111Congresso Brasileiro deMetabolismo, nutrição a Exercício

20 a 22 de Maio de 2010

ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA EM ADOLESCENTES

Mariana Biagi Batista'v; Gabriela Blasquez'; Mariana Souza Carnelossi'v-'; Verônica Siqueira de Souza'>;Enio Ricardo Vaz Ronque'<

'Grupo de Estudo e Pesquisa em Atividade Física e Exercício - GEPAFEIUEL2Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício - GEPEMENE/UEL

3Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,e-mail: mbiagibatista@yahoo.com.br

Introdução: ° possível efeito positivo da atividade física e aptidão cardiorrespiratória nos desfechos de saúde tem recebidoampla atenção nas últimas décadas. Neste sentido, estudos experimentais envolvendo crianças, adolescentes e adultos têmdemonstrado que programas específicos de exercícios físicos podem alterar positivamente os componentes da aptidão físicarelacionada à saúde. Contudo, ao considerar associações da atividade física habitual, caracterizada pela realização de tarefasdomésticas, desempenho de ocupações profissionais, transporte, atividades escolares, lazer e tempo livre com o indicadorespecífico de aptidão cardiorrespiratória, verificam-se resultados inconsistentes em populações jovens. Objetivo: Comparar aaptidão cardiorrespiratória de acordo com a atividade física habitual de adolescentes. Metodologia: Participaram do estudo 108adolescentes, de ambos os sexos e faixa etária entre 11 e 14 anos. A atividade física habitual foi avaliada por um instrumentoretrospectivo de auto-recordação preconizado por Bouchard et a!. (1983), preenchido em quatro dias da mesma semana, sendodois no meio e dois no final de semana. Para o cálculo do dispêndio energético (kcal/kg/dia) foi utilizada a média ponderada doquatro dias avaliados, classificando os adolescentes em ativos e insuficientemente ativos (Cale, 1994). Como indicador da aptidãocardiorrespiratória foi utilizado o consumo de oxigênio de pico (V02Pico), avaliado por análise de gases computadorizada emteste progressivo e máximo em esteira. ° protocolo do teste consistiu em 3 minutos de aquecimento a uma velocidade de 6 kmIbe posterior incremento de 1 km/h a cada minuto, mantendo-se uma inclinação de 1%. A mensuração do V02Pico foi realizada peloanalisador de gases portátil K4 b2 (Cosmed) e os valores foram apresentados na forma convencional (ml/kg/min) e ajustado pelamassa corporal (ml/kgO,67/min). As comparações foram realizadas por meio do teste t de Student para amostras independentes,adotando-se uma significância estatística de P < 0,05. Resultados: Os resultados da comparação do V02Pico de acordo com aclassificação de atividade física dos adolescentes são apresentados na Tabela 1. Diferenças estatisticamente significantes entreos valores de V02Pico, tanto na forma convencional quanto ajustada, foram encontradas apenas no sexo feminino, com valoressuperiores no grupo de moças consideradas ativas quando comparadas com seus pares consideradas insuficientemente ativas.

Tabela 1. Comparação entre o indicador da aptidão cardiorrespiratória de acordo com a classificação de atividade física habituale sexo, Londrina - 2010.

AptidãoMasculino (n=57) I Feminino (n=51)

Ativos Insuficientemente Ativas InsuficientementeCardiorrespiratória(n=41) Ativos (n=16)

p(n=25) Ativas (n=26)

p

V02Pico 50,9 ±51,2±7,87 0,910 44,7 ± 8,04 40,7 ± 5,93 0,044

(ml/kg/min) 9,33

V02Pico 177,0±179,62 ± 26,2 0,730

153,0 ±139,7± 14,1 0,014(ml/kgO,67/min) 24,7 22,1

Os valores estão re resentados em me dia ± desvio adrão.. ota: p p

V01Pico (ml/kg/min) = Consumo de oxigênio de pico expresso de forma convencional.

Ozpico (ml/kgO,67/min) = Conswno de oxigênio de pico expresso de forma ajustada pela massa corporal.

Conclusão: Observa-se que os valores de VO,pico tanto expressos na forma convencional quanto ajustado foram superiores paraas moças ativas, indicando que a prática habitual de atividade física nas diferentes tarefas do dia pode contribuir para melhoriada aptidão cardiorrespiratória. Por outro lado, esse comportamento não foi observado para os rapazes.

TIl Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício