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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) Hospital Israelita Albert Einstein Revista e data Título Autores e links Pergunta Principal Aspectos-chaves Am J Clin Pathol 15JUL2020 SARS-CoV-2 Antibody Responses Do Not Predict COVID-19 Disease Severity Phipps WS et al. USA, https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32666092/ Resposta sorológica ao SARS-CoV-2 não tem associação com a gravidade da doença -Objetivos: Avaliar o desempenho dos testes diagnósticos baseados em sorologia para o SARS-CoV-2, além de verificar os níveis de anticorpos afetam a imunidade e o curso da doença. -Métodos: N=967 indivíduos testados para anticorpos IgG reativos ao SARS-CoV-2, incluindo 172 casos suspeitos de SARS- CoV-2 (n=96 PCR negativa; n=76 PCR positiva: 52/76 foram testados para sorologia, sendo que 15 fizeram testes seriados para IgG e 37 testaram para IgM), 656 amostras de plasma de doadores saudáveis, 49 soros de pacientes com doença reumática (n=20 com fator reumatóide positivo e n=29 com ANA+/dsDNA+) e 90 amostras de indivíduos positivos para o painel viral respiratório. -> Um subgrupo de casos positivos pela PCR para SARS-CoV-2 foi testado para anticorpos IgM pelo método de matriz proteômica. - Resultados: Todas as amostras de especificidade e de reatividade cruzada foram negativas para anticorpos SARS- CoV-2 IgG (0/795, 0%). -> A concordância positiva da IgG com a PCR foi de 83% das amostras confirmadas em mais de 14 dias após o início dos sintomas, com sensibilidade inferior a 100% atribuível a um caso com imunossupressão grave. -> A IgM específica para vírus foi positiva em uma proporção maior de casos, menos de 3 dias após o início dos sintomas. -> Não foi observada associação entre o curso da doença leve e grave em relação aos níveis de IgG e IgM. - Conclusões: O ensaio SARS-CoV-2 IgG estudado teve 100% de especificidade e nenhuma reatividade cruzada adversa. As medidas de anticorpos IgG e IgM não predizem a gravidade da doença na população de pacientes. N Engl J Med 14JUL2020 An mRNA Vaccine against SARS-CoV-2 - Preliminary Report Jackson LA et al. mRNA-1273 Study Group. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32663912/ Fase 1 da vacina de mRNA anti- SARS-CoV-2: Good News! - Prévio: A COVID-19 surgiu no final de 2019 e se espalhou globalmente, levando a um esforço internacional para acelerar o desenvolvimento de uma vacina. A vacina candidata mRNA-1273 codifica a proteína pré-fusão estabilizada spike (S) do SARS- CoV-2. - Métodos: Realizado um ensaio clínico de

05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Revista e

data

Título Autores e links Pergunta

Principal

Aspectos-chaves

Am J Clin

Pathol

15JUL2020

SARS-CoV-2

Antibody

Responses Do

Not Predict

COVID-19

Disease Severity

Phipps WS et al. USA,

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32666092/

Resposta

sorológica ao

SARS-CoV-2

não tem

associação com a

gravidade da

doença

-Objetivos: Avaliar o desempenho dos

testes diagnósticos baseados em sorologia

para o SARS-CoV-2, além de verificar os

níveis de anticorpos afetam a imunidade e

o curso da doença.

-Métodos: N=967 indivíduos testados para

anticorpos IgG reativos ao SARS-CoV-2,

incluindo 172 casos suspeitos de SARS-

CoV-2 (n=96 PCR negativa; n=76 PCR

positiva: 52/76 foram testados para

sorologia, sendo que 15 fizeram testes

seriados para IgG e 37 testaram para IgM),

656 amostras de plasma de doadores

saudáveis, 49 soros de pacientes com

doença reumática (n=20 com fator

reumatóide positivo e n=29 com

ANA+/dsDNA+) e 90 amostras de

indivíduos positivos para o painel viral

respiratório.

-> Um subgrupo de casos positivos pela

PCR para SARS-CoV-2 foi testado para

anticorpos IgM pelo método de matriz

proteômica.

- Resultados: Todas as amostras de

especificidade e de reatividade cruzada

foram negativas para anticorpos SARS-

CoV-2 IgG (0/795, 0%).

-> A concordância positiva da IgG com a

PCR foi de 83% das amostras confirmadas

em mais de 14 dias após o início dos

sintomas, com sensibilidade inferior a

100% atribuível a um caso com

imunossupressão grave.

-> A IgM específica para vírus foi positiva

em uma proporção maior de casos, menos

de 3 dias após o início dos sintomas.

-> Não foi observada associação entre o

curso da doença leve e grave em relação

aos níveis de IgG e IgM.

- Conclusões: O ensaio SARS-CoV-2 IgG

estudado teve 100% de especificidade e

nenhuma reatividade cruzada adversa. As

medidas de anticorpos IgG e IgM não

predizem a gravidade da doença na

população de pacientes.

N Engl J Med

14JUL2020 An mRNA

Vaccine against

SARS-CoV-2 -

Preliminary

Report

Jackson LA et al.

mRNA-1273 Study

Group.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32663912/

Fase 1 da vacina

de mRNA anti-

SARS-CoV-2:

Good News!

- Prévio: A COVID-19 surgiu no final de

2019 e se espalhou globalmente, levando a

um esforço internacional para acelerar o

desenvolvimento de uma vacina. A vacina

candidata mRNA-1273 codifica a proteína

pré-fusão estabilizada spike (S) do SARS-

CoV-2.

- Métodos: Realizado um ensaio clínico de

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

fase 1, com escalonamento da dose,

incluindo 45 adultos saudáveis, com idades

entre 18 e 55 anos, que receberam duas

doses da vacina mRNA-1273, com 28 dias

de intervalo, na dose de 25 μg, 100 μg ou

250 μg. Havia 15 participantes em cada

grupo de dose.

-> As respostas de anticorpo de ligação

contra S-2P e o domínio de ligação ao

receptor (RBD), localizado na subunidade

S1, foram avaliadas por ELISA.

-> A atividade neutralizante induzida pela

vacina foi avaliada por um repórter de

lentivírus pseudotipado (PSVNA) e pelo

ensaio de neutralização na placa de redução

com SARS-CoV-2 vivo do tipo selvagem

(PRNT).

-> ELISA e PsVNA foram realizados em

amostras coletadas de todos os

participantes nos dias 1, 15, 29, 36, 43 e

57. Devido à natureza demorada do ensaio

PRNT, para este relatório da análise

interina, os resultados estavam disponíveis

apenas para o dia 1 e 43 dias, nos grupos

de doses de 25 μg e 100 μg.

-> As respostas das células T contra a

proteína spike foram avaliadas por um

ensaio intracelular de coloração de

citocinas, realizado em amostras coletadas

nos dias 1, 29 e 43.

-> Para comparação das respostas imunes

dos participantes com as induzidas pela

infecção por SARS-CoV-2, 41 amostras de

soro convalescente também foram testadas.

Os ensaios foram realizados no NIAID

Vaccine Research Center (ELISA e

PsVNA) e no Vanderbilt University

Medical Center (PRNT).

- Resultados:

-> Grupos 1, 2 & 3: média de idade 36,7±

7,9 anos, 31,3 ±8,7 e 31±8,0 anos, sexo

masculino 60%, 47% e 40% (total 51%),

cor branca 100%, 73% e 93% (total 89%),

IMC 24,6 ± 3,4, 26,7± 2,6 e 24,7±3,1

kg/m2

-> Após a primeira vacinação, as respostas

de anticorpos anti-S-2P foram maiores com

doses mais altas (dia 29 do teste

imunoabsorvente enzimático/ELISA) com

título médio geométrico [GMT] de 40.227

no grupo de 25 μg, 109.209 no grupo de

100 μg e 213.526 no grupo de 250 μg).

-> Após a segunda vacinação, os títulos

aumentaram (dia 57 GMT, 299.751,

782.719 e 1.192.154, respectivamente).

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Após a segunda dose, a atividade da

neutralização do soro foi detectada por dois

métodos em todos os participantes

avaliados, com valores geralmente

semelhantes aos da metade superior da

distribuição de um painel de amostras de

soro convalescente de controle.

-> Eventos adversos: ocorreram em mais

da metade dos participantes e incluíram

fadiga, calafrios, cefaléia, mialgia e dor no

local da injeção.

-> Os eventos adversos sistêmicos foram

mais comuns após a segunda vacinação,

particularmente com a dose mais alta, e três

participantes (21%) no grupo de doses de

250 μg relataram um ou mais eventos

adversos graves.

- Conclusões: A vacina mRNA-1273

induziu respostas imunes anti-SARS-CoV-

2 em todos os participantes, e não foram

identificadas preocupações de segurança

limitadoras para estudos futuros. Esses

achados apóiam o desenvolvimento

adicional desta vacina e avaliação em

estudos de fases 2 e 3.

- mRNA-1273 número ClinicalTrials.gov,

NCT04283461.

Respir Res

14JUL2020 SARS-CoV-2

induces

transcriptional

signatures in

human lung

epithelial cells

that promote

lung fibrosis

Xu J et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32664949/

Assinatura da

transcrição de

genes ativados

pelo SARS-CoV-

2 e fibrose

- Prévio: A enzima conversora de

angiotensina (ECA) 2 é um receptor celular

do SARS-CoV-2. É clivado pela serina

protease transmembranar tipo II

(TMPRSS) 2 e pelo domínio desintegrina e

metalopeptidase (ADAM) 17 que auxiliam

a entrada viral nas células hospedeiras.

Clinicamente, a infecção pelo SARS-CoV-

2 pode resultar em lesão pulmonar aguda e

fibrose pulmonar, mas os mecanismos

subjacentes à fibrose pulmonar induzida no

curso da COVID-19 não são totalmente

compreendidos.

- Métodos: As redes da ECA2 e suas

moléculas interagentes foram identificadas

por métodos bioinformáticos. Suas

expressões gênicas e proteicas foram

medidas em células epiteliais humanas

após 24 h da infecção pelo SARS-CoV-2

ou em conjuntos de dados existentes de

pacientes com fibrose pulmonar.

- Resultados: Confirmamos a ligação do

SARS-CoV-2 e ECA2 pela análise

bioinformática. TMPRSS2, ADAM17,

inibidor tecidual de metaloproteinase

(TIMP) 3, angiotensinogênio (AGT), fator

de crescimento de transformação beta

(TGFB1), fator de crescimento de tecido

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

conjuntivo (CTGF), fator de crescimento

endotelial vascular (VEGF) A e

fibronectina (FN) interagiram com a

ECA2, e o mRNA e a proteína dessas

moléculas foram expressos em células

epiteliais do pulmão.

-> A infecção pelo SARS-CoV-2 aumentou

o mRNA da ECA2, TGFB1, CTGF e FN1

que são fatores determinantes da fibrose

pulmonar. Essas alterações também foram

encontradas nos tecidos pulmonares de

pacientes com fibrose pulmonar.

- Conclusões: O SARS-CoV-2 quando se

liga à ECA2 ativa genes e processos

relacionados à fibrose, o que pode

contribuir para fibrose pulmonar.

Crit Care

14JUL2020 Atorvastatin

associated with

decreased hazard

for death in

COVID-19

patients admitted

to an ICU: a

retrospective

cohort study

Rodriguez-Nava G et al.

USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32664990/

Atorvastatina na

COVID-19?

-Prévio: O SARS-CoV interage com

receptores do tipo Toll na membrana da

célula hospedeira, aumentando a expressão

do gene MYD88, ativando finalmente o

NF-κB e desencadeando vias inflamatórias.

Modelos experimentais demonstraram que

as estatinas estabilizam os níveis de

MYD88 após um gatilho pró-inflamatório

e, em um modelo murino, a atorvastatina

atenuou significativamente a ativação de

NF-κB. Além disso, há 2 estudos de coorte

retrospectivos que relataram um risco

reduzido de óbito pela influenza entre

usuários de estatina.

- Objetivos: Avaliar se os usuários de

estatinas na dose de 40 mg por dia

reduziram o risco de mortalidade hospitalar

pela COVID-19.

- Meotodologia: Estudo de coorte

retrospectivo, incluindo 87 pacientes

adultos com COVID-19 confirmada em

laboratório, internados na UTI do hospital

comunitário em Evanston, IL, EUA, de

março a maio de 2020.

-> Modelo de regressão de riscos

proporcionais de Cox para examinar a

relação entre tratamentos adjuvantes e

mortalidade hospitalar.

-> Para minimizar os fatores de confusão,

ajustamos para idade, hipertensão, doença

cardiovascular, ventilação mecânica

invasiva, gravidade de acordo com os

critérios do National Institutes of Health

(frequência respiratória> 30, SpO2 <94%,

PaO2/FiO2 <300 mmHg ou infiltrados

pulmonares> 50%), número de

comorbidades (como variável contínua) e

outras terapias adjuvantes (incluindo

hidroxicloroquina, esteróides intravenosos,

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

azitromicina, tocilizumab, colchicina e

antibióticos), forçando essas variáveis ao

modelo.

-Resultados:

-> Mediana de idade 68 anos (IQR, 58-75

anos), 56 (64,4%) sexo masculino e 50

(57,5%) eram residentes especializados em

instalações de enfermagem.

-> Desses pacientes, 39 (44,8%) receberam

alta hospitalar, mediana do tempo de

internação 13 dias (IQR, 7 a 21 dias) e 48

(55,2%) foram a óbito, mediana de tempo

de internação 9,5 dias (IQR, 3 14,75 dias),

diferença estatisticamente significante

(p=0,032).

-> 24 (61,5%) sobreviventes recebeu

atorvastatina 40 mg por dia, em

comparação com 23 (47,9%) dos não

sobreviventes (p = 0,20 por qui-quadrado).

-> No modelo de regressão multivariável

de Cox, os não usuários de atorvastatina

tiveram 73% de chance de progressão mais

rápida para óbito em comparação com os

usuários de atorvastatina.

- Conclusões: A atorvastatina tem efeito

benéfico na COVID-19. No entanto, o

desenho do estudo observacional apresenta

limitações. Estudos randomizados e

controlados são necessários para

chegarmos a conclusões definitivas.

Eur J Clin

Microbiol

Infec Dis

14JUL2020

Combined

throat/nasal swab

sampling for

SARS-CoV-2 is

equivalent to

nasopharyngeal

sampling

Vlek ALM et al. The

Netherlands.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32666481/

Swab

nasofaríngeo ou

swab combinado

orofaringe/nasal?

Prévio: A PCR em uma amostra

nasofaríngea é o método de referência para

a detecção de SARS-nCoV-2. No entanto,

a amostragem combinada da

orofaringe/nasal como método de teste tem

várias vantagens.

-Objetivo: Comparar a amostra combinada

da orofaringe/nasal com a amostra

nasofaríngea para detecção de SARS-CoV-

2 em profissionais de saúde suspeitos para

COVID-19.

- Métodos: Em 107 profissionais de saúde

com sintomas de COVID-19, foram

realizadas amostragem combinada de

orofaringe/nasal (foi utilizado o mesmo

cotonete) e amostragem nasofaríngea

(coleta apenas de uma narina). A detecção

de SARS-CoV-2 foi realizada pela RT-

PCR (gene E).

- Resultados: Um total de 80 profissionais

de saúde (74,8%) apresentaram resultado

negativo nos dois métodos de amostragem

e 25 profissionais de saúde (23,4%)

apresentaram resultado positivo nos dois

métodos de amostragem.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Houve dois resultados discrepantes com

PCR positiva em swabs combinados de

orofaringe/nasal e PCR negativa em swabs

nasofaríngeos (1,9%).

-> O índice κ (kappa) para concordância

entre os 2 métodos de amostragem foi alto

(0,95).

-> O valor do limiar do ciclo mediano (Ct)

da PCR nas amostras nasofaríngeas foi

significativamente menor que o valor da

PCR nas amostras combinadas de

orofaringe/nasal 19 (variação 14-31; IQR

17-20) versus 21 (variação 15-37, IQR 18-

29) ciclos, p=0,01).

- Conclusão: A combinação de esfregaços

nasais/orofaringe produz uma sensibilidade

semelhante para detectar o SARS-CoV-2

como esfregaços nasofaríngeos e é um bom

método de amostragem alternativo, apesar

de um valor significativamente mais baixo

de Ct para as amostras nasofaríngeas.

Blood Purif

13JUL2020 Prevalence,

Characteristics,

Risk Factors, and

Outcomes of

Invasively

Ventilated

COVID-19

Patients with

Acute Kidney

Injury and Renal

Replacement

Therapy

Fominskiy EV et al.

COVID-BioB Study

Group.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32659757/

Lesão renal

aguda em

pacientes com

COVID-19 em

ventilação

mecânica

-Prévio: A ocorrência de lesão renal aguda

(LRA) e terapia renal substitutiva contínua

(TRSC) nos pacientes com COVID-19

crítica é um desafio médico.

-Objetivo: Estudar a prevalência,

características, fatores de risco e resultado

da LRA e TRSC entre pacientes com

COVID-19 ventilados invasivamente.

-Métodos: Estudo observacional em um

hospital terciário em Milão, Itália.

- Resultados: Entre 99 pacientes em

ventilação mecânica, 72 (75,0%)

desenvolveram LRA e 17 (17,7%)

receberam TRSC.

-> A maioria dos pacientes desenvolveu

LRA no estágio 1 (33 [45,8%]), enquanto

15 (20,8%) desenvolveram LRA no estágio

2 e 24 (33,4%) desenvolveram LRA no

estágio 3.

-> Os pacientes que desenvolveram LRA

ou precisaram de TRSR eram mais velhos,

e entre os pacientes tratados com TRSR,

uma proporção maior apresentava DRC

preexistente.

-> A mortalidade hospitalar foi 38,9% para

LRA e 52,9% para pacientes com

necessidade de TRSC.

- Conclusões: Entre os pacientes com

COVID-19 ventilados invasivamente, a

LRA é muito comum e o uso de TRSC é

comum. Ambos apresentam alto risco de

mortalidade hospitalar.

Eur Heart J

13JUL2020 Pulmonary

embolism in

Fauvel C et al. France. Avaliação dos

fatores de risco

- Objetivos: Descrever os fatores de risco

associados à embolia pulmonar (EP) na

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

COVID-19

patients: a

French

multicentre

cohort study

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32656565/

para embolia

pulmonar na

COVID-19

COVID-19.

- Métodos e resultados:

-> Eestudo observacional retrospectivo

multicêntrico, envolvendo pacientes

consecutivamente hospitalizados por

COVID-19.

-> Foram excluídos os pacientes sem

diagnóstico de EP comprovado por

angiotomografia pulmonar e os que foram

admitidos diretamente na UTI.

-> Entre 1240 pacientes (58,1% homens,

média de idade 64 ± 17 anos), 103 (8,3%)

pacientes tiveram EP confirmada por

angiotomografia pulmonar.

-> tempo entre o início dos sintomas e a

internação: 7,2 ± 4,7 dias

-> Comorbidades: tabagismo 14,9%, HAS

45,4%, DM 21,7%, dislipidemia 25,6%,

DPOC 6,2%, doença renal crônica 10,3%,

doença arterial periférica 4,9%, fibrilação

atrial 9,5%, doença arterial coronariana

10,7%, doença cardíaca crônica 9,5%.

-> A transferência para UTI, a ventilação

mecânica e o diagnóstico de trombose

venosa profunda foram significativamente

maiores no grupo EP (para ambos

p<0,001).

-> EP versus não EP: sexo masculino

70,9% vs 57% (p=0,009; OR 1,83 IC95%

1,19-2,89), tempo entre o início dos

sintomas e a internação 8,6 ±5,7 vs 7,0±4,5

dias (p=0,009; OR 1,38 IC95% 1,13-1,68).

-> De modo inesperado, fibrilação atrial foi

mais frequente em pacientes sem EP

(10,3% vs 1,0%, OR=0,10, IC95% 0,01-

0,44, p=0,004), bem como história de AVC

(8,2% vs 1,9%, OR=0,24 IC95% 0,04-0,77,

p=0,037).

-> Pacientes com EP aprsentaram valores

mais altos de leucócitos 9,6 ± 10,9 vs 7,1±

4,8 x 109/l, p=0,028), de plaquetas (246±94

vs 223± 97 x 109/l, p=0,022), de proteína C

reativa (114± 95 vs 89±75 mg/l, p=0,013),

de D-dímero (3519 ± 4385 vs 1371±4,12

μg/l, p<0,001) e de maior envolvimento do

parênquima pulmonar pela infecção >50%

(25,5% vs 16,7%, p=0,036)

-> Análise univariada: os fatores de risco

tromboembólicos venosos tradicionais não

foram associados à EP (p> 0,05), enquanto

os pacientes sob anticoagulação com dose

terapêutica antes da hospitalização ou

anticoagulação com dose profilática

introduzida durante a internação

apresentaram menor ocorrência de EP

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

(OR=0,40, IC95% 0,14-0,91, p=0,04; e

OR=0,11, IC95% 0,06-0,18, p<0,001,

respectivamente).

-> Análise multivariada: as seguintes

variáveis, também estatisticamente

significantes na análise univariada, foram

associadas à EP: sexo masculino

(OR=1,03, IC95% 1,003-1,069, p=0,04),

anticoagulação com dose profilática (OR=

0,83, 95% IC95% 0,79-0,85, p<0,001) ou

uma dose terapêutica (OR=0,87, IC95%

0,82-0,92, p<0,001), proteína C reativa

(OR=1,03, IC95% 1,01-1,04, p=0,001) e

tempo desde o início dos sintomas até a

hospitalização (OR=1,02, IC95% 1,006-

1,038, p= 0,002).

- Conclusões: Os fatores de risco para EP

no contexto da COVID-19 não incluem

fatores de risco tromboembólicos

tradicionais, mas sim achados clínicos e

biológicos independentes na admissão,

incluindo uma importante contribuição do

estado de inflamação dos pacientes.

Ann Hematol

12JUL2020 Blood type and

outcomes in

patients with

COVID-19

Latz CA et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32656591/

Tipo sanguíneo e

desfechos

clínicos na

COVID-19?

- Objtivo: Determinar se existe uma

associação entre o tipo sanguíneo ABO e a

gravidade da COVID-19 definida por

intubação ou óbito, bem como verificar se

há variabilidade no teste positivo para

COVID-19 entre os tipos sanguíneos.

- Metodologia:

-> Pacientes adultos com teste positivo

para COVID-19 em cinco hospitais no

período de 6 de março a 16 de abril de

2020 (Estado de Massachesetts, EUA;

daods do Partner’s Healthcare System’s

Research Patient Data Registry –RPDR). A

internação, intubação e morte foram

avaliadas quanto à associação com o tipo

sanguíneo.

-> Análise univariada + regressão logística:

avaliar o efeito independente do tipo

sanguíneo no risco de intubação e/ou óbito

e testes positivos.

- Resultados:

-> N=7.648 pacientes: teste para SARS-

CoV-2.

-> N=1.289 foram positivos para a

COVID-19 com um tipo sanguíneo

conhecido: 440 (34,2%) tipo A, 201

(15,6%) tipo B, 61 (4,7%) tipo AB e 587

(45,5%) tipo O.

-> Sem diferenças na média de idade (56-

57 anos), sexo feminino (54-68%) e

comorbidades (HAS 58-69%; DM 33-

41%), tabagismo (19-25%), doença

Page 9: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

coronariana (35-49%), insuficiência

cardíaca (16-21%), doença renal crônica

(17%-20%), asma (23-28%), DPOC (12-

15%) e neoplasia (27-31%).

-> 484 (37,5%) foram internados, 123

(9,5%) foram internados na UTI, 108

(8,4%) foram intubados, 3 (0,2%)

necessitaram de ECMO e 89 (6,9%) foram

a óbito.

-> Análise univariada: não houve

associação entre o tipo sanguíneo e

qualquer um dos marcadores inflamatórios

(pico de leucócitos, p=0,25; pico de DHL,

p=0,40; pico do VHS, p=0,16; pico da

proteína C reativa, p=0,14) nem entre os

tipos de sangue e qualquer desfecho clínico

de gravidade (admissão p=0,20, admissão

na UTI p=0,94, intubação p=0,93,

pronação enquanto intubado p=0,58,

ECMO p=0,09 e óbito p=0,49). -> Análise multivariada o tipo sanguíneo

não se associou independentemente ao

risco de intubação ou óbito: tipo sanguíneo

referente A; tipo sanguíneo B: aOR: 0,72,

IC95%: 0,42-1,26, p=0,25; tipo sanguíneo

AB: aOR: 0,78, IC: 0,33-1,87, p=0,58; tipo

sanguíneo O: aOR: 0,77, IC: 0,51-1,16,

p=0,21); fator rhesus positivo (Rh +): aOR:

1,03, IC: 0,93-1,86, p=0,10.

-> O tipo sanguíneo A não teve correlação

com o teste positivo (aOR: 1,00, IC: 0,88-

1,13, p=0,96), o tipo sanguíneo B foi

associado a maiores chances de teste

positivo para doença (aOR: 1,28, IC: 1,08-

1,52, p=0,004), o AB também foi associado

com maior chance de teste positivo (aOR:

1,37, IC: 1,02-1,83, p=0,035) e O foi

associado a um menor risco de teste

positivo (aOR: 0,84, IC: 0,75-0,95,

p=0,007).

-> O status Rh+ foi associado a maiores

chances de teste positivo (aOR: 1,23, IC:

1,003-1,50, p=0,047).

- Conclusões: O tipo sanguíneo não foi

associado ao risco de intubação ou óbito

em pacientes com COVID-19.

-> Pacientes com tipos sanguíneos B e AB

que receberam um teste apresentaram

maior probabilidade de testar positivo e

tipo sanguíneo O com menor probabilidade

de testar positivo. Os pacientes Rh + foram

mais propensos a testar positivo para o

SARS-CoV-2.

Liver Int

12JUL2020 Liver

histopathology in

Sonzogni A et al.

https://pubmed.ncbi.nlm.

Histologia post-

mortem do fígado

- Prévio: Na Itália, a infecção pelo SARS2-

CoV-2 foi associada ao aumento da morbi-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

severe COVID 19

respiratory

failure is

suggestive of

vascular

alterations

nih.gov/32654359/

de pacientes que

foram a óbito por

pneumonia pela

COVID-19

mortalidade. Embora os pulmões pareçam

ser o principal alvo da infecção, poucas

informações estão disponíveis sobre o

envolvimento hepático, possivelmente

evocando uma doença sistêmica.

-Métodos: biópsias hepáticas postmortem

em cunha de 48 pacientes que foram a

óbito pela doença pulmonar grave com

insuficiência respiratória e COVID-19

foram coletadas em dois hospitais no norte

da Itália.

-> Nenhum paciente apresentou sintomas

clínicos de doença hepática ou sinais de

insuficiência hepática antes e durante a

hospitalização; para cada um deles estavam

disponíveis testes de função hepática.

- Resultados:

-> média de idade 71 (32-86) anos, 2.75:1

homens:mulheres; HAS 53,3%, doença

cardiovascular 37,8%, DM 28,9%,

obesidade 15,6%, doença renal 22,2%,

doença pulmonar 11,1%.

-> TGO com aumento 1-4x em 32/41; TGP

com aumento de 1-4x em 20/41; gama-GT

aumentada 3x em 15/23 pacientes.

-> Todas as amostras do fígado

apresentaram características mínimas de

inflamação.

-> Foram observados quadros histológicos

compatíveis com alterações vasculares,

caracterizados pelo aumento do número de

ramos da veia porta associados à dilatação

maciça do lúmen, trombose luminal parcial

ou completa dos vasos porta e sinusoidais

(parcial 50%, completa 23%, sinusoindal

incompleta 14% e sinusoidal completa

12%) e fibrose do trato portal (60%).

-> necrose do parênquima: ausente (65%),

leve (11%), moderada (15%) e grave

(12%).

-> O SARS-CoV-2 foi encontrado em 15

das 22 amostras testadas pelo método de

hibridização in situ.

-> Os resultados preliminares confirmam a

impressão clínica de que a insuficiência

hepática não é uma das principais

preocupações e que esse órgão não é alvo

de danos inflamatórios significativos.

-> Os achados histopatológicos são

altamente sugestivos de desarranjo

acentuado da rede intra-hepática de vasos

sanguíneos, secundária a alterações

sistêmicas induzidas pela infecção viral e

que podem ter como alvo não apenas o

parênquima pulmonar, mas também o

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sistema cardiovascular, a cascata de

coagulação e a camada endotelial dos vasos

sanguíneos.

- Comentários: Ainda não está claro se as

alterações mencionadas estão diretamente

relacionadas à infecção pelo vírus ou se o

SARS-CoV-2 desencadeia uma série de

reações que levam a alterações vasculares

marcantes.

Crit Care

11JUL2020 Administration

of umbilical cord

mesenchymal

stem cells in

patients with

severe COVID-19

pneumonia

Guo Z et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32653043/

Células-tronco

mesenquimais

para o tratamento

da COVID-19?

- Prévio: As células-tronco mesenquimais

(MSCs) tem distribuição ubíqua e

apresentam múltiplos benefícios numa

variedade de doenças agudas e crônicas.

- Métodos e resultados:

-> N=31 pacientes com COVID-19:

tratamento com MSCs do cordão umbilical

(1x106 células/kg de peso).

-> Mediana de idade: 70 anos (IQR, 61-71

anos); 25/31 (80,6%) sexo masculino, HAS

41,9%, DPOC 19,4%, doença arterial

coronarian 16,1%, DM 16,1%.

-> TC pulmonar: 100% pneumonia

bilateral, opacidade em vidro fosco 83,9%.

-> Complicações: insuficiência respiratória

32,3%, SDRA 25,8% e lesão cardíaca

38,7%. COVID-19 grave 74,2% e COVID-

19 crítica em 25,8%.

-> A proporção de tratamento com

oxigênio foi a mais alta (31 [100%]),

seguida por antivirais (26 [83,9%]),

antibióticos (23 [74,2%]), imunoglobulina

intravenosa (8 [25,8%]), albumina

intravenosa (8 [25,8%]) e

metilprednisolona (6 [19,4%]).

-> Mediana do volume das células

infundidas: 200 mL (IQR, 100-300 ml).

-> Número de infusões: única (11/31,

35,5%), duas infusões (9/31, 29%) e três

infusões (11/31, 35,5%).

-> Nenhum evento adverso foi atribuível à

infusão intravenosa das célualas.

-> Após a primeira infusão das MSCs, os

resultados da RT-PCR para SARS-CoV-2

de 30 pacientes (96,8%) tornaram-se

negativos após um tempo médio de

10,7±4,2 dias.

-> Os parâmetros laboratoriais tenderam a

melhorar após a terapia celular: linfócitos

(mediana [IQR], 1,09 [0,68–1,35] × 109/l

vs 1,43 [1,02–2,20] × 109/l; p<0,001),

proteína C-reativa (mediana [IQR], 13,39

[1,30–38,86] mg/l vs 0,50 [0,50–6,40]

mg/l; p=0,003), procalcitonina (mediana

[IQR], 0,07 [0,05–0,09] ng/ml vs 0,04

[0,03–0,06] ng/ml; p<0,001), diminuição

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

do nível de interleucina-6 (mediana [IQR],

13,78 [5,69–25,26] pg/ml vs 4,86 [2,13–

8,19] pg/ml; p<0,001), D-dímero (mediana

[IQR], 495 [320–727] ng/ml vs 288 [197–

377] ng/ml; p=0,010), e PaO2/FiO2

(mediana [IQR], 242 [200–294] vs 332

[288–364]; p<0,001).

-> Mortalidade: 4/31 (12,9%)

- Conclusões: O tratamentos com células-

tronco mesenquimais do cordão umbilical

na COVID-19 grave/crítica é seguro e

eficaz. Seria interessante avaliar numa

coorte maior com grupo controle, além da

análise de outros desfechos clínicos, como

fibrose pulmonar.

Clin Infect

Dis

11JUL2020

Tocilizumab for

Treatment of

Mechanically

Ventilated

Patients With

COVID-19

Somers EC et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32651997/

Tocilizumab em

pacientes com

COVID-19 e

ventilação

mecânica: um

estudo

observacional e

controlado

-Prévio: A COVID-19 grave pode se

manifestar pela descompensação rápida e

insuficiência respiratória com marcadores

inflamatórios elevados, consistentes com a

síndrome de liberação de citocinas, de

modo que o bloqueio da IL-6 é um

tratamento aprovado.

-Objetivo e Métodos: Estudo observacional

e controlado. Avaliar a eficácia e a

segurança do bloqueio da IL-6 com

tocilizumab (TCZ; 8mg/kg 1x) em uma

coorte de centro único de pacientes com

COVID-19 que necessitavam de ventilação

mecânica.

-> Desfecho primário: probabilidade de

sobrevivência pós-intubação.

-> Análises secundárias incluíram uma

escala ordinal da gravidade da doença

integrando superinfecções.

-> Regressão Cox multivariável com

ponderação de probabilidade inversa

(IPTW, inverse probability weighting) pelo

escore de propensão

- Resultados:

-> 154 pacientes foram incluídos, dos quais

78 receberam TCZ e 76 foram o grupo

controle.

-> O acompanhamento médio foi de 47

dias (variação de 28 a 67).

-> As características basais foram

semelhantes entre os grupos, embora os

pacientes tratados com TCZ fossem mais

jovens (média 55±14,9 vs 60±14,5 anos;

p=0,05), menos propensos a ter doença

pulmonar crônica (10% vs. 28%; p=0.006)

e tivessem valores mais baixos de dímero

D no momento da intubação (média 2,4 vs.

6,5 mg/dl; p=0,005) e de PaO2/FIO2 (média

155 vs 198 mmHg; p=0,001), embora

valores mais altos de albumina (média

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3,5±0,4 vs 3,1±0,5 g/dl, p<0,001)

-> Nos modelos ajustados pela IPTW, o

TCZ foi associado a uma redução de 45%

no risco de morte [HR=0,55 (IC95% 0,33-

0,90)] e melhora do status na escala de

resultados ordinais [razão de chances por

aumento de 1 nível: 0,58 (IC95% 0,36-

0,94)]. ]

-> Mortalidade com TCZ versus controle:

14 dias (9% vs 26%, p=0,005), 21 dias

(14% vs 33%, p=0,006) e 28 dias (18% vs

36%; p=0,01).

-> Embora o TCZ tenha sido associado a

uma proporção aumentada de pacientes

com superinfecções (54% vs 26%; p

<0,001), não houve diferença na taxa de

mortalidade de 28 dias entre pacientes

tratados com TCZ com superinfecção

versus sem superinfecção [22% vs 15%; p

= 0,42]. Staphylococcus aureus representou

~ 50% da pneumonia bacteriana.

