1. Propriedades da Matéria

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PROPRIEDADES DA MATRIA

1.1 DEFINIO DE MATRIA O universo consiste de matria e energia. Talvez poucas pessoas tenham parado para pensar sobre quantos tipos diferentes de coisas materiais existem no mundo. Cada dia entramos em contato com um sem-nmero de espcies de matrias. Ar, alimentos, gua, rochas, solos, vidro e at mesmo este livro so espcies diferentes de matria. Em uma definio genrica matria tudo que possui massa e ocupa um lugar no espao. Quando um tubo de ensaio aparentemente vazio mergulhado de boca para baixo em um bcher contendo gua, a gua penetra ligeiramente mas no o enche completamente (veja Figura 1.1). O espao no tubo que no foi ocupado pela gua contm ar. Esta experincia simples prova que o ar, que tambm matria, ocupa espao mesmo sendo invisvel. A Figura 1.2 nos mostra duas provetas contendo gua, antes e depois de mergulhar em uma delas uma arruela metlica. O aumento de volume do lquido na proveta em que foi mergulhada a arruela representa o volume ocupado pela arruela. A matria, a princpio, parece ser contnua. Contudo, na verdade, descontnua e composta por minsculas partculas separadas denominadas tomos. A natureza da partcula de matria se tornar evidente quando estudarmos a estrutura atmica e as propriedades dos gases. 1.2 ESTADOS FSICOS DA MATRIA A matria como nos familiar existe em trs estados fsicos: o slido, o lquido e o gasoso. Um slido tem como caracterstica, a forma definida, com suas partculas firmemente compactadas e aderentes umas s outras. Um slido no toma a forma do vaso em que est contido. Por exemplo um cristal de enxofre permanecer com a mesma forma quer seja colocado em um bcher, sobre um vidro de relgio ou mesmo espalhado sobre uma mesa. O slido tende a resistir deformao de sua estrutura. Inmeros slidos de ocorrncia comum corno o sal de cozinha, o acar, o quartzo e os metais so cristalinos. Os slidos cristalinos existem em modelos geomtricos regulares e repetidos. Os slidos tais como os plsticos, vidro e gis que no possuem uma forma geomtrica interna prpria e so chamados de amorfos. ("Amorfo" significa sem modelo ou forma.) Como exemplo de slidos cristalinos podemos citar - sal, quartzo e gesso.Um lquido possui a caracterstica de possuir suas partculas com movimento livre ainda que com isso retenha um volume definido. As partculas de um lquido so mantidas unidas por fortes foras de atrao porm no mantm a forma rgida como fazem os slidos. A mobilidade das partculas confere ao lquido sua fluidez e devido a isto toma a forma do vaso que o contm. Esta mobilidade faz com que os lquidos tenham a forma do recipiente que os contm. Se a gua de um dos recipientes for derramada sobre uma superfcie plana, a gua escorrer e se espalhar sobre toda a superfcie, o que demonstra a fluidez do seu estado lquido. Um gs tem a caracterstica de no possuir forma definida e de suas partculas movimentarem-se independentemente umas das outras. As partculas no estado gasoso ganham energia suficiente que permite sobrepujar as foras de atrao que as mantm unidas nos slidos ou lquidos. Um gs exerce presso continuamente em todas as direes sobre as paredes dos vasos que o contm. Devido a esta propriedade, um gs enche totalmente o recipiente. Comparadas com as dos slidos e lquidos, as partculas de um gs so relativamente afastadas e ocupam um espao muito pequeno quando o gs est confinado. Um gs pode ser comprimido at um pequeno volume e ainda expandido indefinidamente. Os lquidos no podem ser comprimidos a grande amplitude e os slidos muito menos ainda.

Figura 1.1 Um tubo de ensaio aparentemente vazio emborcado em gua. Somente pequeno volume de gua sobe pelo tubo que na verdade est cheio de ar. Esta experincia prova que o ar : matria e ocupa lugar no espao.

