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1 Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração Uma visão de conjunto Organização Internacional para as Migrações (OIM) Marta Bronzin - Isabela Salim OIM Lisboa Oficina temática: Retorno Voluntário Assistido e Reintegração COMIGRAR – 1ª Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgio São Paulo, 31 Maio 2014

1 Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração Uma visão de conjunto Organização Internacional para as Migrações (OIM) Marta Bronzin - Isabela Salim OIM

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Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração

Uma visão de conjunto

Organização Internacional para as Migrações (OIM)

Marta Bronzin - Isabela SalimOIM Lisboa

Oficina temática: Retorno Voluntário Assistido e ReintegraçãoCOMIGRAR – 1ª Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgio

São Paulo, 31 Maio 2014

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1. Migração de retorno e retorno voluntário assistido –considerações gerais

2. Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração (AVRR) I. DadosII. Conceito e Princípios

3. O Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração em Portugal

4. Apoio à reintegração I. Funcionamento em geralII. Assistência no BrasilIII. Conclusões e sugestões do Estudo sobre “Factores Positivos e

Obstáculos a uma Reintegração Efectiva no Brasil”

Conteúdo da apresentação

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Migração de retorno e retorno voluntário assistido

Factores que podem motivar o retorno:

Circunstâncias pessoais Condição migratória Políticas migratórias no país de acolhimento Contexto financeiro no país de acolhimento Contexto político e socio-económico no país de

origem

Considerações gerais

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Migração de retorno e retorno voluntário assistido

Tipologia de retorno – alguns exemplos

Voluntário/espontâneo

Voluntário/induzido

Involuntário/forçado

Retorno no âmbito da migração circular/temporária

Retorno de nacionais qualificados

Repatriação voluntária de refugiados

Expulsão/deportação

Retorno voluntário assistido

Considerações gerais

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Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração

Dados e estatísticas

Rede global OIM

1 milhão migrantes assistidos (desde 1979)

+ 400.000 assistidos nos últimos 10 anos

c.a. 35.000 assistidos por ano

Em 2012:

+ 40.000 migrantes assistidos

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10 Principais países de origem por número de retornos (2012)

Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração

Dados sobre Brasil – Contexto Global

Migrant Assistance Report 2012 (OIM)

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Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração

Dados sobre Brasil – Contexto Europeu

10 Principais países de destino por número de Brasileiros retornados (2013)

594

330

202

106

88

35

9

4

3

2

1

Portugal

Bélgica

HolandaIrlanda

Itália

EspanhaSuíça

Luxemburgo

AlemanhaNoruegaEslováquia (OIM -2013)

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Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração

888

134106

337

670

315

918

79

112

326

369

450

770

91112

250

53

500

686

8856

223

0

644

330

106

35

202

0

594

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

2009 2010 2011 2012 2013

Belgica Irlanda Espanha Holanda Reino Unido Portugal

Dados sobre Brasil – Contexto EuropeuTendência de retorno – Principais países EU (2009-2013)

(OIM -2013)

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Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração

Conceito e Princípios

Enquadra-se numa abordagem compreensiva da gestão das migrações

Proporciona assistência àqueles migrantes que não têm condições ou não querem permanecer no país de acolhimento e querem regressar voluntariamente ao seus países de origem mas não têm os meios para o fazer

Beneficia os grupos vulneráveis (requerentes de asilo rejeitados; vítimas de tráfico; migrantes retidos; menores não acompanhados, casos de saúde)

Promove o retorno sustentável providenciando apoio à reintegração no país de origem

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Programas de Retorno Voluntário Assistido e Apoio à Reintegração

Conceito e Princípios

Toma em conta a decisão do migrante Assegura o respeito dos direitos

humanos Evita o estigma da deportação e as

repercussões negativas Proporciona apoio logístico, financeiro, e

aconselhamento (ao retorno e à

reintegração) Assenta na cooperação internacional

entre vários actores (governos, sociedade civil, migrantes)

