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REVISO SISTEMATIZADA
Resumo A sndrome dos ovrios policsticos (SOP) uma das mais comuns endocrinopatias que acometem mulheres em idade reprodutiva, com prevalncia de 4 a 12% em diferentes
populaes. Mudana nos hbitos de vida so estratgias iniciais no tratamento de mulheres obesas com SOP,
melhorando sensibilidade insulina, hiperandrogenismo, fatores de riscos metablicos, ciclos menstruais e ovulao,
e reduzindo tanto o nmero de folculos ovarianos retidos como o volume ovariano, regulando a fertilidade e
a capacidade reprodutiva. Uma dieta pobre em gorduras saturadas e rica em fibras, com alimentos de baixo
ndice glicmico de carboidratos, geralmente adequada para mulheres com SOP. Os agentes sensibilizadores
da insulina tambm fazem parte do manejo dessas pacientes. Avaliao do uso de metformina e citrato de
clomifeno mostrou que as taxas de ovulao foram efetivas tanto com o uso isolado da metformina quanto em
associao ao citrato de clomifeno, porm, quanto ao nmero de gestaes, foi obtido melhor resultado com
a associao de ambos os medicamentos. As glitazonas tambm tm sido utilizadas nas desordens metablicas
na SOP. A administrao de rosiglitazona 4 mg/dia ou de pioglitazona 30 mg/dia a mulheres obesas e no
obesas com SOP levou a uma melhoria da resistncia a insulina, diminuio da produo andrognica ovariana,
restaurao da ovulao espontnea.
Abstract Polycystic ovary syndrome (PCOS) is one of the most common endocrine diseases affecting women in reproductive age with prevalence estimated at 4 to 12% in different populations.
Lifestyle changes are the first strategy for the treatment of obese women with PCOS, improving insulin sensitivity,
hyperandrogenaemia, metabolic risk factors, menstrual cycles and ovulation, reducing the number of un-ruptured
follicles, the ovarian volume, regulating fertility and reproduction capacity. A low-lipid diet, rich in fibers and
with food of low carbohydrate rate is usually adequate for women with PCOS. Insulin-sensitizing agents also
play a role on the management of these patients. Evaluation of the use of metformin and citrate of clomiphen
demonstrated that ovulation were effective not only with metformin alone, but also in association with citrate of
clomiphene; however, concerning the number of pregnancies, better results were achieved in the association of
both drugs. Glitazones have been also used in metabolic disorders of PCOS. The administration of rosigliatazone
4 mg/day or pioglitazone 30 mg/day in obese and non-obese women led to an improvement in insulin resistance,
reduction of ovarian androgen production and recuperation of spontaneous ovulation.
Almir Antnio Urbanetz1
Maria Theresa Costa Ramos de Oliveira2
Christiane Gruetzmacher2
Mauri Jos Piazza1
Newton Srgio de Carvalho3
Palavras-chaveSndrome do ovrio policstico
ObesidadeInfertilidade
KeywordsPolycystic ovary syndrome
ObesityInfertility
1 Professor Titular do Departamento de Tocoginecologia do Setor de Cincias da Sade da Universidade Federal do Paran (UFPR)2 Mdicas formadas pela Universidade Federal do Paran3 Professor Adjunto do Departamento de Tocoginecologia do Setor de Cincias da Sade da Universidade Federal do Paran (UFPR)
Sndrome dos ovrios policsticos: aspectos atuais das abordagens teraputicas. Parte 1
Polycystic ovary syndrome: current aspects of the therapeutic interventions. Part 1
Urbanetz AA, Oliveira MTCR, Gruetzmacher C, Piazza MJ, Carvalho NS
FEMINA | Maio 2009 | vol 37 | n 5256
Introduo
A sndrome dos ovrios policsticos (SOP) uma das mais
comuns endocrinopatias que acometem mulheres em idade
reprodutiva, com prevalncia de 4 a 12% em diferentes popu-
laes1 (B). A sndrome possui como caractersticas: anovulao
crnica, excesso de andrognios evidenciado na clnica ou la-
boratorialmente, e ultrassonografia indicativa de policistos nos
ovrios. Algumas evidncias mostram que a SOP uma desordem
crnica cujos sinais costumam aparecer antes da puberdade e,
algumas vezes, como uma adrenarca precoce. Os sintomas e
sinais da SOP podem estar presentes em qualquer idade da vida
reprodutiva, e as manifestaes diferem de mulher para mulher.