- Conclusões: Nesta coorte de pacientes

com COVID-19 ventilados

mecanicamente, o TCZ foi associado a

menor mortalidade, apesar da maior

ocorrência de superinfecção bacteriana.

Estudos randomizados e controlados são

importantes para avaliar a eficácia do TCZ.

Protocolos para definição de medidas

terapêuticas precoces para a superinfecção

associada ao uso do TCZ são necessários.

Int J Infect

Dis

11JUL2020

Silent Hypoxia in

Patients with

SARS CoV-2

Infection before

Hospital

Discharge

Fuglebjerg NJU et al.

Denmark.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32663601/

Hipóxia

silenciosa após

recuperação da

pneumonia pela

COVID-19

- Objetivo: Avaliar o grau de hipóxia e

dispneia subjetiva provocada por um teste

de caminhada de 6 minutos (6 MWT) em

pacientes com COVID-19 antes da alta.

- Métodos: Realizado o teste 6 MWT em

26 pacientes com COVID-19 que estavam

de alta, sem doença pulmonar crônica ou

insuficiência cardíaca previamente.

-> A frequência cardíaca, saturação de

oxihemoglobina (SpO2), frequência

respiratória e dispneia subjetiva medidas na

escala Borg CR-10 foram medidas antes e

imediatamente após o 6 MWT com

monitoramento contínuo da SpO2 e da

frequência cardíaca durante o 6 MWT.

-> O 6 MWT foi encerrado se a SpO2

caisse abaixo de 90%.

-> Uma coorte histórica de 204 pacientes

com fibrose pulmonar idiopática (FPI) foi

usada para comparação.

-Resultados:

-> mediana de idade 63 (29-85) anos,

61,5% sexo masculino, mediana de

comorbidades por pacientes 1(1-5),

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

necessidade de UTI durante a internação

(8/26, 31%), necessidade de ventilação

mecânica (2/26, 15%) e infiltrados

pulmonares ao Raio-X (21/26, 81%).

-> controle histórico: mediana de idade 74

(42-92) anos, 77% sexo masculino,

comorbidades desconhecidas.

->13/26 (50%) pacientes com COVID-19

desenvolveram hipóxia induzida pelo

exercício (SpO2 <90%) durante os 6

MWT, dos quais um terço teve embolia

pulmonar diagnosticada na internação.

-> Os pacientes com COVID-19

apresentaram menos dispneia relacionada à

hipóxia durante o 6 MWT em comparação

aos pacientes com FPI.

- Conclusão: O teste 6 MWT é uma

ferramenta potencial no diagnóstico de

hipóxia induzida por exercício

assintomático em pacientes COVID-19

hospitalizados antes da alta.

-> Devido a importantes limitações

metodológicas, são necessários mais

estudos para confirmar os achados e

investigar suas consequências clínicas.

Am J

Transplant

10JUL2020

COVID-19 and

Kidney

Transplantation:

Results From the

TANGO

International

Transplant

Consortium

Cravedi P et al. TANGO

study group.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32649791/

Evolução clínica-

laboratorial de

pacientes

transplantados

renais com

COVID-19

-Racional: Os receptores de transplante

renal podem estar em alto risco de

desenvolver COVID-19 crítica devido à

imunossupressão crônica e comorbidades.

- Metodologia: Identificação de receptores

de transplante de rim adulto internados em

12 centros de transplante nos EUA, Itália e

Espanha que apresentaram resultado

positivo para COVID-19.

-> A apresentação clínica, os valores

laboratoriais, a imunossupressão e as

estratégias de tratamento foram revisadas e

os preditores de desfechos clínicos

adversos foram determinados por meio de

análises multivariáveis.

-Resultados:

-> Entre 9.845 receptores de transplante

renal em todos os centros, 144 (1,46%)

foram hospitalizados devido à COVID-19

durante o período de 9 semanas do estudo.

-> 65% eram do sexo masculino, com

mpedia de idade de 60±12 anos, 40%

hispânicos e 25% afro-americanos.

-> As comorbidades prevalentes incluíram

hipertensão (95%), diabetes (52%),

obesidade (49%), coração (28%) e doenças

pulmonares (19%).

-> O tratamento terapêutico incluiu retirada

de antimetabólito (68%), retirada de

inibidor de calcineurina (23%),

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

hidroxicloroquina (71%), antibióticos

(74%), tocilizumab (13%) e antivirais

(14%).

-> Durante um período médio de

acompanhamento de 52 dias (IQR: 16-66

dias), lesão renal aguda ocorreu em 52%

dos casos, insuficiência respiratória

exigindo intubação em 29% e mortalidade

em 32%.

-> Os 44 pacientes que foram a óbito eram

mais velhos, apresentavam menor

contagem de linfócitos e taxa de filtração

glomerular estimada, maiores níveis de

DHL, procalcitonina e níveis de IL-6.

- Conclusões: Os receptores de transplante

de rim hospitalizados com COVID-19

apresentam taxas mais altas de lesão renal

aguda e mortalidade.

JAMA

10JUL2020 Change in the

Incidence of

Stillbirth and

Preterm Delivery

During the

COVID-19

Pandemic

Khlail A et al. UK.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32648892/

Aumento de

natimortos, mas

não de partos

prematuroi ou

cesárea durante a

pandemis no

Reino Unido

-Prévio: Há relatos de altas taxas de parto

prematuro e cesariana em mulheres com

COVID-19. O Sistema de Vigilância

Obstétrica do Reino Unido registrou três

nascimentos prematuros entre 247

gestações concluídas em mulheres com

COVID-19 versus a taxa nacional (12,1 por

1.000 nascimentos vs 4-5 por 1.000

nascimentos).

- Objetivo: Avaliar a mudança de

natimortos e taxas de parto prematuro

durante a pandemia da COVID-19.

-Métodos: Comparados resultados da

gravidez no St George's University

Hospital, Londres em duas épocas: de 1 de

outubro de 2019 a 31 de janeiro de 2020

(precedendo os primeiros casos de

COVID-19 no Reino Unido) e de 1 de

fevereiro de 2020 a 14 de junho de 2020.

Os resultados incluíram natimorto, parto

prematuro, parto cesáreo e internação em

unidades neonatais.

-> Investigados todos os natimortos e

repetidas a análise após a exclusão de

interrupções tardias por anormalidades

fetais, pois a definição de natimortos no

Reino Unido inclui o término tardio com

24 semanas de gestação ou mais.

- Resultados:

-> Houve 1681 nascimentos (1631

gestações únicas, 22 gêmeas e 2 trigêmeas)

no período pré-pandêmico e 1718

nascimentos (1666 gestações únicas e 26

gêmeas) no período pandêmico.

-> Havia menos mulheres nulíparas no

período pandêmico do que no período pré-

pandêmico (45,6% vs 52,2%; P <0,001) e

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

menos mulheres com hipertensão (3,7% vs

5,7%; p = 0,005) no período pandêmico do

que no período pré-pandêmico período.

-> Incidência de natimortos:

significativamente maior durante o período

pandêmico (n=16 [9,31 por 1.000

nascimentos]; nenhum associado à

COVID-19) do que durante o período pré-

pandêmico (n=4 [2,38 por 1.000

nascimentos]) (diferença, 6,93 por 1000

nascimentos [IC95%, 1,83-12,0]; p=0,01)

e a incidência de natimortos foi

significativamente maior quando os

términos tardios por anormalidade fetal

foram excluídos durante o período

pandêmico (6,98 por 1.000 nascimentos vs

1,19 em período pré-pandêmico; diferença:

5,79 [IC 95%, 1,54-10,1]; p=0,01).

-> Não houve diferenças significativas ao

longo do tempo nos partos antes das 37

semanas de gestação (6,8% vs 7,6%,

p=0,46), nascimentos após 34 semanas

2,5% vs 3,7%), internação neonatal (6,1%

vs 6,2%, p=0,94) ou parto cesáreo (25,6%

vs 24,8%, p=0,6).

-> Durante o período pandêmico, 19

pacientes com COVID-19 foram

hospitalizadas no departamento de

maternidade do local do estudo. Nenhuma

das gestantes que tiveram natimortos

apresentou sintomas sugestivos de COVID-

19, nem os exames post-mortem ou

placentários sugerem infecção pelo SARS-

CoV-2. Os testes universais para SARS-

CoV-2 começaram em 28 de maio de 2020,

e apenas 1 mulher grávida, que teve um

nascimento vivo, teve um resultado

positivo.

- Conclusões: Este estudo demonstra um

aumento na taxa de natimortos durante a

pandemia. Uma conseqüência direta da

infecção pelo SARS-CoV-2 é possível.

Embora nenhum dos natimortos no período

pandêmico esteja entre as mulheres com

COVID-19, os estudos de vigilância em

mulheres grávidas, na literatura, relataram

que até 90% dos casos positivos para

SARS-CoV-2 podem ser assintomáticos.

-> As limitações do estudo incluem a

natureza retrospectiva, configuração de

centro único, números pequenos, curto

espaço de tempo e falta de informações

sobre as causas de natimortos. Além disso,

não foi utilizado um período comparável

em 2019, mas isso não deve ter afetado os

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

resultados, pois não há sazonalidade para

natimortos no Reino Unido.

Diabetologia

10JUL2020 Fasting Blood

Glucose at

Admission Is an

Independent

Predictor for 28-

day Mortality in

Patients With

COVID-19

Without Previous

Diagnosis of

Diabetes: A

Multi-Centre

Retrospective

Study

Wang S et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32647915/

Glicemia de jeum

na admissão é um

fator de rsuco

para mortalidade

pela COVID-19

- Prévio: Hiperglicemia está associada a

um risco elevado de mortalidade em

pneumonia adquirida na comunidade,

acidente vascular cerebral, infarto agudo do

miocárdio, trauma e cirurgia, entre outras

condições.

- Objetivos: Neste estudo, foi investigada a

relação entre glicemia de jejum (FBG) e

mortalidade em 28 dias em pacientes com

COVID-19, não diagnosticados

anteriormente como portadores de diabetes.

-Métodos: Estudo retrospectivo

envolvendo todos os pacientes

consecutivos com COVID-19 com

resultado definitivo de 28 dias e

mensuração da FBG na admissão de 24 de

janeiro de 2020 a 10 de fevereiro de 2020

em dois hospitais de Wuhan, China. Foram

analisados dados demográficos e clínicos,

resultados de 28 dias, complicações

hospitalares e escores CRB-65 de pacientes

com COVID-19 nos dois hospitais.

-> CRB-65: é uma medida eficaz para

avaliar a gravidade da pneumonia e baseia-

se em quatro indicadores: confusão,

frequência respiratória (>30/ min), pressão

arterial sistólica (≤90 mmHg) ou pressão

arterial diastólica (≤60 mmHg), e idade

(≥65 anos).

- Resultados:

-> 605 pacientes com COVID-19 foram

incluídos, incluindo 114 que foram a óbito

no hospital.

-> Sobreviventes vs não sobreviventes:

mediana 56 (42-65) vs 66 (61-72) anos,

p<0,0001; sexo masculino 49,7% vs 68,4%

(p=0,0003); sem diferenças nas

comorbidades como HAS (25,6%), DPOC

(3,0%), doença cardíaca (9,1%), doença

renal crônica (2,6%), doença

cerebrovascular (2,6%), neoplasia (4,8%).

-> A análise de regressão multivariável de

Cox mostrou que idade (HR=1,02 [IC95%

1,00-1,04]; p=0,025), sexo masculino

(HR=1,75 [IC95% 1,17-2,60]; p=0,006),

pontuação no CRB-65 1-2 (HR=2,68

[IC95% 1,56-4,59]; p=0,0003), pontuação

no CRB-65 3-4 (HR=5,25 [IC95% 2,05-

13,43]; p=0,0005) e FBG ≥7,0 mmol/l

(HR=2,30 [IC95% 1,49-3,55]; p=0,0002)

foram preditores independentes de

mortalidade em 28 dias.

-> A razão de chances (OR) para

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

complicações hospitalares de 28 dias

naqueles com FBG≥7,0 mmol/l e 6,1-6,9

mmol/l vs <6,1 mmol/l foi de 3,99 (IC95%

2,71-5,88) ou 2,61 (IC95% 1,64-4,41),

respectivamente.

-> Complicações nos sobreviventes vs não

sobreviventes (todos p<0,0001): SDRA

7,15 vs 93,9; lesão cardíaca aguda 3,5% vs

55,3%; lesão renal aguada 2,2% vs 57%;

lesão hepática aguda 14,7% vs 83,3%;

coagulopatia 2,2% vs 74,2%infecção

secundária 2% vs 60,5%. Acidente

vascular cerebral 0% vs 2,6% (p=0,0065).

- Conclusões: a FBG≥7,0 mmol/l na

admissão é um preditor independente de

mortalidade em 28 dias em pacientes com

COVID-19 sem diagnóstico prévio de

diabetes. O teste e o controle glicêmico são

importantes para todos os pacientes com

COVID-19, mesmo quando diabetes pré-

existente não esteve presente, uma vez que

a maioria dos pacientes com COVID-19 é

propensa a distúrbios metabólicos da

glicose.

Arch Virol

10JUL2020 Gene Expression

Pattern

Differences in

Primary Human

Pulmonary

Epithelial Cells

Infected With

MERS-CoV or

SARS-CoV-2

Jang Y et al. republic of

Korea.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32651741/

Expressão gênica

após infecção das

células

pulmonares pelo

SARS-CoV-2 e

MERS-CoV

-Prévio: Os coronavírus, como MERS-CoV

e SARS-CoV-2, infectam o trato

respiratório humano e podem causar

pneumonia grave. A gravidade e os

resultados da doença são diferentes para

essas duas infecções: a taxa de mortalidade

humana para MERS-CoV e SARS-CoV-2

é superior a 30% e inferior a 10%,

respectivamente.

- Objetivos e Métodos: Através do ensaio

de microarray, foram analisadas as

alterações globais na expressão gênica

induzidas pelas infecções por MERS-CoV

(cepa EMC2012) ou SARS-CoV-2 em

células epiteliais pulmonares humanas

primárias.

- Resultados: No geral, o número de genes

diferencialmente expressos foi maior em

células pulmonares humanas infectadas

com MERS-CoV do que em células com

SARS-CoV-2.

-> Dos 44.556 genes analisados, 127 e 50

foram expressos diferencialmente em

células infectadas com MERS-CoV e

SARS-CoV-2, respectivamente (aumento

de> 2 vezes, em comparação com células

não infectadas). Destes, apenas oito genes,

(incluindo os genes que codificam CXCL5,

CXCL6 CXCL8, CCL20, IL33, FDCSP,

OMG e MMP3) foram igualmente

modulados (regulados para cima ou para

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

baixo) pelos dois coronavírus.

-> É importante ressaltar que esses

resultados foram específicos para os vírus e

não foram condicionados por diferenças na

carga viral, embora as curvas de

crescimento viral foram semelhantes nas

células pulmonares humanas infectadas

pelos dois vírus.

-> Genes induzidos pelo SARS-CoV-2:

- Conclusões: Os resultados sugerem que

esses perfis distintos de expressão gênica,

detectados precocemente após a infecção

por esses dois coronavírus, podem ajudar a

entender as diferenças nos resultados

clínicos das infecções pelo MERS-CoV e

SARS-CoV-2.

J Intensive

Care

10JUL2020

D-dimer as a

biomarker for

disease severity

and mortality in

COVID-19

patients: a case

control study

Yao Y et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32665858/

D-dímero como

marcador de

gravidade e

mortalidade na

COVID-19

- Objetivo: Explorar os fatores de risco

associados à mortalidade em pacientes com

COVID-19 e avaliar o uso do dímero D

como um biomarcador para a gravidade da

doença e dos desfechos clínicos.

- Métodos: Análise retrospectiva das

características clínicas, laboratoriais e

radiológicas de 248 casos consecutivos de

COVID-19 no Hospital Renmin da

Universidade de Wuhan, Wuhan, China, de

28 de janeiro a 8 de março de 2020.

-> Métodos de regressão logística

univariáveis e multivariáveis foram

utilizados para explorar fatores de risco

associados à mortalidade hospitalar.

-> As correlações do dímero D na

admissão com a gravidade da doença e a

mortalidade hospitalar foram analisadas.

-> A curva característica operacional do

receptor (ROC) foi usada para determinar o

nível de corte ideal para o dímero D que

discriminava os sobreviventes versus os

não sobreviventes durante a hospitalização.

- Resultados:

-> Regressão multivariada: D-dímero> 2,0

mg/l na admissão foi a única variável

associada ao aumento das chances de

mortalidade (OR=10,17 IC95% 1,10-

94,38), p=0,041).

-> D-dímero normal versus D-dímero

elevado: média de idade 58 ± 14,4 vs 64,6

± 12,6 anos (p=0,001), HAS 19% vs 35,7%

(p=0,014). Sexo masculino (50,8% vs

55,7%), DM (11,1% vs 20%), doença

arterial coronariana (4,8% vs 4,9%),

doença renal crônica (0% vs 3,2%) e

DPOC (0% vs 2,2%) não foi diferente entre

os grupos (todos p>0,05).

-> D-dímero normal versus D-dímero

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

elevado: D-íemro 0,35 (0,21-0,42) vs 1,69

(0,91-5,06) mg/l (p=0,000), leucocitose

6,71 ±3,13 vs 4,99±2,44 x 109/l (p=0,000),

linfopenia 1,3 ± 0,59 vs 1,03 ±0,6 x 109

(p=0,002), neutrofilia 3,12 ± 2,17 vs 5,11

±3,13 x 109/l (p=0,000), proteína C reativa

8,5 (5-35,85) vs 48,4 (10,98-92,25) mg/l

(p=0,000). Pró-calcitonina, bilirrubina,

TGO, TGP, FAL, gama-GT, DHL, tempo

de proterombina, TTPA, fibrinogênio,

troponina, BNP, % da área pulmonar

atingida na TC foram maiores no grupo

com D-dímero elevado, enquanto a taxa de

filtração glomerular foi menor neste grupo

(todos p<0,05).

-> Elevação do dímero D (≥ 0,50 mg/l) foi

observada em 74,6% (185/248) dos

pacientes.

-> Embolia pulmonar e trombose venosa

profunda foram descartadas em pacientes

com alta probabilidade de trombose.

-> Os níveis do dímero D aumentaram

significativamente com o aumento da

gravidade do COVID-19, conforme

determinado pelo estadiamento clínico

(tau-b de Kendall = 0,374, p=0,000) e

estadiamento da TC do tórax (tau-b de

Kendall = 0,378, P = 0,000).

-> A taxa de mortalidade hospitalar foi de

6,9%.

-> O nível médio de dímero D nos não

sobreviventes (n=17) foi significativamente

maior do que nos sobreviventes (n=231):

(6,21 [3,79-16,01] mg/l versus 1,02 [0,47-

2,66] mg/l, p= 0,000).

-> nível de D-dímero > 2,14 mg/l previu

mortalidade hospitalar com sensibilidade

de 88,2%, especificidade de 71,3% (AUC

0,85; IC95% 0,77-0,92), probabilidade de

3,08 e AUC 0,85 (IC95% 0,77-0,92).

- Conclusões: O D-dímero é comumente

elevado em pacientes com COVID-19. Os

níveis do dímero D se correlacionam com a

gravidade da doença e são um marcador

prognóstico confiável para a mortalidade

hospitalar em pacientes internados por

COVID-19.

Crit Care

09JUL2020 Molecular

Mechanisms of

Sex Bias

Differences in

COVID-19

Mortality

Li Y et al. Canada.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32646459/

Discussão dos

mecanismos

moleculares

envolvidos na

diferença de sexo

e desfechos

clínicos na

COVID-19

- Prévio: A mortalidade pela COVID-19 é

maior em homens do que em mulheres.

- Objetivo: Os autores repondem 4

perguntas 4 que podem ajudar a

enterndermos as diferenças de mortalidade

de acordo com o sexo.

- Perguntas:

1. Existem diferenças de viés

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

cromossômico na atividade da enzima

conversora de angiotensina 2 (ECA2)? -> O gene ECA2 está localizado nos cromossomos

X. Geralmente, um cromossomo X do sexo feminino

é inativado aleatoriamente, levando à expressão igual

de genes e proteínas entre os sexos, um processo

chamado inativação do X.

-> No entanto, a localização do gene ECA2 em

Xp22.2 é uma área em que os genes evitam essa

inativação de X, contribuindo para diferenças

fenotípicas entre os sexos.

-> A localização do gene ECA2 no cromossomo X é

importante por sua capacidade de reconhecer o

SARS-CoV-2: Como o SARS-CoV-2 transporta 16

resíduos do RBD (receptor binding domain), eles se

ligam a 16 dos 20 resíduos da ECA2 em homens. O

mesmo RBD do SARS-CoV-2 pode ser reconhecido

pela ECA2 em um dos dois cromossomos X em

mulheres. A chance de as mesmas seqüências de

resíduos da ECA2 no segundo cromossomo também

se ligarem perfeitamente ao RBD do SARS-CoV-2 é

baixa, permitindo que o ECA2 não ligado divida

cataliticamente Ang II para formar Ang 1–7 e,

portanto, possa diminuir a probabilidade de edema

pulmonar na COVID-19. Esse mecanismo é

específico para as mulheres porque os dois

cromossomos X funcionam de maneira coordenada.

Homens, com um único cromossomo X, não

possuem mecanismos alternativos que possam levar

à proteção celular durante a COVID-19.

-> No entanto, não existem dados até o momento

relatando os níveis de expressão da ECA2 e Ang II

em pacientes com COVID-19.

-> A localização da ECA2 no cromossomo X

também explicaria a diferença na prevalência de

doença cardiovascular na COVID-19.

2. Existem diferenças de viés

cromossômico nos receptores de

reconhecimento de padrões (PRRs)? -> Os toll-like receptors (TLRs) são PRRs que

reconhecem padrões moleculares associados a

patógenos (PAMPs) virais para iniciar respostas

imunes inatas. Vários genes de sinalização TLR,

incluindo TLR3, TLR4 e TLR7, são codificados nos

cromossomos X.

-> TLR3 e TLR4 mediam individualmente uma

porção do adaptador que contém o domínio do

receptor Toll-interleucina-1 (IL-1), induzindo a

sinalização dependente do interferon-β (IFN-β)

[TRIF], contribuindo para a proteção contra SARS-

CoV.

-> Estudos recentes demonstraram que os

cromossomos X, juntamente com os hormônios

sexuais, agem em conjunto para aumentar a

produção de IFNs pelas células dendríticas,

contribuindo para o aumento da resposta mediada

por TLR7 em mulheres.

-> Portanto, as mulheres poderiam ter uma resposta

mais balanceada e adaptatica frente à tempestade de

citocinas que ocorre na infecção pelo SARS-CoV-2.

3. Existem diferenças de viés de

hormônios sexuais na proteção de

órgãos? -> 17β-estradiol: regula a expressão da ECA2 no

coração, rim e útero. Por exemplo, o 17β-estradiol

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

aumenta a atividade local da ECA2 no coração e

atenua o sistema RAAS pela clivagem de um único

resíduo de Ang II para aumentar a produção do Angi

1-7 cardioprotetor e promover efeitos anti-

inflamatórios e antioxidantes.

-> Os níveis de estrogênio correlacionam-se

inversamente com a expressão de troponina cardíaca

(cTn), liberada por cardiomiócitos expostos a

isquemia ou hipóxia, que estão associadas ao dano

cardíaco irreversível.

-> Estrogênio diminui as concentrações de colesterol

da lipoproteína de baixa densidade (LDL), aumenta a

lipoproteína de alta densidade (HDL)

-> 17β-estradiol: medeia a ativação precoce e tardia

da óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) através da

interação com os receptores de estrogênio.

Receptores funcionais de estrogênio também estão

presentes nos cardiomiócitos, que regulam a

expressão da NOS para proteger contra lesão

cardiovascular por inibição da ativação plaquetária,

formação de trombos e adesão celular leucócito-

endotelial.

4. Existem diferenças de viés de

hormônios sexuais na resposta imune? -> Tanto o estrógeno como o receptor de estrógeno-α

contribuem para a ativação e proliferação de

linfócitos T e induzem altos níveis do IFN-γ nos

linfócitos T.

-> Uma resposta tardia ao IFN-α foi acompanhada

por uma vigorosa replicação de SARS-CoV em

camundongos machos.

-> IFN-β e o IFN-γ: podem inibir potentemente a

replicação do SARS-CoV, e um efeito sinérgico anti-

SARS-CoV foi alcançado com a combinação dos

IFN-β e IFN-γ.

-> Desta forma, nos resultados com animais, o

tratamento com estrógeno silencia as reações

inflamatórias e diminui os títulos de SARS-CoV,

levando a uma melhor taxa de sobrevivência.

-> testosterona tem efeito supressor no sistema

imune: tratamento de macrófagos diminui NOS,

redução da proliferação dos timócitos por apoptose,

redução da ativação das células dendríticas, inibição

da diferenciação Th1 e reduação da produção de

IFN-γ.

- Conclusões: A diferença de mortalidade

entre os sexos pode ser explicada por

diferenças genéticas, cromossômicas e

hormonais na COVID-19.

Sci Rep

09JUL2020 Different

Computed

Tomography

Patterns of

Coronavirus

Disease 2019

(COVID-19)

Between

Survivors and

Non-Survivors

Pan F et al. China & UK.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32647307/

Achados

tomográficos em

sobreviventes e

não sobreviventes

-Objetivo: Comparar os achados da

tomografia computadorizada de tórax (TC)

entre sobreviventes e não sobreviventes

com COVID-19.

-Metodologia: Entre 12 de janeiro de 2020

e 20 de fevereiro de 2020, os registros de

124 pacientes consecutivos diagnosticados

com COVID-19 foram revisados

retrospectivamente e divididos em grupos

sobreviventes (83/124) e não sobreviventes

(41/124). Os achados da TC foram

comparados qualitativamente na admissão

e a TC seriada do tórax foi avaliada semi-

Page 23: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

quantitativamente entre dois grupos,

utilizando estimativas de curvas.

- Resultados:

-> Sobreviventes vs não sobreviventes: 43

(34-61) vs 69 (63-78) anos (p<,001), sexo

masculino 38,6% vs 75,6% (p<0,001),

HAS 2,4% vs 39% (p<0,001), DM 1,2% vs

9,8% (p=0,041), doença arterial

coronariana 1,2% vs 17,1% (p=0,002).

-> Na admissão, lesões significativamente

mais bilaterais (97,6% vs 73,5%, p=0,001)

e difusas (39,0% vs 8,4%, p <0,001) com

maior escore total de TC (mediana 10 [5-

13] vs. 4 [2-7], p <0,001) foram observado

no grupo não sobrevivente em comparação

ao grupo sobrevivente.

-> Além disso, o padrão de “pavimentação

maluca” foi mais predominante no grupo

não sobrevivente do que no grupo

sobrevivente (39,0% vs. 12,0%, p <0,001).

-> Sobreviventes vs não sobreviventes:

síndrome do desconforto respiratório agudo

1,2% vs 100% (p<0,001); parâmetros

laboratoriais: leucocitose, neutrofilia,

linfopenia, proteína C reativa, maior

bilirrubina, maior TGP, maior DHL, maior

creatinina, maior D-dímero e menor

albumina no grupo não-sobrevivente

(p<0,05)

-> A partir da previsão da estimativa da

curva, no grupo sobrevivente, a pontuação

total da TC aumentou nos primeiros 20

dias, atingindo um pico de 6 pontos e

depois diminuiu gradualmente por mais de

outros 40 dias (R2=0,545, p<0,001).

-> No grupo não sobrevivente, o escore

total da TC aumentou rapidamente mais de

10 pontos nos primeiros 10 dias e

aumentou gradualmente depois até a

SDRA ocorrer com os seguintes eventos de

morte (R2=0,711, p<0,001).

-Conclusão: A progressão persistente com

padrão de “pavimentação louca”, bilateral,

predominante foi a principal manifestação

da COVID-19 em não sobreviventes. A

compreensão desse recurso da TC pode

ajudar o médico clínico a prever o

prognóstico dos pacientes. Os achados

laboratoriais são informações adicionais.

Crit Care

09JUL2020 Effect of

Favipiravir and

an Anti-

Inflammatory

Strategy for

COVID-19

Yamamura H et al.

Japan.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32646499/

Favipiravir na

COVID-19

-Prévio: O favipiravir (T-705; 6-fluoro-3-

hydroxy-2-pyrazinecarboxamida) é um

agente antiviral que inibe seletiva e

potentemente a polimerase de RNA

dependente de ácido ribonucleico (RNA)

dos vírus do RNA. É aprovado no Japão

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

para tratamento da influenza.

-Objetivo: avaliar o efeito terapêutico do

favipiravir, esterpoide e heparina na

COVID-19 grave

-Metodologia: estudo retrospectivo, centro

único, em pacientes com COVID-19

necessitando de ventilação mecânica;

período 2 a 27 de abril de 2020.

-> favipiravir: 3600 mg dia 1, 1600 mg dia

2-14; metilprednisolona 1g por 3 dias;

heparina de baixo peso molecular 2000UI a

cad 12h ou heparina não-fracionada

(10.000-12.000 U/dia).

-Resultados: 13 pacientes com média de

idade de 62 anos (46-80), 69% homens

-> tempo entre o início dos sintomas e o

início de favipiravir: 8,7 (4-13) dias.

-> comorbidades: HAS 62%, DM 54%,

asma 8%, apnéia do sono 23%

-> média da PaO2/FIO2 = 210 ± 73 mmHg;

mediana do D-dímero 1,3 (1,0-2,8) ng/ml,

mediana da proteína C reativa 11,9 (4,6-

19,6) mg/dl, mediana da IL-6 77,5 (35,7-

161,9) pg/ml, mediana da pró-calcitonina

0,21 (0,09-0,54) ng/ml e mediana de

presepsina 440 (302-763) pg/ml.

-> O dia 1 foi o primeiro dia de

administração de favipiravir e a

administração de esteróide foi iniciada em

quase todos os pacientes no dia 6.

-> PaO2/FIO2 no dia 1 foi

significativamente menor do que nos dias 8

a 11 (p<0,05).

-> A concentração de IL-6 atingiu o pico

no dia 4 e diminuiu gradualmente depois

disso. A IL-6 no dia 1 foi

significativamente maior que nos dias 7 a

12 (p <0,05).

-> A concentração de presepsina (PSP) no

dia 1 foi significativamente menor do que

nos dias 7 e 11 (p <0,05).

-> mortalidade 1/13 (8%) por coagulação

intravascular disseminada.

- Conclusões: A inflamação e a tempestade

de citocinas continuaram após a

administração do favipiravir, podendo ser

controladas com esteroides.

-> As limitações deste estudo incluem o

número pequeno de pacientes, desempenho

num centro único e o início tardio da

administração do favipiravir.

-> No entanto, os resultados sugeriram que

o favipiravir foi de algum benefício, e os

resultados ajudaram a informar uma

estratégia de tratamento para COVID-19

Page 25: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

grave, o que pode ser avaliado num estudo

de coorte maior, randomizado e controlado.

Nat Med

08JUL2020 Population-based

Surveys of

Antibodies

Against SARS-

CoV-2 in

Southern Brazil

Silveira MF et al.

Brazil.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32641783/

Um estudo sobre

soroprevalência

no Sul do Brasil

- Racional: Dados populacionais sobre

COVID-19 são necessários urgentemente.

- Metodologia: Nós relatamos três rodadas

de pesquisas domiciliares com amostra

probabilística no estado do Rio Grande do

Sul (Brasil), realizadas em nove grandes

municípios, usando o teste de ponto de

atendimento de fluxo lateral Wondfo para

anticorpos da imunoglobulina M e G contra

SARS-CoV- 2

(https://en.wondfo.com.cn/product/wondfo

-sars-cov-2-antibody-test-lateral-flow-

method-2/).

-> Antes do uso da pesquisa, o ensaio foi

submetido a quatro estudos de validação

com estimativas agrupadas de sensibilidade

(84,8%; IC95% 81,4-87,8%) e

especificidade (99,0%; IC95% 97,8-

99,7%).

- Resultados:

-> Sroprevalência foi de 0,048% (2/4.151;

IC95% 0,006-0.174) em 11-13 de abril

(primeira rodada), 0,135% (6/4.460;

IC95% 0,049-0,293%) em 25- 27 de abril

(segunda rodada) e 0,222% (10/4.500;

IC95% 0,107-0,408) de 9 a 11 de maio

(terceira rodada), com uma tendência

ascendente significativa ao longo das

pesquisas (p=0,017).

-> razão de prevalência: rodada 1

(referência); rodada 2 (2,792 [0,563-

13,823]) e rodada 3 (4,612 [1,011-21,033]),

p=0,048.

-> Número de casos no Estado do RS:

primeira rodada 5.842 (664-19.789),

segunda rodada 15.306 (5.619-33.288) e

terceira rodada 25.283 (12.130-46.453).

-> Nas três rodadas de pesquisa: sexo

feminino 58,3%, 59,4% e 58,9%; saída de

casa diariamnere 20,6%, 28,3% e 30,4%. A

idade foi similar nas 3 rodadas, com menos

de 10% de indivíduos com ≤19 anos.

-> Dos 37 familiares de indivíduos

positivos, 17 (35%) também foram

positivos. A epidemia está em estágio

inicial no estado, e há uma alta adesão ao

distanciamento social, ao contrário de

outras partes do Brasil.

- Conclusões: As rodadas de pesquisas

periódicas continuarão monitorando as

tendências até pelo menos o final de

setembro, e nossos dados baseados na

população informarão as decisões sobre

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

políticas preventivas e a preparação do

sistema de saúde em nível estadual.

-> limitações do estudo: não inclusão de

várias cidades do estado do RS por

questões logísticas; testes rápidos podem

dar falso negativo nas primeiras 2 semanas

da infecção; inclusão de poucas crianças;

testes falso positivos estimados em 1%

(IC95% 0,3-2,2%)

J Cell Mol

Med

08JUL2020

Systematic

Profiling of

ACE2 Expression

in Diverse

Physiological and

Pathological

Conditions for

COVID-

19/SARS-CoV-2

Li Y et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32639084/

Expressão da

ECA2 em

situações

fisiológicas e

patológicas:

explicaria a

suscpetibilidade

para a infecção

pelo SARS-CoV-

2?

- Prévio: Estudos retrospectivos recentes

sobre a COVID-19 revelaram que os

pacientes com comorbidades, como

doenças crônicas e neoplasia, enfrentam

desfechos clínicos significativamente

piores do que aqueles sem esta

scomorbidades.

- Objetivos: Como o perfil de expressão de

ECA2, um receptor crucial para a entrada

do SARS-CoV-2 nas células, pode indicar

a suscetibilidade à infecção pelo SARS-

CoV-2, foi investigada a expressão da

ECA2 usando dados multi-ômicos em

grande escala de 30 órgãos/tecidos, 33

tipos de câncer e algumas doenças crônicas

comuns que envolveram> 28.000 amostras.

