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1 NOVA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO: UM ESTUDO SOBRE O RECONHECIMENTO DA DEPRECIAÇÃO NA CONTABILIDADE DOS ESTADOS BRASILEIROS RESUMO O setor público vem passando por um processo de convergência de normas e procedimentos no que tange aos aspectos contábeis, onde através da publicação das Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público, busca-se a uniformização das práticas contábeis na Administração Pública. A contabilidade aplicada ao setor público deixa de ter o orçamento como foco, e passa a ter um enfoque patrimonial, onde se faz necessário verificar a eficiência na utilização dos recursos destinados a manter os entes públicos. Diante do exposto, essa pesquisa buscou verificar se são realizados os registros de depreciação pelos Poderes Executivos dos Estados Brasileiros de forma adequada. Foi realizada uma pesquisa qualitativa e quantitativa já que se buscou verificar um fenômeno que vem ocorrendo com a publicação das normas, e utilizou também percentuais para a exposição dos resultados. O estudo constatou que cerca de 74% dos estados brasileiros evidencia a depreciação no balanço patrimonial. Observou-se ainda que os fenômenos que modificam o patrimônio não são evidenciados por todos os estados brasileiros. Sobre o método de depreciação utilizado pelos entes a pesquisa obteve que 85% dos estados não divulgam o método utilizado e os que divulgam utilizam o método das cotas constantes instituído pela Receita Federal do Brasil, sendo necessária a implantação de metodologia de depreciação adequada para o setor público, com definição de vida útil condizente com a utilização do bem. Constatou-se através da pesquisa que não existe a disclousure adequada, por parte dos Estados Membro, quanto as informações, referentes à Depreciação a aos ativos depreciados, sendo necessárias medidas, para que estes Órgãos possam se adequar às Regulamentações pertinentes. Palavras-chaves: Contabilidade. Contabilidade Pública. Disclousure. Patrimônio Público. Depreciação.

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NOVA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO: UM ESTUDO SOBRE

O RECONHECIMENTO DA DEPRECIAÇÃO NA CONTABILIDADE DOS

ESTADOS BRASILEIROS

RESUMO

O setor público vem passando por um processo de convergência de normas e

procedimentos no que tange aos aspectos contábeis, onde através da publicação

das Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público, busca-se a uniformização das

práticas contábeis na Administração Pública. A contabilidade aplicada ao setor

público deixa de ter o orçamento como foco, e passa a ter um enfoque patrimonial,

onde se faz necessário verificar a eficiência na utilização dos recursos destinados a

manter os entes públicos. Diante do exposto, essa pesquisa buscou verificar se são

realizados os registros de depreciação pelos Poderes Executivos dos Estados

Brasileiros de forma adequada. Foi realizada uma pesquisa qualitativa e quantitativa

já que se buscou verificar um fenômeno que vem ocorrendo com a publicação das

normas, e utilizou também percentuais para a exposição dos resultados. O estudo

constatou que cerca de 74% dos estados brasileiros evidencia a depreciação no

balanço patrimonial. Observou-se ainda que os fenômenos que modificam o

patrimônio não são evidenciados por todos os estados brasileiros. Sobre o método

de depreciação utilizado pelos entes a pesquisa obteve que 85% dos estados não

divulgam o método utilizado e os que divulgam utilizam o método das cotas

constantes instituído pela Receita Federal do Brasil, sendo necessária a implantação

de metodologia de depreciação adequada para o setor público, com definição de

vida útil condizente com a utilização do bem. Constatou-se através da pesquisa que

não existe a disclousure adequada, por parte dos Estados Membro, quanto as

informações, referentes à Depreciação a aos ativos depreciados, sendo necessárias

medidas, para que estes Órgãos possam se adequar às Regulamentações

pertinentes.

Palavras-chaves: Contabilidade. Contabilidade Pública. Disclousure. Patrimônio

Público. Depreciação.

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1. INTRODUÇÃO

A ciência contábil vem passando por diversas mudanças decorrentes das inúmeras

demandas da sociedade em geral. Considerada a ciência que estuda o patrimônio e

nos fornece informações sobre tal para que através dessas informações se tome

decisões corretas.

No setor privado essas mudanças vêm ocorrendo de maneira mais acelerada já que

com a instituição das Normas Internacionais de Contabilidade através da

regulamentação das Leis nº 11.638/2007 e 11.941/2009, fez-se necessário a

convergência de padrões nacionais, para assim adaptar-se ao cenário mundial. A

Contabilidade Aplicada ao Setor Público também está passando por diversas

modificações, Normas Internacionais aplicadas ao setor publico ou governamental

vêm sendo discutidas no mundo inteiro, buscando então uma contabilidade mais

eficiente e gerencial.

Com a internacionalização dos mercados faz-se necessário que as informações

contábeis possam ser comparadas, e por isso surge a necessidade de padronizar

procedimentos em diversos países, permitindo assim que as informações sejam

compreensíveis em todo o mundo, atendendo assim as demandas do setor público

(SILVA, 2012).

A Lei de maior relevância voltada à Contabilidade Pública, a Lei nº 4.320/64, vem

passando por transformações graduais, pela implantação de Normas Brasileiras de

Contabilidade Pública. O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução

CFC nº 1.128/2008, aprovou no exercício de 2008 dez normas que visam padronizar

os procedimentos contábeis nos diversos órgãos públicos através da convergência

aos padrões internacionais de contabilidade aplicados ao setor público.

Assim, a considerar a fase de convergência na contabilidade pública, verifica-se o

intuito de dar à gestão de recursos públicos um caráter mais gerencial, podendo

aperfeiçoar os processos, elevar a compreensão e comparabilidade, bem como

possibilitar a uniformização dos procedimentos.

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As Normas Aplicadas ao Setor Público são aplicáveis a todos os entes que fazem

parte da Administração Pública e que são responsáveis pela guarda e gestão dos

bens e recursos públicos, conforme o que estabelece a NBC T 16.1. Esse trabalho

tem como Norma balizadora a NBC T 16.9 que apresenta regulamentações sobre o

reconhecimento de Depreciação dos bens administrados pelos entes públicos.

Acompanhando essas mudanças a Secretaria do Tesouro Nacional elaborou o

Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, que está em sua 5ª edição, e

tem a finalidade de orientar todos os gestores das diversas esferas da administração

pública nesse momento de convergência de procedimentos.

A nova contabilidade aplicada ao Setor Público tem o enfoque mais patrimonial, já

que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Com isso todas as variações

e fatos que influencie no valor do patrimônio público devem ser registrados a fim de

se obter uma contabilidade eficiente e que transmita a real situação do órgão.

Dantas et al (2012), ao observar os órgãos normatizadores e as legislações

brasileiras, enfatiza a necessidade do reconhecimento e da evidenciação de todos

os fatos e atos que ocorram nos entes do governo e por isso a falta de

reconhecimento e divulgação da depreciação pelos órgãos públicos demonstra que

as informações não condizem com a real situação do patrimônio publico e não

refletem o real desempenho institucional.

Considerando o que estabelece a resolução CFC nº. 1.136/08, a NBC T 16.9 e a

portaria da Secretaria do Tesouro Nacional nº 467/2009, que tornam obrigatória a

evidenciação da depreciação nos demonstrativos a partir do exercício de 2012, a

presente monografia está baseada no seguinte problema: os Órgãos dos Poderes

Executivos, dos Estados Brasileiros divulgam as informações referentes à

depreciação de bens do ativo imobilizado, de acordo com as Normas de

Contabilidade Aplicadas ao Setor Público?

