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XX 220 12/11/2012 * Anastasia decide em 15 dias o novo chefe do MP - p.01 * O passivo por trás da sobrevida da BHTrans - p.04 * POR DENTRO DO TRIBUNAL - p.15

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XX 220 12/11/2012

* Anastasia decide em 15 dias o novo chefe do MP - p.01

* O passivo por trás da sobrevida da BHTrans - p.04

* POR DENTRO DO TRIBUNAL - p.15

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Patricia GiudiceFaltam dois anos para que pres-

crevam as últimas multas aplicadas pela BHTrans antes de perder o di-reito de autuar nas ruas de Belo Ho-rizonte. Com elas, vai para o ralo em definitivo um passivo estimado nos bastidores da empresa em R$ 500 milhões, que ainda assombra a administração da capital.

O valor – equivalente ao inves-timento previsto em habitação na cidade no ano que vem – correspon-de às multas que poderiam ser ques-tionadas caso decisão definitiva da Justiça estabeleça que a empresa do município não tem legitimida-de para punir infrações. Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) recurso que discute o assunto, mas uma derrota da PBH abriria brechas para uma avalanche de ações pedin-do restituições das multas aplicadas anteriormente.

Apesar de especialistas, entre eles ex-presidentes da BHTrans,

defenderem que o poder de autua-ção seja fundamental para a função de gerenciar o trânsito da capital, internamente a prefeitura já se pre-para para abandonar a ideia de que os agentes da BHTrans voltem a multar. Só não age abertamente nesse sentido, garantem fontes que acompanham o embate, à espera de que todas as multas prescrevam, temendo o rombo que seria provo-cado por uma corrida em massa aos recursos.

Enquanto isso, a capacidade de fiscalização do tráfego na capital fica prejudicada. Os agentes da em-presa responsável pelo trânsito de BH estão impedidos judicialmente de multar desde 11 de dezembro de 2009. Ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Minas sustenta que, como é classificada como sociedade de economia mis-ta (tem como sócios o município de BH, com 98% do capital, Pro-dabel e Sudecap, com 1% cada), a BHTrans teria fins empresariais, o

que dá margem ao uso do poder de multar para aumentar a arrecadação. Ao apreciar o assunto, por cinco vo-tos a zero os ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ) se posicionaram contra a BHTrans. A prefeitura recorreu ao Supremo e aguarda julgamento, sem data para ocorrer.

Uma fonte ligada à BHTrans informa que a administração muni-cipal não assume oficialmente, mas internamente não há mais a expec-tativa de que a empresa retome a função de multar. “A posição inter-na é de que não há mais interesse em voltar a multar, e que a empresa deve manter as ações de gerenciar o transporte e trânsito, até porque ela não tem mais tantos agentes. Hoje fiscaliza ônibus, táxi, suplemen-tares e escolares e deverá ter uma demanda maior com o BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus). A expectativa é ganhar o recurso, mas não se conta mais com isso”, afirmou. Um integrante da

R$ 500 miLhÕeS

O passivo por trás da sobrevida da BHTrans Com derrotas judiciais, PBH já não espera que empresa recupere o poder de multar. Mudanças para

repassar em definitivo tarefa à Guarda, porém, só virão depois que motoristas autuados não puderem mais recorrer. Avalanche de ações poderia causar prejuízo de meio bilhão de reais ao município

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prefeitura, que também fala sob condição de anonimato, confirma a preocupação do município com uma possível avalan-che de ações de motoristas multados pela BHTrans, caso a Justiça entenda que a empresa não tinha legitimidade para autu-ar. É bom que fique claro que a exigência de restituição das multas não faz parte do processo movido pelo MP. Recursos nesse sentido teriam de partir de cada motorista que se julgue prejudicado.

Mas a prefeitura não se limita a es-perar que as multas prescrevam – o que ocorre em cinco anos, impedindo que haja pedido de restituição dos motoristas. Em outra frente de ação, o município se pre-para para lançar edital para contratação de guardas municipais, muitos deles para reforçar a fiscalização de trânsito. Hoje, dos 2.324 guardas que atuam em BH, 261 estão cadastrados para autuar motoristas, trabalhando em conjunto com 352 fiscais da BHTrans, que podem apenas agir em relação ao transporte coletivo e na orien-tação do tráfego. De acordo com o coro-nel Ricardo Belione de Menezes, coman-dante da Guarda Municipal da capital, edital para processo seletivo vem sendo elaborado pela prefeitura. Segundo ele, a projeção é que se abram vagas para 500 agentes exclusivos para fiscalizar o tráfe-go. “Temos certeza de que a maior quanti-dade vai para o trânsito”, confirma.

