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Anais do XXVI Simpósio Nacional de História ANPUH • São Paulo, julho 2011 1 O PROJETO DE DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA DO FUNDO DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE IMPRENSA E PROPAGANDA DEIP/APEES MARGARETE FARIAS DE MORAES 1 ANDRÉ MALVERDES 2 Resumo O trabalho objetiva apresentar o projeto de descrição arquivística do fundo do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda DEIP, custodiado pelo Arquivo Público do Estadual do Espírito Santo - APEES, bem como demonstrar o quanto a descrição arquivística de fontes documentais é de vital importância para a estrutura institucional que o produziu, para declaração de direitos civis e para produção histórica. Para tanto, este trabalho apresenta também um inventário histórico do DEIP e sua atuação na sociedade, a partir exclusivamente da análise dos documentos para a descrição arquivística. O Fundo DEIP/APEES é particularmente rico em documentos relativos ao controle dos periódicos, radiodifusão, cinema, turismo, teatro e qualquer atividade que viesse a ser considerado pela instituição como alvo do olhar censor do Estado Novo. O projeto de descrição arquivística do fundo DEIP/APEES foi financiado pelo edital nº 22/2010 da Secretaria Estadual de Cultura do Espírito Santo. O projeto consistiu em elaborar um inventário analítico, cuja base metodológica foi a descrição arquivística baseada na norma internacional de descrição. O projeto também produziu um banco de dados, a microfilmagem e digitalização do acervo. Palavras chaves: DEIP; APEES; Descrição Arquivística; Estado Novo 1 Professor Assistente do Departamento de Arquivologia da UFES, Doutoranda em Educação pelo PPGE/UFES, Mestre em História das Ciências pela COC/Fiocruz. 2 Professor Assistente do Departamento de Arquivologia da UFES, Mestre em História Social das Relações Políticas pela PPGHIS-UFES.

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  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 1

    O PROJETO DE DESCRIO ARQUIVSTICA DO FUNDO DO

    DEPARTAMENTO ESTADUAL DE IMPRENSA E PROPAGANDA

    DEIP/APEES

    MARGARETE FARIAS DE MORAES1

    ANDR MALVERDES2

    Resumo

    O trabalho objetiva apresentar o projeto de descrio arquivstica do fundo do

    Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda DEIP, custodiado pelo Arquivo

    Pblico do Estadual do Esprito Santo - APEES, bem como demonstrar o quanto a

    descrio arquivstica de fontes documentais de vital importncia para a estrutura

    institucional que o produziu, para declarao de direitos civis e para produo histrica.

    Para tanto, este trabalho apresenta tambm um inventrio histrico do DEIP e sua

    atuao na sociedade, a partir exclusivamente da anlise dos documentos para a

    descrio arquivstica.

    O Fundo DEIP/APEES particularmente rico em documentos relativos ao controle dos

    peridicos, radiodifuso, cinema, turismo, teatro e qualquer atividade que viesse a ser

    considerado pela instituio como alvo do olhar censor do Estado Novo.

    O projeto de descrio arquivstica do fundo DEIP/APEES foi financiado pelo edital n

    22/2010 da Secretaria Estadual de Cultura do Esprito Santo. O projeto consistiu em

    elaborar um inventrio analtico, cuja base metodolgica foi a descrio arquivstica

    baseada na norma internacional de descrio. O projeto tambm produziu um banco de

    dados, a microfilmagem e digitalizao do acervo.

    Palavras chaves: DEIP; APEES; Descrio Arquivstica; Estado Novo

    1 Professor Assistente do Departamento de Arquivologia da UFES, Doutoranda em Educao pelo

    PPGE/UFES, Mestre em Histria das Cincias pela COC/Fiocruz.

    2 Professor Assistente do Departamento de Arquivologia da UFES, Mestre em Histria Social das

    Relaes Polticas pela PPGHIS-UFES.

