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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, meu amigo! Como vão seus estudos? Espero que eles estejam a todo vapor!. Nesta aula 7, falaremos sobre sintaxe de concordância. Essa expressão nada mais significa do que a relação estabelecida, como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal. Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles! Casos Gerais de Concordância Verbal O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e pessoa. "O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.) "Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.) 1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...] José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

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1

Olá, meu amigo! Como vão seus estudos? Espero que eles estejam

a todo vapor!.

Nesta aula 7, falaremos sobre sintaxe de concordância. Essa

expressão nada mais significa do que a relação estabelecida, como regra geral,

entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral

adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo

de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula

como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal.

Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo

esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de casos.

Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!

Casos Gerais de Concordância Verbal

O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e

pessoa.

"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)

"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. A imensa

4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem

gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,

fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...]

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência

da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A

imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

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Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e acontecimentos

que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É isso mesmo!

Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou” tem como núcleo o

substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito era o substantivo

singular “variedade”. Tal transformação deve levar o verbo a flexionar-se em

terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocorreu.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento

apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S.

Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas

previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o

maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em

2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão

atingir outros países.

Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há

concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a forma

verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma correta:

“o maior mercado da Europa sofrerá”.

Resposta – Item errado.

[...] Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

[...]

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Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.

3. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)

está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).

Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão de

Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser

representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a forma

verbal “mostram” está no plural.

Resposta – Item errado.

4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é

adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o

quanto à correção gramatical.

A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente

pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição

de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora

obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados,

impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa.

Comentário – Conseguiu encontrar o erro? É a forma verbal “põem”,

flexionada incorretamente na terceira pessoa do plural. O sujeito “Internet”

(simples e no singular) obriga o verbo pôr (note a manutenção do acento

circunflexo para diferenciá-lo da preposição por) a se flexionar na terceira

pessoa do singular: “a Internet põe”. O examinador tentou tirar proveito da

semelhança existente nas pronúncias de põe e põem.

Resposta – Item errado.

5. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação

às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe

sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos

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investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho

feito nos hospitais’, afirma.”

Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após

‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no

plural.

Comentário – Vejamos como ficaria: O aumento das operações de

transplante... Então, qual é o núcleo desse termo? O substantivo singular

aumento, certo? Sendo assim, o verbo ser deve continuar flexionado na

terceira pessoa do singular.

Resposta – Item errado.

[...]

6. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que

resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da

forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração.

Comentário – Note a concordância entre sujeito e verbo: “O fato [...] tem

[...]”. O grande detalhe fica por conta da ausência do acento circunflexo na

forma verbal. Lembre-se de que somente no plural o acento deve ser

empregado. Exemplo: “Os fatos [...] têm [...]”.

Resposta – Item certo.

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[...]

[...]

7. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal

“completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a

expressão “duas décadas”.

Comentário – Como regra geral, o verbo deve concordar em número e pessoa

com o sujeito. O termo “duas décadas” funciona como adjunto adverbial

(expressa circunstância de tempo). Então a concordância que o examinador

indicou é completamente errada. O sujeito da forma verbal “completa” é o

termo “o processo de amadurecimento do cérebro”, cujo núcleo (em negrito)

está no singular.

Resposta – Item errado.

[...]

8. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção

gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são.

Comentário – Você entendeu o que leu? Notou que a banca disse “correção

gramatical”? Então, nada de “viajar na maionese”! Analise apenas a correção

gramatical.

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Qual o sujeito da locução verbal “têm sido”? É todo o trecho

“Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do

controle privado comercial”. Qual é o núcleo desse sujeito? O termo “Meios”,

no plural. É por isso que o verbo “têm” recebeu acento. Portanto a troca pela

forma verbal “são” – também no plural – está correta, respeita a concordância.

Resposta – Item certo.

[...]

9. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Não haveria prejuízo para o

sentido do texto se a forma verbal “dizem” (L.2) fosse substituída por

dizemos.

Comentário – Questão muito interessante. Merecer todo a nossa atenção.

A concordância da forma verbal “dizem” (terceira pessoa do

plural) leva em consideração o emprego do pronome indefinido substantivo

“Muitos” e a ideia transmitida por ele. Note que o verbo “acreditam” também

está flexionado na terceira pessoa do plural. Dessa forma, o enunciador,

intencionalmente, exclui-se do grupo daqueles que compartilham a mesma

opinião.

O uso da forma dizemos (primeira pessoa do plural) em vez

de “dizem” faz com que o enunciador compartilhe a tal opinião a respeito do

Estado.

Resposta – Item errado.

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Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um

núcleo, verifica-se o seguinte:

1. Representado por pessoas gramaticais diferentes � a primeira pessoa

(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência

sobre a terceira (ELES).

Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.

Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)

Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que os

pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são

frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o

verbo para a terceira pessoa)

2. Anteposto ao verbo � o verbo ficará sempre no plural (concordância rígida

ou gramatical).

Pai e filho conversaram longamente.

As imagens e o som não estavam adequados.

[...]

7 A participação popular e o controle popular do poder

guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e

racional, com vistas à conquista de algum bem. A política

10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.

A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. [...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

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10. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela

estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a

afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).

Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural

(“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação popular

e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que afirma o

examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender que é

verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e racional”.

Resposta – Item errado.

11. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é

adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o

quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são

fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de

responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos,

tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos

financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue.