aGeNTeS Como são contratados em regime de

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, mesmo sistema da iniciativa privada), apesar de serem concursados, os agentes da BHTrans temem que os efeitos da proi-bição de multar levem ao fim da empre-sa. “Se a extinção ocorrer, eles podem ser mandados embora, e essa é a divergência em questão. A função deles agora é árdua: têm que resolver uma complicação no trânsito, mas se o motorista não obedecer fica por isso mesmo, porque não tem pu-nição”, informa um ex-integrante da pre-feitura.

O diretor jurídico do Sindicato dos

Trabalhadores em Empresas de Assesso-ramento, Pesquisas, Perícias e Informa-ções do Estado de Minas Gerais (Sinta-ppi), Alex Kronenberger, que representa os agentes da BHTrans, informou que já houve a tentativa de que os funcionários fossem incorporados ao grupo dos cha-mados superfiscais, que vão verificar as áreas de posturas, obras, limpeza e con-trole ambiental, mas a prefeitura rejeitou a proposta. “Entenderam que precisariam de uma legislação específica e aí passa-mos a discutir fazer parte da Secretaria de Fiscalização e continuar somente com as atribuições do trânsito, mas ainda não há resposta. De toda forma, ao fiscalizar um carro em local proibido e identificar outras situações irregulares, faríamos o contato com agentes da PM ou da guar-da. É uma forma de otimizar o serviço”, avalia. Segundo ele, a prefeitura prefere aguardar o julgamento “para que não re-conheça que estava errada e abra brechas para pagar todas as multas anteriores”, afirmou Alex.

Procurador do município até julho deste ano, Marco Antônio Rezende Tei-xeira afirma que a administração atual entendeu que a empresa municipal tem um conhecimento mais importante do que a questão da aplicação da multa. “Tanto que a empresa não tem colocado de lado os fiscais: eles acompanham os guardas e a PM, porque têm uma experiência que ninguém tem”, afirmou. Caso a BHTrans perca o direito de multar definitivamente, o ex-procurador acredita que a situação da empresa não se altera. “Ela tem mais funções de coordenação, de engenharia de tráfego e orientação.”

O diretor-presidente da BHTrans, Ra-mon Victor Cézar, disse acreditar, sim, ser importante o poder de multa pelos fiscais, mas afirmou que não vai ficar “chorando a perda”. “Redefinimos as estratégias de gestão, que vão além da capacidade de multa”, afirmou. Ele confirma que um concurso público está sendo estudado pela Secretaria de Gestão para a empresa, mas as vagas ainda não foram distribuídas.

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Aquela era para ser apenas mais uma madrugada na ro-tina do responsável pai de família que acordava ainda com o céu escuro para seguir até o trabalho, não fosse a presença de outro personagem com adjetivos opostos. No meio do percurso até a CeasaMinas, em Contagem, o Citröen XSa-ra dirigido pelo empresário Fernando Félix Paganelli, então com 48 anos, foi atingido pelo Honda CR-V do administra-dor de empresas Gustavo Bittencourt, de 21 anos, que trafe-gava em alta velocidade na contramão.

Fernando, que era dono de uma loja de produtos varia-dos, não sobreviveu ao impacto e Gustavo seguiu seu rumo, sem se preocupar com a vida alheia. Mas, possivelmente, a balada daquele 1º de fevereiro de 2008 tenha sido a mais cara do garotão: o Tribunal de Justiça de Minas Gerais o condenou, em abril deste ano, a pagar R$ 450 mil, e nove salários mínimos mensais (o equivalente a R$ 5.598) de in-denização à família Paganelli. Diante das sequelas emocio-nais causadas à mulher e aos dois filhos da vítima, o valor é insignificante, mas pode servir de lição para o rapaz que, cinco meses antes do acidente, havia sido responsável por outra colisão ao dirigir depois de ingerir bebida alcoólica.

O valor também é pífio se comparado ao faturamento milionário das siderúrgicas da família Bittencourt e à osten-tação de Gustavo, que dirigia um carro de quase R$ 100 mil pelas ruas de Belo Horizonte – ele foi preso no dia do aci-dente, mas liberado depois de pagar fiança.

