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1 TJMS 1ª Fase

1ª Fase · 7DIAS – Direito Processual Penal: questões sobre Direito penal em provas para Titular de Serviços de Notas e Registro Dedicar 30 minutos à leitura da folha de revisões,

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TJMS

1ª Fase

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DIA 18 – QUARTA-FEIRA – 19/02/2020

METAS

NOTARIAL E REGISTRAL:

Ler do art. 935 até o final do Anexo I do Código de Normas de Mato Grosso

do Sul (2h)

DIREITO EMPRESARIAL:

Resolver as 20 questões restantes da CONSULPLAN sobre Direito

Societário (1h)

REVISÕES

24H – Direito Civil: questões da CONSULPLAN sobre Direito das

Obrigações

24H – Direito Constitucional: questões da CONSULPLAN sobre Princípios

Fundamentais da República e Direitos Sociais

48H – Direito Processual Civil: questões da CONSULPLAN sobre Novo CPC

(17.02)

7DIAS – Direito Processual Penal: questões sobre Direito penal em provas

para Titular de Serviços de Notas e Registro

NOTARIAL E REGISTRAL COMO ESTUDAR?

Ler do art. 935 até o final do Anexo I do Código de Normas de Mato Grosso

do Sul (2h)

Hoje, encerraremos a primeira leitura do Código de Normas do Mato

Grosso do Sul.

Leremos o restante do capítulo sobre Registro de Imóveis e, depois,

leremos o Anexo I, que trata dos tipos de Reconhecimento de Firmas.

OBSERVAÇÕES

Em nosso cronograma, leremos duas vezes o Código de Normas. Como já

foi possível perceber, o Código de Normas do Mato Grosso do Sul é único,

contendo tanto as normas judiciais quanto as extrajudiciais. A fim de

garantir que os alunos não tenham surpresas na hora da prova, leremos

uma vez o Código por inteiro, incluindo a parte que trata dos temas

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relacionados à esfera judicial. Da segunda vez, daremos prioridade aos

artigos que tratam da atividade extrajudicial.

Hoje, leremos o restante do capítulo sobre Registro de Imóveis e, depois,

leremos o Anexo I, que trata dos tipos de Reconhecimento de Firmas.

O tema principal da leitura de hoje é a regularização fundiária. O Código de

Normas é bem completo nesse aspecto, tratando com detalhes das mais

diversas formas de regularização, como a regularização de imóvel urbano,

de imóvel rural, de loteamento irregular, de conjuntos habitacionais e a

abertura de matrícula para imóveis públicos. No entanto, as normas ainda

não estão atualizadas de acordo com a legislação mais atual sobre o tema,

a Lei n. 13.465/17. Por isso, disponibilizamos ao final desse arquivo mais

um Resumo Notarium, dessa vez sobre a Regularização Fundiária de

acordo com a Lei n. 13.465/17.

No entanto, isso não diminui de forma alguma a importância da leitura

atenta das Normas. Em primeiro lugar, porque a banca pode cobrar o

disposto na normativa, mesmo que não mais aplicável. Isso já aconteceu

diversas vezes. Em segundo lugar, porque há muitas disposições que não

contradizem em nada a nova legislação e explicam melhor os

procedimentos que devem ser seguidos pelo Oficial diante de uma

situação de regularização. Por último, há temas tratados nas Normas que

não são tratados na Lei n. 13.465/17.

DEMARCAÇÃO URBANÍSTICA (art. 958): uma das mudanças da Lei n.

13.465/17 não incorporada pelas Normas é o fato de que hoje o

procedimento de demarcação urbanística é FACULTATIVO, não mais

obrigatório.

ABERTURA DE MATRÍCULA DE ÁREAS PÚBLICAS EM PARCELAMENTO

NÃO REGISTRADO: o tema hoje é regulado pelo art. 195-A da Lei n.

