveis mecanismos trombóticos
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
associados à COVID-19.
Stroke Vasc
Neurol
02JUL2020
Acute
Cerebrovascular
Disease
Following
COVID-19: A
Single Center,
Retrospective,
Observational
Study
Li Y et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32616524/
Doenças
cerebrovasculares
na COVID-19
-Objetivo: descrever as características
clínicas, laboratoriais, tratamento e
desfechos de pacientes com doença
cerebrovascular e COVID-19.
- Métodos: estudo retrospectivo;
comparação de indivíduos com COVID-19
que apresentram doença cerebrovascular
aguda versus pacientes que não
apresentaram doença cerebrovascular
aguda. Centro único.
- Resultados:
-> Dos 219 pacientes com COVID-19, 10
(4,6%) desenvolveram AVC isquêmico
agudo e 1 (0,5%) apresentou hemorragia
intracerebral.
-> Os pacientes com COVID-19 e doenças
cerebrovasculares agudas eram mais velhos
(75,7 ± 10,8 anos vs 52,1 ± 15,3 anos,
p<0,001), tiveram maior probabilidade de
apresentar COVID-19 grave (81,8% vs
39,9%, p=0,009) e maior frequência de
fatores de risco cardiovascular, incluindo
HAS (81,8% vs 22,1%, p<0,001), DM
(54,5% vs 12%, p<0,001) e doença
cardíaca (27,3% vs 6,7%, p=0,044).
-> Além disso, pacientes com COVID-
19+doença cerebrovascular foram mais
propensos a ter resposta inflamatória
aumentada e estado hipercoagulável,
conforme refletido nos valores da proteína
C reativa 51,1 (1,3-127,9) vs 12,1 (0,1-
212,0) mg/l (p=0,025) e no D-dímero 6,9
(0,3-20,0) vs 0,5 (0,1-20,0) mg/l (p<0,001).
Neutrofilia, linfopenia, plaquetopenia e
aumento da BUN também foram mais
comuns nos pacentes com COVID-
19+doença cerebrovascular (todos p<0,05).
-> Dos 10 pacientes com AVC isquêmico;
6 receberam tratamento antiplaquetário
com aspirina ou clopidogrel; e 3 deles
foram a óbito. Os outros quatro pacientes
receberam tratamento anticoagulante com
enoxaparina e 2 deles foram a óbito. Seis
pacientes com doenças cerebrovasculares
foram a óbito (54,5%).
- Conclusão: As doenças cerebrovasculares
agudas são comuns nos pacientes com
comorvidades pré-existentes e fazem parte
do espectro de gravidade da COVID-19,
estando associadas à hiper-inflamação e à
hipercoagulabilidade.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
J Am Acad
Dermatol
02JUL2020
The Spectrum of
COVID-19-
associated
Dermatologic
Manifestations:
An International
Registry of 716
Patients From 31
Countries
Freeman EE et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32622888/
Lesões
dermatológicas e
gravidade da
COVID-19
-Objetivo: Caracterizar a diversidade de
manifestações cutâneas na COVID-19 e
facilitar o entendimento da fisiopatologia
subjacente.
-Métodos: Série de casos de um registro
internacional da Academia Americana de
Dermatologia e Liga Internacional de
Sociedades Dermatológicas. O registro foi
feito por dermatologistas (54%), outros
médicos (32%), profissionais de nível
médio (7,3%), enfermeiras (2,85) e outros
profissionais (3,4%).
- Resultados: O registro coletou 716 casos
de sintomas dermatológicos de início
recente em pacientes com COVID-19
confirmada/suspeita (89% dos EUA).
-> Dos 171 pacientes do registro com
COVID-19 confirmada por exames
laboratoriais, a mediana de idade foi 44
(IQR 28-61) anos; 54% mulheres;
comorbidades: HAS 16%, DM 12% e
tabagismo 12% .
-> Morfologias mais comuns: morbiliforme
(22%), pernio-símile (18%), urticariforme
(16%), eritema macular (13%), vesicular
(11). %), papuloescamoso (9,9%) e púrpura
retiforme (6,4%).
-> Lesões morbiliformes: frequentemente
pruriginosas; envolvimento do tronco na
maior parte das vezes (21% com
envolvimento da face).
-> Lesões pernio-símiles: frequentemente
causavam dor/quimação e envolviam
mãos/pés.
-> Púrpura retiforme: descrita nas
extremidades e nas nádegas.
-> O curso completo de erupções cutâneas
confirmadas em laboratório teve uma
mediana de duração de 7 dias (IQR 3-10).
-> As lesões pernio-simile, no entanto,
tiveram um curso mais longo com mediana
de 14 dias (IQR 8-24).
-> A duração total só pôde ser determinada
para lesões resolvidas. A maioria dos
pacientes (72%) apresentava lesões em
andamento; portanto, esses valores podem
subestimar a duração.
-> As lesões geralmente ocorreram após
(64%) ou concomitantes (15%) com outros
sintomas da COVID-19. Em particular, as
seguintes lesões cutâneas apenas se
manifestram após os sintomas da COVID-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
19: morbiliforme (76%), pernio-símile
(48%), urticária (67%), eritema macular
(57%), vesicular (72%), pápulo-escamoso
(53%) e púrpura retiforme (91%). Uma
minoria das lesões ocorreu antes de outros
sintomas da COVID-19 (12%).
-> As lesões do tipo perônio foram comuns
em pacientes com doença leve, enquanto a
púrpura retiforme se apresentava
exclusivamente em pacientes doentes e
hospitalizados.
- Limitações: Não podemos estimar
incidência ou prevalência. O viés de
confirmação é possível.
- Conclusão: Este estudo destaca o
conjunto de manifestações cutâneas
associadas à COVID-19. Muitas
morfologias eram inespecíficas, enquanto
outras podem fornecer informações sobre
possíveis vias imunológicas ou
inflamatórias na fisiopatologia da COVID-
19.
Int J Infect
Dis
02JUL2020
The Incidence of
the Novel
Coronavirus
SARS-CoV-2
Among
Asymptomatic
Patients: A
Systematic
Review
Al-Sadeq DW et al.
Qatar.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32623083/
Incidência da
detecção do
SARS-CoV-2 em
assintomáticos:
uma revisão
sistemática
-Objetivo: revisão sistemática dos estudos
sobre a detecção do SARS-CoV-2 em
pacientes assintomáticos.
Resultados:
-> Inclusão de um total de 63 estudos,
sendo a maioria dos estudos relatada na
China (n=44). Assim, houve uma escassez
de estudos epidemiológicos da SARS-
CoV-2 em vários países do mundo, o que
permitiria rastrear a incidência real da
COVID-19, especialmente em pacientes
assintomáticos.
-> Estudos com um tamanho amostral
grande (n>1000) estimaram que a
porcentagem de pessoas que contraem
SARS-CoV-2 e provavelmente
assintomáticas varia de 1,2 a 12,9%.
-> No entanto, os outros estudos com um
tamanho de amostra menor (n<1000)
relataram uma incidência muito maior e
indicaram que até 87,9% dos indivíduos
infectados com COVID-19 poderiam ser
assintomáticos.
-> Por outro lado, a soroprevalência
estimada de anticorpos para o SARS-CoV-
2 foi relatada como sendo mais alta. Por
exemplo, um estudo realizado com 2.857
amostras de sangue doadores do Rio de
Janeiro apresentaram 23,7% dos casos
positivos para IgM, 11,4% dos positivos
para IgG, enquanto que IgM e IgG foram
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
detectados em 64,9% (Amorim Filho et al).
Isso pode ser explicado pela limitação da
isponibilidade do swab nasal para
diagnóstico pela PCR, já que esta pode ser
negativa, embora a detecção dos anticorpos
seja positiva.
-> A maioria dos estudos indicou que os
assintomáticos são uma fonte potencial de
infecção para a comunidade.
- Conclusão: esta revisão destacou a
necessidade de estudos mais robustos e
bem projetados para estimar melhor a
incidência de COVID-19 entre pacientes
assintomáticos em todo o mundo. A
identificação precoce dos casos
assintomáticos, bem como o
monitoramento e o rastreamento de
contatos próximos, podem ajudar a mitigar
a disseminação da COVID-19.
J Infect Dis
02JUL2020 Clinical
characteristics
and factors
associated with
long-term viral
excretion in
patients with
SARS-CoV-2
infection: a single
center 28-day
study
Shi D et al.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32614392/
Fatores
associados à
eliminação
prolongada do
SARS-CoV-2
Racional: Apesar da disseminação contínua
da COVID-19, o conhecimento sobre
fatores que afetam a excreção viral
prolongada é limitado.
- Métodos: Coleta retrospectiva dos dados
de 99 pacientes hospitalizados com
COVID-19 entre 19 de janeiro e 17 de
fevereiro na província de Zhejiang, China.
-> Divisão em 2 grupos com base nos
resultados dos testes virais positivos
naqueles que se tornaram negativos.
-> Regressão dos riscos proporcionais de
Cox: avaliação dos fatores associados à
eliminação do SARS-CoV-2.
-> RT-PCR: swabs da nasofaringe, escarro
e aspirado endotraqueal, além das fezes,
coletados diariamente.
- Resultados:
-> 61/99 (62%) dos pacientes tiveram
depuração do SARS-CoV-2 (grupo vírus-
negativo), mas 61/38 (38%) dos pacientes
tiveram resultados positivos (grupo vírus-
positivo): 19 (15-24) vs 15 (12-19) dias,
p=0,002.
-> Mediana da duração da excreção do
SARS-CoV-2: 15 dias (IQR 12-19) entre
os pacientes negativos para o vírus.
-> O tempo de eliminação viral aumentou
significativamente se os resultados do teste
de RNA de SARS-CoV-2 nas fezes
estivessem positivos: 12/38 (31,6%) vs
9/61 (14,8%), p=0,000.
-> RT-PCR positiva versus negativa:
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
mediana de idade 61,5 (50,3-72,3) versus
50 (38,5-59) anos, p=0,001; > 65 anos
36,8% vs 13,1% (p=0,006). Sem diferença
no sexo masculino 68,4% vs 57,4%,
p=0,2), HAS (26,4%), DM (16,2%), DPOC
(5,1%), doença cardíaca (7,1%).
-> RT-PCR positiva versus negativa
(mediana dos exames): PaO2/FIO2 250,3 vs
288,3 mmHg (p=0,03), linfopenia 0,5 vs
0,9 x 109/l (p=0,001), albumina 35,8 vs
40,6 g/l (p=0,03), proteína C reativa 45 vs
16,1 mg/l (p=0,01) e pró- calcitonina 0,07
vs 0,06 ng/ml (0,01), CD4+ 94 vs 199/μl
(p=0,01), CD8+ 79 vs 152,5 /μl (p=0,02) e
células B 70 vs 146,5/μl (p=0,01)
-> Sexo masculino (HR=0,58 [IC95%,
0,35-0,98]), uso de imunoglobulina (HR=
0,42 [IC95%, 0,24-0,76]), pontuação
APACHE II (HR=0,89 [IC95%, 0,84-
0,96]) e a contagem de linfócitos (HR=
1,81 [IC95%, 1,05-3,1]) foram fatores
independentes associados a uma duração
prolongada da eliminação do SARS-CoV-
2.
-> A terapia antiviral e o tratamento com
corticosteroides não foram fatores
independentes.
- Conclusões: O tempo de eliminação do
RNA do SARS-CoV-2 foi associado ao
sexo, gravidade da doença e função
linfocitária. O atual protocolo antiviral e a
dose baixa a moderada de corticosteróide
tiveram pouco efeito na duração da
excreção viral.
JAMA Netw
Open
01JUL2020
Incidence of
Stress
Cardiomyopathy
During the
Coronavirus
Disease 2019
Pandemic
Jabri A et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32644140/
Aumento da
cardiomiopatia
por estresse
durante a
pandemia da
COVID-19
- Importância: A pandemia da COVID-19
tem resultado em estresse psicológico,
social e econômico grave na vida das
pessoas. Não se sabe se o estresse da
pandemia está associado a um aumento na
incidência de cardiomiopatia por estresse.
- Objetivo: Determinar a incidência e os
resultados da cardiomiopatia por estresse
durante a pandemia de COVID-19 em
comparação a período antes da pandemia.
- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo
em laboratórios de cateterismo cardíaco
com capacidade de intervenção coronária
percutânea primária em 2 hospitais do
sistema de saúde da Cleveland Clinic no
nordeste de Ohio, EUA, examinou a
incidência de cardiomiopatia por estresse
(síndrome de Takotsubo) em pacientes que
apresentavam síndrome coronariana aguda
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
submetida a arteriografia coronária. Os
pacientes que se apresentaram durante a
pandemia de COVID-19, entre 1 de março
e 30 de abril de 2020, foram comparados
com 4 grupos controle de pacientes com
síndrome coronariana aguda que se
apresentaram antes da pandemia em 4
cronogramas distintos: março a abril de
2018, janeiro a fevereiro de 2019, março a
abril de 2019 e janeiro a fevereiro de 2020.
Os dados foram analisados em maio de
2020.
-Exposição: Os pacientes foram divididos
em 5 grupos com base na data de sua
apresentação clínica em relação à
pandemia da COVID-19.
- Resultados: Entre 1914 pacientes com
síndrome coronariana aguda, 1656
pacientes (mediana de idade [IQR], 67 [59-
74]; 1094 [66,1%] homens) apresentaram-
se durante o período pré-COVID-19 (390
pacientes entre março e abril de 2018), 309
pacientes em janeiro-fevereiro de 2019,
679 pacientes em março-abril de 2019 e
278 pacientes em janeiro-fevereiro de
2020) e 258 pacientes (medina de idade
[IQR], 67 [57-75]; 175 [67,8%] homens)
apresentados durante o período de
pandemia da COVID-19 (março-abril de
2020).
-> Houve um aumento significativo na
incidência de cardiomiopatia por
estresse durante o período COVID-19,
com um total de 20 pacientes com
cardiomiopatia por estresse (proporção
de incidência, 7,8%), em comparação
com cronogramas pré-pandêmicos, que
variaram de 5 a 12 pacientes com
cardiomiopatia por estresse (intervalo de
proporção de incidência, 1,5% -1,8%).
-> A taxa de comparação entre o período
pandêmico da COVID-19 e o período pré-
pandêmico combinado foi de 4,58 (IC
95%, 4,11-5,11; p<0,001).
-> Todos os pacientes durante a pandemia
da COVID-19 tiveram resultados negativos
nos testes da RT-PCR para COVID-19.
-> Pacientes com cardiomiopatia por
estresse durante a pandemia de COVID-19
tiveram um tempo de internação mediano
mais longo (faixa interquartil) em
comparação com aqueles hospitalizados no
período pré-pandêmico (período na
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
COVID-19: 8 [6-9] dias; março-abril de
2018: 4 [3-4] dias; janeiro a fevereiro de
2019: 5 [3-6] dias; março a abril de 2019: 4
[4-8] dias; janeiro a fevereiro: 5 [4-5] dias;
p=0,006).
-> Não houve diferenças significativas
entre o período COVID-19 e o período
geral pré-COVID-19 na mortalidade (1
paciente [5,0%] vs 1 paciente [3,6%],
respectivamente; p=0,81) ou reinternação
de 30 dias (4 pacientes [22,2%] vs 6
pacientes [21,4%], respectivamente;
p=0,90).
- Conclusões: Este estudo constatou que
houve um aumento significativo na
incidência de cardiomiopatia por estresse
durante a pandemia da COVID-19 quando
comparado aos períodos pré-pandêmicos.
JAMA
01JUL2020 Excess Deaths
From COVID-19
and Other
Causes, March-
April 2020
Woolf SH et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32609307/
Aumento da
mortalidade pela
COVID-19 e por
outras causas nos
EUA
- O número de mortes relatadas
publicamente pela COVID-19 pode estar
subestimada. Tais estimativas se baseiam
em dados provisórios que geralmente são
incompletos e podem omitir mortes não
documentadas pela COVID-19. Além
disso, as restrições impostas pela pandemia
(por exemplo, ordens de permanecer em
casa) podem comprometer vidas
indiretamente, devido ao atraso no
atendimento a emergências agudas,
exacerbações de doenças crônicas e
sofrimento psicológico (por exemplo,
overdose de drogas).
-Objetivo: Estimar o excesso de mortes nas
primeiras semanas da pandemia e a
contribuição relativa da COVID-19 e
outras causas.
- Métodos: Os dados semanais de óbitos
dos 50 estados dos EUA e do Distrito de
Columbia foram obtidos no Centro
Nacional de Estatísticas de Saúde de
janeiro a abril de 2020 e nos 6 anos
anteriores (2014-2019).
Resultados: Entre 1 de março e 25 de abril
de 2020, foram relatadas 505.059 mortes
nos EUA; 87.001 (IC95%, 86578-87423)
foram óbitos em excesso, dos quais 56.246
(65%) foram atribuídos à COVID-19.
-> Em 14 estados, mais de 50% das mortes
em excesso foram atribuídas a causas
subjacentes que não a COVID-19; estes
incluíram a Califórnia (55% do excesso de
mortes) e o Texas (64% do excesso de
mortes).
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Os 5 estados com mais mortes pela
COVID-19 tiveram grandes aumentos
proporcionais em mortes por causas
subjacentes não respiratórias, incluindo
diabetes (96%), doenças cardíacas (89%),
doença de Alzheimer (64%) e doenças
cerebrovasculares (35%).
-> A cidade de Nova York aprsentou os
maiores aumentos de mortes não
respiratórias, principalmente de doenças
cardíacas (398%) e diabetes (356%).
- Conclusões: Grandes aumentos na
mortalidade por doenças cardíacas,
diabetes e outras doenças foram
observados. É necessária uma investigação
mais aprofundada para determinar até que
ponto essas tendências representam
manifestações não respiratórias da COVID-
19 ou mortalidade pandêmica secundária
causada por rupturas na sociedade que
diminuíram ou atrasaram o acesso aos
cuidados de saúde e os determinantes
sociais da saúde (por exemplo, empregos,
renda e alimentação).
JAMA Intern
Med
01JUL2020
Estimation of
Excess Deaths
Associated With
the COVID-19
Pandemic in the
United States,
March to May
2020
Weinberger DM et al.
USA https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32609310/
Estimativa do
excesso de
mortes pela
COVID-19 nos
EUA
-Objetivo: Estimar o ônus de todas as
mortes relacionadas à COVID-19 nos
Estados Unidos de março a maio de 2020.
- Métodos: Estudo observacional, avaliação
do número de mortes nos EUA por
qualquer causa e mortes por pneumonia,
influenza e/ou COVID-19 de 1º de março a
30 de maio de 2020, usando dados públicos
de toda a população dos EUA de o
National Center for Health Statistics
(NCHS). Esses números foram comparados
com os do mesmo período dos anos
anteriores. Todos os dados analisados
foram acessados em 12 de junho de 2020.
-Resultados: houve aproximadamente
781.000 mortes no total nos Estados
Unidos de 1 de março a 30 de maio de
2020, representando 122.300 (intervalo de
previsão de 95%, 116.800-127.000) mais
mortes do que seria normalmente esperado
naquela época do ano.