Especialistas criticam o valor da indenização imposta, que, apesar de alta para a justiça brasileira, é baixa para o padrão internacional e, por isso, não cumpre sua missão pe-dagógica. O promotor e autor da denúncia contra Gustavo, Francisco de Assis Santiago, é incisivo ao questionar o valor da indenização. “Não é dinheiro que vai cobrir uma vida. O que são R$ 450 mil para um Bittencourt? Isso é irrisório”, diz. O representante do Ministério Público considera a maior punição para o condutor a condenação perante o tribunal do júri e diz que, passadas mais de mil participações em julga-mentos de crimes contra a vida, tem como seu maior desafio na carreira fazer a justiça considerar o dolo eventual para o crime de trânsito. “Não é possível traçar paralelo entre uma indenização e uma vida. Não tem dinheiro que pague o que ele fez”, afirma Santiago.

E parece que o promotor pode sair de cabeça ergui-da do desafio. Outro caso de repercussão nacional em que Francisco Santiago atuou pode finalmente ter um desfecho: no começo de maio, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) esgotou todas as possibilidades de recursos do médico Ademar Pessoa Cardoso, acusado de ter causado um acidente que matou cinco pessoas de uma família na Zona da Mata mineira enquanto disputava um “pega” com um em-presário da região. Com isso, o réu, condenado a 12 anos e nove meses, pode ser o primeiro do estado a ir para trás das grades para cumprir pena de homicídio doloso por um crime

de trânsito.No caso do acidente na avenida Raja Gabaglia, o acusa-

do permaneceu pouco mais de um mês na cadeia e respon-de ao crime em liberdade. Apesar de em primeira instância ele ter sido denunciado por homicídio com dolo eventual (quando, apesar de não se ter a intenção, assume o risco), os desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Jus-tiça decidiram que o empresário deve responder por homicí-dio culposo, o que reduz a pena máxima de 20 para apenas quatro anos, podendo inclusive ser revertida em prestação de serviços comunitários. Ou seja, a indenização pode ser a única pena imposta ao administrador de empresas.

Enquanto Gustavo Bittencourt desfruta da liberdade, a família Paganelli até hoje convive com o drama da madru-gada de 1º de fevereiro de 2008. A viúva de Fernando, Ana Cristina, então com 39 anos, de lá para cá teve um aneurisma vascular cerebral e repetidas convulsões e, por consequência, teve fala e movimentos comprometidos. Além disso, apesar de receber pensão do empresário, algumas vezes é preciso recorrer a amigos e familiares. Gustavo Tavares Nascimen-to, um dos advogados que representa a família, é primo de Ana Cristina: “Ela nunca trabalhou e dependia do marido para pagar as contas”, afirma. Nascimento cobra uma so-lução rápida para o caso como forma de reduzir a angústia. Quanto ao valor estipulado, o advogado prefere não comen-tar, mas considera a indenização uma forma de amenizar a impunidade. “Infelizmente, no Brasil, a pessoa não costuma ficar presa. Por isso, a pena tem que ser no bolso”, diz Nas-cimento, que fala em nome da família.

Promotor Francisco de Assis Santiago: “Não tem dinheiro que pague o que ele fez”

Especialistas explicam que o valor estipulado pelo ma-

gistrado para o dano material está diretamente relacionado aos ganhos da vítima. Para isso, é feita uma comprovação de rendimentos e, com base na expectativa de vida, se cal-cula quanto a pessoa poderia gerar naquele período. É feito desconto de um terço do total que seriam os gastos pessoais e o restante é distribuído entre as pessoas que comprovam

ReviSTa eNCoNTRo - oN LiNe - edição 132 - 12.11.2012Foi pouco!

Apesar de condenado com pena aparentemente elevada, ficou barato para o motorista bêbado que matou um pai de família em acidente

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dependência econômica. No caso de Paganelli, os dois fi-lhos, que à época tinham 13 e 16 anos, podem receber os valores até se formarem na universidade. Com relação ao dano moral, é arbitrado pelo juiz e se refere à repercussão causada aos envolvidos, seja por ferimentos ou pela perda de um familiar e o grau de culpa, que, no caso de uma pessoa sob efeito de álcool que dirige na contramão, é classificado como “elevadíssimo” pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB-MG).

