40
1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS Helena Ribeiro Departamento de Saúde Ambiental Faculdade de Saúde Pública da USP

1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

1

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS

ABORDAGENS

Helena Ribeiro Departamento de Saúde Ambiental Faculdade de Saúde Pública da USP

Page 2: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

2

Itens da apresentação

Discussão resumida de alguns efeitos de alterações do clima em áreas urbanas na saúde humana, através de referências da literatura

Alguns dados da cidade de São Paulo Apresentação de resultados de 2 pesquisas

em escalas diversas enfocando poluição térmica na cidade de São Paulo

Page 3: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

3

Introdução Urbanização e industrialização modificam

as características da atmosfera “Clima urbano é o sistema que abrange o

clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização” (Monteiro, 1976, p. 95)

Desde a década de 1950 muitos estudos sobre clima urbano foram realizados, sobretudo em países do primeiro Mundo, sob climas temperados

Page 4: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

4

Introdução

Poucos estudos sobre alterações climáticas causadas pela urbanização em cidades tropicais e seus efeitos à saúde (Dunne, 1984; Oke, 1981; Weihe, 1986; Akbari, 1990; Jauregui, 1994).

Page 5: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

5

Introdução

Condições atmosféricas influenciam a saúde através de 3

fatores:

1. Troca de calor entre seres humanos e atmosfera

2. Radiações em ondas longas e curtas

3. Poluição do ar

Portanto é difícil correlacionar um fator isolado com mudanças

nas condições de saúde

Page 6: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

6

Introdução Efeitos potenciais à saúde podem variar de

sintomas sub-clínicos, ou incômodos, a um aumento na taxa de mortalidade.

Pessoas saudáveis têm extraordinária capacidade de adaptação a condições atmosféricas extremas

Mas há alguns grupos de risco que possuem capacidade limitada de adaptação aos estresses do clima: idosos, mulheres grávidas, crianças, cardíacos, asmáticos, etc.

Page 7: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

7

Poluição Térmica

Pode agravar doenças respiratórias e cardiovasculares

Causa desconforto e estresse fisiológico Faixa de neutralidade de conforto térmico

entre 17º e 31º C (Weihe, 1986, WHO, 1990)

Page 8: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

8

Poluição térmica: Sintomas de desconforto e de riscos à saúde com temperaturas acima

desta faixa:

-hipotensão -hipertermia -taquicardia -insuficiência cardíaca -inapetência -desidratação -letargia -indolência

-irritabilidade -diminuição da

capacidade de aprendizagem

-memória prejudicada -depressão -alteração no padrão

de doenças transmitidas por vetores

Page 9: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

9

Poluição atmosférica: efeitos à saúde

Problemas oftálmicos Doenças

dermatológicas Problemas gastro-

intestinais Problemas

cardiovasculares

Doenças pulmonares Alguns tipos de câncer Efeitos sobre o

sistema nervoso (CO) Algumas doenças

infecciosas

Page 10: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

10

Cidade de São Paulo18 milhões de habitantes (10% do país)39 municípios1051 km² de mancha urbana contínua18% do PIB do país+ de 6 milhões de empregos47 mil indústrias5,5 milhões de veículos (21% da frota nacional)Rede viária de 15,6 mil km

Page 11: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

11

Cidade de São Paulo: ambiente fortemente propício à formação de ilha de calor

Estudos realizados: Lombardo, 1995

Prefeitura do Município, 1993

Tarifa e Armani, 2001

Page 12: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

12

Ribeiro (1996 e 2005)

Nunes da Silva e Ribeiro (2006)

Estudos buscando verificar efeitos à saúde humana da poluição térmica

na cidade:

Page 13: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

13

ILHA DE CALOR NA CIDADE DE SÃO PAULO:DINÂMICA E EFEITOS NA SAÚDE DA POPULAÇÃO

(Ribeiro, 1996)