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 2

    INTRODUO

    O Arquivo Pblico do Estado do Esprito Santo APEES atualmente a instituio

    com o maior acervo referente ao patrimnio arquivstico capixaba e o que mais recebe

    pesquisadores e profissionais para produo de pesquisa, documentrios, livros, entre

    outros. Nosso trabalho foi concentrado no Fundo Departamento Estadual de Imprensa e

    Propaganda - DEIP, rgo estadual do extinto Departamento de Imprensa e Propaganda

    - DIP, brao censor do perodo do Estado Novo da Era Vargas.

    O Inventrio Analtico do Fundo Departamento Estadual de Imprensa E Propaganda

    DEIP/ES foi o produto da descrio arquivstica de um conjunto de aproximadamente

    4000 documentos fundamentais para a compreenso da histria das polticas culturais e

    de comunicao no Brasil e seus impactos em territrio capixaba, no que diz respeito

    imprensa, cinema, turismo, teatro ou qualquer outro tipo de manifestao pblica que

    promovessem a ateno do olhar censor do DEIP, no perodo compreendido entre 1941

    e 1946.

    O DEIP/APEES composto por 10 caixas box, contendo 3997 documentos em um total

    8533 pginas, todos de tamanho A4, contendo documentos que vo desde memorandos,

    ofcios e correspondncias, at autorizaes e licenas para exibio de espetculos

    culturais, relaes das associaes culturais existentes no estado, decretos e portarias da

    interventoria, certificados de censura e biografias de pessoas importantes do Espirito

    Santo. O fundo tambm apresenta 3 brochuras contendo recortes de jornais de todas as

    notcias e reportagens que o DEIP encomendou (e tambm recebeu) tanto nos jornais

    locais como na impressa oficial. O cunho destas reportagens e notcias eram sempre

    divulgar estatsitcas, eventos e aspectos positivos da economia e cultura do Esprito

    Santo.

    A partir de 2009, os artistas, produtores e agentes culturais passaram a contar com o

    acesso a uma nova forma de apoio para financiamento da atividade cultural, o Fundo de

    Cultura do Estado do Esprito Santo - FUNCULTURA (Lei Complementar n 458 de

    21/10/2008), cujos recursos visam a incentivar a formao e a fomentar a criao, a

    produo e a distribuio de produtos e servios que usem o conhecimento, a

    criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos, e a tornar a

    atividade cultural uma importante estratgia nos programas de desenvolvimento do

    Estado do Esprito Santo. Em 2010 foi lanado, entre 24 editais, o de nmero 22, que

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    promoveu seleo de projetos culturais e concesso de apoio financeiro para inventrio,

    conservao e reproduo de acervos no estado.

    Atravs de uma parceria com o APEES foi elaborado e aprovado o projeto para a

    elaborao do inventrio analtico, higienizao, microfilmagem e digitalizao do

    acervo. Com a equipe do projeto ficou a responsabilidade da descrio analtica do

    acervo, e em contrapartida o APEES ofereceu apoio no processo de higienizao,

    microfilmagem e apoio tcnico ao longo do trabalho.

    O PROJETO DE DESCRIO ARQUIVSTICA E SUA BASE

    METODOLGICA

    Um arquivo ou mesmo um nico acervo sem um instrumento de pesquisa3, no permite

    aos interessados um pleno acesso, na medida em que seu contedo se esconde por trs

    de uma frgil organizao fsica, que mesmo que exista, no possibilita o entendimento

    total do funcionamento, muito menos suas ligaes com os interesses sociais atuais.

    Para construo de instrumento de pesquisa de fontes documentais histricas de

    fundamental importncia a aplicao da tcnica de descrio, que de acordo com o

    dicionrio arquivstico (ARQUIVO NACIONAL, 2005:67) entendido como conjunto

    de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de contedo dos

    documentos para elaborao de instrumentos de pesquisa. A descrio arquivstica dos

    documentos s que possibilita a criao de instrumentos de pesquisa. Para o fundo

    DEIP/APEES, pelo seu valor cultural e histrico foi escolhido o instrumento de

    pesquisa do tipo inventrio analtico, que possibilita aos interessados uma viso mais

    aprofundada dos contedos dos documentos.