6.015/73, com redação dada pela Lei n. 13.465/17. O artigo merece uma

leitura, apesar de não divergir muito do disposto nas Normas.

REGULARIZAÇÃO DE GLEBAS PARCELADAS ANTES DA LEI N. 6.766/79:

hoje, essa matéria é regulada pelo art. 69 da Lei n. 13.465/17. O tratamento

das Normas é bem semelhante ao da nova Lei.

ANEXO I – RECONHECIMENTO DE FIRMAS: o anexo I traz

uma classificação tradicional das espécies de reconhecimento de

firma. O que deve ser destacado é que, apesar da menção expressa

ao reconhecimento por abonação, esta modalidade é vedada no

Mato Grosso do Sul, salvo no caso de procuração firmada por réu

preso e outorgada a advogado, desde que visada pelo diretor do

presídio, com sinal ou carimbo de identificação (art. 591, §5º).

EMPRESARIAL

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COMO ESTUDAR?

Resolver as 20 questões restantes da CONSULPLAN sobre Direito Societário

(1h)

Acessar o site Qconcursos e colocar os seguintes filtros:

o DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL;

o BANCA: CONSULPLAN

o ASSUNTO: DIREITO SOCIETÁRIO.

Lembrar sempre de EXCLUIR AS QUESTÕES ANULADAS OU

DESATUALIZADAS.

Hoje, lembre-se também de excluir as questões já resolvidas, a fim de

evitar a repetição das questões dos dias anteriores.

Durante a resolução, inclua os dispositivos de lei que errou na folha de

revisão do material Notarium, para futuras consultas.

OBSERVAÇÕES

Hoje, prosseguiremos com a resolução de questões sobre Direito Societário. Na semana que vem, encerraremos a leitura desta parte do Código Civil.

Percebemos que a maioria das questões exige que saibamos distinguir os tipos societários e suas principais características. Para isso, a atenção na leitura da legislação é essencial.

Também é importante destacar que TODAS as questões podiam ser resolvidas com base exclusivamente na lei seca. Além do Código Civil, foi cobrada também a Lei n. 6.404/76, a chamada Lei das S/As.

Reservaremos mais comentários e entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para o momento de leitura dos demais artigos, pois, como pudemos ver, apenas a lei seca foi cobrada hoje.

REVISÕES

COMO ESTUDAR?

24H – Direito Civil: questões da CONSULPLAN sobre Direito das

Obrigações

24H – Direito Constitucional: questões da CONSULPLAN sobre Princípios

Fundamentais da República e Direitos Sociais

48H – Direito Processual Civil: questões da CONSULPLAN sobre Novo CPC

(17.02)

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7DIAS – Direito Processual Penal: questões sobre Direito penal em provas

para Titular de Serviços de Notas e Registro

Dedicar 30 minutos à leitura da folha de revisões, para relembrar os erros e

dúvidas surgidos quando da resolução de questões sobre os temas acima.

RESUMO NOTARIUM – REGULARIZAÇÃO

FUNDIÁRIA *material produzido com base nas aulas do CERS

LEI N. 13.465/17

INTRODUÇÃO

A regularização fundiária, antes prevista na Lei 11.977/2009, que instituiu

o Programa Minha Casa Minha Vida e também o registro eletrônico, passou a

ser regulamentada pela Lei 13.465/17, que dispôs sobre diversos temas.

Antes da Lei 11.977/2009, apenas um artigo possibilitava ao oficial

proceder à regularização fundiária, que era da Lei 6.766/79. A lei 6.766/79 prevê

procedimento para loteamento irregular, possibilitando ao Poder público

regularizá-lo, mas isso era muito pouco. A lei 13.465/17 previu dois

procedimentos de regularização fundiária, ampliando o seu espectro de

possibilidades e, por conseguinte, munindo o Poder Público das ferramentas

necessárias à efetivação dessas medidas.