- Resultado:

-> Maior expressão da ECA2 nos

testículos, intestino delgado, rim, tireoide,

coração, tecido adiposo e mama.

- > Verificou-se que o sexo e a idade

podem estar correlacionados com a

suscetibilidade à infecção pelo SARS-

CoV-2 em certos tecidos: maior expressão

da ECA2 em homens no tecido adiposo e

coração, enquanto que nas mulhres a ECA2

foi expressa em maior quantidades nas

mulhres na mama e no esôfago; nos grupos

etários (20-39, 40-59 e 60-79 anos) houve

maior expressão da ECA2 nos mais jovens

nos testículos, glândulas salivares, cólon e

nervo.

- >Surpreendentemente, a ECA2 foi

regulada positivamente no carcinoma

espinocelular cervical e adenocarcinoma

endocervical, adenocarcinoma do cólon,

carcinoma esofágico, carcinoma renal de

células papilares renais, adenocarcinoma

pulmonar e carcinoma endometrial do

corpo uterino em comparação com os

controles.

- > Além disso, os pacientes com doenças

crônicas comuns, como angiocardiopatia,

DM tipo 2, HAS, doenças hepáticas,

pneumonia também apresentaram maior

expressão da ACE2 em comparação aos

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

controles relacionados, que foram

validados usando conjuntos de dados

independentes.

- Conclusão: Coletivamente, nosso estudo

pode revelar um novo mecanismo

importante em que os pacientes com certos

tipos de câncer e doenças crônicas podem

expressar maior expressão da ECA2 em

comparação aos indivíduos sem doenças, o

que poderia levar a uma maior

suscetibilidade à lesão de múltiplos órgãos

no curos da infecção pelo SARS-CoV-2.

Clin Infect

Dis

08JUL2020

Direct Evidence

of Active SARS-

CoV-2

Replication in the

Intestine

Qian Q et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32638022/

Detecção do

SARS-CoV-2 no

intestino: relato

de caso

- Objetivos: Investigar a presença de virions

e alterações patológicas nos tecidos retais

cirúrgicos de um paciente com COVID-19,

clinicamente confirmado, com

adenocarcinoma retal. Relato de caso.

- Métodos: RT-PCR nas amostras de tecido

retal obtidas por ressecção cirúrgica, suco

entérico e mucosa intestinal da ileostomia e

mucosa retal durante o acompanhamento

após a recuperação. Secções ultrafinas de

amostras cirúrgicas foram observadas para

os virions SARS-CoV-2 usando

microscopia eletrônica. O exame

histopatológico foi realizado com

coloração com hematoxilina-eosina.

Análises imuno-histoquímicas e

imunofluorescência foram realizadas em

tecidos retais para avaliar a distribuição do

antígeno do SARS-CoV-2 e infiltrados

inflamatórios.

- Resultados: O paciente teve febre e tosse

no dia 3 no pós-operatório, foi

diagnosticado com COVID-19 no dia 7 e

recebeu alta hospitalar no dia 41.

- > O RNA do SARS-CoV-2 foi detectado

em amostras retais ressecadas

cirurgicamente, mas não nas amostras

coletadas 37 dias após a alta.

- > Similarmente à detecção do SARS-

CoV-2 pela PCR nas amostras cirúrgicas,

foram observados virions típicos de

coronavírus no tecido retal sob microscopia

eletrônica.

- > Além disso, linfócitos e macrófagos

abundantes (alguns foram positivos para

SARS-CoV-2), os quais infiltravam a

lâmina própria, foram encontrados, mas

não encontraram dano mucoso

significativo.

Conclusões: Primeiramente, relatamos a

evidência direta da replicação ativa de

SARS-CoV-2 no reto do paciente durante o

período de incubação, o que pode explicar

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

a transmissão fecal-oral de SARS-CoV-2.

Cell Res

07JUL2020 Infection With

Novel

Coronavirus

(SARS-CoV-2)

Causes

Pneumonia in

Rhesus

Macaques

Shan C et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32636454/

- Objetivo: Estudar a dinâmica da infecção

viral, replicação e eliminação do SARS-

CoV-2 no modelo pré-clínico utilizando

macacos Rhesus.

-Métodos: Foram utilizados 6 macacos

Rhesus foram inoculados com SARS-CoV-

2 (7x106 TCID50) por via intraqueal;

realizados swabs da orofaringe, retal e do

sangue; monitorização clínica; Raio-X de

tórax; desafio com nova inoculação viral;

teste de neutralização in vitro; análise

histológica; detecção do SARS-CoV-2 no

tecido.

-Resultados:

-> Após a inoculação intratraqueal, o

primeiro pico de RNA viral foi observado

nos swabs orofaríngeos um dia após a

infecção (1 dpi), principalmente no sítio da

inoculação, enquanto o segundo pico

ocorreu no 5 dpi, o que refletiu a replicação

no trato respiratório.

-> Não foi detectado a RNA do SARS-

CoV-2 no sangue do dia 1 ao dia 14. O

swab retal foi positivo em 3/6 animais.

-> Raio-X de tórax: opacidades em vidro

fosco presentes no 1 dpi e com progressão

nos dias subsequentes.

-> A observação histopatológica mostrou

que a infecção pelo SARS-CoV-2 pode

causar pneumonia intersticial em animais,

caracterizada por hiperemia e edema, e

infiltração de monócitos e linfócitos nos

alvéolos.

-> Foi identificado o RNA do SARS-CoV-

2 nos tecidos do trato respiratório,

incluindo traquéia, brônquios e pulmão: a

quantidade de RNA viral variou de 3,0 ×

104 a 1,5 × 107 cópias/g na traqueia e no

brônquio, tanto no 3 dpi quanto no 6 dpi.

Nos pulmões, o RNA viral foi detectado

com títulos de até 2,0 × 107 cópias/g e

localizado principalmente nos lobos

inferiores dos pulmões, mas nenhum RNA

viral específico foi detectado no coração,

fígado, baço, rim, intestino, estômago e

trato reprodutivo nos dias 3 e 6 após a

infecção.

-> Para confirmar que a doença pulmonar

havia sido causada pelo SARS-CoV-2, o

vírus foi também re-isolado dos swabs

orofaríngeos, dos tecidos brônquios e

pulmão: o material coletados foi utilizado

para infectar as células Vero.

-> Presença de anticorpos neutralizantes

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

gerados a partir da infecção primária

protegeram os macacos Rhesus do desafio

de uma segunda inoculação do SARS-

CoV-2.

- Conclusão:

-> o modelo de primatas não humanos que

estabelecido fornece uma plataforma

valiosa para estudar a patogênese pelo

SARS-CoV-2 e avaliar drogas e vacinas.

Transfusion

06JUL2020 Characteristics

and Serological

Patterns of

COVID-19

Convalescent

Plasma Donors:

Optimal Donors

and Timing of

Donation

Li L et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32627216/

Seleção dos

doadores de

plasma

convalescente

-Objetivos: Investigar os anticorpos anti-

SARS-CoV-2 e as características

epidemiológicas de doadores

convalescentes de plasma.

-Métodos: Foram recrutados pacientes

recuperados com COVID-19, com idades

entre 18 e 55 anos, que não apresentavam

sintomas há mais de 2 semanas. As

características dos doadores, como

apresentações da doença, foram coletadas e

os níveis de IgM e IgG anti-N-SARS-CoV-

2 e IgG-anti RBD-SARS-CoV-2, por

ELISA.

- Resultados:

-> Os níveis de anticorpo IgM N

específicos diminuíram após a recuperação,

enquanto os anticorpos IgG específicos

anti-S-RBD e N aumentaram após 4

semanas desde o início dos sintomas, sem

correlação significativa com idade, sexo ou

tipo sanguíneo ABO.

-> Os doadores com febre superior a

38,5°C ou com duração superior a 3 dias

apresentaram níveis mais altos de

anticorpos IgG específicos para S-RBD no

momento da doação.

-> Dos 49 doadores de plasma

convalescentes, 90% tinham um título IgG

específico para S-RBD ≥1:160 e 78%

tinham um título ≥1:640 no momento da

doação de plasma.

-> Dos 30 doadores de plasma

convalescente, que haviam doado plasma

mais de 28 dias após o início dos sintomas

e apresentavam doença com febre com

duração superior a 3 dias ou temperatura

corporal superior a 38,5°C, 100%

apresentavam título de S-RBD IgG

específico ≥1:160 e 93% apresentou um

título ≥1: 640.

- Conclusão: Este estudo indica que o

anticorpo IgG específico para S-RBD

atinge níveis mais altos após 4 semanas do

início dos sintomas da COVID-19.

Recomendamos os seguintes critérios de

seleção para doação ideal de plasma

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

convalescente COVID-19: 28 dias após o

início dos sintomas e com uma

apresentação de doença com febre com

duração superior a 3 dias ou temperatura

corporal superior a 38,5°C. A seleção com

base nesses critérios pode garantir uma alta

probabilidade de obter títulos de IgG

específicos para S-RBD suficientemente

altos.

Rev Saude

Publica

06JUL2020

Seroprevalence

of anti-SARS-

CoV-2 Among

Blood Donors in

Rio De Janeiro,

Brazil

Amorim-Filho L et al.

Brazil.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32638883/

Soroprevalência

para SARS-CoV-

2 em doadores no

Rio de de Janeiro

-Objetivo: estimar a soroprevalência de

anticorpos anti-SARS-CoV-2 em doadores

de sangue no estado do Rio de Janeiro,

Brasil, no período de 14 a 27 de abril

de2020.

- Métoodos:

-> doadores de sangue do Hemorio Blood

Center: 2.857 indivíduos (1.450 homens;

18-29 anos: 870, 30-49 anos: 1.443, 50-69

anos: 544; sem nível de escolaridade:

1.753).

-> RT-PCR do soro ou plasma (Molecular

IDT IntegratedDNA TechnologiesSARS-

CoV-2 – N1/N2/P, Promega, Madison,

USA).

-> detecção de IgM e IgG: teste rápido

MedTest Coronavirus 2019-nCoV

IgG/IgM (MedLevensohn manufacturer

(Yuhang District, China);

imunocromatografia.

- Resultados:

-> A proporção de testes positivos para

SARS-Cov-2, sem nenhum ajuste, foi de

4,0% (IC95% 3,3-4,7%) e a prevalência

ponderada foi de 3,8% (IC95% 3,1-4,5%).

-> As estimativas foram mais baixas após o

ajuste para sensibilidade e especificidade

do teste: 3,6% (IC95% 2,7-4,4%) para a

prevalência não ponderada e 3,3% (IC95%

2,6-4,1%) para a prevalência ponderada.

-> O período de coleta foi a variável mais

significativamente associada à prevalência

bruta: quanto mais tarde o período, maior a

prevalência (N=1.565 indivíduos em 14-18

abril versus N= 669 indivíduos em 4-27 de

abril: OR =2,05 IC 95% 1,33-3,16,

p=0,001).

-> Quanto às características

sociodemográficas, quanto mais jovem o

doador de sangue, maior a prevalência e

menor o nível de escolaridade, sendo maior

a chance de teste positivo para o anticorpo

SARS-Cov-2 (OR=1,80, IC95% 1,01-3,22;

p=0,047 e OR=1,72, IC9% 1,13-2,62;

p=0,011, respectivamente).

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Os resultados foram semelhantes para

prevalência ponderada.

- Conclusões:

-> Os achados estão de acordo com

algumas premissas básicas: a tendência

crescente ao longo do tempo, pois a curva

epidêmica no estado ainda está em

ascensão; e a maior prevalência entre os

mais jovens, por se deslocarem mais

frequentemente do que as pessoas mais

velhas e os menos instruídos, por encontrar

mais dificuldades em seguir as

recomendações de distanciamento social.

Apesar das limitações do estudo, podemos

inferir que o Rio de Janeiro está longe de

atingir os níveis exigidos de imunidade de

rebanho contra a SARS-CoV-2.

Br J Dermatol

06JUL2020 Most Chilblains

Observed During

the COVID-19

Outbreak Occur

in Patients Who

Are Negative for

COVID-19 on

PCR and

Serology Testing

Cleach LL et al. France.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32628270/

Frieiras mais

comuns em

pacientes sem

COVID-19?

Prévio: Lesões acrais, principalmente

frieiras, são as lesões cutâneas mais

frequentemente relatadas associadas à

COVID-19. Em mais de 80% dos pacientes

testados, os swabs nasofaríngeos foram

negativos utilizando RT-PCR para SARS-

CoV-2, embora a sorologia geralmente não

tenha sido realizada.

- Métodos: Pesquisa nacional inicada em

em 30 de março de 2020 pela sociedade

francesa de dermatologia solicitando aos

médicos que relatassem casos de

manifestações cutâneas em pacientes com

suspeita ou confirmação de COVID-19

usando um questionário padronizado.

Relatados os resultados para manifestações

acrais.

- Resultados:

-> Foram observado 311 casos de

manifestações acrais (58,5% do sexo

feminino, mediana de idade 25,7 anos [18-

39]).

-> A apresentação clínica mais frequente

(65%) foi de frieiras típicas.

-> No total, 93 casos (30%) apresentaram

suspeita clínica de COVID-19, 67 (22%)

apresentaram sintomas infecciosos menos

específicos e 151 (49%) não apresentaram

sinais clínicos anteriores ou durante o curso

das lesões acrais.

-> A histologia das biópsias de pele foi

consistente com as frieiras (n=26/29).

-> 12 pacientes apresentaram

anormalidades imunológicas significativas.

-> Dez pacientes foram positivos entre os

150/311 (48%) que foram testados (RT-

PCR e/ou sorologia).

-> 7/121 (6%) pacientes testados para RT-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

PCR foram positivos e 5/75 (7%) pacientes

testados por sorologia foram positivos

(IgG), entre eles tanto a RT-PCR quanto a

sorologia foram positivas em dois

pacientes.

-> Os pacientes testados e não testados ou

aqueles com e sem COVID-19 confirmado

não diferiram na idade, sexo, histórico ou

características clínicas da lesão acral.

- Conclusão: Os resultados desta pesquisa

não descartam que o SARS-CoV-2 possa

ser diretamente responsável por alguns

casos de frieiras, mas não foram

encontradas evidências da infecção pelo

SARS-CoV-2 na grande maioria dos

pacientes com lesões acrais durante o

perído de lockdown pela COVID-19 na

França.

Diabetol

Metab Syndr

06JUL2020

Risk and

Predictors of In-

Hospital

Mortality From

COVID-19 in

Patients With

Diabetes and

Cardiovascular

Disease

Rastad H et al. Iran.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32641974/

Mortalidade em

pacientes

diabéticos e com

doença

cardiovascular na

COVID-19

- Objetivo: Determinar o risco e os

preditores de mortalidade hospitalar pela

COVID-19 em pacientes com DM e

doença cardiovascular (DCV).

- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo

incluiu pacientes hospitalizados com idade

≥ 18 anos com COVID-19 confirmado na

província de Alborz, Irã, de 20 de fevereiro

de 2020 a 25 de março de 2020. Modelos

de regressão logística multivariada foram

ajustados para quantificar o risco e os

preditores de mortalidade hospitalar por

COVID-19 em pacientes com essas

comorbidades.

- Resultados: Entre 2.957 pacientes com

COVID-19, 2.656 (89,8%) receberam alta

quando curados e 301 (10,2%) foram a

óbito.

-> média de idade 54,8 ± 16,9 anos, 53,7%

homens.

-> 1.412 (47,7%) pacientes testaram

positivo pela RT-PCR.

-> No geral, 1 ou mais comorbdades

estavam presentes em 44,5% (123)

pacientes; DCV e DM estavam presentes

em 10,6% (314) e 9,0% (267) dos

pacientes, respectivamente.

-> No modelo multivariado, o DM (OR=

1,62, IC95% 1,14-2,30; p<0,05) e apenas o

DM (OR=1,69, IC95% 1,05-2,74; p<0,05)

aumentaram o risco de morte pela COVID-

19; porém, tanto a DCV quanto apenas a

DCV apresentaram associações não

significativas (p> 0,05).

-> Além disso, ter qualquer comorbidade

aumentou o risco de mortalidade hospitalar

pela COVID-19 (OR=2,66, IC95% 2,09-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

3,40).

-> Preditores significativos de mortalidade

pela COVID-19 em pacientes com DM

foram contagem de linfócitos, creatinina e

proteína C reativa (PCR) (todos os valores

de p <0,05).

- Conclusões: Os achados sugerem que

pacientes diabéticos têm um risco

aumentado de mortalidade hospitalar na

COVID-19. Além disso, a contagem de

linfócitos, as concentrações de creatinina e

de PCR podem ser consideradas como

preditores significativos para a morte pela

COVID-19 nesses pacientes.

Respir Med

04JUL2020 Asthma

prevalence in

patients with

SARS-CoV-2

infection detected

by RT-PCR not

requiring

hospitalization

Garcia-Pachon E et al.

Spain. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32658837/

Prevalência de

indivíduos

asmáticos com

SARS-CoV-2

que não

necessitam de

internação

Prévio: A prevalência de asma em

pacientes hospitalizados com SARS-CoV-2

tem sido estudada e varia amplamente nas

diferentes séries. No entanto, a prevalência

em pacientes infectados com SARS que

não requerem hospitalização não é

conhecida.

- Objetivo: analisar a presença de asma em

uma série consecutiva de pacientes que

apresentaram resultado positivo no teste

RT-PCR para SARS-CoV-2 e não

necessitaram de internação hospitalar.

- Métodos e resultados: Um total de 218

pacientes (58% dos que apresentaram

resultado positivo) não necessitaram de

hospitalização; tinham idade mediana de

45 anos (IQR 34-57) e 57% eram do sexo

feminino.

-> Seis pacientes (2,8%) tinham

diagnóstico prévio de asma. Apenas um

paciente desenvolveu um leve agravamento

dos sintomas de asma associados à

infecção pelo SARS-CoV-2.

- Conclusões: Poucos pacientes com asma

foram infectados pelo SARS-CoV-2, e essa

infecção não foi uma causa significativa de

exacerbação da asma. Estudos

multicêntricos e com maior número de

pacientes poderiam validar a hipótese do

trabalho, bem como a análise de medidas

preventivas (máscara, distanciamento

social etc) utilizadas pelos indivíduos

asmáticos.

Am J

Otolaryngol

03JUL2020

Paranasal

Sinuses

Computed

Tomography

Findings in

Anosmia of

COVID-19

Naeini AS et al. Iran.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32652405/

Tomografia de

seios da face e

anosmia na

COVID-19

-Objetivo: A disfunção olfativa na COVID-

19 é pouco conhecida. Assim, são

necessários dados mecanísticos para

elucidar os fatores fisiopatológicos da

anosmia da COVID-19.

-Métodos: Estudo em pacientes que

apresentaram anosmia e COVID-19,

conforme documentado pela RT-PCR entre

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

1º de abril e 15 de maio de 2020. Avaliadas

as causas condutoras de anosmia através da

tomografia computadorizada (TC) dos

seios paranasais.

-Resultados:

-> N=49 pacientes com anosmia e PCR

positiva para COVID-19: média de idade:

45 ± 12,2 (27-80) anos; 55,1% mulheres;

DM 26,5%, HAS 20,4%, hipotireoidismo

10,2%, asma 12,2%

-> Anosmia completa estava presente em

85,7% (n=42) dos pacientes (n=7, 14,3%

com hiposmia) e 91,8% dos pacientes

relataram início súbito de disfunção

olfativa.

-> O distúrbio do paladar foi comum

(75,5%, 37/49).

-> Não houve alterações patológicas

significativas nos seios paranasais nas

tomografias.

-> A fenda olfativa e os seios etmóides

pareciam normais, enquanto em outros

seios a opacificação parcial foi detectada

apenas em alguns casos.

-Conclusão: Não encontramos alterações

mucosas significativas ou anormalidades

da fenda olfativa na TC nos pacientes com

anosmia e COVID-19. As causas

condutoras de anosmia (isto é, doença da

mucosa) não parecem desempenhar um

papel significativo na anosmia no curso da

COVID-19.

-> Não há indicação para solicitação de TC

de seios da face para pacientes com

alteração do olfato e COVID-19.

Int J

Immunogenet

05JUL2020

A Role for

Human

Leucocyte

Antigens in the

Susceptibility to

SARS-Cov-2

Infection

Observed in

Transplant

Patients

Poulton K et al. UK.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32623831/

HLA e infecção

pelo SARS-coV-

2

-Objetivo: Análise de 80 pacientes que

apresentaram resultado positivo para RNA

SARS-CoV-2 que haviam coletado HLA

para cadastro no transplante.

- Métodos: Os dados foram combinados em

dois centros adjacentes em Manchester e

Leeds para atingir um número suficiente

para análises iniciais. As frequências de

HLA observadas foram comparadas com

duas populações-controle: primeiro, contra

frequências publicadas em uma população

de doadores falecidos no Reino Unido

(n=10.000) representando a população-alvo

do vírus e, segundo, usando uma coorte de

indivíduos das listas de espera combinadas

de transplantes de ambos centros (n=308),

representando um grupo comparador de

indivíduos não afetados da mesma

demografia.

- Resultados:

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Relatada uma associação significativa

do HLA com HLA-DQB1*06 (53% vs

36%; p<0,012; OR=1,96; IC95% 1,94-

3,22) e infecção pelo SARS-CoV-2.

-> Também foi observado um viés em

direção a uma representação aumentada de

HLA-A*26, HLA-DRB1*15, HLA-DRB1*

10 e DRB1*11, mas estes foram apenas

significativos quando usados os controles

de doadores do Reino Unido ou não

permaneceram significativos após a

correção para múltiplos testes.

-> Da mesma forma, HLA-A*02, HLA-

B*44 e HLA-C*05 podem exercer um

efeito protetor, mas essas associações não

permaneceram significativas após a

correção para múltiplos testes.

- Conclusão: Esta é uma informação

relevante para o gerenciamento clínico de

pacientes no cenário da atual pandemia de

SARS-CoV-2 e fornece interações

potenciais do sistema HLA e o risco de

infecção na COVID-19.

Clin Infect

Dis

05JUL2020

Long-Term ACE

Inhibitor/ARB

Use Is Associated

With Severe

Renal

Dysfunction and

Acute Kidney

Injury in Patients

With Severe

COVID-19:

Results From a

Referral Center

Cohort in the

North East of

France

Oussalah A et al.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32623470/

Uso de

iECA/BRA

predispõe à LRA

na COVID-19?

- Objetivo: Avaliar a associação entre o uso

crônico dos iECA/BRAs e a ocorrência de

disfunções renais, pulmonares, cardíacas e

hepáticas e a gravidade da reação

inflamatória avaliada pela cinética de

biomarcadores e sua associação com os

desfechos da COVID-19.

- Métodos: Estudo de coorte longitudinal

retrospectivo em pacientes consecutivos

com COVID-19 grave recentemente

diagnosticada. Preditores independentes

foram avaliados através de análise de

características operacionais do receptor,

análise de séries temporais, análise de

regressão logística e modelagem multinível

para medidas repetidas.

- Resultados:

-> Dos 149 pacientes incluídos no estudo,

30% (44/149) foram tratados com iECA

(n=19, 13%)/BRA (n=25, 17%).

-> Uso de iECA/BRA versus não

iECA/BRA: mediana de idade 70 (IQR 63-

82) vs 63 (IQR 51-74), p=0,005; HAS 86%

vs 32% (p<0,0001), doença cardiovascular

49% vs 19% (p=0,0004), DM tipo 2 58%

vs 14% (p<0,0001)

-> O uso de iECA/BRA foi associado

independentemente às seguintes variações

bioquímicas: fósforo> 40 mg/l (aOR=3,35,

IC95%, 1,83-6,14; p=0,0001), creatinina>

10,1 mg l (aOR=3,22, IC95% 2,28-4.54;

p<0,0001), nitrogênio uréico (BUN) > 0,52

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

g/l (aOR=2,65, IC95% 1,89-3,73;

p<0,0001) e pCO2 > 39 mmHg (aOR=1,7

IC95% 1,24-2,34; p=0,001)

-> O uso de iECA/BRA foi associado

independentemente à lesão renal aguda,

estágio LRA ≥1 (OR=3,28, 2,17-4,94;

p<0,0001).

-> A dose diária do iECA/BRA foi

independentemente associada a marcadores

renais alterados, com um risco aumentado

de +25 a + 31% por cada incremento de 10

mg do equivalente à dose de lisinopril.

-> Na modelagem multinível multivariável,

BUN > 0,52 g/l foi independentemente

associada ao risco de insuficiência

respiratória aguda (OR=3,54, IC95%1,05-

11,96; p=0,04).

- Conclusões: Pacientes tratados

cronicamente com iECA/BRA que

apresentam COVID-19 grave apresentam

risco aumentado de lesão renal aguda.

Nesses pacientes, o aumento da BUN

associado ao uso da iECA/BRA pode

prever o desenvolvimento de insuficiência

respiratória aguda.

-> Comentário: O estudo apresenta várias

limitações, como o fato de ser retrospectivo

(inclusão de variáveis ao acaso e sem uma

hipótese prévia), ser um coorte com um

número pequeno de pacientes e o fato do

grupo usando iECA/BRA apresentar

comorbidades já estabelecidas como

fatores de risco pré-existente (idade, DM e

HAS). Além disto, não foi definida função

renal previamente baseada no clearance de

creatinina.

Cell Mol

Neurobiol

05JUL2020

Expression of

ACE2 in Human

Neurons

Supports the

Neuro-Invasive

Potential of

COVID-19 Virus

Xu J & Lazartigues E.

China & USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32623546/

Detecção da

ECA2 em

neurônios

humanos

derivados das

iPSCs: explicaria

a neuro-invasão

do SARS-CoV-

2?

- Prévioa: Demonstrou-se que o SARS-

CoV-2 utiliza a enzima conversora de

angiotensina 2 (ECA2) como um ponto de

entrada para as células.

-> Há um crescente número de relatórios

indicando que os pacientes com COVID-

19, especialmente aqueles em estado grave,

exibem sintomas neurológicos, apoiando a

possibilidade de que o SARS-CoV-2 possa

infectar e danificar neurônios no sistema

nervoso central (SNC) em humanos.

-> Estudo de Mao L et al (JAMA Neurol,

2020): De 214 casos, 36,4% do número

total de pacientes apresentaram sintomas

neurológicos, significando que 1 em 3

casos de COVID-19 sintomática tem

envolvimento do SNC.

- Metodologia e resultado: Utilizando

neurônios derivados de células-tronco

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

pluripotentes humanas, realizou-se a

expressão da ECA2 em neurônios humanos

através da imunocitoquímica.

- Conclusão: A partir dessa perspectiva,

elaboramos a idéia de que o potencial

neuro invasivo do SARS-CoV-2 deve ser

considerado como um possível fator

contribuinte, bem como um alvo

terapêutico, para os sintomas respiratórios

graves nos casos críticos de COVID-19.

J Gerontol A

Biol Sci Med

Sci

04JUL2020

ApoE e4e4

Genotype and

Mortality With

COVID-19 in UK

Biobank

Kuo CL et al. USA &

UK.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32623451/

Genótipo ApoE

e4e4 e maior

risco de testar

positivo para

COVID-19 e ir a

óbito

-Prévio: Anteriormente, foi relatado que o

genótipo ApoE e4e4 estava associado ao

teste positivo para COVID-19 (OR=2,31,

IC95%: 1,65 a 3,24, p=1,19x10-6) na coorte

do UK Biobank (UKB), durante o pico

epidêmico na Inglaterra, de 16 de março a

26 de abril de 2020.

-Métodos: Restringimos as análises aos

participantes de ascendência européia

(n=451.367, 90% da amostra) frequentando

centros de avaliação de base na Inglaterra

(n = 398.073) e participantes excluídos que

morreram antes da pandemia (definida em

1 de fevereiro de 2020, n=22.384).

-> Polimorfismo de nucleotídeo único para

rs429358 e rs7412 para determinar os

genótipos ApoE.

- Resultados:

-> Média de idade: 68,2±8,0 anos, com

174.667 mulheres (55%).

-> De 219.747 participantes com o

genótipo ApoE e3e3, 663 apresentaram

resultado positivo (302 por 100.000), dos

quais 79 foram a óbito posteriormente.

-> Da mesma forma, 8.767 participantes

com o genótipo e4e4, 59 apresentaram

resultado positivo (673 por 100.000), dos

quais 13 foram a óbito posteriormente.

-> Nas análises de regressão logística, o

genótipo ApoE e4e4 foi associado a riscos

aumentados de positividade para COVID-

19 (OR=2,24, IC95% 1,72-2,93,

p=3,24x10-9; p<0,05) e mortalidade

confirmada pela COVID-19 (OR=4,29,

IC95%: 2,38-7,72, p=1,22x10-6; p<0,05)

em comparação ao genótipo e3e3s.

- Conclusões: Esses achados também

demonstram que os riscos para a

mortalidade pela COVID-19 não estão

simplesmente relacionados à idade

cronológica avançada ou às comorbidades

comumente vistas no envelhecimento.

Seria importante validar estes achados em

outras populações.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Cell Mol

Immunol

03JUL2020

Elevated serum

levels of

S100A8/A9 and

HMGB1 at

hospital

admission are

correlated with

inferior clinical

outcomes in

COVID-19

patients

Chen L et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32620787/

Novos

biomarcadores de

gravidade na

COVID-19?

- Prévio: Os padrões moleculares

associados a danos (DAMPs), ou

alarminas, são um número de moléculas

liberadas por células sob estresse

submetidas a infecção microbiana ou lesão

estéril, que atuam como sinais de perigo

para promover e exacerbar a resposta

inflamatória. Veiriicou-se que o nível

sérico da S100A8/A9 e HMGB1 está

correlacionado com a gravidade do dano

tecidual associado a patógenos e a

tempestade excessiva de citocinas.

- Objetvo: Definir o papel da S100A8/A9 e

HMGB1 na progressão da COVID-19 e

etsratificar os pacientes.

- Métodos e resultados:

-> Análise retrospectiva.

-> N= 121 pacientes (40 na UTI e 81 na

enfermaria).

-> mortalidade na UTI: 82,5%

-> alta da enfermaria: 96,3%

-> COVID-19 na enfermaria: nível

significativamente elevado de S100A8/A9

(p=0,033), mas não de HMGB1 (p>

0,9999) em comparação aos controles

saudáveis, sugerindo que S100A8/A9 é

uma alarmina mais sensível que o HMGB1

em resposta à infecção pelo SARS-CoV-2.

-> No entanto, tanto o S100A8/A9 como o

HMGB1 foram significativamente

elevados extracelularmente em pacientes

internados na UTI em comparação aos

pacientes não-UTI ou em pacientes fatais

em comparação aos pacientes vivos,

indicando que uma elevação significativa

do S100A8/A9 e HMGB1 foi associado à

alta mortalidade.

-> Os níveis séricos da S100A8/A9 ou

HMGB1 na admissão foram

correlacionados positivamente com o pico

da pontuação na TC de tórax e com a

necessidade de oxigênio, o que é indicativo

da gravidade da lesão pulmonar aguda e da

SDRA.

-> Além disso, o grau de comprometimento

orgânico, avaliado pelos níveis de NT-

proBNP, cTn I e estágio de lesão renal

aguda teve correlação com os níveis séricos

de S100A8/A9 ou HMGB1.

-> O nível do pico do D-dímero aumentou

significativamente à medida que a

concentração plasmática do S100A8/A9 ou

HMGB1 também se elevou.

-> Razão neutrófilos/linfócitos:

positivamente correlacionada com a

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

concentração sérica do S100A8/A9, mas

não com o HMGB1, sugerindo que

S100A8/A9 desempenha um papel mais

importante na redução substancial dos

linfócitos periféricos.

-> O S100A8/A9 sérico foi também

fortemente correlacionado com o escore de

qSOFA, um indicador rápido de disfunção

orgânica relacionada à sepse, indicando

que pacientes com níveis mais altos de

S100A8/A9 ou HMGB1 tendem a sofrer de

disfunção orgânica relacionada à sepse

mais grave (ambos p <0,0001).

-> Para a previsão de admissão na UTI, as

AUCs para os escores de risco clíncio

(COVID-GRAM) com S100A8/A9,

HMGB1 e S100A8/A9 e HMGB1 em

combinação foram 0,810, 0,860, 0,781 e

0,901, respectivamente.

-> Para a previsão de óbito subsequente, as

AUCs para os escores de risco COVID-

GRAM, S100A8/A9, HMGB1 e

S100A8/A9 e HMGB1 em combinação

foram 0,818, 0,875, 0,694 e 0,881,

respectivamente.

- Conclusão: O estudo identificou duas

alarminas, especialmente o S100A8/A9,

que permitiram identificar os pacinets com

risco de progressão da COVID-19. Os

achados tem importante apliacação clínica.

Emerg

Microbes

Infect

03JUL2020

High

Neutralizing

Antibody Titer in

Intensive Care

Unit Patients

With COVID-19

Liu L et al. China. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32618497/

Anticorpos

neutralizantes

anti-SARS-CoV-

2 em pacientes na

UTI versus não-

UTI

-Prévio: A COVID-19 tem um amplo

espectro de gravidade, variando desde

sintomas respiratórios superiores leves até

insuficiência respiratória. O papel da

resposta dos anticorpos neutralizantes

(NAbs) na progressão da doença é ainda

um assunto de debate na literatura.

Objetivo: Determinar a soroprevalência de

733 indivíduos não-COVID-19 de abril de

2018 a fevereiro de 2020 na Região

Administrativa Especial de Hong Kong e

comparação com as respostas dos NAbs de

8 pacientes com COVID-19 internados na

UTI com os NAbs de 42 pacientes

COVID-19 não admitidos na UTI.

- Métodos: teste de neutralização utilizando

pseudo-vírus

-> O vírus do pseudotipado foi gerado

através da cotransfecção das células HEK-

293T com 2 plasmídeos pVax-1-S-

COVID19 e pNL4-3Luc_Env_Vpr,

carrgando o gene da spike otimizada (S)

(QHR63250) e um backbone do vírus da

imunodeficiência humana tipo 1.

-> O título dos NAbs foi definido como a

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

diluição sérica que resultou em 50% de

concentrações inibitórias (IC50), conforme

determinado pelo log (inibidor) vs. resposta

normalizada

- Resultados:

-> UTI vs não-UTI: mediana de idade 63

(57-70) vs 49 (30-60) anos, p=0,007; sexo

feminino 50% vs 57,1% (p=NS). Sem

diferenças nas comorbidades.

-> Não foram detectados NAbs contra

SARS-CoV-2 em nenhuma das amostras

de soro anônimas dos 733 indivíduos não-

COVID-19.

-> O pico da média geométrica do título

sérico dos NAbs foi significativamente

maior entre 8 pacientes da UTI do que os

42 pacientes não-UTI (7280 [IC95% 1468-

36099]) vs 671 [IC95%, 368-1223]).