-> Foram registradas 95.235 mortes
atribuídas oficialmente à COVID-19 de 1º
de março a 30 de maio de 2020.
-> O número de mortes por excesso de
causa foi 28% maior que o total oficial das
mortes relatadas pela COVID-19 durante
esse período. Em vários estados, essas
mortes ocorreram antes de aumentos na
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
disponibilidade dos testes de diagnóstico
COVID-19 e não foram contabilizadas nos
registros oficiais de morte do COVID-19.
Houve uma variabilidade substancial entre
os estados na diferença entre as mortes
oficiais da COVID-19 e a carga estimada
de excesso de mortes.
-> Assim, as mudanças na mortalidade que
ocorreram durante a pandemia variaram
por estado e região. Na cidade de Nova
York, a mortalidade por todas as causas
aumentou 7 vezes acima da linha de base
no pico da pandemia, num total de 25.100
(intervalo de previsão de 95%, 24.800-
25.400) mortes em excesso, das quais 26%
não foram atribuídas à COVID-19. Por
outro lado, no restante do estado de Nova
York, o aumento foi mais moderado,
subindo 2 vezes acima da linha de base e
resultando em 12.300 (intervalo de
previsão de 95%, 11.900-12.700) mortes
em excesso.
-Conclusões: o excesso de mortes fornece
uma estimativa do ônus total da COVID-19
e indica que os registros oficiais
provavelmente subestimam as mortes
devido ao vírus. A carga de mortalidade e a
abrangência das contas variam
acentuadamente entre os estados.
Sci Transl
Med
01JUL2020
Antibody
Signature
Induced by
SARS-CoV-2
Spike Protein
Immunogens in
Rabbits
Ravichandran S et al.
USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32513867/
Resposta immune
ao SARS-COV-
2: uma análise da
proteína S e de
seus subdomínios
-Objetivos: Para entender melhor as
respostas imunes humorais induzidas pelas
vacinas baseadas nos antígenos da proteína
S, foi realizado um estudo qualitativo
através da imunização de coelhos com
vários antígenos da proteína S do SARS-
CoV-2: S-ectodomain (S1 + S2) (aa 16-
1213), que não possui o domínios
citoplasmáticos e transmembranares (CT-
TM), o domínio S1 (aa 16-685), o domínio
de ligação ao receptor (RBD) (aa 319-541)
e o domínio S2 (aa 686-1213, não contendo
o RBD e, portanto, o controle) foi
realizados para estudar o repertório dos
apítopos dos anticorpos, a afinidade
deligação dos anticorpos e a atividade
funcional.
- Metodologia: A qualidade e função dos
anticorpos resultantes foram analisadas por
ELISA, ensaio de competição no domínio
de ligação ao receptor (RBD), ressonância
plasmônica de superfície (SPR) contra
diferentes proteínas S na conformação
nativa e ensaios de neutralização. Coelhos
brancos fêmeas da Nova Zelândia foram
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
imunizados duas vezes intramuscularmente
em intervalos de 14 dias com 50 µg de
proteínas recombinantes purificadas
misturadas com adjuvante Emulsigen
(adjuvantes MVP). Dois animais foram
utilizados por imunogênio.
-Resultados:
-> Todos os três antígenos (ectodomínio S1
+ S2, domínio S1 e RBD), mas não S2,
geraram fortes anticorpos neutralizantes
contra o SARS-CoV-2.
-> O repertório de anticorpos induzidos
pela vacinação foi analisado pelas
bibliotecas de exibição de fagos do
fragmento da proteína S do SARS-CoV-2
(SARS-CoV-2 GFPDL), que identificaram
epítopos imunodominantes nos domínios
S1, S1-RBD e S2.
-> Além disso, essas análises
demonstraram que o RBD imunogênio
levou a um título de anticorpo mais alto
com anticorpos de afinidade 5,0 vezes mais
altos para antígenos nativos da spike em
comparação com outros antígenos da spike
e a afinidade de anticorpo correlacionou-se
fortemente com os títulos de neutralização.
-> O soro imune ao RBD demonstrou
claramente um título final de neutralização
mais alto (> 1: 640) em comparação com o
soro imune S1 ou S1 + S2 (1: 160 e 1:40,
respectivamente).
-> O soro dos coelhos imunizados após a 2ª
dose aprsentavam anticorpos anti-spike que
eram 80% IgG, 10-15% IgA e uma fração
menor de IgM.
- Conclusão: O estudo destaca a
necessidade de realizar uma análise
abrangente da resposta imune gerada após
a vacinação ou infecção pelo SARS-CoV-
2, a fim de identificarmos biomarcadores
de imunidade protetora. Uma compreensão
aprofundada dos aspectos quantitativos e
qualitativos das respostas imunes geradas
por diferentes antígenos de vacinas
baseadas na proteína S poderia auxiliar no
desenvolvimento e avaliação de terapias
faramacológicas e vacinas eficazes para o
SARS-CoV-2.
QJM
01JUL2020 Prolonged
Persistence of
SARS-CoV-2 in
the Upper
Respiratory
Tract of
Saurabh S et al. India.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32609360/
Detecção do
SARS-CoV-2 em
pacientes
assintomáticos
- Prévio: A duração da persistência do
SARS-CoV-2 no trato respiratório superior
de indivíduos infectados tem implicações
clínicas e epidemiológicas importantes.
- Objetivo: Estabelecer a duração e os
fatores de risco para persistência do SARS-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Asymptomatic
Infected
Individuals
CoV-2 no trato respiratório superior de
indivíduos infectados assintomáticos.
- Métodos: Os dados do teste rRT-PCR
(swabs orofaríngeo e nasofaríngeo)
repetido para indivíduos infectados com
SARS-CoV-2 no instituto Jodhpur, na
Índia, foram analisados de 19 de março a
21 de maio de 2020. A duração da
persistência do vírus foi estimada com
modelos de regressão paramétricos. Os
fatores associados à persistência viral
prolongada foram analisados com o melhor
modelo de ajuste.
- Resultados: 51 indivíduos infectados com
SARS-CoV-2 com teste repetido de rRT-
PCR foram identificados, sendo 44
assintomáticos.
-> Nos 44 pacientes assintomáticos: média
de idade 56,4 ± 17,1 anos, 79,5% sexo
masculino.
-> Os indivíduos assintomáticos tiveram
média de duração da persistência do vírus
de 8,87 dias (IC95%: 7,65-10,27) e
duração do percentil 95 de 20,70 dias (IC
95%: 16,08-28,20).
-> A mediana da persistência geral do
vírus, incluindo indivíduos sintomáticos e
assintomáticos, foi de 9,18 dias (IC95%
8,04-10,48).
-> Cerca de um quarto dos assintomáticos
(10/44) demonstrou persistência do SARS-
CoV-2 além de 2 semanas.
-> A idade <60 anos (p=0,011) e a
transmissão local (p=0,029) foram
significativamente associadas à
persistência mais longa do vírus em
indivíduos assintomáticos em regressão
univariada, mas não em análises
multivariadas.
- Conclusão: A duração recomendada do
isolamento domiciliar para indivíduos
infectados com SARS-CoV-2 na Índia
deve ser estendida de 17 dias para pelo
menos três semanas. A persistência
prolongada do SARS-CoV-2 em uma
proporção de indivíduos assintomáticos
merece atenção no que diz respeito a
garantir precauções universais de
prevenção de infecções,
independentemente do status sintomático.
Obesity Is BMI Higher in Bhasin A et al. USA. Índice de massa - Prévio: A obesidade é um fator de risco
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
01JUL2020 Younger Patients
With COVID-19?
Association
Between BMI
and COVID-19
Hospitalization
by Age
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32610371/
corpórea em
pacientes jovens
e hospitalização
por COVID-19
para hospitalização de pacientes com
COVID-19.
-Objetivos: Investigar se os pacientes
hospitalizados com COVID-19 diferiam no
IMC em idades e se as tendências eram
independentes de diabetes e hipertensão.
- Métodos: Análise transversal de pacientes
hospitalizados com COVID-19 moderado a
grave no Northwestern Memorial Hospital
de 19 de março de 2020 a 4 de abril de
2020.
-> Comparação dos pacientes
hospitalizados com COVID-19 e idade
com < 50 anos e > 50 anos em relação
àqueles hospitalizados sem COVID-19.
- Resultados:
-> Pacientes com < 50 anos, hospitalizados
com COVID-19 sem diabetes ou
hipertensão: média do IMC maior do que
aqueles com idade ≥50 anos (43,1 kg/m2;
IC95% 34,5-51,7 versus 30,1 kg/m2;
IC95% 27,7-32,5), p = 0,02.
-> IMC dos pacientes sem COVID-19 e
sem HAS ou DM: 23,2 kg/m2 (IC9%%
20,1-26,4) nos pacientes com idade < 50
anos e 27,4 kg/m2 (IC95% 25,5-29,4) nos
pacientes com ≥ 50 anos; p=0,04.
-> Além disso, o IMC parece se
correlacionar inversamente com o aumento
da idade entre os pacientes hospitalizados
com COVID-19. Não detectada a mesma
diferença ou tendência em pacientes
hospitalizados sem COVID-19.
-> A média do IMC para todos os pacientes
hospitalizados com COVID-19 foi de 31,2
kg/m2 (IC95% 30,2-32,3), acima do limiar
para obesidade classe I.
-> A média do IMC para todos os pacientes
hospitalizados sem COVID-19 foi 28,1
(IC95% 27,0-29,3) kg/m2, classificado
como sobrepeso; p=0,0001.
- Conclusão: Os pacientes mais jovens
(idade <50 anos) com COVID-19
apresentaram média do IMC maior em
comparação aos mais velhos com COVID-
19, tanto em pacientes com e sem diabetes
e hipertensão. Essa tendência não existia
em pacientes sem COVID-19
hospitalizados durante o mesmo período.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Heart
01JUL2020 Treatment With
ACE Inhibitors
or ARBs and
Risk of
severe/lethal
COVID-19: A
Meta-Analysis
Flacco ME et al. Italy.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32611676/
Uso de
bloqueadores do
sistema renina-
angiotensina-
aldosterona na
COVID-19
-Objetivo: Meta-análise de dados
observacionais ajustados realizada para
resumir as evidências existentes sobre a
associação entre iECA/BRA e a COVID-
19 grave/letal.
- Métodos: Trabalhos analisados nos
repositórios MedLine, Scopus e pré-
impressão até 8 de junho de 2020 para
recuperar estudos de coorte ou caso-
controle comparando o risco de COVID-19
grave/fatal (ventilação mecânica, admissão
em unidade de terapia intensiva ou morte),
entre os hipertensos tratados com: (1)
iECA, (2) BRA e (3) ambos, versus
indivíduos não tratados.
-> Os dados foram combinados usando
uma abordagem de variância inversa
genérica de efeito aleatório.
- Resultados:
-> 11 estudos, envolvendo 9. 890
hipertensos, foram incluídos nas análises.
-> Comparados com indivíduos não
tratados, aqueles que usavam iECA ou
BRA mostraram um risco semelhante de
COVID-19 grave ou letal (OR=0,90; IC
95% 0,65-1,26 para iECA; e OR=0,92; IC
95% 0,75 a 1,12 para BRA).
-> O risco de desenvolver COVID-19
grave foi também comparável entre
pacientes tratados e não tratados (OR=1,00;
IC95% 0,84-1,18).
-> Os resultados não mudaram quando os
dois medicamentos foram considerados
simultâneos, quando o óbito foi o desfecho
e excluindo os estudos com resultados
significativos e divergentes.
- Conclusão:
-> A presente meta-análise apóia
fortemente a recomendação de várias
sociedades científicas que dão suporte à
manutenção do uso de iECA e BRA para
todos os pacientes que já faziam uso destas
medicações.
Diabtes Metab
Syndr
30JUN2020
BMI and future
risk for COVID-
19 infection and
death across sex,
age and
ethnicity:
Preliminary
findings from UK
Sattar N et al. UK.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32668401/
Índice de massa
corpórea e
mortalidade em
pacientes mais
jovens e não-
brancos
-Objetivos: Examinar a associação entre o
IMC (índice de massa corpórea) e o risco
de um teste positivo para SARS-CoV-2 e o
risco de morte relacionada à COVID-19
entre os participantes do Biobank no Reino
Unido.
-Métodos: Entre os 4.855 participantes
testados para SARS-CoV-2 no hospital,
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
biobank
839 foram positivos e destes 189 (22.5%)
foram a óbito pela COVID-19.
-> Modelos de Poisson com splines de
chapa fina penalizados foram executados
relacionando exposições de interesse para
testar a positividade e a fatalidade de casos,
ajustando-se a fatores de confusão.
- Resultados:
-> O IMC esteve fortemente associado ao
teste positivo e ao risco de morte
relacionado à COVID-19.
-> O gradiente de risco em relação ao IMC
foi mais acentuado em menores de 70 anos,
em comparação com aqueles com 70 anos
ou mais de morte relacionada à COVID-19
(p=0,03; interação).
-> O IMC esteve mais fortemente
relacionado à positividade do teste para
COVID-19 (p=0,010; intreação) e óbito
(p=0,002; interação) em não-brancos
(predominantemente sul-asiáticos e afro-
caribenhos), em comparação aos brancos.
-> Havia uma sugestão de um gradiente
mais forte de risco através do IMC
(p=0,09; interação) em homens em
comparação a mulheres para um teste
positivo para SAR-SCoV-2 positivo,
embora não haja evidências claras da
interação para óbito relacionado à COVID-
19 (p=0,37; interação).
- Conclusões: Esses dados acrescentam
suporte para a adiposidade estar mais
fortemente ligada às mortes relacionadas à
COVID-19 em pessoas mais jovens e em
etnias não-brancas. Se estudos futuros
confirmarem a causalidade, intervenções
no estilo de vida para melhorar o status de
adiposidade podem ser importantes para
reduzir o risco de progressão da COVID-19
em todas as comunidades, mas talvez
particularmente nas não-brancas.
Int J Clin
Pract
30JUN2020
Febuxostat
Therapy in
Outpatients With
Suspected
COVID-19: A
Clinical Trial
Davoodi L et al. Iran.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32603531/
Febuxostat para a
COVID-19?
- Objetivo: Avaliar os efeitos do febuxostat
(FBX; inibidor na xantina oxidase utilizado
para tratamento da hiperuricemia; tem
efeitos anti-inflamatórios, anti-oxidantes e
anti-apoptóticos) versus hidroxicloroquina
(HCQ) nos sintomas clínicos, exames
laboratoriais e achados da TC de tórax em
pacientes ambulatoriais com sintomas
moderados de infecção pela COVID-19.
-Métodos: Os pacientes foram
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
aleatoriamente designados para receber
FBX (80 mg/dia) ou HCQ (200 mg 2x/dia)
por 5 dias.
-> As variáveis medidas foram:
necessidade de hospitalização, dados
clínicos e laboratoriais, incluindo febre,
tosse, frequência respiratória, nível de
proteína C-reativa, contagem de linfócitos
no início da admissão e também 5 dias
após o tratamento. Além disso, os achados
da TC foram avaliados na admissão e 14
dias após o início do tratamento.
-Resultados:
-> N=60 pacientes foram incluídos no
estudo, com uma proporção de 1 para 1 nos
grupos FBX (n=30) e HCQ (n=30).
-> Na admissão, febre (66,7%), tosse
(87%), taquipneia (44,4%), dispnéia (35%),
aumento da proteína C reativa (94,4%),
linfpenia (81,5%) e envolvimento
pulmonar de acordo com a TC de tórax
(100%) foram documentados em pacientes
incluídos, sem diferença entre os grupos
FBX e HCQ.
-> Febre, tosse e taquipnéia foram
significativamente mitigadas em ambos os
grupos após cinco dias de tratamento, sem
diferenças significativas entre os grupos.
-> As porcentagens médias de
comprometimento pulmonar foram
reduzidas significativamente para 7,3% e
8% após 14 dias de tratamento com FBX e
HCQ, respectivamente.
-> taxa de hospitalização: 11% (n=3 em
cada grupo). Todos os pacientes foram de
alta entre 1-7 dias após a internação.
-Conclusão: Os desfechos clínicos,
laboratoriais e tomográficos são
comparáveis em pacientes que receberam
FBX e HCQ. No entanto, a falta de um
grupo controle, sem tratamento, não nos
permite definir eficácia destas 2
medicações no cenário da COVID-19.
Lancet
Haematol
30JUN2020
Endotheliopathy
in COVID-19-
associated
Coagulopathy:
Evidence From a
Single-Centre,
Cross-Sectional
Study
Goshua G et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32619411/
Endoteliopatia
como fator de
risco para
hipercoagulabilid
ade em pacientes
com COVID-19
-Prévio: Uma característica importante da
patogênese do SARS-CoV-2 é a
coagulopatia associada à COVID-19,
caracterizada por aumento de complicações
trombóticas e microvasculares. Estudos
anteriores sugeriram um papel para lesão
celular endotelial na coagulopatia
associada à COVID-19. Para determinar se
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
a endoteliopatia está envolvida na
patogênese da coagulopatia associada à
COVID-19, foram avaliados marcadores da
ativação de células endoteliais e plaquetas
em pacientes críticos e não críticos
internados no hospital com COVID-19.
- Métodos: Estudo transversal de centro
único, pacientes adultos hospitalizados
(≥18 anos) com COVID-19 confirmada
laboratorialmente e internados na UTI ou
enfermaria especializada não-UTI COVID-
19. Controles assintomáticos e não
hospitalizados foram também incluídos.
Foram avaliados marcadores da ativação
endotelial de células e plaquetas, incluindo
o antígeno do fator de von Willebrand
(VWF), trombomodulina solúvel, P-
selectina solúvel e ligante CD40 solúvel,
bem como fatores de coagulação,
anticoagulantes endógenos e enzimas
fibrinolíticas.
- Resultados:
-> 68 pacientes com COVID-19 foram
incluídos no estudo de 13 a 24 de abril de
2020, incluindo 48 UTI e 20 pacientes não-
UTI, além de 13 controles assintomáticos
não hospitalizados.
-> Pacientes UTI versus não-UTI: 64 (16;
20-92) vs 58 (15; 24-93), p=0,15; sexo
masculino 69% vs 40% (p=0,033).
-> Comorbidades comparáveis entre os
grupos: obesidade (37%), insuficiência
cardíaca congestiva 7%, hiperlipidemia
26%, HAS 56%, DM 29%, doença arterial
coronariana 15%, doença cerebrovascular
10%, neoplasia 4%, doença renal crônica
10%, fibrilação atrial 6%.
-> Os marcadores de ativação das células
endoteliais e plaquetárias foram
significativamente elevados nos pacientes
na UTI em comparação com os pacientes
que não-UTI, incluindo o antígeno VWF
(média de 565% [DP 199] nos pacientes na
UTI versus 278% [133] nos pacientes não-
UTI; p<0,0001) e P-selectina solúvel (15,9
ng/ml [4,8] vs 11,2 ng/ml [3,1]; p=0,0014).
-> As concentrações do antígeno VWF
também foram elevadas acima da faixa
normal em 16 (80%) dos 20 pacientes não-
UTI.