O objetivo geral dessa pesquisa é verificar se as normas de Contabilidade aplicadas

ao Setor Público estão sendo aplicadas, em relação ao registro de depreciação de

bens públicos do grupo ativo imobilizado. Os objetivos específicos são verificar as

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características da contabilidade aplicada ao setor público; analisar a existência do

registro de depreciação dos bens públicos do ativo imobilizado e verificar a

evidenciação das informações pertinentes ao ativo imobilizado, com ênfase na forma

de divulgação da depreciação.

O trabalho foi dividido em três capítulos: O primeiro capítulo trata da fundamentação

teórica, onde aborda os principais conceitos referente as mudanças ocorridas no

Setor Público após a publicação das Normas de Contabilidade, definindo

depreciação, como também fenômenos que modificam o valor do ativo. O segundo

capítulo trata da metodologia utilizada para realização da pesquisa, definindo o

objeto da pesquisa, instrumento de coleta de dados e público alvo. O terceiro

capítulo apresenta a análise dos dados obtidos assim como discussões e

comparações com outros trabalhos. Por fim foi apresentado as considerações finais

referente a pesquisa realizada assim como sugestões para futuros trabalhos a

serem desenvolvidos na temática.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são apresentadas fundamentações bibliográficas e documentais,

sobre o assunto analisado, com o intuito de embasar a pesquisa, de modo que se

possa alcançar um resultado coerente.

2.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O ato de administrar consiste em gerir bens, interesses e serviços, conforme as

normas pertinentes, a moralidade e o objetivo de determinado patrimônio, confiado a

alguém, que não, necessariamente, seu proprietário (GASPARINI, 2004).

Paludo (2010) define a administração pública como o ramo da Administração

aplicada nas Administrações direta e indireta das três esferas de Governo: Federal,

Estadual e Municipal.

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Dessa forma, quando se tratar de bens, interesses e serviços da coletividade, a

atividade de administrar estará relacionada ao patrimônio público, portanto deve-se,

assim, buscar o bem comum. Graciliano e Fialho (2013, p. 15) complementa esse

pensamento ao citar que:

Em se tratando da administração pública, a estrutura do Estado, mantida para assegurar direitos e atender a necessidades de indivíduos e coletividades, por meio de obras e serviços de interesse social, deve ser administrado em prol da continuidade desses serviços públicos.

Apesar de ser um instrumento que tem como objetivo a busca do bem comum, a

Administração Pública, no Brasil, nem sempre foi mantida por este escopo. Houve

um período em que se buscava o bem individual do governante, e não o coletivo,

havendo confusão na distinção entre o bem público e o particular, a este período foi

atribuído o nome de modelo patrimonialista (PEREIRA, 2013).

Depois de ocorridos alguns acontecimentos na sociedade, como a revolução

industrial e o surgimento do Estado Liberal, dando uma nova conotação, quanto à

função do Estado, surgiu o modelo burocrático, que teve como base a racionalidade,

a impessoalidade e o profissionalismo, com foco nos processos, conforme Gaebler e

Osborne (1995).

Por fim, segundo Oliveira (2013), na segunda metade do século XX, surgiu o modelo

gerencial, como resposta à ampliação das funções econômicas e sociais do Estado.

O modelo teve seu foco nos resultados, ao considerar que o tempo demandado nos

processos era demasiado e não garantiam a eficiência e eficácia dos feitos da

Administração Pública.

Ainda segundo o autor, é válido ressaltar que a transição entre os modelos ocorre de

maneira gradual e contínua e não por ruptura total dos preceitos do modelo anterior,

assim, ainda é possível identificar características dos modelos patrimonialista e

burocrático coexistindo no gerencial.

A administração pública precisa superar um desafio que é ser eficiente ao maximizar

a utilização dos recursos públicos, no propósito de evitar utilização indevida e gastos

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desnecessários, fugindo dos objetivos dos entes públicos, que busca atender as

demandas impostas pela sociedade, através de serviços básicos de qualidade, e

para tanto se torna necessário a boa gestão do patrimônio público (GRACILIANO E

FIALHO, 2013).

2.2. CIÊNCIA CONTÁBIL

A Contabilidade surgiu a partir do momento que as civilizações antigas sentiram a

necessidade de quantificar e qualificar tudo que possuía, ou seja, viram a

necessidade de controlar seu patrimônio. Através desse controle os proprietários de

terras conseguiam contabilizar toda a renda auferida, com a venda e troca de

produtos agrícolas e pecuários. Como preconiza Sá (1997, p. 15), “a Contabilidade

nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela”.

Ferreira (2008, p. 1) descreve a contabilidade como a “ciência que estuda o

patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os princípios e as

técnicas necessárias ao controle, à exposição e à análise dos elementos

patrimoniais e de suas modificações”.

A importância do registro contábil se dá pela necessidade informacional demandada

pela sociedade no geral, já que para se tomar decisões corretas é preciso saber

através de dados informacionais, o que vem a ser melhor para cada situação, além

de ser possível avaliar os resultados. Uma gestão de qualidade precisa de

informações contábeis fidedignas, como bem relata Ferreira (2008, p. 2):

Os administradores necessitam das informações contábeis para melhor desempenhar as funções de gestão do patrimônio. Para eles, essas informações podem ser uteis ao planejamento, ao controle, à tomada de decisões.

Rapozo (2004) enfatiza que com o passar do tempo a Contabilidade foi se ajustando

a fim de atender as reais necessidades da sociedade. Ao término do Século XIX e

início do Século XX, ela teve uma evolução significativa com a expansão da

Indústria especialmente na Inglaterra e nos EUA, tendo em vista o início da

Revolução Industrial. Com o surgimento das fábricas, os ativos fixos passaram a

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representar um valor considerável do custo de produção, o que tornou necessário e

importante o cálculo de depreciação.

2.3. A CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO

A Contabilidade Aplicada ao Setor Público tem a função de subsidiar o gestor

público no processo de tomada de decisões através de informações fidedignas. A

NBC T - 16.1, Norma Brasileira de Contabilidade aplicada ao Setor Público, trás

conceitos, objeto e campo de aplicação da Contabilidade Pública, onde define a

Contabilidade Pública como:

Ramo da Ciência Contábil que aplica, no processo gerados de informações, os princípios e as normas contábeis direcionados à gestão patrimonial de entidades públicas, oferecendo aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão e à adequada prestação de contas.

Assim como na Contabilidade aplicada ao setor privado, o objeto de estudo da

Contabilidade Pública é o Patrimônio só que no setor público esse patrimônio objeto

de estudo é considerado o Patrimônio Público. Bezerra Filho (2008, p. 152) define

patrimônio público ao assegurar que “constitui o conjunto de bens, valores, créditos

e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em moeda que a Fazenda Pública

possui e utiliza na consecução dos seus objetivos”.

A contabilidade Pública nasce na necessidade de apoio à administração pública

moderna, pois é de fundamental importância para o controle e planejamento de

todos os fatos que ocorrem dentro da entidade. Segundo Araújo e Arruda (2004, p.

2):

A administração pública, em sentido material, é o conjunto coordenado de funções que visam á boa gestão da res publica (ou seja, da coisa pública), de modo a possibilitar que os interesses da sociedade sejam alcançados. Entre os diversos conceitos apresentados, pode-se ver que a administração pública engloba todo o aparelhamento do Estado, preordenado á realização de seus serviços, que buscam a satisfação das necessidades coletivas.