PRINCÍPIOS

. Princípio da primazia da realidade:

O RI deve refletir a realidade jurídica e a realidade fática. Caso numa

matrícula haja apenas um lote e, na realidade, há no local um loteamento todo

edificado, a matrícula não reflete a realidade dos fatos, trazendo insegurança

jurídica. O oficial deve prezar pela primazia da realidade, fazendo com que a

descrição jurídica na matrícula coincida com a realidade fática. Um dos objetivos

da regularização fundiária é justamente adequar a realidade registral à fática,

conferindo título de propriedade ou de posse a ocupantes irregulares e mapeando

as áreas em que a ocupação irregular se deu.

. Princípio in dubio pro registro:

Defendido por Serpa Lopes, esse princípio estabelece que o oficial deve

adotar, na qualificação de um título, interpretação que possibilite o registro, sem

prejuízo da segurança jurídica.

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Diversos princípios, como a especialidade objetiva, são flexibilizados na

regularização fundiária para que se chegue à primazia da realidade.

. Presunção de legitimidade e legalidades dos documentos públicos:

Os atos administrativos possuem presunção de legitimidade, que se

desdobra em presunção de legalidade e veracidade do ato. Essa presunção é

relativa, comporta prova em contrário, mas essa prova em contrário é produzida

no bojo de um processo. Por isso, o oficial, ao receber documento público, deve

presumir sua legitimidade.

CONCEITO E MODALIDADES DE REGULARIZAÇÃO

Vejamos o art. 9º da lei 13.465/17:

Art. 9o Ficam instituídas no território nacional normas

gerais e procedimentos aplicáveis à Regularização

Fundiária Urbana (Reurb), a qual abrange medidas jurídicas,

urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à

incorporação dos núcleos urbanos informais ao

ordenamento territorial urbano e à titulação de seus

ocupantes.

A regularização fundiária não é ato único, mas sim conjunto de atos, para

regularizar área até então irregular e garantir o direito à moradia e a integração de

seus ocupantes. Pode também atender as pessoas que tem título de propriedade,

mas estão em área irregular. Ex: na matrícula há condomínio pro indiviso, mas de

fato há um bairro com imóveis delimitados.

A Lei 13.465/17 prevê duas modalidades de regularização fundiária:

Art. 13. A Reurb compreende duas modalidades:

I - Reurb de Interesse Social (Reurb-S) - regularização

fundiária aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados

predominantemente por população de baixa renda, assim

declarados em ato do Poder Executivo municipal; e

II - Reurb de Interesse Específico (Reurb-E) - regularização

fundiária aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados

por população não qualificada na hipótese de que trata o

inciso I deste artigo.

A própria lei conceituou o que seriam núcleos urbanos informais:

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Art. 11. Para fins desta Lei, consideram-se:

I - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e

características urbanas, constituído por unidades

imobiliárias de área inferior à fração mínima de

parcelamento prevista na Lei nº 5.868, de 12 de dezembro

de 1972, independentemente da propriedade do solo, ainda

que situado em área qualificada ou inscrita como rural;

II - núcleo urbano informal: aquele clandestino, irregular ou

no qual não foi possível realizar, por qualquer modo, a

titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a

legislação vigente à época de sua implantação ou

regularização;

Usucapião extrajudicial não seria meio de regularização? Usucapião, assim

como concessão de uso especial para fins de moradia, soluciona o problema da

propriedade, mas não o problema social, tais como a implantação de iluminação

pública, rede de esgoto etc.

LEGITIMADOS

Art. 14. Poderão requerer a Reurb:

I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

diretamente ou por meio de entidades da administração

pública indireta;

II - os seus beneficiários, individual ou coletivamente,

diretamente ou por meio de cooperativas habitacionais,

associações de moradores, fundações, organizações

sociais, organizações da sociedade civil de interesse

público ou outras associações civis que tenham por

finalidade atividades nas áreas de desenvolvimento urbano

ou regularização fundiária urbana;

III - os proprietários de imóveis ou de terrenos, loteadores

ou incorporadores;

IV - a Defensoria Pública, em nome dos beneficiários

hipossuficientes; e

V - o Ministério Público.