Comentário – Do último período, vamos destacar a oração “...tanto os

governos estaduais como a União não poupou recursos...”. Estamos diante de

sujeito composto cujos núcleos (“governos” e “União”) estão ligados pela

expressão correlativa “tanto... como”. A norma gramatical estabelece que o

verbo vá para o plural quando os núcleos do sujeito composto estiverem

ligados por essa ou por outras expressões afins. Exemplos:

a) “Não só a nação mas também o príncipe estariam

pobres.” (Alexandre Herculano”

b) “Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto

inocentes.” (Alexandre Herculano)

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c) Tanto ele quanto ela parecem guardar segredo.

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

12. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) A forma verbal

“representaram” (L.17) está no plural para concordar com o sujeito

composto da oração, cujos núcleos são “fim” (L.15), “século” (L.15) e

“ressurgimento” (L.16).

Comentário – O sujeito realmente é composto, o que faz o verbo

representar flexionar-se no plural. Porém só existem dois núcleos: “fim” e

“ressurgimento”. O substantivo “século” é núcleo do adjunto adverbial “no

século XV”.

Resposta – Item errado.

3. Posposto ao verbo � o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida ou

gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo (concordância

atrativa).

Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar apenas

com “uma flor”)

Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com

todos os núcleos)

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Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os

núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)

ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser

feita no plural.

Agrediram-se o deputado e o senador.

Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

13. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos

diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As

novas questões e os eventos que surgem no horizonte social

frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que

busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já

conhecemos.”

O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a

relação desse verbo com “novas questões e os eventos”.

Comentário – O sujeito composto “novas questões e os eventos” foi

explicitado na oração principal do período (“As novas questões e os eventos...

frequentemente exigem”). Na oração subordinada “por nos afetarem de

alguma maneira”, a concordância do verbo leva em consideração esse termo.

Resposta – Item certo.

[...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade

vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade

13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a

fluidez das relações interpessoais. [...]

Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial.

In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações).

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14. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13)

está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância

com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.

Comentário – Esse verbo concorda atrativamente com o núcleo (em negrito)

mais próximo do sujeito composto “a flexibilidade do mundo do trabalho e a

fluidez das relações interpessoais”.

Resposta – Item errado.

Casos Particulares de Concordância Verbal

1. Verbos impessoais � não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do

singular.

Choveu muito.

Deve nevar muito naquelas regiões.

Aqui faz verões terríveis.

Deve fazer dez anos que eles chegaram.

Há anos não o vejo.

Ia para dez anos que não o via.

Já passava de dez horas.

Poderá haver alunos reprovados.

15. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é

adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o

quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70%

no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de

2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil

casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número

Verbos que indicam

fenômenos naturais

Verbos que indicam

tempo decorrido

Verbo “haver” com sentido

de “existir”, “acontecer”,

“ocorrer”.

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de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a

31.510 pessoas.

Comentário – Observe atentamente a oração “onde haviam 50 mil casos

registrados”. Notou a flexão do verbo haver? Como ele foi usado com a

sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito e deve se manter na terceira

pessoa do singular (“havia”). A expressão “50 mil casos registrados” funciona

sintaticamente como objeto direto dele.

Resposta – Item errado.

16. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz

tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores —

crescimento econômico e emprego.”

Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma

verbal “faz” deveria ser substituída por fazem.

Comentário – Nas indicações de tempo, fazer é outro verbo impessoal, sem

sujeito, devendo ser mantido invariavelmente na terceira pessoa do singular.

Então, mesmo que a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois

anos, a forma verbal “faz” não sofreria variação.

Resposta – Item errado.

[...]

A declaração, marcadamente humanista e sociopolítica, não

25 imaginou o neoliberalismo deste fim de século, com sua “des-

historicização” do tempo, com sua despolitização da vida, com

seu messianismo consumista, com a entronização da economia

28 de mercado como uma “fatalidade” natural, irreversível, fora da

qual não há possibilidades, com um laissez faire que significa

exclusão.

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sujeito

sujeito

sujeito

sujeito

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

17. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à norma

gramatical a substituição da forma verbal “há” (l. 29) por existem.

Comentário – O verbo haver é impessoal na acepção de existir, por isso fica

invariavelmente na terceira pessoa do singular. O termo “possibilidades”

funciona como objeto direto. A preferência pelo uso de existir (verbo pessoal)

torna esse termo sujeito e obriga que entre ele e o verbo haja concordância

número-pessoal: existem possibilidades.

Resposta – Item certo.

2. Verbos unipessoais � são os que possuem sujeito, ficando na terceira

pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,

caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer, parecer,

restar, urgir, etc.

Basta uma reflexão.

Faltam apenas quatro linhas.

3. Sujeito oracional � se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal

ficará no singular.

Falta fazer quatro linhas.

Urge que tomemos uma atitude radical.

4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito

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Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e

indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração – “dá”

– deve concordar com o sujeito – “aula”)

Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo deve

flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua como

pronome apassivador)

Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha

verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se

índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar na

terceira pessoa do singular, situação que se repete com verbos

intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +

preposição)

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. [...]

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

18. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4)

seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do

período.

Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora.

Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva

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analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância

estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo fazer

mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com “eleição”,

antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz representar na

função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado (eleições), o verbo

deveria ser empregado também no plural.

Resposta – Item errado.

1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois

níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada.

Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de

4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que

classificar por extremos não reflete a complexidade de classes

da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...]

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São

Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações).

19. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se

trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo

“um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os

argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no

plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no

plural: se tratam.

Comentário – O verbo tratar-se é, quanto à regência, transitivo indireto e

possui sujeito indeterminado. Portanto o termo “de um corte epistemológico” é

o objeto dele e nenhuma concordância entre eles deve ser mantida.