-> Mortalidade teve correlação
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
significativa com o antígeno VWF (r=0,38;
p=0,0022) e trombomodulina solúvel
(r=0,38; p=0,0078) em todos os pacientes.
-> Em todos os pacientes, concentrações
solúveis de trombomodulina maiores que
3,26 ng/ml foram associadas a taxas mais
baixas de alta hospitalar (22 [88%] dos 25
pacientes com baixas concentrações versus
13 [52%] dos 25 pacientes com altas
concentrações; p=0,0050) e menor
probabilidade de sobrevida na análise de
Kaplan-Meier (HR=5,9, IC95% 1,99-18,4;
p=0,0087).
- Conclusões: Os achados mostram que a
endoteliopatia está presente na COVID-19
e provavelmente está associada a doenças
críticas e óbito. A identificação precoce da
endoteliopatia e as estratégias para mitigar
sua progressão podem melhorar os
resultados na COVID-19.
J Infect
30JUN2020 Elevation of Ace2
as a SARS-CoV-2
Entry Receptor
Gene Expression
in Alzheimer's
Disease
Lim KH et al. Republic
of Korea.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32619698/
Expressão gênica
da ECA2 e ECA1
no sangue e no
cérebro de
pacientes com
Alzheimer: há
implicações para
a COVID-19?
-Prévio: A doença de Alzheimer é a
principal doença neurodegenerativa em
adultos. Pacientes com Alzheimer e com
comorbidades, como doença pulmonar
obstrutiva crônica, tem um declínio
cognitivo maior.
-Objetivo: Investigar se a maior expressão
da ECA2 está associada a maior
mortalidade pelo Alzheimer.
-Metodologia: RNA-seq e estudos de
associação com o genoma total (GWAS)
no modelo murino da doença Alzheimer
(DA).
-Resultados:
-> ECA2 no tecido cerebral de
camundongos com DA: expressão
aumentada do gene da ECA2 no tecido
cerebral. No entanto, ao contrário da
ECA2, a expressão do gene da ECA1 não
diferiu no cérebro saudável versus tecido
doente.
-> ECA2 no sangue de camundongos com
DA: níveis de expressão do gene da ECA2
não apreentaram diferenças significativas.
-> ECA1 no tecido cerebral de
camundongos com DA: a expressão gênica
mostrou uma leve diminuição tendência no
tecido cerebral doente
-> ECA1 no sangue de camundongos com
DA: expressão gênica aumentou
significativamente no sangue, sugerindo
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
que a expressão do gene da ECA1 pode ser
um biomarcador para diagnóstico da DA.
-> Perfis de expressão de genes humanos
da ECA no tecido cerebral e nas células
mononucleares do sangue periférico
(PBMCs) de pacientes com DA:
* Hipocampo e ECA2: níveis da expressão
gênica aumentam gradualmente em
pacientes com DA incipiente (135%),
moderada (148%) e grave (164%) vs
grupos saudáveis.
* Hipocampo e ECA1: níveis da expressão
gênica diminuíram 32% em pacientes
incipientes e retornaram aos níveis normais
nos grupos de pacientes com DA moderada
e grave (111% e 116%, respectivamente).
-> PBMCs e ECA1 e ECA2: o gene da
ECA1 foi expresso em um nível de 39% e
o gene ECA2 foi expresso em um nível de
69% em comparação aos indivíduos
saudáveis.
- Conclusões: As análises sugerem que
pacientes com doença de Alzheimer podem
estar mais suscetíveis à COVID-19, uma
vez que há maior expressão do gene da
ECA2 no cérebro destes pacientes.
-> estudos para avaliar o impacto dos
bloqueadores do sistema renina-
angiotensina aldosterona no balanço
ECA1/ECA2 no plasma e no tecido em
pacientes com Alzheimer são necessários,
bem como a detecção do SARS-CoV-2 no
tecido cerebral de pacientes com esta
doença e COVID-19.
Pediatr Infect
Dis
30JUN2020
Duration of
Respiratory and
Gastrointestinal
Viral Shedding in
Children With
SARS-CoV-2: A
Systematic
Review and
Synthesis of Data
Xu CLH et al. Germany
& Australia.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32618932/
Duração da
eliminação crial
pelos tratos
respiratório e
gastrointestinal
em pacientes
pediátricos
- Prévio: Crianças com COVID-19 são
mais propensas a apresentar sintomas leves
ou inexistentes em comparação com
adultos e podem representar vetores
importantes para a transmissão viral. A
duração da eliminação viral nos tratos
respiratório e gastrointestinal em crianças
com COVID-19 ainda é desconhecida.
Objetivo: Determinar as médias de tempo
da eliminação do SARS-CoV-2 em
crianças.
- Métodos: Revisão sistemática de estudos
que utilizarm RT-PCR em crianças com
COVID-19
- Resultados: 69 casos pediátricos foram
identificados.
-> A duração da eliminação viral pelo trato
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
respiratório foi de até 24 dias a partir do
início dos sintomas, com uma média de
11,1 ± 5,8 dias.
-> Das crianças submetidas a testes com
PCR de fezes, swab retal ou swab anal,
86% apresentram resultado positivo: a
média de duração da eliminação viral pelo
trato gastrointestinal foi 23,6 ± 8,8 dias
desde o início dos sintomas.
-> Em 89% dos casos, a eliminação viral
através do trato gastrointestinal persistiu
após os swabs nasofaríngeos ou
orofaríngeos se tornarem negativos por até
quatro semanas.
- Conclusões: O estudo revisou
sistematicamente a duração da eliminação
viral do SARS-CoV-2 dos tratos
respiratório e gastrointestinal em pacientes
pediátricos. Esses achados podem ter
implicações importantes nas estratégias de
controle da infecção durante a pandemia de
COVID-19.
-> Seria importante realizar a cultura viral
para verificar a viabilidade do SARS-OV-2
nestas amostras coletadas.
Virol J
30JUN2020 Evaluation of
SARS-CoV-2
viral RNA in
fecal samples
Mesoraca A et al. Italy.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32605577/
Detecção do
SARS-CoV-2 nas
amostras fecais
-Racional: O estabelecimento de um
protocolo adequado para a detecção do
SARS-CoV-2 é necessário em todo o
mundo.
- Métodos: Foram selecionados 15
pacientes positivos para a COVID-19 com
sintomas leves ou inexistentes.
-> RT-PCR seriadas (a cada 5 dias) das
amostras respiratórias e fecais; alvos 3
genes (ORF1ab, E e N)
- Resultados:
-> Inicialmente, as amostras fecais foram
negativas em 67% (10/15) dos casos,
enquanto 33% (5/10) dos casos foram
positivas.
-> Após o teste do RNA viral seriado, 73%
(11/15) dos casos foram positivos para as
amostras fecais. Em particular, 15 dias
após o primeiro teste positivo das amostras
respiratórias, 6/15 (40%) amostras fecais
tornaram-se positivas para o RNA do
SARS-CoV-2, enquanto 13/15 (87%) testes
respiratórios apresentaram resultado
negativo.
-> 4/15 (26,7%) dos pacientes
apresentaram amostras fecais positivas ≥
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
25 dias após negativação das amostras
respiratórias.
- Conclusão: Os testes RT-PCR das
amostras fecais são um passo importante
para controlar a infecção, sugerindo que as
amostras permaneceram positivas para o
RNA do SARS-CoV-2 por mais tempo do
que as amostras do trato respiratório. Os
resultados aprimoram o conhecimento
recente sobre a COVID-19 e oferecem
sugestões para uma estratégia diagnóstica
mais completa. Seria importante associar a
cultura viral a estes achados a fim de
verificarmos a viabilidade viral.
Clin Infect
Dis
30JUN2020
Impact of SARS-
CoV-2 Viral
Load on Risk of
Intubation and
Mortality Among
Hospitalized
Patients With
Coronavirus
Disease 2019
Magleby R et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32603425/
Carga viral e
desfechos
clínicos
-Prévio: Pacientes hospitalizados com
COVID-19 frequentemente requerem
ventilação mecânica e apresentam altas
taxas de mortalidade.
- Objetivo: avaliar o impacto da carga viral
nos desfechos clínicos de pacientes com
COVID-19.
- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo
de pacientes hospitalizados com COVID-
19 de 30 de março a 30 de abril de 2020
em dois hospitais da cidade de Nova York.
-> A carga viral de SARS-CoV-2 foi
avaliada usando valores de limiar do ciclo
ou threshold cycle (Ct) através do ensaio
da RT-PCR (genes alvos ORF1ab e E)
obtido de amostras do swab nasofaríngeo.
-> Comparação das características e os
desfechos dos pacientes com carga viral
alta, média e baixa na admissão, além da
avaliação se a carga viral estava associada
independentemente ao risco de intubação e
mortalidade intra-hospitalar.
-Resultados: Foram avaliados 678
pacientes com COVID-19.
-> Maior carga viral foi associada ao
aumento da idade (72 anos, 69 anos e 63
anos, respectivamente, p<0,001),
comorbidades (doença arterial coronariana
20%, 21,8% e 12,8%, p=0,039;
insuficiência cardíaca congestiva 12,7%,
6,9% e 5,4%, p=0,004; doença
cerebrovascular 12,3%, 6,9% e 5,4%,
p=0,007; HAS 61.8%, 66,7% e 50%,
p=0,008; doença renal crônica 14,6%,
10,2% e 8,3%, p=0,032; doença pulmonar
obstrutiva crônica 9,6%, 5,1% e 3,7%,
p=0,009), tabagismo (35,5%, 25% e
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
25,6%, p=0,22) e quimioterapia recente
(4,1%, 1,4% e 0,4%, p=0,004). DM não foi
diferente entre os grupos (37,3%, 32,9% e
31,8%, p=0,22).
-> Pacientes com carga viral alta tinham
uma média de sintomas de 7 dias até a
admissão, comparado com 8 dias (carga
viral média) e 10 dias (carga viral baixa),
p<0,001.
-> Pacientes com varga viral alta: maior
necessidade de oxigenoterapia ou
ventilação mecânica nas 3 horas após a
admissão, mas eram menos propensos a ter
febre (62,7%, 70,4% e 71,5%, p=0,046),
náusea e vômito (13,6%, 14,3% e 21,1%,
p=0,03). Linfopenia (71,8%, 72,5% e
59,6%, p=0,008), anemia (27,4%, 22,8% e
19,1%, p=0,48), trombocitopenia (24,2%,
22,8% e 12,1%, p=0,002) e aumento de
TGP (24,7%, 22,8% e 37,6%, p=0,004)
também foram mais comuns nesses
pacientes.
-> Mortalidade hospitalar: 35,0% com
carga viral alta (Ct <25; n=220), 17,6%
com carga viral média (Ct 25-30; n=216) e
6,2% com carga viral baixa (Ct >30;
n=242; p<0,001).
-> O risco de intubação também foi maior
nos pacientes com carga viral alta (29,1%),
em comparação com aqueles com carga
viral média (20,8%) ou baixa (14,9%; p
<0,001).
-> A carga viral alta foi associada
independentemente à mortalidade (aOR=
6,05; IC95% 2,92-12,52; p<0,001) e
intubação (aOR=2,73; IC95% 1,68-4,44; p
<0,001) em modelos multivariados.
-> Outras complicações clínicas associadas
à carga viral: IAM (7,3%, 4,6% e 2,1%,
p=0,007), falênica cardíaca congestiva
(6,4%, 2,8% e 2,5%, p=0,032) e lesão renal
aguda requerendo hemodiálise (15%, 8,3%
e 2,9%, p<0,001).
- Conclusões: A carga viral de SARS-CoV-
2 na admissão entre pacientes
hospitalizados com COVID-19
correlaciona-se independentemente com o
risco de intubação e mortalidade intra-
hospitalar.
-> Essas informações podem ser úteis para
predizer os pacientes com maior risco de
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
complicação durante a internação. Seria
importante avaliar a carga viral
prospectivamente e de acordo com o
tratamento estabelecido.
J Med Virol
30JUN2020 Matrix
Metalloproteinas
e 3 as a Valuable
Marker for
Patients With
COVID-19
Shi S et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32603484/
Metaloproteinase
-3 da matriz
como
biomarcador da
COVID-19
-Objetivo: Investigar se os níveis séricos da
metaloproteinase-3 da matriz (MMP3)
podem ser um biomarcador da COVID-19.
-> metaloproteinases participam da
degradação da matiz e remodelação, além
da regulação das respostas inflamatórias e
imunes e da interação célula-célula.
- Métodos:
-> N=62 pacientes do First Hospital of
Hunan University of Chinese Medicine and
Loudi Center for Diseases Prevention and
Control, avaliados entre Janeiro e Março de
2020.
-> Grupo controle: 131 pacientes (67
suadávies e 64 pacientes internados sem
COVID-19).
-> Aproximadamente a cada 5 dias, soros
de 20 casos foram coletados e analisados
três vezes, usando um analisador
bioquímico automático, para detectar
concentrações séricas de MMP3. A
correlação foi analisada entre MMP3 e
outras citocinas pró-inflamatórias.
- Resultados:
-> A concentração de MMP3 foi de 44,44
(23,46 a 72,12) ng/ml no grupo infectado e
32,42 (28,16 a 41,21) ng/ml no grupo não
infectado (Z= -2,799, p= 0,005).
-> Diferença significativa da MMP3 sérica
entre indivíduos saudávies e pacientes
infectados pela COVID-19 (Z=-3,414,
p=0,001) e uma correlação positiva entre
indivíduos saudáveis e hospitalizados (Z=-
4.644, p=0,000).
-> Correlação positiva entre MMP3 e IL-
1β (r = 0,681, p=0,000) e IL-6 (r = 0,529,
p=0,002).
-> A concentração sérica da MMP3,
medida em três momentos, foi 55,98 (30,80
~ 75,97) ng/ml, 34,84 (0,00~51,84) ng/ml e
5,71 (0,00~40,46) ng/ml, respectivamente.
- Conclusão: A detecção dos níveis séricos
de MMP3 pode desempenhar um papel
importante no desenvolvimento de
abordagens terapêuticas para a COVID-19
e pode indicar a gravidade da doença.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
J Med Virol
30JUN2020 Obesity
Aggravates
COVID-19: A
Systematic
Review and
Meta-Analysis
Yang J et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32603481/
Obesidade e
gravidade da
COVID-19
- Revisão sistemática e meta-análise de 9
estudos (7 China, 1 França e 1 EUA);
4.444 pacientes incluídos.
-> USA e França: usaram o valor do IMC
30 kg/m2 para definir obesidade, enquanto
os estudos chineses utilizaram 24-25
kg/m2.
-> heterogeneidade dos estudos: I2=63,8%,
p=0,017.
- Os resultados mostram que pacientes com
COVID-19 grave têm IMC mais alto do
que pacientes não graves (desvio médio
ponderado=2,67, IC 95% 1,52-3,82).
-> Os pacientes com COVID-19 e
obesidade aprsentaram quadros mais
graves e tiveram um resultado pior do que
aqueles sem obesidade (OR=2,31, IC95%
1,3-4,12).
- Conclusão: A obesidade pode agravar o
curso da COVID-19.
N Engl J Med
29JUN2020 Multisystem
Inflammatory
Syndrome in
Children in New
York State
Dufort EM et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32598830/
Síndrome
inflamatória
multissistêmica
associada à
COVID-19 em
crianças:
diagnóstico,
evolução e
tratamento
- A síndrome inflamatória multissistêmica
em crianças (MIS-C) está associada à
COVID-19. O Departamento de Saúde do
Estado de Nova York (NYSDOH)
estabeleceu uma vigilância ativa em todo o
estado para descrever pacientes
hospitalizados com esta síndrome.
- Métodos: Os hospitais do estado de Nova
York relataram casos de doença de
Kawasaki, síndrome do choque tóxico,
miocardite e potencial MIS-C em pacientes
hospitalizados com menos de 21 anos de
idade e enviaram registros médicos ao
NYSDOH. Realizadas análises descritivas
que resumiram a apresentação clínica,
complicações e resultados de pacientes que
atenderam à definição de caso NYSDOH
para MIS-C entre 1 de março e 10 de maio
de 2020. - Resultados: Um total de 191 casos em
potencial foram relatados à NYSDOH.
-> Dos 95 pacientes confirmados com
MIS-C (infecção laboratorial confirmada
ou recente pelo SARS-CoV-2) e 4 com
suspeita de MIS-C (preencheram os
critérios clínicos e epidemiológicos), 53/99
(54%) eram do sexo masculino; 31/78
(40%) eram negros e 31/85 (36%) eram
hispânicos.
-> Um total de 31/99 pacientes (31%) tinha
de 0 a 5 anos, 42/99 (42%) tinham de 6 a
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
12 anos e 26/99 (26%) tinham de 13 a 20
anos de idade.
-> Todos apresentaram febre subjetiva ou
calafrios; 97% apresentavam taquicardia,
80% apresentavam sintomas
gastrointestinais, 60% apresentavam
erupção cutânea, 56% apresentavam
alterações conjuntivais e 27%
apresentavam alterações nas mucosas.
-> Níveis elevados de proteína C-reativa,
D-dímero-d e troponina foram encontrados
em 100%, 91% e 71% dos pacientes,
respectivamente.
-> Diagnóstico: doença de Kawasaki ou
doença de Kawasaki atípica 36%,
miocardite 53%, choque 10%, aneurisma
da artéria coronariana 9% e lesão renal
aguda 10%.
-> Tratamento: 7% BiPAP ou CPAP; 16%
oxigênio de alto fluxo, 62% suporte
vasopressor, 64% glucocorticóides, 70%
imunoglobulina intra-venosa, 48%
glucocorticóides + imunoglobulina, 80%
foram admitidos na UTI, 10% foram
intubados e 2% foram a óbito.
-> Média do tempo de internação: 6 dias.
- Conclusões: O surgimento da síndrome
inflamatória multissistêmica em crianças
no estado de Nova York coincidiu com a
ampla transmissão do SARS-CoV-2; essa
síndrome hiperinflamatória com
manifestações dermatológicas,
mucocutâneas e gastrointestinais apresenta
associação com a disfunção cardíaca.
J am Coll
Radiol
28JUN2020
Acute
Appendicitis
During
Coronavirus
Disease 2019
(COVID-19):
Changes in
Clinical
Presentation and
CT Findings
Romero J et al.
Colombia.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32610104/
Apendicite aguda
no período
pandêmico versus
não pandêmico
- A quarentena e permanência em casa são
estratégias que muitos países usaram
durante o período pandêmico agudo da
COVID-19 a fim de impedir a
disseminação da doença, a sobrecarga do
sistema de saúde e a mortalidade. No
entanto, há preocupações de que os
pacientes não procuraram os cuidados de
saúde necessários devido a essas
recomendações.
- Objetivo: Avaliar as diferenças na
apresentação clínica de apendicite aguda e
achados tomográficos relacionados a esses
casos entre o período pandêmico agudo do
COVID-19 e o período não-pandêmico.
-Métodos: Estudo observacional
retrospectivo; compararação do período da
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
pandemia aguda (23 de março de 2020 a 4
de maio de 2020) versus o mesmo período
do ano anterior (23 de março de 2019 a 4
de maio de 2019). A gravidade da
apendicite diagnosticada por TC e da
COVID-19 foram analisadas
- Resultados: Avaliadas 196 tomografias
abdominais realizadas por suspeita de
apendicite aguda: 55 do período pandêmico
agudo e 141 do período não pandêmico. A
proporção de apendicite aguda
diagnosticada por TC abdominal foi maior
no período pandêmico agudo do que no
período não-pandêmico: 45,5% versus
29,8% (p=0,038).
-> características dos pacientes no período
não–pandêmico (n=135) versus pandêmico
(n=54): média de idade 38,2± 18,2 anos vs
36,6 ± 16,9 (p=0,55), sxo masculino 27%
vs 38,2% (p=0,124)
-> A gravidade da apendicite diagnosticada
foi maior durante o período pandêmico
agudo: 92% versus 57,1% (p=0,003).
- Conclusão: Durante o período pandêmico
agudo da COVID-19, menos pacientes
procuraram auxílio médico por apendicite
aguda e aqueles que procuraram,
apresentavam um estágio mais grave da
doença.
Clin
Microbiol
Infect
27JUN2020
Bacterial and
Fungal
Coinfection
Among
Hospitalised
Patients With
COVID-19: A
Retrospective
Cohort Study in
a UK Secondary
Care Setting
Hughes S et al. United
Kingdom.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32603803/
Co-infecção
bacteriana e
fúngica na
COVID-19
- Objetivo: Investigar a co-infecção de
bacterérias e fungos em pacientes
hospitalizados com COVID-19.
- Métodos: Análise retrospectiva de uma
série de caos (20 fevereiro a 20 de abril)
em 2 hospitais de Londres.
-> grupo controles: pacientes internados
com influenza na estação de 2019/2020.
- Resultados:
-> 836 pacientes com SARS-CoV-2
confirmado foram incluídos: mediana da
idade 69 (55-81) anos; sexo masculino
62%
-> 27/836 (3,2%): isolamento precoce de
bactérias (0-5 dias após a admissão),
aumentando para 51/836 (6,1%) durante
toda a admissão.
-> As hemoculturas, amostras respiratórias,
antígenos urinários pneumocócicos ou
legionella e painéis virais respiratórios de
PCR foram obtidos de 643 (77%), 112
(13%), 249 (30%), 246 (29%) e 250 (30%)
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
COVID-19 pacientes, respectivamente.
-> Hemocultura positiva: identificada em
60 (7,1%) pacientes, dos quais 39/60 foram
classificados como contaminantes.
-> A bacteremia secundária à infecção
respiratória foi confirmada em dois casos
(1 K. pneumoniae adquirida na comunidade
e 1 E. cloacae associada ao ventilador).
-> A bacteremia relacionada à infecção de
corrente sanguínea foi identificada em seis
pacientes (3 cândida, 2 Enterococcus spp e
1 Pseudomonas aeruginosa).
-> Todas as outras bacteremias adquiridas
na comunidade (16) foram atribuídas à
infecção não respiratória. Não foi detectada
infecção pneumocócica, por legionela ou
influenza concomitante.
-> Baixa detecção de culturas respiratórias
positivas: S. aureus o patógeno respiratório
mais comum isolado na co-infecção
adquirida na comunidade (4/24; 16,7%)
com pseudomonas e leveduras foram
observadas na infecção de início tardio.
-> Infecções fúngicas invasivas (n=3)
foram atribuídas à infecção da corrente
sanguínea.
-> Taxas comparáveis de co-infecção
positiva foram identificadas no grupo
controle de infecção confirmada por
influenza; as bacteremias clinicamente
relevantes (2/141; 1,4%), culturas
respiratórias (10/38; 26,1%) e antígenos
pneumocócicos positivos (1/19; 5,2%)
foram baixas.
-> Pacientes admitidos na terapia intensiva:
113/836 (13,5%)
-> Desfechos dos pacientes: 514 tiveram
alta, 262 foram a óbito e 60 estavam
internados ainda.
- Conclusão: Encontrada uma baixa
frequência de co-infecção bacteriana na
apresentação hospitalar precoce da
COVID-19 e nenhuma evidência de
infecção fúngica concomitante, pelo menos
na fase inicial da COVID-19. Esses
achados têm implicações terapêuticas.
Front Med
26JUN2020 Prealbumin as a
Predictor of
Prognosis in
Patients With
Coronavirus
Luo Y et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32671085/
Pré-albumina
como fator
preditor de
mortalidade na
COVID-19
- Prévio: O valor preditivo da pré-albumina
para o prognóstico da COVID-19 não foi
extensivamente investigado.
- Métodos: Um total de 1.115 pacientes
com COVID-19 confirmada em laboratório
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Disease 2019
foram incluídos no hospital de Tongji de
fevereiro a abril de 2020 e classificados em
grupos fatais (n=129) e recuperados
(n=986) de acordo com o resultado do
paciente.
-> A pré-albumina e outros indicadores
laboratoriais de rotina foram medidos
simultaneamente.
-Resultados:
-> fatal versus recuperado: sexo masculino
67,4% vs 48,2% (p<0,001), média de idade
69,98±12,05 vs 58,64±15,17 (p<0,001),
DM 19,38% vs 7,3% (p<0,001), HAS
43,41% vs 25,56% (p<0,001), DPOC
3,88% vs 1,42% (p=0,43), doença
cardiovascular 17,83% vs 9,63% (p=0,004)
-> O nível de pré-albumina na admissão foi
significativamente menor em pacientes
fatais do que em pacientes recuperados.
-> Para prever o prognóstico da COVID-
19, o desempenho da pré-albumina foi
melhor que a maioria dos indicadores
laboratoriais de rotina, como albumina,
contagem de linfócitos, contagem de
neutrófilos, proteína C reativa
hipersensível, D-dímero, DHL, creatinina e
troponina cardíaca hipersensível.
-> Quando um limiar de 126 mg/l foi usado
para discriminar entre pacientes fatais e
recuperados, a sensibilidade e a
especificidade da pré-albumina foram,
respectivamente, 78,29 e 90,06%.
-> Além disso, um modelo baseado na
combinação de nove índices mostrou um
desempenho melhor na previsão de óbito
de pacientes com COVID-19: usando um
valor de corte de 0,19, o modelo de
previsão foi capaz de distinguir entre
indivíduos fatais e recuperados com uma
sensibilidade de 86,82% e uma
especificidade de 90,37%.
-> AUC: pré-albumina 0,915, leucócitos
0,751, linfócitos 0,842, neutrófilos 0,905,
plaquetas 0,722, pró-calcitonina 0,898,
proteína C reativa 0,88, tempo de
protrombina 0,839, D-dímero 0,866, DHL
0,866, TGO 0,753, creatinina 0,711,
troponina 0,864.
-> Os níveis de pré-albumina em pacientes
fatais entre a admissão e a morte,
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
verificou-se que este nível diminuiu
significativamente no momento da morte
em comparação à admissão (p<0,001).
- Conclusões: Um nível mais baixo de pré-
albumina na admissão pode indicar um pior
resultado do COVID-19. O estado
imunológico e nutricional pode ser um
fator vital para prever a progressão da
doença no estágio inicial da COVID-19.
Crit Care Med
26JUN2020 Incidence of
Venous
Thromboembolis
m in Critically Ill
Coronavirus
Disease 2019
Patients
Receiving
Prophylactic
Anticoagulation
Trigonis RA et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32618699/
Trombose venosa
profunda em
pacientes críticos
com COVID-19
utilizando
anticoagulação
profilática
- Objetivos: Avaliar a prevalência de
tromboembolismo venosa em pacientes
com COVID-19 crítica recebendo
diferentes regims de anticoagulção
profilática.
- Métodos: Estudo retrospectivo, centro
único (Health Methodist Hospital,
Indianapolis, EUA), em pacientes com
COVID-19 necessitando de intubação de
23 Março a 8 de Abril de 2020.
-Resultados:
-> N-45 pacienets: 19/45 (42,2%)
apresentaram trombose venosa profunda
(TVP), mesmo usando anticoagulação
profilática.
-> Pacientes com TVP não apresentaram
diferença no tempo de intubação (p=0,97),
mas foram submetidos a ultrassonografia
mais cedo durante a internação hospitalar
(6 dias [3,5-7,5] versus 9 [6-10] dias,
p=0,02).
-> Os escores da Avaliação Sequencial de
Falência de Órgãos (SOFA) foram
semelhantes entre os grupos no dia da
intubação e no dia do ultra-som (p=0,44 e
p=0,07, respectivamente).
-> D-dímeros: marcadamente mais altos
em pacientes com TVP, tanto para o valor
máximo (6,911 [4,156-13,892] versus
3,148 [1,751-5,309] ng/ml) quanto para o
dia no ultra-som (5,606 [2,935-11,867]
versus 2,274 [1,080-3,430] (p<0,01 para
ambos).
-> A escolha do regime profilático não foi
relacionada à presença de TVP (p=0,35).
-> A avaliação ultrassonográfica é
recomendada se o D-dímero for superior a
2.000 ng/ml (sensibilidade 95%,
especificidade 46%) e a anticoagulação
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
empírica considerada se o D-dímero D for
superior a 5.500 ng/ml (sensibilidade 53%,
especificidade 88%).
Conclusões:
-> TVP: é muito comum em pacientes
críticos com COVID-19.
-> Não houve diferença na incidência de
TVP entre os diferentes esquemas de
profilaxia farmacológica, embora a análise
seja limitada pelo pequeno tamanho da
amostra. Os valores do D-dímero estão
elevados na maioria desses pacientes, mas
pode haver limiares nos quais a triagem por
ultrassom ou mesmo anticoagulação
sistêmica empírica é indicada.
Int
Immunophar
macol
26JUN2020
Analysis of
Adjunctive
Serological
Detection to
Nucleic Acid Test
for Severe Acute
Respiratory
Syndrome
Coronavirus 2
(SARS-CoV-2)
Infection
Diagnosis
Liu R et al. China. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32619956/
Anticorpos e RT-
PCR para o
diagnóstico da
COVID-19
-Objetivo: Avaliar os testes baseados em
anticorpos e ácido nucléico em pacientes
infectados pelo SARS-CoV-2.
- Métodos: análise retrospectiva, centro
único (Renmin Hospital of Wuhan
University, China), períodoe 23 de janeiro
a 1º de março de 2020.
-> RT-PCR: para os genes ORF1ab e N; Ct
≥ 40 considerado negativo.
-> Anticorpos: quimioluminescência direta
do imunoensaio indireto em 2 etapas;
AU/ml > 10 considerado positivo.
- Resultados:
-> Dos 133 pacientes com COVID-19,
houve 44 casos moderados, 52 casos
graves e 37 casos críticos, sem diferenças
de gênero (sexo masculino 50%, 53,8% e
54%; p=0,91) e idade (média 67,5, 68 e 7º
anos; p=0,88) entre os três subgrupos.
-> Na detecção do SARS-CoV-2 pela RT-
PCR, a taxa de positividade positiva foi de
65,9%, 71,2% e 67,6% em casos
moderados, graves e críticos,
respectivamente.
-> As taxas de positividade para detecção
dos anticorpos IgM/IgG em pacientes
foram 79,5%/93,2%, 82,7%/100% e
73,0%/97,3% em casos moderados, graves
e críticos, respectivamente.
-> As concentrações dos anticorpos IgM e
IgG não aprsentaram diferenças entre os
três subgrupos.
- Conclusão: Os testes com anticorpos
IgM-IgG são complementares aos testes da
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
RT-PCR e contribuíram para melhorar a
acurácia do diagnóstico da COVID-19,
independentemente da gravidade da
doença, sendo um complemento eficaz aos
resultados falso-negativos da RT-PCR para
o diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-
2 após o início dos sintomas.
Sci Total
Environ
26JUN2020
SARS-CoV-2
RNA Detection in
the Air and on
Surfaces in the
COVID-19 Ward
of a Hospital in
Milan, Italy
Razzini K et al. Italy. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32619843/
Detecção do
SARS-CoV-2 no
ambiente intre-
hospitalar: ar e
superfíceis
- Prévio: A Itália foi um dos países mais
atingidos pela pandemia da COVID-19,
resultando em unidades de saúde
sobrecarregadas. Desta froma, identificar
as fontes de contaminação intra-hospitalar
do SARS-CoV-2 é ponto-chave para o
estabelecimento de medidas preventivas.
- Objetivo: Avaliar a contaminação do ar e
de superfícies pelo RNA do SARS-CoV-2
na ala de isolamento COVID-19 de um
hospital em Milão, Itália.
- Métodos:
-> Um total de 42 amostras de ar e
superfície foram coletadas em cinco zonas
diferentes da enfermaria, incluindo áreas
contaminadas (área de pacientes COVID-
19), semi-contaminadas (sala de despir-se)
e áreas limpas.
-> A detecção do RNA do SARS-CoV-2:
RT-PCR considerada postiva para Ct≤40. VETfinder “Detection of CoV-19 and SARS and Recovery
control in environmental sample” detection kit (Generon
s.r.l., San Prospero, Modena, Italy)
- Resultados: No geral, 24,3% das amostras
dos swabs foram positivas, mas nenhuma
delas foi coletada na área limpa. Assim, a
taxa de positividade foi maior nas áreas
contaminadas (35,0%) e semi-
contaminadas (50,0%) do que nas áreas
limpas (0,0%; p<0,05).
-> As superfícies mais contaminadas
foram dispensadores de desinfetantes
para as mãos (100,0%), equipamentos
médicos (50,0%), telas sensíveis ao toque
para equipamentos médicos (50,0%),
prateleiras para equipamentos médicos
(40,0%), grades de cama (33,3%) e
maçanetas (25,0%).
-> Valores do Ct da RT-PCR: 21,5-24.
-> Todas as amostras de ar coletadas da
área contaminada, a unidade de terapia
intensiva e o corredor, foram positivas
(Ct 22,6-31,1), enquanto o RNA viral
não foi detectado em áreas semi-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
contaminadas ou limpas.
- Conclusões: Esses resultados mostraram
que a contaminação ambiental não envolve
áreas limpas, mas os resultados também
apóiam a necessidade de desinfecção
rigorosa, higiene das mãos e medidas de
proteção para profissionais de saúde, bem
como a necessidade de precauções de
isolamento aéreo.
Sci Immunol
26JUN2020 Phenotype and
Kinetics of
SARS-CoV-2-
specific T Cells in
COVID-19
Patients With
Acute
Respiratory
Distress
Syndrome
Weiskopf D et al. the
Netherlands. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32591408/
Linfócitos T em
pacientes com
COVID-19 e
síndrome do
desconforte
respiratório
agudo
-Prévio: As informações sobre presença e
perfil dos linfócitos T específicos contra o
SARS-CoV-2 são limitadas na literatura.
- Métodos: Neste estudo, 10 pacientes
infectados pelo SARS-CoV-2, com
síndrome do desconforto respiratório agudo
moderada a grave, admitidos em UTI,
tiveram seus linfócitos coletados,
analisados quanto ao perfil e estimulados
para avaliação de resposta, 14 dias após
inlcusão do paciente no estudo. As
comparações foram feitas com 10 controles
saudáveis, não infectados pelo SARS-CoV-
2, sem diferenças significativas em relação
a idade e gênero.
- Resultados:
-> Perfil linfocitário: os pacientes
apresentaram baixos níveis de linfócitos
CD3+, com relação CD4+:CD8+
aumentada em relação aos controles.
-> O estímulo com peptídeos e epítopos
específicos do SARS-CoV-2 mostrou
ativação consistente dos linfócitos T CD4+
e T CD8+ nos pacientes.
-> Caracterização da resposta específica T
CD4+: após estimulo com peptídeos, a
resposta dos linfócitos T CD4+ de
pacientes foi significativamente mais alta
que dos controles.
-> Caracterização da resposta específica T
CD8+: após estímulo, a resposta dos
linfócitos T CD8+ também foi maior em
pacientes comparados aos controles.
-> As respostas mai robustas das células T
foram direcionadas à glicoproteína S
(spike) do SARS-CoV-2.
-> Caracterização da produção de
citocinas: sob estímulo, houve aumento
importante da secreção de IFN-gama, TNF-
alfa e IL-2 (citocinas Th1) em pacientes; os
níveis de IL-6 não foram diferentes entre
pacientes e controles.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Detecção longitudinal da resposta:
houve correlação linear significativa entre
menor detecção de carga viral e aumento
dos níveis de IgG específica para SARS-
CoV-2; houve também aumento
significativo de células T CD4+ vírus
especificas ao longo do tempo.
- Conclusões: O estudo demonstra que há
produção de linfócitos T CD4+ e CD8+
vírus especificos nas primeiras 2 semanas
de infecção, e aponta diferenças nas
variações de resposta dos linfocitos T à
infecção. Os achados são relevantes para
entender melhor a resposta imunológica ao
virus, podendo contribuir para o
desenvolvimento de vacinas.
Cardiol J
26JUN2020 Myocardial
Injury
Determination
Improves Risk
Stratification and
Predicts
Mortality in
COVID-19
Patients
Lorento-Ros A et al.
Spain.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32589258/
Lesão miocárdica
como fator de
risco para
mortalidade
-Objetivo: Estudar o efeito da avaliação da
lesão do miocárdio na estratificação de
risco de pacientes com COVID-19.
-Métodos: 707 pacientes adultos
consecutivos internados num grande
hospital terciário com COVID-19. Dados
demográficos, comorbidades, resultados
laboratoriais e clínicos foram registrados.
O índice de comorbidade de Charlson foi
calculado para quantificar o grau de
comorbidades. A associação independente
do aumento da troponina I cardíaca (cTnI)
com os resultados foi avaliada por análises
de regressão multivariada e área sob curva.
Além disso, foi realizada a correspondência
entre propensão e pontuação (propensity-
score matching) para reunir uma coorte de
pacientes com características basais
semelhantes.
-Resultados: Na coorte pareada (média de
idade 66,76 ± 15,7 anos, 37,3% do sexo
feminino), o aumento da cTnI acima do
limite superior estava presente em 20,9%
da população e foi associado a piores
desfechos clínicos, incluindo mortalidade
por todas as causas em 30 dias (45,1%
23,2%; p=0,005).
-> Fatores de risco cardiovascular na
coorte: HAS (50,5%), dislipidemia
(34,1%), DM (20,2%), doença renal
crônica (11,2%), neoplasia (11,2%).
-> Mediana do índice de comorbidade de
Charlson: 3 (IQR, 1-6).
-> Lesão miocárdica vs sem lesão
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
miocárdica: 78,7 vs 63,4 anos (p<0,001),
homens 48% vs 34,5% (p=0,003) e maior
gravidade das comorbidades (Charlson 6 vs
3, p<0,001).
-> A adição da cTnI a um modelo de
previsão multivariada mostrou uma
melhora significativa na área sob a curva
característica operacional do receptor
dependente do tempo (0,775 vs 0,756,
estatística ΔC=0,019; IC95% 0,001-0,037).