Quando um frasco de amnia aberto no canto de um laboratrio, imediatamente voc poder sentir seu cheiro caracterstico. O gs amonaco que se desprende da soluo vem demonstrar que as partculas gasosas se movem livre e rapidamente e tendem a se difundir em toda a rea na qual foram liberadas. Embora a matria seja descontnua, existem as foras atrativas que mantm as partculas agregadas dando-lhes assim aparncia de continuidade. Estas foras atrativas so mais fortes nos slidos dando-lhes rigidez; so mais fracas nos lquidos porm ainda suficientemente fortes para manter o volume definido; e nos gases so de tal maneira fracas que suas partculas so praticamente independentes umas das outras.

Figura 1.2 O volume de uma arruela metlica pode ser demonstrado mergulhando-a em um volume determinado de gua e observando o aumento do lquido.

Tabela 1.1 Materiais comuns nos diferentes estados da matria. Slidos Alumnio Cobre Ouro Polietileno Sal Areia Ao Enxofre Lquidos lcool Sangue Gasolina Mel Mercrio leo Vinagre gua Gases Acetileno Ar Butano Dixido de carbono Cloro Hlio Metano Oxignio

Tabela 1.2 Propriedades fsicas de slidos, lquidos e gases. Estado Slido Forma Definida Partcula Definido Firmemente aderidas e compactadas Definido Mveis ; aderidas Volume Compressibilidade Muito fraca Fraca Alta

Lquido Indefinida Gs

Indefinida Indefinido Independente uma da outra e relativamente afastada

1.3 SUBSTNCIAS E MISTURAS O termo "matria" refere-se a um conceito global de coisas materiais. Existem milhares de espcies distintas de matrias. Um exame acurado de diferentes amostras de matria nos mostra que ela pode ser homognea ou heterognea. Por homognea, entendemos que a aparncia uniforme quando vista a olho nu ou com auxlio de microscpio. A matria homognea quando apresenta propriedades idnticas e heterognea quando apresenta duas ou mais fases fisicamente distintas. Fase uma parte homognea de um sistema separada das outras partes por fronteiras fsicas. Um sistema gelo e gua, contendo ambas as fases, slido e lquido, heterogneo embora cada estado fsico da gua tenha composio uniforme e seja homogneo. Sempre que tivermos um sistema no qual existem fronteiras definidas entre os componentes, no importando que estejam nos estados slido, lquido ou gasoso, o sistema ter mais do que uma fase e por isso heterogneo. Dessa maneira, quando colocamos uma colher de acar em gua existe momentaneamente uma fase lquida e outra slida e o sistema heterogneo. Aps agitao, o acar se dissolve e o sistema passa a ter uma s fase tomando-se homogneo. Uma substncia a espcie particular de matria homognea que possui composio fixa e definida. As substncias por vezes conhecidas como substncias puras ocorrem sob duas formas: elementos e compostos. Exemplos de elementos so o ouro e o oxignio e de compostos, o sal, o acar e a gua. A matria contendo duas ou mais substncias intimamente misturadas conhecida como mistura. As misturas variam em composio e podem ser homogneas ou heterogneas. Quando se dissolve acar em gua forma-se uma soluo. Todas as partes desta soluo so doces e contm as substncias acar e gua misturadas uniformemente. As solues so misturas homogneas. O ar uma mistura homognea (soluo) de vrios gases. Se examinarmos o concreto comum, o granito, o minrio de ferro ou qualquer outro depsito mineral natural observaremos serem eles misturas heterogneas de diferentes substncias. Naturalmente, muito fcil preparar uma mistura heterognea por simples mistura fsica de duas ou mais substncias tais como o acar e o sal. A Figura 1.3 ilustra as relaes entre matria homognea e heterognea.

Figura 1.3 Formas homogneas e heterogneas da matria. Os elementos e compostos so substncias puras. Embora as solues comuns contenham mais de uma substncia, elas podem existir em uma nica fase e so homogneas. Em contraste, outras misturas so heterogneas e contm duas ou mais fases distintas.