Resposta – Item errado.

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[...]

que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é

admissível que grupos privados transnacionais — não mais do

19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo

industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas

comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando

restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.

[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

20. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do

texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse

substituído por Não se admitem.

Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda

na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados

transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação

proposta, o sujeito continua o mesmo. Por ser oracional, ele faz com que o

novo verbo, admitir (na voz passiva sintética), também se flexione na terceira

pessoa do singular: Não se admite. Portanto não há razão para que o verbo

admitir se flexione na terceira pessoa do plural.

Resposta – Item errado.

5. Coletivo � O verbo concordará com o substantivo coletivo, estando

próximo a ele; mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no

singular ou no plural, conforme se queira destacar mais a ideia dos

indivíduos.

O povo não revelou nada.

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O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou

reuniu).

6. Expressão partitiva � quando o sujeito é formado por uma expressão

partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a maior

parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou pronome

no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.

A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)

A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa)

[...] A reação dos

indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram

4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à

paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa

superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta

7 que a economia americana perderá força no segundo semestre.

[...]

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

21. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a

maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural —

apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a

prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa

natureza, deve ser feita com o termo “maioria”.

Comentário – Quando o sujeito é representado por expressões partitivas (a

maioria de, um grande número de, por exemplo) seguido de substantivo no

plural, o verbo pode flexionar-se no singular ou no plural.

Resposta – Item errado.

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18

7. Quantidade aproximada � quando houver uma quantidade aproximada

(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida

de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o

substantivo.

Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso. (concordância

rígida ou gramatical)

ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O

verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a

expressão surge repetida.

Mais de uma máquina estava parada.

Mais de um casal se agrediram.

Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.

8. Pronome relativo que � se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo

concordará com o antecedente.

Fui eu que cheguei por último.

Foste tu que chegaste por último.

[...] Não precisamos usar a

22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é

parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da

realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode

25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

22. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige”

(L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela”

(L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22).

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Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao substantivo

“superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o pronome relativo

“que”, representante semântico da expressão “parte do mundo”, que – por

encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer também no singular.

Resposta – Item errado.

[...]

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

23. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias

no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das

coisas” (L.13).

Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a

assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de

concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas

evoluíram... Note que o núcleo do sujeito faz-se representar pela terceira

pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente

em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o

verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”,

de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas

gramaticais.

Resposta – Item errado.

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[...] O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

[...]

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão

gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída por

existe.

Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo

existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem sujeito)

e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em numero e

pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a forma “há”,

você precisa identificar que termo funcionará como sujeito daquele verbo.

Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a regra gramatical

que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo:

o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira pessoa do singular.

Resposta – Item certo.

25. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é

adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o

quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do

tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é

inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados

anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos

encarregados do combate a dengue.

Comentário – Antecipo a você que meu comentário, aqui, se restringirá ao

que diz respeito à concordância, em virtude do propósito desta aula.

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Observe o segmento “são fatores que determina o aumento”.

Agora atente para a oração (subordinada adjetiva restritiva) iniciada pelo

pronome relativo “que”: “que determina o aumento”. Responda-me qual é o

sujeito da forma verbal “determina”. Sua resposta deve ter sido o pronome

relativo “que”, certo? O que diz mesmo a regra de concordância quando o

sujeito for o pronome relativo que? Ela diz que, nesse caso, a concordância

deve ser feita com o antecedente do relativo: o substantivo plural “fatores”.

Portanto o verbo determinar deve ser flexionado na terceira pessoa do plural:

“são fatores que determinam o aumento”

Resposta – Item errado.

[...]

13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa

cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os

EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do

16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.

[...]

Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O

Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

26. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem

no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).

Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”,

semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”.

Resposta – Item errado.

1 Vale a apena rever certas crenças que se têm

multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...]

Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

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27. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm”

(l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas

preserva sua coerência e correção gramatical.

Comentário – Primeiramente, vamos entender o porquê do acento na forma

original. Pergunte-se o que tem sido multiplicado: “certas crenças”. Esse termo

é substituído pelo pronome relativo “que”, o qual exerce a função sintática de

sujeito do verbo ter. Já disse anteriormente que, nos casos semelhantes, a

concordância deve ser feita com o antecedente do relativo. Como o

antecedente está no plural, o verbo ter também vai para o plural. O plural

desse verbo é indicado pelo acento circunflexo (que foi mantido pelo novo

Acordo) para diferenciar da forma singular: (ele) tem. Portanto a troca

sugerida pela banca (“certas crenças que se tem multiplicado”) traz prejuízos

ao texto.

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

28. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a

flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome

relativo “que”, refere-se a “fontes”.

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23

Comentário – Aplicação simples da regra. Quando o sujeito é o pronome

relativo que, a concordância é feita com o termo referente (ou substituído).

Resposta – Item certo.

29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) O último

período do texto poderia ser corretamente reescrito da seguinte maneira:

Se forem desconsiderados os fatores causadores da tragédia por

força de ocorrência astronômica ou geográficos sobre os quais os

homens poder nenhum tem, as disposições naturais são as únicas

que apresentam possibilidade de alteração substancial.

Comentário – Você e eu não precisamos do texto para notar um erro de

concordância envolvendo o verbo ter. Observe atentamente: “os homens

poder nenhum tem”. Fazendo aquela tradicional pergunta ao verbo (“Quem

não tem poder?”), descobrimos rapidamente que o termo “os homens” (= eles,

terceira pessoa do plural) funciona como sujeito dele. Portanto o verbo ter

deve receber acento circunflexo: os homens poder nenhum têm (agora,

também na terceira pessoa do plural, em concordância com o seu sujeito).