    A metodologia usada para a descrio do fundo DEIP/APEES foi baseada na Norma

    Brasileira de Descrio Arquivstica NOBRADE, cujas diretrizes se baseiam na

    Norma Geral Internacional de Descrio Arquivstica - ISAD (G). Diretrizes estas que

    garantem o intercmbio e facilitam o acesso de informaes em mbito nacional e

    internacional.

    A NOBRADE (CONARQ, 2006:11) possui 6 nveis de descrio:

    3 Entende-se como instrumento de pesquisa uma forma que possibilite a identificao, localizao ou

    consulta a documentos ou a informaes contidas neles. Os instrumentos de pesquisa podem ser do

    tipo catlogo, guia, ndice, inventrio, listagem descritiva do acervo, repertrio e tabela de

    equivalncia (ARQUIVO NACIONAL, 2005).

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    Nvel 0 Acervo da entidade custodiadora

    Nvel 1 Fundo ou coleo

    Nvel 2 Seo

    Nvel 3 Srie

    Nvel 4 Dossi ou processo

    Nvel 5 Item documental

    Para o projeto de descrio do fundo DEIP/APEES foi utilizado o nvel 1, para

    descrever de forma geral o montante informacional do fundo como um todo; o nvel 3

    que descreveu cada uma das 3 sries que classificaram o fundo e o nvel 5, na medida

    em que todos que todos os documentos foram descritos.

    No que diz respeito a organizao fsica do acervo, optamos por manter a ordem

    original do fundo. O tempo para execuo do projeto no permitiu que os documentos

    pudessem ser arranjados como suas cpias digitalizadas. Entendemos que essa opo

    garantiria o contexto do acervo ao mesmo tempo em que no comprometeria em

    nenhum momento a investigao considerando que o acervo analtico propicia a

    identificao de interesse na pesquisa. Desta forma a classificao do fundo em 3 sries

    principais se deu apenas na descrio e na organizao do fundo digitalizado.

    As 3 sries identificadas, a partir do entendimento preliminar do funcionamento do

    DEIP e aproveitando-se a nomenclatura utilizada na estrutura organizacional do DEIP

    foram:

    Diretoria Geral (DIG)

    Diretoria de Propaganda, Turismo e Diverses Pblicas (DTD)

    Diretoria de Imprensa, Radiodifuso e Divulgao (DIR).

    A partir desta classificao em sries foram criados os cdigos que seriam adotadas para

    cada documento. Este cdigo tem uma estruturao padro que se inicia com

    BR.APEES.DEIP referente ao pas, entidade custodiadora e o fundo. A partir desta

    estrutura bsica acrescentamos mais 1 elemento do cdigo, de acordo com a srie que o

    documento pertence, a saber:

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    BR.APEES.DEIP.DG Diretoria Geral

    BR.APEES.DEIP.DTD Diretoria de propaganda, turismo e diverses pblicas

    BR.APEES.DEIP.DIR Diretoria de imprensa, radiodifuso e Divulgao.

    Os documentos de cada srie foram numerados sequencialmente, formando os seguintes

    cdigos:

    BR.APEES.DEIP.DG.0001...9999 ou

    BR.APEES.DEIP.DTD. 0001...9999 ou

    BR.APEES.DEIP.DIR. 0001...9999

    Como as sries no estavam explicitas na organizao fsica do acervo tiveram que ser

    atribudas no momento da anlise do documento e de sua descrio.

    Os cdigos foram escritos no prprio documento com lpis 6b no canto superior direito

    da pgina frontal. No caso de documentos com mais de uma pgina, os cdigos foram

    colocados cdigo em todas as pginas frontais do documento.

    As capas e contra capas das pastas, quando apresentaram alguma informao original,

    foram consideradas como documento, portanto foram descritas e numeradas.