1.4 PROPRIEDADES DAS SUBSTNCIAS Como reconhecermos uma substncia? Cada substncia possui um conjunto de propriedades caractersticas que lhe conferem uma identidade prpria. As propriedades so os traos pessoais das substncias e so classificadas como fsicas ou qumicas. As propriedades fsicas so caractersticas inerentes a uma substncia que podem ser determinadas sem que seja alterada sua composio; elas so associadas com sua existncia fsica. As propriedades fsicas comuns so cor, sabor, odor, estado da matria (slido, lquido ou gs), densidade e pontos de fuso e de ebulio. As propriedades qumicas so aquelas que relacionam a capacidade de uma substncia formar novas substncias. As propriedades qumicas descrevem o comportamento de uma substncia quando ela reage ou combina com outras substncias como acontece nas reaes qumicas. Podemos, por exemplo, selecionar algumas propriedades fsicas e qumicas do cloro. Fisicamente, o cloro um gs cerca de 2,4 vezes mais pesado que o ar, apresenta cor verdeamarelada e odor desagradvel. Quimicamente o cloro no entra em combusto mas mantm a combusto de outras substncias. E usado como agente branqueador (alvejante), como desinfetante de gua e em muitas substncias cloradas tais como gases para refrigerao e inseticidas. Quando o cloro se combina com o metal sdio forma um sal, o cloreto de sdio. Estas propriedades, entre outras, ajudam a caracterizar e identificar o cloro. As substncias so ento reconhecidas e diferenciadas por suas propriedades. A Tabela 1.3 apresenta quatro substncias e algumas de suas propriedades fsicas comuns. Tabela 1.3 Propriedades fsicas do cloro, gua, acar e cido actico. Substncia Cor Odor Cloro gua Acar cido actico Amareloesverdead o Incolor Branco Incolor Custico, sufocante Inodoro Inodoro Semelhant e ao vinagre Sabor Custico, azedo Inspido Doce Azedo Estado Fsico Gs Lquido Slido Lquido Ponto de Ebulio 0C Ponto de Congelamento 0C

-34,6 100,0 Decompe 170-186 118,0

-101,6 0,0 16,7

DUAS SUBSTNCIAS NUNCA TERO PROPRIEDADES FSICAS E QUMICAS IDNTICAS Informaes quanto s propriedades fsicas e qumicas comuns tais como as da Tabela 1.3 so facilmente obtidas nos manuais de qumica e fsica. Os cientistas no pretendem conhecer todas as respostas ou se lembrar de volumosa quantidade de dados mas importante para eles saber onde encontr-los na literatura. Os manuais so uma das fontes mais usadas para se obterem dados cientficos. 3.5 TRANSFORMAES FSICAS A matria pode sofrer dois tipos de transformaes, a fsica e a qumica. As transformaes fsicas so aquelas que se do principalmente nas propriedades fsicas (dimenso, forma, densidade etc.) ou no estado da matria sem que haja uma alterao concomitante na composio. A mudana de gelo para gua e da gua para vapor so transformaes fsicas de um estado da matria para outro. Neste tipo, no h formao de novas substncias. (Veja Figura 1.4)

Figura 1.4 Transformaes fsicas da gua

Se aquecermos um fio de platina em uma chama de um bico de gs ele se tornar rubro e retornar sua primitiva cor prateada quando esfriar. Em ambos os casos a platina sofre uma transformao fsica, alterando apenas a aparncia e no a composio. 3.6 TRANSFORMAES QUMICAS Numa transformao qumica so formadas substncias que possuem propriedades e composio inteiramente diferentes do material original. As novas substncias no precisam de modo algum ter semelhana com o material original. Se um arame de cobre for aquecido na chama de um bico de gs notar-se- uma alterao em sua aparncia quando ele esfriar. O cobre no mais apresentar sua cor caracterstica pois agora ele aparecer com cor preta. O material preto o oxido de cobre (II), uma nova substncia formada quando o cobre se combina quimicamente com o oxignio do ar durante o processo de aquecimento. O arame antes de ser aquecido era constitudo essencialmente de 100% de cobre enquanto que o oxido de cobre (II) preto formado contm somente 79,9% de cobre e o restante de oxignio (veja Figura 3.7). Quando a platina e o cobre so aquecidos nas condies acima descritas a platina que no se combina facilmente com o oxignio apenas se altera fisicamente enquanto que o cobre sofre alteraes fsica e qumica. O oxido de mercrio um p vermelho-alaranjado que aquecido a temperaturas elevadas (500600 C) se decompe em um gs incolor (oxignio) e em um metal lquido prateado (mercrio). A composio de ambos os produtos bem como seus aspectos fsicos so visivelmente diferentes daqueles do produto original. Quando o oxido de mercrio aquecido em um tubo de ensaio (ver Figura 3.8) so vistos pequenos glbulos de mercrio formados na parte mais fria do tubo. A prova da formao de oxignio feita quando se coloca um palito de madeira incandescente no interior da boca do tubo. O palito que estava apenas incandescente comea a se queimar com chama. O oxignio auxilia e mantm a combusto da madeira. Destas observaes, conclumos que houve uma transformao qumica. Os qumicos imaginaram a equao qumica como um meio abreviado de expressar as transformaes qumicas. Os dois exemplos de transformaes qumicas acima citados podem ser representados pelas seguintes equaes: Cu(s) + O2(g) CuO (s) (1) HgO2(s) Hg(L) + O2(g) (2)

equaes sero apresentadas de forma mais abreviada, usando-se smbolos para cada substncia. Numa esmagadora maioria de casos uma transformao fsica acompanha uma de carter qumico. Na Tabela 1.4 esto relacionadas as transformaes de carter fsico e qumico mais comuns. Nos exemplos da tabela voc notar que uma transformao qumica est sempre acompanhada por uma de carter fsico. Contudo, a alterao fsica s est relacionada quando ela ocorre.

Tabela 1.4 Exemplos de processos que envolvem transformaes fsicas ou qumicas. Processo Oxidao do ferro Ebulio da gua gua Combusto do enxofre guaaaaaaaaaaaaguag ao ar ua Fuso do chumbo Combusto da gasolina Lapidao do diamante Serrar madeira Combusto da madeira Aquecimento do vidro Tipo de Transformae s Qumica Fsica Qumica Fsica Qumica Fsica Fsica Qumica Fsica Transforma es Fsicas Paralelas O metal polido apresentar a cor castanho-avermelhado da ferrugem O lquido passa a vapor O slido amarelo passa a dixido enxofre, gs sufocante de enxO slido passa a lquido A combusto produz o monxido e dixido de carbono gasosos e gua Pequenos diamantes so obtidos a partir de outros maiores dosoooos Pequenas peas e ainda a serragem apartir dos maiores so obtidos a partir das maiores A combusto produz cinza, dixido de carbono e gua O slido torna-se malevel durante o aquecimento e pode ter sua forma alterada

1.7 CONSERVAO DA MASSA Experincias de grande envergadura e amplitude indicam no haver alterao na massa total das substncias envolvidas em uma transformao de carter qumico. A Lei de Conservao da Massa uma afirmao deste fato. A conservao da massa durante as transformaes qumicas a base para as relaes de massa entre reagentes e produtos. A decomposio do oxido mercrico em mercrio e oxignio ilustra esta lei. 100 gramas de oxido mercrico se decompem em 92,6 gramas de mercrio e 7,40 gramas de oxignio. xido mercrico (100g) mecrio(92,6g) + oxignio(7,40g)