Problema: alterações térmicasMetodologia• imagem de satélite• dados meteorológicos• dados de óbitos• dados de internações - SUS

Page 14: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

14

Ribeiro, H. Heat island in São Paulo, Brazil: Effects on health - Critical Public Health, June, 2005; 15(2): 147-156

Page 15: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

15

Minimum Air TemperaturePque. do Es tado - Downtown- Mirante de S antana - July to S eptember - 1993

0 ,0

5 ,0

10 ,0

15 ,0

20 ,0

25 ,0

30 ,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

July August Sep t em ber

Days/Months

Te

mp

era

ture

ºC

Pque.Es tado Downtown M irante Santana

Minimum Air TemperaturePque do Es tado - Downtown - Mirante de S antana - October to December -1993

0 ,0

5 ,0

10 ,0

15 ,0

20 ,0

25 ,0

30 ,0

1 2 3 4 5 6 7 8 91

01

11

21

31

41

51

61

71

81

92

02

12

22

32

42

52

62

72

82

93

0 1 2 3 4 5 6 7 8 91

01

11

21

31

41

51

61

71

81

92

02

12

22

32

42

52

62

72

82

93

0 1 2 3 4 5 6 7 8 91

01

11

21

31

41

51

61

71

81

92

02

12

22

32

42

52

62

72

82

93

0

Oct ober Novem ber Decem ber

Days/Months

Te

mp

era

ture

ºC

Pque.Es tado Downtown M irante Santana

Page 16: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

16

Minimum Air TemperatureP que do Es tado - Downtown - Mirante de S antana - J uly to S eptember -1 9 9 4

0 ,0

5 ,0

1 0 ,0

1 5 ,0

2 0 ,0

2 5 ,0

3 0 ,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

July A ugust Sep t em ber

D ays /M on th s

Te

mp

er

atu

re

ºC

Pq u e .Es tad o Do wn to wn M iran te San tan a

Minimum Air TemperatureP que do Es tado - Downtown - Mirante de S antana - O ctober to December -1 9 9 4

0 ,0

5 ,0

1 0 ,0

1 5 ,0

2 0 ,0

2 5 ,0

3 0 ,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

O c t o be r N o v em ber D ecem ber

D ays /M on th s

Te

me

pr

atu

re

ºC

Pq u e .Es tad o Do wn to wn M iran te San tan a

Page 17: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

17

Maximum Air TemperaturePque do Estado - Downtown - Mirante de Santana - October to December -1993

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

October November December

Days/Months

Tem

pera

ture

ºC

Pque.Estado Downtown Mirante Santana

Maximum Air TemperaturePque do Es tado - Downtown - Mirante de S antana - July - S eptember - 1994

0,0

5,0

10 ,0

15 ,0

20 ,0

25,0

30,0

35,0

40,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

July August Sept em berDays/Months

Te

mp

era

ture

ºC

Pque.Es tado Downtown M irante Santana

Page 18: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

18

Comparação de dados diários de temperaturas máximas e mínimas com dados diários de mortalidade (Proaim) por doenças cardiovasculares e respiratórias nos distritos ao redor das 3 estações meteorológicas, segundo endereço de residência e idade (total e de maiores de 55 anos).

Comparação com dados diários de temperatura com internações hospitalares por doenças cardiovasculares e respiratórias de toda cidade.

Page 19: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

19

Resultados: Comparação de dados de distribuição espacial da ilha de calor e de mortalidade indicou que há maior risco de morte por doenças cardiovasculares e respiratórias em área de maior intensidade da ilha de calor.

Sé e Brás: 31 mortes/10.000 habitantes (com maior risco para os idosos)Santana: 24 mortes/10.000 habitantesJabaquara: 21 mortes/10.000 habitantes

Page 20: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

20

Page 21: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

21

Entretanto: a distribuição de mortes e de admissões hospitalares, ao longo do ano, e das temperaturas não mostraram uma correlação positiva entre altas temperaturas e agravos à saúde

Calor sozinho não é fator etiológico significativo, pois menores números de mortes e internações ocorrem no verão

Influência conjunta da poluição do ar e mudanças bruscas de temperatura?