Devido a essa heterogeneidade de caractersticas, o diagnstico
frequentemente demorado. Muitas mulheres portadoras da SOP
no procuram assistncia mdica at tentarem engravidar, pois
essa seria a primeira vez que elas no estariam fazendo uso de
contraceptivos hormonais, que provavelmente haviam mascarado
os sintomas at ento. O diagnstico em adolescentes frequente
e tem aumentado devido ao crescente nmero de adolescentes
obesas. Por isso, importante a interveno precoce, principal-
mente para reduzir as complicaes associadas.
A patogenia complexa, multignica, caracterizada por
disfunes na liberao de gonadotropinas e na sntese de este-
roides2 (B). A hiperinsulinemia tambm representa um papel
importante na patogenia da SOP. A insulina em excesso aumenta
a secreo de LH pela hipfise, contribuindo para a anovulao,
e diminui os nveis de SHBG (sex hormone-binding globulin),
aumentando a testosterona livre.
Diamanti-Kandarakis et al.3 (C) estudaram a prevalncia de
obesidade, hirsutismo e irregularidade menstrual em mulheres
caucasianas gregas com diagnstico da SOP. A obesidade encon-
trada foi de 38%. O hirsutismo sem irregularidade menstrual
foi de 29%, sendo que 9,2% delas apresentavam irregularidade
menstrual e hirsutismo de graus moderado a severo3 (C). Apesar
de as mulheres com SOP apresentarem mais resistncia insulina
em comparao a mulheres de mesmo peso e ovrios normais, a
resistncia insulina encontrada em 10 a 15% das pacientes
no obesas (IMC 20 a 25 kg/m) e 20 a 40% das obesas (IMC
30 kg/m)4 (B).
Mudanas nos hbitos de vida
Perda de peso e exerccios fsicos so estratgias iniciais
no tratamento de mulheres obesas com SOP, melhorando a
sensibilidade insulina, hiperandrogenismo, fatores de riscos
metablicos, ciclos menstruais e ovulao5 (B) reduzem o nmero
de folculos ovarianos retidos e o volume ovariano e melhora a
fertilidade e a capacidade reprodutiva5 (B). A reduo de 2 a 7%
do peso corporal reduz os nveis de andrognios e ocorre melhora
na funo ovariana6 (B) e adoo de uma dieta redutora de peso,
com baixo teor de gordura, associada atividade fsica regular
implicam benefcios psicolgicos em mulheres com SOP.
Moran et al.7 (B), usando o hormnio anti-mlleriano como
marcador da responsividade ovariana, avaliaram o efeito da
diminuio de peso em 26 mulheres com SOP por um perodo
de 32 semanas. O hormnio anti-mlleriano est implicado na
inibio do recrutamento do folculo primordial e na inibio
da seleo e crescimento dos folculos pr-antral e antral. Mu-
lheres com SOP possuem hormnio mlleriano elevado quando
comparadas a mulheres com ciclos menstruais regulares e que
tenham o mesmo IMC. O estudo mostrou que mulheres acima
do peso, com SOP e que apresentam regularidade menstrual
aps a perda de peso possuem nveis mais baixos de hormnio
anti-mlleriano antes da dieta em comparao quelas que no
apresentaram os ciclos menstruais regulares aps a perda de
peso. Semelhantemente, houve uma melhora da sensibilidade
insulina. O hormnio anti-mlleriano foi implicado em ser
um potencial preditor clnico da ciclicidade menstrual com a
diminuio do peso em mulheres com SOP7 (B).
Galletly et al.8 (B) compararam os efeitos psicolgicos de uma
dieta com alto valor proteico e baixos nveis de carboidratos com
outra dieta de baixo valor proteico e alto ndice de carboidratos.
Vinte e cinco pacientes acima do peso e com o diagnstico de
SOP foram randomizadas entre os dois grupos de dieta e acom-
panhadas por 16 semanas. A dieta com alto valor proteico foi
associada a uma significativa reduo na depresso e melhora na
autoestima. O mesmo no aconteceu com o grupo que seguiu
a dieta com alto valor de carboidratos. Assim, possvel que
a dieta hiperproteica esteja associada melhor aceitao pela
paciente e, por isso, tenha mais sucesso no tratamento a longo
prazo da obesidade 8 (B).