Figura 1.7 A lmpada de flash contendo magnsio e oxignio tem (a) o mesmo peso antes e (b) depois de usada. Quando a lmpada ligada ocorre uma transformao qumica. As substncias originais so transformadas em um p branco de oxido de magnsio. No interior da lmpada usada para iluminao em fotografia existem fios selados de magnsio (um metal) e oxignio (um gs). Quando estes reagentes so ativados combinam-se quimicamente produzindo oxido de magnsio juntamente com uma luz branca ofuscante e bastante calor. A transformao qumica pode ser representada por esta equao: Magnsio + Oxignio Oxido de magnsio + Calor + Luz Quando pesada antes e depois da transformao qumica, como se v na Figura 1.7, a lmpada no apresenta alterao de peso. 1.8 ENERGIA Desde a descoberta de que o fogo podia ser usado para aquecer cabanas e cozinhar alimentos at a conquista do tomo atravs do qual vastas quantidades de energia so obtidas correntemente, o progresso da Humanidade tem sido dirigido por sua capacidade de controlar, produzir e utilizar energia. As formas comuns de energia so a mecnica", a qumica, a eltrica, a calorfica, a nuclear e a radiante ou luminosa. Energia a capacidade de trabalho da matria. A este respeito, a matria pode ter energia potencial e cintica. A energia potencial uma energia armazenada ou energia.que um objeto possui em funo de sua posio relativa. Por exemplo, uma bola colocada a 20 ps acima do cho ter mais energia potencial que outra a somente l O ps e pular mais alto quando deixada cair. A gua armazenada numa represa representa uma energia potencial que pode ser convertida em trabalho til sob forma de energia eltrica. A gasolina representa uma fonte armazenada de energia qumica potencial que pode ser liberada durante a combusto. A energia cintica aquela que a matria possui devido a seu movimento. Quando a gua represada liberada e comea a fluir, sua energia potencial trocada pela cintica, a qual pode ser usada para acionar geradores e produzir eletricidade. Todos os corpos em movimento possuem energia cintica. A presso exercida por um gs confinado devida energia cintica das partculas do gs que esto se movendo rapidamente. Todos temos conhecimento do resultado da coliso de dois veculos sua energia cintica despendida na "batida".

1.9 ENERGIA NAS TRANSFORMAES QUMICAS

As transformaes qumicas podem ser usadas para produzir formas diferentes de energia. A energia eltrica para a partida de veculos a motor produzida por uma transformao qumica na bateria de acumuladores. A energia luminosa para fins de fotografia proveniente de um flash que se d durante uma transformao qumica na lmpada de magnsio. A energia calorfica e a luminosa so liberadas na queima de combustveis. Toda a energia necessria para o nosso processo vital - respirao, contrao muscular, circulao sangnea etc. produzida por transformaes qumicas que ocorrem com as clulas de nosso corpo. Inversamente, a energia pode ser empregada para causar transformaes qumicas. Por exemplo, na galvanostegja, ocorre transformao qumica quando uma corrente eltrica passa atravs da soluo de um sal na qual o metal a ser revestido est mergulhado. Ocorre tambm transformao qumica quando a energia radiante do Sol utilizada pelas plantas no processo de fotossntese. , como vemos, uma transformao qumica a ao do calor sobre o oxido mercrico causando sua decomposio. As transformaes qumicas so usadas com freqncia, em princpio, para produzir energia d que novas substncias. O calor ou o empuxo gerado durante a queima de combustveis mais importante at mesmo do que os produtos formados. 1.10 CONSERVAO DA ENERGIA Um tipo de energia pode ser transformado em outro. Se durante uma transformao qumica absorvida energia, os produtos finais contm mais energia qumica ou potencial do que os reagentes. Inversamente, se durante uma transformao qumica h liberao de energia, os produtos finais contm menos energia do que os reagentes. Como exemplo, na eletrlise da gua, a energia eltrica a decompe em hidrognio e oxignio. Nesta decomposio, h absoro de energia e os produtos hidrognio e oxignio se encontram em um nvel de energia qumica mais alto que a gua. Esta energia potencial liberada sob forma de calor e de luz quando se queima o hidrognio e o oxignio para produzir novamente a gua. A Figura 1.8 ilustra as transformaes no ciclo qumico. gua Hidrognio + Oxignio gua

gua

Eletrlise Transformao qumica

Hidrognio e oxignio

C ombusto Transformao qumica

gua

Energia lumin osa e calonfic a Figura 1.8 A eletrlise da gua produzindo hidrognio e oxignio e a associao subseqente de ambos para formar novamente a gua ilustra a transformao de um tipo para outro de energia.

Figura 1.9 Albert Einstein (1879-1955), fsico de renome mundial, autor da teoria da relatividade e da interpelao entre matria e energia E = mc2. (Cortesia de The New World Library of World Literature, Inc. The universe andDr. Einstein.)