    Cada documento foi analisado e registraram-se, no instrumento de descrio, as

    seguintes informaes:

    Cdigo de referncia: Cdigo que o documento dever ser identificado.

    Ttulo: Ttulo original do documento e sua tipologia. Caso o documento

    no tivesse um ttulo, devia-se atribuir, a partir de elementos de

    informao presentes no documento.

    Indicao de responsabilidades (autor, destinatrio, emissor, requerente,

    requerido, outorgante, outorgado) e assunto.

    Datas: Datas da produo do documento. Poderiam ser registradas outras

    datas importantes constantes no documento como datas de

    requerimentos, eventos, entre outros, mas estas datas deveriam ser

    identificadas como tal.

    Local: Local de produo do documento.

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    Dimenso: Nmero de pginas e folhas do documento.

    Conservao: Estado de conservao do documento.

    Pontos de acesso: Palavras chaves e/ou termos que auxiliaro na

    recuperao do documento.

    Documentos relacionados: Outros documentos (apenas seus cdigos) do

    mesmo fundo, que mantinham relao com o documento.

    Nmero da caixa: Nmero original da caixa no fundo.

    Nmero da pasta: Nmero da pasta ou mao original.

    N de pgina: Nmero da pgina na seqncia crescente por pasta.

    Data da descrio: Data da descrio do documento.

    Descrito por: Nome do responsvel pela descrio do documento

    Aps o trabalho de anlise e descrio, todo o fundo passou por um processo de

    higienizao para ser microfilmado. A microfilmagem gerou 10 rolos de filme que

    possibilitaram o processo de digitalizao mais eficiente e rpido. Cada documento

    gerou uma imagem que foi nomeada com o seu cdigo.

    O DEIP

    Atravs do Decreto Lei 2.557 de 4 de setembro de 1940, o governo disciplina os

    servios de informaes oficiais em todo o pas com intuito de assegurar a distribuio

    de noticias e ensinamentos exatos e teis sobre administrao, poltica externa,

    comrcio, indstria, e educao e sade, ou seja, regulamenta a atuao do DIP nos

    estados, cria os DEIPs.

    As funes do DIP, a partir de ento passam a ser executadas com a parceria do governo

    estadual e federal. Os governos estaduais tiveram que organizar em um s rgo, a ser

    denominado Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda DEIP, todos os

    servios responsveis pelo controle e deliberao da imprensa, rdio-difuso, diverses

    pblicas, propaganda, publicidade e turismo. De acordo com o referido decreto, os

    DEIPs deveriam estar subordinados do DIP, pelo menos do ponto de vista da

    orientao tcnica e doutrinria (DECRETO LEI 2.557, 1940).

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    Os DEIPs deveriam ser organizados de acordo com as normas do DIP, que inclusive

    estabeleceria quais servios deveriam ser remunerados ou no. E os nomes dos que

    exerceriam as funes de grande responsabilidade deveriam ser autorizados pelo

    presidente da repblica. Os diretores dos DEIPs despachavam diretamente com o

    interventor federal do estado, assim como o diretor do DIP despachava direto com o

    presidente da repblica.

    DEIP ESPRITO SANTO

    O DEIP do Esprito Santo estava estruturado basicamente em 3 diretorias, a Diretoria

    Geral, a Diretoria de Diverso e Turismo e a Direo de Imprensa e Radiodifuso4.

    Sendo que a Diretoria Geral estava acima das outras duas tendo ascenso como

    aprovadora final de seus atos. O DEIP funcionou inicialmente na Rua Pedro Palcios,

    no centro de Vitria (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIG.0593).

    Os registros apontam para uma precria estrutura, visto a constante troca de

    correspondncia entre o diretor e o interventor, ou com a contadoria do estado sobre

    pedidos de adiantamento de recursos para aquisio de material bsico de escritrio e

    outras necessidades. H registros de agradecimento do DEIP Escola Normal Pedro II

    pelo emprstimo de mquina uma de escrever (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DIG.0038), alm de registros de dvidas com a Empresa de Correio e

    Telgrafos e outros fornecedores de servio.