-> Correlação de D-dímero de cTnI foi
fraca (spearman 0.24, p<0,001). D-dímero
elevado em 70,6% dos pacientes.
-> O uso de inibidores do sistema renina-
angiotensina-aldosterona não foi associado
à mortalidade após o ajuste pelos fatores de
risco basais.
-> Desfechos dos pacientes (n=707):
52,1% COVID-19 grave, 7,6% com
internação na UTI, lesão renal aguda 9,6%
na admissão, desenvolvimento de lesão
renal aguda na internação em 12,7%.
-> Após 1 mês, 70,9% (n=501) foram de
alta, 19,8% (n=140) foram a óbito e 9,3%
permanecem internados (n=66).
- Conclusões: A lesão miocárdica está
associada a resultados adversos,
independentemente das comorbidades
basais, e sua adição a modelos de regressão
multivariada melhora significativamente
seu desempenho na previsão da
mortalidade.
-> A determinação de biomarcadores de
lesão miocárdica na admissão hospitalar e
sua combinação com índice de
comorbidade de Charlson podem
classificar os pacientes em três grupos de
risco (alto, intermediário e baixo) com uma
mortalidade claramente distinta em 30 dias.
PlosOne
26JUN2020 COVID-19
Symptoms
Predictive of
Healthcare
Workers' SARS-
CoV-2 PCR
Results
Lan FY et al. USA,
Spain, Cyprus.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32589687/
Trigaem de
profissionais de
sáude para
COVID-19: uma
estratégia
baseada em
sintomas
- Racional: Detecção precoce da COVID-
19 em profissionais de saúde é crucial para
proteção dos pacientes e preservação da
força de trabalho. Devido à escassez de
testes, estratégias que priorizem os
sintomas são fundamentais para aumentar a
acurácia diagnóstica.
- Estudo retrospectivo envolvendo
profissionais de saúde submetidos a
rastreio de sintomas relaciobados à
COVID-19, via telefônica, e swab
nasofaríngeo para investigação do SARS-
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
CoV-2 durante o período de 9 de março a
15 de abril de 2020.
- Resultados:
-> média de idade 43,6 ± 12,9 anos, 78,9%
mulheres.
-> sintomas: febre (n=182, 30,7%), média
da temperatura 37,68±0,61°C (n=161),
temperatura ≥ 37,5°C em 63,4%
(n=102/161), tosse 61,7%, dispnéia 18,8%,
mialgia 38%, calafrio 46,3%, odinofagia
54,1%, sintomas nasais (coriza, congestão,
espirro) 49,5%, sintomas gastrointestinais
25,5%, rash 1,7%, anosmia/ageusia 4,6%,
cefaléia 29,6%.
-> teste positivo (n=83) versus teste
negativo (n=509): febre 55,4% vs 26,7%
(p<0,001), temperatura ≥ 37,5°C 85% vs
56,2% (p=0,002), média da temperatura
37,95±0,69 vs 37,6±0,69°C (p=0,006),
mialgia 56,5% vs 35% (p<0,001), sintomas
nasais 34,9% vs 51,9% (p=0,006),
anosmia/ageusia 15,7% vs 2,8% (p<0,001)
e cefaléia 41% vs 27,7% (p=0,02).
-> profissionais de saúde com ensaios
negativos, mas com sintomas progressivos,
foram testados novamente para SARS-CoV
-2.
-> Entre os 592 profissionais de saúde
testados, 83 (14%) tiveram um teste SARS-
CoV-2 positivo inicialmente.
-> 59/61 dos profissionais de saúde (97%)
que eram assintomáticos ou relataram
apenas dor de garganta/congestão nasal
tiveram ensaios negativos de SARS-CoV-2
(p=0,006).
-> Os profissionais de saúde que relatam
três ou mais sintomas, quando avaliados
pela análise multivariada, tiveram uma
razão de chances (odds ratio) aumentada
de ter testes positivos de 1,95 (IC 5%:
1,10-3,64), a qual aumentou ainda mais
para 2,61 (IC 95%: 1,50-4,45) quando seis
ou mais sintomas estavam presentes.
-> As razões de chances ajustadas na
vigência dum teste positivo também
aumentaram para os profissionais de saúde
que relataram febre com temperatura
medida ≥ 37,5°C (OR=3,49; IC95%: 1,95-
6,21), além de mialgia (OR=1,83; IC95%:
1,04- 3,23).
-> Anosmia/ageusia foi relatada com
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
menos frequência (16%) do que outros
sintomas por profissionais de saúde com
ensaios positivos, mas foi associada a uma
razão de chances de 7,0 vezes de testar
positivo (aOR=7,21; IC 95%: 2,95-17,67).
-> Dos 509 profissionais de saúde com
testes iniciais negativos para SARS-CoV-2,
nove tiveram progressão dos sintomas e
retestes positivos, produzindo um valor
preditivo negativo estimado de 98,2% (IC
95%: 96,8-99,0%) para a exclusão de
COVID-19 clinicamente relevante.
- Conclusões: A investigação de certos,
como temperatura, mialgia, anosmia e
ageusia, é uma ferramenta de triagem útil
para prever os resultados do ensaio SARS-
CoV-2 em profissionais de saúde.
-> Anosmia/ageusia, febre e mialgia foram
os preditores independentes mais fortes de
testes positivos.
-> A ausência de sintomas ou sintomas
limitados à congestão nasal/odinofagia
foram associados a ensaios negativos:
-> Estes resultados são importantes e
podem auxiliar na detecção precoce da
COVID-19 em profissionais de saúde e na
otimização de recursos para testes
moleculares para o SARS-CoV-2.
J Eur Acad
Dermatol
Venereol
26JUN2020
Cutaneous
Manifestations in
SARS-CoV-2
Infection
(COVID-19): A
French
Experience and a
Systematic
Review of the
Literature
Matar S et al. France.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32589293/
Lesões cutâneas
na COVID-19:
associação com
gravidade e óbito
- Prévio: Há um número crescente de
publicações sobre as manifestações
cutâneas na COVID-19, embora sua
incidêncoa e formas de apresentação ainda
sejam assunto de debate na literatura.
-Objetivo: Analisar a experiência em um
centro de referência, o Hospital Cochin
(Paris, França) entre 16 de março e 27 de
abril de 2020, e realizar uma revisão
sistemática da literatura para avaliar a
incidência e o prognóstico de lesões
cutâneas observadas em pacientes com
COVID-19.
- Resultados:
->759 casos confirmados de COVID-19
moderada a grave foram diagnosticados no
hospital francês.
-> Oito pacientes (1%, 6 homens, 2
mulheres, com média de idade de 55,6
anos) apresentaram lesões cutâneas,
principalmente exantema máculo-papular
disseminado, mas também erupção cutânea
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
papulo-escamosa (relatada em 1), recidiva
de herpes, erupção papulo-vesicular e
doença de Grover. A média de intervalo
entre os sinais respiratórios/sistêmicos e
dermatológicos foi de 13 dias.
-> Revisão sitemática: 6 artigos que
ralataram manifestações cutâneas
(incluindo o artigo em questão)
* incidência de manifestações cutâneas:
1,7% (38/2.199; variação de 0.2-20%).
-> Revisão sistemática de casos
confirmados para COVID-19 (N=480)
versus casos suspeitos + confirmados para
COVID-19 (N=540 +480 = 1.020):
* média de idade 48 vs 42; sexo feminno
52% vs 52%.
* rash cutâneo 70% vs 54%: rash
vesicular/varicela-símile 17% vs 115;
máculo-papular eritematoso/morbiliforme
36% vs 24%, urticária/anular/eczema 14%
vs 17%, petéquia/púrpura 3% vs 2%.
* lesões vasculares 24% vs 40%: frieiras
11,5% vs 34%, livedo reticularis 1% vs 1%
e púrpura necrótica/necrose digital 11,5%
vs 5%.
* localização das lesões: tronco 53% vs
35%, membros inferiores 18,4% vs 19%,
membros superiores 12,4% vs 10%, lesões
nos pés 18,8% vs 60%.
* sintomas cutâneos: prurido 68% vs 73%,
quimação 8% vs 14%, dor 12,2% vs 19%.
* média de atraso do início das
manifestações cutâneas 6,7 (-15- 25 dias)
vs 6,8 (-15-25 dias).
* média de duração das lesões cutâneas:
9,0 (20 min-30 dias) dias vs 9,0 (20 min-30
dias) dias.
- As manifestações cutâneas tiveram
correlação com o curso da COVID-19
(critérios de gravidade: internação
hospitalar, pneumonia, transferência para
UTI e óbito) em pacientes da coorte com
casos confirmados + supeitos e que
erupções cutâneas ou frieiras: nos pacientes
com erupção cutânea, a gravidade foi
encontrada em 64% dos casos e o óbito em
2%, enquanto a gravidade e o óbito
ocorreram em 5% e 0% dos pacientes com
frieiras.
-> Desta forma, foi encontrada associação
estatisticamente significante entre
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
pneumonia, hospitalização, transferência
para UTI ou óbito e ocorrência de erupção
cutânea em comparação a frieiras.
- Conclusões: As lesões cutâneas são raras
na COVID-19, sendo a forma mais comum
o rash cutâneo. Esta alteração tem
associação com a gravidade e óbito pela
COVID-19. Mais estudos são necessários
para compreendermos a patogenicidade do
SARS-CoV-2 nas lesões cutâneas.
Ocul Immunol
Inflamm
26JUN2020
Ocular Surface
Expression of
SARS-CoV-2
Receptors
Leonardi A et al. Italy
and Germany.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32589459/
Expressão ocular
dos receptores
para SARS-CoV-
2
Objetivo: As proteínas S (spike) do SARS-CoV-2
interagem com os receptores ECA2 ou CD147,
regulando as transmissões ds COVID-19 de humano
para humano juntamente com a serina protease
TMPRSS2. A expressão desses receptores na
superfície ocular é desconhecida.
- Métodos: Investigar a expressão gênica dos
receptores SARS-CoV-2 em amostras de células
epiteliais conjuntivais e em amostras de córnea ex
vivo usando microarray ou sequenciamento de
transcriptoma.
- Resultados: A ECA2 é expressa nas amostras
conjuntivais em pequena quantidade, enquanto o
CD147 e a TMPRSS2 são expressos em níveis
intermediários tanto na conjuntiva quanto na córnea.
-> Outros receptores como ANPEP (aminopeptidase
N), AGTR2 (receptor tipo 2 da angiotensina II) são
expressos também em pequena quantidade na
conjuntiva.
-> Duas enzimas de edição do RNA que estão
envolvidas nas respostas antivirais, APOBEC3A e
ADAR-1, foram altamente expressas.
-> Os autores especulam que uma razão para a
raridade da conjuntivite viral na infecção por SARS-
CoV-2 poderia ser também o efeito protetor dos
agentes antimicrobianos nas lágrimas, incluindo
lactoferrina e IgA secretora, e a depuração constante
da superfície ocular pelo fluxo lacrimal. De fato, a
lactoferrina pode inibir a ligação do SARS-CoV à
proteína ECA2, impedindo a ligação do SARS-CoV
aos proteoglicanos do sulfato de heparano. No
entanto, ressalta-se que o fluxo lacrimal e as defesas
da superfície ocular parecem diminuir com a idade.
- Conclusões: A superfície ocular pode representar
um ponto de entrada para o SARS-CoV-2 no corpo
humano. A conjuntiva e a córnea podem adotar
contramedidas antivirais, o que pode explicar a baixa
prevalência de envolvimento ocular. No entanto, os
cuidados com a proteção ocular devem continuar
durante a consulta médica e como medida preventiva
da disseminação da COVID-19.
Cell Metab
24JUN2020 In-Hospital Use
of Statins Is
Associated With
a Reduced Risk
of Mortality
Among
Individuals With
COVID-19
Zhang XJ et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32592657/
Estatina é
protetora na
COVID-19?
- Prévio: As estatinas são potentes agentes
hipolipemiantes com efeitos anti-inflamatórios,
sendo sugeridas como uma opção terapêutica para
COVID-19. No entanto, esses medicamentos podem
aumentar a expressão da ECA2, o que poderia
agravar a COVID-19.
-Métodos:
-> Estudo retrospectivo com 13.981 pacientes com
COVID-19 admitidos em 21 hospitais na província
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
de Hubei, China, entre os quais 1.219 receberam
estatinas.
- Resultados:
-> Grupo estatina (n=1.219) versus não estatina
(n=12.672): idade 66 vs 57 anos (p<0,001) e maior
prevalêica de condições crônicas (HAS 81,5% vs
30,3%, p<0,001; DM 24% vs 14,66%, p<0,001;
doença arterial coronariana 36,35 vs 5,7%, p<0,001;
doença cerebrovascular 8,8% vs 2,3%, p<0,001;
doença renal crônica 5,2% vs 3,1%, p<0,001).
-> Grupo estatina em relação ao grupo não estatina:
maiores valores de neutrofilia, pró-calcitonina, TGO,
TGP, D-dímero, colesterol total, LDL, além de
menores valores de SatO2 na admissão (lembrando
que as comorbidades eram maiores no grupo
estatina, como esperado).
-> Com base no modelo Cox de efeito misto após a
correspondência do escore de propensão, foi
observado que o risco de mortalidade por todas as
causas em 28 dias foi de 5,2% e 9,4% nos grupos
estatina e não estatina, respectivamente, com uma
taxa de risco ajustada de 0,58 (IC95% 0,43-0,80;
p=0,001).
-> O menor risco de mortalidade associado ao uso de
estatina também foi observado no modelo variável
no tempo de Cox e na análise do modelo estrutural
marginal.
-> Entre os participantes em terapia com estatina,
993 (81,5%) deles apresentavam HAS. Desses
participantes com HAS, 319 também foram tratados
com iECA ou BRA (grupo estatina + iECA/BRA)
para tratamento anti-hipertensivo, enquanto 603
usavam anti-hipertensivos não iECA/BRA (estatina
+ grupo não iECA/BRA) para terapia anti-
hipertensiva.
-> Entre os indivíduos com hipertensão, a incidência
de mortalidade em 28 dias foi de 0,16 casos 100
pessoas por dia versus 0,26 100 por pessoa-dia no
grupo estatina + iECA/BRA e estatina+não
iECA/BRA, respectivamente (razão da taxa de
incidência=0,62, IC 95%, 0,34-1,14; p=0,119).
Usando um modelo de Cox com estatina e
iECA/BRA como exposições variáveis no tempo,
não houve associação significativa entre a terapia
com iECA/BRA e mortalidade em 28 dias em
indivíduos com tratamento com hipertensão e
estatina (aHR, 0,48; IC95%, 0,21–1,07; p=0,074).
Embora um modelo de efeito misto de Cox em
coortes de propensity-socre matching mostrasse que
o tratamento com terapia iECA/BRA estava
associada a menor incidência de morte (3,4% no
grupo estatina + iECA/BRA versus 9,8% em estatina
+ grupo não iECA/BRA; aHR, 0,32, IC95% 0,12–
0,82; p=0,018), a associação significativa não
apareceu no modelo de estrutura marginal
(aHR=1,20; IC95% 0,64-2,25, p=0,576).
-> Estatina: menor prevalência de ventilação
mecânica (aHR, 0,37; IC95%, 0,26–0,53, p <0,001),
admissão na UTI (aHR, 0,69; IC95%, 0,56– 0,85,
p=0,001) e SDRA (aHR, 0,83; IC95%, 0,72-0,97,
p=0,015) em indivíduos com COVID-19). Depois de
combinar as diferenças de linha de base em dois
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
grupos com o propensity-score matching, o grupo
estatina ainda apresentou menor incidência de
ventilação mecânica invasiva em comparação ao
grupo não estatina (aHR, 0,51; IC95%, 0,34-0,78, p
= 0,002). A terapia com estatina não foi
significativamente associada a outros desfechos
secundários (por exemplo, lesão renal aguda, lesão
hepática e lesão cardíaca) e aumento dos níveis
séricos de CK ou transaminases.
-> Observadas associações entre o tratamento com
estatina + iECA/BRA e menores incidências de
SDRA (aHR, 0,59; IC95%, 0,37-0,92; p=0,020) e
lesão cardíaca (aHR, 0,61; IC95%, 0,38– 0,97;
p=0,038) comparados ao grupo estatina + não
iECA/BRA. Não houve associações significativas
entre o co-tratamento da estatina com iECA/BRA e
outros desfechos secundários ou os níveis séricos
elevados de CK ou transaminases.
-> Os marcadores inflamatórios (proteína C reativa,
IL-6, neutrófilos) foram menores no grupo estatina
em relação ao grupo não estatina durante a
internação.
- Conclusão: Esses resultados dão suporte para a
realização de estudos prospectivos, controlados e
randomizados utilizando estatinas no cenário da
COVID-19.
J Med Virol
24JUN2020 Meta-analysis of
Chest CT
Features of
Patients With
COVID-19
Pneumonia
Zheng Y et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32579236/
Achados
tomográficos em
pacientes graves
e não-graves com
COVID-19
-Objetivo: Realizar uma meta-análise sobre
os achados da tomografia computadorizada
(TC) de tórax em pacientes com
pneumonia pela COVID-19.
- Resultados: Entre os 9736 resultados
pesquisados, 15 artigos descrevendo 1.453
pacientes não-graves e 697 pacientes
graves preencheram os critérios de
inclusão.
-> Com base nas imagens da TC de tórax,
os pacientes não-graves comuns foram
menos propensos em apresentar
consolidação (OR=0,31), derrame pleural
(OR=0,19), linfadenopatia (OR=0,17),
padrão de pavimentação maluca
(OR=0,22), espessamento septal
interlobular (OR=0,27), reticulação
(OR=0,20), bronquiectasia de tração
(OR=0,40), mais de 2 lobos envolvidos
(OR=0,07) e distribuição central
(OR=0,18), sendo mais frequente a
pneumonia unilateral (OR=4,65)
envolvendo 1 lobo (OR=13,84) ou 2 lobos
(OR=6,95) quando comparados aos
pacientes graves.
-> Outras características da TC, incluindo
imagens em vidro fosco (p=0,404),
broncograma aéreo (p=0,070), nódulo
(p=0,093), espessamento da parede
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
brônquica (p=0,15), banda subpleural
(p=0,983), aumento vascular (p=0,207) e a
distribuição periférica (p=0,668) não
tiveram associação significativa com a
gravidade da doença.
-> Não foi sugerido viés de publicação
entre os estudos selecionados (testes de
Harbord, p>0,05 para todos.)
-Conclusões: Foram obtidas estimativas
confiáveis das manifestações da TC no
tórax de pacientes com pneumonia pela
COVID-19, o que pode fornecer uma pista
importante para o diagnóstico e
classificação da pneumonia neste cenário.
Proc Natl
Acad Sci USA
22JUN2020
Oligodendrocytes
That Survive
Acute
Coronavirus
Infection Induce
Prolonged
Inflammatory
Responses in the
CNS
Pan R et al.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32571951/
Oligodendrócitos
contribuem para
a infecção
prolongada pelo
coronavírus no
SNC
-Objetivos: estudar o papel da infecção
viral na desmielinização do sistema
nervoso central (SNC) em camundongos
infectados com o vírus da hepatite rJ2.2
(MHV), da família Coronavírus, o qual
possui semelhança genética de 52,5% com
o SARS-CoV2.
