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mecanica dos fluidos
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Laboratório de Fluidos MecânicosEngenharia Química
Período 5º
Relatório de Fluidos MecânicosVERTEDORES
Professor: Leandro Pires
Alunos:
Belo Horizonte18 de agosto de 2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
1.1.Objetivo.................................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................5
2.1 Procedimento experimental...................................................................................5
2.1.1 Calibração do manômetro de Bourdon e do transdutor elétrico de pressão
através da bomba de calibração..................................................................................5
2.2 Equipamentos........................................................................................................5
2.2.1 Bomba de calibração....................................................................................6
2.3 Dados obtidos........................................................................................................7
2.3.1 Bomba de calibração....................................................................................7
2.4 Análise de dados...................................................................................................9
2.4.1 Bomba de calibração....................................................................................9
3 CONCLUSÃO...........................................................................................................9
REFERÊNCIAS.........................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO
1.1. Objetivo
O propósito desse experimento é determinar o valor do coeficiente de descarga do
vertedor retangular.
1.2. Conceituação teórica
Os vertedores podem ser definidos como simples entalhes ou aberturas sobre
as quais o líquido escoa. O termo se aplica, também, a obstáculos à passagem da
corrente e aos extravasares das represas. São muito utilizados na medição da vazão
de pequenos cursos d’água e condutos livres, assim como no controle do
escoamento em galerias e canais. Denomina-se crista ou soleira a borda horizontal
e as bordas verticais que constituem as faces do vertedor. A altura atingida pelas
águas contando da cota da soleira do vertedor até a superfície livre da água é
denominada de carga do vertedor ou altura da lâmina d’água e é representada pela
letra H que será representado na figura abaixo.
Devido a depressão (abaixamento) da lâmina vertente junto ao vertedor, a
lâmina d’água H deve ser medida a uma distância aproximadamente igual ou
superior a 5H. A altura do fundo até a soleira do vertedor é representada pela letra p
e a altura do fundo até o nível da água à jusante é representada pela letra p’,
conforme ilustrado na figura acima.
Tipos de Vertedouros
Os vertedouros são classificados quanto a sua forma e disposição: a) simples:
Retangulares:
Triangulares:
trapezoidais ou Cipollet:
Circulares:
Entre outros tipos. Os vertedores também podem ser classificados quanto a altura
relativa da sua soleira:
Vertedores completos ou livres: são aqueles onde p>p conforme figura abaixo:
vertedores incompletos ou afogados: são aqueles onde p<p’ conforme figura abaixo:
Escolha do tipo de vertedouro
A escolha do tipo de vertedor para medir a vazão em escoamentos livres é feita em
função da vazão esperada e sua variação. Considera-se a vazão do canal e, se for o
caso, como por exemplo, em estação de tratamento de esgotos, considera-se
também a vazão dos efluentes contribuintes. Os principais vertedores empregados
em medições de canal aberto são:
Vertedor retangular: São os mais utilizados principalmente para vazões acima de
300 l/s sendo que, para vazões entre 30 e 300 l/s, oferecem a mesma precisão que
os vertedores triangulares. Observando o movimento da água em um vertedor,
observa-se que os filetes inferiores, a montante, elevam-se, tocam a crista do
vertedor e sobrelevam-se ligeiramente a seguir. A superfície livre da água e os
filetes próximos baixam. Nessas condições, verifica-se um estreitamento da veia,
como acontece com os orifícios.
Para os orifícios de grandes dimensões, foi deduzida a seguinte equação:
Fazendo-se h1=0 e h2=H resulta que Q=KLH3/2 sendo K=23C D√2 g. Para o valor
médio: CD= 0,62 então, K=1,83.
Para o cálculo da vazão em vertedores retangulares, existe um grande número de
equações práticas. Como exemplo, podemos apresentar a fórmula de Francis que
para vertedor sem contração:
Onde Q é dado em m³/s, enquanto L e H em são dados em metros. Quando se trata
de vertedor retangular com contração lateral, deve-se considerar na aplicação da
equação um valor corrigido para L. Para uma contração considera-se:
L'= L - 0,1H E para duas contrações tem-se: L'= L - 0,2H Dessa forma, para duas
contrações a equação assume o seguinte formato:
Para que o cálculo da vazão se aproxime de valores reais, o vertedor deve
apresentar H/P < 0,5.