    Diretoria Geral cabia a funo principal de administrar os recursos financeiros e

    interagir com os diversos rgos e atender e/ou responder as demandas oriundas das

    suas funes bsicas do DEIP. Competia a ela comprovar os gastos e responder pela

    destinao do oramento do DEIP (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIG.0002). Era o

    Diretor Geral que assinava todas as correspondncias de respostas a qualquer

    solicitao, seja administrativa propriamente dita, seja de cunho censor ou

    permissionrio.

    Alguns profissionais do DEIP e da Radio Clube Esprito Santo no eram funcionrios e

    sim uma espcie de prestadores de servio, desta forma os seus honorrios, e sua

    permanncia e desligamento, eram autorizados pela Diretoria Geral (Fundo DEIP,

    4Alguns documentos referem-se Diviso de Rdio e Imprensa, Diviso de Turismo e Diverses

    Pblicas

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 8

    BR.APEES.DEIP.DIG.1690). Era de responsabilidade desta diretoria tambm a

    autorizao de notas de empenho para pagamentos de servios de manuteno de

    equipamentos, aquisio de material entre outros (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DIG.1740; BR.APEES.DEIP.DIG.0914;

    BR.APEES.DEIP.DIG.0979).

    O DEIP Esprito Santo no controlava os registros de tipografias, estabelecimentos de

    difuso cultural, boletins/jornais e nem de artistas, estes cadastros eram mantidos

    diretamente pelo DIP, cabendo ao DEIP a conferncia dos registros. Tais registros

    geravam uma numerao que era cobrada em momento oportuno, como por exemplo, na

    censura ou autorizao de divulgao cultural ou de imprensa (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DIG.0054; BR.APEES.DEIP.DIG.0055).

    Divulgao e propaganda

    A partir de 1941 constata-se a instituio de correspondentes da Agncia Nacional no

    interior do Estado. A atuao destes correspondentes estava regulada atravs de

    instrues do novo servio. Estes correspondentes via DEIP, faziam chegar Agncia

    Nacional no Rio, noticias de todo estado do Esprito Santo. Foram institudos

    correspondentes em So Jos do Calado, Santa Cruz, Cachoeiro de Santa Leopoldina,

    Serra, Alfredo Chaves, Iconha, Castelo, Colatina, Afonso Cludio, Cachoeira de

    Itapemirim, Santa Teresa, entre outros (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIG.0602;

    BR.APEES.DEIP.DIG.0603; BR.APEES.DEIP.DIG.0604;

    BR.APEES.DEIP.DIG.0605; BR.APEES.DEIP.DIG.0606;

    BR.APEES.DEIP.DIG.0607; BR.APEES.DEIP.DIG.0608;

    BR.APEES.DEIP.DIG.0629; BR.APEES.DEIP.DIG.0630;

    BR.APEES.DEIP.DIG.1186; BR.APEES.DEIP.DIG.1461).

    Era o diretor geral do DEIP que solicitava ao diretor do Departamento Geral de

    Agricultura, Terras e Obras, a concesso de franquias telefnicas aos correspondentes

    da Agncia Nacional, que se instalavam nos municpios do interior (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DIG.0485; BR.APEES.DEIP.DIG.0576).

    O DEIP era a ligao dos atos da administrao municipal e estadual com a Agncia

    Nacional. Era atravs dele que a Agncia Nacional recebia as informaes sobre os atos

    e outras notcias importantes da administrao, da Interventoria e da sociedade

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 9

    capixaba. Entretanto, de acordo com os registros, h casos de falhas de comunicao e

    transmisso.