Segundo o secretário-geral da OAB, Sérgio Murilo Bra-ga, a justiça brasileira considera que a dor não tem um preço e, portanto, paga-se indenização como forma de amenizar em vez de se aplicar o caráter punitivo. “O baixo valor pode gerar uma sensação de impunidade para o ofensor e revol-ta para o ofendido”, afirma Braga, lembrando que a multa aplicada ao empresário é razoável para os parâmetros brasi-leiros. Em situações de lesões graves, segundo ele, a indeni-zação pode ser de apenas R$ 20 mil.

Nos Estados Unidos, além de se pagar dano moral e material em situações semelhantes, também é imposto o pa-gamento do chamado dano punitivo. Trata-se de uma forma de punir o réu de maneira exemplar para que outras pessoas não cometam crime semelhante. Por isso, muitas vezes são estipuladas cifras milionárias ou até bilionárias em casos de grandes companhias. “Com isso, causa-se um cuidado muito grande e as pessoas buscam se precaver mais”, afirma o ad-vogado Leonardo Amarante, especialista em responsabilida-de civil, responsável por defender vítimas de grandes tragé-dias no Brasil, como o caso do naufrágio do Bateau Mouche,

em 1988, no Rio de Janeiro, e o acidente entre os aviões da Gol e da Legacy, em 2006, no Pará.

Apesar das evidências e de os laudos anexados aos autos apontarem o consumo de álcool, os advogados de defesa de Bittencourt contestam as alegações referentes ao valor por entender que o condutor não estava dirigindo alcoolizado. Antônio Velloso Neto e Ricardo Ferreira de Melo preparam recurso para tentar reduzir o montante estipulado na decisão por entender que não houve culpa, e, sim, uma fatalidade. A equipe de advogados afirma que não há prova de embria-guez no processo criminal.

Além disso, outra estratégia da defesa é mostrar que a desorganização do trânsito da região levou Gustavo a entrar na contramão da Raja Gabaglia de madrugada. “É um local complicado, que engana muita gente”, afirma Velloso Neto. Eles tentam mostrar também que a geladeira transportada por Paganelli no carro pode ter sido preponderante para a morte e atribuem certa culpa à vítima. “Ele [Paganelli] tam-bém estava errado. Sem a geladeira, poderia ter sido um aci-dente banal”, diz o advogado. Só que o juiz responsável pela sentença indenizatória, Wagner Sana Duarte Morais, titular da 22ª Vara Cível de BH, questiona essa alegação e diz em sua argumentação que “se o veículo conduzido pelo réu não tivesse se chocado de frente com o da vítima, o acidente não teria ocorrido, nem tampouco a morte”. O que irá acontecer com Gustavo Bittencourt ainda está em aberto. Mas ele terá pela frente a cruzada do promotor Francisco Santiago: “A minha luta é para levá-lo ao tribunal”.

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A oito dias do início do julgamento do goleiro Bruno Fernan-des, informações fornecidas nos depoimentos prestados à Justiça pelos principais acusados da morte de Eliza Samúdio revelam de-talhes importantes sobre o caso. O conteúdo dos interrogatórios, feitos em novembro de 2010, foi divulgado ontem pelo “Fantás-tico”, da Rede Globo. Segundo a acusação, o crime começou a se desenrolar em 4 de junho de 2010. Naquele dia, Bruno teria mandado que a modelo e seu filho fossem sequestrados. Os dois foram deixados na casa do goleiro, no Rio.

No dia seguinte, Bruno teria se encontrado com Eliza. De acordo com a acusação, ela recebeu uma proposta de ganhar um apartamento, para que viajasse a Minas Gerais. Bruno, porém, diz que a modelo viajou por vontade própria, no intuito de resgatar um dinheiro.A viagem durou um dia. Bruno seguiu com a namo-

rada, Fernanda Gomes, num carro. Em sua Land Rover, estavam Eliza, Bruninho, Luiz Henrique Ferreira, o Macarrão, e o primo de Bruno. Mãe e filho teriam sido mantidos reféns. O goleiro nega. Ele diz que deu R$ 30 mil à modelo no dia 9. Segundo Bruno, ela pediu que ele ficasse com o filho por sete dias para que pudesse ir a São Paulo.

Para o Ministério Público, Eliza morreu no dia seguinte. Bru-no nega, alegando que ela se despediu e pegou carona com Macar-rão até um ponto de táxi. O primo de Bruno declarou que saiu com Eliza e a criança do sítio e os levou até a casa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, um ex-policial.