De acordo com o Tribunal de Contas do Mato Grosso (2013) a contabilidade

aplicada ao setor público tem como objetivo apoiar no processo de tomada de

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decisão, através de informações sobre o que foi planejado, executado e resultados

alcançados, incluindo os aspectos orçamentários, financeiros, econômicos e

patrimoniais das entidades do setor público, por meio de prestações de contas dos

entes auxiliando no controle social.

No Brasil, a Lei nº 4.320/64 afirma que é utilizado o regime misto de para apuração

do resultado ao findar um exercício, ou seja, é utilizado o regime de caixa e

competência em conjunto (ARAÚJO e ARRUDA, 2004). Esse entendimento do

regime misto pode ser verificado ao ler o que diz o Art. 35, Título IV do Exercício

Financeiro, da Lei 4.320/64: “Pertencem ao exercício financeiro: I- as receitas nele

arrecadas; II – as despesas nele empenhadas”, ou seja, para as receitas utiliza-se o

regime de caixa, e para as despesas o regime de competência.

Sabe-se que o regime de competência trás mais eficiência para qualquer que seja a

entidade (pública ou privada), pois através desse regime é possível ter um maior

controle do patrimônio já que todos os fatos ocorridos são registrados no período

que ocorre. Porém conforme Machado e Reis apud Herbest (2010, p. 29) os

principais motivos para utilizar o regime de caixa para arrecadação das receitas é

entre outros: “(1) a segurança nas decisões sobre pagamentos com base nas

disponibilidades efetivas de caixa; (2) o conservadorismo do regime que permite

apurar a situação financeira da entidade com base na informação do caixa único”.

Cruvinel e Lima (2011) aborda que o regime de competência é considerado o

método que apresenta de forma mais eficiente o comportamento econômico no

resultado apurado ao fim do exercício, reconhecendo as receitas e despesas

independentemente do recebimento e desembolso de recursos financeiros das

disponibilidades do ente.

Os autores ainda afirmam que o processo de convergência e a mudança do regime

contábil no setor público para o de competência integral proporcionará informações

financeiras “proporcionará informação financeira mais abrangente e confiável do

patrimônio público, as receitas e despesas serão alocadas segundo as metas de

desempenho governamental e não apenas conforme os orçamentos previamente

aprovados e ocorrerá o registro de todos os itens que compõem o patrimônio”

(CRUVINEL E LIMA, 2011, p. 82).

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Esse novo cenário surge com a necessidade de convergência de normas contábeis

brasileiras às normas internacionais. Lima et al (2009, p. 18) afirma que:

A tendência de padronização de procedimentos contábeis e de convergência também está presente no Setor Público tanto que a Internacional Federation of Accountants (IFAC), tomando como referência os padrões aplicados ao setor empresarial, elaborou as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (Internacional Public Sector Accounting Standards – IPSAS). As IPSAS, que estão em processo de adoção por diversos países, buscam, de modo geral, a convergência dos critérios de reconhecimento de Receitas e Despesas, Ativos e Passivos, bem como da forma de evidenciação da situação financeira, dos resultados do exercício, das mutações da posição financeira e das mutações no patrimônio líquido no âmbito do Setor Público.

Ainda segundo os autores, o registro das receitas e despesas através de um

demonstrativo econômico permite o maior controle sobre a eficiência na utilização

dos recursos, já que através de relatórios pode-se verificar todas alterações

ocorridas no patrimônio.

2.4. PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO - PCASP

O plano de contas é considerado a disposição de contas contábeis utilizadas na

elaboração de qualquer que seja o relatório contábil, e deve ser adequado com as

necessidades de cada organização (FERREIRA, 2008). O MCASP define plano de

contas como:

Estrutura básica da escrituração contábil, formada por um conjunto de contas previamente estabelecido, que permite obter as informações necessárias à elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis conforme as características gerais da entidade, possibilitando a padronização de procedimentos contábeis. (MCASP, 2012, Parte II, p. 7)

Ainda segundo o MCASP (2012), a implementação do Plano de Contas Aplicado ao

Setor Público (PCASP) vem da necessidade de melhor evidenciar os fenômenos

que ocorrem no patrimônio público de ordem financeira e patrimonial, como também

da busca pela padronização dos relatórios emitidos pela administração pública

nacional.

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Para Feitosa (2012, p. 21) o objetivo geral do PCASP “orbita em torno da redução de

divergências conceituais e procedimentais, em beneficio da transparência da gestão

fiscal, da racionalização de custos nos entes da Federação e do controle social”.

O principal motivo para mudança do Plano de Contas utilizado pelos entes que

compõe a administração pública foi a mudança de enfoque da contabilidade pública,

onde a mesma tem deixado de ser exclusivamente orçamentária para de fato

demonstrar o patrimônio público. Leão (2010) complementa que o principal foco da

contabilidade pública era o orçamento, e por consequência essa era o principal

objetivo dos demonstrativos contábeis, deixando para segundo plano o patrimônio

público.

Além da padronização, o PCASP trás uma inovação ao introduzir o sistema

financeiro no subsistema patrimonial, com isso a nova estrutura do sistema contábil

está disposto da seguinte forma:

12. O sistema contábil está estruturado nos seguintes subsistemas de informações: (a) Orçamentário – registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária; (c) Patrimonial – registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público; (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.268/09) (d) Custos – registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública; (e) Compensação – registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle. (NBC T 16.2, 2008)

Percebe-se que com a nova divisão do sistema contábil, faz-se necessário

apresentar uma contabilidade patrimonial, e ainda é de fundamental importância

apurar os custos no setor público, já que só é possível verificar se a gestão está

sendo eficiente confrontando os custos com os serviços prestados a população. Ao

realizar um comparativo entre o antigo plano de contas para o novo plano de contas,

Feitosa (2012) sintetizou em um quadro as principais modificações que o PCASP

apresenta:

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Figura 1. Comparativo entre o PCU e o PCASP

Fonte: Feitosa (2012, p. 26).

O autor afirma com a nova estrutura a contabilidade aplicada ao setor público tem

uma semelhança com a contabilidade empresarial, onde o enfoque deixa de ser

apenas nos demonstrativos ligados ao orçamento, e passa a ter destaque uma

contabilidade patrimonial.

2.4.1. Demonstrações Contábeis

Greco (2008, p. 21) alega que:

As demonstrações contábeis buscam evidenciar a situação orçamentária, financeira e econômica das entidades, em determinando momento ou período. Para tanto, as demonstrações e seus registros contábeis devem estar pautados em princípios fundamentais que possam assegurar a uniformidade e a confiabilidade das informações nelas contidas. A adoção de princípios ajuda os usuários a compreender a abrangência e as limitações das informações contidas nessas demonstrações. (GRECO, 2008, p. 21)

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Antes da divulgação das Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, a Lei

nº 4.320/1964 já estabelecia que os resultados gerais dos exercícios fossem

demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço

Patrimonial e na Demonstração das Variações Patrimoniais.

Com a mudança da contabilidade aplicada ao setor público, que passa de uma

contabilidade orçamentária para uma contabilidade patrimonial, se faz necessário

utilizar demonstrativos que evidencie a real situação patrimonial da entidade pública.