-> Além disso, o título de NAbs aumentou

significativamente nos estágios iniciais da

infecção entre os pacientes da UTI em

relação aos pacientes não-UTI.

-> A média de dias para atingir o pico dos

títulos dos Nabs após o início dos sintomas

foi menor entre os pacientes na UTI (17,6)

do que nos pacientes fora da UTI (20,1).

-> A análise multivariada mostrou que a

necessidade de oxigênio (p=0,001) e febre

(p=0,032) durante a internação foram os

únicos fatores clínicos independentemente

associados a títulos mais elevados de

NAbs, enquanto que os parâmetros

laboratoriais foram linfopenia (p=0,033) e

plaquetopenia (p=0,021).

- Conclusões:

-> É improvável que o SARS-CoV-2 tenha

disseminado-se em Hong Kong de forma

silenciosa antes do início da pandemia,

uma vez que os soro de pacientes do ano

2018 até 2020 foi negativo numa coorte

expressiva de pacientes.

-> Os pacientes da UTI apresentaram uma

resposta acelerada e aumentada de NAbs

anti-SARS-CoV-2 em comparação aos

pacientes não-UTI, o que foi associado à

gravidade da doença.

-> Mais estudos são necessários para

entender a relação entre alta resposta de

NAb e gravidade da doença.

Crit Care

03JUL2020 Nafamostat

Mesylate

Treatment in

Combination

With Favipiravir

for Patients

Doi K et al. Japan.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32620147/

Resultados

preliminares com

Mesilato de

nafamostat e

favipiravir na

COVID-19

-Prévio: Mesilato de nafamostat

demonstrou inibir a entrada de SARS-

CoV-2 nas células epiteliais humanas in

vitro. Clinicamente, já foi utilizado na

pancreatite aguda e na coagulação

intravascular disseminada no Japão. A

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Critically Ill

With Covid-19:

A Case Series

crítica administração intravenosa, mantem suas

concentrações sanguíneas 30–240 nM, o

que é suficiente para bloquear a entrada do

vírus. Favipiravir é uma droga anti-víurs da

influenza A H1N1, além de exibir

atividade antiviral contra outros vírus de

RNA e, portanto, espera-se que tenha ação

antiviral contra SARS-CoV-2.

- Resultados:

-> n=11 adultos com infecção pelo SARS-

CoV-2 confirmada pela RT-PCR e que

foram admitidos na UTI do Hospital da

Universidade de Tóquio entre 6 e 21 de

abril de 2020.

-> Mediana de idade 68 (IQR, 60-69) anos,

91% sexo masculino; HAS 36%, DM 27%,

doença pulmonar obstrutiva crônica 9%,

neoplasia 9%.

-> Mediana da duração dos sintomas até a

admissão: 8 (7-11) dias; febre 82%, tosse

45% e dispneia 73%. Opacidades em vidro

fosco (91%), consolidação (55%) e

infiltrado pulmonar (18%) na TC de tórax.

-> PaO2/FIO2 131 (114-198) mmHg

-> Todos os pacientes necessitaram de

oxigenoterapia. Oito pacientes (73%)

necessitaram de ventilação mecânica

invasiva e três pacientes (27%)

necessitaram de oxigenação por membrana

extracorpórea.

-> Pacientes receberam tratamento

combinado com mesilato de nafamostat

[0,2 mg/kg/h por infusão intravenosa

contínua, tratamento médio por 14 dias

(IQR, 10 a 14 dias)] e favipiravir [3600 mg

no dia 1 e a 1600 mg por dia no dia 2 e

tratamento mediano subsequente 14 dias

(IQR, 12 a 14 dias)].

-> Nenhuma interrupção do tratamento

antiviral ocorreu devido a reações adversas

a medicamentos, exceto um paciente que

desenvolveu hipercalemia no dia 9 (pelo

mesilato de nafamostat). Todos os 11

pacientes tiveram pelo menos 33 dias de

acompanhamento hospitalar.

-> 1 paciente, que teve uma ordem de não

ressuscitar, foi a óbito na UTI dia 7.

-> 7 pacientes foram desmamados com

sucesso da ventilação mecânica [ mediana

da duração 16 dias (IQR, 10 a 19 dias)] e 9

e 7 pacientes receberam alta da UTI e do

hospital, respectivamente.

- Conclusão: a terapia com mesilato de

nafamostat em combinação com favipiravir

pode permitir o bloqueio da entrada e

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

replicação do vírus, bem como a inibição

da resposta patogênica do hospedeiro, isto

é, hipercoagulobilidade. Embora o número

de pacientes nesta série de casos tenha sido

muito pequeno, a taxa de mortalidade

observadas combinação daquelas drogas

contribuiu para o desmame da ventilação

mecânica e redução da mortalidade em

pacientes com COVID-19 crítica. Estudos

randomizados e controlados são

necessários para avaliação da eficácia desta

combinação.

Ann Rheum

Dis

03JUL2020

Interleukin-6

Blockade With

Sarilumab in

Severe COVID-

19 Pneumonia

With Systemic

Hyperinflammati

on: An Open-

Label Cohort

Study

Della-Torre E et al. Italy.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32620597/

Sarilumab na

COVID-19?

- Objetivo: Avaliar a segurança e eficácia

do bloqueio da interleucina (IL)-6 com

sarilumab em pacientes com pneumonia

grave pela COVID-19 e hiperinflamação

sistêmica.

-Métodos: Estudo aberto, uso compassivo

do sarilumab em pacientes com pneumonia

grave pela COVID-19 (PaO2/FiO2 <300

mmHg) com hiperinflamação (marcadores

inflamatórios e IL6 elevados).

-> Sarilumabe 400 mg via IV (2 doses

únicas de 200 mg) + tratamento-padrão

versus pacientes com tratamento-padrão

apenas (controle; lopinavir/ritonavir,

hidroxicloroquina e azitromicina).

-> Desfechos: melhoria clínica,

mortalidade, segurança e preditores de

resposta clínica em 28 dias.

-Resultados:

-> 28 pacientes foram tratados com

sarilumabe e 28 pacientes formaram o

grupo controle.

-> sem diferenças nos dados demográficos

e parâmetros clínicos entre os 2 grupos:

média de idade 56 (51-60) anos, sexo

masculino 78%, média da duração dos

sintomas antes do início do tratamento 7

(7-10) dias, 30% HAS, 18% tabagismo,

14% dislipidemia, 21% doença arterial

coronariana, 16% DM tipo 2, 4% doença

pulmonar obstrutiva crônica, 5% doença

renal crônica; necessidade de

oxigenoterapia: ventilação invasiva 73% e

oxigênio por alto fluxo 27%; PaO2/FiO2 <

100 em 54%;

-> No dia 28 de acompanhamento, 61%

dos pacientes tratados com sarilumab

apresentaram melhora clínica e 7% foram a

óbito. Esses achados não foram

significativamente diferentes do grupo

controle (melhora clínica de 64%,

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

mortalidade de 18%; p = NS).

-> média de tempo para a melhora clínica:

sarilumab 18 (9-28) vs controle 19 (11-28)

dias (p=0,89); tempo para a resilução da

febre apenas: sarilumab 1 (1-1) vs controle

4 (1-4) dias (p<0,0001); tempo para

normalização da proteína C reativa:

sarilumab 6 (4-7) vs controle 12 (9-15) dias

(p<0,0001).

-> Relação basal PaO2/FiO2> 100 mm Hg e

consolidação pulmonar <17% na

tomografia computadorizada foram

pereditores de melhora clínica nos

pacientes tratados com sarilumabe.

-> A média de tempo para melhora clínica

em pacientes com consolidação pulmonar

<17% foi menor após o sarilumab (10 dias)

do que após o tratamento padrão (24 dias;

p=0,01).

-> A taxa de infecção e trombose pulmonar

foi semelhante entre os dois grupos.

-Conclusões: No dia 28, a melhora clínica

geral e a mortalidade em pacientes com

COVID-19 grave não foram

significativamente diferentes entre o

sarilumabe e o grupo controle.

-> O sarilumabe foi associado a uma

recuperação mais rápida num subgrupo de

pacientes que apresentava consolidação

pulmonar menor no início do estudo.

-> Estudos randomizados e controlados,

com maior número de pacientes, podem

contribuir para definir a real eficácia do

sarilumab na COVID-19.

J Nephrol

03JUL2020 Exposure to

Novel

Coronavirus in

Patients on Renal

Replacement

Therapy During

the Exponential

Phase of COVID-

19 Pandemic:

Survey of the

Italian Society of

Nephrology

Quintaliani G et al. Italy.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32621109/

Pacientes com

doenças renais

mais vulneráveis

à COVID-19: um

estudo da

Sociedade

Italiana de

Nefrologia

- Objetivo: Investigar como os pacientes

em terapia substitutiva da função renal

(TSFR) foram afetados pela pandemia da

COVID-19 na Itália.

-Métodos: questionário eletrônico com 17

itens foi enviado a 454 centros de diálise

no banco de dados DialMap, no dia 9 de

abril de 2020. Calculadas as taxas de

incidência por 100 pacientes.

-Resultados:

-> Em 11 dias, em média, 365 centros

responderam (taxa de resposta de 80,4%;

margem de erro de 2,3%), totalizando

60.441 pacientes em TSFR.

-> População em TSFR: 30.821 pacientes

em hemodiálise (HD), 4.139 em diálise

peritoneal (DP) e 25.481 pacientes

transplantados (Tx).

Page 44: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Proporção de pacientes em TSFR que

testou positivo para SARS-CoV-2: 2,26%

(IC95% 2,14-2,39), com diferenças

significativas de acordo com a modalidade

de tratamento (p<0,001). A proporção de

pacientes positivos para SARS-CoV-2 foi

significativamente maior na HD (3,55%

[IC95% 3,34-3,76]) do que na DP (1,38%

[IC95% 1,04-1,78] e Tx (0,86% [IC95%

0,75-0,98]) (p<0,001), com

heterogeneidade substancial entre as

regiões e ao longo do gradiente de latitude

(p <0,001).

-> Nos pacientes em TSFR, a taxa de

incidência mais alta foi no noroeste (4,39%

[IC95% 4,11-4,68], seguido pelo nordeste

(2,06% [IC95% 1,79-2,36]), pelo centro

(0,91% [0,75-1,09]), pelas ilhas principaiss

(0,67% [0,47-0,93]) e pelo sul (0,59% [

0,45-0,75].

-> Durante a pandemia da COVID-19,

entre os pacientes com TSFR positivos

para SARS-Cov-2, a taxa de mortalidade

foi de 32,8%, em comparação com 13,3%

observados na população italiana em 23 de

abril.

- Conclusões: Uma proporção substancial

dos 60.441 pacientes em TSFR na Itália foi

positiva para SARS-Cov-2 e

posteriormente morreu durante a fase

exponencial da pandemia de COVID-19. O

risco e as taxas de infecção parecem diferir

substancialmente entre as regiões, ao longo

da latitude geográfica e da modalidade de

tratamento.

Am J Kidney

Dis

03JUL2020

Serologic

Detection of

Latent SARS-

CoV-2 Infections

in Hemodialysis

Centers: A Multi-

center,

Retrospective

Study in Wuhan,

China

Tang H et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32628990/

Infecção por

SARS-CoV-2 em

pacientes em

hemodiálise

ambulatorial

-Racional: Pacientes em hemodiálise (HD)

de manutenção são uma população

altamente vulnerável à infecção pelo

SARS-CoV-2. O estudo foi desenvolvido

para avaliar a prevalência da infecção pelo

SARS-CoV-2 com base no RT-PCR e

testes de anticorpos.

-Forma de estudo: Estudo transversal.

-Local e participantes: de 1º de dezembro

de 2019 a 31 de março de 2020, 1.027

pacientes com HD em cinco grandes

centros de hemodiálise em Wuhan, China

foram incluídos no estudo.

-Resultados:

-> Dos 1.027 pacientes em HD, 99 casos

foram identificados como infecção pelo

SARS-CoV-2, equivalente a uma

prevalência de 9,6%.

Page 45: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Em toda a coorte: média de idade 60,3 ±

13,4 anos, 60,3% homens.

-> Dos 99 casos, 52 (53%) pacientes foram

diagnosticados com infecção pelo SARS-

CoV-2 através da RT-PCR positiva; 47

(48%) pacientes foram identificados por

anticorpos IgG ou IgM positivos contra o

SARS-CoV-2 com RT-PCR negativa.

-> O espectro de perfis de anticorpos

nesses 47 pacientes mostrou anticorpos

IgM em 5 (11%), anticorpos IgG em 35

(75%) e anticorpos IgM e IgG positivos em

7 (15%).

-> 51% dos pacientes infectados eram

assintomáticos durante a epidemia.

-> Sem diferenças entre idade, sexo, IMC e

tabagismo entre os pacientes infectados ou

não infectados. História prévia de contato

próximo foi muito mais comum nos

pacientes infectados

-> Pacientes com doença renal hipertensiva

(24% vs 10%; p<0,001) e doença

cardiovascular (79% vs 67,2%, p=0,01)

foram mais frequentemente identificadas

nos pacientes com infecção pelo SARS-

CoV-2 e tendiam a ser mais sintomáticos

do que outros grupos de pacientes.

-Limitações: Possibilidade de falsos

positivos e falsos negativos para testes de

RT-PCR e anticorpos; possível falta de

generalização para outras populações em

diálise.

- Conclusões: Metade das infecções pela

SARS-CoV-2 em pacientes em HD foi

subclínica e não identificada pela TC

torácica e pela RT-PCR. Os testes

sorológicos podem ajudar a avaliar a

prevalência geral e a entender a diversidade

do curso clínico entre pacientes em HD

infectados com SARS-CoV-2.

Clin

Endocrinol

03JUL2020

Low Serum 25-

hydroxyvitamin

D (25[OH]D)

Levels in Patients

Hospitalised

With COVID-19

Are Associated

With Greater

Disease Severity

Panagiotou G et al. UK

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32621392/

Níveis de

vitamina D

associados à

gravidade da

COVID-19?

- Objetivos: Avaliar a implementação de

um protocolo local para tratamento do

déficit de vitamina D (DVV) em pacientes

hospitalizados pela COVID-19; avaliar a

prevalência de DVV entre pacientes

internados com COVID-19 e examinar

possíveis associações com a gravidade e a

fatalidade da doença.

- Métodos: Análise retrospectiva de 134

pacientes internados com COVID-19.

Foram analisadas a prevalência de DVV, a

conformidade com o protocolo de

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

tratamento local e a relação do soro basal

25 (OH) D com marcadores de gravidade e

fatalidade de COVID-19.

- Resultados:

-> 55,8% dos pacientes elegíveis

receberam reposição de colecalciferol,

embora nem todos de acordo com o

protocolo sugerido.

-> Os pacientes admitidos na UTI eram

mais jovens do que aqueles tratados em

enfermarias médicas (61,1 anos ± 11,8 vs.

76,4 anos ± 14,9, respectivamente, p

<0,001), com maior prevalência de

hipertensão (68,6% vs 40,5%, p<0,01) e

obesidade (25,7% vs 6,3%, p<0,01)

frequência respiratória basal mais alta (24,8

± 7,0 versus 21,5 ± 5,1) e maior nível de

proteína C reativa (143, 4 ± 99,4 vs 107,9 ±

92 mg/ml, p=0,045).

-> Embora os níveis séricos médios de 25

(OH) D fossem comparáveis (p=0,3),

apenas 19% dos pacientes na UTI

apresentaram níveis de 25 (OH)D

superiores a 50 nmol/l versus 39,1% dos

pacientes fora da UTI (p=0,02).

-> No entanto, não houve associação com a

fatalidade, potencialmente devido ao

pequeno tamanho da amostra e diagnóstico

e tratamento imediatos da DVV.

-Conclusões: Observou-se maior

prevalência de DVV em pacientes com

COVID-19 que necessitaram de internação

na UTI em comparação aos pacientes

tratados nas enfermarias. Estudos

prospectivos maiores e/ou ensaios clínicos,

randomizados e controlados, são

necessários para validar a hipótese e definir

se a reposição de vitamina D é uma

estratégia terapêutica na COVID-19. O

mecanismo de ação da vitamina D neste

cenário é ainda desconhecido.

J Med Virol

03JUL2020 Efficacy and

Safety of

Umifenovir for

Coronavirus

Disease 2019

(COVID-19): A

Systematic

Review and

Meta-Analysis

Huang D et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32617989/

Umifenovir na

COVID-19: sem

evidências de

eficácia na

COVID-19

- Objetivos: revisão sistemática e meta-

análise sobre a eficácia e segurança do

umifenovir na COVID-19.

- Métodos: 12 estudos com 1.052

pacientes.

- Resultados:

-> comparado ao grupo controle, o

umifenovir foi associado a uma maior taxa

de negatividade da RT-PCR no dia 14 (RR:

1,27; IC 95%: 1,04 a 1,55).

-> No entanto, o umifenovir não esteve

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

relacionado ao tempo de conversão da RT-

PCR (MD: 0,09; IC95%: -1,48 a 1,65), à

negativação da RT-PCR no dia 7 (RR:

1,09; IC95%: 0,91-1,31), incidência de

desfecho composto (RR: 1,20; IC95%:

0,61-2,37), taxa de alívio da febre no dia 7

(RR: 1,00; IC95%: 0,91-1,10), taxa de

alívio da tosse no dia 7 (RR: 1,00; IC95%

0,85-1,18) ou tempo de internação (MD:

1,34; IC95% -2,08 a 4,76).

-> Umifenovir: seguro em pacientes com

COVID-19 (RR para incidência de eventos

adversos: 1,29; IC 95%: 0,57 a 2,92).

-> Os resultados da análise de sensibilidade

e análise de subgrupos foram semelhantes

aos resultados agrupados.

- Conclusões: Não há evidências para

apoiar o uso terapêutico do umifenovir para

melhorar os desfechos clínicos de pacientes

com COVID-19.

JAMA Neurol

02JUL2020 Risk of Ischemic

Stroke in

Patients With

Coronavirus

Disease 2019

(COVID-19) vs

Patients With

Influenza

Merkler AE et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32614385/

Maior risco de

AVC isquêmico

na COVID-19 em

comparação à

infecção por

influenza

-Objetivo: Avaliar se a COVID-19 está

associads com um risco elevado de AVC

isquêmico em comparação a outras

infecções virais respiratórias.

- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo

conduzido em 2 hospitais acadêmicos na

cidade de Nova York, Nova York.

-> Inclusão de pacientes adultos com

atendimento na emergência ou

hospitalizações com COVID-19, no

período de 4/03 a 02/05/2020.

-> A coorte de comparação incluiu adultos

com visitas a departamentos de emergência

ou hospitalizações com influenza A/B de 1

de janeiro de 2016 a 31 de maio de 2018

(abrangendo temporadas moderadas e

graves de influenza).

-> A infecção pela COVID-19 foi

confirmada pela detecção do SARS-CoV-2

na nasofaringe pela RT-PCR e influenza

A/B confirmada em laboratório.

-> Um painel de neurologistas avaliou o

resultado primário de AVC isquêmico

agudo e suas características clínicas,

mecanismos e resultados.

-> Regressão logística para comparar a

proporção de pacientes com COVID-19

com AVC isquêmico versus a proporção

entre pacientes com influenza.

-Resultados:

-> Entre 1.916 pacientes com atendimentos

de emergência ou hospitalizações com

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

COVID-19, 31 (1,6%; IC95%, 1,1%-2,3%)

apresentaram AVC isquêmico agudo:

mediana de idade 69 anos (IQR, 66-78

anos); 18 (58%) eram homens; o AVC foi

o motivo da apresentação hospitalar em 8

casos (26%), sendo que 23 pacientes (74%)

tiveram AVC isquêmico agudo durante a

internação.

-> Entre os 1.683 pacientes hospitalizados

pela COVID-19, 31 (1,8%, IC95% 1,3%-

2,6%) apresentaram AVC isquêmico.

-> Comorbidades: HAS 62%, DM 43%,

hiperlipidemia 31%, fibrilação atrial 16%,

doença renal crônica 16%, doença

pulmonar obstrutiva crônica 10%.

-> Mecanismo do AVC: cardioembólico

(13/31, 42%), aterosclerose de vasos

grandes (2/31, 7%), criptogênico (16/31,

52%). Envolvimento de múltiplos

territórios cerebrovasculares: 17/31 (55%).

-> Mais de 1/3 dos casos de AVC ocorreu

em pacientes com COVID-19 grave (n=11,

35%) que receberam ventilação mecânica.

-> Mediana do score da National Institutes

of Health Stroke Scale: 16 (IQR, 6-23).

-> mediana do D-dímero nos pacientes que

apresentaram AVC: 1,93 (IQR 0,559-

5,285) μg/ml (versus 0,682 [IQR 0,340-

1,986]; p=0,01).

-> Em comparação, 3 de 1.486 pacientes

com influenza (0,2%; IC95%, 0,0%-0,6%)

apresentaram AVC isquêmico agudo.

-> Após o ajuste por idade, sexo e raça, a

probabilidade de AVC foi maior na

infecção pela COVID-19 do que na

infecção por influenza (OR=7,6; IC95%,

2,3-25,2).

-> A associação persistiu nas análises de

sensibilidade, ajustando fatores de risco

vasculares, sintomatologia viral e admissão

em unidade de terapia intensiva.

- Conclusões e relevância: Neste estudo de

coorte retrospectivo, aproximadamente

1,6% dos adultos com COVID-19 que

procuraram o pronto-socorro ou foram

hospitalizados apresentaram AVC

isquêmico, uma taxa mais alta em

comparação a uma coorte de pacientes com

gripe (0,2%).

-> Estudos adicionais são necessários para

confirmar esses achados e investigar

possíveis mecanismos trombóticos

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

associados à COVID-19.

Stroke Vasc

Neurol

02JUL2020

Acute

Cerebrovascular

Disease

Following

COVID-19: A

Single Center,

Retrospective,

Observational

Study

Li Y et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32616524/

Doenças

cerebrovasculares

na COVID-19

-Objetivo: descrever as características

clínicas, laboratoriais, tratamento e

desfechos de pacientes com doença

cerebrovascular e COVID-19.

- Métodos: estudo retrospectivo;

comparação de indivíduos com COVID-19

que apresentram doença cerebrovascular

aguda versus pacientes que não

apresentaram doença cerebrovascular

aguda. Centro único.

- Resultados:

-> Dos 219 pacientes com COVID-19, 10

(4,6%) desenvolveram AVC isquêmico

agudo e 1 (0,5%) apresentou hemorragia

intracerebral.

-> Os pacientes com COVID-19 e doenças

cerebrovasculares agudas eram mais velhos

(75,7 ± 10,8 anos vs 52,1 ± 15,3 anos,

p<0,001), tiveram maior probabilidade de

apresentar COVID-19 grave (81,8% vs

39,9%, p=0,009) e maior frequência de

fatores de risco cardiovascular, incluindo

HAS (81,8% vs 22,1%, p<0,001), DM

(54,5% vs 12%, p<0,001) e doença

cardíaca (27,3% vs 6,7%, p=0,044).

-> Além disso, pacientes com COVID-

19+doença cerebrovascular foram mais

propensos a ter resposta inflamatória

aumentada e estado hipercoagulável,

conforme refletido nos valores da proteína

C reativa 51,1 (1,3-127,9) vs 12,1 (0,1-

212,0) mg/l (p=0,025) e no D-dímero 6,9

(0,3-20,0) vs 0,5 (0,1-20,0) mg/l (p<0,001).

Neutrofilia, linfopenia, plaquetopenia e

aumento da BUN também foram mais

comuns nos pacentes com COVID-

19+doença cerebrovascular (todos p<0,05).

-> Dos 10 pacientes com AVC isquêmico;

6 receberam tratamento antiplaquetário

com aspirina ou clopidogrel; e 3 deles

foram a óbito. Os outros quatro pacientes

receberam tratamento anticoagulante com

enoxaparina e 2 deles foram a óbito. Seis

pacientes com doenças cerebrovasculares

foram a óbito (54,5%).

- Conclusão: As doenças cerebrovasculares

agudas são comuns nos pacientes com

comorvidades pré-existentes e fazem parte

do espectro de gravidade da COVID-19,

estando associadas à hiper-inflamação e à

hipercoagulabilidade.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

J Am Acad

Dermatol

02JUL2020

The Spectrum of

COVID-19-

associated

Dermatologic

Manifestations:

An International

Registry of 716

Patients From 31

Countries

Freeman EE et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32622888/

Lesões

dermatológicas e

gravidade da

COVID-19

-Objetivo: Caracterizar a diversidade de

manifestações cutâneas na COVID-19 e

facilitar o entendimento da fisiopatologia

subjacente.

-Métodos: Série de casos de um registro

internacional da Academia Americana de

Dermatologia e Liga Internacional de

Sociedades Dermatológicas. O registro foi

feito por dermatologistas (54%), outros

médicos (32%), profissionais de nível

médio (7,3%), enfermeiras (2,85) e outros

profissionais (3,4%).

- Resultados: O registro coletou 716 casos

de sintomas dermatológicos de início

recente em pacientes com COVID-19

confirmada/suspeita (89% dos EUA).

-> Dos 171 pacientes do registro com

COVID-19 confirmada por exames

laboratoriais, a mediana de idade foi 44

(IQR 28-61) anos; 54% mulheres;

comorbidades: HAS 16%, DM 12% e

tabagismo 12% .

-> Morfologias mais comuns: morbiliforme

(22%), pernio-símile (18%), urticariforme

(16%), eritema macular (13%), vesicular

(11). %), papuloescamoso (9,9%) e púrpura

retiforme (6,4%).

-> Lesões morbiliformes: frequentemente

pruriginosas; envolvimento do tronco na

maior parte das vezes (21% com

envolvimento da face).

-> Lesões pernio-símiles: frequentemente

causavam dor/quimação e envolviam

mãos/pés.

-> Púrpura retiforme: descrita nas

extremidades e nas nádegas.

-> O curso completo de erupções cutâneas

confirmadas em laboratório teve uma

mediana de duração de 7 dias (IQR 3-10).

-> As lesões pernio-simile, no entanto,

tiveram um curso mais longo com mediana

de 14 dias (IQR 8-24).

-> A duração total só pôde ser determinada

para lesões resolvidas. A maioria dos

pacientes (72%) apresentava lesões em

andamento; portanto, esses valores podem

subestimar a duração.

-> As lesões geralmente ocorreram após

(64%) ou concomitantes (15%) com outros

sintomas da COVID-19. Em particular, as

seguintes lesões cutâneas apenas se

manifestram após os sintomas da COVID-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

19: morbiliforme (76%), pernio-símile

(48%), urticária (67%), eritema macular

(57%), vesicular (72%), pápulo-escamoso

(53%) e púrpura retiforme (91%). Uma

minoria das lesões ocorreu antes de outros

sintomas da COVID-19 (12%).

-> As lesões do tipo perônio foram comuns

em pacientes com doença leve, enquanto a

púrpura retiforme se apresentava

exclusivamente em pacientes doentes e

hospitalizados.

- Limitações: Não podemos estimar

incidência ou prevalência. O viés de

confirmação é possível.

- Conclusão: Este estudo destaca o

conjunto de manifestações cutâneas

associadas à COVID-19. Muitas

morfologias eram inespecíficas, enquanto

outras podem fornecer informações sobre

possíveis vias imunológicas ou

inflamatórias na fisiopatologia da COVID-

19.

Int J Infect

Dis

02JUL2020

The Incidence of

the Novel

Coronavirus

SARS-CoV-2

Among

Asymptomatic

Patients: A

Systematic

Review

Al-Sadeq DW et al.

Qatar.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32623083/

Incidência da

detecção do

SARS-CoV-2 em

assintomáticos:

uma revisão

sistemática

-Objetivo: revisão sistemática dos estudos

sobre a detecção do SARS-CoV-2 em

pacientes assintomáticos.

Resultados:

-> Inclusão de um total de 63 estudos,

sendo a maioria dos estudos relatada na

China (n=44). Assim, houve uma escassez

de estudos epidemiológicos da SARS-

CoV-2 em vários países do mundo, o que

permitiria rastrear a incidência real da

COVID-19, especialmente em pacientes

assintomáticos.

-> Estudos com um tamanho amostral

grande (n>1000) estimaram que a

porcentagem de pessoas que contraem

SARS-CoV-2 e provavelmente

assintomáticas varia de 1,2 a 12,9%.

-> No entanto, os outros estudos com um

tamanho de amostra menor (n<1000)

relataram uma incidência muito maior e

indicaram que até 87,9% dos indivíduos

infectados com COVID-19 poderiam ser

assintomáticos.

-> Por outro lado, a soroprevalência

estimada de anticorpos para o SARS-CoV-

2 foi relatada como sendo mais alta. Por

exemplo, um estudo realizado com 2.857

amostras de sangue doadores do Rio de

Janeiro apresentaram 23,7% dos casos

positivos para IgM, 11,4% dos positivos

para IgG, enquanto que IgM e IgG foram

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

detectados em 64,9% (Amorim Filho et al).

Isso pode ser explicado pela limitação da

isponibilidade do swab nasal para

diagnóstico pela PCR, já que esta pode ser

negativa, embora a detecção dos anticorpos

seja positiva.

-> A maioria dos estudos indicou que os

assintomáticos são uma fonte potencial de

infecção para a comunidade.

- Conclusão: esta revisão destacou a

necessidade de estudos mais robustos e

bem projetados para estimar melhor a

incidência de COVID-19 entre pacientes

assintomáticos em todo o mundo. A

identificação precoce dos casos

assintomáticos, bem como o

monitoramento e o rastreamento de

contatos próximos, podem ajudar a mitigar

a disseminação da COVID-19.

J Infect Dis

02JUL2020 Clinical

characteristics

and factors

associated with

long-term viral

excretion in

patients with

SARS-CoV-2

infection: a single

center 28-day

study

Shi D et al.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32614392/

Fatores

associados à

eliminação

prolongada do

SARS-CoV-2

Racional: Apesar da disseminação contínua

da COVID-19, o conhecimento sobre

fatores que afetam a excreção viral

prolongada é limitado.

- Métodos: Coleta retrospectiva dos dados

de 99 pacientes hospitalizados com

COVID-19 entre 19 de janeiro e 17 de

fevereiro na província de Zhejiang, China.

-> Divisão em 2 grupos com base nos

resultados dos testes virais positivos

naqueles que se tornaram negativos.

-> Regressão dos riscos proporcionais de

Cox: avaliação dos fatores associados à

eliminação do SARS-CoV-2.

-> RT-PCR: swabs da nasofaringe, escarro

e aspirado endotraqueal, além das fezes,

coletados diariamente.

- Resultados:

-> 61/99 (62%) dos pacientes tiveram

depuração do SARS-CoV-2 (grupo vírus-

negativo), mas 61/38 (38%) dos pacientes

tiveram resultados positivos (grupo vírus-

positivo): 19 (15-24) vs 15 (12-19) dias,

p=0,002.

-> Mediana da duração da excreção do

SARS-CoV-2: 15 dias (IQR 12-19) entre

os pacientes negativos para o vírus.

-> O tempo de eliminação viral aumentou

significativamente se os resultados do teste

de RNA de SARS-CoV-2 nas fezes

estivessem positivos: 12/38 (31,6%) vs

9/61 (14,8%), p=0,000.

-> RT-PCR positiva versus negativa:

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

mediana de idade 61,5 (50,3-72,3) versus

50 (38,5-59) anos, p=0,001; > 65 anos

36,8% vs 13,1% (p=0,006). Sem diferença

no sexo masculino 68,4% vs 57,4%,

p=0,2), HAS (26,4%), DM (16,2%), DPOC

(5,1%), doença cardíaca (7,1%).

-> RT-PCR positiva versus negativa

(mediana dos exames): PaO2/FIO2 250,3 vs

288,3 mmHg (p=0,03), linfopenia 0,5 vs

0,9 x 109/l (p=0,001), albumina 35,8 vs

40,6 g/l (p=0,03), proteína C reativa 45 vs

16,1 mg/l (p=0,01) e pró- calcitonina 0,07

vs 0,06 ng/ml (0,01), CD4+ 94 vs 199/μl

(p=0,01), CD8+ 79 vs 152,5 /μl (p=0,02) e

células B 70 vs 146,5/μl (p=0,01)

-> Sexo masculino (HR=0,58 [IC95%,

0,35-0,98]), uso de imunoglobulina (HR=

0,42 [IC95%, 0,24-0,76]), pontuação

APACHE II (HR=0,89 [IC95%, 0,84-

0,96]) e a contagem de linfócitos (HR=

1,81 [IC95%, 1,05-3,1]) foram fatores

independentes associados a uma duração

prolongada da eliminação do SARS-CoV-

2.

-> A terapia antiviral e o tratamento com

corticosteroides não foram fatores

independentes.

- Conclusões: O tempo de eliminação do

RNA do SARS-CoV-2 foi associado ao

sexo, gravidade da doença e função

linfocitária. O atual protocolo antiviral e a

dose baixa a moderada de corticosteróide

tiveram pouco efeito na duração da

excreção viral.

JAMA Netw

Open

01JUL2020

Incidence of

Stress

Cardiomyopathy

During the

Coronavirus

Disease 2019

Pandemic

Jabri A et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32644140/

Aumento da

cardiomiopatia

por estresse

durante a

pandemia da

COVID-19

- Importância: A pandemia da COVID-19

tem resultado em estresse psicológico,

social e econômico grave na vida das

pessoas. Não se sabe se o estresse da

pandemia está associado a um aumento na

incidência de cardiomiopatia por estresse.

- Objetivo: Determinar a incidência e os

resultados da cardiomiopatia por estresse

durante a pandemia de COVID-19 em

comparação a período antes da pandemia.

- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo

em laboratórios de cateterismo cardíaco

com capacidade de intervenção coronária

percutânea primária em 2 hospitais do

sistema de saúde da Cleveland Clinic no

nordeste de Ohio, EUA, examinou a

incidência de cardiomiopatia por estresse

(síndrome de Takotsubo) em pacientes que

apresentavam síndrome coronariana aguda

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

submetida a arteriografia coronária. Os

pacientes que se apresentaram durante a

pandemia de COVID-19, entre 1 de março

e 30 de abril de 2020, foram comparados

com 4 grupos controle de pacientes com

síndrome coronariana aguda que se

apresentaram antes da pandemia em 4

cronogramas distintos: março a abril de

2018, janeiro a fevereiro de 2019, março a

abril de 2019 e janeiro a fevereiro de 2020.

Os dados foram analisados em maio de

2020.

-Exposição: Os pacientes foram divididos

em 5 grupos com base na data de sua

apresentação clínica em relação à

pandemia da COVID-19.