Nos tribunais, a defesa de Bruno sustentará a tese de que não houve crime. Uma nova versão afirma que Eliza fugiu do país rumo à Bolívia, com outra identidade.

miNiSTéRio PúbLiCo | o GLobo | Rio | bR - 12 de NovembRo de 2012

Caso Bruno: duelo entre defesa e acusaçãoJulgamento de ex-goleiro do Flamengo começa em oito dias

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TÂMARA TEIXEIRADepois de dois anos e cin-

co meses, o desaparecimento e a morte de Eliza Samudio po-dem, finalmente, ter um desfe-cho. No próximo dia 19, o des-tino do goleiro Bruno Fernan-des e de outros quatro acusados de participarem do assassinato da jovem será traçado por sete jurados. Durante três semanas, tempo que deve durar o julga-mento, a história que terminou em uma das investigações de maior repercussão nacional será repassada por testemunhas e pelos próprios protagonistas desse enredo - ainda cheio de cenas a serem reveladas. Nes-ta semana, O TEMPO publica uma série especial sobre o caso que atraiu olhares do país e do mundo.

O sumiço de Eliza foi ocultado durante 14 dias. O plano parecia ter sido perfei-to até que, no dia 24 de junho de 2010, a polícia recebeu uma denúncia anônima de que uma mulher havia sido espancada até a morte no sítio do joga-dor, em Esmeraldas, na região metropolitana da capital. Foi a partir desse momento que o caso começou a ser investigado e ganhou as páginas da impren-sa.Tanto para a polícia quanto para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Eliza foi assassinada e o homicídio foi minimamente planejado e calculado por Bruno e o seu braço-direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Na versão da acusação, após atraírem a moça para Minas Gerais, em 5 de junho, Macarrão e o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, en-tão adolescente, levaram Eliza para o sítio.

Ela e o filho, Bruno Sa-mudio, hoje com 2 anos, per-maneceram na casa, em cárcere privado, por cinco dias. Depois, Eliza e a criança foram levadas por Macarrão e Jorge para a residência do ex-policial civil, Marcos Aparecido dos San-

tos, o Bola, em Vespasiano, na Grande BH.

A ex-namorada do golei-ro teria sido morta asfixiada pelo homem apontado como matador profissional. O corpo nunca foi encontrado. As inves-tigações apontam que Macar-rão pagou R$ 3.000 para Bola executar o “serviço”. Além de Bruno, Bola e Macarrão, que respondem pelo homicídio, a ex-mulher do jogador, Dayanne Souza, e a ex-namorada dele, Fernanda de Castro, também irão a júri. As duas, por seques-tro e cárcere privado.

Depois da denúncia anô-nima, em pouco tempo, a po-lícia achou os rastros. O maior deles era Bruninho. O bebê foi encontrado em Contagem, após ter sido cuidado por Dayanne. Para a polícia, a motivação do goleiro foi a insistência de Eliza para que ele assumisse a paternidade do menino. Ele se negava a pagar a pensão e a fa-zer um exame de DNA. Para a promotoria, Bruninho era “os ovos da galinha de ouro de Eli-za”, e ela jamais o abandonaria. O jogador e os demais envolvi-dos negam os crimes.buSCaS

Dezenas de buscas para encontrar o corpo de Eliza fo-ram realizadas. A polícia per-correu 11 locais, muitos deles, mais de uma vez. Cinco cida-des da região metropolitana fo-ram vasculhadas - Betim, Con-tagem, Ribeirão das Neves, Es-meraldas e Vespasiano -, além da capital.

Plano

Crimes no Rio deram início à saga da vítima

A morte de Eliza Samu-dio foi friamente planejada por Bruno no Rio de Janeiro. Para o Ministério Público de Mi-nas Gerais, o destino da jovem começou a ser desenhado em

outubro de 2009, quando ela se recusou a fazer um aborto proposto pelo goleiro. O joga-dor e Macarrão, seu homem de confiança, a obrigaram a tomar abortivos. Eliza registrou um boletim de ocorrência da agres-são.

No dia 4 de junho de 2010, Macarrão e o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, foram até o hotel em que ela estava hospe-dada com a promessa de levá-la até o atleta. Para a promotoria, eles atraíram a moça já pensan-do na execução.

Eles seguiram para a casa de Bruno, no Recreio dos Ban-deirantes, onde encontraram o goleiro e a namorada dele, Fer-nanda de Castro. Todos passa-ram a noite no local até o dia seguinte, quando viajaram para Minas.