A NBC T 16.6 trata dos assuntos pertinentes aos demonstrativos contábeis que são

obrigatórios aos entes públicos de todas as esferas: Balanço Orçamentário, Balanço

Financeiro, Demonstrações das Variações Patrimoniais, Balanço Patrimonial,

Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Resultado Econômico.

A NBCASP traz como inovação a Demonstração do Fluxo de Caixa e a

Demonstração do Resultado Econômico. A NBC T 16.6 esclarece que deve

evidenciar as movimentações de caixa e equivalentes nos Fluxos de caixa das

operações que compreende as entradas de caixa inclusive decorrentes de receitas

originarias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e

demais fluxos que não sejam investimentos ou financiamentos; no Fluxo de caixa

dos investimentos que são recursos relacionados à aquisição e à alienação de ativo

não circulante, assim como recebimentos de dinheiro referente a liquidação de

adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras operações da

mesma natureza e no Fluxo de caixa de financiamentos os recursos captados e

amortizados de empréstimos e financiamentos. Conforme a NBC T 16.6 a

Demonstração do Resultado Econômico deve conter as Receitas econômicas dos

serviços prestados e dos bens ou dos produtos fornecidos, os custos e despesas

identificados com a execução da ação pública e o resultado econômico apurado.

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2.5. DISCLOUSURE DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS NO SETOR

PÚBLICO

Entre os objetivos da contabilidade está a evidenciação das informações por meio

de relatórios contábeis, que mostre todos os registros dos fatos que ocorrem em

determinado ente. Iudícibus apud Ribeiro Filho et al (2009, p. 267) define que a

disclousure:

É o compromisso inalienável da Contabilidade com seus usuários e com os próprios objetivos. As formas de evidenciação podem variar, mas a essência é sempre a mesma: apresentar informação quantitativa e qualitativa de maneira ordenada, deixando o menos possível para ficar de fora dos demonstrativos formais, a fim de propiciar uma base adequada de informação para o usuário.

A evidenciação esta associada a utilidade da informação contábil, que é atender

uma demanda informacional imposta por usuários da informação. Dias Filho (2000)

afirma que a disclousure tem a missão de levar informações relevantes a todos que

tenham interesse nelas.

A Lei 4.320/64 já previa que todos os registros dos atos e fatos ocorridos na

administração pública devem ser evidenciados de forma que se promova a

transparência na execução orçamentaria, financeira e patrimonial. Graciliano e

Fialho (2013) aponta que a evidenciação e a transparência são fundamentais para o

exercício do controle social, ou seja, o controle externo só pode de fato ser feito se

houver a divulgação das informações em tempo hábil.

Com a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal, tornou-se imprescindível a

evidenciação e a disponibilização de informações referente à gestão dos recursos

públicos nas três esferas de governo, e o acesso deve ser por meio eletrônico e de

acesso público (BRASIL, 2000).

Graciliano e Fialho (2013, p. 15) afirmam que “evidenciação e transparência

constituem requisitos indispensáveis para o exercício do controle social, que é a

modalidade de controle externo cujo agente controlador é a sociedade civil

organizada ou o cidadão”.

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2.6. PATRIMÔNIO PÚBLICO

O Patrimônio do Estado é composto pelo grupo de bens, valores, créditos e

obrigações de ordem econômica e que sejam avaliáveis em moeda, pertencentes a

Fazenda Pública e utilizados na execução e alcance dos objetivos. Segundo Bezerra

Filho (2008) o Patrimônio Estatal deve ser analisado sob os aspectos qualitativos

que se utiliza de qualidade funcional e não de valores, e sob os aspectos

quantitativos que são avaliados monetariamente.

Silva apud Camelo (2006, p. 70) afirma que “por força da execução do orçamento,

além dos recursos financeiros obtidos e da realização dos gastos de custeio, o

Estado realiza gastos na construção ou aquisição de bens cujo conjunto deve

administrar e conservar. Esse conjunto de bens constitui os BENS PÚBLICOS”.

Sob os aspectos qualitativos, as classificações dos bens públicos estão dispostas no

art. 99 do Novo Código Civil de 2002:

Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Os bens de uso comum são considerados imóveis de domínio público e antes da

instituição das NBC T, não eram apropriados contabilmente ao Patrimônio Estatal, e

era classificado como Patrimônio Comunitário ou Social por entenderem que eram

bens que não poderiam ser inventariados ou avaliados (BEZERRA FILHO, 2008).

Porém com a publicação das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao

Setor Público, um dos maiores desafios da contabilidade pública é mensurar os

valores dos bens de uso comum, onde a NBC T 16.10 em seu item 30 cita que os

bens públicos de uso comum que foram adquiridos com recursos públicos devem

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está incluídos no ativo permanente do ente que seja responsável pela sua

administração e controle. A norma ainda descreve que esses bens devem ser

mensurados ao valor de aquisição ou de construção.

Os bens de uso especial são aqueles utilizados na execução dos serviços públicos

considerados indispensáveis, pois são bens integrados a administração publica,

como por exemplo, edifícios e terrenos (TORRES JUNIOR E SILVA, 2003).

Segundo o Manual Aplicado ao Setor Público os bens dominiais:

Compreende os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Compreende ainda, não dispondo a lei em contrário, os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado, como apartamentos, armazéns, casas, glebas, terrenos, lojas, bens destinados a reforma agrária, bens imóveis a alienar dentre outros.

Ainda segundo o MCASP (2012) todos os fatos que modifiquem o patrimônio

público, tanto a agregação de valor como a perda, deve ser registrado de modo que

os bens públicos apresentem valores reais, apresentando assim informações

fidedignas.

2.7. IMPAIRMENT

Segundo Carvalho et al (2010, p. 844) “o impairment representa um dano

econômico, uma diminuição no beneficio econômico esperado do ativo ou no seu

potencial de serviço”. Para Pigatto (2004) o impairment apresenta uma diminuição

definitiva no valor do ativo, quando seu valor contábil não expressa mais a realidade.

A redução ao valor recuperável (impairment) pode ser efetuada para ativos

geradores de caixa, aquele que busca um retorno financeiro, como para ativos não

geradores de caixa que tem a finalidade de ser utilizado pela sociedade através de

sua utilização em prestação de serviços. Porém os ativos mantidos por entidades

públicas em sua maioria são não geradores de caixa, já que visam ser útil para a

Page 16: 1 NOVA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO: UM

16

sociedade e por isso o MCASP até então trás orientações referentes a esses ativos.

(MCAPS, 2012).

Para encontrar o valor da perda por impairment é realizado o impairment test que é

considerado o teste de recuperabilidade do custo daquele ativo que está sofrendo

perda. Para Gox e Wagenhofer apud Carvalho et al (2008) o impairment test é

considerada uma prática conservadora pois só é registrado a perda se o ativo estiver

registrado com valor contábil inferior ao valor recuperável pela venda ou uso, caso o

valor recuperável seja superior mantém o valor contábil e não registra nenhum

ganho.

Para a realização do impaiment test é fundamental que os ativos sejam devidamente

registrados, reconhecidos e mensurados, e por isso para o setor público a falta

evidenciação de alguns ativos torna um obstáculo para a realização desses testes,

Carvalho et al (2010, p. 845) complementa enfatizando que “em decorrência de

dificuldades de mensuração, alguns ativos não são reconhecidos nas

demonstrações financeiras das entidades públicas brasileiras e, além disso, a

depreciação dos ativos dessas entidades não é contabilizada”.