- Grupos experimentais e/ou tipo de
ensaio: Camundongos do sexo masculino
“Specific-pathogen-free C57Bl/6” de 5 a 7
semanas de idade
-> Inoculação viral intracraniana realizada
em 3 subgrupos (N não especificado):
rMHV, rMHVCre e rMHVVenus.
-> Análises por métodos de
imunohistoquímica, citometria de fluxo,
RNAseq.
- Conclusões e comentários: Com esse
estudo, os autores procuram esclarecer
questões como:
1- Sobrevivência dos
oligodendrócitos (OL) após uma infecção
viral.
2- Se as células sobreviventes
contribuem para a desmielinização ou para
um estado inflamatório crônico.
3- Se as células sobreviventes são
capazes de recuperar a funcionalidade e de
contribuir para a remielinização.
-> Tanto os OL como células precursoras
de OL (OPC) conseguem sobreviver à
infecção viral e permanecem
imunologicamente ativos.
->O processo de desmielinização não é
homogêneo ao longo do SNC, e os OL não
apenas são o alvo da resposta imunológica,
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
como contribuem ativamente para o seu
aparecimento.
->Tanto os OLs maduros quanto os
recentemente recrutados contribuem para a
remielinização.
->Os autores enfatizam a contribuição
deste modelo para o estudo do possível
papel viral nas doenças desmielinizantes do
SNC.
J Infect Dis
21JUN Attenuated
Interferon and
Pro-
Inflammatory
Response in
SARS-CoV-2-
infected Human
Dendritic Cells Is
Associated With
Viral
Antagonism of
STAT1
Phosphorylation
Yang D et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32563187/
Comprometiment
o da via de
sinalização do
interferon em
células
dendríticas
infectadas pelo
SARS-CoV-2
-Prévio: Células dendríticas e macrófagos
são células sentinelas da imunidade inata e
adaptativa.
- Objetivo: Avaliar a resposta imune dos
indivíduos em monócitos derivados de
células dendríticas (moDCs) e macrófagos
infectados pelo SARS-CoV-2 e a resposta
– Metodologia: Experimentos in vitro com
macrófagos e moDCs isolados de PBMCs
(peripheral blood mononuclear cell) de
voluntários saudáveis (n=3).
-> As infecções foram realizadas com
apenas uma cepa de SARS-COV-2 isolada
de um paciente com COVID-19.
Macrófagos e moDCs foram desafiados
com vírus SARS-COV-2.
-Resultados: macrófagos e moDCs são
permissivos à infecção pelo SARS-CoV-2,
conforme visualização pelo confocal
(proteína N- nucleocapsídeo). Contudo, não
houve expansão viral, nem queda na
viabilidade das células até 72h pós
infecção.
-> Um dos dados mais interessantes do
estudo, obtido graças à análise de
expressão gênica de citocinas e
quimiocinas, é que, tanto macrófagos
quanto moDCs infectados, não
expressaram níveis aumentados de IFNs
dos tipos I (IFNα e IFNß), II (IFNγ) ou III
(IFNλ1).
-> Adicionalmente, a infeção induziu um
aumento na expressão gênica de citocinas e
quimiocinas inflamatórias (TNFα, IL8,
MIP1α e IL1β) apenas em macrófagos,
com exceção da IP10 (CXCL10) cuja
expressão foi aumentada também nas
moDCs (7,0X, p=0,003).
-> Por fim, os autores estimularam as
células infectadas com IFNα: este
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
tratamento com IFNα induziu aumento
protéico de STAT1 nas moDCs, sendo que
tal produção foi parcialmente inibida pelo
SARS-Cov-2, assim como a fosforilação de
STAT1, o que não aconteceu em
macrófagos.
-> Esses resultados sugerem que a infecção
pelo SARS-CoV-2 compromete a
sinalização do IFN nas moDCs através do
antagonismo da fosforilação doe STAT1.
- Conclusão: O estudo apresenta dados
interessantes, contudo, os experimentos
precisariam ser repetidos com um número
maior de amostras tanto de células, quanto
de vírus isolados de outros pacientes.
-> Esses achados contribuem para nosso
entendimento sobre a patogênese da
COVID-19 e podem explicar o curso leve e
insidioso da COVID-19 até a deterioração
tardia.
Heart Rhythm
20JUN2020 COVID-19 and
Cardiac
Arrhythmias
Bhatla A et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32585191/
Arritmias
cardíacas estão
associadas à
gravidade da
COVID-19
- Racional: A infecção pelo SARS-Cov-2
pode causae dano aos cardiomiócitos e
aumentar o risco de arritmia.
- Objetivos: Avaliar o risco de parada
cardíaca e arritmias, incluindo fibrilação
atrial (FA) incidente, bradiarritmias e
taquicardia ventricular não sustentada
(TVNS) em uma grande população urbana
hospitalizada pela COVID-19, além de
avaliar orrelações entre a presença dessas
arritmias e a mortalidade.
- Métodos: Revisão das características de
todos os pacientes com COVID-19
internados num centro único por um
período de 9 semanas. Durante a
internação, avaliadas a incidência de
paradas cardíacas, arritmias e mortalidade
hospitalar. Regressão logística para avaliar
idade, sexo, raça, índice de massa corporal,
doença cardiovascular prevalente, diabetes,
hipertensão, doença renal e status da UTI
como fatores de risco potenciais para cada
arritmia.
- Resultados:
-> Entre 700 pacientes (média de idade de
50±18 anos, 45% homens, 71% afro-
americanos e 11% internação em UTI),
houve 9 paradas cardíacas, 25 eventos de
FA incidentes, 9 bradiarritmias
clinicamente significativas e 10 TVNs.
-> comorbidades UTI (n=79) vs não UTI
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
(n=621): média de idade 63 ± 16 vs 48 ± 18
(p<0,0001); doença coronariana 27% vs
9% (P<0,0001); insuficiência cardíaca 28%
vs 11% (p<0,0001), HAS 78% vs 46%
(p<0,0001), DM 44% vs 24% (p<0,0001);
apnéia do sono 29% vs 16% (p=0,0048),
doença pulmonar obstrutiva crônica 18%
vs 8% (p=0,004), doença hepática 18% vs
9% (p=0,0089), doença renal crônica 20%
vs 10% (p=0,0089).
-> Todas as paradas cardíacas ocorreram
entre os pacientes admitidos na UTI.
-> Admissão na UTI: associação com FA
incidente (OR=4,68; IC95% 1,66-13,18) e
TVNS (OR 8,92; IC95% 1,73-46,06) após
ajuste multivariável (para idade, sexo, raça,
IMC, doença cardiovascular, DM, HAS,
doença renal crônica, e uso de
hidroxicloroquina). Sem associação com
admissão na UTI e bradiarritmias.
-> FA incidente e idade (OR=1,05; IC95%
1,02-1,09) foram associadas
independentemente.
-> Insuficiência cardíaca foi associada
independentemente com bradiarritmias
prevalentes (OR=9,75; IC95% 1,95-48,65).
-> Apenas as paradas cardíacas foram
associadas à mortalidade aguda hospitalar
(OR=20,47; IC9%% 5,19-80,69).
- Conclusão: Paradas e arritmias cardíacas
são provavelmente consequência de doença
sistêmica e não apenas os efeitos diretos da
infecção pelo SARS-CoV2 na COVID-19.
-> Limitações do estudo: centro único; não
investigação de arritmias sublínicas e
impacto a longo prazo do tratamento das
arritmias.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Fron Med
18JUN2020 Nasopharyngeal
Swabs Are More
Sensitive Than
Oropharyngeal
Swabs for
COVID-19
Diagnosis and
Monitoring the
SARS-CoV-2
Load
Wang H et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32626720/
Identificação do
SARS-CoV-2 na
nasofaringe é
mais sensível do
que na orofaringe
-Objetivo: A detecção do SARS-CoV-2
utilizando swabs orofaríngeos (OPS) e
swabs nasofaríngeos (NPS) é um método
essencial para o manejo da COVID-19.
Não está claro como a taxa de detecção, a
sensibilidade e o risco de exposição para os
médicos diferem em dois métodos de
amostragem.
-Métodos:
-> Estudo prospectivo, 120 amostras de
NPS e OPS emparelhadas foram coletadas
de 120 pacientes internados com COVID-
19 confirmada, em Wuhan, China.
-> Realizada qRT-PCR para SARS-CoV-2
(genes ORF1ab e N).
-> A taxa de detecção de SARS-CoV-2,
sensibilidade e carga viral foram analisadas
com relação aos sítios NPS e OPS.
-> O desconforto amostral relatado pelos
pacientes foi avaliado.
- Resultados:
-> mediana de idade> 61,6 (47,5-69) anos,
sexo masculino 55,8%, HAS 30,6%, DM
17,7%, doença arterial coronariana 8,3%,
neoplasia 5%, DPOC 1,7%.
-> sintomas: febre 90,8%, tosse 75%,
dispneia 46,7%, fadiga 35%, diarreia
27,5%, pressão no tórax 25,8%, mialgia
24,2%.
-> A taxa de detecção do SARS-CoV-2 foi
significativamente maior para o swab da
NPS [46,7% (56/120)] do que para a OPS
[10,0% (12/120)] (p<0,001).
-> A sensibilidade do swab da NPS
também foi significativamente maior que a
do OPS (p<0,001).
-> No momento da amostragem, o tempo
de detecção do SARS-CoV-2 teve uma
duração mediana mais longa (25,0 vs. 20,5
dias, respectivamente) e uma duração
máxima mais longa (41 vs. 39 dias,
respectivamente) na NPS em comparação à
OPS.
-> O valor médio do limiar do ciclo (Ct) do
NPS (37,8, IC95%: 37,0-38,6) foi
significativamente menor do que o do OPS
(39,4, IC 95%: 38,9-39,8) em 1,6 (IC 95%
1,0-2,2, P <0,001), indicando que a carga
do SARS-CoV-2 foi significativamente
maior nas amostras da NPS do que na OPS.
-> O desconforto do paciente foi baixo nos
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
dois métodos de amostragem.
-> Durante a coleta do swab da NPS, os
pacientes tiveram uma probabilidade
significativamente menor de ter náusea e
vômito.
- Conclusões: O swab da NPS apresentou
taxa de detecção, sensibilidade e carga
viral significativamente maiores para o
SARS-CoV-2 do que o swab da OPS.
-> O swab NPS pode reduzir a produção de
gotículas durante a coleta dos swabs.
-> O swab da NPS deve ser recomendado
para diagnosticar COVID-19 e monitorar a
carga SARS-CoV-2
Sci China Life
Sci
18JUN2020
Decreased Serum
Albumin Level
Indicates Poor
Prognosis of
COVID-19
Patients: Hepatic
Injury Analysis
From 2,623
Hospitalized
Cases
Huang W et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32567003/
Hipoalbiminemia
como
biomarcador de
gravidade e
mortalidade na
COVID-19
-Objetivo: Investigar o papel da
hipoproteinemia no resultado clínico e na
disfunção hepática de pacientes com
COVID-19.
-Métodos: estudo retrospectivo, inclusão de
2.623 pacientes adultos com COVID-19
confirmados clinicamente (> 18 anos) entre
29 de janeiro de 2020 e 6 de março de 2020
no Hospital Tongji, Wuhan, China. Os
pacientes foram divididos em três grupos -
grupos não críticos, doentes críticos e
óbitos.
-> As concentrações séricas de albumina,
lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C)
e lipoproteínas de alta densidade (HDL-C)
e níveis de citocinas inflamatórias foram
medidas e comparadas entre esses três
grupos.
- Resultados:
-> Mediana de idade 64 anos (IQR, 52-71).
-> Grupo não crítico, crítico e óbito:
mediana de idade 61 (49, 69), 65 (53,73) e
70 (63,78) anos (p<0,001), sexo feminino
53,9%, 42,8% e 30,6% (p<0,001),
comorbidades 42,9%, 65% e 69,5%
(p<0,001).
-> Entre os pacientes incluídos no estudo,
2.008/2.623 (76,6%) foram diagnosticados
como não críticos e 615 (23,4%) como
críticos, incluindo 383 (14,6%)
sobreviventes críticos e 232 (8,8%) óbitos.
-> Hipoalbuminemia acentuada ocorreu em
38,2%, 71,2% e 82,4% dos pacientes nos
grupos não críticos, críticos e óbitos,
respectivamente, na admissão e 45,9%,
77,7% e 95,6% desses três grupos,
respectivamente, durante a hospitalização.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> Os níveis séricos do LDL e do HDL
foram significativamente mais baixos nos
grupos de pacientes críticos e óbitos em
comparação com o grupo de pacientes não
críticos.
-> Nos pacientes com fatores inflamatórios
séricos elevados (IL-6, IL-8, IL-10, IL-2R,
IL-1β e TNF-α), o tempo de tromboplastina
parcial ativada (TTPA) estava
acentuadamente prolongado nos pacientes
críticos, refletindo coagulopatia.
-> IL-6 elevada teve correlação
estatisticamente significante com gama-
GT, TGO e TGP elevadas.
-> Os valores séricos da albumina
reduziram proporcionalmente ao aumento
da IL-6.
- Conclusões: Este estudo sugere que a
tempestade de citocinas induzida na
COVID-19 causa hepatotoxicidade e
subsequentemente hipoalbuminemia
crítica, que estão associadas à exacerbação
das respostas inflamatórias associadas à
doença e à progressão e à mortalidade pela
COVID-19. Estudos prospectivos são
necessários para avaliar as hipóteses do
estudo.
Science
15JUN2020 Potent
neutralizing
antibodies from
COVID-19
patients define
multiple targets
of vulnerability
Brouwer PJM et al. The
Netherlands. https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32540902/
Anticorpos
neutralizantes
para a COVID-19
- Introdução: A pesquisa se baseia em
resultados de estudos anteriores que
mostram a importância dos anticorpos
monoclonais neutralizantes produzidos
contra epítopos de proteínas virais pré-
mudanças conformacionais necessárias
para que o vírus infecte as células.
-> Sabendo que a proteína S (Spike) viral
de SARS-CoV-2 também possui esse
formato pré e pós-fusão com a membrana
hospedeira, o estudo se mostra criativo ao
ser estratégico no foco a esses anticorpos
para S pre-fusão, como são chamados,
ditos mais importantes, pois não sofrem
tantas mutações.
- Métodos: O soro de 3 adultos
convalescentes da COVID-19 foi coletado,
chamando atenção aqui para o número
amostral, além de apenas um dos pacientes
ter desenvolvido uma versão mais grave da
doença, necessitando de internação.
-> Para identificar apenas os anticorpos
monoclonais específicos para proteína S,
esses soros foram estimulados com
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
proteína S pre-fusão estabilizada, geradas
pelo grupo, por técnicas de estabilização,
mostrando aqui o diferencial o estudo.
-> Desse isolamento, primariamente feito
de linfócitos B, produtores de anticorpos,
posteriormente das combinações de cadeias
leves e pesadas dos anticorpos estudos de
assinatura genômica, foi feita expressão
dessas combinações dos mAbs (anticorpos
monoclonais), isolados dos pacientes, em
células imortalizadas para que eles fossem
testados quanto à avidez, afinidade, reação
cruzada com SARS-CoV e potencial de
neutralização contra o SARSCoV-2
autêntico.
-> O artigo traz muitos resultados menores
ao longo do texto, incluindo o potencial do
soro desses pacientes contra o novo
coronavírus por existirem anticorpos (Abs)
de forte ligação e neutralizantes (NAbs)
contra a proteína S de SARS-CoV-2 e
SARS-CoV, mas os principais achados são
quanto à assinatura genômica encontradas
nas cadeias pesadas dos anticorpos de
células B: 2 das regiões variáveis desses
anticorpos tinham mais de 30%
similaridade com a sequência de S em
SARS-CoV e SARS-Cov-2, ou seja, são
potentes NAb e ainda se mantém ao longo
de tempo. Em experimento de linhagem
germinativa, foi verificado que estes
anticorpos se mantinham com a mesma
sequência das células que os geraram. Esse
achado ainda se fortalece mais com o fato
das 2 regiões serem isoladas de NAbs de
pacientes diferentes, corroborando com a
afirmativa da importância de semelhança
genotípica entre os anticorpos ser mantida
entre indivíduos.
-> Dos 19 NAbs isolados, e por serem
neutralizantes, todos eram capazes de inibir
a infecção pelo SARS-CoV-2 in vitro, 2
deles foram considerados de alta potência
nessa função, isolados de 2 pacientes
diferentes, como já visto, e ainda
bloqueiam a ligação de outros mAbs.
-> Viu-se também que a maior parte desses
mAbs com cadeia diferenciada para região
de S, tem como alvo a RBD em muitos
ângulos, visto por testes de microscopia
eletrônica, mas não são maioria, existindo
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
também muitos de epítopo não-RBD, o que
ainda deixa a dúvida se apenas RBD é
região importante de estudo para design de
vacinas e tratamentos.
-> É importante ressaltar que a potência
desses 2 anticorpos neutralizantes
encontrados (cadeias VH) nos pacientes em
estudo superam a potência de neutralização
de outros anticorpos monoclonais, já em
fase mais avançada no uso clínico, para
outras doenças como HIV-1 e Ebola.
-> A proposta de se pensar no modelo de
anticorpos monoclonais potencialmente
neutralizantes para SARS-CoV-2, isolados
de pacientes convalescentes, se mostrou
promissora com este grupo holandês, que
julgam serem importantes no
desenvolvimento de coquetéis para
múltiplos epítopos durante o tratamento e
uma melhor caracterização estrutural para
o design de uma vacina.
-> Chamamos a atenção para o número
amostral extremamente pequeno do grupo,
para que sejam tomadas decisões tão
assertivas de forma definitiva. Seria
importante validar os achados com um
maior número de pacientes.
-> Os dados obtidos neste trabalho servem
de base para definir candidatos terapêuticos
para tratamento e prevenção da COVID-19.
Am J Rhinol
Allergy
12JUN2020
Prevalence and
Recovery From
Olfactory and
Gustatory
Dysfunctions in
Covid-19
Infection: A
Prospective
Multicenter
Study
Chary E et al. France.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32527141/
Prevalência e
recuperação dos
distúrbios
olfatórios e
gustatórios na
COVID-19
- Prévio: A COVID-19 é definida por uma
associação de múltiplos sintomas,
incluindo distúrbios olfativos e gustativos
frequentemente relatados.
- Objetivo: O principal objetivo deste
estudo foi analisar a prevalência dessas
deficiências neurossensoriais em pacientes
com COVID-19 e avaliar a recuperação em
curto prazo.
- Métodos: Realizamos um estudo de série
de casos multicêntricos. Todos os pacientes
que apresentaram infecção pelo SARS-
CoV-2 confirmada pela RT-PCR foram
incluídos, internados ou tratados em casa.
Para analisar a prevalência e as
características das disfunções olfativas e
gustativas, foi realizada uma entrevista por
telefone 5 dias após o resultado positivo da
PCR. O questionário foi submetido
novamente 10 dias depois aos pacientes
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
que relataram distúrbios olfativos e
gustativos, a fim de avaliar sua
recuperação.