Douglas et al.9 (B) compararam os efeitos de trs dietas
eucalricas diferentes em 11 mulheres com SOP (IMC de 24 a
36 kg/m2): uma dieta rica em cidos graxos monoinsaturados
(17%); uma dieta pobre em carboidratos (43% das calorias
totais); e a dieta padro da Associao Americana de Diabetes
(56% carboidrato, 31% gordura, e 16% protena). Os resultados
demonstraram que a dieta pobre em carboidrato resultou em
grande diminuio da insulina de jejum e resposta aguda de
insulina para glicose em comparao s outras dietas.
No h provas de que alguma composio diettica seja
ideal para mulheres com SOP. No entanto, um grupo su-
gere que uma dieta pobre em gorduras saturadas e rica em
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fibras predominantemente de alimentos com baixo ndice
glicmico de carboidratos seja adequada para mulheres com
SOP10 (B).
Bruner et al.11 (B) avaliaram os efeitos de exerccios fsicos
de resistncia com aconselhamento nutricional e da orientao
nutricional isolada em 12 mulheres com SOP por um perodo de
12 semanas. O objetivo foi verificar as repercusses hormonais,
menstruais e reprodutivas. Caractersticas antropomtricas,
metabolismo de repouso e o nmero de folculos ovarianos
foram medidos antes e depois da interveno. Observou-se
grande diminuio da soma de duas dobras cutneas e grande
aumento no consumo mximo de oxignio (VO2 mx) estimado
no grupo que fez exerccios. Nos dois grupos foi observada di-
minuio significativa da circunferncia de cintura e nos nveis
de insulina. Diferenas hormonais no foram significativas,
mas tendncia melhora do perfil hormonal foram verificadas,
principalmente no aumento da SHBG e na diminuio da
relao LH:FSH, ocorrendo na ausncia de perda de peso. Os
achados sugerem que exerccios e medidas nutricionais devem
melhorar as funes metablicas e reprodutivas das mulheres
com SOP11 (B).
Exerccios so importantes na manuteno da reduo de peso
e podem auxiliar no sucesso da interveno diettica. Exerccios
com fortalecimento muscular melhoram a sensibilidade in-
sulina e, em combinao com uma dieta, podem limitar perda
de massa muscular magra.
O tratamento com dieta e mudana de hbito de vida deve
ser sempre encorajado em todas as pacientes com SOP, pois
melhora praticamente todos os seus parmetros. A manuteno
do peso essencial para reduzir o aparecimento de complicaes
posteriores. Portanto, apesar de a perda aguda de peso ser atingida
com uma dieta de restrio calrica severa, a manuteno do
peso em longo prazo rara e a perda de peso abrupta pode ter
efeitos danosos na funo reprodutiva. Trata-se de uma terapia
barata, efetiva e sem fatores adversos. Entretanto, para aquelas
que no alcanarem o objetivo esperado apenas com mudana
no estilo de vida, deve-se associar farmacoterapia.
Agentes sensibilizadores da insulina
Metformina
A metformina um agente sensibilizador da insulina que
reduz a resistncia e a secreo de insulina, seguida por uma
diminuio na produo de andrognios ovarianos. A ao direta
da metformina sobre as clulas da teca ovariana tambm diminui
a produo andrognica. administrada via oral na dose de 1500
a 2500 mg/dia. Aproximadamente 15 a 20% dos pacientes po-
dem sofrer efeitos adversos no trato gastrintestinal, que podem
ser reduzidos por uma dose de incio gradativa12 (D).
Estudos utilizando metformina mostram resultados discre-
pantes, podendo ser parcialmente explicados pelos diferentes
valores dos ndices de massa corporal (IMC) nos grupos de estudo.
A atuao da metformina se torna limitada em mulheres com
IMC acima de 40 kg/m2 13 (B).
A metformina considerada um frmaco de categoria B,
seguro tanto para a me como para o feto, sem associao a
nenhum efeito txico fetal ou teratogenicidade. Apesar disso,
a droga no est liberada pelo Food and Drug Administration
(FDA) para induzir ovulao, e a possvel dose ideal permanece
desconhecida14 (D). Seus efeitos colaterais incluem: nuseas,
vmitos, diarreia, acidose ltica, sendo contraindicada em mu-
lheres com creatinina maior ou igual a 1,4 mg/dL, disfuno
heptica e alcoolismo14 (D).