- Resultados: Entre 1914 pacientes com

síndrome coronariana aguda, 1656

pacientes (mediana de idade [IQR], 67 [59-

74]; 1094 [66,1%] homens) apresentaram-

se durante o período pré-COVID-19 (390

pacientes entre março e abril de 2018), 309

pacientes em janeiro-fevereiro de 2019,

679 pacientes em março-abril de 2019 e

278 pacientes em janeiro-fevereiro de

2020) e 258 pacientes (medina de idade

[IQR], 67 [57-75]; 175 [67,8%] homens)

apresentados durante o período de

pandemia da COVID-19 (março-abril de

2020).

-> Houve um aumento significativo na

incidência de cardiomiopatia por

estresse durante o período COVID-19,

com um total de 20 pacientes com

cardiomiopatia por estresse (proporção

de incidência, 7,8%), em comparação

com cronogramas pré-pandêmicos, que

variaram de 5 a 12 pacientes com

cardiomiopatia por estresse (intervalo de

proporção de incidência, 1,5% -1,8%).

-> A taxa de comparação entre o período

pandêmico da COVID-19 e o período pré-

pandêmico combinado foi de 4,58 (IC

95%, 4,11-5,11; p<0,001).

-> Todos os pacientes durante a pandemia

da COVID-19 tiveram resultados negativos

nos testes da RT-PCR para COVID-19.

-> Pacientes com cardiomiopatia por

estresse durante a pandemia de COVID-19

tiveram um tempo de internação mediano

mais longo (faixa interquartil) em

comparação com aqueles hospitalizados no

período pré-pandêmico (período na

Page 55: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

COVID-19: 8 [6-9] dias; março-abril de

2018: 4 [3-4] dias; janeiro a fevereiro de

2019: 5 [3-6] dias; março a abril de 2019: 4

[4-8] dias; janeiro a fevereiro: 5 [4-5] dias;

p=0,006).

-> Não houve diferenças significativas

entre o período COVID-19 e o período

geral pré-COVID-19 na mortalidade (1

paciente [5,0%] vs 1 paciente [3,6%],

respectivamente; p=0,81) ou reinternação

de 30 dias (4 pacientes [22,2%] vs 6

pacientes [21,4%], respectivamente;

p=0,90).

- Conclusões: Este estudo constatou que

houve um aumento significativo na

incidência de cardiomiopatia por estresse

durante a pandemia da COVID-19 quando

comparado aos períodos pré-pandêmicos.

JAMA

01JUL2020 Excess Deaths

From COVID-19

and Other

Causes, March-

April 2020

Woolf SH et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32609307/

Aumento da

mortalidade pela

COVID-19 e por

outras causas nos

EUA

- O número de mortes relatadas

publicamente pela COVID-19 pode estar

subestimada. Tais estimativas se baseiam

em dados provisórios que geralmente são

incompletos e podem omitir mortes não

documentadas pela COVID-19. Além

disso, as restrições impostas pela pandemia

(por exemplo, ordens de permanecer em

casa) podem comprometer vidas

indiretamente, devido ao atraso no

atendimento a emergências agudas,

exacerbações de doenças crônicas e

sofrimento psicológico (por exemplo,

overdose de drogas).

-Objetivo: Estimar o excesso de mortes nas

primeiras semanas da pandemia e a

contribuição relativa da COVID-19 e

outras causas.

- Métodos: Os dados semanais de óbitos

dos 50 estados dos EUA e do Distrito de

Columbia foram obtidos no Centro

Nacional de Estatísticas de Saúde de

janeiro a abril de 2020 e nos 6 anos

anteriores (2014-2019).

Resultados: Entre 1 de março e 25 de abril

de 2020, foram relatadas 505.059 mortes

nos EUA; 87.001 (IC95%, 86578-87423)

foram óbitos em excesso, dos quais 56.246

(65%) foram atribuídos à COVID-19.

-> Em 14 estados, mais de 50% das mortes

em excesso foram atribuídas a causas

subjacentes que não a COVID-19; estes

incluíram a Califórnia (55% do excesso de

mortes) e o Texas (64% do excesso de

mortes).

Page 56: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Os 5 estados com mais mortes pela

COVID-19 tiveram grandes aumentos

proporcionais em mortes por causas

subjacentes não respiratórias, incluindo

diabetes (96%), doenças cardíacas (89%),

doença de Alzheimer (64%) e doenças

cerebrovasculares (35%).

-> A cidade de Nova York aprsentou os

maiores aumentos de mortes não

respiratórias, principalmente de doenças

cardíacas (398%) e diabetes (356%).

- Conclusões: Grandes aumentos na

mortalidade por doenças cardíacas,

diabetes e outras doenças foram

observados. É necessária uma investigação

mais aprofundada para determinar até que

ponto essas tendências representam

manifestações não respiratórias da COVID-

19 ou mortalidade pandêmica secundária

causada por rupturas na sociedade que

diminuíram ou atrasaram o acesso aos

cuidados de saúde e os determinantes

sociais da saúde (por exemplo, empregos,

renda e alimentação).

JAMA Intern

Med

01JUL2020

Estimation of

Excess Deaths

Associated With

the COVID-19

Pandemic in the

United States,

March to May

2020

Weinberger DM et al.

USA https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32609310/

Estimativa do

excesso de

mortes pela

COVID-19 nos

EUA

-Objetivo: Estimar o ônus de todas as

mortes relacionadas à COVID-19 nos

Estados Unidos de março a maio de 2020.

- Métodos: Estudo observacional, avaliação

do número de mortes nos EUA por

qualquer causa e mortes por pneumonia,

influenza e/ou COVID-19 de 1º de março a

30 de maio de 2020, usando dados públicos

de toda a população dos EUA de o

National Center for Health Statistics

(NCHS). Esses números foram comparados

com os do mesmo período dos anos

anteriores. Todos os dados analisados

foram acessados em 12 de junho de 2020.

-Resultados: houve aproximadamente

781.000 mortes no total nos Estados

Unidos de 1 de março a 30 de maio de

2020, representando 122.300 (intervalo de

previsão de 95%, 116.800-127.000) mais

mortes do que seria normalmente esperado

naquela época do ano.

-> Foram registradas 95.235 mortes

atribuídas oficialmente à COVID-19 de 1º

de março a 30 de maio de 2020.

-> O número de mortes por excesso de

causa foi 28% maior que o total oficial das

mortes relatadas pela COVID-19 durante

esse período. Em vários estados, essas

mortes ocorreram antes de aumentos na

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

disponibilidade dos testes de diagnóstico

COVID-19 e não foram contabilizadas nos

registros oficiais de morte do COVID-19.

Houve uma variabilidade substancial entre

os estados na diferença entre as mortes

oficiais da COVID-19 e a carga estimada

de excesso de mortes.

-> Assim, as mudanças na mortalidade que

ocorreram durante a pandemia variaram

por estado e região. Na cidade de Nova

York, a mortalidade por todas as causas

aumentou 7 vezes acima da linha de base

no pico da pandemia, num total de 25.100

(intervalo de previsão de 95%, 24.800-

25.400) mortes em excesso, das quais 26%

não foram atribuídas à COVID-19. Por

outro lado, no restante do estado de Nova

York, o aumento foi mais moderado,

subindo 2 vezes acima da linha de base e

resultando em 12.300 (intervalo de

previsão de 95%, 11.900-12.700) mortes

em excesso.

-Conclusões: o excesso de mortes fornece

uma estimativa do ônus total da COVID-19

e indica que os registros oficiais

provavelmente subestimam as mortes

devido ao vírus. A carga de mortalidade e a

abrangência das contas variam

acentuadamente entre os estados.

Sci Transl

Med

01JUL2020

Antibody

Signature

Induced by

SARS-CoV-2

Spike Protein

Immunogens in

Rabbits

Ravichandran S et al.

USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32513867/

Resposta immune

ao SARS-COV-

2: uma análise da

proteína S e de

seus subdomínios

-Objetivos: Para entender melhor as

respostas imunes humorais induzidas pelas

vacinas baseadas nos antígenos da proteína

S, foi realizado um estudo qualitativo

através da imunização de coelhos com

vários antígenos da proteína S do SARS-

CoV-2: S-ectodomain (S1 + S2) (aa 16-

1213), que não possui o domínios

citoplasmáticos e transmembranares (CT-

TM), o domínio S1 (aa 16-685), o domínio

de ligação ao receptor (RBD) (aa 319-541)

e o domínio S2 (aa 686-1213, não contendo

o RBD e, portanto, o controle) foi

realizados para estudar o repertório dos

apítopos dos anticorpos, a afinidade

deligação dos anticorpos e a atividade

funcional.

- Metodologia: A qualidade e função dos

anticorpos resultantes foram analisadas por

ELISA, ensaio de competição no domínio

de ligação ao receptor (RBD), ressonância

plasmônica de superfície (SPR) contra

diferentes proteínas S na conformação

nativa e ensaios de neutralização. Coelhos

brancos fêmeas da Nova Zelândia foram

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

imunizados duas vezes intramuscularmente

em intervalos de 14 dias com 50 µg de

proteínas recombinantes purificadas

misturadas com adjuvante Emulsigen

(adjuvantes MVP). Dois animais foram

utilizados por imunogênio.

-Resultados:

-> Todos os três antígenos (ectodomínio S1

+ S2, domínio S1 e RBD), mas não S2,

geraram fortes anticorpos neutralizantes

contra o SARS-CoV-2.

-> O repertório de anticorpos induzidos

pela vacinação foi analisado pelas

bibliotecas de exibição de fagos do

fragmento da proteína S do SARS-CoV-2

(SARS-CoV-2 GFPDL), que identificaram

epítopos imunodominantes nos domínios

S1, S1-RBD e S2.

-> Além disso, essas análises

demonstraram que o RBD imunogênio

levou a um título de anticorpo mais alto

com anticorpos de afinidade 5,0 vezes mais

altos para antígenos nativos da spike em

comparação com outros antígenos da spike

e a afinidade de anticorpo correlacionou-se

fortemente com os títulos de neutralização.

-> O soro imune ao RBD demonstrou

claramente um título final de neutralização

mais alto (> 1: 640) em comparação com o

soro imune S1 ou S1 + S2 (1: 160 e 1:40,

respectivamente).

-> O soro dos coelhos imunizados após a 2ª

dose aprsentavam anticorpos anti-spike que

eram 80% IgG, 10-15% IgA e uma fração

menor de IgM.

- Conclusão: O estudo destaca a

necessidade de realizar uma análise

abrangente da resposta imune gerada após

a vacinação ou infecção pelo SARS-CoV-

2, a fim de identificarmos biomarcadores

de imunidade protetora. Uma compreensão

aprofundada dos aspectos quantitativos e

qualitativos das respostas imunes geradas

por diferentes antígenos de vacinas

baseadas na proteína S poderia auxiliar no

desenvolvimento e avaliação de terapias

faramacológicas e vacinas eficazes para o

SARS-CoV-2.

QJM

01JUL2020 Prolonged

Persistence of

SARS-CoV-2 in

the Upper

Respiratory

Tract of

Saurabh S et al. India.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32609360/

Detecção do

SARS-CoV-2 em

pacientes

assintomáticos

- Prévio: A duração da persistência do

SARS-CoV-2 no trato respiratório superior

de indivíduos infectados tem implicações

clínicas e epidemiológicas importantes.

- Objetivo: Estabelecer a duração e os

fatores de risco para persistência do SARS-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Asymptomatic

Infected

Individuals

CoV-2 no trato respiratório superior de

indivíduos infectados assintomáticos.

- Métodos: Os dados do teste rRT-PCR

(swabs orofaríngeo e nasofaríngeo)

repetido para indivíduos infectados com

SARS-CoV-2 no instituto Jodhpur, na

Índia, foram analisados de 19 de março a

21 de maio de 2020. A duração da

persistência do vírus foi estimada com

modelos de regressão paramétricos. Os

fatores associados à persistência viral

prolongada foram analisados com o melhor

modelo de ajuste.

- Resultados: 51 indivíduos infectados com

SARS-CoV-2 com teste repetido de rRT-

PCR foram identificados, sendo 44

assintomáticos.

-> Nos 44 pacientes assintomáticos: média

de idade 56,4 ± 17,1 anos, 79,5% sexo

masculino.

-> Os indivíduos assintomáticos tiveram

média de duração da persistência do vírus

de 8,87 dias (IC95%: 7,65-10,27) e

duração do percentil 95 de 20,70 dias (IC

95%: 16,08-28,20).

-> A mediana da persistência geral do

vírus, incluindo indivíduos sintomáticos e

assintomáticos, foi de 9,18 dias (IC95%

8,04-10,48).

-> Cerca de um quarto dos assintomáticos

(10/44) demonstrou persistência do SARS-

CoV-2 além de 2 semanas.

-> A idade <60 anos (p=0,011) e a

transmissão local (p=0,029) foram

significativamente associadas à

persistência mais longa do vírus em

indivíduos assintomáticos em regressão

univariada, mas não em análises

multivariadas.

- Conclusão: A duração recomendada do

isolamento domiciliar para indivíduos

infectados com SARS-CoV-2 na Índia

deve ser estendida de 17 dias para pelo

menos três semanas. A persistência

prolongada do SARS-CoV-2 em uma

proporção de indivíduos assintomáticos

merece atenção no que diz respeito a

garantir precauções universais de

prevenção de infecções,

independentemente do status sintomático.

Obesity Is BMI Higher in Bhasin A et al. USA. Índice de massa - Prévio: A obesidade é um fator de risco

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

01JUL2020 Younger Patients

With COVID-19?

Association

Between BMI

and COVID-19

Hospitalization

by Age

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32610371/

corpórea em

pacientes jovens

e hospitalização

por COVID-19

para hospitalização de pacientes com

COVID-19.

-Objetivos: Investigar se os pacientes

hospitalizados com COVID-19 diferiam no

IMC em idades e se as tendências eram

independentes de diabetes e hipertensão.

- Métodos: Análise transversal de pacientes

hospitalizados com COVID-19 moderado a

grave no Northwestern Memorial Hospital

de 19 de março de 2020 a 4 de abril de

2020.

-> Comparação dos pacientes

hospitalizados com COVID-19 e idade

com < 50 anos e > 50 anos em relação

àqueles hospitalizados sem COVID-19.

- Resultados:

-> Pacientes com < 50 anos, hospitalizados

com COVID-19 sem diabetes ou

hipertensão: média do IMC maior do que

aqueles com idade ≥50 anos (43,1 kg/m2;

IC95% 34,5-51,7 versus 30,1 kg/m2;

IC95% 27,7-32,5), p = 0,02.

-> IMC dos pacientes sem COVID-19 e

sem HAS ou DM: 23,2 kg/m2 (IC9%%

20,1-26,4) nos pacientes com idade < 50

anos e 27,4 kg/m2 (IC95% 25,5-29,4) nos

pacientes com ≥ 50 anos; p=0,04.

-> Além disso, o IMC parece se

correlacionar inversamente com o aumento

da idade entre os pacientes hospitalizados

com COVID-19. Não detectada a mesma

diferença ou tendência em pacientes

hospitalizados sem COVID-19.

-> A média do IMC para todos os pacientes

hospitalizados com COVID-19 foi de 31,2

kg/m2 (IC95% 30,2-32,3), acima do limiar

para obesidade classe I.

-> A média do IMC para todos os pacientes

hospitalizados sem COVID-19 foi 28,1

(IC95% 27,0-29,3) kg/m2, classificado

como sobrepeso; p=0,0001.

- Conclusão: Os pacientes mais jovens

(idade <50 anos) com COVID-19

apresentaram média do IMC maior em

comparação aos mais velhos com COVID-

19, tanto em pacientes com e sem diabetes

e hipertensão. Essa tendência não existia

em pacientes sem COVID-19

hospitalizados durante o mesmo período.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Heart

01JUL2020 Treatment With

ACE Inhibitors

or ARBs and

Risk of

severe/lethal

COVID-19: A

Meta-Analysis

Flacco ME et al. Italy.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32611676/

Uso de

bloqueadores do

sistema renina-

angiotensina-

aldosterona na

COVID-19

-Objetivo: Meta-análise de dados

observacionais ajustados realizada para

resumir as evidências existentes sobre a

associação entre iECA/BRA e a COVID-

19 grave/letal.

- Métodos: Trabalhos analisados nos

repositórios MedLine, Scopus e pré-

impressão até 8 de junho de 2020 para

recuperar estudos de coorte ou caso-

controle comparando o risco de COVID-19

grave/fatal (ventilação mecânica, admissão

em unidade de terapia intensiva ou morte),

entre os hipertensos tratados com: (1)

iECA, (2) BRA e (3) ambos, versus

indivíduos não tratados.

-> Os dados foram combinados usando

uma abordagem de variância inversa

genérica de efeito aleatório.

- Resultados:

-> 11 estudos, envolvendo 9. 890

hipertensos, foram incluídos nas análises.

-> Comparados com indivíduos não

tratados, aqueles que usavam iECA ou

BRA mostraram um risco semelhante de

COVID-19 grave ou letal (OR=0,90; IC

95% 0,65-1,26 para iECA; e OR=0,92; IC

95% 0,75 a 1,12 para BRA).

-> O risco de desenvolver COVID-19

grave foi também comparável entre

pacientes tratados e não tratados (OR=1,00;

IC95% 0,84-1,18).

-> Os resultados não mudaram quando os

dois medicamentos foram considerados

simultâneos, quando o óbito foi o desfecho

e excluindo os estudos com resultados

significativos e divergentes.

- Conclusão:

-> A presente meta-análise apóia

fortemente a recomendação de várias

sociedades científicas que dão suporte à

manutenção do uso de iECA e BRA para

todos os pacientes que já faziam uso destas

medicações.

Diabtes Metab

Syndr

30JUN2020

BMI and future

risk for COVID-

19 infection and

death across sex,

age and

ethnicity:

Preliminary

findings from UK

Sattar N et al. UK.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32668401/

Índice de massa

corpórea e

mortalidade em

pacientes mais

jovens e não-

brancos

-Objetivos: Examinar a associação entre o

IMC (índice de massa corpórea) e o risco

de um teste positivo para SARS-CoV-2 e o

risco de morte relacionada à COVID-19

entre os participantes do Biobank no Reino

Unido.

-Métodos: Entre os 4.855 participantes

testados para SARS-CoV-2 no hospital,

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

biobank

839 foram positivos e destes 189 (22.5%)

foram a óbito pela COVID-19.

-> Modelos de Poisson com splines de

chapa fina penalizados foram executados

relacionando exposições de interesse para

testar a positividade e a fatalidade de casos,

ajustando-se a fatores de confusão.

- Resultados:

-> O IMC esteve fortemente associado ao

teste positivo e ao risco de morte

relacionado à COVID-19.

-> O gradiente de risco em relação ao IMC

foi mais acentuado em menores de 70 anos,

em comparação com aqueles com 70 anos

ou mais de morte relacionada à COVID-19

(p=0,03; interação).

-> O IMC esteve mais fortemente

relacionado à positividade do teste para

COVID-19 (p=0,010; intreação) e óbito

(p=0,002; interação) em não-brancos

(predominantemente sul-asiáticos e afro-

caribenhos), em comparação aos brancos.

-> Havia uma sugestão de um gradiente

mais forte de risco através do IMC

(p=0,09; interação) em homens em

comparação a mulheres para um teste

positivo para SAR-SCoV-2 positivo,

embora não haja evidências claras da

interação para óbito relacionado à COVID-

19 (p=0,37; interação).

- Conclusões: Esses dados acrescentam

suporte para a adiposidade estar mais

fortemente ligada às mortes relacionadas à

COVID-19 em pessoas mais jovens e em

etnias não-brancas. Se estudos futuros

confirmarem a causalidade, intervenções

no estilo de vida para melhorar o status de

adiposidade podem ser importantes para

reduzir o risco de progressão da COVID-19

em todas as comunidades, mas talvez

particularmente nas não-brancas.

Int J Clin

Pract

30JUN2020

Febuxostat

Therapy in

Outpatients With

Suspected

COVID-19: A

Clinical Trial

Davoodi L et al. Iran.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32603531/

Febuxostat para a

COVID-19?

- Objetivo: Avaliar os efeitos do febuxostat

(FBX; inibidor na xantina oxidase utilizado

para tratamento da hiperuricemia; tem

efeitos anti-inflamatórios, anti-oxidantes e

anti-apoptóticos) versus hidroxicloroquina

(HCQ) nos sintomas clínicos, exames

laboratoriais e achados da TC de tórax em

pacientes ambulatoriais com sintomas

moderados de infecção pela COVID-19.

-Métodos: Os pacientes foram

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

aleatoriamente designados para receber

FBX (80 mg/dia) ou HCQ (200 mg 2x/dia)

por 5 dias.

-> As variáveis medidas foram:

necessidade de hospitalização, dados

clínicos e laboratoriais, incluindo febre,

tosse, frequência respiratória, nível de

proteína C-reativa, contagem de linfócitos

no início da admissão e também 5 dias

após o tratamento. Além disso, os achados

da TC foram avaliados na admissão e 14

dias após o início do tratamento.

-Resultados:

-> N=60 pacientes foram incluídos no

estudo, com uma proporção de 1 para 1 nos

grupos FBX (n=30) e HCQ (n=30).

-> Na admissão, febre (66,7%), tosse

(87%), taquipneia (44,4%), dispnéia (35%),

aumento da proteína C reativa (94,4%),

linfpenia (81,5%) e envolvimento

pulmonar de acordo com a TC de tórax

(100%) foram documentados em pacientes

incluídos, sem diferença entre os grupos

FBX e HCQ.

-> Febre, tosse e taquipnéia foram

significativamente mitigadas em ambos os

grupos após cinco dias de tratamento, sem

diferenças significativas entre os grupos.

-> As porcentagens médias de

comprometimento pulmonar foram

reduzidas significativamente para 7,3% e

8% após 14 dias de tratamento com FBX e

HCQ, respectivamente.

-> taxa de hospitalização: 11% (n=3 em

cada grupo). Todos os pacientes foram de

alta entre 1-7 dias após a internação.

-Conclusão: Os desfechos clínicos,

laboratoriais e tomográficos são

comparáveis em pacientes que receberam

FBX e HCQ. No entanto, a falta de um

grupo controle, sem tratamento, não nos

permite definir eficácia destas 2

medicações no cenário da COVID-19.

Lancet

Haematol

30JUN2020

Endotheliopathy

in COVID-19-

associated

Coagulopathy:

Evidence From a

Single-Centre,

Cross-Sectional

Study

Goshua G et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32619411/

Endoteliopatia

como fator de

risco para

hipercoagulabilid

ade em pacientes

com COVID-19

-Prévio: Uma característica importante da

patogênese do SARS-CoV-2 é a

coagulopatia associada à COVID-19,

caracterizada por aumento de complicações

trombóticas e microvasculares. Estudos

anteriores sugeriram um papel para lesão

celular endotelial na coagulopatia

associada à COVID-19. Para determinar se

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

a endoteliopatia está envolvida na

patogênese da coagulopatia associada à

COVID-19, foram avaliados marcadores da

ativação de células endoteliais e plaquetas

em pacientes críticos e não críticos

internados no hospital com COVID-19.

- Métodos: Estudo transversal de centro

único, pacientes adultos hospitalizados

(≥18 anos) com COVID-19 confirmada

laboratorialmente e internados na UTI ou

enfermaria especializada não-UTI COVID-

19. Controles assintomáticos e não

hospitalizados foram também incluídos.

Foram avaliados marcadores da ativação

endotelial de células e plaquetas, incluindo

o antígeno do fator de von Willebrand

(VWF), trombomodulina solúvel, P-

selectina solúvel e ligante CD40 solúvel,

bem como fatores de coagulação,

anticoagulantes endógenos e enzimas

fibrinolíticas.

- Resultados:

-> 68 pacientes com COVID-19 foram

incluídos no estudo de 13 a 24 de abril de

2020, incluindo 48 UTI e 20 pacientes não-

UTI, além de 13 controles assintomáticos

não hospitalizados.

-> Pacientes UTI versus não-UTI: 64 (16;

20-92) vs 58 (15; 24-93), p=0,15; sexo

masculino 69% vs 40% (p=0,033).

-> Comorbidades comparáveis entre os

grupos: obesidade (37%), insuficiência

cardíaca congestiva 7%, hiperlipidemia

26%, HAS 56%, DM 29%, doença arterial

coronariana 15%, doença cerebrovascular

10%, neoplasia 4%, doença renal crônica

10%, fibrilação atrial 6%.

-> Os marcadores de ativação das células

endoteliais e plaquetárias foram

significativamente elevados nos pacientes

na UTI em comparação com os pacientes

que não-UTI, incluindo o antígeno VWF

(média de 565% [DP 199] nos pacientes na

UTI versus 278% [133] nos pacientes não-

UTI; p<0,0001) e P-selectina solúvel (15,9

ng/ml [4,8] vs 11,2 ng/ml [3,1]; p=0,0014).

-> As concentrações do antígeno VWF

também foram elevadas acima da faixa

normal em 16 (80%) dos 20 pacientes não-

UTI.

-> Mortalidade teve correlação

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

significativa com o antígeno VWF (r=0,38;

p=0,0022) e trombomodulina solúvel

(r=0,38; p=0,0078) em todos os pacientes.

-> Em todos os pacientes, concentrações

solúveis de trombomodulina maiores que

3,26 ng/ml foram associadas a taxas mais

baixas de alta hospitalar (22 [88%] dos 25

pacientes com baixas concentrações versus

13 [52%] dos 25 pacientes com altas

concentrações; p=0,0050) e menor

probabilidade de sobrevida na análise de

Kaplan-Meier (HR=5,9, IC95% 1,99-18,4;

p=0,0087).

- Conclusões: Os achados mostram que a

endoteliopatia está presente na COVID-19

e provavelmente está associada a doenças

críticas e óbito. A identificação precoce da

endoteliopatia e as estratégias para mitigar

sua progressão podem melhorar os

resultados na COVID-19.

J Infect

30JUN2020 Elevation of Ace2

as a SARS-CoV-2

Entry Receptor

Gene Expression

in Alzheimer's

Disease

Lim KH et al. Republic

of Korea.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32619698/

Expressão gênica

da ECA2 e ECA1

no sangue e no

cérebro de

pacientes com

Alzheimer: há

implicações para

a COVID-19?

-Prévio: A doença de Alzheimer é a

principal doença neurodegenerativa em

adultos. Pacientes com Alzheimer e com

comorbidades, como doença pulmonar

obstrutiva crônica, tem um declínio

cognitivo maior.

-Objetivo: Investigar se a maior expressão

da ECA2 está associada a maior

mortalidade pelo Alzheimer.

-Metodologia: RNA-seq e estudos de

associação com o genoma total (GWAS)

no modelo murino da doença Alzheimer

(DA).

-Resultados:

-> ECA2 no tecido cerebral de

camundongos com DA: expressão

aumentada do gene da ECA2 no tecido

cerebral. No entanto, ao contrário da

ECA2, a expressão do gene da ECA1 não

diferiu no cérebro saudável versus tecido

doente.

-> ECA2 no sangue de camundongos com

DA: níveis de expressão do gene da ECA2

não apreentaram diferenças significativas.

-> ECA1 no tecido cerebral de

camundongos com DA: a expressão gênica

mostrou uma leve diminuição tendência no

tecido cerebral doente

-> ECA1 no sangue de camundongos com

DA: expressão gênica aumentou

significativamente no sangue, sugerindo

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

que a expressão do gene da ECA1 pode ser

um biomarcador para diagnóstico da DA.

-> Perfis de expressão de genes humanos

da ECA no tecido cerebral e nas células

mononucleares do sangue periférico

(PBMCs) de pacientes com DA:

* Hipocampo e ECA2: níveis da expressão

gênica aumentam gradualmente em

pacientes com DA incipiente (135%),

moderada (148%) e grave (164%) vs

grupos saudáveis.

* Hipocampo e ECA1: níveis da expressão

gênica diminuíram 32% em pacientes

incipientes e retornaram aos níveis normais

nos grupos de pacientes com DA moderada

e grave (111% e 116%, respectivamente).

-> PBMCs e ECA1 e ECA2: o gene da

ECA1 foi expresso em um nível de 39% e

o gene ECA2 foi expresso em um nível de

69% em comparação aos indivíduos

saudáveis.

- Conclusões: As análises sugerem que

pacientes com doença de Alzheimer podem

estar mais suscetíveis à COVID-19, uma

vez que há maior expressão do gene da

ECA2 no cérebro destes pacientes.

-> estudos para avaliar o impacto dos

bloqueadores do sistema renina-

angiotensina aldosterona no balanço

ECA1/ECA2 no plasma e no tecido em

pacientes com Alzheimer são necessários,

bem como a detecção do SARS-CoV-2 no

tecido cerebral de pacientes com esta

doença e COVID-19.

Pediatr Infect

Dis

30JUN2020

Duration of

Respiratory and

Gastrointestinal

Viral Shedding in

Children With

SARS-CoV-2: A

Systematic

Review and

Synthesis of Data

Xu CLH et al. Germany

& Australia.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32618932/

Duração da

eliminação crial

pelos tratos

respiratório e

gastrointestinal

em pacientes

pediátricos

- Prévio: Crianças com COVID-19 são

mais propensas a apresentar sintomas leves

ou inexistentes em comparação com

adultos e podem representar vetores

importantes para a transmissão viral. A

duração da eliminação viral nos tratos

respiratório e gastrointestinal em crianças

com COVID-19 ainda é desconhecida.

Objetivo: Determinar as médias de tempo

da eliminação do SARS-CoV-2 em

crianças.

- Métodos: Revisão sistemática de estudos

que utilizarm RT-PCR em crianças com

COVID-19

- Resultados: 69 casos pediátricos foram

identificados.

-> A duração da eliminação viral pelo trato

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

respiratório foi de até 24 dias a partir do

início dos sintomas, com uma média de

11,1 ± 5,8 dias.

-> Das crianças submetidas a testes com

PCR de fezes, swab retal ou swab anal,

86% apresentram resultado positivo: a

média de duração da eliminação viral pelo

trato gastrointestinal foi 23,6 ± 8,8 dias

desde o início dos sintomas.

-> Em 89% dos casos, a eliminação viral

através do trato gastrointestinal persistiu

após os swabs nasofaríngeos ou

orofaríngeos se tornarem negativos por até

quatro semanas.

- Conclusões: O estudo revisou

sistematicamente a duração da eliminação

viral do SARS-CoV-2 dos tratos

respiratório e gastrointestinal em pacientes

pediátricos. Esses achados podem ter

implicações importantes nas estratégias de

controle da infecção durante a pandemia de

COVID-19.

-> Seria importante realizar a cultura viral

para verificar a viabilidade do SARS-OV-2

nestas amostras coletadas.

Virol J

30JUN2020 Evaluation of

SARS-CoV-2

viral RNA in

fecal samples

Mesoraca A et al. Italy.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32605577/

Detecção do

SARS-CoV-2 nas

amostras fecais

-Racional: O estabelecimento de um

protocolo adequado para a detecção do

SARS-CoV-2 é necessário em todo o

mundo.

- Métodos: Foram selecionados 15

pacientes positivos para a COVID-19 com

sintomas leves ou inexistentes.

-> RT-PCR seriadas (a cada 5 dias) das

amostras respiratórias e fecais; alvos 3

genes (ORF1ab, E e N)

- Resultados:

-> Inicialmente, as amostras fecais foram

negativas em 67% (10/15) dos casos,

enquanto 33% (5/10) dos casos foram

positivas.

-> Após o teste do RNA viral seriado, 73%

(11/15) dos casos foram positivos para as

amostras fecais. Em particular, 15 dias

após o primeiro teste positivo das amostras

respiratórias, 6/15 (40%) amostras fecais

tornaram-se positivas para o RNA do

SARS-CoV-2, enquanto 13/15 (87%) testes

respiratórios apresentaram resultado

negativo.

-> 4/15 (26,7%) dos pacientes

apresentaram amostras fecais positivas ≥

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

25 dias após negativação das amostras

respiratórias.

- Conclusão: Os testes RT-PCR das

amostras fecais são um passo importante

para controlar a infecção, sugerindo que as

amostras permaneceram positivas para o

RNA do SARS-CoV-2 por mais tempo do

que as amostras do trato respiratório. Os

resultados aprimoram o conhecimento

recente sobre a COVID-19 e oferecem

sugestões para uma estratégia diagnóstica

mais completa. Seria importante associar a

cultura viral a estes achados a fim de

verificarmos a viabilidade viral.

Clin Infect

Dis

30JUN2020

Impact of SARS-

CoV-2 Viral

Load on Risk of

Intubation and

Mortality Among

Hospitalized

Patients With

Coronavirus

Disease 2019

Magleby R et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32603425/

Carga viral e

desfechos

clínicos

-Prévio: Pacientes hospitalizados com

COVID-19 frequentemente requerem

ventilação mecânica e apresentam altas

taxas de mortalidade.

- Objetivo: avaliar o impacto da carga viral

nos desfechos clínicos de pacientes com

COVID-19.

- Métodos: Estudo de coorte retrospectivo

de pacientes hospitalizados com COVID-

19 de 30 de março a 30 de abril de 2020

em dois hospitais da cidade de Nova York.

-> A carga viral de SARS-CoV-2 foi

avaliada usando valores de limiar do ciclo

ou threshold cycle (Ct) através do ensaio

da RT-PCR (genes alvos ORF1ab e E)

obtido de amostras do swab nasofaríngeo.

-> Comparação das características e os

desfechos dos pacientes com carga viral

alta, média e baixa na admissão, além da

avaliação se a carga viral estava associada

independentemente ao risco de intubação e

mortalidade intra-hospitalar.

-Resultados: Foram avaliados 678

pacientes com COVID-19.

-> Maior carga viral foi associada ao

aumento da idade (72 anos, 69 anos e 63

anos, respectivamente, p<0,001),

comorbidades (doença arterial coronariana

20%, 21,8% e 12,8%, p=0,039;

insuficiência cardíaca congestiva 12,7%,

6,9% e 5,4%, p=0,004; doença

cerebrovascular 12,3%, 6,9% e 5,4%,

p=0,007; HAS 61.8%, 66,7% e 50%,

p=0,008; doença renal crônica 14,6%,

10,2% e 8,3%, p=0,032; doença pulmonar

obstrutiva crônica 9,6%, 5,1% e 3,7%,

p=0,009), tabagismo (35,5%, 25% e

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

25,6%, p=0,22) e quimioterapia recente

(4,1%, 1,4% e 0,4%, p=0,004). DM não foi

diferente entre os grupos (37,3%, 32,9% e

31,8%, p=0,22).

-> Pacientes com carga viral alta tinham

uma média de sintomas de 7 dias até a

admissão, comparado com 8 dias (carga

viral média) e 10 dias (carga viral baixa),

p<0,001.