Resposta – Item errado.

9. Pronome relativo quem � o verbo concordará com o antecedente ou

ficará na terceira pessoa do singular.

Fui eu quem cheguei por último.

Fui eu quem chegou por último.

10. Um dos que � o verbo ficará na terceira pessoa do singular,

concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando

com os (dos = de + os).

Você é um dos que fala/falam menos.

O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta equatorial.

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24

ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no

singular.

É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no teatro.

Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.

11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,

vós ou vocês � o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se

este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome

pessoal.

Algum dentre vós sairá antes?

Quais de nós sairão (sairemos) antes?

Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).

12. Cada um � o verbo ficará no singular.

Cada um de nós estudará para o concurso.

Cada um de vocês passará.

[...] Além

16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas

teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos

fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma

19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou

espiritual do humano.

Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a

ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo

Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).

30. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância

com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam”

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reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria

gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”,

empregando-se o referido verbo no singular.

Comentário – a flexão de plural em “fundamentam” decorre da concordância

com “essas teorias políticas e individuais”, sujeito da forma verbal. A

expressão “cada uma das ideologias” concorda com o verbo “constitui”.

Resposta – Item errado.

31. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras

pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha

com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.”

A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se

estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e

coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo

pelo uso do verbo no singular: corresponde.

Comentário – Novamente entrou em cena a expressão cada um. Como ela

não integra o sujeito da oração e constitui o objeto indireto do verbo

“correspondem”, é impossível a concordância com ela. Se você reescrever o

período na ordem direta (sujeito, verbo e objeto), notará melhor as relações

entre os termos da oração: Maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus

social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de

sua personalidade, correspondem a cada um deles. Parece que em 2010 a

banca “brincou” com essa expressão (repare a questão anterior).

Resposta – Item errado.

13. Pronome de tratamento � o verbo concordará sempre na terceira

pessoa do singular ou do plural.

Vossa Excelência é muito digno.

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Vossas Senhorias são muito exigentes.

14. Fração � rigorosamente, o verbo concorda com o numerador; havendo

parte inteira, o verbo concordará com ela.

Um terço dos alunos foi embora.

Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.

ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número

fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é sustentada,

por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da Língua Portuguesa,

48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008, página 470)

“Um quinto dos homens eram de cor escura.”

Recomendo que você observe atentamente todas as opções

apresentadas pelo examinador.

15. Porcentagem � o verbo concorda, a rigor, com o numeral.

Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.

Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.

Apenas 1,78% votou nesse candidato.

ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,

ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:

Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens

modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a tendência

é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a

referência numérica”.

“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da Copa.”

Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”

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27

Aqui também recomendo que você observe atentamente todas as

opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as duas

possibilidades de concordância.

16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em

gradação � o verbo concorda gramaticalmente com todos os núcleos

ou atrativamente com o mais próximo.

Medo e temor me assusta/assustam.

Uma palavra, um movimento, um simples gesto

causava/causavam-lhe medo.

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? [...]

Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

32. (Cespe/IRB/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no

plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”

(L.4), tendo como resultado como se chamam [...].

Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz passiva

sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa passagem

equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é chamada

essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz passiva possui

sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba que a expressão

“essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da forma verbal

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28

sujeito composto aposto resumitivo

aposto resumitivo

sujeito composto

“chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são substantivos

sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em concordância

atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para concordar com todos

os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse rancor?” ou “como são

chamados essa mágoa e esse rancor?”.

Resposta – Item certo.

17. Aposto resumitivo � se o sujeito composto for resumido por um aposto

(pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.

Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.

Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.

18. Infinitivos antônimos ou determinados � verbo no plural.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.

O andar e o nadar fazem bem à saúde.

ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem

determinados, o verbo ficará no singular.

Andar e nadar faz bem a saúde.

Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca

desanimou os professores.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado

declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá

a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou

4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral

do veredicto não estaria conosco. [...]

Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas.

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29

São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

33. (Cespe/PF/Agente/2012) No período “Nesse caso (...) estaria conosco”

(l.3-5), como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não,

de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia,

conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira

pessoa do plural: seriam.

Comentário – Realmente a conjunção “ou” possui valor semântico aditivo,

pois não exclui a possibilidade de “assistir à execução”. Entretanto os

infinitivos não são antônimos nem estão determinados: “puxar a corda, afiar

a faca ou assistir à execução”. Portanto o verbo deve permanecer no singular.

Resposta – Item errado.

19. Um e outro � verbo no singular ou no plural.

Um e outro jogador foi/foram expulsos.

ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro, o

plural é obrigatório.

Um e outro insultaram-se.

20. Um ou outro; nem um nem outro � a corrente majoritária indica o

singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados

autores:

Um ou outro jogador fez gols.

Nem um nem outro garoto brigou na rua.

a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem

outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,

exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado

previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara, porém, a

construção com o verbo no plural quando as expressões se empregam como

pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam questionar.” (Nova

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30

gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio de Janeiro: Lexikon,

2008, página 527);

b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem

um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural

também seja praticado. [...] Não há uniformidade no tratamento dado a essas

expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua portuguesa, São

Paulo: Scipione, 1998, página 486);

c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para o

substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna

gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o

novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);

d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e outro e

nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos:

Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima gramática da

língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia Editora Nacional,

2008, páginas 556 e 557).

ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar

questões desse tipo.

21. Sujeitos ligados por ou ou nem � o verbo ficará, normalmente, no

plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia, o

verbo ficará no singular.

Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.