No processo mostrado na Figura 1.8 a energia eltrica transformada em energia qumica que, por sua vez, transformada em energia calorfica e luminosa. Deste exemplo podemos concluir que a energia pode ser transformada de uma forma para outra ou de uma substncia para outra e que portanto no perdida. As quantidades de energia tm sido estudadas de todos os modos em diferentes sistemas. No foi encontrado nenhum que adquira energia exceto se s expensas da energia possuda por outro sistema. Em outras palavras, a energia no pode ser criada nem destruda embora possa ser transformada de uma forma para outra. Isto uma proposio da Lei da Conservao da Energia. Um dos conceitos mais originais j enunciado foi apresentado em 1905 por Albert Einstein (1879-1955) (Figura 1.9). Ele afirmou que a quantidade de energia (E) equivalente massa (m) poderia ser calculada pela equao E = mc2, onde m expresso em gramas e c a velocidade da luz (3,0 x 1010cm/seg). De acordo com a equao de Einstein sempre que a energia absorvida ou liberada por uma substncia deve haver ganho ou perda de massa. Ainda que nas reaes qumicas as alteraes de energia sejam mensurveis e possam parecer grandes, so na verdade pequenas. A diferena de massa entre reagentes e produtos nas trocas qumicas de fato to pequena que no pode ser apreciada pelos instrumentos comuns de medio. De acordo com a equao de Einstein, 22 milhes (2,2 x IO7) de calorias so equivalentes a 0,000001 grama (l micrograma) de massa. Em sentido mais prtico quando se queima 2,8 x IO3 gramas de carbono formando dixido de carbono so liberadas 2,2 x IO7 calorias. Desta grande massa de carbono imaginamos a perda de somente l micrograma de massa (correspondendo a uma perda de 3,6 x 108 por cento da massa inicial). Por este motivo, na prtica diria, consideramos as substncias envolvidas em transformaes qumicas possuindo massa constante. Em virtude da energia e massa serem intercambiveis, as leis de conservao da massa e da energia podem ser combinadas indicando ento que a massa total e a energia de um sistema constante.

QUESTES

01. (Unicamp-SP) Qual a fase de agregao (slida, lquida ou gasosa) das substncias da tabela a seguir, quando elas se encontram no deserto da Arbia, temperatura de 50 C (presso ambiente de 1 atm)?

Substncia Clorofrmio ter etlico Etanol Fenol Pentano

Ponto de fuso -63 -116 -117 41 -130

Ponto de ebulio 61 34 78 182 36

Dados da tabela tomados sob presso de 1 atm. 02. (Unicamp-SP) A figura abaixo mostra o esquema de um processo usado para a obteno de agia potvel a partir de gua salobra (que contm alta concentrao de sais). Este "aparelho" improvisado usado em regies desrticas da Austrlia. Sol

plstico transparente a) Que mudanas de fase ocorrem com a gua, dentro do "aparelho"? b) Onde, dentro do "aparelho", ocorrem estas mudanas? c) Qual destas mudanas absorve energia e de onde esta energia provm?