- Resultados: 115 pacientes foram
incluídos em nosso estudo.
-> mediana de idade 47 anos [20-83],
mulheres 70%
-> 81 pacientes (70%) relataram distúrbios
olfativos e gustativos sem obstrução nasal
ou rinorréia. Essas deficiências foram
relatadas com mais frequência na
população feminina (77% vs 56%;
p=0,027) e de jovens (42 anos vs 55 anos;
p=0,003) com formas sintomáticas leves.
-> A recuperação a curto prazo avaliada no
dia 15 foi concluída em 64% dos pacientes
e incompleta em 33%: a média de tempo
para recuperação foi de 15 dias (4-27 dias)
após o início dos sintomas olfativos ou
gustativos.
-> outros sintomas: tosse 43%, febre 61%,
odinofagia 18%, mialgia 50%, cefaléia
54%, diarreia 17%, rinite 22%.
-> internação 24% (n=27), UTI 4% (n=4).
- Conclusão: Disfunções olfativas e
gustativas relacionadas à COVID-19 são
frequentemente relatadas e prevalecem nas
formas sintomáticas leves da doença. A
recuperação na maioria dos casos parece
ser rápida e completa.
Front
Immunol
10JUN2020
Interferon-
Induced
Transmembrane
Protein (IFITM3)
Is Upregulated
Explicitly in
SARS-CoV-2
Infected Lung
Epithelial Cells
Hachim MY et al.
United Arab Emirates
and Canada.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32595654/
Genes
diferentemente
expressos
(DEGs) em
células
pulmonares
infectadas com o
SARS-CoV-2
- Dados transcriptômicos obtidos de seres
humanos e de células de mamíferos
infectados com SARS-CoV e representam
uma riqueza de dados que podem ser
usados para identificar genes
consistentemente expressos de forma
diferente, além de permitir a identificação
de possíveis interações com medicamentos
clinicamente comprovados. Essa
abordagem simples pode ser usada para a
rápida identificação de novos alvos e
medicamentos para validação posterior.
- Resultados:
-> No total, foram avaliados 9.692 genes
identificados genes diferencialmente
expressos ou differentially expressed genes
(DEGs) em células infectadas com o vírus,
em 12 estudos: 38 genes foram
identificados como DEGs, em 9/12 estudos
(75%), após a infecção pelo SARS-CoV-2
nas células pulmonares nas primeiras 48h
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
após a infecção.
-> o gene IFITM3 (interferon-induced
transmembrane pritein-3) foi super-
regulado precocemente no epitélio
bronquial infectado pelo SARS-CoV-2, de
modo que o ácido valpróico (VA) aumenta
a expressão do mRNA do IFITM3 e a ação
antiviral.
OBS: As proteínas transmembranares
induzidas por interferon (IFITMs 1, 2 e 3)
são imunossupressoras inatas a infecções
por vírus, pois regulam a fusão dos vírus
invasores e vesículas endocíticas e os
direcionam para os lisossomos.
- Conclusões: A análise de dados dos
transcriptomas podem ser úteis para
identificar novos alvos terapêuticos na
COVID-19, servindo de base para estudos
pré-clínicos e clínicos.
Immunity
08JUN2020
Analysis of a
SARS-CoV-2-
Infected Individual
Reveals
Development of
Potent Neutralizing
Antibodies With
Limited Somatic
Mutation
Seydoux E et al.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32561270/
Anticorpos anti-
SARS-CoV-2
apresentam baixa
mutação somática
-Prévio: As respostas aos anticorpos são
desenvolvidas após a infecção pelo SARS-
CoV-2, mas pouco se sabe sobre suas
especificidades, clonalidade, afinidades de
ligação, epítopos e atividade neutralizante
do epítopo.
- Métodos: Isolamento das células B
específicas para a glicoproteína spike (S)
do envelope do SARS-CoV-2 de um
indivíduo (35 anos, sexo masculino)
infectado com COVID-19 após 21 dias do
início da doença clínica.
-Resultados:
-> Foram gerados 45 anticorpos
monoclonais específicos anti-spike (S).
-> Estes anticorpos haviam sofrido
mutação somática mínima com expansão
clonal limitada e três se ligavam ao
domínio de ligação ao receptor (RBD) da
proteína S.
-> Dois anticorpos neutralizaram SARS-
CoV-2. O anticorpo mais potente ligou a
RBD e impediu a ligação ao receptor da
ECA, enquanto o outro teve ligação a uma
região fora da RBD (Anticorpo anti-SARS-
CoV-2 S2P). Assim, a maioria dos
anticorpos anti-S que foram gerados neste
paciente durante as primeiras semanas de
infecção pela COVID-19 eram epítopos
não neutralizantes e alvo fora da RBD:
-> Aproximadamente 0,65% do total de
células B CD19 + eram S2P + comparado a
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
0,07% do total de células B de um doador
naive.
-> As células B dominantes foram IgM+
IgD+ (49% das células B S2P+); 90% dos
quais foram CD27+ que sugeriram que,
embora essas células B não tenham
mudado de classe, elas foram céluas B de
memória com experiência em antígeno.
-> A segunda subpopulação mais
proeminente de células B específicas para
S2P foram células B IgG+ IgD- com troca
de classe (27% das células B S2P+). De
fato, 1,7% das células B IgG+ coradas com
S2P e desses 7% (ou 0,12% do total de
células B IgG+) também foram positivss
para a RBD.
-> Os autores formularam a hipótese de
que as células B específicas para o SARS-
CoV-2 eram mais propenas a ter sofrido
maturação e produzir anticorpos capazes de
neutralizar o vírus: Foi realizado
sequenciamento do receptor das células B
(BCR) das células S2P + IgG +, sendo
observados baixos níveis de mutação
somática:
-> 576 células B S2P + foram selecionadas
em células únicas em poços individuais de
placas de 96 poços e as regiões variáveies
das cadeias pesadas e leves dos transcritos
dos receptores da células B foram
sequenciados usando RT-PCR aninhado:
foram recuperamos com sucesso 103
sequências VH e 187 sequências VL, 97
das quais foram Kappa e 90 eram lambda.
As células B específicas para S2P foram
derivadas de diversos genes de cadeia
pesada e leve de anticorpos e aprsentavam
distribuições normais de comprimentos de
CDRH3 e CDRL3.
-> Consistente com o tempo relativamente
curto de infecção, a maioria das seqüências
BCR mostrou baixos níveis de mutação
somática
-> Os achados sugerem que a resposta
inicial das células B à proteína S do SARS-
CoV-2 S é policlonal e dirigida a epítopos
principalmente fora da RBD e não
neutralizantes.
-> Os anticorpos que interromperam a
interação SARS-CoV-2 com ECA2 podem
neutralizar potentemente o vírus sem sofrer
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
extensa maturação. Tais anticorpos têm
potencial preventivo e/ou terapêutico e
podem servir como modelos para o
desenho da vacina.
J Autoimmun
08JUN2020 SARS-CoV-2
Infection in
Patients With
Autoimmune
Rheumatic
Diseases in
Northeast Italy:
A Cross-
Sectional Study
on 916 Patients
Zen M et al. Italy.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32527675/
Infecção pelo
SARS-COV-2
em indivíduos
com doenças
reumáticas auto-
imunes
- Objetivo: avaliar a taxa e a apresentação
clínica da COVID-19 e a adesão à terapia
numa grande coorte de pacientes com
doenças reumáticas auto-imunes (DRAs)
acompanhados num hospital universitário
terciário no nordeste da Itália.
- Métodos: Entre 9 e 25 de abril de 2020,
após o pico da infecção pelo SARS-CoV-2,
foi realizada uma pesquisa por telefone
investigando o impacto da COVID-19 em
pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
(LES), esclerose sistêmica (ES), artrite
reumatóide (AR), Vasculite associada ao
ANCA (VAA) e miopatias inflamatórias
idiopáticas (MII). Também foram
coletados dados demográficos, status da
atividade da doença, terapia, exposição
ocupacional e adesão ao aconselhamento
sobre distanciamento social.
- Resultados:
-> 916 pacientes (397 LES, 182 VAA, 176
ES, 111 AR, 50 MII) completaram a
pesquisa.
-> média de idade 53 ± 14,3 anos, 78,6%
sexo feminino, remissão 78,7%
-> imunossupressores: prednisona > 7,5
mg/dia (9,9%), metotrexate (15,1%),
ciclosporina (1,2%), tacrolimus (0,9%),
azatioprina (6,6%), ciclofosfamida (0,4%),
drogas anti-maláricas (36,6%), leflunomida
(1,8%), salazopirina (0,5%).
-> biológicos: anti-TNF (4,6%), CTLA4-Ig
(1,3%), anti-IL6R (0,9%), anti-CD20
(4,3%), JAK-i (2,3%) e anti-BLYSS
(5,1%).
-> 148 pacientes desenvolveram pelo
menos um sintoma compatível com
COVID-19 (tosse 96, dor de garganta 64,
febre 64, artrromialgias 59, diarréia 26,
conjuntivite 18, ageusia/hiposmia, 18).
-> Entre os 916 pacientes, 65 (7,1%)
coletaram o swab nasofaríngeo para SARS-
CoV-2 (18 sintomáticos e 47
assintomáticos), 2 (0,21%) apresentaram
resultado positivo, uma proporção que foi
semelhante à observada na população geral
da região de Veneto.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> sintomas em 916 pacientes: qualquer
sintoma (16,2%), tosse (10,5%), odinofagia
(6,9%), T°C ≥ 37,5 (6,9%), artromialgia
(6,4%), diarreia (2,8%), ageusia/hiposmia
(1,9%), conjuntivite (1,9%); 3 ou mais
sintomas (2,5%).
-> Nenhuma morte ocorreu.
-> 31 pacientes (3,4%) retiraram ≥1
medicamento, principalmente
imunossupressores ou biológicos.
-> A adoção do distanciamento social foi
observada por 860 pacientes (93,9%),
incluindo 335 (36,6%) que o adotaram
antes do bloqueio oficial.
- Conclusões: A incidência de COVID-19
parece ser semelhante na coorte de
pacientes com DRAs em comparação à
população geral. A adesão à terapia e ao
aconselhamento sobre distanciamento
social foi alta.
Eur J Cancer
06JUN2020 SARS-CoV-2
Infection in
Cancer Patients
Undergoing
Active
Treatment:
Analysis of
Clinical Features
and Predictive
Factors for
Severe
Respiratory
Failure and
Death
Yarza R et al. Spain.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32586724/
Fatores de risco
de mau
prognóstico de
pacientes
oncológicos em
tratamento e com
COVID-19
-Prévio: Evolução de pacientes oncológicos
é mais grave na COVID-19.
-Método: Pacientes internados
consecutivamente para tratamento da
infecção pelo SARS-CoV-2 foram
analisados prospectivamente e realizada
também análise estatística retrospectiva.
Análises univariadas e multivariadas foram
realizadas para avaliar fatores de risco de
mau prognótico, como SDRA e morte.
Resultados:
-> Sessenta e três pacientes foram
analisados e 34 deles desenvolveram
insuficiência respiratória (70% como
SDRA).
-> idade < 50 anos (6%), 50-70 anos
(57%), > 70 anos (37%); 54% homens;
86% caucasianos; tabagismo (nunca 46%,
prévio 43% e atual 11%); HAS 52%, DM
17%, doença renal crônica 8%, cardioparia
19%, doença pulmonar crônica 22%.
-> sítio primário do tumor: pulmão 27%,
colo-retal 16%, mama 16%, trato
gastrointestinal superior 10%, próstata 8%,
cabeça e pescoço 6%.
-> características relacionadas ao câncer:
doença metastática: 82% (oligometastárica
-57%, polimestastática 25%),
envolvimento do pulmão pelo tumor
(40%), tratamento ativo para o câncer
(96%: quimioterapia 58%, imunoterapia
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
12%, endócrino 15% e terapia-alvo 11%).
-> sintomas (n=63): febre 89%, clafrio
70%, diarreia 50%, dispneia 45%, tosse
66%, rinorréia 18%, hiposmia/ageusia 8%.
-> padrão tomográfico: sem infilttado
(5%), pneumonia unilobar (28%),
pneumonia bilobar (17%), pneumonia
bilateral (55%).
-> Linfócitos/mm3 (412 vs 686; p=0,001),
albumina sérica (2,84 vs 3,1 g/dl; p=0,007),
níveis de DHL (670 vs 359 U/l; p <0,001),
proteína C reativa [PCR] (25,8 vs 9,9
mg/dl; p <0,001), ferritina (4374 vs 1487
ng/ml; p=0,03) e fibrinogênio (921 vs 824
mg/dl, p=0,02) discriminam aqueles que
desenvolveram insuficiência respiratória.
-> A taxa de mortalidade foi de 25%,
significativamente maior entre os pacientes
com SDRA, neutropênicos (p=0,01) e
naqueles com infiltrados bilaterais (44% vs
0%; p<0,001).
-> O modelo de análise logística
multivariada confirmou o valor preditivo
de neutropenia grave < 500 (OR=16,54;
IC95% 1,43-190,9, p=0,025), infiltrados
bilaterais (OR=32,83; IC95% 3,51-307,
p=0,002), envolvimento pulmonar do
tumor (OR=4,34; IC95% 1,2-14,95,
p=0,02) e história prévia de TEV
(OR=4,83; IC95% 1,14-20,3, p=0,03) para
a mortalidade.
-Conclusão: Pacientes com câncer em
tratamento ativo admitidos para infecção
pelo SARS-CoV-2 apresentam piores
resultados em termos de mortalidade e
taxas de insuficiência respiratória em
comparação com a população geral com
COVID-19. Linfopenia, DHL, proteína C
reativa e albumina discriminam a
gravidade da doença, enquanto
neutropenia, infiltrados bilaterais e
envolvimento pulmonar do tumor são
preditores de maior mortalidade. A
investigação de TEV deve ser investigada
nestes pacientes, especialmente naqueles
com história prévia.
J Am Soc
Echocardiogr
05JUN2020
Echocardiograph
ic Findings in
Patients With
COVID-19 With
Significant
Sud K et al. USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32595004/
Achados
ecocardiográficos
na COVID-19
-Análise consecutiva de 110 pacientes
admitidos no Mount Sinais Morningside
Hospital. Estudo retrospectivo.
-> Realização de ecocariograma.
-> Lesão miocárdica significativa foi
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
Myocardial
Injury
definida como um pico de nível de
troponina cardíaca I> 1 ng / mL (referência
<0,01 ng/mL).
- Resultados:
-> média de idade: 64,5 ± 13,8 anos, 46%
mulheres, 21% (n=5) com doença arterial
coronariana conhecida previamente.
-> 10 pacientes (42%) estavam intubados
quando realizaram o ecocardiograma.
-> 24/110 com lesão miocárdica e
realização de ecocardiograma (5 foram
exluídos devido à qualidade ruim do
exame).
-> Média da troponina: 5,0 ng/ml (IQR,
1,8-14,0 ng/ml).
-> Dos 24 pacientes, três tiveram achados
eletrocardiográficos consistentes com
infarto do miocárdio com
supradesnivelamento do segmento ST e
um paciente apresentou
supradesnivelamento difuso do segmento
ST consistente com pericardite.
-> Disfunção ventricular esquerda (VE),
definida como disfunção sistólica regional
e/ou global estava presente em 13 pacientes
(54%). Onze (46%) apresentavam
anormalidades nos movimentos regionais
da parede (mediana da troponina 12,4
ng/m; IQR, 5,8–27,0 ng/ml).
-> Apenas dois pacientes (8%)
apresentaram hipocinesia difusa do VE.
-> Outros achados incluíram disfunção
ventricular direita isolada em quatro
pacientes (17%), com mediana da
troponina de 1,5 ng/ml (IQR, 1,3-3,1
ng/mL).
-> Derrame pericárdio: 8 pacientes (33%).
-> 5 (21%) não apresentaram achados
ecocardiográficos significativos e
apresentavam função biventricular
preservada e ausência de derrame
pericárdico. A média da troponina nesses
pacientes foi 2,1 ng/ml (IQR, 1,3-4,3
ng/ml).
-> Entre pacientes sem lesão miocárdica
significativa (n=81), 15 pacientes (19%)
apresentavam disfunção regional ou global
isolada do VE, 19 pacientes (24%)
apresentavam disfunção ventricular direita
isolada e cinco pacientes (6%)
apresentavam disfunção biventricular
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
- Conclusão: Pacientes hospitalizados com
COVID-19 e lesão miocárdica
significativa, 37% apresentaram disfunção
isolada do VE, 17% apresentavam
disfunção ventricular direita isolada, 17%
apresentavam biventricular disfunção, e
29% restantes tinham função biventricular
preservada.
-> A disfunção regional do VE parece ser o
achado ecocardiográfico mais comum, o
que sugere que a isquemia é decorrente da
obstrução de grandes- ou pequenos vasos,
de modo que o estado protrombótico pode
ser um mecanismo de lesão.
-> Estudos prospectivos seriam importantes
para estabelecer os achados
ecocardiográficos na COVID-19.
JAMA Netw
Open
01JUN2020
Prevalence of
Gastrointestinal
Symptoms and
Fecal Viral
Shedding in
Patients With
Coronavirus
Disease 2019: A
Systematic
Review and
Meta-analysis
Parasa S et al. USA,
Germany & Brazil.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32525549/
Sintomas
gastrointestinais
na COVID-19
-Racional: A COVID-19 pode envolver o
trato gastrointestinal (TGI), incluindo
sintomas como diarréia e eliminação do
SARS-CoV-2 nas fezes.
-Objetivo: Fornecer uma estimativa
conjunta dos sintomas gastrointestinais,
níveis elevedos de enzimas hepáticas e
testes fecais positivos para SARS-CoV-2
entre pacientes com COVID-19.
- Métodos: Pesquisa eletrônica na literatura
para estudos publicados (usando
MEDLINE / PubMed e Embase) e pré-
impressão (usando bioRxiv e medRxiv) de
interesse, conduzidos de 1 de novembro de
2019 a 30 de março de 2020. Os termos de
pesquisa incluíam "COVID-19 , "" SARS-
Cov-2 "" e/ou "novo coronavírus".
-> Os estudos elegíveis foram aqueles que
incluíram pacientes com infecção por
SARS-CoV-2 que relataram sintomas
gastrointestinais.
-> Extração e síntese de dados: foram
extraídos dados de pacientes com sintomas
gastrointestinais (diarréia, náusea ou
vômito), alterações das enzimas hepáticas e
eliminação fecal do vírus.
-> A qualidade dos estudos foi examinada
usando o índice metodológico para estudos
não randomizados. Estimativas agrupadas
(%) foram relatadas com ICs de 95% com
nível de heterogeneidade (I2).
- Resultados:
->Dos 1484 registros revisados, 23
publicados e 6 estudos de pré-impressão
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
foram incluídos na análise, com um total de
4.805 pacientes (média de idade 52,2±14,8
anos; 1598 [33,2%] mulheres) com
COVID-19.