§1o Os legitimados poderão promover todos os atos

necessários à regularização fundiária, inclusive requerer os

atos de registro.

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§2o Nos casos de parcelamento do solo, de conjunto

habitacional ou de condomínio informal, empreendidos por

particular, a conclusão da Reurb confere direito de regresso

àqueles que suportarem os seus custos e obrigações contra

os responsáveis pela implantação dos núcleos urbanos

informais.

§3o O requerimento de instauração da Reurb por

proprietários de terreno, loteadores e incorporadores que

tenham dado causa à formação de núcleos urbanos

informais, ou os seus sucessores, não os eximirá de

responsabilidades administrativa, civil ou criminal.

Esses legitimados, conforme dispõe o §1°, podem não só promover o

procedimento de regularização, mas também requerer o seu registro no RI.

PROCEDIMENTO

O art. 10 da Lei 13.465/17 expõe, em doze incisos, os objetivos da Reurb,

aos quais se remete o leitor para uma melhor compreensão da matéria. Com base

nesses objetivos, e por provocação de um dos legitimados acima, a regularização

tem seu início junto ao Município e, depois da aprovação municipal, o

procedimento vai para o cartório de RI.

O art. 28 da Lei 13.465/17 traçou o esqueleto das fases a serem seguidas

quando da regularização fundiária. Devido à sua importância, vejamos o

dispositivo:

Art. 28. A Reurb obedecerá às seguintes fases:

I - requerimento dos legitimados;

II - processamento administrativo do requerimento, no qual

será conferido prazo para manifestação dos titulares de

direitos reais sobre o imóvel e dos confrontantes;

III - elaboração do projeto de regularização fundiária;

IV - saneamento do processo administrativo;

V - decisão da autoridade competente, mediante ato formal,

ao qual se dará publicidade;

VI - expedição da CRF pelo Município; e

VII - registro da CRF e do projeto de regularização fundiária

aprovado perante o oficial do cartório de registro de imóveis

em que se situe a unidade imobiliária com destinação

urbana regularizada.

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Parágrafo único. Não impedirá a Reurb, na forma

estabelecida nesta Lei, a inexistência de lei municipal

específica que trate de medidas ou posturas de interesse

local aplicáveis a projetos de regularização fundiária

urbana.

O art. 12 da lei esclarece que:

Art. 12. A aprovação municipal da Reurb de que trata o art.

10 corresponde à aprovação urbanística do projeto de

regularização fundiária, bem como à aprovação ambiental,

se o Município tiver órgão ambiental capacitado.

Os arts. 35 e 36 tratam dos projetos de regularização fundiária e seus

requisitos. O projeto de regularização fundiária deverá considerar as

características da ocupação e da área ocupada para definir parâmetros

urbanísticos e ambientais específicos, além de identificar os lotes, as vias de

circulação e as áreas destinadas a uso público, quando for o caso. Deverá

apresentar soluções urbanísticas e ambientais, além de estudos técnicos. A lei

menciona a necessidade de estudos técnicos quando houver situação de risco, e

tais situações estão previstas no art. 3º da Lei 6.766/79, que veda a regularização

fundiária nessas áreas:

Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para

fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de

urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor

ou aprovadas por lei municipal. (Redação dada pela Lei nº

9.785, de 1999)

Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do

solo:

I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de

tomadas as providências para assegurar o escoamento das

águas;

Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material

nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente

saneados;

III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30%

(trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas

das autoridades competentes;

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IV - em terrenos onde as condições geológicas não

aconselham a edificação;

V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a

poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua

correção.

V – as medidas previstas para adequação da infraestrutura

básica.