Page 22: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

22

Internações hospitalares de crianças de 1 a 5 anos no Distrito de Vila Andrade (n= 99)

Broncopneumonia 15,1

Asma 5,05

Diarréia e gastroenterites origem infecciosas presumíveis 4,04

Ascaridíase 4,04

Pneumonia 3,03

Hérnia inguinal 3,03

Meningite viral 2,02

 I

Diagnóstico Principal %

Fonte: AIH – DATASUS 2001

Page 23: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

23

Favelização no Município de São Paulo

     

Page 24: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

24

Internações Favela Paraisópolis

Diagnóstico Principal %Broncopneumonia 30,15 Diarréia e gastroenterite infecciosa presumida 14,71 Bronquite aguda 13,24 Pneumonia 11,03 Outras doenças dos brônquios NCOP 8,09 Pneumonia lobar 5,88 Outras convulsões NE 5,88Asma NE 3,68 Outros transtornos respiratórios específicos 3,68Desconforto espiratório do recém-nascido 3,68

Fonte: DATASUS/CEPID/FAPESP/Centro de Estudos da Metrópole

Page 25: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

25

Alterações no microclima em ambientes externos de favela e desconforto térmico ( Silva, FSP/USP, 2004; Silva, E.N.; Ribeiro, 2006)

As diferenciações na micro-escala (ambientes intra-urbanos) criam condições mais ou menos favoráveis ao conforto térmico

Favela Paraisópolis, S.P.: 4 ruas e vielas de largura diferente e um ponto fora dela em rua arborizada no bairro do Morumbi

Page 26: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

26

Uso de miniabrigos aspirados e registradores digitais de temperatura e umidade

Medição das temperaturas horárias do ar no período de 18 de fevereiro a 31 de julho de 2003

Análise das temperaturas horárias médias por estações do ano: verão, outono e inverno

Page 27: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

27

Favela Paraisópolis – Posto A

Page 28: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

28

Favela Paraisópolis – Posto C

Page 29: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

29

Rua Silveira Sampaio – Posto H

Page 30: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

30

Resultados:

Uso e ocupação do solo e arruamento da favela consistiram em fatores diferenciadores das características térmicas da atmosfera.

Page 31: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

31

Nos ambientes abertos da favela os contrastes térmicos foram mais acentuados, sobretudo nas estações mais frias (outono e inverno) : Maior aquecimento diurno e maior resfriamento noturno

No ambiente mais fechado da favela houve atenuação das temperaturas mais altas e mais baixas em relação aos outros pontos da favela

Page 32: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

32

Page 33: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

33

Amplitudes Térmicas Diárias: Postos A, B, C, D – Favela Paraisópolis e no Posto H – Rua Silveira

Sampaio, São Paulo, SP. Período de 19 de fevereiro a 31 de julho de 2003

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

19/2 26/2 5/3 12/3 19/3 26/3 2/4 9/4 16/4 23/4 30/4 7/5 14/5 21/5 28/5 4/6 11/6 18/6 25/6 2/7 9/7 16/7 23/7 30/7

meses/dias

oC

Posto A Posto B Posto C Posto D Posto H

Page 34: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

34

No posto fora da favela as condições térmicas eram atenuadas

Vegetação, distância entre as casas e amplidão da rua contribuíram para maior conforto térmico

Page 35: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

35

Faixa de conforto térmico: 18º e 24º C(WHO/EURO)

Sem riscos à saúde de pessoas saudáveis, com vestimenta, temperatura de radiação, isolamento, vento e estado psicológico adequados

Page 36: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

36

Em 50% das horas observadas em Paraisópolis, as temperaturas estiveram dentro da faixa de conforto