-> Pacientes com varga viral alta: maior

necessidade de oxigenoterapia ou

ventilação mecânica nas 3 horas após a

admissão, mas eram menos propensos a ter

febre (62,7%, 70,4% e 71,5%, p=0,046),

náusea e vômito (13,6%, 14,3% e 21,1%,

p=0,03). Linfopenia (71,8%, 72,5% e

59,6%, p=0,008), anemia (27,4%, 22,8% e

19,1%, p=0,48), trombocitopenia (24,2%,

22,8% e 12,1%, p=0,002) e aumento de

TGP (24,7%, 22,8% e 37,6%, p=0,004)

também foram mais comuns nesses

pacientes.

-> Mortalidade hospitalar: 35,0% com

carga viral alta (Ct <25; n=220), 17,6%

com carga viral média (Ct 25-30; n=216) e

6,2% com carga viral baixa (Ct >30;

n=242; p<0,001).

-> O risco de intubação também foi maior

nos pacientes com carga viral alta (29,1%),

em comparação com aqueles com carga

viral média (20,8%) ou baixa (14,9%; p

<0,001).

-> A carga viral alta foi associada

independentemente à mortalidade (aOR=

6,05; IC95% 2,92-12,52; p<0,001) e

intubação (aOR=2,73; IC95% 1,68-4,44; p

<0,001) em modelos multivariados.

-> Outras complicações clínicas associadas

à carga viral: IAM (7,3%, 4,6% e 2,1%,

p=0,007), falênica cardíaca congestiva

(6,4%, 2,8% e 2,5%, p=0,032) e lesão renal

aguda requerendo hemodiálise (15%, 8,3%

e 2,9%, p<0,001).

- Conclusões: A carga viral de SARS-CoV-

2 na admissão entre pacientes

hospitalizados com COVID-19

correlaciona-se independentemente com o

risco de intubação e mortalidade intra-

hospitalar.

-> Essas informações podem ser úteis para

predizer os pacientes com maior risco de

Page 70: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

complicação durante a internação. Seria

importante avaliar a carga viral

prospectivamente e de acordo com o

tratamento estabelecido.

J Med Virol

30JUN2020 Matrix

Metalloproteinas

e 3 as a Valuable

Marker for

Patients With

COVID-19

Shi S et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32603484/

Metaloproteinase

-3 da matriz

como

biomarcador da

COVID-19

-Objetivo: Investigar se os níveis séricos da

metaloproteinase-3 da matriz (MMP3)

podem ser um biomarcador da COVID-19.

-> metaloproteinases participam da

degradação da matiz e remodelação, além

da regulação das respostas inflamatórias e

imunes e da interação célula-célula.

- Métodos:

-> N=62 pacientes do First Hospital of

Hunan University of Chinese Medicine and

Loudi Center for Diseases Prevention and

Control, avaliados entre Janeiro e Março de

2020.

-> Grupo controle: 131 pacientes (67

suadávies e 64 pacientes internados sem

COVID-19).

-> Aproximadamente a cada 5 dias, soros

de 20 casos foram coletados e analisados

três vezes, usando um analisador

bioquímico automático, para detectar

concentrações séricas de MMP3. A

correlação foi analisada entre MMP3 e

outras citocinas pró-inflamatórias.

- Resultados:

-> A concentração de MMP3 foi de 44,44

(23,46 a 72,12) ng/ml no grupo infectado e

32,42 (28,16 a 41,21) ng/ml no grupo não

infectado (Z= -2,799, p= 0,005).

-> Diferença significativa da MMP3 sérica

entre indivíduos saudávies e pacientes

infectados pela COVID-19 (Z=-3,414,

p=0,001) e uma correlação positiva entre

indivíduos saudáveis e hospitalizados (Z=-

4.644, p=0,000).

-> Correlação positiva entre MMP3 e IL-

1β (r = 0,681, p=0,000) e IL-6 (r = 0,529,

p=0,002).

-> A concentração sérica da MMP3,

medida em três momentos, foi 55,98 (30,80

~ 75,97) ng/ml, 34,84 (0,00~51,84) ng/ml e

5,71 (0,00~40,46) ng/ml, respectivamente.

- Conclusão: A detecção dos níveis séricos

de MMP3 pode desempenhar um papel

importante no desenvolvimento de

abordagens terapêuticas para a COVID-19

e pode indicar a gravidade da doença.

Page 71: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

J Med Virol

30JUN2020 Obesity

Aggravates

COVID-19: A

Systematic

Review and

Meta-Analysis

Yang J et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32603481/

Obesidade e

gravidade da

COVID-19

- Revisão sistemática e meta-análise de 9

estudos (7 China, 1 França e 1 EUA);

4.444 pacientes incluídos.

-> USA e França: usaram o valor do IMC

30 kg/m2 para definir obesidade, enquanto

os estudos chineses utilizaram 24-25

kg/m2.

-> heterogeneidade dos estudos: I2=63,8%,

p=0,017.

- Os resultados mostram que pacientes com

COVID-19 grave têm IMC mais alto do

que pacientes não graves (desvio médio

ponderado=2,67, IC 95% 1,52-3,82).

-> Os pacientes com COVID-19 e

obesidade aprsentaram quadros mais

graves e tiveram um resultado pior do que

aqueles sem obesidade (OR=2,31, IC95%

1,3-4,12).

- Conclusão: A obesidade pode agravar o

curso da COVID-19.

N Engl J Med

29JUN2020 Multisystem

Inflammatory

Syndrome in

Children in New

York State

Dufort EM et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32598830/

Síndrome

inflamatória

multissistêmica

associada à

COVID-19 em

crianças:

diagnóstico,

evolução e

tratamento

- A síndrome inflamatória multissistêmica

em crianças (MIS-C) está associada à

COVID-19. O Departamento de Saúde do

Estado de Nova York (NYSDOH)

estabeleceu uma vigilância ativa em todo o

estado para descrever pacientes

hospitalizados com esta síndrome.

- Métodos: Os hospitais do estado de Nova

York relataram casos de doença de

Kawasaki, síndrome do choque tóxico,

miocardite e potencial MIS-C em pacientes

hospitalizados com menos de 21 anos de

idade e enviaram registros médicos ao

NYSDOH. Realizadas análises descritivas

que resumiram a apresentação clínica,

complicações e resultados de pacientes que

atenderam à definição de caso NYSDOH

para MIS-C entre 1 de março e 10 de maio

de 2020. - Resultados: Um total de 191 casos em

potencial foram relatados à NYSDOH.

-> Dos 95 pacientes confirmados com

MIS-C (infecção laboratorial confirmada

ou recente pelo SARS-CoV-2) e 4 com

suspeita de MIS-C (preencheram os

critérios clínicos e epidemiológicos), 53/99

(54%) eram do sexo masculino; 31/78

(40%) eram negros e 31/85 (36%) eram

hispânicos.

-> Um total de 31/99 pacientes (31%) tinha

de 0 a 5 anos, 42/99 (42%) tinham de 6 a

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

12 anos e 26/99 (26%) tinham de 13 a 20

anos de idade.

-> Todos apresentaram febre subjetiva ou

calafrios; 97% apresentavam taquicardia,

80% apresentavam sintomas

gastrointestinais, 60% apresentavam

erupção cutânea, 56% apresentavam

alterações conjuntivais e 27%

apresentavam alterações nas mucosas.

-> Níveis elevados de proteína C-reativa,

D-dímero-d e troponina foram encontrados

em 100%, 91% e 71% dos pacientes,

respectivamente.

-> Diagnóstico: doença de Kawasaki ou

doença de Kawasaki atípica 36%,

miocardite 53%, choque 10%, aneurisma

da artéria coronariana 9% e lesão renal

aguda 10%.

-> Tratamento: 7% BiPAP ou CPAP; 16%

oxigênio de alto fluxo, 62% suporte

vasopressor, 64% glucocorticóides, 70%

imunoglobulina intra-venosa, 48%

glucocorticóides + imunoglobulina, 80%

foram admitidos na UTI, 10% foram

intubados e 2% foram a óbito.

-> Média do tempo de internação: 6 dias.

- Conclusões: O surgimento da síndrome

inflamatória multissistêmica em crianças

no estado de Nova York coincidiu com a

ampla transmissão do SARS-CoV-2; essa

síndrome hiperinflamatória com

manifestações dermatológicas,

mucocutâneas e gastrointestinais apresenta

associação com a disfunção cardíaca.

J am Coll

Radiol

28JUN2020

Acute

Appendicitis

During

Coronavirus

Disease 2019

(COVID-19):

Changes in

Clinical

Presentation and

CT Findings

Romero J et al.

Colombia.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32610104/

Apendicite aguda

no período

pandêmico versus

não pandêmico

- A quarentena e permanência em casa são

estratégias que muitos países usaram

durante o período pandêmico agudo da

COVID-19 a fim de impedir a

disseminação da doença, a sobrecarga do

sistema de saúde e a mortalidade. No

entanto, há preocupações de que os

pacientes não procuraram os cuidados de

saúde necessários devido a essas

recomendações.

- Objetivo: Avaliar as diferenças na

apresentação clínica de apendicite aguda e

achados tomográficos relacionados a esses

casos entre o período pandêmico agudo do

COVID-19 e o período não-pandêmico.

-Métodos: Estudo observacional

retrospectivo; compararação do período da

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

pandemia aguda (23 de março de 2020 a 4

de maio de 2020) versus o mesmo período

do ano anterior (23 de março de 2019 a 4

de maio de 2019). A gravidade da

apendicite diagnosticada por TC e da

COVID-19 foram analisadas

- Resultados: Avaliadas 196 tomografias

abdominais realizadas por suspeita de

apendicite aguda: 55 do período pandêmico

agudo e 141 do período não pandêmico. A

proporção de apendicite aguda

diagnosticada por TC abdominal foi maior

no período pandêmico agudo do que no

período não-pandêmico: 45,5% versus

29,8% (p=0,038).

-> características dos pacientes no período

não–pandêmico (n=135) versus pandêmico

(n=54): média de idade 38,2± 18,2 anos vs

36,6 ± 16,9 (p=0,55), sxo masculino 27%

vs 38,2% (p=0,124)

-> A gravidade da apendicite diagnosticada

foi maior durante o período pandêmico

agudo: 92% versus 57,1% (p=0,003).

- Conclusão: Durante o período pandêmico

agudo da COVID-19, menos pacientes

procuraram auxílio médico por apendicite

aguda e aqueles que procuraram,

apresentavam um estágio mais grave da

doença.

Clin

Microbiol

Infect

27JUN2020

Bacterial and

Fungal

Coinfection

Among

Hospitalised

Patients With

COVID-19: A

Retrospective

Cohort Study in

a UK Secondary

Care Setting

Hughes S et al. United

Kingdom.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32603803/

Co-infecção

bacteriana e

fúngica na

COVID-19

- Objetivo: Investigar a co-infecção de

bacterérias e fungos em pacientes

hospitalizados com COVID-19.

- Métodos: Análise retrospectiva de uma

série de caos (20 fevereiro a 20 de abril)

em 2 hospitais de Londres.

-> grupo controles: pacientes internados

com influenza na estação de 2019/2020.

- Resultados:

-> 836 pacientes com SARS-CoV-2

confirmado foram incluídos: mediana da

idade 69 (55-81) anos; sexo masculino

62%

-> 27/836 (3,2%): isolamento precoce de

bactérias (0-5 dias após a admissão),

aumentando para 51/836 (6,1%) durante

toda a admissão.

-> As hemoculturas, amostras respiratórias,

antígenos urinários pneumocócicos ou

legionella e painéis virais respiratórios de

PCR foram obtidos de 643 (77%), 112

(13%), 249 (30%), 246 (29%) e 250 (30%)

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

COVID-19 pacientes, respectivamente.

-> Hemocultura positiva: identificada em

60 (7,1%) pacientes, dos quais 39/60 foram

classificados como contaminantes.

-> A bacteremia secundária à infecção

respiratória foi confirmada em dois casos

(1 K. pneumoniae adquirida na comunidade

e 1 E. cloacae associada ao ventilador).

-> A bacteremia relacionada à infecção de

corrente sanguínea foi identificada em seis

pacientes (3 cândida, 2 Enterococcus spp e

1 Pseudomonas aeruginosa).

-> Todas as outras bacteremias adquiridas

na comunidade (16) foram atribuídas à

infecção não respiratória. Não foi detectada

infecção pneumocócica, por legionela ou

influenza concomitante.

-> Baixa detecção de culturas respiratórias

positivas: S. aureus o patógeno respiratório

mais comum isolado na co-infecção

adquirida na comunidade (4/24; 16,7%)

com pseudomonas e leveduras foram

observadas na infecção de início tardio.

-> Infecções fúngicas invasivas (n=3)

foram atribuídas à infecção da corrente

sanguínea.

-> Taxas comparáveis de co-infecção

positiva foram identificadas no grupo

controle de infecção confirmada por

influenza; as bacteremias clinicamente

relevantes (2/141; 1,4%), culturas

respiratórias (10/38; 26,1%) e antígenos

pneumocócicos positivos (1/19; 5,2%)

foram baixas.

-> Pacientes admitidos na terapia intensiva:

113/836 (13,5%)

-> Desfechos dos pacientes: 514 tiveram

alta, 262 foram a óbito e 60 estavam

internados ainda.

- Conclusão: Encontrada uma baixa

frequência de co-infecção bacteriana na

apresentação hospitalar precoce da

COVID-19 e nenhuma evidência de

infecção fúngica concomitante, pelo menos

na fase inicial da COVID-19. Esses

achados têm implicações terapêuticas.

Front Med

26JUN2020 Prealbumin as a

Predictor of

Prognosis in

Patients With

Coronavirus

Luo Y et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32671085/

Pré-albumina

como fator

preditor de

mortalidade na

COVID-19

- Prévio: O valor preditivo da pré-albumina

para o prognóstico da COVID-19 não foi

extensivamente investigado.

- Métodos: Um total de 1.115 pacientes

com COVID-19 confirmada em laboratório

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Disease 2019

foram incluídos no hospital de Tongji de

fevereiro a abril de 2020 e classificados em

grupos fatais (n=129) e recuperados

(n=986) de acordo com o resultado do

paciente.

-> A pré-albumina e outros indicadores

laboratoriais de rotina foram medidos

simultaneamente.

-Resultados:

-> fatal versus recuperado: sexo masculino

67,4% vs 48,2% (p<0,001), média de idade

69,98±12,05 vs 58,64±15,17 (p<0,001),

DM 19,38% vs 7,3% (p<0,001), HAS

43,41% vs 25,56% (p<0,001), DPOC

3,88% vs 1,42% (p=0,43), doença

cardiovascular 17,83% vs 9,63% (p=0,004)

-> O nível de pré-albumina na admissão foi

significativamente menor em pacientes

fatais do que em pacientes recuperados.

-> Para prever o prognóstico da COVID-

19, o desempenho da pré-albumina foi

melhor que a maioria dos indicadores

laboratoriais de rotina, como albumina,

contagem de linfócitos, contagem de

neutrófilos, proteína C reativa

hipersensível, D-dímero, DHL, creatinina e

troponina cardíaca hipersensível.

-> Quando um limiar de 126 mg/l foi usado

para discriminar entre pacientes fatais e

recuperados, a sensibilidade e a

especificidade da pré-albumina foram,

respectivamente, 78,29 e 90,06%.

-> Além disso, um modelo baseado na

combinação de nove índices mostrou um

desempenho melhor na previsão de óbito

de pacientes com COVID-19: usando um

valor de corte de 0,19, o modelo de

previsão foi capaz de distinguir entre

indivíduos fatais e recuperados com uma

sensibilidade de 86,82% e uma

especificidade de 90,37%.

-> AUC: pré-albumina 0,915, leucócitos

0,751, linfócitos 0,842, neutrófilos 0,905,

plaquetas 0,722, pró-calcitonina 0,898,

proteína C reativa 0,88, tempo de

protrombina 0,839, D-dímero 0,866, DHL

0,866, TGO 0,753, creatinina 0,711,

troponina 0,864.

-> Os níveis de pré-albumina em pacientes

fatais entre a admissão e a morte,

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

verificou-se que este nível diminuiu

significativamente no momento da morte

em comparação à admissão (p<0,001).

- Conclusões: Um nível mais baixo de pré-

albumina na admissão pode indicar um pior

resultado do COVID-19. O estado

imunológico e nutricional pode ser um

fator vital para prever a progressão da

doença no estágio inicial da COVID-19.

Crit Care Med

26JUN2020 Incidence of

Venous

Thromboembolis

m in Critically Ill

Coronavirus

Disease 2019

Patients

Receiving

Prophylactic

Anticoagulation

Trigonis RA et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32618699/

Trombose venosa

profunda em

pacientes críticos

com COVID-19

utilizando

anticoagulação

profilática

- Objetivos: Avaliar a prevalência de

tromboembolismo venosa em pacientes

com COVID-19 crítica recebendo

diferentes regims de anticoagulção

profilática.

- Métodos: Estudo retrospectivo, centro

único (Health Methodist Hospital,

Indianapolis, EUA), em pacientes com

COVID-19 necessitando de intubação de

23 Março a 8 de Abril de 2020.

-Resultados:

-> N-45 pacienets: 19/45 (42,2%)

apresentaram trombose venosa profunda

(TVP), mesmo usando anticoagulação

profilática.

-> Pacientes com TVP não apresentaram

diferença no tempo de intubação (p=0,97),

mas foram submetidos a ultrassonografia

mais cedo durante a internação hospitalar

(6 dias [3,5-7,5] versus 9 [6-10] dias,

p=0,02).

-> Os escores da Avaliação Sequencial de

Falência de Órgãos (SOFA) foram

semelhantes entre os grupos no dia da

intubação e no dia do ultra-som (p=0,44 e

p=0,07, respectivamente).

-> D-dímeros: marcadamente mais altos

em pacientes com TVP, tanto para o valor

máximo (6,911 [4,156-13,892] versus

3,148 [1,751-5,309] ng/ml) quanto para o

dia no ultra-som (5,606 [2,935-11,867]

versus 2,274 [1,080-3,430] (p<0,01 para

ambos).

-> A escolha do regime profilático não foi

relacionada à presença de TVP (p=0,35).

-> A avaliação ultrassonográfica é

recomendada se o D-dímero for superior a

2.000 ng/ml (sensibilidade 95%,

especificidade 46%) e a anticoagulação

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

empírica considerada se o D-dímero D for

superior a 5.500 ng/ml (sensibilidade 53%,

especificidade 88%).

Conclusões:

-> TVP: é muito comum em pacientes

críticos com COVID-19.

-> Não houve diferença na incidência de

TVP entre os diferentes esquemas de

profilaxia farmacológica, embora a análise

seja limitada pelo pequeno tamanho da

amostra. Os valores do D-dímero estão

elevados na maioria desses pacientes, mas

pode haver limiares nos quais a triagem por

ultrassom ou mesmo anticoagulação

sistêmica empírica é indicada.

Int

Immunophar

macol

26JUN2020

Analysis of

Adjunctive

Serological

Detection to

Nucleic Acid Test

for Severe Acute

Respiratory

Syndrome

Coronavirus 2

(SARS-CoV-2)

Infection

Diagnosis

Liu R et al. China. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32619956/

Anticorpos e RT-

PCR para o

diagnóstico da

COVID-19

-Objetivo: Avaliar os testes baseados em

anticorpos e ácido nucléico em pacientes

infectados pelo SARS-CoV-2.

- Métodos: análise retrospectiva, centro

único (Renmin Hospital of Wuhan

University, China), períodoe 23 de janeiro

a 1º de março de 2020.

-> RT-PCR: para os genes ORF1ab e N; Ct

≥ 40 considerado negativo.

-> Anticorpos: quimioluminescência direta

do imunoensaio indireto em 2 etapas;

AU/ml > 10 considerado positivo.

- Resultados:

-> Dos 133 pacientes com COVID-19,

houve 44 casos moderados, 52 casos

graves e 37 casos críticos, sem diferenças

de gênero (sexo masculino 50%, 53,8% e

54%; p=0,91) e idade (média 67,5, 68 e 7º

anos; p=0,88) entre os três subgrupos.

-> Na detecção do SARS-CoV-2 pela RT-

PCR, a taxa de positividade positiva foi de

65,9%, 71,2% e 67,6% em casos

moderados, graves e críticos,

respectivamente.

-> As taxas de positividade para detecção

dos anticorpos IgM/IgG em pacientes

foram 79,5%/93,2%, 82,7%/100% e

73,0%/97,3% em casos moderados, graves

e críticos, respectivamente.

-> As concentrações dos anticorpos IgM e

IgG não aprsentaram diferenças entre os

três subgrupos.

- Conclusão: Os testes com anticorpos

IgM-IgG são complementares aos testes da

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

RT-PCR e contribuíram para melhorar a

acurácia do diagnóstico da COVID-19,

independentemente da gravidade da

doença, sendo um complemento eficaz aos

resultados falso-negativos da RT-PCR para

o diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-

2 após o início dos sintomas.

Sci Total

Environ

26JUN2020

SARS-CoV-2

RNA Detection in

the Air and on

Surfaces in the

COVID-19 Ward

of a Hospital in

Milan, Italy

Razzini K et al. Italy. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32619843/

Detecção do

SARS-CoV-2 no

ambiente intre-

hospitalar: ar e

superfíceis

- Prévio: A Itália foi um dos países mais

atingidos pela pandemia da COVID-19,

resultando em unidades de saúde

sobrecarregadas. Desta froma, identificar

as fontes de contaminação intra-hospitalar

do SARS-CoV-2 é ponto-chave para o

estabelecimento de medidas preventivas.

- Objetivo: Avaliar a contaminação do ar e

de superfícies pelo RNA do SARS-CoV-2

na ala de isolamento COVID-19 de um

hospital em Milão, Itália.

- Métodos:

-> Um total de 42 amostras de ar e

superfície foram coletadas em cinco zonas

diferentes da enfermaria, incluindo áreas

contaminadas (área de pacientes COVID-

19), semi-contaminadas (sala de despir-se)

e áreas limpas.

-> A detecção do RNA do SARS-CoV-2:

RT-PCR considerada postiva para Ct≤40. VETfinder “Detection of CoV-19 and SARS and Recovery

control in environmental sample” detection kit (Generon

s.r.l., San Prospero, Modena, Italy)

- Resultados: No geral, 24,3% das amostras

dos swabs foram positivas, mas nenhuma

delas foi coletada na área limpa. Assim, a

taxa de positividade foi maior nas áreas

contaminadas (35,0%) e semi-

contaminadas (50,0%) do que nas áreas

limpas (0,0%; p<0,05).

-> As superfícies mais contaminadas

foram dispensadores de desinfetantes

para as mãos (100,0%), equipamentos

médicos (50,0%), telas sensíveis ao toque

para equipamentos médicos (50,0%),

prateleiras para equipamentos médicos

(40,0%), grades de cama (33,3%) e

maçanetas (25,0%).

-> Valores do Ct da RT-PCR: 21,5-24.

-> Todas as amostras de ar coletadas da

área contaminada, a unidade de terapia

intensiva e o corredor, foram positivas

(Ct 22,6-31,1), enquanto o RNA viral

não foi detectado em áreas semi-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

contaminadas ou limpas.

- Conclusões: Esses resultados mostraram

que a contaminação ambiental não envolve

áreas limpas, mas os resultados também

apóiam a necessidade de desinfecção

rigorosa, higiene das mãos e medidas de

proteção para profissionais de saúde, bem

como a necessidade de precauções de

isolamento aéreo.

Sci Immunol

26JUN2020 Phenotype and

Kinetics of

SARS-CoV-2-

specific T Cells in

COVID-19

Patients With

Acute

Respiratory

Distress

Syndrome

Weiskopf D et al. the

Netherlands. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32591408/

Linfócitos T em

pacientes com

COVID-19 e

síndrome do

desconforte

respiratório

agudo

-Prévio: As informações sobre presença e

perfil dos linfócitos T específicos contra o

SARS-CoV-2 são limitadas na literatura.

- Métodos: Neste estudo, 10 pacientes

infectados pelo SARS-CoV-2, com

síndrome do desconforto respiratório agudo

moderada a grave, admitidos em UTI,

tiveram seus linfócitos coletados,

analisados quanto ao perfil e estimulados

para avaliação de resposta, 14 dias após

inlcusão do paciente no estudo. As

comparações foram feitas com 10 controles

saudáveis, não infectados pelo SARS-CoV-

2, sem diferenças significativas em relação

a idade e gênero.

- Resultados:

-> Perfil linfocitário: os pacientes

apresentaram baixos níveis de linfócitos

CD3+, com relação CD4+:CD8+

aumentada em relação aos controles.

-> O estímulo com peptídeos e epítopos

específicos do SARS-CoV-2 mostrou

ativação consistente dos linfócitos T CD4+

e T CD8+ nos pacientes.

-> Caracterização da resposta específica T

CD4+: após estimulo com peptídeos, a

resposta dos linfócitos T CD4+ de

pacientes foi significativamente mais alta

que dos controles.

-> Caracterização da resposta específica T

CD8+: após estímulo, a resposta dos

linfócitos T CD8+ também foi maior em

pacientes comparados aos controles.

-> As respostas mai robustas das células T

foram direcionadas à glicoproteína S

(spike) do SARS-CoV-2.

-> Caracterização da produção de

citocinas: sob estímulo, houve aumento

importante da secreção de IFN-gama, TNF-

alfa e IL-2 (citocinas Th1) em pacientes; os

níveis de IL-6 não foram diferentes entre

pacientes e controles.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Detecção longitudinal da resposta:

houve correlação linear significativa entre

menor detecção de carga viral e aumento

dos níveis de IgG específica para SARS-

CoV-2; houve também aumento

significativo de células T CD4+ vírus

especificas ao longo do tempo.

- Conclusões: O estudo demonstra que há

produção de linfócitos T CD4+ e CD8+

vírus especificos nas primeiras 2 semanas

de infecção, e aponta diferenças nas

variações de resposta dos linfocitos T à

infecção. Os achados são relevantes para

entender melhor a resposta imunológica ao

virus, podendo contribuir para o

desenvolvimento de vacinas.

Cardiol J

26JUN2020 Myocardial

Injury

Determination

Improves Risk

Stratification and

Predicts

Mortality in

COVID-19

Patients

Lorento-Ros A et al.

Spain.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32589258/

Lesão miocárdica

como fator de

risco para

mortalidade

-Objetivo: Estudar o efeito da avaliação da

lesão do miocárdio na estratificação de

risco de pacientes com COVID-19.

-Métodos: 707 pacientes adultos

consecutivos internados num grande

hospital terciário com COVID-19. Dados

demográficos, comorbidades, resultados

laboratoriais e clínicos foram registrados.

O índice de comorbidade de Charlson foi

calculado para quantificar o grau de

comorbidades. A associação independente

do aumento da troponina I cardíaca (cTnI)

com os resultados foi avaliada por análises

de regressão multivariada e área sob curva.

Além disso, foi realizada a correspondência

entre propensão e pontuação (propensity-

score matching) para reunir uma coorte de

pacientes com características basais

semelhantes.

-Resultados: Na coorte pareada (média de

idade 66,76 ± 15,7 anos, 37,3% do sexo

feminino), o aumento da cTnI acima do

limite superior estava presente em 20,9%

da população e foi associado a piores

desfechos clínicos, incluindo mortalidade

por todas as causas em 30 dias (45,1%

23,2%; p=0,005).

-> Fatores de risco cardiovascular na

coorte: HAS (50,5%), dislipidemia

(34,1%), DM (20,2%), doença renal

crônica (11,2%), neoplasia (11,2%).

-> Mediana do índice de comorbidade de

Charlson: 3 (IQR, 1-6).

-> Lesão miocárdica vs sem lesão

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

miocárdica: 78,7 vs 63,4 anos (p<0,001),

homens 48% vs 34,5% (p=0,003) e maior

gravidade das comorbidades (Charlson 6 vs

3, p<0,001).

-> A adição da cTnI a um modelo de

previsão multivariada mostrou uma

melhora significativa na área sob a curva

característica operacional do receptor

dependente do tempo (0,775 vs 0,756,

estatística ΔC=0,019; IC95% 0,001-0,037).

-> Correlação de D-dímero de cTnI foi

fraca (spearman 0.24, p<0,001). D-dímero

elevado em 70,6% dos pacientes.

-> O uso de inibidores do sistema renina-

angiotensina-aldosterona não foi associado

à mortalidade após o ajuste pelos fatores de

risco basais.

-> Desfechos dos pacientes (n=707):

52,1% COVID-19 grave, 7,6% com

internação na UTI, lesão renal aguda 9,6%

na admissão, desenvolvimento de lesão

renal aguda na internação em 12,7%.

-> Após 1 mês, 70,9% (n=501) foram de

alta, 19,8% (n=140) foram a óbito e 9,3%

permanecem internados (n=66).

- Conclusões: A lesão miocárdica está

associada a resultados adversos,

independentemente das comorbidades

basais, e sua adição a modelos de regressão

multivariada melhora significativamente

seu desempenho na previsão da

mortalidade.

-> A determinação de biomarcadores de

lesão miocárdica na admissão hospitalar e

sua combinação com índice de

comorbidade de Charlson podem

classificar os pacientes em três grupos de

risco (alto, intermediário e baixo) com uma

mortalidade claramente distinta em 30 dias.

PlosOne

26JUN2020 COVID-19

Symptoms

Predictive of

Healthcare

Workers' SARS-

CoV-2 PCR

Results

Lan FY et al. USA,

Spain, Cyprus.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32589687/

Trigaem de

profissionais de

sáude para

COVID-19: uma

estratégia

baseada em

sintomas

- Racional: Detecção precoce da COVID-

19 em profissionais de saúde é crucial para

proteção dos pacientes e preservação da

força de trabalho. Devido à escassez de

testes, estratégias que priorizem os

sintomas são fundamentais para aumentar a

acurácia diagnóstica.

- Estudo retrospectivo envolvendo

profissionais de saúde submetidos a

rastreio de sintomas relaciobados à

COVID-19, via telefônica, e swab

nasofaríngeo para investigação do SARS-

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

CoV-2 durante o período de 9 de março a

15 de abril de 2020.

- Resultados:

-> média de idade 43,6 ± 12,9 anos, 78,9%

mulheres.

-> sintomas: febre (n=182, 30,7%), média

da temperatura 37,68±0,61°C (n=161),

temperatura ≥ 37,5°C em 63,4%

(n=102/161), tosse 61,7%, dispnéia 18,8%,

mialgia 38%, calafrio 46,3%, odinofagia

54,1%, sintomas nasais (coriza, congestão,

espirro) 49,5%, sintomas gastrointestinais

25,5%, rash 1,7%, anosmia/ageusia 4,6%,

cefaléia 29,6%.

-> teste positivo (n=83) versus teste

negativo (n=509): febre 55,4% vs 26,7%

(p<0,001), temperatura ≥ 37,5°C 85% vs

56,2% (p=0,002), média da temperatura

37,95±0,69 vs 37,6±0,69°C (p=0,006),

mialgia 56,5% vs 35% (p<0,001), sintomas

nasais 34,9% vs 51,9% (p=0,006),

anosmia/ageusia 15,7% vs 2,8% (p<0,001)

e cefaléia 41% vs 27,7% (p=0,02).

-> profissionais de saúde com ensaios

negativos, mas com sintomas progressivos,

foram testados novamente para SARS-CoV

-2.

-> Entre os 592 profissionais de saúde

testados, 83 (14%) tiveram um teste SARS-

CoV-2 positivo inicialmente.

-> 59/61 dos profissionais de saúde (97%)

que eram assintomáticos ou relataram

apenas dor de garganta/congestão nasal

tiveram ensaios negativos de SARS-CoV-2

(p=0,006).

-> Os profissionais de saúde que relatam

três ou mais sintomas, quando avaliados

pela análise multivariada, tiveram uma

razão de chances (odds ratio) aumentada

de ter testes positivos de 1,95 (IC 5%:

1,10-3,64), a qual aumentou ainda mais

para 2,61 (IC 95%: 1,50-4,45) quando seis

ou mais sintomas estavam presentes.

-> As razões de chances ajustadas na

vigência dum teste positivo também

aumentaram para os profissionais de saúde

que relataram febre com temperatura

medida ≥ 37,5°C (OR=3,49; IC95%: 1,95-

6,21), além de mialgia (OR=1,83; IC95%:

1,04- 3,23).

-> Anosmia/ageusia foi relatada com

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

menos frequência (16%) do que outros

sintomas por profissionais de saúde com

ensaios positivos, mas foi associada a uma

razão de chances de 7,0 vezes de testar

positivo (aOR=7,21; IC 95%: 2,95-17,67).

-> Dos 509 profissionais de saúde com

testes iniciais negativos para SARS-CoV-2,

nove tiveram progressão dos sintomas e

retestes positivos, produzindo um valor

preditivo negativo estimado de 98,2% (IC

95%: 96,8-99,0%) para a exclusão de

COVID-19 clinicamente relevante.

- Conclusões: A investigação de certos,

como temperatura, mialgia, anosmia e

ageusia, é uma ferramenta de triagem útil

para prever os resultados do ensaio SARS-

CoV-2 em profissionais de saúde.

-> Anosmia/ageusia, febre e mialgia foram

os preditores independentes mais fortes de

testes positivos.

-> A ausência de sintomas ou sintomas

limitados à congestão nasal/odinofagia

foram associados a ensaios negativos:

-> Estes resultados são importantes e

podem auxiliar na detecção precoce da

COVID-19 em profissionais de saúde e na

otimização de recursos para testes

moleculares para o SARS-CoV-2.

J Eur Acad

Dermatol

Venereol

26JUN2020

Cutaneous

Manifestations in

SARS-CoV-2

Infection

(COVID-19): A

French

Experience and a

Systematic

Review of the

Literature

Matar S et al. France.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32589293/

Lesões cutâneas

na COVID-19:

associação com

gravidade e óbito

- Prévio: Há um número crescente de

publicações sobre as manifestações

cutâneas na COVID-19, embora sua

incidêncoa e formas de apresentação ainda

sejam assunto de debate na literatura.

-Objetivo: Analisar a experiência em um

centro de referência, o Hospital Cochin

(Paris, França) entre 16 de março e 27 de

abril de 2020, e realizar uma revisão

sistemática da literatura para avaliar a

incidência e o prognóstico de lesões

cutâneas observadas em pacientes com

COVID-19.

- Resultados:

->759 casos confirmados de COVID-19

moderada a grave foram diagnosticados no

hospital francês.

-> Oito pacientes (1%, 6 homens, 2

mulheres, com média de idade de 55,6

anos) apresentaram lesões cutâneas,

principalmente exantema máculo-papular

disseminado, mas também erupção cutânea

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

papulo-escamosa (relatada em 1), recidiva

de herpes, erupção papulo-vesicular e

doença de Grover. A média de intervalo

entre os sinais respiratórios/sistêmicos e

dermatológicos foi de 13 dias.