Uma reviso feita por Lord et al.15 (A), usando metformina
isolada ou associada ao citrato de clomifeno, mostrou que as taxas
de ovulao foram efetivas tanto com o uso isolado de metfor-
mina quanto associada ao citrato de clomifeno. Mas quando se
analisou o nmero de gestaes, o tratamento da infertilidade
s era adequado quando a metformina foi associada ao citrato
de clomifeno15 (A).
Moll et al.16 (A), em um estudo randomizado e duplo-cego,
compararam o uso de citrato de clomifeno em associao
metformina e de citrato de clomifeno associado a placebo no
tratamento da infertilidade em mulheres com SOP. Nenhuma
diferena significativa foi encontrada entre as taxas de ovulao,
gestaes e abortos espontneos, entre os dois grupos16 (A)
Em um estudo randomizado, Legro et al.17 (A) compararam
o uso de 1 g de metformina duas vezes ao dia associada com
placebo, 50 mg de citrato de clomifeno do terceiro ao stimo
dia do ciclo menstrual associado a placebo, e de metformina
associada ao citrato de clomifeno. As taxas de partos com
recm-nascidos vivos foram: 7,2%, 22,5% e 26,8%, respecti-
vamente. O estudo evidenciou que a metformina isolada est
associada a um nmero baixo de gestaes bem sucedidas e
que a utilizao de metformina com citrato de clomifeno no
aumenta o sucesso teraputico quando comparada ao citrato
de clomifeno isolado17 (A).
Kashyap et al.18 (B) analisaram o uso de metformina versus
placebo e de metformina associada ao citrato de clomifeno versus
placebo com citrato de clomifeno. A metformina foi 50% melhor
que o placebo para induo de ovulao em pacientes infrteis
com SOP. A metformina mostrou benefcio tambm na regu-
larizao dos ciclos menstruais em mulheres frteis comparada
ao placebo. No foi confirmado o benefcio da metformina na
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taxa de gravidez quando comparada ao placebo. Metformina
associada ao citrato de clomifeno possivelmente de 3 a 4 vezes
superior ao citrato de clomifeno isolado para induzir a ovulao
e para a gravidez 18 (B).
Metformina e modificao no estilo de vida melhoram o perfil
metablico em mulheres com SOP em maior grau do que quando
administrada isoladamente. Em um estudo piloto randomizado,
Hoeger et al.6 (A) avaliaram 38 mulheres com sobrepeso e obesas
com SOP em um tratamento de 48 semanas que foi dividido em
quatro grupos metformina, placebo, estilo de vida e metformina
e estilo de vida e placebo. Modesta diminuio do peso ocorreu
em todos os grupos, mas a maior perda de peso ocorreu com o
grupo que combinou estilo de vida e metformina. Pasquali et
al.19 (B) relataram que seis meses de tratamento com metformina
combinada a uma dieta hipocalrica resultou em uma reduo
significante no peso corporal e na gordura visceral em comparao
dieta hipocalrica combinada com placebo.
Considerando o hormnio leptina, produzido pelo tecido
adiposo, e seus efeitos no estado hormonal e parametros meta-
blicos, Romualdi et al.20 (B) investigaram o efeito do uso de
metformina por quatro meses em sete pacientes com hiperinsu-
linemia e SOP, medindo os nveis de leptina total e livre antes
e depois do tratamento. Concluram que, apesar da reduo nos
ndices de insulina, a metformina no afetou os nveis de leptina
total e livre. A correlao entre IMC e leptina total indica que
a obesidade pode representar o maior determinante dos altos
ndices de leptina total em mulheres com SOP, porm, alguns
autores consideram que a hiperinsulinemia diminui o nmero
de receptores solveis de leptina, aumentando os nveis de
leptina livre21 (B).
Trolle et al.22 (A) incluram aleatoriamente 56 mulheres,
com diagnstico de SOP e pesquisaram o efeito do uso de
850 mg/ dia de metformina em um estudo randomizado, duplo-
cego e controlado por placebo. Concluram que a metformina
auxilia principalmente na diminuio do peso, aumenta o HDL,
diminui a presso arterial e melhora a taxa e a resistncia
insulina. Por outro lado, a diminuio da taxa de testosterona
livre e a regularidade dos ciclos menstruais foram observadas
tanto no Grupo Tratado como no Grupo Placebo. Mulheres no
obesas, mas com SOP, no se beneficiaram do tratamento com
metformina22 (A).