§ 1o O projeto de que trata o caput não será exigido para o

registro da sentença de usucapião, da sentença declaratória

ou da planta, elaborada para outorga administrativa, de

concessão de uso especial para fins de moradia.

§ 2o O Município definirá os requisitos para elaboração do

projeto de que trata o caput, no que se refere aos desenhos,

ao memorial descritivo e ao cronograma físico de obras e

serviços a serem realizados.

§ 3o A regularização fundiária pode ser implementada por

etapas.

Apresentado o projeto, o Município precisa aprová-lo, o que significa

aprovação urbanística e ambiental, desde que o Município possua Conselho de

Meio Ambiente e órgão ambiental capacitado. Caso não haja esse conselho nem

esse órgão, a aprovação do projeto não significará aprovação ambiental, mas tão

somente urbanística. Na ausência de Conselho de meio ambiente e de órgão

ambiental capacitado no município, o legitimado deverá apresentar aprovação do

órgão ambiental estadual competente. Isso está disposto no §4° do art. 12:

§ 4o A aprovação ambiental da Reurb prevista neste artigo

poderá ser feita pelos Estados na hipótese de o Município

não dispor de capacidade técnica para a aprovação dos

estudos referidos no art. 11.

A lei estabelece o que é órgão ambiental capacitado, e os atos

administrativos desse órgão têm presunção de legitimidade, não cabendo ao

oficial entrar nesse mérito.

A regularização pode recair sobre Área de Preservação Permanente,

conforme §2° do art. 11, mas algumas medidas devem ser tomadas:

§ 2o Constatada a existência de núcleo urbano informal

situado, total ou parcialmente, em área de preservação

permanente ou em área de unidade de conservação de uso

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sustentável ou de proteção de mananciais definidas pela

União, Estados ou Municípios, a Reurb observará, também,

o disposto nos arts. 64 e 65 da Lei nº 12.651, de 25 de maio

de 2012, hipótese na qual se torna obrigatória a elaboração

de estudos técnicos, no âmbito da Reurb, que justifiquem as

melhorias ambientais em relação à situação de ocupação

informal anterior, inclusive por meio de compensações

ambientais, quando for o caso.

Há de se ressaltar que os parâmetros urbanísticos e edilícios são

flexibilizados quando da implementação da regularização fundiária. É o que

dispõe o §1° do art. 11:

§ 1o Para fins da Reurb, os Municípios poderão dispensar

as exigências relativas ao percentual e às dimensões de

áreas destinadas ao uso público ou ao tamanho dos lotes

regularizados, assim como a outros parâmetros

urbanísticos e edilícios.

No projeto de regularização será descrita a infraestrutura que existe e a

prefeitura analisará quais infraestruturas ela deverá implementar. Após essa

análise, o município deve aprovar o projeto, que será urbanística e ambiental,

conforme já tratado.

Suponhamos que, apresentado o projeto com todos os requisitos legais,

ele seja considerado insuficiente para que a prefeitura determine com precisão a

área a ser regularizada, os lotes já formados, quem são os confrontantes, as vias

existentes, as matrículas atingidas, se há eventuais proprietários etc. Nesse caso,

a lei faculta ao poder público a realização de procedimento administrativo

chamado Demarcação Urbanística, definido no art. 11, IV da Lei 13.465/17. Ele

não é obrigatório, só será necessário se a prefeitura entender que o projeto

apresentado é insuficiente para aferição de algumas informações, como as acima

elencadas.

Art. 11. Para fins desta Lei, consideram-se:

IV - demarcação urbanística: procedimento destinado a

identificar os imóveis públicos e privados abrangidos pelo

núcleo urbano informal e a obter a anuência dos respectivos

titulares de direitos inscritos na matrícula dos imóveis

ocupados, culminando com averbação na matrícula destes

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imóveis da viabilidade da regularização fundiária, a ser

promovida a critério do Município;

O Auto de Demarcação Urbanística é, portanto, procedimento

administrativo em que o Poder Público, durante a regularização fundiária, levanta

informações sobre a área: se é propriedade de particular ou de ente público,

confrontantes, qual o lote, número da matrícula ou transcrição, quem são os

confrontantes ou proprietários, realização do cadastro dos ocupantes do lote, etc.