Na favela. as freqüências de temperaturas fora do limite mínimo foram mais altas que as fora do limite máximo

O posto fora da favela apresentou maior freqüência de temperaturas abaixo de 18º C que 2 pontos da favela e menor freqüência de temperaturas acima de 24º C que os 4 da favela

Page 37: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

37

Conclusões do estudo:1.A favela constitui um ambiente que aguça os extremos térmicos, com maiores amplitudes térmicas diárias que espaço adjacente arborizado;2.Taxa de internação 6,3% mais alta que no município (419/100000 versus 394/100000)3. Há diferenças atmosféricas em seus micro-espaços;4. Condições de moradia são agravantes: construções precárias, mal ventiladas, sem isolamento térmico, constituindo piores condições micro-climáticas4. Urbanização com espaços e vegetação atenua temperaturas mais altas e mais baixas

Problema de saúde pública?

Page 38: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

38

Referências:

Akbari, H.; Rosenfeld, A.H.; Taha, H. "Summer Heat Islands, Urban Trees, and White Surfaces". ASHRAE (American Society for Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers) Meeting. Atlanta, Georgia, January,

Dunne, T. "Urban hidrology in the Tropics: Problems, Solutions, Data Collection and Analysis". Technical Conference on Urban Climatology and its Applications with Special Regard to Tropical Areas. W.M.O., México, 1984.

Jabardo, José M- Conforto Termino. Comunicação Técnica n. 348. Instituto de Pesquisas Tecnológicas. S. Paulo, l984.

Jauregui, Ernesto. "Los Climas Urbanos Tropicales: Revision y Evaluacion". La Climatologia Urbana y sus Applicationes con Especial Referencia a las Regiones Tropicales- Doc.de La Conferencia Tecnica. Organizacion Meteorologica Mundial n.652. México,nov. l984. p.22 a 37

Jauregui, Ernesto."Overview of Papers on Urban Climate in Tropical/Subtropical Areas l98l/l99l". Report of the Technical Conference on Tropical Urban Climates, 28 March- 2 April, l993. Dhaka, Bangladesh. WCASP30- WHO/TD n.647. World Meteorological Organization, l994 p.377a 390

Page 39: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

39

Jendritzky, G. "Human Health and Atmospheric Environment". Report from the Meeting of Experts on climate, Tourism and Human Health. Cuba, l995.

WCASP 33. World Meteorological Organization /TD n.682. Geneva. May l995.

Lombardo, M. Ilha de Calor nas Metrópoles. Hucitec, 244p., 1985. MONTEIRO CAF. Teoria e Clima Urbano. São Paulo: IGEOG/USP; 1976. Série Teses e Monografias no. 25 (tese de livre-docência).

Prefeitura do Município de São Paulo. Diagnóstico Cartográfico Ambiental. Gráfica Municipal, 1993.

Ribeiro Sobral, H. Heat Island in São Paulo, Brazil. Critical Public Health, 15 (2): 147- 156. June 2005.

Saldiva, P H & Col. Air pollution and mortality in elderly people: a time-series study in S. Paulo, Brazil. Archives of Environmental Health, 50, 159-163, 1995.

Silva, E N. Alterações da Temperatura em ambientes externos de favela e desconforto térmico. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Saúde Pública da USP, 2004.

Page 40: 1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: ALGUMAS ABORDAGENS F Helena Ribeiro F Departamento de Saúde Ambiental F Faculdade de Saúde Pública da USP

40

Tarifa e Azevedo. Os Climas na Cidade de São Paulo. Geousp 4, 2001.

Weihe, W H. Life expectancy in tropical climates and urbanization. Urban climatology and its applications with special regard to tropical areas. In Report on the Technical Conference, México TD 652. WMO: Geneva, 1986.

World Health Organization & United Nations Environment Programme. Indoor Environment: Health Aspects of Air Quality, Thermal Environment, Light and Noise. WHO/EHE/RUD/90.2. Geneva, 1990