Palomba et al.23 (B) avaliaram o efeito da metformina em
30 mulheres com SOP e IMC normal. Foram divididas em
trs grupos: as que usaram metformina, um Grupo Placebo e
um Grupo Controle (mulheres saudveis que no receberam
tratamento). O objetivo do estudo foi medir a sensibilidade
insulina aps a suspenso de metformina de mulheres tratadas
por um longo perodo de tempo. O estudo revelou que mulhe-
res de peso normal, anovulatrias e com SOP no mantm os
benefcios bioqumicos e clnicos aps a retirada de metformina,
pelo contrrio, apresentam uma leve, mas significativa, piora da
sensibilidade basal perifrica de insulina, medida antes do incio
do tratamento com metformina, em comparao aos grupos
placebo e controle23 (B).
Tariq et al.24 (B) avaliaram a resposta das pacientes com
SOP metformina isolada e tambm associada ao clomifeno. O
Clomifene somente foi acrescentado no estudo aps seis meses
de tratamento e em mulheres que no conseguiram engravidar
com o uso da metformina isolada. Aps seis meses de utilizao
da metformina isolada, 80% das pacientes tiveram regularidade
menstrual e 51% engravidaram. Com a associao do citrato de
clomifeno metformina, uma taxa adicional de 20% delas conse-
guiram engravidar nos seis meses seguintes. A taxa de fertilidade
geral em um ano foi de 71%. Tambm ocorreu uma significante
mudana do IMC antes e depois do tratamento24 (B).
O efeito da metformina na anovulao, concepo e taxa
de recm-nascidos vivos em mulheres com SOP est bem do-
cumentado, mas sua eficcia questionada em comparao a
outros autores15,17 (A).
Glitazonas
H outra classe de agentes hipoglicemiantes orais mais
recentes, derivados das tiazolinedionas (TZDs), que tambm
so usados no tratamento das desordens metablicas na SOP:
troglitazona, roziglitazona e pioglitazona.
Os efeitos das TZDs sobre a funo ovariana podem ser
indiretos (devido ao sistmica sensibilizadora da insulina
e reduo da hiperinsulinemia), como a diminuio dos nveis
sricos de testosterona total e livre e aumento dos nveis de
SHBG (globulina ligadora dos esteroides sexuais) e de IGFBP-1
(insulin-like growth factor binding protein 1). No entanto,
tambm tm sido descritos efeitos diretos, que podem ser in-
dependentes da insulina (aumento dos nveis de progesterona
e de IGFBP-1 e diminuio dos nveis sricos de testosterona
total e de estradiol), ou decorrentes do aumento local do efeito
da insulina (diminuio da produo de IGFBP-1 e aumento
da produo de estradiol, na presena de altas concentraes
de insulina25 (B).
A primeira TZD aprovada foi a troglitazona, subsequentemente
retirada do mercado devido a efeitos hepatotxicos. Embora a
roziglitazona e a pioglitazona no paream provocar as alteraes
hepticas, o FDA recomenda a avaliao das provas de funo
heptica antes de iniciar a terapia com uma tiazolinediona e,
posteriormente, a intervalos regulares (a cada bimestre durante
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Leituras suplementares
o primeiro ano e, depois, periodicamente). As tiazolinedionas
esto associadas a um pequeno ganho ponderal (1 a 2 kg), re-
duo moderada do hematcrito, ligeiro aumento do volume
plasmtico e edema26 (D). As contraindicaes so para pacientes
com doena heptica ou insuficincia cardaca congestiva (classes
III ou IV). Tanto a rosiglitazona como a pioglitazona so clas-
sificadas como frmacos de categoria C. Portanto, as mulheres
tratadas com esses medicamentos devem receber aconselhamento
contraceptivo e ser instrudas a interromper o tratamento to
logo a gestao for confirmada26 (D).