Ainda sobre o registro das perdas por impairment o NBC T 16.10, no seu item 25,

estabelece que:

O reconhecimento inicial do ativo imobilizado deve ser contabilizado com base em seu valor de aquisição ou construção menos a depreciação, amortização ou exaustão acumulada segregada do montante acumulado de quaisquer perdas do valor que tenham sofrido ao longo de sua vida útil por impairment.

É valido ressaltar que existem diferenças entre o registro de perdas por impairment e

depreciação. As perdas por impairment não podem serem prevista, ou seja,

depende de fatores que influencie na perda de valor do ativo, um exemplo disso

seria um registro de perda por impairment decorrente de um temporal que atingiu

algum bem de uso especial, não se esperava que isso ocorresse, ou seja não foi um

fato previsto (CARVALHO et al, 2010).

Já a depreciação é prevista, pois qualquer bem (exceto terrenos e obras de artes)

sofre redução do valor por desgastes, ação da natureza, obsolescência ou perda de

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17

utilidade, e por isso deve ter registrado nos demonstrativos essas perdas. Além

disso, a depreciação é alocação sistemática de um ativo ao longo da sua vida útil.

(BORGHETTI et al, 2012).

As perdas por impairment devem ser evidenciadas nos demonstrativos pertinentes,

como balanço patrimonial e demonstração do resultado, além de ter esclarecimentos

divulgados através de notas explicativas como a classificação de perda por

impairment, a descrição geral do montante entre outros. (CARVALHO et al, 2010)

Para verificar se determinado bem sofreu perda por irrecuperabilidade, o MCASP

(2012) estabelece que a entidade deva verificar alguns fatores que são classificadas

como fontes externas de informações e fontes internas de informações. Abaixo

segue alguns desses fatores:

Tabela 1. Fontes Externas e Internas de informações referente a perda por impairment.

FONTES EXTERNAS DE INFORMAÇÕES FONTES INTERNAS DE INFORMAÇÕES

Cessação total ou parcial das demandas ou

necessidade dos serviços fornecidos pelo

bem.

Evidência de danos físicos no ativo.

Para os casos em que haja um mercado ativo

e o bem não puder mais ser utilizado, o valor

de mercado desse bem caiu

significativamente, mais do que seria

esperado pela passagem do tempo ou uso

normal.

Mudanças significativas de longo prazo, com

efeito adverso sobre a entidade, que

ocorrem durante o período, ou que devem

ocorrer em futuro próximo, na medida ou

maneira em que um ativo é ou será usado.

Mudanças significativas, de longo prazo, com

efeito adverso para a entidade ocorreram ou

estão para ocorrer no ambiente tecnológico,

legal ou de política de governo no qual a

entidade opera.

Evidência disponível, proveniente de

relatório interno, que indique que o

desempenho dos serviços de um ativo é ou

será pior do que o esperado. Os relatórios

internos podem indicar que um ativo não

está executando como esperado.

Fonte: Elaborada pela autora de acordo com informações do MCASP (2012)

Diante do exposto, verifica-se que o impairment test pode ser um grande aliado para

atribuir o fair value dos ativos compostos pelo patrimônio público (RAUPP E

BEUREN, 2006). Ainda conforme os autores a divulgação das informações de

impairment e fair value pode trazer uma vantagem que é a melhoria na evidenciação

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18

contábil do ativo imobilizado pelo seu valor justo auxiliando no processo decisório do

futuro determinado pela vida útil do bem e a aquisição de novos bens.

2.8. REGISTRO DE DEPRECIAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

Para Diógenes e Slomski (2008) a “depreciação é a alocação sistemática do valor

depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Valor depreciável é o custo de um

ativo, ou outro valor que figure nos livros em lugar do custo do ativo, menos o seu

valor residual”.

Conforme Iudícibus et al (2010), todos os elementos que fazem parte do Ativo

Imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica, isso com exceção de

terrenos que ao passar dos anos sofre valorização. Por isso o custo desses ativos

deve ser alocado de maneira sistemática aos exercícios beneficiados por seu uso no

decorrer de sua vida útil econômica. Graciliano e Fialho (2012, p. 18) afirma que:

Com a publicação da NBC T 16.9, ficou explícita a obrigatoriedade do reconhecimento da depreciação no setor público e que tal reconhecimento da depreciação no setor público deverá ocorrer até que o valor contábil do ativo iguale-se ao seu valor residual. O valor depreciado apurado mensalmente deve ser reconhecido nas variações patrimoniais do exercício durante a vida útil econômica do bem.

O MCASP (2012) trás em sua parte II que dita Procedimentos Contábeis

Patrimoniais aplicados à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, alguns

conceitos referente a depreciação, assim como e instruções para a correta

divulgação das informações pertinentes a ela. O Manual cita que todos os bens

patrimoniais tangíveis sofrem o fenômeno chamado depreciação por diversas

causas, como ação da natureza, obsolescência, entre outras, e essa perda de valor

se inicia a partir do momento que esses elementos são colocados em uso.

Todas informações referentes ao Ativo Imobilizado do ente público devem ser

divulgadas, entre elas está a depreciação, que segundo o MCASP (2012) deve

conter os critérios utilizados para determinar o valor contábil dos bens, o método de

depreciação que a entidade utiliza, a vida útil e as taxas de depreciação que foram

aplicadas, o valor contábil bruto dos bens com sua determinada depreciação.

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19

Ainda conforme o que dita o MCASP (2012) dentre as informações devem conter

todas as movimentações ocorridas dentro do exercício, demonstrando todas (os):

I) Adições; II) Baixas; III) Aquisições por meio de combinações de negócios; IV) Aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações e perda por

redução ao valor recuperável de ativos reconhecida ou revertida diretamente no patrimônio líquido;

V) Perdas por desvalorização de ativos, reconhecidas no resultado; VI) Reversão das perdas por desvalorização de ativos, reconhecidas no

resultado; VII) Depreciações.

Iudícibus (2009, p. 183) relaciona “os problemas principais ligados ao imobilizado

tangível sujeito à depreciação podem ser assim resumidos: 1) o problema da vida

útil; 2) o problema da avaliação (do ativo e da depreciação); 3) o problema do

método de depreciação”.

Segundo Iudícibus (2010) uma das dificuldades encontradas para calcular a

depreciação, é a definição da vida útil do bem do ativo imobilizado. O autor afirma

que a vida útil é definida através do quanto o bem será útil para a entidade que pode

ser definida pelo período de tempo que a entidade espera utilizar o ativo como

também pode ser definida através da quantidade de unidades produzidas que a

entidade espera ter com esse ativo.

Ainda sobre a vida útil Bezerra Filho et al (2012) diz que deve ser definida através de

índices e parâmetros estabelecidos através de normas ou laudo técnico, porém ao

estabelecer a vida útil de um bem, vale identificar que alguns bens móveis não estão

sujeitos a depreciação pela sua característica de agregação de valor ao passar do

tempo como é o caso de obras de artes, antiguidades entre outros.

De acordo com o mesmo autor e em conformidade com a NBC T 16.9 alguns fatores

são decisivos na estimativa da vida útil de um bem, são eles:

A capacidade de geração de benefícios futuros, através de sua devida

utilização;

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20

O desgaste físico influenciado pelo uso constante em suas atividades

operacionais;

A obsolescência tecnológica advindo de novos produtos lançados no mercado

que tragam maiores benefícios e mais utilidade;

Para que haja os devidos registros de depreciação do imobilizado, é importante que

seus saldos iniciais sejam um tanto quanto consistente e de confiança, conforme

estabelece o Manual do Siafi (2011, p. 8). Por isso Raupp e Beuren (2006, p. 6)

assegura que “no que concerne aos itens do ativo, a adoção do fair value objetiva,

dentre outros fatores, refletir o valor econômico dos mesmos, minimizando a

defasagem de valores ocasionada pelo custo histórico”.