-> Revisão sitemática: 6 artigos que

ralataram manifestações cutâneas

(incluindo o artigo em questão)

* incidência de manifestações cutâneas:

1,7% (38/2.199; variação de 0.2-20%).

-> Revisão sistemática de casos

confirmados para COVID-19 (N=480)

versus casos suspeitos + confirmados para

COVID-19 (N=540 +480 = 1.020):

* média de idade 48 vs 42; sexo feminno

52% vs 52%.

* rash cutâneo 70% vs 54%: rash

vesicular/varicela-símile 17% vs 115;

máculo-papular eritematoso/morbiliforme

36% vs 24%, urticária/anular/eczema 14%

vs 17%, petéquia/púrpura 3% vs 2%.

* lesões vasculares 24% vs 40%: frieiras

11,5% vs 34%, livedo reticularis 1% vs 1%

e púrpura necrótica/necrose digital 11,5%

vs 5%.

* localização das lesões: tronco 53% vs

35%, membros inferiores 18,4% vs 19%,

membros superiores 12,4% vs 10%, lesões

nos pés 18,8% vs 60%.

* sintomas cutâneos: prurido 68% vs 73%,

quimação 8% vs 14%, dor 12,2% vs 19%.

* média de atraso do início das

manifestações cutâneas 6,7 (-15- 25 dias)

vs 6,8 (-15-25 dias).

* média de duração das lesões cutâneas:

9,0 (20 min-30 dias) dias vs 9,0 (20 min-30

dias) dias.

- As manifestações cutâneas tiveram

correlação com o curso da COVID-19

(critérios de gravidade: internação

hospitalar, pneumonia, transferência para

UTI e óbito) em pacientes da coorte com

casos confirmados + supeitos e que

erupções cutâneas ou frieiras: nos pacientes

com erupção cutânea, a gravidade foi

encontrada em 64% dos casos e o óbito em

2%, enquanto a gravidade e o óbito

ocorreram em 5% e 0% dos pacientes com

frieiras.

-> Desta forma, foi encontrada associação

estatisticamente significante entre

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

pneumonia, hospitalização, transferência

para UTI ou óbito e ocorrência de erupção

cutânea em comparação a frieiras.

- Conclusões: As lesões cutâneas são raras

na COVID-19, sendo a forma mais comum

o rash cutâneo. Esta alteração tem

associação com a gravidade e óbito pela

COVID-19. Mais estudos são necessários

para compreendermos a patogenicidade do

SARS-CoV-2 nas lesões cutâneas.

Ocul Immunol

Inflamm

26JUN2020

Ocular Surface

Expression of

SARS-CoV-2

Receptors

Leonardi A et al. Italy

and Germany.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32589459/

Expressão ocular

dos receptores

para SARS-CoV-

2

Objetivo: As proteínas S (spike) do SARS-CoV-2

interagem com os receptores ECA2 ou CD147,

regulando as transmissões ds COVID-19 de humano

para humano juntamente com a serina protease

TMPRSS2. A expressão desses receptores na

superfície ocular é desconhecida.

- Métodos: Investigar a expressão gênica dos

receptores SARS-CoV-2 em amostras de células

epiteliais conjuntivais e em amostras de córnea ex

vivo usando microarray ou sequenciamento de

transcriptoma.

- Resultados: A ECA2 é expressa nas amostras

conjuntivais em pequena quantidade, enquanto o

CD147 e a TMPRSS2 são expressos em níveis

intermediários tanto na conjuntiva quanto na córnea.

-> Outros receptores como ANPEP (aminopeptidase

N), AGTR2 (receptor tipo 2 da angiotensina II) são

expressos também em pequena quantidade na

conjuntiva.

-> Duas enzimas de edição do RNA que estão

envolvidas nas respostas antivirais, APOBEC3A e

ADAR-1, foram altamente expressas.

-> Os autores especulam que uma razão para a

raridade da conjuntivite viral na infecção por SARS-

CoV-2 poderia ser também o efeito protetor dos

agentes antimicrobianos nas lágrimas, incluindo

lactoferrina e IgA secretora, e a depuração constante

da superfície ocular pelo fluxo lacrimal. De fato, a

lactoferrina pode inibir a ligação do SARS-CoV à

proteína ECA2, impedindo a ligação do SARS-CoV

aos proteoglicanos do sulfato de heparano. No

entanto, ressalta-se que o fluxo lacrimal e as defesas

da superfície ocular parecem diminuir com a idade.

- Conclusões: A superfície ocular pode representar

um ponto de entrada para o SARS-CoV-2 no corpo

humano. A conjuntiva e a córnea podem adotar

contramedidas antivirais, o que pode explicar a baixa

prevalência de envolvimento ocular. No entanto, os

cuidados com a proteção ocular devem continuar

durante a consulta médica e como medida preventiva

da disseminação da COVID-19.

Cell Metab

24JUN2020 In-Hospital Use

of Statins Is

Associated With

a Reduced Risk

of Mortality

Among

Individuals With

COVID-19

Zhang XJ et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32592657/

Estatina é

protetora na

COVID-19?

- Prévio: As estatinas são potentes agentes

hipolipemiantes com efeitos anti-inflamatórios,

sendo sugeridas como uma opção terapêutica para

COVID-19. No entanto, esses medicamentos podem

aumentar a expressão da ECA2, o que poderia

agravar a COVID-19.

-Métodos:

-> Estudo retrospectivo com 13.981 pacientes com

COVID-19 admitidos em 21 hospitais na província

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

de Hubei, China, entre os quais 1.219 receberam

estatinas.

- Resultados:

-> Grupo estatina (n=1.219) versus não estatina

(n=12.672): idade 66 vs 57 anos (p<0,001) e maior

prevalêica de condições crônicas (HAS 81,5% vs

30,3%, p<0,001; DM 24% vs 14,66%, p<0,001;

doença arterial coronariana 36,35 vs 5,7%, p<0,001;

doença cerebrovascular 8,8% vs 2,3%, p<0,001;

doença renal crônica 5,2% vs 3,1%, p<0,001).

-> Grupo estatina em relação ao grupo não estatina:

maiores valores de neutrofilia, pró-calcitonina, TGO,

TGP, D-dímero, colesterol total, LDL, além de

menores valores de SatO2 na admissão (lembrando

que as comorbidades eram maiores no grupo

estatina, como esperado).

-> Com base no modelo Cox de efeito misto após a

correspondência do escore de propensão, foi

observado que o risco de mortalidade por todas as

causas em 28 dias foi de 5,2% e 9,4% nos grupos

estatina e não estatina, respectivamente, com uma

taxa de risco ajustada de 0,58 (IC95% 0,43-0,80;

p=0,001).

-> O menor risco de mortalidade associado ao uso de

estatina também foi observado no modelo variável

no tempo de Cox e na análise do modelo estrutural

marginal.

-> Entre os participantes em terapia com estatina,

993 (81,5%) deles apresentavam HAS. Desses

participantes com HAS, 319 também foram tratados

com iECA ou BRA (grupo estatina + iECA/BRA)

para tratamento anti-hipertensivo, enquanto 603

usavam anti-hipertensivos não iECA/BRA (estatina

+ grupo não iECA/BRA) para terapia anti-

hipertensiva.

-> Entre os indivíduos com hipertensão, a incidência

de mortalidade em 28 dias foi de 0,16 casos 100

pessoas por dia versus 0,26 100 por pessoa-dia no

grupo estatina + iECA/BRA e estatina+não

iECA/BRA, respectivamente (razão da taxa de

incidência=0,62, IC 95%, 0,34-1,14; p=0,119).

Usando um modelo de Cox com estatina e

iECA/BRA como exposições variáveis no tempo,

não houve associação significativa entre a terapia

com iECA/BRA e mortalidade em 28 dias em

indivíduos com tratamento com hipertensão e

estatina (aHR, 0,48; IC95%, 0,21–1,07; p=0,074).

Embora um modelo de efeito misto de Cox em

coortes de propensity-socre matching mostrasse que

o tratamento com terapia iECA/BRA estava

associada a menor incidência de morte (3,4% no

grupo estatina + iECA/BRA versus 9,8% em estatina

+ grupo não iECA/BRA; aHR, 0,32, IC95% 0,12–

0,82; p=0,018), a associação significativa não

apareceu no modelo de estrutura marginal

(aHR=1,20; IC95% 0,64-2,25, p=0,576).

-> Estatina: menor prevalência de ventilação

mecânica (aHR, 0,37; IC95%, 0,26–0,53, p <0,001),

admissão na UTI (aHR, 0,69; IC95%, 0,56– 0,85,

p=0,001) e SDRA (aHR, 0,83; IC95%, 0,72-0,97,

p=0,015) em indivíduos com COVID-19). Depois de

combinar as diferenças de linha de base em dois

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

grupos com o propensity-score matching, o grupo

estatina ainda apresentou menor incidência de

ventilação mecânica invasiva em comparação ao

grupo não estatina (aHR, 0,51; IC95%, 0,34-0,78, p

= 0,002). A terapia com estatina não foi

significativamente associada a outros desfechos

secundários (por exemplo, lesão renal aguda, lesão

hepática e lesão cardíaca) e aumento dos níveis

séricos de CK ou transaminases.

-> Observadas associações entre o tratamento com

estatina + iECA/BRA e menores incidências de

SDRA (aHR, 0,59; IC95%, 0,37-0,92; p=0,020) e

lesão cardíaca (aHR, 0,61; IC95%, 0,38– 0,97;

p=0,038) comparados ao grupo estatina + não

iECA/BRA. Não houve associações significativas

entre o co-tratamento da estatina com iECA/BRA e

outros desfechos secundários ou os níveis séricos

elevados de CK ou transaminases.

-> Os marcadores inflamatórios (proteína C reativa,

IL-6, neutrófilos) foram menores no grupo estatina

em relação ao grupo não estatina durante a

internação.

- Conclusão: Esses resultados dão suporte para a

realização de estudos prospectivos, controlados e

randomizados utilizando estatinas no cenário da

COVID-19.

J Med Virol

24JUN2020 Meta-analysis of

Chest CT

Features of

Patients With

COVID-19

Pneumonia

Zheng Y et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32579236/

Achados

tomográficos em

pacientes graves

e não-graves com

COVID-19

-Objetivo: Realizar uma meta-análise sobre

os achados da tomografia computadorizada

(TC) de tórax em pacientes com

pneumonia pela COVID-19.

- Resultados: Entre os 9736 resultados

pesquisados, 15 artigos descrevendo 1.453

pacientes não-graves e 697 pacientes

graves preencheram os critérios de

inclusão.

-> Com base nas imagens da TC de tórax,

os pacientes não-graves comuns foram

menos propensos em apresentar

consolidação (OR=0,31), derrame pleural

(OR=0,19), linfadenopatia (OR=0,17),

padrão de pavimentação maluca

(OR=0,22), espessamento septal

interlobular (OR=0,27), reticulação

(OR=0,20), bronquiectasia de tração

(OR=0,40), mais de 2 lobos envolvidos

(OR=0,07) e distribuição central

(OR=0,18), sendo mais frequente a

pneumonia unilateral (OR=4,65)

envolvendo 1 lobo (OR=13,84) ou 2 lobos

(OR=6,95) quando comparados aos

pacientes graves.

-> Outras características da TC, incluindo

imagens em vidro fosco (p=0,404),

broncograma aéreo (p=0,070), nódulo

(p=0,093), espessamento da parede

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

brônquica (p=0,15), banda subpleural

(p=0,983), aumento vascular (p=0,207) e a

distribuição periférica (p=0,668) não

tiveram associação significativa com a

gravidade da doença.

-> Não foi sugerido viés de publicação

entre os estudos selecionados (testes de

Harbord, p>0,05 para todos.)

-Conclusões: Foram obtidas estimativas

confiáveis das manifestações da TC no

tórax de pacientes com pneumonia pela

COVID-19, o que pode fornecer uma pista

importante para o diagnóstico e

classificação da pneumonia neste cenário.

Proc Natl

Acad Sci USA

22JUN2020

Oligodendrocytes

That Survive

Acute

Coronavirus

Infection Induce

Prolonged

Inflammatory

Responses in the

CNS

Pan R et al.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32571951/

Oligodendrócitos

contribuem para

a infecção

prolongada pelo

coronavírus no

SNC

-Objetivos: estudar o papel da infecção

viral na desmielinização do sistema

nervoso central (SNC) em camundongos

infectados com o vírus da hepatite rJ2.2

(MHV), da família Coronavírus, o qual

possui semelhança genética de 52,5% com

o SARS-CoV2.

- Grupos experimentais e/ou tipo de

ensaio: Camundongos do sexo masculino

“Specific-pathogen-free C57Bl/6” de 5 a 7

semanas de idade

-> Inoculação viral intracraniana realizada

em 3 subgrupos (N não especificado):

rMHV, rMHVCre e rMHVVenus.

-> Análises por métodos de

imunohistoquímica, citometria de fluxo,

RNAseq.

- Conclusões e comentários: Com esse

estudo, os autores procuram esclarecer

questões como:

1- Sobrevivência dos

oligodendrócitos (OL) após uma infecção

viral.

2- Se as células sobreviventes

contribuem para a desmielinização ou para

um estado inflamatório crônico.

3- Se as células sobreviventes são

capazes de recuperar a funcionalidade e de

contribuir para a remielinização.

-> Tanto os OL como células precursoras

de OL (OPC) conseguem sobreviver à

infecção viral e permanecem

imunologicamente ativos.

->O processo de desmielinização não é

homogêneo ao longo do SNC, e os OL não

apenas são o alvo da resposta imunológica,

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

como contribuem ativamente para o seu

aparecimento.

->Tanto os OLs maduros quanto os

recentemente recrutados contribuem para a

remielinização.

->Os autores enfatizam a contribuição

deste modelo para o estudo do possível

papel viral nas doenças desmielinizantes do

SNC.

J Infect Dis

21JUN Attenuated

Interferon and

Pro-

Inflammatory

Response in

SARS-CoV-2-

infected Human

Dendritic Cells Is

Associated With

Viral

Antagonism of

STAT1

Phosphorylation

Yang D et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32563187/

Comprometiment

o da via de

sinalização do

interferon em

células

dendríticas

infectadas pelo

SARS-CoV-2

-Prévio: Células dendríticas e macrófagos

são células sentinelas da imunidade inata e

adaptativa.

- Objetivo: Avaliar a resposta imune dos

indivíduos em monócitos derivados de

células dendríticas (moDCs) e macrófagos

infectados pelo SARS-CoV-2 e a resposta

– Metodologia: Experimentos in vitro com

macrófagos e moDCs isolados de PBMCs

(peripheral blood mononuclear cell) de

voluntários saudáveis (n=3).

-> As infecções foram realizadas com

apenas uma cepa de SARS-COV-2 isolada

de um paciente com COVID-19.

Macrófagos e moDCs foram desafiados

com vírus SARS-COV-2.

-Resultados: macrófagos e moDCs são

permissivos à infecção pelo SARS-CoV-2,

conforme visualização pelo confocal

(proteína N- nucleocapsídeo). Contudo, não

houve expansão viral, nem queda na

viabilidade das células até 72h pós

infecção.

-> Um dos dados mais interessantes do

estudo, obtido graças à análise de

expressão gênica de citocinas e

quimiocinas, é que, tanto macrófagos

quanto moDCs infectados, não

expressaram níveis aumentados de IFNs

dos tipos I (IFNα e IFNß), II (IFNγ) ou III

(IFNλ1).

-> Adicionalmente, a infeção induziu um

aumento na expressão gênica de citocinas e

quimiocinas inflamatórias (TNFα, IL8,

MIP1α e IL1β) apenas em macrófagos,

com exceção da IP10 (CXCL10) cuja

expressão foi aumentada também nas

moDCs (7,0X, p=0,003).

-> Por fim, os autores estimularam as

células infectadas com IFNα: este

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

tratamento com IFNα induziu aumento

protéico de STAT1 nas moDCs, sendo que

tal produção foi parcialmente inibida pelo

SARS-Cov-2, assim como a fosforilação de

STAT1, o que não aconteceu em

macrófagos.

-> Esses resultados sugerem que a infecção

pelo SARS-CoV-2 compromete a

sinalização do IFN nas moDCs através do

antagonismo da fosforilação doe STAT1.

- Conclusão: O estudo apresenta dados

interessantes, contudo, os experimentos

precisariam ser repetidos com um número

maior de amostras tanto de células, quanto

de vírus isolados de outros pacientes.

-> Esses achados contribuem para nosso

entendimento sobre a patogênese da

COVID-19 e podem explicar o curso leve e

insidioso da COVID-19 até a deterioração

tardia.

Heart Rhythm

20JUN2020 COVID-19 and

Cardiac

Arrhythmias

Bhatla A et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32585191/

Arritmias

cardíacas estão

associadas à

gravidade da

COVID-19

- Racional: A infecção pelo SARS-Cov-2

pode causae dano aos cardiomiócitos e

aumentar o risco de arritmia.

- Objetivos: Avaliar o risco de parada

cardíaca e arritmias, incluindo fibrilação

atrial (FA) incidente, bradiarritmias e

taquicardia ventricular não sustentada

(TVNS) em uma grande população urbana

hospitalizada pela COVID-19, além de

avaliar orrelações entre a presença dessas

arritmias e a mortalidade.

- Métodos: Revisão das características de

todos os pacientes com COVID-19

internados num centro único por um

período de 9 semanas. Durante a

internação, avaliadas a incidência de

paradas cardíacas, arritmias e mortalidade

hospitalar. Regressão logística para avaliar

idade, sexo, raça, índice de massa corporal,

doença cardiovascular prevalente, diabetes,

hipertensão, doença renal e status da UTI

como fatores de risco potenciais para cada

arritmia.

- Resultados:

-> Entre 700 pacientes (média de idade de

50±18 anos, 45% homens, 71% afro-

americanos e 11% internação em UTI),

houve 9 paradas cardíacas, 25 eventos de

FA incidentes, 9 bradiarritmias

clinicamente significativas e 10 TVNs.

-> comorbidades UTI (n=79) vs não UTI

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

(n=621): média de idade 63 ± 16 vs 48 ± 18

(p<0,0001); doença coronariana 27% vs

9% (P<0,0001); insuficiência cardíaca 28%

vs 11% (p<0,0001), HAS 78% vs 46%

(p<0,0001), DM 44% vs 24% (p<0,0001);

apnéia do sono 29% vs 16% (p=0,0048),

doença pulmonar obstrutiva crônica 18%

vs 8% (p=0,004), doença hepática 18% vs

9% (p=0,0089), doença renal crônica 20%

vs 10% (p=0,0089).

-> Todas as paradas cardíacas ocorreram

entre os pacientes admitidos na UTI.

-> Admissão na UTI: associação com FA

incidente (OR=4,68; IC95% 1,66-13,18) e

TVNS (OR 8,92; IC95% 1,73-46,06) após

ajuste multivariável (para idade, sexo, raça,

IMC, doença cardiovascular, DM, HAS,

doença renal crônica, e uso de

hidroxicloroquina). Sem associação com

admissão na UTI e bradiarritmias.

-> FA incidente e idade (OR=1,05; IC95%

1,02-1,09) foram associadas

independentemente.

-> Insuficiência cardíaca foi associada

independentemente com bradiarritmias

prevalentes (OR=9,75; IC95% 1,95-48,65).

-> Apenas as paradas cardíacas foram

associadas à mortalidade aguda hospitalar

(OR=20,47; IC9%% 5,19-80,69).

- Conclusão: Paradas e arritmias cardíacas

são provavelmente consequência de doença

sistêmica e não apenas os efeitos diretos da

infecção pelo SARS-CoV2 na COVID-19.

-> Limitações do estudo: centro único; não

investigação de arritmias sublínicas e

impacto a longo prazo do tratamento das

arritmias.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Fron Med

18JUN2020 Nasopharyngeal

Swabs Are More

Sensitive Than

Oropharyngeal

Swabs for

COVID-19

Diagnosis and

Monitoring the

SARS-CoV-2

Load

Wang H et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32626720/

Identificação do

SARS-CoV-2 na

nasofaringe é

mais sensível do

que na orofaringe

-Objetivo: A detecção do SARS-CoV-2

utilizando swabs orofaríngeos (OPS) e

swabs nasofaríngeos (NPS) é um método

essencial para o manejo da COVID-19.

Não está claro como a taxa de detecção, a

sensibilidade e o risco de exposição para os

médicos diferem em dois métodos de

amostragem.

-Métodos:

-> Estudo prospectivo, 120 amostras de

NPS e OPS emparelhadas foram coletadas

de 120 pacientes internados com COVID-

19 confirmada, em Wuhan, China.

-> Realizada qRT-PCR para SARS-CoV-2

(genes ORF1ab e N).

-> A taxa de detecção de SARS-CoV-2,

sensibilidade e carga viral foram analisadas

com relação aos sítios NPS e OPS.

-> O desconforto amostral relatado pelos

pacientes foi avaliado.

- Resultados:

-> mediana de idade> 61,6 (47,5-69) anos,

sexo masculino 55,8%, HAS 30,6%, DM

17,7%, doença arterial coronariana 8,3%,

neoplasia 5%, DPOC 1,7%.

-> sintomas: febre 90,8%, tosse 75%,

dispneia 46,7%, fadiga 35%, diarreia

27,5%, pressão no tórax 25,8%, mialgia

24,2%.

-> A taxa de detecção do SARS-CoV-2 foi

significativamente maior para o swab da

NPS [46,7% (56/120)] do que para a OPS

[10,0% (12/120)] (p<0,001).

-> A sensibilidade do swab da NPS

também foi significativamente maior que a

do OPS (p<0,001).

-> No momento da amostragem, o tempo

de detecção do SARS-CoV-2 teve uma

duração mediana mais longa (25,0 vs. 20,5

dias, respectivamente) e uma duração

máxima mais longa (41 vs. 39 dias,

respectivamente) na NPS em comparação à

OPS.

-> O valor médio do limiar do ciclo (Ct) do

NPS (37,8, IC95%: 37,0-38,6) foi

significativamente menor do que o do OPS

(39,4, IC 95%: 38,9-39,8) em 1,6 (IC 95%

1,0-2,2, P <0,001), indicando que a carga

do SARS-CoV-2 foi significativamente

maior nas amostras da NPS do que na OPS.

-> O desconforto do paciente foi baixo nos

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

dois métodos de amostragem.

-> Durante a coleta do swab da NPS, os

pacientes tiveram uma probabilidade

significativamente menor de ter náusea e

vômito.

- Conclusões: O swab da NPS apresentou

taxa de detecção, sensibilidade e carga

viral significativamente maiores para o

SARS-CoV-2 do que o swab da OPS.

-> O swab NPS pode reduzir a produção de

gotículas durante a coleta dos swabs.

-> O swab da NPS deve ser recomendado

para diagnosticar COVID-19 e monitorar a

carga SARS-CoV-2

Sci China Life

Sci

18JUN2020

Decreased Serum

Albumin Level

Indicates Poor

Prognosis of

COVID-19

Patients: Hepatic

Injury Analysis

From 2,623

Hospitalized

Cases

Huang W et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32567003/

Hipoalbiminemia

como

biomarcador de

gravidade e

mortalidade na

COVID-19

-Objetivo: Investigar o papel da

hipoproteinemia no resultado clínico e na

disfunção hepática de pacientes com

COVID-19.

-Métodos: estudo retrospectivo, inclusão de

2.623 pacientes adultos com COVID-19

confirmados clinicamente (> 18 anos) entre

29 de janeiro de 2020 e 6 de março de 2020

no Hospital Tongji, Wuhan, China. Os

pacientes foram divididos em três grupos -

grupos não críticos, doentes críticos e

óbitos.

-> As concentrações séricas de albumina,

lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C)

e lipoproteínas de alta densidade (HDL-C)

e níveis de citocinas inflamatórias foram

medidas e comparadas entre esses três

grupos.

- Resultados:

-> Mediana de idade 64 anos (IQR, 52-71).

-> Grupo não crítico, crítico e óbito:

mediana de idade 61 (49, 69), 65 (53,73) e

70 (63,78) anos (p<0,001), sexo feminino

53,9%, 42,8% e 30,6% (p<0,001),

comorbidades 42,9%, 65% e 69,5%

(p<0,001).

-> Entre os pacientes incluídos no estudo,

2.008/2.623 (76,6%) foram diagnosticados

como não críticos e 615 (23,4%) como

críticos, incluindo 383 (14,6%)

sobreviventes críticos e 232 (8,8%) óbitos.

-> Hipoalbuminemia acentuada ocorreu em

38,2%, 71,2% e 82,4% dos pacientes nos

grupos não críticos, críticos e óbitos,

respectivamente, na admissão e 45,9%,

77,7% e 95,6% desses três grupos,

respectivamente, durante a hospitalização.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> Os níveis séricos do LDL e do HDL

foram significativamente mais baixos nos

grupos de pacientes críticos e óbitos em

comparação com o grupo de pacientes não

críticos.

-> Nos pacientes com fatores inflamatórios

séricos elevados (IL-6, IL-8, IL-10, IL-2R,

IL-1β e TNF-α), o tempo de tromboplastina

parcial ativada (TTPA) estava

acentuadamente prolongado nos pacientes

críticos, refletindo coagulopatia.

-> IL-6 elevada teve correlação

estatisticamente significante com gama-

GT, TGO e TGP elevadas.

-> Os valores séricos da albumina

reduziram proporcionalmente ao aumento

da IL-6.

- Conclusões: Este estudo sugere que a

tempestade de citocinas induzida na

COVID-19 causa hepatotoxicidade e

subsequentemente hipoalbuminemia

crítica, que estão associadas à exacerbação

das respostas inflamatórias associadas à

doença e à progressão e à mortalidade pela

COVID-19. Estudos prospectivos são

necessários para avaliar as hipóteses do

estudo.

Science

15JUN2020 Potent

neutralizing

antibodies from

COVID-19

patients define

multiple targets

of vulnerability

Brouwer PJM et al. The

Netherlands. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32540902/

Anticorpos

neutralizantes

para a COVID-19

- Introdução: A pesquisa se baseia em

resultados de estudos anteriores que

mostram a importância dos anticorpos

monoclonais neutralizantes produzidos

contra epítopos de proteínas virais pré-

mudanças conformacionais necessárias

para que o vírus infecte as células.

-> Sabendo que a proteína S (Spike) viral

de SARS-CoV-2 também possui esse

formato pré e pós-fusão com a membrana

hospedeira, o estudo se mostra criativo ao

ser estratégico no foco a esses anticorpos

para S pre-fusão, como são chamados,

ditos mais importantes, pois não sofrem

tantas mutações.

- Métodos: O soro de 3 adultos

convalescentes da COVID-19 foi coletado,

chamando atenção aqui para o número

amostral, além de apenas um dos pacientes

ter desenvolvido uma versão mais grave da

doença, necessitando de internação.

-> Para identificar apenas os anticorpos

monoclonais específicos para proteína S,

esses soros foram estimulados com

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

proteína S pre-fusão estabilizada, geradas

pelo grupo, por técnicas de estabilização,

mostrando aqui o diferencial o estudo.

-> Desse isolamento, primariamente feito

de linfócitos B, produtores de anticorpos,

posteriormente das combinações de cadeias

leves e pesadas dos anticorpos estudos de

assinatura genômica, foi feita expressão

dessas combinações dos mAbs (anticorpos

monoclonais), isolados dos pacientes, em

células imortalizadas para que eles fossem

testados quanto à avidez, afinidade, reação

cruzada com SARS-CoV e potencial de

neutralização contra o SARSCoV-2

autêntico.

-> O artigo traz muitos resultados menores

ao longo do texto, incluindo o potencial do

soro desses pacientes contra o novo

coronavírus por existirem anticorpos (Abs)

de forte ligação e neutralizantes (NAbs)

contra a proteína S de SARS-CoV-2 e

SARS-CoV, mas os principais achados são

quanto à assinatura genômica encontradas

nas cadeias pesadas dos anticorpos de

células B: 2 das regiões variáveis desses

anticorpos tinham mais de 30%

similaridade com a sequência de S em

SARS-CoV e SARS-Cov-2, ou seja, são

potentes NAb e ainda se mantém ao longo

de tempo. Em experimento de linhagem

germinativa, foi verificado que estes

anticorpos se mantinham com a mesma

sequência das células que os geraram. Esse

achado ainda se fortalece mais com o fato

das 2 regiões serem isoladas de NAbs de

pacientes diferentes, corroborando com a

afirmativa da importância de semelhança

genotípica entre os anticorpos ser mantida

entre indivíduos.

-> Dos 19 NAbs isolados, e por serem

neutralizantes, todos eram capazes de inibir

a infecção pelo SARS-CoV-2 in vitro, 2

deles foram considerados de alta potência

nessa função, isolados de 2 pacientes

diferentes, como já visto, e ainda

bloqueiam a ligação de outros mAbs.

-> Viu-se também que a maior parte desses

mAbs com cadeia diferenciada para região

de S, tem como alvo a RBD em muitos

ângulos, visto por testes de microscopia

eletrônica, mas não são maioria, existindo

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

também muitos de epítopo não-RBD, o que

ainda deixa a dúvida se apenas RBD é

região importante de estudo para design de

vacinas e tratamentos.

-> É importante ressaltar que a potência

desses 2 anticorpos neutralizantes

encontrados (cadeias VH) nos pacientes em

estudo superam a potência de neutralização

de outros anticorpos monoclonais, já em

fase mais avançada no uso clínico, para

outras doenças como HIV-1 e Ebola.

-> A proposta de se pensar no modelo de

anticorpos monoclonais potencialmente

neutralizantes para SARS-CoV-2, isolados

de pacientes convalescentes, se mostrou

promissora com este grupo holandês, que

julgam serem importantes no

desenvolvimento de coquetéis para

múltiplos epítopos durante o tratamento e

uma melhor caracterização estrutural para

o design de uma vacina.

-> Chamamos a atenção para o número

amostral extremamente pequeno do grupo,

para que sejam tomadas decisões tão

assertivas de forma definitiva. Seria

importante validar os achados com um

maior número de pacientes.

-> Os dados obtidos neste trabalho servem

de base para definir candidatos terapêuticos

para tratamento e prevenção da COVID-19.

Am J Rhinol

Allergy

12JUN2020

Prevalence and

Recovery From

Olfactory and

Gustatory

Dysfunctions in

Covid-19

Infection: A

Prospective

Multicenter

Study

Chary E et al. France.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32527141/

Prevalência e

recuperação dos

distúrbios

olfatórios e

gustatórios na

COVID-19

- Prévio: A COVID-19 é definida por uma

associação de múltiplos sintomas,

incluindo distúrbios olfativos e gustativos

frequentemente relatados.

- Objetivo: O principal objetivo deste

estudo foi analisar a prevalência dessas

deficiências neurossensoriais em pacientes

com COVID-19 e avaliar a recuperação em

curto prazo.

- Métodos: Realizamos um estudo de série

de casos multicêntricos. Todos os pacientes

que apresentaram infecção pelo SARS-

CoV-2 confirmada pela RT-PCR foram

incluídos, internados ou tratados em casa.

Para analisar a prevalência e as

características das disfunções olfativas e

gustativas, foi realizada uma entrevista por

telefone 5 dias após o resultado positivo da

PCR. O questionário foi submetido

novamente 10 dias depois aos pacientes

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

que relataram distúrbios olfativos e

gustativos, a fim de avaliar sua

recuperação.

- Resultados: 115 pacientes foram

incluídos em nosso estudo.

-> mediana de idade 47 anos [20-83],

mulheres 70%

-> 81 pacientes (70%) relataram distúrbios

olfativos e gustativos sem obstrução nasal

ou rinorréia. Essas deficiências foram

relatadas com mais frequência na

população feminina (77% vs 56%;

p=0,027) e de jovens (42 anos vs 55 anos;

p=0,003) com formas sintomáticas leves.

-> A recuperação a curto prazo avaliada no

dia 15 foi concluída em 64% dos pacientes

e incompleta em 33%: a média de tempo

para recuperação foi de 15 dias (4-27 dias)

após o início dos sintomas olfativos ou

gustativos.

-> outros sintomas: tosse 43%, febre 61%,

odinofagia 18%, mialgia 50%, cefaléia

54%, diarreia 17%, rinite 22%.

-> internação 24% (n=27), UTI 4% (n=4).

- Conclusão: Disfunções olfativas e

gustativas relacionadas à COVID-19 são

frequentemente relatadas e prevalecem nas

formas sintomáticas leves da doença. A

recuperação na maioria dos casos parece

ser rápida e completa.

Front

Immunol

10JUN2020

Interferon-

Induced

Transmembrane

Protein (IFITM3)

Is Upregulated

Explicitly in

SARS-CoV-2

Infected Lung

Epithelial Cells

Hachim MY et al.

United Arab Emirates

and Canada.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32595654/

Genes

diferentemente

expressos

(DEGs) em

células

pulmonares

infectadas com o

SARS-CoV-2

- Dados transcriptômicos obtidos de seres

humanos e de células de mamíferos

infectados com SARS-CoV e representam

uma riqueza de dados que podem ser

usados para identificar genes

consistentemente expressos de forma

diferente, além de permitir a identificação

de possíveis interações com medicamentos

clinicamente comprovados. Essa

abordagem simples pode ser usada para a

rápida identificação de novos alvos e

medicamentos para validação posterior.

- Resultados:

-> No total, foram avaliados 9.692 genes

identificados genes diferencialmente

expressos ou differentially expressed genes

(DEGs) em células infectadas com o vírus,

em 12 estudos: 38 genes foram

identificados como DEGs, em 9/12 estudos

(75%), após a infecção pelo SARS-CoV-2

nas células pulmonares nas primeiras 48h

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

após a infecção.

-> o gene IFITM3 (interferon-induced

transmembrane pritein-3) foi super-

regulado precocemente no epitélio

bronquial infectado pelo SARS-CoV-2, de

modo que o ácido valpróico (VA) aumenta

a expressão do mRNA do IFITM3 e a ação

antiviral.

OBS: As proteínas transmembranares

induzidas por interferon (IFITMs 1, 2 e 3)

são imunossupressoras inatas a infecções

por vírus, pois regulam a fusão dos vírus

invasores e vesículas endocíticas e os

direcionam para os lisossomos.

- Conclusões: A análise de dados dos

transcriptomas podem ser úteis para

identificar novos alvos terapêuticos na

COVID-19, servindo de base para estudos

pré-clínicos e clínicos.

Immunity

08JUN2020

Analysis of a

SARS-CoV-2-

Infected Individual

Reveals

Development of

Potent Neutralizing

Antibodies With

Limited Somatic

Mutation

Seydoux E et al.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32561270/

Anticorpos anti-

SARS-CoV-2

apresentam baixa

mutação somática

-Prévio: As respostas aos anticorpos são

desenvolvidas após a infecção pelo SARS-

CoV-2, mas pouco se sabe sobre suas

especificidades, clonalidade, afinidades de

ligação, epítopos e atividade neutralizante

do epítopo.