pedras

03-(Unicamp-SP) Trs frascos de vidro transparentes, fechados, de formas e dimenses iguais, contm cada um a mesma massa de lquidos diferentes. Um contm gua, o outro, clorofrmio e o terceiro, etanol. Os trs lquidos so incolores e no preenchem totalmente os frascos, os quais no tm nenhuma identificao. Sem abrir os frascos, como voc faria para identificar as substncias? A densidade(d) de cada um dos lquidos, temperatura ambiente, : d(gua) = 1,0 g/cm3; d(clorofrmio) = 1,4 g/cm3 e d(etanol) = 0,8 g/cm3. 04 -Uma garrafa fechada e totalmente cheia com gua, ao ser colocada num freezer, depois de algum tempo, ou estoura ou a tampa sai da garrafa. A vida aqutica continua a existir nos rios da Europa,mesmo em invernos rigorosos. Qual a propriedade fsica da gua que justifica os dois fatos citados? Especifique-a e explique esses fatos. 05 - (Unicamp-SP) Trs frascos no rotulados encontram-se na prateleira de um laboratrio. Um contm benzeno; outro, tetracloreto de carbono e o terceiro, metanol. Sabe-se que suas densidades so: 0,87 g/cm3 (ben zeno); 1,59 g/cm3 (tetracloreto de carbono) e 0,79 g/cm3 (metanol). Dos trs lquidos, apenas o metanol solvel em gua, cuja densidade 1,00 g/cm3. Com base nessas informaes, explique o que voc faria para reconhecer os trs lquidos. Obs.: Os trs lquidos so altamente txicos e no devem ser cheirados. 06-Enquanto a solubilidade do sal de cozinha em gua varia pouco com a temperatura (de 357 g/L de gua a 0 C para 400 g/L de gua a 100 C), a do sal denominado salitre varia muito (de 116 g/L de gua a 0 C para 711 g/L de gua a 100 C). O salitre slido pouco encontrado no Brasil, mas abundante no Chile, pas andino com altas altitudes, e na ndia, pas com regies desrticas. Como voc justifica essas duas ocorrncias de salitre? 07-(Unicamp-SP) A gasolina comercializada nos postos de servio contm um teor-padro de lcool de 22% (volume/volume), permitido por lei. O teste utilizado para verificar esse teor feito da seguinte maneira: em uma proveta de 100 cm3 adicionam-se 50 cm3 de gasolina e 50 cm3 de gua, e agita-se. Formam-se duas fases distintas, ou seja, uma fase superior de gasolina e uma fase inferior de gua mais lcool. a) Qual o volume de cada uma dessas fases? b) Como esse teste indica se a gasolina vendida em determinado posto contm mais lcool que o permitido? (UFV-MG) Considere as seguintes propriedades de trs substncias. Substncia A: quando colocada dentro de um recipiente, move-se sempre para o fundo. Substncia B: quando colocada dentro de um recipiente, espalha-se por todo o espao disponvel. Substncia C: quando colocada dentro de um recipiente, move-se sempre para o fundo, espalhando-se e cobrindo-o. Os estados fsicos das substncias A, B e C so, respectivamente: a) lquido, slido e gasoso. b) slido, gasoso e lquido. c) gasoso, lquido e slido. d) slido, lquido e gasoso e) gasoso, slido e lquido

08-. (UFMG) Uma coroa contm 579 g de ouro (densidade 19,3 g/cm3), 90 g de cobre (densidade 9,0 g/cm3), 105 g de prata (densidade 10,5 g/cm3). Se o volume final dessa coroa corresponder soma dos volu mes de seus trs componentes, a densidade dela, em g/cm 3, ser: a) 10,5 b) 12,9 c) 15,5 d) 19,3 e) 38,8 09-.(UFMG) Os desenhos abaixo ilustram experincias em que medidores de densidade, de caractersticas iguais, foram mergulhados em provetas com 100 mL de trs lquidos mantidos mesma temperatura. lcool - densidade: 0,80 g/mL gua - densidade: 1,0 g/mL. Tetracloreto de carbono - densidade: 1,6 g/mL.Com relao s experincias descritas, a afirmativa certa : a) A proveta III contm tetracloreto de carbono. b) O lquido na proveta III tem massa duas vezes maior do que a do lquido na proveta l. c) A posio de cada densmetro ser a mesma numa outra temperatura. d) 50 mL de qualquer um dos trs lquidos tem a metade da massa correspondente a 100 mL e) A adio de acar proveta com gua provoca o afundamento do densmetro. 10-. (UFMG) A tabela contm propriedades de algumas substncias. Substncia Glicerina Eugenol Etanotiol PFf C) 20 ~7,5 -144 PFf C) 290 253 35 rf(g/mL) 1,26 1,07 0,839 Insolvel Pouco solvel em Muito solvel

Com base nos dados da tabela, possvel concluir que todas as alternativas abaixo esto corretas, exceto: a) A mistura eugenol-glicerina pode ser separada por adio de gua. b) Numa mistura de gua e glicerina, a gua sobrenadante. c) Um litro de glicerina pesa tanto quanto 1,26 litro de gua. d) O etanotiol um lquido mais voltil do que a gua. e) Num dia muito frio, a glicerina um slido.