Pedro ou Paulo sairão mais cedo.

José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só

pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo – risos)

Dida ou Júlio César será o goleiro titular. (somente um goleiro

pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)

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31

“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da

linguagem humana.”

ATENÇÃO! Se houver idéia de retificação, o verbo concordará com o mais

próximo.

O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.

Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.

22. Sujeitos ligados por com � o verbo fica no plural, dando ênfase a todos

os sujeitos.

O professor com o aluno montaram o equipamento.

ATENÇÃO! Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a

expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;

por isso o verbo fica no singular.

23. Haja vista � essa expressão, no singular, está sempre certa; porém

pode variar se o seu referente estiver no plural:

Haja vista o caso.

Haja(m) vista os casos.

Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a

expressão varie)

24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar � a concordância é feita

levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.

Os Lusíadas pertencem a Camões.

Os Estados Unidos perderam muitos troféus.

Minas gerais ganhou todas as competições.

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32

ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar

com o sujeito ou com o predicativo.

Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões.

25. Concordância do verbo ser � em muitas situações, esse verbo deixa de

concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em outras,

pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se

quer enfatizar:

a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto.

Maria era as esperanças de todos.

O mundo são os homens.

b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome.

Os culpados éramos nós.

“O Estado sou eu”.

c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro

pronome.

Quem és tu?

Tudo são flores.

ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos pronomes

tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a

concordância com o pronome.

Tudo é flores.

d) O plural tem precedência sobre o singular.

A casa eram umas folhas.

A sua paixão eram filmes de terror.

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33

e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas expressões

que indicam preço, valor, medida, peso.

Dois quilos é pouco.

Vinte mil cruzeiros é demais.

Três metros é mais do que preciso.

f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará com

estas.

Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.

Era uma hora e cinquenta e nove segundos.

Hoje são 21 de maio.

34. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os

transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.”

Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece

que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser

alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”.

Comentário – Você prestou atenção na letra “d”? Ela representa o

fundamento para a resposta certa.

Resposta – Item errado.

26. Concordância com a expressão é que � leia o que os ilustres gramáticos

Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o

sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é

que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu

esforço.’”

Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:

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34

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve

ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o

verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a

concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros

verbos.

Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se

aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram

do seu esforço.’.”

27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o

infinitivo:

Os dias parecem voar. � a forma verbal parecem é verbo auxiliar

de voar; Os dias é o sujeito da oração.

Os dias parece voarem. � aqui houve uma inversão da ordem dos

termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo parece é o

verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração subordinada

substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem os dias. Se

desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que os dias

voam.

ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises são

possíveis.

O dia parece voar. � não sabemos se aqui o verbo parece é

auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O dia,

ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia voar

sujeito do verbo Parece.

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35

Para finalizar a parte de concordância verbal, proponho a questão

seguinte, que envolve verbo no infinitivo.

1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas

cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de

decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se

4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por

exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia,

com sua experiência de democracia primária ou de assembleia,

7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como

inviabilizadores da participação política direta: número de

cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais

10 modificada diante dos avanços tecnológicos).

Diante da impossibilidade de reunião de todos os

envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os

13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais

urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se

a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a

16 democracia representativa, com seus prós e contras.

A rigor, em uma sociedade composta de milhares de

pessoas, apenas mediante a representação por um grupo

19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam

presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem

sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem

22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a

ter representantes, ficando alguns alijados do processo

decisório. Um governo que se propõe como democrático busca

25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo

as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões

políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert

28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo,

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36

muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária

para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor,

31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos

representantes com os representados, obrigam as elites a

“manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado

34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição

periódica de representantes é a única viável nos Estados

contemporâneos. Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para

a inclusão social rumo à concretização do estado democrático

e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações).

35. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as

estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à

concordância.

A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter

um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto.

B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo

gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como

inviabilizadores” (l.7-8).

C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural,

a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular.

D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não

interfere na correção gramatical do período.

E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com

“eleições periódicas” (l.31).

Comentário – Alternativa A: a forma verbal em negrito foi usada no infinitivo

pessoal, por isso ela se flexionou para concordar em número e pessoa com o

sujeito “as elites” (l. 32). Sobre a flexão do infinitivo, cabe aqui uma

explicação ampliada. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo.

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37

I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na

mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.

Não é necessário [vocês chegarem cedo].

II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o

infinitivo para evitar ambiguidade.

Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)

Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho].

III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da

oração anterior, também ocorrerá a flexão.

[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].

IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos

os problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A

+ INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão.

O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem

VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.

As tarefas a serem feitas são essas.

Conclui-se, então, que não há prejuízo sintático para o texto.

Alternativa B: O verbo existir é pessoal (diferentemente do

verbo haver usado no mesmo sentido). Sendo assim, ele tem sujeito, com o

qual deve concordar em número e pessoa. Conforme a proposta da banca

examinadora, esse sujeito é o termo “alguns fatores inviabilizadores” (terceiras

sujeito

sujeito

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38

pessoa do plural = eles). Isso leva o verbo existir a flexionar-se da seguinte

maneira: “existiam” (terceira pessoa do singular). Portanto a opção está

errada.

Alternativa C: o verbo identificar está na voz passiva

sintética, auxiliado pelo pronome apassivador “se”. Toda voz passiva possui

sujeito (mas pode não possuir agente da passiva). No texto, o substantivo

“necessidade” é o núcleo desse termo sintático. A pluralização dele deve levar,

também, o verbo para o plural: “identificaram-se as necessidades”. Com a voz

passiva analítica, é mais fácil perceber a necessidade de concordância entre

sujeito e verbo: “as necessidades foram identificadas”. Logo o item está

errado.