O §1° do art. 19 enumera os documentos que formam o auto de

demarcação:

Art. 19. O poder público poderá utilizar o procedimento de

demarcação urbanística, com base no levantamento da

situação da área a ser regularizada e na caracterização do

núcleo urbano informal a ser regularizado.

§ 1o O auto de demarcação urbanística deve ser instruído

com os seguintes documentos:

I - planta e memorial descritivo da área a ser regularizada,

nos quais constem suas medidas perimetrais, área total,

confrontantes, coordenadas georreferenciadas dos vértices

definidores de seus limites, números das matrículas ou

transcrições atingidas, indicação dos proprietários

identificados e ocorrência de situações de domínio privado

com proprietários não identificados em razão de descrições

imprecisas dos registros anteriores;

II - planta de sobreposição do imóvel demarcado com a

situação da área constante do registro de imóveis.

A planta mostra o perímetro com coordenadas georreferenciadas do

imóvel. A descrição da planta é a que consta da matrícula. Junto com ela, será

apresentada planta de sobreposição, que é aquela que retrata a realidade fática

do imóvel: se foram abertas vias de circulação, se foram feitos lotes, se há praça.

É apresentada uma planta sem indicação nenhuma das alterações fáticas e uma

de sobreposição, com essas indicações.

Caso, ao realizar o Auto de Demarcação Urbanística, o proprietário não seja

encontrado, o procedimento para ou prossegue? Essa situação está prevista no

art. 20 da Lei 13.465/17, que pacificou a questão, diante da omissão da lei anterior.

Assim dispõe o art. 20:

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Art. 20. O poder público notificará os titulares de domínio e

os confrontantes da área demarcada, pessoalmente ou por

via postal, com aviso de recebimento, no endereço que

constar da matrícula ou da transcrição, para que estes,

querendo, apresentem impugnação à demarcação

urbanística, no prazo comum de trinta dias.

§ 1o Eventuais titulares de domínio ou confrontantes não

identificados, ou não encontrados ou que recusarem o

recebimento da notificação por via postal, serão notificados

por edital, para que, querendo, apresentem impugnação à

demarcação urbanística, no prazo comum de trinta dias.

§ 2o O edital de que trata o § 1o deste artigo conterá resumo

do auto de demarcação urbanística, com a descrição que

permita a identificação da área a ser demarcada e seu

desenho simplificado.

§ 3o A ausência de manifestação dos indicados neste

artigo será interpretada como concordância com a

demarcação urbanística.

§ 4o Se houver impugnação apenas em relação à parcela

da área objeto do auto de demarcação urbanística, é

facultado ao poder público prosseguir com o procedimento

em relação à parcela não impugnada.

§ 5o A critério do poder público municipal, as medidas de

que trata este artigo poderão ser realizadas pelo registro de

imóveis do local do núcleo urbano informal a ser

regularizado.

§ 6o A notificação conterá a advertência de que a ausência

de impugnação implicará a perda de eventual direito que o

notificado titularize sobre o imóvel objeto da Reurb.

Caso o Poder Público, ao realizar o auto de demarcação urbanística,

perceba que o imóvel sobre o qual recai a regularização pertence ao Poder

Público, ou que ele é um dos confrontantes, deverá notificar a respectiva Fazenda

Pública para manifestar no procedimento. O Município envia àquela Fazenda o

auto de demarcação, e ela terá o prazo de trinta dias para se manifestar. Nesses

casos, o silêncio importará anuência.