Coeficiente de descarga
De forma geral, a teoria dos medidores de vazão é fundamentada em leis físicas
teóricas como a equação de Bernoulli, que na sua forma simplificada é expressa
como 𝑃/𝛾 + 𝑉2/2𝑔 + 𝑧 = 𝑐𝑡𝑒 e a equação da continuidade onde Q = VA. Para a
determinação mais precisa da vazão através dos medidores, estas equações são
complementadas por um coeficiente prático, conhecido como coeficiente de
descarga, CD, obtendo-se assim, a relação 𝐶𝐷 =vazãoteóricavazãoreal
. Em um escoamento
real o coeficiente de descarga CD é influenciado pelo coeficiente de velocidade, CV,
e pelo coeficiente de contração da seção, CC:
Influência do coeficiente de velocidade CV: Quando se aplica a equação de Bernoulli
em escoamentos reais com o nº de Reynolds superior a 4000 (regime turbulento) a
velocidade não é igual à velocidade média em todos os pontos, e as linhas do fluido
não acompanham o formato geométrico da tubulação que pode ser calculado da
seguinte forma:
𝐶V =velocidade realvelocidade teórica
Influência do coeficiente de contração da seção CC: Constata-se
experimentalmente, que filetes líquidos quando tocam as bordas de um orifício e
continuam a convergir, o fluido tem área sensivelmente menor que o orifício. O
mesmo ocorre quando o fluido passa pela abertura de um vertedor que pode ser
calculado da seguinte forma:
𝐶C = Á readaveia contraida
Á reanormal
Assim, como a maioria dos medidores estão sujeitos à influência dos dois
coeficientes tem-se que:
CV.CC=𝐶𝐷 =vazãoteóricavazãoreal
Para estabelecer o valor do CD de um medidor, são feitos levantamentos
experimentais em centros de pesquisas e universidade de diversos países e estes
valores são consolidados em comitês internacionais de normalização.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Procedimento experimental
Para a realização do teste foi seguido a seguinte sequência:
a) Acionou-se a bomba que recalcou uma certa vazão do poço do reservatório até o
canal, foi controlada a vazão através da válvula de controle e permitindo uma
pequena vazão. Quando o nível da água atingiu a soleira do vertedor, regulou-se o
vernier para que a ponta de prova tocasse a superfície d’água e anotou-se o valor
medido;
b) Aumentou-se progressivamente a vazão através da válvula de controle, anotou-
se a diferença dos níveis de coluna d’água nas tomadas de pressão antes e depois
da placa de orifício, regulou-se novamente o vernier para que a ponta de prova
tocasse a superfície d’água e anotou-se novamente o valor medido;
c) Calculou-se a vazão d’água pelo placa de orifício a partir da equação: 𝑄 =
6,432𝑥10 −3𝐶𝐷√∆ℎ Onde ∆ℎ é a diferença de altura entre as colunas das tomadas
de pressão antes e depois da placa de orifício e CD é o coeficiente de descarga para
a placa de orifício, que pode ser obtido com o uso do ábaco da figura abaixo e do
número de Reynolds obtido para a tubulação onde está instalada a placa de orifício
(D = 66mm);
d) Calcular o valor do coeficiente de descarga para o vertedor triangular e completar
o preenchimento da folha de teste, calculando os desvios absoluto (DA), percentual
(DP) e desvio médio absoluto (DMA). Além de apresentar a expressão correta para
o valor de CD e a equação de CD = f (Q) para o vertedor do laboratório. e)
Conhecidos os valores de Q e H construir um gráfico Q = f (H).
Na calibração, a pressão obtida na bomba é manual, acionando o volante que se
acha acoplado a um fuso com rosca sem fim (figura 1). A pressão gerada é
distribuída simultaneamente de igual valor pelos ramais de saída (manômetro de
Bourdon padrão, manômetro de Bourdon a ser calibrado e o transdutor elétrico de
pressão também a ser aferido).
Para realização desta prática foi realizada a seguinte sequência de procedimentos:
1) Foi fechada a tampa do reservatório de óleo e acionado o volante até que o
valor da leitura do manômetro padrão acusasse o valor zero. Posteriormente foi feita
a leitura das pressões nos outros manômetros e anotados os valores da folha de
testes.
2) O volante foi acionado aumentando as pressões a cada 0,5 kgf/cm2. Em
seguida, os valores obtidos foram anotados na folha de testes.
3) Estas operações foram repetidas para valores decrescentes de pressão.
4) Novamente a folha de teste foi preenchida e logo, calculado os erros das
leituras.
2.2 Equipamentos
Figura 1 – Foto da bomba de calibração real localizada na bancada do laboratório. Fonte: PUC MG
Esta montagem apresenta as seguintes partes:
1) Bomba de pistão manual;
2) Reservatório de óleo;
3) Manômetro de Bourdon padrão;
4) Manômetro de Bourdon a ser calibrado;
5) Transdutor elétrico de pressão;
6) Painel digital.2.