Dá-se o enfoque à decisão individual e às necessidades dos retornados e das suas

comunidades de origem

Princípios aplicam-se a todas as fases de apoio:

Preparação retorno

Retorno

Reintegração

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O Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e á Reintegração em Portugal

Breve históriaPrograma activo desde 1997Programa activo desde 1997

Financiado por:Financiado por:

A partir de 2006:A partir de 2006:- aumento da procura- aumento da procura- aumento da capacidade financeira- aumento da capacidade financeira- aumento da capacidade de resposta- aumento da capacidade de resposta

Critério de elegibilidade: Critério de elegibilidade: vulnerabilidadevulnerabilidade e não o estatuto migratório e não o estatuto migratórioAmpla colaboraçãoAmpla colaboração no terreno em Portugal e países de origem (soc. no terreno em Portugal e países de origem (soc.

civil e instituições)civil e instituições)Assistência individual e flexívelAssistência individual e flexívelCoordenação Coordenação entre aconselhamento pré-partida e apoio após regresso entre aconselhamento pré-partida e apoio após regresso

(reintegração)(reintegração)

Elementos fundamentais

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Fase Pré-partida

Aconselhamento - Informar sobre o apoio oferecido- Identificar prioridades/necessidades

de reintegração- Não oferecer falsas expectativas- Elaborar Plano de Reintegração (PR)

e/ou Plano de Negócios

Informação sobre o país de origem + Informação relevante para o plano de

reintegração

Apoio financeiro - Montante flexível – máximo de

1500€- Definido com base em necessidade

avaliadas no PR

Que tipo de apoio à Que tipo de apoio à reintegração?reintegração?

Fase Pós-chegada

Aconselhamento- Aconselhar e adaptar os planos de reintegração

Acompanhamento -Acompanhar a implementação dos planos de reintegração + encaminhamento a outros serviços/instituições

Monitorização- Monitorizar os planos de reintegração no terreno (através das missões da OIM e/ou de ONGs parceiras locais)Complementariedade

Com

ple

men

tari

ed

ad

e

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13Apoio à reintegração – Estratégia da OIM na componente “Acompanhamento no Brasil”

• Criada em Out. 2009: Com o objetivo de criar uma rede local de parceiros de apoio à reintegração

Motivo = Brasil é a principal nacionalidade entre os apoiados + falta de acompanhamento dos casos no Brasil

Projeto elaborado com a estreita colaboração da Projeto elaborado com a estreita colaboração da OIM Buenos AiresOIM Buenos Aires

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A rede de parceiros no BrasilA rede de parceiros no Brasil

Grupo-alvo: aproximadamente 35 imigrantes de nacionalidade brasileira por ano que

regressam ao Brasil através do PRV

Objetivo: Ponto focal em cada um dos principais Estados de Retorno: São Paulo, Goiás, Minas

Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo.

Atualmente: 3 parceiros efetivamente constituídos que cobrem 4 estados: CIAAT (MG),

Projeto Resgate Brasil (GO/ES), ASBRAD (SP)

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Por que a criação de uma Por que a criação de uma rede de apoio rede de apoio no no Brasil?Brasil?

• Funções da rede de parceiros no BrasilFunções da rede de parceiros no Brasil::

• Guiar os planos individuais de reintegração inclusive ainda na fase pre-partida

• Apoiar os retornados nos seus processos de reintegração a diversos níveis (psicológico, jurídico, encaminhar filhos para escolas, inscrições em centro de saúdes, etc.);

• Monitorar a implementação dos planos de reintegração;

• Avaliar os processos de reintegração através dos questionários previstos e reencaminhar a informação à OIM para nós para análise dos dados

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Apoio à Reintegração - alguns dadosApoio à Reintegração - alguns dados

• Beneficiários brasileiros com o apoio à reintegração desde 2009 até maio 2014:

• 254 brasileiros. Desses, cerca de 120 foram apoiados diretamente pela rede de parceiros e/ou pela OIM Buenos Aires.