Conforme Machado et al (2012, p. 104) “para que o valor do ativo imobilizado

corresponda ao valor justo, deve-se fazer a reavaliação dos bens registrados com

valor inferior ao valor de mercado; e para os que apresentam valor superior, é

necessário fazer a redução ao valor recuperável”.

2.8.1 Métodos de Depreciação

A NBC T SP 16.9 não apresenta um método único de depreciação, e apenas dá

alguns exemplos de métodos que podem ser utilizados, enfatizando que os métodos

não são esgotados apenas a estes: Método linear; Método dos saldos decrescentes;

Método das unidades produzidas.

O MCASP (2012) destaca que deve ser estimado a vida útil dos bens que compõe o

patrimônio público, com base na experiência da entidade com ativos semelhantes,

ou seja, nem sempre os métodos citados anteriormente atendem as reais

necessidades da entidade e para tanto deve ser realizado um estudo sobre a

utilidade do bem na entidade, através de como e por quanto tempo esse bem será

utilizado pela administração pública.

Sobre os métodos de depreciação o MCASP apresenta que:

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21

Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para alocar de forma sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo de sua vida útil. Não é exigido que todos os bens sejam avaliados pelo mesmo método. Dentre os métodos destaca-se o da linha reta (ou cotas constantes), o da soma dos dígitos e o de unidades produzidas. (MCASP, 2012, PARTE II, p. 98).

O método das cotas constantes também denominado de linear, segundo Iudícibus

(2010, p. 249) “é calculada dividindo-se o valor depreciável pelo tempo de vida útil

do bem, e é representada pela seguinte fórmula: Depreciação = (Valor de custo

menos valor residual) dividido pela vida útil.”

O método das unidades produzidas segundo o MCASP (2012) é baseado nas

quantidades de unidades que serão produzidas em um exercício dividido pela

quantidade de unidades que podem ser produzidas durante toda a vida útil do bem.

Ainda no MCASP verifica-se que no método da soma dos dígitos é utilizado uma

taxa decrescente durante a vida útil, o manual afirma ainda que esse método é

considerado o mais eficiente para cálculos de depreciação de veículos, isso devido

ao crescimento de desgastes ao passar dos anos.

3. METODOLOGIA

As informações analisadas foram extraídas dos endereços eletrônicos dos entes

pesquisados através do Balanço Geral de cada Estado, além de utilizar também

dados referentes às demonstrações contábeis disponibilizados no portal do Sistema

de Coleta de Dados Contábeis dos Entes da Federação – SISTN referente ao

exercício de 2012. O Balanço Geral do Estado de cada ente é um relatório que

possui informações sobre a gestão dos recursos, ou seja, é considerado como notas

explicativas sobre métodos utilizados assim como critérios e realizações de ações do

governo, integrando assim a Prestação de Contas Anual do Governo de cada

Estado.

O SISTN utilizado como fonte de informações dessa pesquisa “é o sistema

desenvolvido pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN, do ministério da Fazenda,

que tem como objetivo coletar dados contábeis das Unidades da Federação, através

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22

de convênio firmado com a Caixa Econômica Federal (instituição que realiza a coleta

diretamente com os entes e as disponibiliza à STN)”. (DANTAS et al, 2012, p.60)

Figura 2. Página do SISTN

Fonte: Caixa Econômica Federal (2013).

O universo da pesquisa compreende os vinte e sete estados brasileiros conforme

relacionado na Tabela 2:

Tabela 2. Entes Federativos do Brasil

1 Acre

2 Alagoas

3 Amapá

4 Amazonas

5 Bahia

6 Ceará

7 Distrito Federal

8 Espírito Santo

9 Goiás

10 Maranhão

11 Mato Grosso

12 Mato Grosso do Sul

13 Minas Gerais

14 Pará

15 Paraíba

16 Paraná

17 Pernambuco

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23

18 Piauí

19 Rio de Janeiro

20 Rio Grande do Norte

21 Rio Grande do Sul

22 Rondônia

23 Roraima

24 Santa Catarina

25 São Paulo

26 Sergipe

27 Tocatins

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

Beuren (2008) apresenta três categorias para a aplicação da metodologia: quanto ao

objetivo, quanto aos procedimentos e quanto a abordagem do problema. Quanto aos

objetivos a pesquisa é considerada exploratória, pois conforme Marion et al (2002, p.

62) esse tipo de pesquisa é “desenvolvida quando se tem pouco conhecimento a

respeito de determinado assunto ou aspectos dele”. Ainda segundo os objetivos, a

pesquisa é descritiva já que segundo o autor, tem o objetivo de descrever

determinado acontecimento sem manipular os dados, ou seja, a pesquisa é

realizada através da observação do objeto que está sendo estudado.

Quanto aos procedimentos classifica-se como uma pesquisa bibliográfica e

documental. Chaves (2007, p. 72) define a pesquisa bibliográfica como “estudo

sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas,

jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”.

Silva e Grigolo apud Beuren (2008, p.89) descreve que:

A pesquisa documental vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma análise aprofundada, esse tipo de pesquisa visa, assim, selecionar, tratar e interpretar a informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe algum valor, podendo, desse modo, contribuir com a continuidade cientifica a fim de que outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel.

Os autores definem ainda que os documentos analisados são classificados em dois

tipos principais: fontes de primeira mão e fontes de segunda mão:

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24

Primeira mão como os que não recebem qualquer tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens de jornal, livros, sites de internet. Os documentos de segunda mão são os que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas, entre outros (GIL apud BEUREN, 2008, p.89)

Quanto a abordagem do problema a pesquisa é classificada como quali-quantitativa,

pois conforme Dantas et al (2012, p. 60) “mesmo sem a aplicação de instrumentos

estatísticos específicos na analise, há a utilização de quantificações e de

percentuais para tratamento dos dados”.

4. ANÁLISE DOS DADOS

Em um primeiro momento foi realizado a extração dos Balanços Patrimoniais

referente ao exercício de 2012 do SISTN de todos os entes federativos brasileiros,

visando a obtenção de material para a tabulação de informações referentes ao Ativo

Imobilizado, compostos por dois grandes subgrupos: os dos bens móveis e os dos

bens imóveis.

Através dos demonstrativos contábeis foi realizado o levantamento de quais bens

móveis e imóveis são evidenciados nos Balanços Patrimoniais, separando os grupos

de contas pertencentes ao Imobilizado e quantificando quais Estados Brasileiros

possuem ou registra esses bens. Segue abaixo tabela com os resultados obtidos:

Tabela 3. Grupos de contas do imobilizado presente nos Balanços Patrimoniais dos 27 entes

da federação no exercício de 2012

Principais grupos do imobilizado Quantidade de estados em que os grupos estão presentes

Máquinas e Equipamentos 18

Outros bens móveis 24

Edifícios e Instalações 21

Terras e Terrenos 17

Outros bens imóveis 24

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

A tabela acima demonstra que ainda falta evidenciação dos bens públicos nos

demonstrativos contábeis dos estados brasileiros. Verifica-se ainda que o grupo de

imobilizado menos evidenciado são os das terras e terrenos, ou seja, dez dos vinte e

sete entes federativos não apresentam informações sobre a composição de suas

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25

terras e terrenos, entre esses dez entes estão os Estados de Amazonas, Ceará,

Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí e Roraíma.