Uma diminuio na resistncia insulina, hiperinsulinemia,
hiperandrogenismo e aumento da ovulao observada com a
administrao de troglitazona foram subsequentemente relata-
dos em pequenos estudos com mulheres obesas, portadoras de
SOP e submetidas a um tratamento com roziglitazona27 (C) e
pioglitazona28 (B). Roziglitazona aumentou a frequncia ovula-
tria e melhorou o hiperandrogenismo at mesmo em mulheres
no obesas, com SOP e com sensibilidade normal insulina29
(B). No entanto, quando comparado metformina, o efeito da
roziglitazona na melhoria das taxas ovulatrias foi menor, ao
passo que o efeito das duas drogas no hiperandrogenismo foi
similar29 (B). Resultados semelhantes foram encontrados quando
comparados os efeitos da pioglitazona aos da metformina em um
grupo de mulheres obesas com SOP, sendo que ambas as drogas
diminuram a resistncia insulina e o hiperandrogenismo com
a mesma eficcia30 (C).
A administrao de rosiglitazona (4 mg/dia) ou de piogli-
tazona (30 mg/dia) em mulheres obesas e no-obesas com SOP
levou melhora da resistncia insulina, diminuio da produ-
o andrognica ovariana, independentemente da alterao dos
nveis de LH, restaurao da ovulao espontnea e diminuio
dos nveis circulantes de SDHEA27 (C). Romualdi et al.28 (B)
avaliaram os efeitos da pioglitazona (45 mg/dia, durante seis
meses) em pacientes com SOP normo e hiperinsulinmicas e
relataram melhora significativa do hirsutismo e restaurao da
ciclicidade menstrual nos dois grupos de pacientes, sugerindo
que a hiperinsulinemia no constitui um determinante da res-
posta clnica s TZDs.
Um estudo comparou as respostas dos andrgenos sricos e da
resistncia insulnica aps a administrao, durante seis meses,
de metformina (2.550 mg/dia) ou pioglitazona (30 mg/ dia)
em mulheres obesas e com SOP. O peso corpreo aumentou
significativamente aps o uso da pioglitazona, mas ambos os
agentes diminuram igualmente o grau de hirsutismo e as
concentraes sricas de testosterona livre e de androstenedio-
na. A insulinemia de jejum diminuiu nos dois grupos, mas a
diminuio da rea sob a curva da insulina durante o teste oral
de tolerncia glicose foi significativamente maior no grupo
tratado com pioglitazona30 (C).
Em um ensaio controlado e randomizado, cem mulheres no
obesas, com SOP e que no tinham evidncias bioqumicas de
resistncia insulina foram avaliadas por seis meses em grupos
de placebo, metformina, roziglitazona, ou combinao de metfor-
mina e rosiglitazona29 (A). A presso arterial sistlica diminuiu
significativamente em todos os grupos que usaram medicao,
-4,1 mmHg em mdia para o grupo de metformina; -2,9 mmHg
em mdia para o grupo de roziglitazona; e -4,9 mmHg em mdia
para a terapia combinada. O peso aumentou significativamente
somente com a monoterapia com roziglitazona (em mdia +1,1 kg),
e o peso final do grupo que usou monoterapia com roziglitazona
foi maior do que com as outras terapias (p
Urbanetz AA, Oliveira MTCR, Gruetzmacher C, Piazza MJ, Carvalho NS
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OLIGOVIT - Referncia Bibliogrfica: 1 - Krause, M.V. e Mahan. L.K. Alimentos, Nutrio e Dietoterapia. So Paulo: 7 ed. Roca, 1991. cap. 6: Vitaminas; cap. 7: Minerais. 2 - Hughes, D.A. Effects of dietary antioxidants on the immune function of middle-aged adults.Procedings of the Nutrition Society, 58: 79-84,1999. 3 - Brigelius-Floh, R. e Traber, M.G. Vitamin E: function and metabolism. The FASEB Journal, 13(10): 1145-1155,1999. 4 - Spence, J.A. et al. Vitamin intervention for stroke prevention (VISP) trial: rationale and design.Neuroepidemiology, 20: 16-25,2001. 5 - Grimble, R.F. Effect of antioxidative vitamins on immune function with clinical applications. Internal. J. Vit. Nutr. Res., 67: 312-320,1997. 6 - Fairfield, K.M. e Fletcher, R.H. Vitamins for chronic disease prevention in adults. JAMA, 287(23):3116-3126, 2002. 