-> As taxas combinadas foram 7,4%
(IC95%, 4,3%-12,2%) dos pacientes que
relataram diarréia e 4,6% (IC95%, 2,6%-
8,0%) dos pacientes que relataram náusea
ou vômito.
-> A taxa combinada para os níveis de
TGO fora dos intervalos de referência foi
20% (IC95%, 15,3%-25,6%) dos pacientes,
e a taxa combinada para os níveis elevados
de TGP foi 14,6% (IC95%, 12,8%-16,6 %)
de pacientes.
-> Testes fecais positivos para SARS-CoV-
2 foram relatados em 8 estudos, e a
eliminação do RNA viral foi detectada nas
fezes em 40,5% (IC95%, 27,4%-55,1%)
dos pacientes.
-> Houve alto nível de heterogeneidade
(I2=94%), mas nenhum viés de publicação
estatisticamente significativo foi
observado.
- Conclusões e relevância: esses achados
sugerem que 12% dos pacientes com
COVID-19 manifestarão sintomas
gastrointestinais; no entanto, a eliminação
viral do SAR-CoV-2 foi observado em
40,5% dos pacientes com infecção
confirmada para COVID-19. Isso destaca a
necessidade de entender melhor quais
medidas são necessárias para impedir a
disseminação desse patógeno altamente
contagioso.
Am J
Gastroenterol
01JUN2020
Liver Enzyme
Elevation in
Coronavirus
Disease 2019: A
Multicenter,
Retrospective,
Cross-Sectional
Study
Hao SR et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32618658/
Aumento da TGP
em pacientes com
COVID-19
Introdução: Níveis elevados de enzimas
hepáticas são observados em pacientes com
COVID-19.
- Métodos: Foram incluídos pacientes
hospitalizados com COVID-19 na
província de Zhejiang, China, de 17 de
janeiro a 12 de fevereiro de 2020. A
elevação do nível de enzimas hepáticas foi
definida como nível de TGP > 35 U/l para
homens e 25 U/l para mulheres na
admissão. Pacientes com níveis normais de
TGP foram incluídos no grupo controle.
-> RT-PCR para SARS-CoV-2 confirmou
COVID-19.
-> Dados epidemiológicos, demográficos,
clínicos, laboratoriais, de tratamento e
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
resultados foram coletados e comparados.
- Resultados:
-> Dos 788 pacientes com COVID-19, 222
(28,2%) pacientes apresentaram níveis
elevados de enzimas hepáticas (mediana de
idade [IQR], 47,0 [35,0-55,0] anos; 40,5%
mulheres).
-> Ser homem, estar acima do peso e fumar
aumentou o risco para elevação das
enzimas hepáticas.
-> O grupo com aumento das enzimas
hepáticas apresentou menos faringite e
mais diarréia do que o grupo controle.
-> A mediana de tempo desde o início da
doença até a admissão foi de 3 dias para os
grupos de elevação do nível de enzimas
hepáticas (IQR, 2-6), enquanto que a média
de tempo de internação para 86 (38,7%)
dos pacientes que receberam alta foi 13
dias (IQR, 11-16).
-> Não foram observadas diferenças na
gravidade da doença e nos resultados
clínicos entre os grupos.
- Discussão:
-> 28,2% dos pacientes com COVID-19
apresentam níveis elevados das enzimas
hepáticas na admissão, o que pode estar
parcialmente relacionado à infecção pelo
SARS-CoV-2.
-> Pacientes do sexo masculino
apresentaram maior risco de elevação do
nível de enzimas hepáticas. Com a
intervenção médica precoce, a elevação do
nível de enzimas hepáticas não piorou os
resultados de pacientes com COVID-19.
Fertil Steril
29MAI2020 Assessment of SARS-CoV-2
in Human Semen-A
Cohort Study
Holtmann N et al.
Germany.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32650948/
Impacto da
COVID-19 no
sêmen
-Objetivo: Investigar a presença de RNA
viral no sêmen humano de pacientes com
infecção pelo SARS-CoV-2 e avaliar sua
presença e relevância nos parâmetros do
sêmen.
-Desenho: Estudo de coorte piloto.
- Local: Hospital Universitário.
->Paciente (s): Trinta e quatro homens
foram distribuídos como: 1) pacientes em
convalescença (pacientes com infecção
confirmada por SARS-CoV-2 no swab da
faringe de acordo com a RT-PCR; 2) grupo
controle negativo (sem anticorpos); e 3)
pacientes com infecção aguda (detecção de
SARS-CoV-2 no swab da faringe).
->Intervenção: Sêmen e uma amostra de
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
sangue foram coletados de cada indivíduo.
-> Principais medidas de resultado: análise
da qualidade do sêmen de acordo com os
padrões da Organização Mundial da Saúde.
-> Detecção de SARS-CoV-2 por RT-PCR
(gene E) na amostra de sêmen nativo e após
a preparação do gradiente de densidade.
Confirmação de anticorpos da
imunoglobulina (Ig) A e IgG no sangue
(ELISA, EuroImmun).
- Resultados:
-> Dezoito amostras de sêmen de homens
recuperados (14 COVID-19 leve e 4
COVID-19 moderada) média de idade
42±9,9 anos; IMC 25,6 ± 2,9 kg/m2) foram
obtidas 8-54 dias após a ausência de
sintomas, 14 de indivíduos controle (média
de idade 33,4 ± 13,1 anos; IMC 24,6±2,6
kg/m2) e 2 de pacientes com infecção ativa
pela COVID-19.
-> Nenhum RNA foi detectado por meio
deaRT-PCR no sêmen, incluindo amostras
de sêmen de dois pacientes com infecção
aguda por COVID-19.
-> Indivíduos com infecção moderada
apresentaram comprometimento da
qualidade espermática.
- Conclusões: Não é provável que a
infecção leve pela COVID-19 afete a
função dos testículos e do epidídimo,
enquanto os parâmetros do sêmen pareciam
prejudicados após uma infecção moderada.
-> O RNA da SARS-CoV-2 não pôde ser
detectado no sêmen de homens positivos e
recuperados da COVID-19. Isso sugere que
não há transmissão viral durante o contato
sexual e técnicas de reprodução assistida,
embora mais dados precisem ser obtidos.
Front Neurol
29MAI2020 Neurologic
Characteristics in
Coronavirus
Disease 2019
(COVID-19): A
Systematic
Review and
Meta-Analysis
Pinzon RT et al.
Indonesia.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32574250/
Características
neurológicas na
COVID-19
-Objetivos: revisão sistemática e metanálise
das características neurológicas de pacientes
com COVID19.
Grupos experimentais e/ou tipo de ensaio:
Análise de trabalhos publicados no Pubmed
entre 1º de janeiro e 8 de abril de 2020 e
suas referências, que relatavam achados
neurológicos nos pacientes com Covid19. O
escore de qualidade utilizado foi o Oxford
Center for Evidence-Based Medicine
guidelines.
- Resultados:
-> De 280 estudos, 33 foram selecionados,
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
com 7.559 participantes no total.
-> O escore de qualidade dos estudos variou
entre 2 e 5 (mediana 3).
-> Principais sintomas: Lesão muscular ou
mialgia foi o sintoma neurológico mais
comum (19,2%, IC95% 15,4–23,2%) da
COVID-19, seguido de cefaléia (10,9%,
IC95% 8,62–13,51%); tontura (8,7%,
IC95% 5,02–13,43%); náusea com ou sem
vômito (4,6%, IC 95% 3,17–6,27%); doença
cerebrovascular concomitante (4,4%, IC95%
1,92–7,91%); e consciência prejudicada
(3,8%, IC 95% 0,16-12,04%).
-> A doença cerebrovascular subjacente foi
encontrada em 8,5% (IC95% 4,5–13,5%)
dos estudos.
- Conclusões e comentários: O estudo
apresenta limitações, como a maior parte
dos estudos vindo da China (88%), o que
pode não refletir o panorama mundial;
valores de referência dos laboratórios variou
entre os estudos; a maior parte dos estudos
teve como base a análise de prontuários
médicos e não houve graduação da
gravidade dos sintomas.
Aging Med
22MAI2020 Longer
incubation period
of coronavirus
disease 2019
(COVID-19) in
older adults
Kong TK. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32661509/
Período de
incubação do
SARS-CoV-2 de
acordo com a
idade
Objetivo: Investigar qualquer alteração
relacionada à idade no período de
incubação na COVID-19, especificamente
qualquer diferença entre adultos mais
velhos (com idade ≥ 65 anos) e adultos
mais jovens.
-Métodos: Com base em dados on-line
divulgados oficialmente por 21 cidades
chinesas de 22 de janeiro a 15 de fevereiro
de 2020, o período de incubação dos
pacientes com COVID-19 que viajaram
para Hubei foi estudado de acordo com a
idade. Estudos anteriores foram revisados e
comparados.
- Resultados: O estudo recrutou 136
pacientes com COVID-19 que viajaram
para Hubei entre 5 e 31 de janeiro de 2020,
permaneceram por 1-2 dias e retornaram
com o início dos sintomas entre 10 de
janeiro e 6 de fevereiro de 2020. A idade
média foi de 50,5 anos (faixa de 1-86 anos)
e 22 pacientes (16,2%) tinham idade ≥65
anos.
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
-> O período de incubação estratificado por
idade foi em forma de U com valores mais
altos nos extremos de idade.
-> O período médio de incubação na
COVID-19 foi 8,3 (IC90% 7,4-9,2) dias
para todos os pacientes, 7,6 (IC90%, 6,7-
8,6) dias para adultos mais jovens e 11,2
(IC90%, 9,0-13,5) dias para adultos mais
velhos.
-> Os percentis 5/25/75/90 foram de
2,3/5,3/11,3/14,2 dias para todos,
2,0/5,0/10,5/13,2 dias para adultos mais
jovens e 3,1/7,8/14,4/17,0 dias para adultos
mais velhos.
-> Obs: Havia 11 estudos publicados sobre
os períodos de incubação na COVID-19 até
30 de março de 2020, relatando médias de
1,8 a 7,2 dias e medianas de 4-7,5 dias,
mas não houve estudo específico sobre o
efeito da idade no período de incubação.
Um estudo mostrou que casos graves de
COVID-19, que incluíram mais pacientes
idosos, tiveram períodos de incubação mais
longos.
- Conclusão: Com base em 136 pacientes
com histórico de viagens para Hubei,
epicentro da COVID-19, o período de
incubação na COVID-19 foi maior nos
adultos mais velhos. Esse achado tem
implicações importantes para o
diagnóstico, prevenção e controle da
COVID-19.
Mol Ther
Methods Clin
22MAI2020
Airways
Expression of
SARS-CoV-2
Receptor, ACE2,
and TMPRSS2 Is
Lower in
Children Than
Adults and
Increases With
Smoking and
COPD
Sharif-Askari NS et al.
United Arab Emirates
and USA.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32537478/
Modulação da
expressão gênica
da ECA2 e da
TMPRSS2 com a
idade, no
tabagismo e na
doença pulmonar
obstrutiva crônica
- Prévio: A enzima conversora de
angiotensina 2 (ECA2) e a serina protease
transmembranar 2 (TMPRSS2) são as
principais proteínas para a entrada nas
células pelo SARS-CoV-2 e desempenham
um papel crítico na patagênse da COVID-
19.
- Objetivo: Investigar o nível de expressão
da ECA2 e da TMPRSS2 nas células das
vias aéreas pulmonares e comparação com
a expressão com genes num banco de
dados.
- Resultados: Encontramos uma expressão
diferencial da ECA2 e TMPRSS2 nas vias
aéreas nasais e brônquicas em relação à
idade e ao status da doença.
-> Verificou-se que as crianças apresentam
uma expressão significativamente mais
baixa dos receptores ECA2 e TMPRSS2
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
nas vias aéreas superiores e inferiores
(nasais e brônquicas).
-> Além disso, verificou-se que a
expressão das vias aéreas pulmonares de
ECA2 e TMPRSS2 foi significativamente
aumentada em fumantes em comparação
com não fumantes e em pacientes com
doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) em comparação com indivíduos
saudáveis.
-> Não foi observada diferença nos níveis
da expressão plasmática da ECA2 e
TMPRSS2 entre crianças e adultos, ou em
pacientes com DPOC ou diabéticos.
-> No entanto, um aumento significativo
nos níveis de expressão plasmática desses
genes foi observado em pacientes com
hipertensão essencial (não descrito qual
anti-hipertensivo em uso), enquanto apenas
a ECA2 foi supra-regulada no sangue de
asmáticos.
-> células epiteliais pulmonares infectadas
pelo SARS-CoV-2 apresentaram redução
da expressão da ECA2 de forma tempo-
dependente, mas não da TMPRSS2.
- Conclusões: Esses resultados sugerem
que a diferença observada na gravidade do
COVID-19 entre crianças e adultos pode,
em parte, ser atribuída à diferença nos
níveis de expressão gênica da ECA2 e da
TMPRSS2 nos tecidos das vias aéreas.
J Thorac Dis
19MAI2020 Clinical
Characteristics of
COVID-19
Infection in
Chronic
Obstructive
Pulmonary
Disease: A
Multicenter,
Retrospective,
Observational
Study
Wu F et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32642086/
Doença pulmonar
obstrutiva crônica
e COVID-19
- Prévio: A COVID-19 tem sido uma
doença pandêmica global, com mais de 4
milhões de casos e quase 300.000 mortes.
Pouco se sabe sobre a COVID-19 em
pacientes com doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC).
- Objetivo: Avaliar a influência da DPOC
preexistente no progresso e nos resultados
da COVID-19.
- Métodos: Estudo multicêntrico,
retrospectivo, observacional.
-> Incluídos 1.048 pacientes com idade
igual ou superior a 40 anos, sendo 50
pacientes com DPOC e 998 pacientes sem
DPOC, e com COVID-19 confirmado por
sequenciamento de alto rendimento ou RT-
PCR, entre 11 de dezembro de 2019 e
fevereiro 20, 2020.
-> Coletados dados demográficos,
resultados de testes patológicos, imagens
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
radiológicas e tratamentos.
-> Desfechos primários: desfechos
compostos determinados pela admissão na
UTI, ventilação mecânica ou óbito.
- Resultados:
-> DPOC (n=50) versus não DPOC:
mediana de idade 71 (65,8077,9) vs 56 (49-
64,9), p< 0,001; homens 83% vs 55%
(p<0,001), tabagismo 49% vs 9,5%
(p<0,001), HAS 38% vs 23,3% (p=0,018),
doença arterial coronariana 16% vs 4,8%
(p=0,001), doença cerebrovascular 20% vs
2,1% (p<0,001), doença renal crônica 6%
vs 1,2% (p=0,005), DM 16% vs 11,8%
(p=0,38).
-> Comparados com pacientes que tiveram
COVID-19, mas não DPOC, aqueles com
DPOC apresentaram maiores taxas de
fadiga (56,0% vs 40,2%), dispnéia (66,0%
vs 26,3%), diarréia (16,0% vs 3,6%) e
inconsciência (8,0% vs 1,7%) e uma
proporção significativamente maior de
tempo de tromboplastina parcial ativada
aumentada (23,5% vs 5,2%; p<0,001), D-
dímero elevado (65,9% vs 29,3%; p<0,001)
e proteína C reativa aumentada (95,3% vs
82,4%, p=0,028), além de opacidades em
vidro fosco (77,6% vs 60,3%),
sombreamento irregular local (61,2% vs
41,4%) e anormalidades intersticiais
(51,0% vs 19,8%) na TC de tórax.
-> Pacientes com DPOC apresentaram
maior probabilidade de desenvolver
coinfecção bacteriana ou fúngica (20,0% vs
5,9%), síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA) (20,0% vs
7,3%), choque séptico (14,0% vs 2,3%) ou
aguda insuficiência renal (12,0% vs 1,3%).
-> Pacientes com DPOC e COVID-19
tiveram um risco maior de atingir os
objetivos compostos [razão de risco (HR):
2,17, IC95% 1,40-3,38; p=0,001] ou óbito
(HR=2,28, IC95%: 1,15-4,51; p=0,019),
após o ajuste.
- Conclusões: Neste estudo, pacientes com
DPOC que desenvolveram COVID-19
apresentaram maior risco de admissão na
unidade de terapia intensiva, ventilação
mecânica ou morte. No entanto, vale
ressaltar que outros fatores de risco para
progressão da COVID-19 também estavam
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
presentes no grupo DPOC, como idade e
comorbidades.
Br J Haematol
18MAI2020 The Association
Between Severe
COVID-19 and
Low Platelet
Count: Evidence
From 31
Observational
Studies Involving
7613 Participants
Jiang SQ et al. China.
https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/32420607/
Plaquetopenia
como fator de
risco para
gravidade e
mortalidade na
COVID-19
-Análise de estudos publicados ate
20/04/2020: 31 estudos. 7.613
participantes; 25 estudos relataram a
contagem plaquetária de pacientes com
COVID‐19 grave e não grave e 15 dos
estudos relataram a proporção de
trombocitopenia em pacientes com
COVID‐19 grave e não grave.
- Resultados:
-> Para os 25 estudos que relataram a
contagem de plaquetas de pacientes com
COVID ‐ 19 grave e não grave, diferença
média padronizada combinada (SMD,
standardized mean difference) revelou uma
contagem de plaquetas mais baixa em
pacientes graves do que em pacientes não
graves (SMD= –0,36, IC95% ‐0,48 a - 0
,23, I2=56,9%.
-> Seis dos 25 estudos definiram óbito
como estado grave. A SMD agrupada
revelou uma contagem de plaquetas muito
menor nos pacientes não sobreviventes
com COVID-19 do que os pacientes
sobreviventes (SMD= -0,60, IC95% -0,72 a
-0,47, I2 <0,1%).
-> 15 dos 31 estudos incluídos relataram a
proporção de trombocitopenia em pacientes
com COVID‐19 grave e não grave: A
razão de chances combinada indicou
associação significativa entre
trombocitopenia e COVID‐19 grave
(OR=3,46, IC95% 1,72–6,94, I2=91,8%).
->Três destes 15 estudos definiram óbito
como estado grave. A razãio de chances
combinada sugeriu uma associação mais
forte entre trombocitopenia e óbito causada
pela COVID‐19 (OR=11,75, IC95% 3,51–
39,31, I2=88,9%).
- Conclusões: quando comparados aos
pacientes com COVID ‐ 19 não grave, os
pacientes com COVID‐19 grave
apresentavam menor contagem de
plaquetas. Os não sobreviventes tiveram
uma contagem de plaquetas muito menor
do que os sobreviventes. A
trombocitopenia pode ser um fator de risco
para o COVID ‐ 19 progredir para um
estado mais grave. São necessários mais
estudos sobre a contagem de plaquetas no
17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘
COVID ‐ 19.
- Conclusão, quando comparados aos
pacientes com COVID‐19 não grave, os
pacientes com COVID‐19 grave tiveram
uma contagem de plaquetas mais baixa. Os
não sobreviventes tiveram uma contagem
de plaquetas muito menor do que os
sobreviventes. A trombocitopenia pode ser
um fator de risco para a COVID‐19
progredir para um estado mais grave.