1. Flambagem - Engenharia Industrial Madeireira - · PDF file1. Flambagem 1.1. Introdução Flambagem ou encurvadura é um fenômeno que ocorre em peças esbeltas (peças onde a área

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  • 1. Flambagem

    1.1. Introduo

    Flambagem ou encurvadura um fenmeno que ocorre em peas

    esbeltas (peas onde a rea de seco transversal pequena em relao ao

    seu comprimento), quando submetidas a um esforo de compresso axial. A

    flambagem acontece quando a pea sofre flexo tranversalmente devido

    compresso axial. A flambagem considerada uma instabilidade elstica,

    assim, a pea pode perder sua estabilidade sem que o material j tenha

    atingido a sua tenso de escoamento. Este colapso ocorrer sempre na

    direo do eixo de menor momento de inrcia de sua seo transversal. A

    tenso crtica para ocorrer a flambagem no depende da tenso de

    escoamento do material, mas da seu mdulo de Young.

    1.2. Definies

    Os sistemas mecnicos e estruturas em geral quando esto submetidos

    a carregamentos, podem falhar de vrias formas, o que vai depender do

    material usado, do tipo de estrutura, das condies de apoio, entre outras

    consideraes. Quando se projeta um elemento, necessrio que ele satisfaa

    requisitos especficos de tenso, deflexo e estabilidade.

  • Definio: Elementos compridos e esbeltos sujeitos a uma fora axial de

    compresso so chamados de colunas e a deflexo lateral que sofrem

    chamada de flambagem. Em geral a flambagem leva a uma falha repentina e

    dramtica da estrutura.

    1.3. Clculo da carga Crtica (Pcr)

    a carga axial mxima que uma coluna pode suportar antes de ocorrer

    a flambagem. Qualquer carga adicional provocar flambagem na coluna.

    Para compreender melhor esse tipo de instabilidade, considere um

    mecanismo formado por duas barras sem peso, rgidas e acopladas por pinos

    nas duas extremidades.

  • Tipos de equilbrio

    : Equilbrio estvel

    : Equilbrio instvel (1)

    : Equilbrio neutro (Carga Crtica)

    Os estados de equilbrio apresentados na expresso (1) esto

    mostrados na Figura 31.

  • As trs condies de equilbrio representadas pela Figura 31 so

    similares quelas de uma bola colocada sobre uma superfcie lisa, como na

    Figura 32.

    Colunas com apoios simples (pinos)

    A coluna da Figura 33 carregada por uma fora vertical P que

    aplicada atravs do centride da seo transversal da extremidade. A coluna

    perfeitamente reta e feita de um material elstico linear que segue a lei de

    Hooke. Uma vez que se considera que a coluna no tem imperfeies, ela

    chamada de coluna ideal.

    Comportamento da Coluna Ideal:

    Se P < Pcr , a coluna est em equilbrio estvel na posio reta.

    Se P = Pcr , a coluna est em equilbrio neutro tanto na posio reta

    quanto na posio levemente flexionada.

  • Se P > Pcr , a coluna est em equilbrio instvel na posio retilnea e ir

    flambar sobre a menor

    Equao diferencial para flambagem de coluna:

    Para determinar os carregamentos crticos correspondentes s formas

    defletidas para uma coluna real apoiada por pinos, usamos as equaes

    diferenciais da curva de deflexo de uma viga. Essas equaes so aplicveis

    a uma coluna flambada porque a coluna flete como se fosse uma viga. Tem-se

    a seguinte equao:

    Elv = M (2)

    Onde,

    M = -Pv (3)

    E se a coluna flambar para a direita?

    A equao diferencial da curva se torna

    Elv = - Pv (4)

    A eq. (4) uma equao diferencial linear homognea de segunda

    ordem com coeficientes constantes.

  • Soluo da equao diferencial

    A soluo geral da equao (4) :

    As duas condies de contorno so determinadas pelas condies de contorno

    nas extremidades da coluna. Como V = 0 em x = 0. E como V = 0 em x = L,

    ento:

    A equao (7) satisfeita se:

    Ou

    O menor valor de P obtido quando n=1, e a carga crtica para a coluna,

    portanto:

    P Carga crtica ou carga axial mxima na coluna imediatamente antes da

    flambagem, essa carga no deve permitir que a tenso na coluna exceda o

    limite de proporcionalidade.

    E mdulo de elasticidade do material

    I O menor momento de inrcia da rea da seo transversal.

    L Comprimento da coluna sem apoio, cujas extremidades so apoiadas por

    pinos.

    P cr Denomina-se tambm de carga de Euler em homenagem ao matemtico

    suo Leonhard Euler, que solucionou o problema em 1757.

    Em projeto se utiliza a eq. (10) em funo do raio de girao, onde o momento

    de inrcia :

  • Onde A e a rea da seo transversal e r o raio de girao da rea da seo

    transversal. Dessa forma tem-se:

    (

    )

    ( )

    Dessa forma,a tenso critica e dada pela seguinte expresso:

    ( )

    Onde

    cr - Tenso critica que a tenso media na coluna imediatamente antes de a

    coluna flambar, essa tenso uma tenso elstica e, portanto, cr E

    E - mdulo de elasticidade do material

    L - comprimento da coluna sem apoio, cujas extremidades so presas por

    pinos

    R - o menor raio de girao da coluna, determinado por , onde I e o

    menor momento de inrcia da rea da seo transversal A da coluna.

    A forma fletida correspondente e definida pela equao.

    Aqui a constante C1 representa a deflexo mxima, max , que ocorre no

    ponto mdio da coluna como apresenta a Figura 35. Valores para C1 no

    podem ser obtidos, pois se desconhece a forma fletida exata da coluna. Por

    exemplo, se n=2 aparecero duas ondas na forma flambada como na Figura

    35.c.

  • Representa-se o comportamento carga-deflexao da coluna ideal pelo

    grfico mostrado na Figura 36.

    A carga crtica expressa em (10) independe da resistncia do material

    dependendo apenas das dimenses da seo e comprimento da coluna (I e L)

    e mdulo de elasticidade E do material que compe a coluna.

  • medida que o momento de inrcia sobe, a capacidade de carga da

    coluna sobe. As colunas eficientes so projetadas de tal forma que a

    quantidade de material fique mais distante possvel dos eixos principais.

    Nota-se tambm que a coluna sofrer flambagem em torno do eixo

    principal da seo transversal de menor momento de inrcia (o eixo mais

    fraco), por exemplo, uma coluna de seo retangular sofre flambagem em torno

    do eixo a-a como apresenta a Figura 37.

    Os engenheiros tentam construir colunas onde os momentos de inrcia

    em relao x e a y sejam iguais, por isso que colunas na forma de tubo ou

    quadradas so ideais.

    1.4. Exerccios

    O elo de ao ferramenta L-2 usado em uma mquina de forja acoplado

    aos garfos por pinos nas extremidades. Determinar a carga mxima P que ele

    pode suportar sem sofrer flambagem. Usar um fator de segurana para

    flambagem de F.S. = 1,75. Observar, na figura da esquerda, que as

    extremidades esto presas por pino para flambagem e, na da direita, que as

    extremidades esto engastadas.

  • Soluo:

    A carga mxima que o elo pode sofrer sem flambagem de P = 17,7 kip.

  • Referncias Bibliogrficas

    BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON JR., E. Russell. Resistncia dos materiais.

    3. ed. So Paulo: Makron Books, 1995. 652 p.