Alternativa D: estamos às voltas com a voz passiva, mas agora

é a analítica (verbo auxiliar flexionado + verbo principal no particípio): “sejam

garantidas”. O verbo auxiliar flexiona-se em número é pessoa para concordar

com o sujeito; o verbo principal flexiona-se em gênero e número pelo mesmo

motivo. Repare bem: “...sejam garantidas... as possibilidades...”. Talvez, a

posposição do sujeito ao verbo tenha dificultado sua análise. É bom ficar

atento! A alteração indicada pelo Cespe causa incorreção gramatical.

Alternativa E: sim, nada mais natural do que a concordância de

número e pessoa entre sujeito e verbo.

Resposta – E

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso

da técnica, com transformações profundas das noções de espaço

e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse

4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no

homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento

de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. [...] Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto

Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia

das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

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39

36. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de “dominar no homem”

(l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de

“humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e

a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois

de “humanismo”.

Comentário – Eis o que o examinador propôs: “...vemos o encolhimento das

fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o

humanismo, dominar no homem”.

Estariam preservadas as relações de significação e a correção

gramatical se a vírgula não fosse inserida. Se você está se perguntando se o

verbo “dominar” deveria ir para o plural, esclareço-lhe que:

a) é facultativa a flexão do infinitivo (“dominar”) se o sujeito

não for representado por pronome átono (“o encolhimento das fronteiras éticas

e o esquecimento de algumas ideias essenciais”) e se o verbo da oração

determinada pelo infinitivo (“vemos”) for causativo (mandar, deixar, fazer) ou

sensitivo (ver, ouvir, sentir). Veja um exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei

saírem os alunos.

b) flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for

diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem

sensitivo. Veja um exemplo: Esperei saírem todos.

Mas a tal vírgula causou separação indevida entre o sujeito e o

verbo. Por isso a proposição está errada.

Resposta – Item errado.

A partir de agora, trataremos da concordância nominal. Admito

que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas

recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia

os casos de concordância verbal.

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40

Por isso mesmo, o alcance aqui será menor, restrito aos casos

observados em provas anteriores. Meu intuito não é derramar sobre você uma

avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-los quanto aos

prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos pelo Cespe.

Nesse sentido, partiremos das questões para a teoria. Quando for

conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de

concordância nominal.

[...] Em comunicado, o grupo

considerou a medida como parte complementar do corte

anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em

7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do

petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. [...]

O Globo, 18/12/2008.

37. (Cespe/IRB/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)

concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino

singular.

Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se

comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em

gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É

possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos

(auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os verbos

auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa, número, tempo

e modo. Exemplos:

Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)

Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)

...[sujeito: as visitas diurnas]

...[núcleo do sujeito: visitas]

...[visitas: substantivo feminina plural]

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41

Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado)

Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)

...[sujeito: o valor das moedas locais]

...[núcleo do sujeito: valor]

...[valor: substantivo masculino singular

Resposta – Item certo.

Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre

adjetivo-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe.

Eis abaixo outras questões semelhantes.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. [...]

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

38. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de feminino

em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”

(L. 2).

Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de

adjetivo-particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”,

núcleo do sujeito “Toda a questão do conhecimento”.

Resposta – Item errado.

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42

[...]

[...]

39. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos

“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente,

com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%”

e “8,76%”.

Comentário – Notou que as duas formas verbais são exemplos de particípio?

A primeira delas concorda com o substantivo “patamar” (no singular), núcleo

da expressão “o patamar de 0,05%”. A segunda forma verbal concorda com

“8,76%”, núcleo da expressão “8,76% da despesa” e tradutora de plural.

Resposta – Item errado.

40. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,

são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo

dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo

contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de

organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à

correção gramatical

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que

seja acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela

nossa compreensão, os modos como está organizado o poder político.

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43

Comentário – Você já deve ter percebido que eu selecionei apenas o item

interessante para esta aula sobre concordância, embora o enunciado da

questão mencione “itens”, certo?

Repare atentamente a falta de concordância que existe entre

os particípios “acessado” e “aprofundado” e os substantivos “raízes” e

“modos”, respectivamente. Além disso, observe também que o verbo ser está

flexionado indevidamente na terceira pessoa do singular: “seja”.

Farei a correção da passagem reorganizando os termos de

maneira que as devidas concordâncias sejam mais bem evidenciadas.

Normalmente, quando o sujeito surge posposto ao verbo, as relações sintáticas

ficam mais complicadas para o candidato.

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes,

permite-se que as raízes do mundo contemporâneo sejam

acessadas, e os modos como o poder político está organizado

(sejam) aprofundados pela nossa compreensão.

Resposta – Item errado.

Lembre-se também de que, conforme a regra geral de

concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o numeral

adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.

41. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Faz-se necessário frisar que o imaginário

social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o

rompimento dos costumes fortemente arraigados.”

A flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse

termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação,

Art. Adj. Pron. Adj.

Num. Adj.

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essa relação sintática enfatiza “imaginário social” como o primeiro termo

na comparação com “evolução”.

Comentário – Aqui, a situação é um pouquinho diferente: o adjetivo

“necessário” faz parte de uma expressão formada por VERBO + ADJETIVO

(“Faz-se necessário”). Nesse caso, ele se mantém no masculino singular se o

substantivo com o qual concorda possui sentido genérico (não é precedido de

artigo). A referência dele é a oração subordinada substantiva subjetiva

reduzida de infinitivo “frisar”; é com ela que a concordância é estabelecida.