• - Principais zonas de retorno: MG, SP, GO, ES e PR

• - Principais negócios: construção civil, cabeleireiro, mini bares/lanchonetes, costura

• - Principais formações profissional: curso de vigilante, na área industrial, soldadura, enfermagem, cabeleireiro

• - Apoiados pela rede de parceiros no Brasil: 112 retornados distribuídos pelos 3 parceiros:

• * 39 pelo CIAAT (MG); • * 30 pela ASBRAD (SP); • * 33 pelo Projeto Resgate (GO);• * 10 Projeto Resgate (ES);• * 5 pelo Projeto TRAMA (RJ).

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Estudo - Principais conclusões Reintegração no Brasil no âmbito do Programa da OIM Lisboa pode ser

considerada efetiva:

- apoio da OIM possibilitou um retorno menos penoso;

- rede de parceiros fundamental no processo de reintegração: *Facilita a adaptação e inserção dos migrantes em seu país de origem

(sentimento de segurança); *Guia na implementação do plano de reintegração; *Fortalece a cooperação entre a OIM, parceiros locais e migrantes/Abertura

de canais de colaboração com outras entidades locais - maioria conseguiu ingressar no mercado de trabalho;

- promoveu um sentimento de bem-estar por estar de regresso a casa;

contribuindo para um retorno mais sustentável e definitivo dos migrantes ao

Brasil

Todavia, alguns pontos ainda precisam ser reforçados para tornar essa reintegração ainda mais eficiente:

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Estudo – alguns resultados

Resultados dos Investimentos dos Beneficiários do Programa de Retorno Voluntário e Reintegração da OIM

Resultados dos Investimentos dos Beneficiários do Programa de Retorno Voluntário e Reintegração da OIM

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Estudo Cont…Principais sugestões

Reforçar procedimentos apoio fornecido pela OIM (ex.:

incentivar a realização de um curso de qualificação profissional);

Expandir a rede de parceiros. De preferência parceiros com uma rede ampla de contatos;

Encontrar soluções viáveis de fornecer apoio psicológico aos retornados;

Procurar criar sinergias entre o apoio à reintegração e instituições locais de apoio ao cidadão (SEBRAE, Caixa Econômica Federal, por ex.) para empoderamento dos beneficiários e melhoria da implementação dos planos de reintegração;

Informar melhor os retornados sobre os serviços públicos existentes dos governos;

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Estudo Cont…Principais sugestões

Buscar divulgar de forma ativa os resultados do Programa via redes sociais;

Criar mecanismos de comunicação entre os migrantes retornados que foram apoiados, para trocas de experiência e indicações sobre como vencer dificuldades;

Promover encontros com a sociedade civil nos municípios onde a migração internacional tem especial importância e inserir nos debates as autoridades locais;

Continuar o diálogo com as autoridades governamentais => Na opinião de alguns entrevistados, “um apoio governamental efetivo na assistência aos retornados, além de maior auxílio financeiro, seria aspecto que contribuiria para que o seu retorno ao país fosse mais bem sucedido.”

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Estudo Cont…Principais sugestões

Promover a ligação entre o apoio da OIM e outras estruturas e programas de apoio no terreno para maior alcance e eficácia da reintegração no longo prazo

Inclusão dos beneficiários à reintegração nos projetos dos CRAS para encaminhamento de situações (psicológicas, laborais, jurídicas, saúde);

Pontos (postos) de informação sobre a vida dos retornados (ex.: um posto de informação dentro dos “poupa tempo”?);

Ligar projetos de reintegração a setores prioritários de investimento local (através da ajuda de governos locais?);

Promover mais discussões no Brasil sobre retorno e reintegração com a sociedade civil e governos, construindo processos de parcerias e compromissos de apoio aos retornados;

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OBRIGADA!

Isabela [email protected]

Marta [email protected]