Bruno foi condenado a quatro anos e seis meses de pri-são por sequestro, lesão corpo-ral e constrangimento ilegal de Eliza no Rio. Macarrão pegou três anos por sequestro. (TT)

Sítio de jogador está ar-rendado por dois sócios de BHo sítio do goleiro bruno Fernandes, local do cárcere privado de eliza Samudio e bruninho, está arrendado por dois sócios de uma agência de veículos de belo horizonte.

O imóvel fica no condomí-nio Turmalinas, em Esmeraldas, e está bloqueado na 1ª Vara de Família do Rio de Janeiro por causa de uma ação de pensão alimentícia contra Bruno para beneficiar a criança.

No espaço de 5.000 m², está uma casa de luxo com dois andares, piscina, campo de futebol e uma área de lazer completa. O lugar chegou a ser colocado à venda por R$ 800 mil. Mas o anúncio não recebeu interessados, que teriam ficado receosos em adquirir o lugar onde ocorreu o cárcere.

Sérgio Rosa Sales, primo do jogador morto em agosto

deste ano, afirmou em seu de-poimento de novembro de 2010 que, dois dias antes do assassi-nato de Eliza, Bruno promoveu uma orgia com “mulheres mais ou menos prostitutas”, como ele definiu as garotas. Segundo Sérgio, outras festas similares já teriam ocorrido no lugar. (TT)

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“Na marca do pênalti”Em sete dias, goleiro e mais quatro vão a júri

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Ney Rubens Direto de Belo HorizonteO promotor de Justiça do Tribunal do Júri do Fórum de

Contagem (MG), Henry Wagner Vasconcelos Castro, clas-sificou como mais uma invenção dos advogados de defesa do goleiro Bruno a informação de que Eliza Samudio, ex-amante do atleta desaparecida há mais de dois anos, estaria viva e morando na Europa após deixar o Brasil pela fronteira da Bolívia, a pé.

Na sexta-feira, os advogados Rui Caldas Pimenta e Francisco Simim disseram que um preso de Governador Valadares (MG) foi procurado pela ex-amante do atleta em julho de 2010, e que ele a ajudou a sair do País. O homem afirmou que ainda na cidade mineira teria indicado uma pes-soa que vendeu a Eliza um passaporte falso por R$ 4 mil em nome de Olívia Guimarães Lima.

Segundo os advogados, o detento se chama Luiz Hen-rique Franco Timóteo, companheiro da mãe biológica de Bruno, que mora no sul da Bahia, com quem tem dois fi-lhos. Timóteo havia enviado uma carta aos dois advogados de Bruno, Simim e Rui Pimenta, dizendo que entre os dias 18 e 20 de julho de 2010 foi procurado por Eliza.

“Esse padrasto do goleiro Bruno trata-se de um trafican-te que se encontra preso na cidade de Governador Valadares pela Polícia Federal. Um sujeito sem nenhuma credibilidade para prestar qualquer informação do que diz respeito ao pa-radeiro de quem quer que seja”, disse.

Castro disse ainda que a suposta informação contradiz o próprio defensor de Bruno: “Nós temos que observar que o doutor Rui Caldas Pimenta me parece muito perdido por-que, há poucos meses, ele afirmava de maneira retumbante e categórica que Eliza estava morta e não havia como se negar isso. Como poderia ele afirmar que Eliza não somente esta-ria viva como ainda sustentar o nome de Olívia Guimarães Lima?” questionou.

o caso brunoEliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando

teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anô-nimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a in-formação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos ami-gos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa

de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza se-guindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobri-nho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreen-dido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos San-tos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do cri-me, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenil-son Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bru-no, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Pú-blico concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram con-denados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio.

O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macar-rão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fer-nanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza de-cidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flá-vio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

hTTP://NoTiCiaS.TeRRa.Com.bR/bRaSiL/PoLiCia/CaSobRuNo/NoTiCiaS - 10.11.2012

Promotor classifica de invenção tese de que Eliza está na EuropaPromotor descarta que Eliza Samúdio esteja viva usando nome falso

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A Presidente da República, Dilma Rouseff, indicou, hoje (09), o procurador de Justiça do Pa-raná, Sérgio Luiz Kukina, para o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A indicação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial. Sérgio foi indicado para a vaga de Hamilton Car-valhido, que se aposentou em maio de 2011.

A indicação foi encaminhada ao Senado Fe-deral. Para tomar posse no cargo, o procurador terá de ser aprovado em sabatina feita pela Co-missão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, ter o nome aprovado pelo plenário.