Veja outro exemplo: É necessário atentar para algumas exceções à regra.

Resposta – Item errado.

[...]

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

42. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um nível

mais profundo de síntese” (l. 16), a expressão “uma unificação que”

(l. 16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a argumentação

ou a correção gramatical do texto.

Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o

referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada

semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” –

feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo gênero

e número.

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Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela

banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou

milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como

referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é representado

pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a expressão “um nível

mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo masculino singular

“nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo “atingida” seja

empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu, houve prejuízo.

Resposta – Item errado.

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,

verifica-se o seguinte:

1. Substantivos do mesmo gênero � o adjetivo ficará neste gênero e no

plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e livro bons. (ou bom)

Casa e cadeira lindas. (ou linda)

2. Substantivos de gêneros diferentes � o adjetivo ficará no masculino e no

plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e casa bons. (ou boa)

Gravata e terno lindos. (ou lindo)

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

[...]

Levantai-vos dessas mesas,

saí de vossas molduras,

19 vede que masmorras negras,

que fortalezas seguras,

que duro peso de algemas,

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22 que profundas sepulturas

nascidas de vossas penas,

de vossas assinaturas!

[...]

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

43. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No verso 23, a forma verbal “nascidas”,

apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem,

concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de

concordância nominal.

Comentário – O examinador disse “forma verbal” porque considerou o

particípio do verbo nascer. Por ter-se comportado como um adjetivo, concorda

em gênero e número com o substantivo a que se refere. Como a forma verbal

“nascidas” está posposta aos substantivos “masmorras”, “fortalezas”,

“algemas” (conforme o contexto, não obstante o núcleo da expressão ser o

substantivo masculino “peso”) e “sepulturas”, não é possível afirmar

seguramente que ela concorda apenas com o mais próximo ou com os demais

também”. Todos os nomes estão no feminino plural. Além disso, as expressões

“mesas” e “molduras” também são nominais; porém não nos parecem,

conforme o contexto, retomadas pelo particípio “nascidas”. Isso também

enfraquece a afirmação da banca examinadora de que “todas as expressões

nominais” foram retomadas pelo particípio.

Resposta – Item errado.

3. Substantivos antepostos � adjetivo no plural ou no singular, conforme

exemplos vistos até agora.

4. Substantivos pospostos � a concordância mais notável será a atrativa.

Tratava-se de inoportuno momento e lugar.

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Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.

Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas

expressões que merecem cuidado especial.

1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido � quando o

sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes ou

numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,

entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.

É proibido entrada.

Água é bom para a saúde.

Esta água é boa para a saúde.

2. Todo = totalmente � poderá flexionar-se em gênero e número para

concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.

Elas vinham todas de branco.

CUIDADO! Eles são todo-poderosos.

Elas são todo-poderosas.

Como primeiro elemento de uma palavra composta, é invariável.

Mas essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado.

3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:

a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco

camisas amarelas

b) se a cor é representada por substantivo, não varia;

sapatos cinza

camisas rosa

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c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último

elemento varia;

blusas verde-claras

camisas azul-escuras

d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto

fica invariável.

blusas verde-limão

calças azul-piscina

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Lista das Questões Comentadas

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. A imensa

4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem

gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,

fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...]

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência

da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A

imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

2. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento

apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S.

Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas

previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o

maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em

2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão

atingir outros países.

[...] Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

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[...]

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.

3. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)

está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).

4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é

adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o

quanto à correção gramatical.

A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente

pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição

de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora

obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados,

impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa.

5. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação

às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe

sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos

investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho

feito nos hospitais’, afirma.”

Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após

‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no

plural.

[...]

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6. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que

resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da

forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração.

[...]

[...]

7. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal

“completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a

expressão “duas décadas”.

[...]

8. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção

gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são.

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52

[...]

9. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Não haveria prejuízo para o

sentido do texto se a forma verbal “dizem” (L.2) fosse substituída por

dizemos.

[...]

7 A participação popular e o controle popular do poder

guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e

racional, com vistas à conquista de algum bem. A política

10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.

A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. [...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela

estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a

afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).

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53

11. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é

adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o

quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são

fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de

responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos,

tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos

financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue.

[...]

[...]

12. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) A forma verbal

“representaram” (L.17) está no plural para concordar com o sujeito

composto da oração, cujos núcleos são “fim” (L.15), “século” (L.15) e

“ressurgimento” (L.16).

13. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos

diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As

novas questões e os eventos que surgem no horizonte social

frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que

busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já

conhecemos.”

O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a

relação desse verbo com “novas questões e os eventos”.

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54

[...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade

vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade

13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a

fluidez das relações interpessoais. [...]

Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial.

In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações).

14. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13)

está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância

com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.

15. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é

adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o

quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70%

no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de

2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil

casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número

de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a

31.510 pessoas.

16. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz

tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores —

crescimento econômico e emprego.”

Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma

verbal “faz” deveria ser substituída por fazem.

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55

[...]

A declaração, marcadamente humanista e sociopolítica, não

25 imaginou o neoliberalismo deste fim de século, com sua “des-

historicização” do tempo, com sua despolitização da vida, com

seu messianismo consumista, com a entronização da economia

28 de mercado como uma “fatalidade” natural, irreversível, fora da

qual não há possibilidades, com um laissez faire que significa

exclusão.

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

17. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à norma

gramatical a substituição da forma verbal “há” (l. 29) por existem.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. [...]

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

18. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4)

seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do

período.

1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois

níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada.