Art. 31. Instaurada a Reurb, o Município deverá proceder às

buscas necessárias para determinar a titularidade do

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domínio dos imóveis onde está situado o núcleo urbano

informal a ser regularizado.

§ 1o Tratando-se de imóveis públicos ou privados, caberá

aos Municípios notificar os titulares de domínio, os

responsáveis pela implantação do núcleo urbano informal,

os confinantes e os terceiros eventualmente interessados,

para, querendo, apresentar impugnação no prazo de trinta

dias, contado da data de recebimento da notificação.

§ 2o Tratando-se de imóveis públicos municipais, o

Município deverá notificar os confinantes e terceiros

eventualmente interessados, para, querendo, apresentar

impugnação no prazo de trinta dias, contado da data de

recebimento da notificação.

Quando, então, o auto de demarcação é apresentado no cartório ao RI, o

oficial passará a qualificá-lo. A primeira coisa a ser feita é a identificação da

matrícula do imóvel atingido. Caso não haja matrícula, o oficial abrirá uma

matrícula sobre a qual será feita a averbação. Esse procedimento está previsto no

art. 22:

Art. 22. Decorrido o prazo sem impugnação ou caso

superada a oposição ao procedimento, o auto de

demarcação urbanística será encaminhado ao registro de

imóveis e averbado nas matrículas por ele alcançadas.

§ 1o A averbação informará:

I - a área total e o perímetro correspondente ao núcleo

urbano informal a ser regularizado;

II - as matrículas alcançadas pelo auto de demarcação

urbanística e, quando possível, a área abrangida em cada

uma delas; e

III - a existência de áreas cuja origem não tenha sido

identificada em razão de imprecisões dos registros

anteriores.

§ 2o Na hipótese de o auto de demarcação urbanística

incidir sobre imóveis ainda não matriculados, previamente

à averbação, será aberta matrícula, que deverá refletir a

situação registrada do imóvel, dispensadas a retificação do

memorial descritivo e a apuração de área remanescente.

§ 3o Nos casos de registro anterior efetuado em outra

circunscrição, para abertura da matrícula de que trata o §

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2o deste artigo, o oficial requererá, de ofício, certidões

atualizadas daquele registro.

§ 4o Na hipótese de a demarcação urbanística abranger

imóveis situados em mais de uma circunscrição

imobiliária, o oficial do registro de imóveis responsável pelo

procedimento comunicará as demais circunscrições

imobiliárias envolvidas para averbação da demarcação

urbanística nas respectivas matrículas alcançadas.

§ 5o A demarcação urbanística será averbada ainda que a

área abrangida pelo auto de demarcação urbanística supere

a área disponível nos registros anteriores.

Haverá a conclusão do procedimento administrativo da Reurb com o

pronunciamento da autoridade competente pela aprovação da regularização.

Essa aprovação se dá por meio da Certidão de Regularização Fundiária (CRF):

Art. 41. A Certidão de Regularização Fundiária (CRF) é o

ato administrativo de aprovação da regularização que

deverá acompanhar o projeto aprovado e deverá conter, no

mínimo: [...]

O registro da CRF e do projeto de regularização fundiária aprovado será

requerido diretamente ao oficial do cartório de registro de imóveis da situação do

imóvel, e será efetivado independentemente de determinação judicial ou do

Ministério Público. Em caso de recusa do registro, o oficial do cartório do registro

de imóveis expedirá nota devolutiva fundamentada, na qual indicará os motivos

da recusa e formulará exigências nos termos desta Lei.

O inciso V do art. 11 conceitua a CRF da seguinte forma:

V - Certidão de Regularização Fundiária (CRF): documento

expedido pelo Município ao final do procedimento da Reurb,

constituído do projeto de regularização fundiária aprovado,

do termo de compromisso relativo a sua execução e, no

caso da legitimação fundiária e da legitimação de posse, da

listagem dos ocupantes do núcleo urbano informal

regularizado, da devida qualificação destes e dos direitos

reais que lhes foram conferidos;

O procedimento da Reurb dentro das serventias extrajudiciais está

previsto no art. 44:

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Art. 44. Recebida a CRF, cumprirá ao oficial do cartório de

registro de imóveis prenotá-la, autuá-la, instaurar o

procedimento registral e, no prazo de quinze dias, emitir a

respectiva nota de exigência ou praticar os atos tendentes

ao registro.