Pode-se observar ainda que os grupos de contas de outros bens móveis e outros

bens imóveis não são corretamente evidenciados, de forma que possa observar que

tipos de imóveis e móveis compõem esses grupos, isto é, faltam informações

analíticas da composição dessas contas, fugindo então do principio de que as

informações devem ser pormenorizadas.

Buscou-se também através dos Demonstrativos de Variações Patrimoniais (DVP)

valores referente as despesas com depreciação do ativo imobilizado dos órgãos

públicos dos estados brasileiros, porém a evidenciação da depreciação na DVP não

apresenta o valor analítico das despesas com depreciação do ativo imobilizado,

apresentando informações sintéticas, referente a depreciação de todos os ativos.

Com base em relatórios de gestão e Balanço Geral do Estado (BGE), buscou-se

informações que dessem subsidio a pesquisa, já que o SISTN ainda não divulga

notas explicativas das demonstrações contábeis, e através das informações

apresentadas no BGE é possível verificar dados pertinentes ao Ativo Imobilizado.

Mesmo que sendo obrigatória a divulgação sobre as informações dos

demonstrativos conforme a Lei 131/2009, nem todos os estados possuem

informações precisas e detalhadas sobre os seus bens. No gráfico abaixo

verificamos em percentual o quantitativo de entes que divulgam as informações

ainda que incompleta dos bens públicos:

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26

Gráfico 1. Informações sobre bens públicos no BGE.

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

Com os dados coletados, podemos observar no gráfico acima que 74% dos estados

brasileiros, cerca de 20, divulgam informação referente ao seu patrimônio incluindo

então informações sobre bens do ativo imobilizado, conforme dispõe a tabela

abaixo:

Tabela 4. Estados brasileiros que apresentam informações sobre os bens públicos no BGE

Acre Sim

Alagoas Sim

Amapá Sim

Amazonas Sim

Bahia Sim

Ceará Sim

Distrito Federal Sim

Espírito Santo Sim

Goiás Sim

Maranhão Não

Mato Grosso Não

Mato Grosso do Sul Sim

Minas Gerais Sim

Pará Sim

Paraíba Sim

Paraná Sim

Pernambuco Sim

Piauí Sim

Rio de Janeiro Não

Rio Grande do Norte Não

Rio Grande do Sul Sim

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27

Rondônia Não

Roraima Não

Santa Catarina Sim

São Paulo Sim

Sergipe Sim

Tocantins Não

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

Percebe-se então que 7 dos 27 estados estão em desacordo com o que estabelece

a Lei nº 12.527/2011 em seu Art. 7º inciso VI que relata que é direito da população

obter informações sobre a administração do patrimônio público, assim como

informações de utilização dos recursos públicos. A citada Lei ainda estabelece que

essas informações devam ser disponibilizadas através portais de acesso de

informações e que sejam de fácil compreensibilidade.

Depois de verificada a composição do Ativo Imobilizado, foi verificado através de

notas explicativas extraídas dos BGE, informações sobre a movimentação no Ativo

Imobilizado, já que o MCASP determina que deve ser divulgadas todas informações

referente a aquisições, baixas, depreciações entre outros. Observa-se que poucos

são os dados divulgados referente a movimentação dos ativos imobilizados, onde há

maior movimentação de alienações e depreciações, ficando então a informação

incompleta já que todos os fatos ocorridos devem ser divulgados. Abaixo segue o

gráfico com a movimentação e a quantidade de entes que divulga as devidas

informações:

Gráfico 2. Movimentação do Ativo Imobilizado

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

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28

Através do gráfico e dos dados obtidos foi observado que apenas dez estados

divulgaram informações de aquisições ou adições dos bens públicos entre eles

estão os estados de Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco,

Piauí, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Já com relação às baixas de bens por

inutilidade ou outros motivos, sete dos vinte e sete entes federativos divulgaram

informações sobre essas baixas, entre eles estão os estados da Bahia, Distrito

Federal, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco, Santa Catarina e Sergipe.

Entre as movimentações do ativo imobilizado a segunda que se apresentou de

forma mais expressiva foram as alienações dos bens compostos pelo ativo

imobilizado, onde dezessete dos vinte e sete estados divulgaram informações

pertinentes as alienações desses ativos.

Verificando as movimentações notou-se que apenas três estados divulgam

informações sobre impairment dos bens públicos, são eles: Ceará, Pernambuco e

Santa Catarina, porém as informações ainda são poucas, haja vista que não

mencionam métodos do calculo de perdas por impairment e motivos que

influenciaram o registro da perda. Os outros entes divulgam um calendário com

prazos a serem cumpridos para as devidas evidenciações de perdas por impairment

conforme estabelece o MCASP.

O estado do Ceará divulgou informações sobre a redução ao valor recuperável do

ativo imobilizado através do demonstrativo das variações patrimoniais, não

apresentando como estabelece o MCASP que as informações referentes ao

impairment devem ser divulgadas através de um relatório de avaliação onde conste

informações sobre a documentação com descrição de cada bem avaliado,

identificação contábil do bem, critérios utilizados para avaliação e sua respectiva

fundamentação entre outras informações pertinentes ao ativo que foi ajustado.

Ainda sobre o impairment, o estado de Pernambuco, um dos que apresentaram

informações sobre a recuperabilidade dos ativos, informa que 20% do cronograma

para adequação dos valores dos ativos e registro de impairment foram realizadas

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29

até o fim do exercício de 2012, tendo como data para conclusão dezembro do ano

de 2014.

O último estado da lista dos que divulgam alguma informação referente ao

impairment é o estado de Santa Catarina, onde através do BGE notou que o estado

registrou as perdas por impairment apenas dos bens adquiridos após 01/01/2010,

ficando os bens adquiridos antes dessa data serem avaliados até o prazo final que

se esgota em dezembro de 2014.

Sobre a divulgação das perdas por desvalorização do ativo imobilizado, apenas

quatro dos vinte e sete entes federativos apresentam esses dados (Espírito Santo,

Pará, Paraná e Sergipe).

Por fim, a mais significativas das movimentações foi referente a depreciação, que é

o objeto de estudo dessa pesquisa, onde dezoito dos vinte e sete entes apresentam

informações que sejam conexas a depreciação. Ao buscar os balanços Patrimoniais

de cada ente federativo, nota que a maior parte desses entes apresentam em seus

demonstrativos contábeis a depreciação dos bens relacionados no ativo imobilizado.