7 - Resoluo RDC N 269, de 22 de setembro de 2005 ANVISA. 8 - Forges, T. et al. Impact of folate and homocysteine metabolism on human reproductive health. 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OLIGOVIT (Vitamina E + associaes) pode ser utilizado como coadjuvante na preveno e tratamento de doenas originadas ou agravadas pela presena de radicais livres no organismo. CONTRA-INDICAES: OLIGOVIT (VitaminaE + associaes) est contra-indicado em pacientes com histria de manifestao alrgica a algum dos componentes. PRECAUES E ADVERTNCIAS: OLIGOVIT (Vitamina E + associaes) no deve ser utilizado na gravidez e lactao sem que haja orientaomdica especfica. Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da frmula devem fazer uso do OLIGOVIT (Vitamina E + associaes) com cautela. Pacientes com perda de sangue podem ter seu quadro modificado pela presena de vitamina B12 e cido flico naformulao. O uso de substncias antioxidantes em fumantes permanece controverso. Pacientes com calculose devem ter o uso deste medicamento avaliado pelo mdico devido presena de cido ascrbico na formulao. Este medicamento no deve ser utilizado pormulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. POSOLOGIA: Tomar 2 comprimidos por dia, meia a uma hora antes do almoo ou jantar. Recomenda-se a administrao dos comprimidos de OLIGOVIT (Vitamina E + associaes) meia a uma horaantes das refeies para evitar o desconforto ou dores abdominais devido as altas concentraes de vitaminas antioxidantes e pela presena de sais aminocidos quelatos. S o mdico pode definir a dose e o tempo de administrao de acordo com as peculiaridades dopaciente e a(s) patologia(s) que apresenta. ATENO: Este produto um medicamento novo e embora as pesquisas tenham indicado eficcia e segurana, quando corretamente indicado, podem ocorrer reaes adversas imprevisveis, ainda no descritas ouconhecidas. Em caso de suspeita de reao adversa, o mdico responsvel deve ser notificado. M.S. n 1.1861.0101.003-5. Fabricado e Embalado por: Ativus Farmacutica Ltda. Rua Fonte Mcia, 2050 - Valinhos - SP - Cep.: 13270- 000. SAC: 0800 55 1767. IndstriaBrasileira. Para maiores informaes, vide bula do produto. CLASSIFICAO: MEDICAMENTO.
Vitaminas: C, E, B6, B12, cido FlicoMinerais Quelatos: Zn, Cu, Mg, Se
Auxilia a mulher na preveno das doenasassociadas s deficincias de vitaminas e minerais
Supre as necessidades dirias das Vitaminas B6, B12,C, E e cido Flico e dos Minerais Zinco e Cobre
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a
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Receiturio
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cido Flico 400 microgramasAtende s recomendaes da OMS,para mulheres em idade reprodutiva18
Apresentao: 30 comprimidos revestidosPosologia: 1comprimido, 2 vezes ao dia
A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MDICO DEVER SER CONSULTADO
1,2,3, 4,5,6,18,2 3
7,2 3
2 3
1
anncio oligovit.pmd 25/2/2008, 09:221
2007Estudo PERILIP
European Comission
2008World Associationof Perinatal Medicine
Apresentao: 30 cpsulas gelatinosas molesPosologia: 1 a 3 cpsulas ao dia
Essencial para o desenvolvimento mentale visual do feto e lactente1,4,5,6,8,9,12,13
Traz benefcios para o desempenhocognitivo e psicomotor1,8,9,10