Kukina integrava a lista tríplice escolhida

pelos ministros do STJ em 21 de maio passado, enviada à Presidência da República no dia 1º de junho. Ele disputava a vaga com o procurador de justiça acreano Sammy Barbosa Lopes e com o procurador do Ministério Público do Distrito Fe-deral, José Eduardo Sabo Paes.

O indicado tem 52 anos e entrou no Ministério Público estadual em 1984. Atuou como promotor em cidades do interior paranaense e em Curitiba, onde, atualmente, chefia a coordenadoria de Re-cursos Cíveis.

Fonte: Com informações do G1

NoTíCia da hoRa - CoNamP - bRaSíLia, 09 de NovembRo de 2012.

Membro do MP do Paraná é indicado para vaga de Ministro do STJ

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Adriana CaitanoBrasília – A promessa do Rio de Janei-

ro e do Espírito Santo de levar até as últimas consequências, ou seja, ao Supremo Tribunal Federal (STF), a luta para manter os ganhos vindos da exploração de petróleo já tem pre-cedentes no Judiciário. De acordo com a Ad-vocacia Geral da União (AGU), os dois esta-dos estão entre os que participam do maior numero de litígios entre entes da federação a serem mediados pela Corte. O maior motivo dos conflitos é exatamente o questionamento sobre a divisão dos royalties. Em setembro, o STF criou o Foro Permanente de Mediação de Conflitos Federativos, em que representantes da AGU e de procuradorias regionais tenta-riam solucionar os impasses entre governos e demais poderes de uma forma extrajudicial.

O desafio mais complexo, segundo o próprio grupo, envolve a distribuição do ren-dimento vindo do petróleo. Há cerca de 10 anos estados e municípios contestam judi-cialmente algum critério para o pagamento ou a divisão dos royalties. Grande parte das ações pedia para interromper a votação de projetos de lei que mudaria as regras atuais, mais favoráveis às cidades produtoras. Um dos mandados de segurança com solicita-ção de liminar, de autoria do senador Mag-

no Malta (PR-ES) e dos deputados federais Suely Vidigal (PDT-ES), Lauriete Almeida (PSC-ES) e Filipe Pereira (PSC-RJ), foi ar-quivado em fevereiro pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Na semana passada, após a proposta de redistribuição ser aprovada no Congresso, os parlamentares capixabas e fluminenses volta-ram a pressionar o STF a se posicionar sobre o caso. A solicitação foi apresentada para que o ministro Luiz Fux conceda, em caráter ur-gente, uma liminar para impedir os efeitos do projeto. As bancadas argumentam que o texto reduz os ganhos de quem produz o petróleo e conta com essa renda e provoca a quebra de contratos já licitados. Quem também já havia acionado a Corte Suprema para recla-mar sobre royalties foi o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Em 2010, ele entrou com uma ação direta de inconstitu-cionalidade (Adin) contra a lei sobre a cessão onerosa de áreas do pré-sal para a Petrobras, que entrou em vigor na época. O caso ainda será analisado pelo plenário do STF.

Nos últimos dias, Cabral atribuiu a di-visão definida na proposta do Congresso a possíveis empecilhos para a elaboração das Olimpíadas de 2016 na capital fluminense e da Copa de 2014, que tem a cidade como uma

das sedes. O governador, porém, assegura que deve judicializar a questão novamente apenas se a presidente Dilma Rousseff não vetar o texto que chegará às suas mãos esta semana. O governador do Espírito Santo, Renato Ca-sagrande, também já prometeu levar o tema à Justiça caso Dilma avalize as mudanças feitas pelos parlamentares. “A Procuradoria Geral do Estado está preparada para impe-trar ação de inconstitucionalidade no STF e temos como respaldo o fato de a decisão (do Congresso) ferir a Constituição”, afirmou na quarta-feira.

o que nos interessamais dinheiro para minasMinas Gerais pode receber quase R$ 1

bilhão se a presidente Dilma Rousseff apro-var a mudança na distribuição dos royalties do petróleo. De acordo com levantamento da equipe do senador Wellington Dias (PT-PI), autor do projeto de lei que redistribui os recursos provenientes dos campos de explo-ração aprovado pela Câmara na semana pas-sada, o montante destinado aos municípios mineiros e ao estado passaria de R$ 122,3 milhões para R$ 925,8 milhões, um aumento de R$ 803,5 milhões. Com a nova distribui-ção apenas dois estados perdem dinheiro: Es-pírito Santo e Rio de Janeiro.