Gráfico 3. Evidenciação da depreciação no Balanço Patrimonial

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

O gráfico acima comprova que 67% dos estados brasileiros evidenciam a

depreciação de seu ativo imobilizado no Balanço Patrimonial. Se comparamos com

o estudo de Dantas et al (2012) o avanço foi pouco significativo, já que no exercício

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30

de 2008, dezessete dos vinte e sete entes federativos evidenciavam a depreciação

no Balanço Patrimonial, sendo que a variação no decorrer desses quatro anos (2008

a 2012) foi de apenas mais um estado evidenciando. Segue tabela com os estados

que apresentam ou não a depreciação dos bens do ativo imobilizado no balanço

patrimonial:

Tabela 5. Estados brasileiros que evidenciam depreciação dos bens no Balanço Patrimonial

Acre Sim

Alagoas Sim

Amapá Não

Amazonas Sim

Bahia Sim

Ceará Não

Distrito Federal Sim

Espírito Santo Sim

Goiás Não

Maranhão Sim

Mato Grosso Sim

Mato Grosso do Sul Não

Minas Gerais Sim

Pará Sim

Paraíba Não

Paraná Sim

Pernambuco Sim

Piauí Não

Rio de Janeiro Sim

Rio Grande do Norte Não

Rio Grande do Sul Não

Rondônia Não

Roraima Sim

Santa Catarina Sim

São Paulo Sim

Sergipe Sim

Tocantins Sim

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

O MCASP na Parte II recomenda divulgar, para cada grupo de ativo imobilizado

reconhecido nas demonstrações contábeis, os métodos de depreciação utilizados,

assim como a vida útil e taxa de depreciação utilizada. Nas informações extraídas

dos BGE notou-se que apenas quatro entes divulgam as informações sobre o

método utilizado, são eles: Alagoas, Amazonas, Pará e Santa Catarina.

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31

Gráfico 4. Informações do método de depreciação utilizado

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

Ao analisar o gráfico acima é perceptível que 85% dos entes não apresentam

informações sobre os métodos de depreciação utilizados, ainda assim os outros

15% (Alagoas, Amazonas, Pará, Santa Catarina) que divulgam as informações não

evidenciam de forma analítica, ou seja, não divulgam as memórias de cálculos

utilizadas para encontrar o valor registrado como depreciação no balanço patrimonial

Entre os que apresentam os métodos utilizados, todos utilizam o método das cotas

constantes, de acordo com o que estabelece a Receita Federal do Brasil (RFB).

Para Graciliano e Fialho (2013, p. 17) a utilização do método das cotas constantes

“justifica-se pela simplicidade e aceitabilidade fiscal, haja vista as seguintes

premissas: a depreciação é função do tempo, não se leva em conta o fator custo de

capital; e a eficiência do equipamento é constante durante anos”. Com as mudanças

impostas na mensuração dos bens, Raupp e Beuren (2006) expõe que o valor

econômico do ativo imobilizado deve ser nivelado ao Fair Value, por apresentar o

valor presente dos benefícios futuros decorrentes de seu uso e por isso se faz

necessário verificar a vida útil real da depreciação de acordo com a utilização.

A vida útil dos bens definidas pelo método de cotas constantes está apresentada da

seguinte forma:

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32

Tabela 6. Vida útil – Método cotas constantes

Bem Taxa Anual Anos de Vida Útil

Edifícios 4% 25

Máquinas e Equipamentos 10% 10

Instalações 10% 10

Móveis e Utensílios 10% 10

Veículos 20% 5

Sistema de proc. dados 20% 5

Fonte: Iudícibus et al (2010, p. 247)

Através dos dados expostos na tabela acima, e com base nos balanços patrimoniais

analisou-se também a proporção dos valores registrados no ativo imobilizado com o

valor apresentado nas contas de depreciação acumulada.

Tabela 7. Distribuição percentual entre o valor da depreciação e do imobilizado por ente Federativo

Intervalo Frequência Frequência Relativa Frequência Relativa

Acumulada

0% Ⱶ 1% 8 0,44 0,44

1% Ⱶ 5% 6 0,33 0,78

5% Ⱶ 10% 2 0,11 0,89

10% Ⱶ 100% 2 0,11 1,00

TOTAL 18 1,00

Fonte: Elaborada pela autora (2013).

Ao verificar a relação do valor do imobilizado com o valor apresentado na

depreciação acumulada nota que mesmo com a evidenciação das informações, os

entes podem não está registrando de forma adequada, já que no exercício de 2012,

a maior parte dos estados apresentaram percentuais de depreciação menores que

1%, ou seja, valores poucos significativos se compararmos aos valores que estão

registrados seu ativo imobilizado. Uma possível justificativa para essa inadequação

é de que alguns estados informaram que a depreciação vem sido evidenciado em

cima de valores de bens que foram adquiridos de 2010 ou 2011 até a presente data

de fechamento de balanço, estando então a informação divulgada de forma

incompleta, sendo que a maior parte dos estados estabeleceram em seu

cronograma a adequação até dezembro de 2014.

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Entre os estados que utilizam o método das cotas constantes para o cálculo da

depreciação, dois apresentam relações entre ativo imobilizado e depreciação

acumulada menores que 4%, ou seja, o menor percentual para cálculo de

depreciação anual seria de 4% conforme tabela apresentada anteriormente, apenas

o estado de Santa Catarina apresenta relação maior que os 4%, aproximadamente

4,22%.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A administração pública vem tomando um novo direcionamento com relação a

gestão dos recursos públicos, isso vem mostrar o quão grande é a importância de se

utilizar o capital que possui de maneira eficiente.

A Ciência Contábil é uma grande aliada para esse momento de convergência que o

setor público vem passando, pois através de informações fidedignas é possível

tomar decisões corretas, e esse é o intuito da contabilidade, subsidiar no processo

decisório de qualquer entidade seja ela pública ou privada.

É de suma importância o estudo no que diz respeito a essas modificações, pois

através de discussões e pesquisas científicas, busca-se o aperfeiçoamento de

técnicas antes utilizadas que não são mais tão eficazes no cenário atual.

Impulsionada pelas exigências contidas nas NBC T, referente ao registro da

depreciação dos bens públicos, essa pesquisa teve como objetivo verificar se os

órgãos vêm evidenciando essas informações conforme estabelece o MCASP parte II

que trata de procedimentos patrimoniais.

A evidenciação é fundamental para que a sociedade possa exercer o controle social,

pois através de demonstrativos contábeis, é possível verificar a composição do

patrimônio público que é de interesse de todos os cidadãos.

Através da análise de dados verificou-se que mais da metade dos estados

brasileiros evidenciam a depreciação dos bens do ativo imobilizado no balanço

patrimonial, porém ainda faltam informações analíticas pertinentes a depreciação já

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que na Demonstração das Variações Patrimoniais o valor referente a depreciação

engloba todo o ativo do ente.

O estudo limitou-se a verificar a evidenciação da depreciação pelos estados

brasileiros no exercício de 2012, já que foi a partir desse exercício que se tornou

obrigatório o cálculo dos fenômenos que modifica o bem, entre eles a depreciação.

Em um primeiro momento a citada portaria estabelece que essas informações sejam

imprescindivelmente divulgadas nos demonstrativos do ano 2012, porém com a

publicação da recente portaria STN nº 634/2013, os estados vem adiando para a

aplicação dos novos procedimentos, que se torna obrigatório a partir do exercício de

2014. Não foram apresentadas evidenciações referentes ao 1º semestre de 2013, já

que os demonstrativos divulgados pelos estados brasileiros são publicados

anualmente, impossibilitando estender a pesquisa também ao exercício de 2013.

O objetivo do trabalho foi alcançado já que o intuito era observar se há a

evidenciação da depreciação pelos entes federativos, porém percebe-se que a

disclousure das informações contábeis ainda são incipientes. Como sugestões de

trabalhos futuros propõem: a) analisar o andamento dos municípios brasileiros no

que se refere as mudanças no setor público, advindos pelas NBC T; b) realizar a

mesma análise em algum determinado estado, como também nas capitais

brasileiras; c) um estudo sobre um modelo de avaliação de ativos que seja funcional

para o setor público determinando vidas úteis que sejam compatíveis com o uso do

ativo.

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