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Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de

4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que

classificar por extremos não reflete a complexidade de classes

da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...]

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São

Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações).

19. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se

trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo

“um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os

argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no

plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no

plural: se tratam.

[...]

que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é

admissível que grupos privados transnacionais — não mais do

19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo

industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas

comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando

restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.

[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

20. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do

texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse

substituído por Não se admitem.

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57

[...] A reação dos

indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram

4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à

paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa

superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta

7 que a economia americana perderá força no segundo semestre.

[...]

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

21. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a

maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural —

apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a

prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa

natureza, deve ser feita com o termo “maioria”.

[...] Não precisamos usar a

22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é

parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da

realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode

25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

22. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige”

(L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela”

(L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22).

[...]

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

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58

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

23. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias

no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das

coisas” (L.13).

[...] O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

[...]

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão

gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída por

existe.

25. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é

adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o

quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do

tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é

inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados

anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos

encarregados do combate a dengue.

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59

[...]

13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa

cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os

EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do

16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.

[...]

Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O

Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

26. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem

no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).

1 Vale a apena rever certas crenças que se têm

multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...]

Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

27. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm”

(l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas

preserva sua coerência e correção gramatical.

[...]

[...]

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60

28. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a

flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome

relativo “que”, refere-se a “fontes”.

29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) O último

período do texto poderia ser corretamente reescrito da seguinte maneira:

Se forem desconsiderados os fatores causadores da tragédia por

força de ocorrência astronômica ou geográficos sobre os quais os

homens poder nenhum tem, as disposições naturais são as únicas

que apresentam possibilidade de alteração substancial.

[...] Além

16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas

teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos

fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma

19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou

espiritual do humano.

Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a

ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo

Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).

30. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância

com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam”

reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria

gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”,

empregando-se o referido verbo no singular.

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31. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras

pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha

com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.”

A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se

estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e

coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo

pelo uso do verbo no singular: corresponde.

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? [...]

Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

32. (Cespe/IRB/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no

plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”

(L.4), tendo como resultado como se chamam [...].

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado

declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá

a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou

4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral

do veredicto não estaria conosco. [...]

Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas.

São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

33. (Cespe/PF/Agente/2012) No período “Nesse caso (...) estaria conosco”

(l.3-5), como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não,

de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia,

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62

conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira

pessoa do plural: seriam.

34. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os

transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.”

Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece

que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser

alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”.

1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas

cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de

decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se

4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por

exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia,

com sua experiência de democracia primária ou de assembleia,

7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como

inviabilizadores da participação política direta: número de

cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais

10 modificada diante dos avanços tecnológicos).

Diante da impossibilidade de reunião de todos os

envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os

13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais

urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se

a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a

16 democracia representativa, com seus prós e contras.

A rigor, em uma sociedade composta de milhares de

pessoas, apenas mediante a representação por um grupo

19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam

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63

presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem

sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem

22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a

ter representantes, ficando alguns alijados do processo

decisório. Um governo que se propõe como democrático busca

25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo

as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões

políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert

28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo,

muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária

para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor,

31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos

representantes com os representados, obrigam as elites a

“manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado

34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição

periódica de representantes é a única viável nos Estados

contemporâneos. Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para

a inclusão social rumo à concretização do estado democrático

e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações).

35. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as

estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à

concordância.

A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter

um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto.

B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo

gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como

inviabilizadores” (l.7-8).

C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural,

a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular.

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D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não

interfere na correção gramatical do período.

E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com

“eleições periódicas” (l.31).

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso

da técnica, com transformações profundas das noções de espaço

e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse

4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no

homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento

de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. [...]

Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto

Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia

das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

36. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de “dominar no homem”

(l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de

“humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e

a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois

de “humanismo”.

[...] Em comunicado, o grupo

considerou a medida como parte complementar do corte

anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em

7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do

petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. [...]

O Globo, 18/12/2008.

37. (Cespe/IRB/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)

concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino

singular.

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65

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. [...]

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

38. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de feminino

em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”

(L. 2).

[...]

[...]

39. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos

“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente,

com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%”

e “8,76%”.

40. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,

são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo

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66

dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo

contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de

organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à

correção gramatical

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que

seja acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela

nossa compreensão, os modos como está organizado o poder político.

41. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Faz-se necessário frisar que o imaginário

social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o

rompimento dos costumes fortemente arraigados.”

A flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse

termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação,

essa relação sintática enfatiza “imaginário social” como o primeiro termo

na comparação com “evolução”.

[...]

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

42. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um nível

mais profundo de síntese” (l. 16), a expressão “uma unificação que”

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67

(l. 16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a argumentação

ou a correção gramatical do texto.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

[...]

Levantai-vos dessas mesas,

saí de vossas molduras,

19 vede que masmorras negras,

que fortalezas seguras,

que duro peso de algemas,

22 que profundas sepulturas

nascidas de vossas penas,

de vossas assinaturas!

[...]

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

43. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No verso 23, a forma verbal “nascidas”,

apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem,

concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de

concordância nominal.

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68

Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado

2. Item errado

3. Item errado

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item errado

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. Item errado

13. Item certo

14. Item errado

15. Item errado

16. Item errado

17. Item certo

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item errado

24. Item certo

25. Item errado

26. Item errado

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Item errado

31. Item errado

32. Item certo

33. Item errado

34. Item errado

35. E

36. Item errado

37. Item certo

38. Item errado

39. Item errado

40. Item errado

41. Item errado

42. Item errado

43. Item errado