Guerra com precedentes Rio de Janeiro e Espírito Santo são campeões no número de disputas judiciais entre os estados. O principal motivo dos conflitos é justamente a distribuição de royalties

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No período de apenas seis dias, o Senado e a Câmara dos Deputados aprovaram o proje-to que tipifica invasão de com-putadores, violação de dados dos usuários de computadores, roubo de arquivos pessoais por hackers e divulgação não au-torizada de dados na internet como crimes cibernéticos.

De autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a pro-posta havia sido aprovada em agosto pela Comissão de Ci-ência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado. Mas, por causa de uma divergência entre os lí-deres partidários, ela foi sub-metida ao plenário. Em vez de aprovar mudanças na legisla-ção criminal em vigor, alguns parlamentares defendiam que a proposta fosse incorporada ao corpo do projeto de Códi-go Penal elaborado por uma comissão de juristas nomeada pelo senador José Sarney. Para esses parlamentares, a votação de projetos isolados em maté-ria de direito penal tenderia a esvaziar a revisão do Código Penal.

Como o projeto elaborado por essa comissão de juristas foi muito mal recebido por penalistas e criminólogos de diferentes tendências políti-cas e doutrinárias, outros par-lamentares propuseram que a proposta de tipificação dos cri-mes cibernéticos tramitasse de forma independente da refor-ma do Código Penal. Esta foi a tese que prevaleceu, sob a jus-tificativa de que os 70 milhões de internautas brasileiros não

estão protegidos contra a ação de hackers. Por ano, realizam-se no País cerca de 58 bilhões de operações na internet, das quais 2 bilhões são fraudadas.

Durante a tramitação no Senado, a proposta de tipifi-cação dos crimes cibernéticos foi batizada de “Lei Carolina Dieckmann” - a atriz de tele-visão que teve fotos íntimas de seu arquivo pessoal rouba-das por hackers e divulgadas na internet. A atriz mobilizou a opinião pública em favor da agilização da tramitação do projeto de tipificação dos crimes cibernéticos. Como a internet é relativamente nova, a legislação penal em vigor - que foi editada há mais de sete décadas - não tem dispositivos específicos para coibir este tipo de delito, tratando-o como estelionato. Como a internet também passou a ser usada em larga escala não só para comunicação entre pessoas, mas, igualmente, para paga-mento de contas, consultas de saldos bancários, negociações de empréstimos e transações comerciais, os crimes ciber-néticos cresceram geometri-camente nos últimos anos. No ano passado, só as instituições financeiras tiveram prejuízos estimados em R$ 2 bilhões com delitos cibernéticos. Por isso, a Federação Brasileira de Bancos também pediu rapidez na votação da “Lei Carolina Dieckmann”.

A proposta prevê pena de três meses a um ano de prisão, além de multa, para quem in-vadir “dispositivo informáti-

co”, conectado ou não à inter-net, mediante violação inde-vida de mecanismo de segu-rança, para obter, adulterar ou destruir dados e informações, instalar vírus ou obter vanta-gens indevidas. A mesma pena também será aplicada a quem produzir, distribuir ou vender programas de computador que permitem invasão de compu-tadores e arquivos pessoais e a quem comercializar dados eletrônicos obtidos por meios ilegais. A proposta classifica como agravante a obtenção de informações sigilosas, de co-municação eletrônica privada e de segredos industriais e co-merciais.

A proposta ainda equipa-ra cartões de crédito, cartões de débito e cartões bancários a documentos particulares, punindo com severidade fal-sificações e clonagens. Inclui no rol de crimes cibernéticos a interrupção de serviços de in-formática, como a retirada do ar de páginas da internet, prin-cipalmente se isso ocorrer du-rante situações de calamidade pública. A legislação penal vi-gente trata apenas da interrup-ção de serviços telegráficos, telefônicos e de utilidade pú-blica. “Hoje há quem tire do ar até página da Receita Federal e não é punido”, diz o relator do projeto, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Como a Câmara dos Deputados já ha-via aprovado a versão original do projeto e agora endossou todas as emendas introduzidas pelo Senado, ele poderá ser sancionado ainda este ano pela presidente Dilma Rousseff.

o eSTado de S. PauLo - oN LiNe - 12/11/2012

Crimes cibernéticos

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