- Métodos: Isolamento das células B

específicas para a glicoproteína spike (S)

do envelope do SARS-CoV-2 de um

indivíduo (35 anos, sexo masculino)

infectado com COVID-19 após 21 dias do

início da doença clínica.

-Resultados:

-> Foram gerados 45 anticorpos

monoclonais específicos anti-spike (S).

-> Estes anticorpos haviam sofrido

mutação somática mínima com expansão

clonal limitada e três se ligavam ao

domínio de ligação ao receptor (RBD) da

proteína S.

-> Dois anticorpos neutralizaram SARS-

CoV-2. O anticorpo mais potente ligou a

RBD e impediu a ligação ao receptor da

ECA, enquanto o outro teve ligação a uma

região fora da RBD (Anticorpo anti-SARS-

CoV-2 S2P). Assim, a maioria dos

anticorpos anti-S que foram gerados neste

paciente durante as primeiras semanas de

infecção pela COVID-19 eram epítopos

não neutralizantes e alvo fora da RBD:

-> Aproximadamente 0,65% do total de

células B CD19 + eram S2P + comparado a

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

0,07% do total de células B de um doador

naive.

-> As células B dominantes foram IgM+

IgD+ (49% das células B S2P+); 90% dos

quais foram CD27+ que sugeriram que,

embora essas células B não tenham

mudado de classe, elas foram céluas B de

memória com experiência em antígeno.

-> A segunda subpopulação mais

proeminente de células B específicas para

S2P foram células B IgG+ IgD- com troca

de classe (27% das células B S2P+). De

fato, 1,7% das células B IgG+ coradas com

S2P e desses 7% (ou 0,12% do total de

células B IgG+) também foram positivss

para a RBD.

-> Os autores formularam a hipótese de

que as células B específicas para o SARS-

CoV-2 eram mais propenas a ter sofrido

maturação e produzir anticorpos capazes de

neutralizar o vírus: Foi realizado

sequenciamento do receptor das células B

(BCR) das células S2P + IgG +, sendo

observados baixos níveis de mutação

somática:

-> 576 células B S2P + foram selecionadas

em células únicas em poços individuais de

placas de 96 poços e as regiões variáveies

das cadeias pesadas e leves dos transcritos

dos receptores da células B foram

sequenciados usando RT-PCR aninhado:

foram recuperamos com sucesso 103

sequências VH e 187 sequências VL, 97

das quais foram Kappa e 90 eram lambda.

As células B específicas para S2P foram

derivadas de diversos genes de cadeia

pesada e leve de anticorpos e aprsentavam

distribuições normais de comprimentos de

CDRH3 e CDRL3.

-> Consistente com o tempo relativamente

curto de infecção, a maioria das seqüências

BCR mostrou baixos níveis de mutação

somática

-> Os achados sugerem que a resposta

inicial das células B à proteína S do SARS-

CoV-2 S é policlonal e dirigida a epítopos

principalmente fora da RBD e não

neutralizantes.

-> Os anticorpos que interromperam a

interação SARS-CoV-2 com ECA2 podem

neutralizar potentemente o vírus sem sofrer

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

extensa maturação. Tais anticorpos têm

potencial preventivo e/ou terapêutico e

podem servir como modelos para o

desenho da vacina.

J Autoimmun

08JUN2020 SARS-CoV-2

Infection in

Patients With

Autoimmune

Rheumatic

Diseases in

Northeast Italy:

A Cross-

Sectional Study

on 916 Patients

Zen M et al. Italy.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32527675/

Infecção pelo

SARS-COV-2

em indivíduos

com doenças

reumáticas auto-

imunes

- Objetivo: avaliar a taxa e a apresentação

clínica da COVID-19 e a adesão à terapia

numa grande coorte de pacientes com

doenças reumáticas auto-imunes (DRAs)

acompanhados num hospital universitário

terciário no nordeste da Itália.

- Métodos: Entre 9 e 25 de abril de 2020,

após o pico da infecção pelo SARS-CoV-2,

foi realizada uma pesquisa por telefone

investigando o impacto da COVID-19 em

pacientes com lúpus eritematoso sistêmico

(LES), esclerose sistêmica (ES), artrite

reumatóide (AR), Vasculite associada ao

ANCA (VAA) e miopatias inflamatórias

idiopáticas (MII). Também foram

coletados dados demográficos, status da

atividade da doença, terapia, exposição

ocupacional e adesão ao aconselhamento

sobre distanciamento social.

- Resultados:

-> 916 pacientes (397 LES, 182 VAA, 176

ES, 111 AR, 50 MII) completaram a

pesquisa.

-> média de idade 53 ± 14,3 anos, 78,6%

sexo feminino, remissão 78,7%

-> imunossupressores: prednisona > 7,5

mg/dia (9,9%), metotrexate (15,1%),

ciclosporina (1,2%), tacrolimus (0,9%),

azatioprina (6,6%), ciclofosfamida (0,4%),

drogas anti-maláricas (36,6%), leflunomida

(1,8%), salazopirina (0,5%).

-> biológicos: anti-TNF (4,6%), CTLA4-Ig

(1,3%), anti-IL6R (0,9%), anti-CD20

(4,3%), JAK-i (2,3%) e anti-BLYSS

(5,1%).

-> 148 pacientes desenvolveram pelo

menos um sintoma compatível com

COVID-19 (tosse 96, dor de garganta 64,

febre 64, artrromialgias 59, diarréia 26,

conjuntivite 18, ageusia/hiposmia, 18).

-> Entre os 916 pacientes, 65 (7,1%)

coletaram o swab nasofaríngeo para SARS-

CoV-2 (18 sintomáticos e 47

assintomáticos), 2 (0,21%) apresentaram

resultado positivo, uma proporção que foi

semelhante à observada na população geral

da região de Veneto.

Page 101: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> sintomas em 916 pacientes: qualquer

sintoma (16,2%), tosse (10,5%), odinofagia

(6,9%), T°C ≥ 37,5 (6,9%), artromialgia

(6,4%), diarreia (2,8%), ageusia/hiposmia

(1,9%), conjuntivite (1,9%); 3 ou mais

sintomas (2,5%).

-> Nenhuma morte ocorreu.

-> 31 pacientes (3,4%) retiraram ≥1

medicamento, principalmente

imunossupressores ou biológicos.

-> A adoção do distanciamento social foi

observada por 860 pacientes (93,9%),

incluindo 335 (36,6%) que o adotaram

antes do bloqueio oficial.

- Conclusões: A incidência de COVID-19

parece ser semelhante na coorte de

pacientes com DRAs em comparação à

população geral. A adesão à terapia e ao

aconselhamento sobre distanciamento

social foi alta.

Eur J Cancer

06JUN2020 SARS-CoV-2

Infection in

Cancer Patients

Undergoing

Active

Treatment:

Analysis of

Clinical Features

and Predictive

Factors for

Severe

Respiratory

Failure and

Death

Yarza R et al. Spain.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32586724/

Fatores de risco

de mau

prognóstico de

pacientes

oncológicos em

tratamento e com

COVID-19

-Prévio: Evolução de pacientes oncológicos

é mais grave na COVID-19.

-Método: Pacientes internados

consecutivamente para tratamento da

infecção pelo SARS-CoV-2 foram

analisados prospectivamente e realizada

também análise estatística retrospectiva.

Análises univariadas e multivariadas foram

realizadas para avaliar fatores de risco de

mau prognótico, como SDRA e morte.

Resultados:

-> Sessenta e três pacientes foram

analisados e 34 deles desenvolveram

insuficiência respiratória (70% como

SDRA).

-> idade < 50 anos (6%), 50-70 anos

(57%), > 70 anos (37%); 54% homens;

86% caucasianos; tabagismo (nunca 46%,

prévio 43% e atual 11%); HAS 52%, DM

17%, doença renal crônica 8%, cardioparia

19%, doença pulmonar crônica 22%.

-> sítio primário do tumor: pulmão 27%,

colo-retal 16%, mama 16%, trato

gastrointestinal superior 10%, próstata 8%,

cabeça e pescoço 6%.

-> características relacionadas ao câncer:

doença metastática: 82% (oligometastárica

-57%, polimestastática 25%),

envolvimento do pulmão pelo tumor

(40%), tratamento ativo para o câncer

(96%: quimioterapia 58%, imunoterapia

Page 102: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

12%, endócrino 15% e terapia-alvo 11%).

-> sintomas (n=63): febre 89%, clafrio

70%, diarreia 50%, dispneia 45%, tosse

66%, rinorréia 18%, hiposmia/ageusia 8%.

-> padrão tomográfico: sem infilttado

(5%), pneumonia unilobar (28%),

pneumonia bilobar (17%), pneumonia

bilateral (55%).

-> Linfócitos/mm3 (412 vs 686; p=0,001),

albumina sérica (2,84 vs 3,1 g/dl; p=0,007),

níveis de DHL (670 vs 359 U/l; p <0,001),

proteína C reativa [PCR] (25,8 vs 9,9

mg/dl; p <0,001), ferritina (4374 vs 1487

ng/ml; p=0,03) e fibrinogênio (921 vs 824

mg/dl, p=0,02) discriminam aqueles que

desenvolveram insuficiência respiratória.

-> A taxa de mortalidade foi de 25%,

significativamente maior entre os pacientes

com SDRA, neutropênicos (p=0,01) e

naqueles com infiltrados bilaterais (44% vs

0%; p<0,001).

-> O modelo de análise logística

multivariada confirmou o valor preditivo

de neutropenia grave < 500 (OR=16,54;

IC95% 1,43-190,9, p=0,025), infiltrados

bilaterais (OR=32,83; IC95% 3,51-307,

p=0,002), envolvimento pulmonar do

tumor (OR=4,34; IC95% 1,2-14,95,

p=0,02) e história prévia de TEV

(OR=4,83; IC95% 1,14-20,3, p=0,03) para

a mortalidade.

-Conclusão: Pacientes com câncer em

tratamento ativo admitidos para infecção

pelo SARS-CoV-2 apresentam piores

resultados em termos de mortalidade e

taxas de insuficiência respiratória em

comparação com a população geral com

COVID-19. Linfopenia, DHL, proteína C

reativa e albumina discriminam a

gravidade da doença, enquanto

neutropenia, infiltrados bilaterais e

envolvimento pulmonar do tumor são

preditores de maior mortalidade. A

investigação de TEV deve ser investigada

nestes pacientes, especialmente naqueles

com história prévia.

J Am Soc

Echocardiogr

05JUN2020

Echocardiograph

ic Findings in

Patients With

COVID-19 With

Significant

Sud K et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32595004/

Achados

ecocardiográficos

na COVID-19

-Análise consecutiva de 110 pacientes

admitidos no Mount Sinais Morningside

Hospital. Estudo retrospectivo.

-> Realização de ecocariograma.

-> Lesão miocárdica significativa foi

Page 103: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

Myocardial

Injury

definida como um pico de nível de

troponina cardíaca I> 1 ng / mL (referência

<0,01 ng/mL).

- Resultados:

-> média de idade: 64,5 ± 13,8 anos, 46%

mulheres, 21% (n=5) com doença arterial

coronariana conhecida previamente.

-> 10 pacientes (42%) estavam intubados

quando realizaram o ecocardiograma.

-> 24/110 com lesão miocárdica e

realização de ecocardiograma (5 foram

exluídos devido à qualidade ruim do

exame).

-> Média da troponina: 5,0 ng/ml (IQR,

1,8-14,0 ng/ml).

-> Dos 24 pacientes, três tiveram achados

eletrocardiográficos consistentes com

infarto do miocárdio com

supradesnivelamento do segmento ST e

um paciente apresentou

supradesnivelamento difuso do segmento

ST consistente com pericardite.

-> Disfunção ventricular esquerda (VE),

definida como disfunção sistólica regional

e/ou global estava presente em 13 pacientes

(54%). Onze (46%) apresentavam

anormalidades nos movimentos regionais

da parede (mediana da troponina 12,4

ng/m; IQR, 5,8–27,0 ng/ml).

-> Apenas dois pacientes (8%)

apresentaram hipocinesia difusa do VE.

-> Outros achados incluíram disfunção

ventricular direita isolada em quatro

pacientes (17%), com mediana da

troponina de 1,5 ng/ml (IQR, 1,3-3,1

ng/mL).

-> Derrame pericárdio: 8 pacientes (33%).

-> 5 (21%) não apresentaram achados

ecocardiográficos significativos e

apresentavam função biventricular

preservada e ausência de derrame

pericárdico. A média da troponina nesses

pacientes foi 2,1 ng/ml (IQR, 1,3-4,3

ng/ml).

-> Entre pacientes sem lesão miocárdica

significativa (n=81), 15 pacientes (19%)

apresentavam disfunção regional ou global

isolada do VE, 19 pacientes (24%)

apresentavam disfunção ventricular direita

isolada e cinco pacientes (6%)

apresentavam disfunção biventricular

Page 104: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

- Conclusão: Pacientes hospitalizados com

COVID-19 e lesão miocárdica

significativa, 37% apresentaram disfunção

isolada do VE, 17% apresentavam

disfunção ventricular direita isolada, 17%

apresentavam biventricular disfunção, e

29% restantes tinham função biventricular

preservada.

-> A disfunção regional do VE parece ser o

achado ecocardiográfico mais comum, o

que sugere que a isquemia é decorrente da

obstrução de grandes- ou pequenos vasos,

de modo que o estado protrombótico pode

ser um mecanismo de lesão.

-> Estudos prospectivos seriam importantes

para estabelecer os achados

ecocardiográficos na COVID-19.

JAMA Netw

Open

01JUN2020

Prevalence of

Gastrointestinal

Symptoms and

Fecal Viral

Shedding in

Patients With

Coronavirus

Disease 2019: A

Systematic

Review and

Meta-analysis

Parasa S et al. USA,

Germany & Brazil.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32525549/

Sintomas

gastrointestinais

na COVID-19

-Racional: A COVID-19 pode envolver o

trato gastrointestinal (TGI), incluindo

sintomas como diarréia e eliminação do

SARS-CoV-2 nas fezes.

-Objetivo: Fornecer uma estimativa

conjunta dos sintomas gastrointestinais,

níveis elevedos de enzimas hepáticas e

testes fecais positivos para SARS-CoV-2

entre pacientes com COVID-19.

- Métodos: Pesquisa eletrônica na literatura

para estudos publicados (usando

MEDLINE / PubMed e Embase) e pré-

impressão (usando bioRxiv e medRxiv) de

interesse, conduzidos de 1 de novembro de

2019 a 30 de março de 2020. Os termos de

pesquisa incluíam "COVID-19 , "" SARS-

Cov-2 "" e/ou "novo coronavírus".

-> Os estudos elegíveis foram aqueles que

incluíram pacientes com infecção por

SARS-CoV-2 que relataram sintomas

gastrointestinais.

-> Extração e síntese de dados: foram

extraídos dados de pacientes com sintomas

gastrointestinais (diarréia, náusea ou

vômito), alterações das enzimas hepáticas e

eliminação fecal do vírus.

-> A qualidade dos estudos foi examinada

usando o índice metodológico para estudos

não randomizados. Estimativas agrupadas

(%) foram relatadas com ICs de 95% com

nível de heterogeneidade (I2).

- Resultados:

->Dos 1484 registros revisados, 23

publicados e 6 estudos de pré-impressão

Page 105: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

foram incluídos na análise, com um total de

4.805 pacientes (média de idade 52,2±14,8

anos; 1598 [33,2%] mulheres) com

COVID-19.

-> As taxas combinadas foram 7,4%

(IC95%, 4,3%-12,2%) dos pacientes que

relataram diarréia e 4,6% (IC95%, 2,6%-

8,0%) dos pacientes que relataram náusea

ou vômito.

-> A taxa combinada para os níveis de

TGO fora dos intervalos de referência foi

20% (IC95%, 15,3%-25,6%) dos pacientes,

e a taxa combinada para os níveis elevados

de TGP foi 14,6% (IC95%, 12,8%-16,6 %)

de pacientes.

-> Testes fecais positivos para SARS-CoV-

2 foram relatados em 8 estudos, e a

eliminação do RNA viral foi detectada nas

fezes em 40,5% (IC95%, 27,4%-55,1%)

dos pacientes.

-> Houve alto nível de heterogeneidade

(I2=94%), mas nenhum viés de publicação

estatisticamente significativo foi

observado.

- Conclusões e relevância: esses achados

sugerem que 12% dos pacientes com

COVID-19 manifestarão sintomas

gastrointestinais; no entanto, a eliminação

viral do SAR-CoV-2 foi observado em

40,5% dos pacientes com infecção

confirmada para COVID-19. Isso destaca a

necessidade de entender melhor quais

medidas são necessárias para impedir a

disseminação desse patógeno altamente

contagioso.

Am J

Gastroenterol

01JUN2020

Liver Enzyme

Elevation in

Coronavirus

Disease 2019: A

Multicenter,

Retrospective,

Cross-Sectional

Study

Hao SR et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32618658/

Aumento da TGP

em pacientes com

COVID-19

Introdução: Níveis elevados de enzimas

hepáticas são observados em pacientes com

COVID-19.

- Métodos: Foram incluídos pacientes

hospitalizados com COVID-19 na

província de Zhejiang, China, de 17 de

janeiro a 12 de fevereiro de 2020. A

elevação do nível de enzimas hepáticas foi

definida como nível de TGP > 35 U/l para

homens e 25 U/l para mulheres na

admissão. Pacientes com níveis normais de

TGP foram incluídos no grupo controle.

-> RT-PCR para SARS-CoV-2 confirmou

COVID-19.

-> Dados epidemiológicos, demográficos,

clínicos, laboratoriais, de tratamento e

Page 106: 05.06.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita … · 2020. 7. 17. · 17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert

17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

resultados foram coletados e comparados.

- Resultados:

-> Dos 788 pacientes com COVID-19, 222

(28,2%) pacientes apresentaram níveis

elevados de enzimas hepáticas (mediana de

idade [IQR], 47,0 [35,0-55,0] anos; 40,5%

mulheres).

-> Ser homem, estar acima do peso e fumar

aumentou o risco para elevação das

enzimas hepáticas.

-> O grupo com aumento das enzimas

hepáticas apresentou menos faringite e

mais diarréia do que o grupo controle.

-> A mediana de tempo desde o início da

doença até a admissão foi de 3 dias para os

grupos de elevação do nível de enzimas

hepáticas (IQR, 2-6), enquanto que a média

de tempo de internação para 86 (38,7%)

dos pacientes que receberam alta foi 13

dias (IQR, 11-16).

-> Não foram observadas diferenças na

gravidade da doença e nos resultados

clínicos entre os grupos.

- Discussão:

-> 28,2% dos pacientes com COVID-19

apresentam níveis elevados das enzimas

hepáticas na admissão, o que pode estar

parcialmente relacionado à infecção pelo

SARS-CoV-2.

-> Pacientes do sexo masculino

apresentaram maior risco de elevação do

nível de enzimas hepáticas. Com a

intervenção médica precoce, a elevação do

nível de enzimas hepáticas não piorou os

resultados de pacientes com COVID-19.

Fertil Steril

29MAI2020 Assessment of SARS-CoV-2

in Human Semen-A

Cohort Study

Holtmann N et al.

Germany.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32650948/

Impacto da

COVID-19 no

sêmen

-Objetivo: Investigar a presença de RNA

viral no sêmen humano de pacientes com

infecção pelo SARS-CoV-2 e avaliar sua

presença e relevância nos parâmetros do

sêmen.

-Desenho: Estudo de coorte piloto.

- Local: Hospital Universitário.

->Paciente (s): Trinta e quatro homens

foram distribuídos como: 1) pacientes em

convalescença (pacientes com infecção

confirmada por SARS-CoV-2 no swab da

faringe de acordo com a RT-PCR; 2) grupo

controle negativo (sem anticorpos); e 3)

pacientes com infecção aguda (detecção de

SARS-CoV-2 no swab da faringe).

->Intervenção: Sêmen e uma amostra de

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

sangue foram coletados de cada indivíduo.

-> Principais medidas de resultado: análise

da qualidade do sêmen de acordo com os

padrões da Organização Mundial da Saúde.

-> Detecção de SARS-CoV-2 por RT-PCR

(gene E) na amostra de sêmen nativo e após

a preparação do gradiente de densidade.

Confirmação de anticorpos da

imunoglobulina (Ig) A e IgG no sangue

(ELISA, EuroImmun).

- Resultados:

-> Dezoito amostras de sêmen de homens

recuperados (14 COVID-19 leve e 4

COVID-19 moderada) média de idade

42±9,9 anos; IMC 25,6 ± 2,9 kg/m2) foram

obtidas 8-54 dias após a ausência de

sintomas, 14 de indivíduos controle (média

de idade 33,4 ± 13,1 anos; IMC 24,6±2,6

kg/m2) e 2 de pacientes com infecção ativa

pela COVID-19.

-> Nenhum RNA foi detectado por meio

deaRT-PCR no sêmen, incluindo amostras

de sêmen de dois pacientes com infecção

aguda por COVID-19.

-> Indivíduos com infecção moderada

apresentaram comprometimento da

qualidade espermática.

- Conclusões: Não é provável que a

infecção leve pela COVID-19 afete a

função dos testículos e do epidídimo,

enquanto os parâmetros do sêmen pareciam

prejudicados após uma infecção moderada.

-> O RNA da SARS-CoV-2 não pôde ser

detectado no sêmen de homens positivos e

recuperados da COVID-19. Isso sugere que

não há transmissão viral durante o contato

sexual e técnicas de reprodução assistida,

embora mais dados precisem ser obtidos.

Front Neurol

29MAI2020 Neurologic

Characteristics in

Coronavirus

Disease 2019

(COVID-19): A

Systematic

Review and

Meta-Analysis

Pinzon RT et al.

Indonesia.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32574250/

Características

neurológicas na

COVID-19

-Objetivos: revisão sistemática e metanálise

das características neurológicas de pacientes

com COVID19.

Grupos experimentais e/ou tipo de ensaio:

Análise de trabalhos publicados no Pubmed

entre 1º de janeiro e 8 de abril de 2020 e

suas referências, que relatavam achados

neurológicos nos pacientes com Covid19. O

escore de qualidade utilizado foi o Oxford

Center for Evidence-Based Medicine

guidelines.

- Resultados:

-> De 280 estudos, 33 foram selecionados,

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

com 7.559 participantes no total.

-> O escore de qualidade dos estudos variou

entre 2 e 5 (mediana 3).

-> Principais sintomas: Lesão muscular ou

mialgia foi o sintoma neurológico mais

comum (19,2%, IC95% 15,4–23,2%) da

COVID-19, seguido de cefaléia (10,9%,

IC95% 8,62–13,51%); tontura (8,7%,

IC95% 5,02–13,43%); náusea com ou sem

vômito (4,6%, IC 95% 3,17–6,27%); doença

cerebrovascular concomitante (4,4%, IC95%

1,92–7,91%); e consciência prejudicada

(3,8%, IC 95% 0,16-12,04%).

-> A doença cerebrovascular subjacente foi

encontrada em 8,5% (IC95% 4,5–13,5%)

dos estudos.

- Conclusões e comentários: O estudo

apresenta limitações, como a maior parte

dos estudos vindo da China (88%), o que

pode não refletir o panorama mundial;

valores de referência dos laboratórios variou

entre os estudos; a maior parte dos estudos

teve como base a análise de prontuários

médicos e não houve graduação da

gravidade dos sintomas.

Aging Med

22MAI2020 Longer

incubation period

of coronavirus

disease 2019

(COVID-19) in

older adults

Kong TK. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32661509/

Período de

incubação do

SARS-CoV-2 de

acordo com a

idade

Objetivo: Investigar qualquer alteração

relacionada à idade no período de

incubação na COVID-19, especificamente

qualquer diferença entre adultos mais

velhos (com idade ≥ 65 anos) e adultos

mais jovens.

-Métodos: Com base em dados on-line

divulgados oficialmente por 21 cidades

chinesas de 22 de janeiro a 15 de fevereiro

de 2020, o período de incubação dos

pacientes com COVID-19 que viajaram

para Hubei foi estudado de acordo com a

idade. Estudos anteriores foram revisados e

comparados.

- Resultados: O estudo recrutou 136

pacientes com COVID-19 que viajaram

para Hubei entre 5 e 31 de janeiro de 2020,

permaneceram por 1-2 dias e retornaram

com o início dos sintomas entre 10 de

janeiro e 6 de fevereiro de 2020. A idade

média foi de 50,5 anos (faixa de 1-86 anos)

e 22 pacientes (16,2%) tinham idade ≥65

anos.

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

-> O período de incubação estratificado por

idade foi em forma de U com valores mais

altos nos extremos de idade.

-> O período médio de incubação na

COVID-19 foi 8,3 (IC90% 7,4-9,2) dias

para todos os pacientes, 7,6 (IC90%, 6,7-

8,6) dias para adultos mais jovens e 11,2

(IC90%, 9,0-13,5) dias para adultos mais

velhos.

-> Os percentis 5/25/75/90 foram de

2,3/5,3/11,3/14,2 dias para todos,

2,0/5,0/10,5/13,2 dias para adultos mais

jovens e 3,1/7,8/14,4/17,0 dias para adultos

mais velhos.

-> Obs: Havia 11 estudos publicados sobre

os períodos de incubação na COVID-19 até

30 de março de 2020, relatando médias de

1,8 a 7,2 dias e medianas de 4-7,5 dias,

mas não houve estudo específico sobre o

efeito da idade no período de incubação.

Um estudo mostrou que casos graves de

COVID-19, que incluíram mais pacientes

idosos, tiveram períodos de incubação mais

longos.

- Conclusão: Com base em 136 pacientes

com histórico de viagens para Hubei,

epicentro da COVID-19, o período de

incubação na COVID-19 foi maior nos

adultos mais velhos. Esse achado tem

implicações importantes para o

diagnóstico, prevenção e controle da

COVID-19.

Mol Ther

Methods Clin

22MAI2020

Airways

Expression of

SARS-CoV-2

Receptor, ACE2,

and TMPRSS2 Is

Lower in

Children Than

Adults and

Increases With

Smoking and

COPD

Sharif-Askari NS et al.

United Arab Emirates

and USA.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32537478/

Modulação da

expressão gênica

da ECA2 e da

TMPRSS2 com a

idade, no

tabagismo e na

doença pulmonar

obstrutiva crônica

- Prévio: A enzima conversora de

angiotensina 2 (ECA2) e a serina protease

transmembranar 2 (TMPRSS2) são as

principais proteínas para a entrada nas

células pelo SARS-CoV-2 e desempenham

um papel crítico na patagênse da COVID-

19.

- Objetivo: Investigar o nível de expressão

da ECA2 e da TMPRSS2 nas células das

vias aéreas pulmonares e comparação com

a expressão com genes num banco de

dados.

- Resultados: Encontramos uma expressão

diferencial da ECA2 e TMPRSS2 nas vias

aéreas nasais e brônquicas em relação à

idade e ao status da doença.

-> Verificou-se que as crianças apresentam

uma expressão significativamente mais

baixa dos receptores ECA2 e TMPRSS2

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

nas vias aéreas superiores e inferiores

(nasais e brônquicas).

-> Além disso, verificou-se que a

expressão das vias aéreas pulmonares de

ECA2 e TMPRSS2 foi significativamente

aumentada em fumantes em comparação

com não fumantes e em pacientes com

doença pulmonar obstrutiva crônica

(DPOC) em comparação com indivíduos

saudáveis.

-> Não foi observada diferença nos níveis

da expressão plasmática da ECA2 e

TMPRSS2 entre crianças e adultos, ou em

pacientes com DPOC ou diabéticos.

-> No entanto, um aumento significativo

nos níveis de expressão plasmática desses

genes foi observado em pacientes com

hipertensão essencial (não descrito qual

anti-hipertensivo em uso), enquanto apenas

a ECA2 foi supra-regulada no sangue de

asmáticos.

-> células epiteliais pulmonares infectadas

pelo SARS-CoV-2 apresentaram redução

da expressão da ECA2 de forma tempo-

dependente, mas não da TMPRSS2.

- Conclusões: Esses resultados sugerem

que a diferença observada na gravidade do

COVID-19 entre crianças e adultos pode,

em parte, ser atribuída à diferença nos

níveis de expressão gênica da ECA2 e da

TMPRSS2 nos tecidos das vias aéreas.

J Thorac Dis

19MAI2020 Clinical

Characteristics of

COVID-19

Infection in

Chronic

Obstructive

Pulmonary

Disease: A

Multicenter,

Retrospective,

Observational

Study

Wu F et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32642086/

Doença pulmonar

obstrutiva crônica

e COVID-19

- Prévio: A COVID-19 tem sido uma

doença pandêmica global, com mais de 4

milhões de casos e quase 300.000 mortes.

Pouco se sabe sobre a COVID-19 em

pacientes com doença pulmonar obstrutiva

crônica (DPOC).

- Objetivo: Avaliar a influência da DPOC

preexistente no progresso e nos resultados

da COVID-19.

- Métodos: Estudo multicêntrico,

retrospectivo, observacional.

-> Incluídos 1.048 pacientes com idade

igual ou superior a 40 anos, sendo 50

pacientes com DPOC e 998 pacientes sem

DPOC, e com COVID-19 confirmado por

sequenciamento de alto rendimento ou RT-

PCR, entre 11 de dezembro de 2019 e

fevereiro 20, 2020.

-> Coletados dados demográficos,

resultados de testes patológicos, imagens

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

radiológicas e tratamentos.

-> Desfechos primários: desfechos

compostos determinados pela admissão na

UTI, ventilação mecânica ou óbito.

- Resultados:

-> DPOC (n=50) versus não DPOC:

mediana de idade 71 (65,8077,9) vs 56 (49-

64,9), p< 0,001; homens 83% vs 55%

(p<0,001), tabagismo 49% vs 9,5%

(p<0,001), HAS 38% vs 23,3% (p=0,018),

doença arterial coronariana 16% vs 4,8%

(p=0,001), doença cerebrovascular 20% vs

2,1% (p<0,001), doença renal crônica 6%

vs 1,2% (p=0,005), DM 16% vs 11,8%

(p=0,38).

-> Comparados com pacientes que tiveram

COVID-19, mas não DPOC, aqueles com

DPOC apresentaram maiores taxas de

fadiga (56,0% vs 40,2%), dispnéia (66,0%

vs 26,3%), diarréia (16,0% vs 3,6%) e

inconsciência (8,0% vs 1,7%) e uma

proporção significativamente maior de

tempo de tromboplastina parcial ativada

aumentada (23,5% vs 5,2%; p<0,001), D-

dímero elevado (65,9% vs 29,3%; p<0,001)

e proteína C reativa aumentada (95,3% vs

82,4%, p=0,028), além de opacidades em

vidro fosco (77,6% vs 60,3%),

sombreamento irregular local (61,2% vs

41,4%) e anormalidades intersticiais

(51,0% vs 19,8%) na TC de tórax.

-> Pacientes com DPOC apresentaram

maior probabilidade de desenvolver

coinfecção bacteriana ou fúngica (20,0% vs

5,9%), síndrome do desconforto

respiratório agudo (SDRA) (20,0% vs

7,3%), choque séptico (14,0% vs 2,3%) ou

aguda insuficiência renal (12,0% vs 1,3%).

-> Pacientes com DPOC e COVID-19

tiveram um risco maior de atingir os

objetivos compostos [razão de risco (HR):

2,17, IC95% 1,40-3,38; p=0,001] ou óbito

(HR=2,28, IC95%: 1,15-4,51; p=0,019),

após o ajuste.

- Conclusões: Neste estudo, pacientes com

DPOC que desenvolveram COVID-19

apresentaram maior risco de admissão na

unidade de terapia intensiva, ventilação

mecânica ou morte. No entanto, vale

ressaltar que outros fatores de risco para

progressão da COVID-19 também estavam

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

presentes no grupo DPOC, como idade e

comorbidades.

Br J Haematol

18MAI2020 The Association

Between Severe

COVID-19 and

Low Platelet

Count: Evidence

From 31

Observational

Studies Involving

7613 Participants

Jiang SQ et al. China.

https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32420607/

Plaquetopenia

como fator de

risco para

gravidade e

mortalidade na

COVID-19

-Análise de estudos publicados ate

20/04/2020: 31 estudos. 7.613

participantes; 25 estudos relataram a

contagem plaquetária de pacientes com

COVID‐19 grave e não grave e 15 dos

estudos relataram a proporção de

trombocitopenia em pacientes com

COVID‐19 grave e não grave.

- Resultados:

-> Para os 25 estudos que relataram a

contagem de plaquetas de pacientes com

COVID ‐ 19 grave e não grave, diferença

média padronizada combinada (SMD,

standardized mean difference) revelou uma

contagem de plaquetas mais baixa em

pacientes graves do que em pacientes não

graves (SMD= –0,36, IC95% ‐0,48 a - 0

,23, I2=56,9%.

-> Seis dos 25 estudos definiram óbito

como estado grave. A SMD agrupada

revelou uma contagem de plaquetas muito

menor nos pacientes não sobreviventes

com COVID-19 do que os pacientes

sobreviventes (SMD= -0,60, IC95% -0,72 a

-0,47, I2 <0,1%).

-> 15 dos 31 estudos incluídos relataram a

proporção de trombocitopenia em pacientes

com COVID‐19 grave e não grave: A

razão de chances combinada indicou

associação significativa entre

trombocitopenia e COVID‐19 grave

(OR=3,46, IC95% 1,72–6,94, I2=91,8%).

->Três destes 15 estudos definiram óbito

como estado grave. A razãio de chances

combinada sugeriu uma associação mais

forte entre trombocitopenia e óbito causada

pela COVID‐19 (OR=11,75, IC95% 3,51–

39,31, I2=88,9%).

- Conclusões: quando comparados aos

pacientes com COVID ‐ 19 não grave, os

pacientes com COVID‐19 grave

apresentavam menor contagem de

plaquetas. Os não sobreviventes tiveram

uma contagem de plaquetas muito menor

do que os sobreviventes. A

trombocitopenia pode ser um fator de risco

para o COVID ‐ 19 progredir para um

estado mais grave. São necessários mais

estudos sobre a contagem de plaquetas no

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17.07.2020 - ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) – Hospital Israelita Albert Einstein ‘

COVID ‐ 19.

- Conclusão, quando comparados aos

pacientes com COVID‐19 não grave, os

pacientes com COVID‐19 grave tiveram

uma contagem de plaquetas mais baixa. Os

não sobreviventes tiveram uma contagem

de plaquetas muito menor do que os

sobreviventes. A trombocitopenia pode ser

um fator de risco para a COVID‐19

progredir para um estado mais grave.