§ 1o O registro do projeto Reurb aprovado importa em:

I - abertura de nova matrícula, quando for o caso;

II - abertura de matrículas individualizadas para os lotes e

áreas públicas resultantes do projeto de regularização

aprovado; e

III - registro dos direitos reais indicados na CRF junto às

matrículas dos respectivos lotes, dispensada a

apresentação de título individualizado.

§ 2o Quando o núcleo urbano regularizado abranger mais

de uma matrícula, o oficial do registro de imóveis abrirá

nova matrícula para a área objeto de regularização,

conforme previsto no inciso I do § 1o deste artigo,

destacando a área abrangida na matrícula de origem,

dispensada a apuração de remanescentes.

§ 3o O registro da CRF dispensa a comprovação do

pagamento de tributos ou penalidades tributárias de

responsabilidade dos legitimados.

§ 4o O registro da CRF aprovado independe de averbação

prévia do cancelamento do cadastro de imóvel rural no

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(Incra).

§ 5o O procedimento registral deverá ser concluído no

prazo de sessenta dias, prorrogável por até igual período,

mediante justificativa fundamentada do oficial do cartório

de registro de imóveis.

§ 6o O oficial de registro fica dispensado de providenciar a

notificação dos titulares de domínio, dos confinantes e de

terceiros eventualmente interessados, uma vez cumprido

esse rito pelo Município, conforme o disposto no art. 31

desta Lei.

§ 7o O oficial do cartório de registro de imóveis, após o

registro da CRF, notificará o Incra, o Ministério do Meio

Ambiente e a Secretaria da Receita Federal do Brasil para

que esses órgãos cancelem, parcial ou totalmente, os

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respectivos registros existentes no Cadastro Ambiental

Rural (CAR) e nos demais cadastros relacionados a imóvel

rural, relativamente às unidades imobiliárias regularizadas.

Se a Reurb abranger imóveis localizados em mais de uma circunscrição, o

procedimento será efetuado em todos eles:

Art. 43. Na hipótese de a Reurb abranger imóveis situados

em mais de uma circunscrição imobiliária, o procedimento

será efetuado perante cada um dos oficiais dos cartórios de

registro de imóveis.

Parágrafo único. Quando os imóveis regularizados

estiverem situados na divisa das circunscrições

imobiliárias, as novas matrículas das unidades imobiliárias

serão de competência do oficial do cartório de registro de

imóveis em cuja circunscrição estiver situada a maior

porção da unidade imobiliária regularizada.

Por fim, cumpre destacar que o §1° do art. 13 enumera os atos que serão

isentos de emolumentos na Reurb-S:

§ 1o Serão isentos de custas e emolumentos, entre outros,

os seguintes atos registrais relacionados à Reurb-S:

I - o primeiro registro da Reurb-S, o qual confere direitos

reais aos seus beneficiários;

II - o registro da legitimação fundiária;

III - o registro do título de legitimação de posse e a sua

conversão em título de propriedade;

IV - o registro da CRF e do projeto de regularização fundiária,

com abertura de matrícula para cada unidade imobiliária

urbana regularizada;

V - a primeira averbação de construção residencial, desde

que respeitado o limite de até setenta metros quadrados;

VI - a aquisição do primeiro direito real sobre unidade

imobiliária derivada da Reurb-S;

VII - o primeiro registro do direito real de laje no âmbito da

Reurb-S; e

VIII - o fornecimento de certidões de registro para os atos

previstos neste artigo.