2.3 Dados obtidos
2.3.1 Bomba de calibração
No processo temos as seguintes equações a serem usadas:
erro=pressãomanômetro padrão−pressãonomanômetro aser aferido
Equação de conversão da pressão em bar para Kgf/cm2.
pressã (Kgf /cm2 )=pressão ¿¿
Tabela 1: Folha Teste: Manometria - Processo - Bomba de Calibração
Leitura do Manômetro de Bourdon Padrão
Leitura do manômetro de Bourdon a ser calibrado
Leitura do transdutor elétrico a ser calibrado
Pressão crescente
Pressão decrescente
Pressão crescente
Erro (para crescente)
Pressão decrescente
Erro (para decrescente)
Pressão crescente
Erro (para crescente)
Pressão decrescente
Erro (para decrescente)
Kgf/cm2 Kgf/cm2
Kgf/cm2
Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Bar Kgf/cm2 Kgf/cm2 Bar Kgf/cm2
Kgf/cm2
0,0 4,0 0,2 -0,2 3,6 0,4 0,0 0,0 0,0 3,8 3,874
0,126
0,5 3,5 0,6 -0,1 3,2 0,3 0,4 0,407 0,093 3,4 3,467
0,033
1,0 3,0 1,0 0,0 2,8 0,2 0,9 0,917 0,083 2,9 2,957
0,043
1,5 2,5 1,5 0,0 2,4 0,1 1,3 1,325 0,175 2,4 2,447
0,053
2,0 2,0 1,9 0,1 1,9 0,1 1,9 1,937 0,063 1,9 1,937
0,063
2,5 1,5 2,3 0,2 1,5 0,0 2,4 2,447 0,053 1,4 1,427
0,073
3,0 1,0 2,9 0,1 1,1 -0,1 2,8 2,855 0,145 1,0 1,019
0,019
3,5 0,5 3,1 0,4 0,7 -0,2 3,3 3,365 0,135 0,4 0,407
0,093
4,0 0,0 3,6 0,4 0,2 -0,2 3,8 3,874 0,126 0,0 0,0 0,0
Resolução do manômetro de Bourdon a ser calibrado= 0,1 Kgf/cm2
Resolução do transdutor elétrico a ser calibrado= 0,1 Bar
A seguir podem-se ver os gráficos do manômetro de Bourdon a ser calibrado.
Figura 1: Gráfico do erro em função da pressão verdadeira. Fonte: Própria.
A seguir estão os gráficos do transdutor elétrico a ser calibrado.
Figura 2: Gráfico do erro em função da pressão verdadeira
2.4 Análise de dados
2.4.1 Bomba de calibração
Neste experimento os erros aparecem em praticamente todas as medições. Através
dos gráficos erro em função da pressão verdadeira na calibração do transdutor
elétrico, tanto no de valor crescente quanto no de valor decrescente, conclui-se que
os erros sistêmicos têm grande influência nas leituras do manômetro de Bourdone
do transdutor elétrico a ser calibrado. A alteração do ponteiro do manômetro que
estava sendo calibrado foi o erro sistêmico no sistema de medida – quando a
pressão era nula o ponteiro do manômetro indicava um valor diferente de zero-.
3 CONCLUSÃO
A prática trabalhada proporcionou a observação da influência do método utilizado
para calibrar um manômetro relacionado com o tipo de erro presente na realização
das medidas. No primeiro procedimento observa-se a presença de um erro aleatório,
o vazamento de água. No segundo processo observa-se a presença de um erro
sistemático, o ponteiro do manômetro não marcar uma pressão nula corretamente.
Vale ressaltar que a presença de erros de paralaxe, por mais que seja evitada,
sempre ocorre.
Porém, mesmo com os diferentes erros observados e os diferentes métodos de
calibração de um manômetro utilizados, pode-se observar que o primeiro processo é
mais efetivo. Portanto, para calibrar um manômetro reduzindo ao máximo os erros,
quando se tem somente as condições do experimento feito, a calibração utilizando
um manômetro de peso morto gerará um resultado mais próximo do esperado.
Assim, ao calibrar os manômetros pode-se observar os erros de medição através
dos dados obtidos, da analise dos gráficos e dos erros existentes nos aparelhos.
REFERÊNCIAS
Buonicontro, Célia Mara Sales. Laboratório de fluidosmecânicos: práticas de
mecânica dos fluidos. Belo Horizonte: [s.n], 2º semestre de 2010.
Fox, Robert W.; Pritchard, Philip J.; McDonald, Alan T. Introdução à mecânica dos
fluidos.Rio de Janeiro: LTC, 2013.