VOTAG - Referncias Bibliogrficas: 1 - Koletzko, B. et al. Dietary fat intakes for pregnant and lacting women Consensus Statement. British Journal of Nutrition, 98: 873 877, 2007. 4 - Valenzuela, A.B. e Nieto, M.S. cido docosahexanoico (DHA) en el desarrollo fetal y en lanutricin materno-infantil. Ver. Md. Chile, 129(10): 1203 1211, 2001. 5 - Silva, D.R., Miranda Jr., P.F. e Soares, E.A. A importncia dos cidos graxos poliinsaturados de cadeia longa na gestao e lactao. Revista Brasileira de Sade Materno Infantil, 7(2): 123 133, 2007.6 - Dustan, J.A. et al. The effect of fish oil supplementation in pregnancy on breast milk fatty acid composition over the course of lactation: a randomized controlled trial. Pediatric Research, 62(6): 689 694, 2007. 7 - Shields, J. Women who take DHA have healthier pregnancies,fewer premature births. 2007. Disponvel em www.animi 3.com/press.aspx?pressid=210. Acesso em: 30/01/2008, 16:30h. 8 - Helland, I.B. et al. Maternal supplementation with very-long-chain n-3 fatty acids during pregnancy and lactation augments childrens IQ at 4 year of age.Pediatrics, 111(1): 39 44, 2003. 9 - Dustan, J.A. et al. Cognitive assessment of children at age 2 years after maternal fish oil supplementation in pregnancy: a randomized controlled trial. Arch. Dis. Child Fetal Neonatal, 93: F45 F50, 2006. 10 - Koletzko, B. et al. The roles of long-chain polyunsaturated fatty acids in pregnancy, lactation and infancy: review of current knowledge and consensus recommendatioins. J. Perinat. Med., 36(1): 05 14, 2008 (in process) 11 - Hibbeln, J.R. Seafood consumption, the DHA content of mothers milk and prevalencerates of postpartum depression: a cross-national, ecological analysis. Journal of Affective Disorders 69: 15 29, 2002. 12 - Valenzuela, A.B. e Nieto, S.K. cidos grasos omega-6 y omega-3 en la nutricin perinatal: su importancia en el desarrollo del sistema nervioso y visual.Revista Chilena de Pediatria, 74(2): 149 157, 2003. 13 - Informaes internas e extradas do folheto interno do produto Votag. VOTAG (leo de peixe em cpsulas). USO ADULTO. APRESENTAO: Caixa contendo 30 cpsulas gelatinosas moles. INGREDIENTES: leo dePeixe [cidos graxos poliinsaturados marinhos - cidos eicosapentaenico (ingrediente) e docosahexaenico (ingrediente)], gelatina (excipiente da casca da cpsula), glicerina (excipiente da casca da cpsula), gua de osmose (excipiente da casca da cpsula), metilparabeno(excipiente da casca da cpsula) e propilparabeno (excipiente da casca da cpsula). CUIDADOS NA ADMINISTRAO: GESTANTES, NUTRIZES E CRIANAS DE AT 3 (TRS) ANOS SOMENTE DEVEM CONSUMIR ESTE PRODUTO SOB ORIENTAO DE NUTRICIONISTA OUMDICO. Siga as orientaes sugeridas, respeitando os horrios e as doses recomendadas. Pessoas que apresentam doenas ou alteraes fisiolgicas, particularmente com alterao na coagulao sangnea; gestantes; nutrizes e crianas devem consultar o mdico antesde usar o produto. No contm Glten. INFORMAES: Os cidos graxos poliinsaturados, presentes em fontes animais e vegetais, so divididos em famlias denominadas mega 3 e mega 6. Os cidos graxos poliinsaturados de origem marinha so utilizados como alimentopor no serem sintetizados pelo nosso organismo. So derivados de peixes e frutos do mar e neles esto presentes dois dos principais cidos graxos essenciais ao nosso corpo, que so o cido eicosapentaenico (EPA) e o cido docosahexaenico (DHA). USO: VOTAG um alimento base de leo de Peixe recomendado para pessoas que tm uma dieta pobre em cidos graxos poliinsaturados de origem marinha (mega 3). MODO DE USO: 1 a 3 cpsulas ao dia. O MINISTRIO DA SADE ADVERTE: NO EXISTEM EVIDNCIAS CIENTFICASCOMPROVADAS DE QUE ESTE ALIMENTO PREVINA, TRATE OU CURE DOENAS. M.S. n 6.1370.0017.001-. Fabricado e Embalado por: Ativus Farmacutica Ltda. Rua Fonte Mcia, 2050 - Valinhos - SP - Cep.: 13270 - 000. SAC: 0800 55 1767. Indstria Brasileira. Para maioresinformaes, vide folheto interno do produto. CLASSIFICAO: NOVOS ALIMENTOS E/OU NOVOS INGREDIENTES.
Atende s necessidades de DHA, segundoas Diretrizes e Consensos Internacionais, com 2 cpsulas1,10,13
Suplementao materna rica em mega 3,em especial, DHA4,5,6,8,13
Recomendam a oferta de, no mnimo,200mg de DHA/dia , para gestantes e lactantes1,10
1,10
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