    Em correspondncias trocadas entre o diretor geral do DEIP, Sr. Ciro Vieira da Cunha e

    o secretrio de governo, observa-se um gargalo nas transmisses via telegrafia, em

    virtude do acmulo de trabalho do telgrafo nacional. O diretor geral do DEIP sugere

    aquisio de um rdio receptor para melhoria do trafego de notcias entre o estado e

    Agncia Nacional Rio (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.0001).

    Em ofcio, de 1944, ao Interventor Federal no Estado, o Diretor do DEIP informa que

    alguns prefeitos reclamam de peridicos sobre a vulgarizao de modernas medidas

    sobre agro-pecuria e pequenas indstrias. Nesta oportunidade observou-se que o

    estado era carente de noticirio prprio sobre as realizaes do Esprito Santo e relata

    que houve uma reunio com os representantes da imprensa de Vitria para melhor

    eficincia da publicidade (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.0053).

    Controle da imprensa

    O Decreto-lei 1949 de dezembro de 1939 regulamentou as atividades da imprensa e da

    propaganda. A fiscalizao destas atividades era de responsabilidade do DIP e

    consequentemente dos DEIPs nos estados. Todas as empresas jornalsticas de

    publicidade5, assim como oficinas grficas e/ou tipografias deveriam ser registradas no

    DIP para exerccio de suas atividades.

    De acordo com o decreto referido, a imprensa e qualquer publicao peridica teriam o

    dever de esclarecer a opinio popular sobre os planos de reconstruo material e

    reerguimento nacional.

    E ainda era:

    Art. 11. passvel de punio a publicao de notcias ou comentrios falsos,

    tendenciosos ou de intuito provocador, induzindo ao desrespeito e descrdito

    do pas, suas instituies, esferas ou autoridades representativas do poder

    5 Jornais e revistas no Esprito Santos durante a atuao do DEIP: A ordem, Vamos ler, A Manh,

    Dirio da manh, Vida Capixaba Esportiva, A Tribuna, "A Gaivota", "Correio do Norte", "A Notcia", "Evoluo", "Novo Horizonte", Jornal do Povo, O Norte, A noite, A Estafeta, A Gazeta, Dirio Oficial, Correio do Sul, Comandos, O trabalho, "O Libertador", "O Alegrense", "O Esprito Santo", "A Voz do Sul", "Brasil Novo", Correio da Manh, "A.C.B.", "A poca", O Esprito Santo, "Almanaque Iconha"; "A Vida Capichaba" (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.vrios).

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 10

    pblico, classes armadas ou quando visem criar conflitos sociais, de classe

    ou antagonismos regionais

    O fluxo de noticias e informaes era de mo dupla. O DEIP capixaba mantinha

    clipping das noticias importantes que se enquadravam na doutrina da comunicao

    social oficial do Governo Vargas para ser encaminhada como pauta para divulgao da

    Agncia Nacional. A partir da instituio dos correspondentes da agencia nacional no

    interior do estado o fluxo e a rapidez se intensificou. Por outro lado a Agncia Nacional

    repassava as notcias, principalmente no que diz respeito aos feitos do governo, alm de

    informes normativos importantes para a administrao das sucursais dos diversos

    rgos federais no estado.

    Ao analisar as pautas de noticias organizadas pelo DEIP, coletadas em todo estado e

    transmitida para Agncia Nacional Rio, observa-se a preferncia pelas noticias que

    enalteciam o estado do Esprito Santo, no s nos seus aspectos polticos e

    administrativos, mas tambm no que tange ao potencial econmico. Noticias pagas pelo

    DEIP aos jornais locais e de outros estados foram observados em correspondncias de

    cobrana por parte dos peridicos6.

    Como o perodo dos documentos descritos o da segunda guerra mundial, algumas

    notcias deveriam ser avaliadas diretamente pelo DIP, como notcias de preparativos e

    operaes de carter militar (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.0118). Em 1942 ainda

    estava mantida a proibio de noticias que ataquem e denigram a imagem de governos e

    chefes de Governo de pases com os quais o Brasil mantinha relaes7.

    E ficaram terminantemente proibidas, em 1943, qualquer notcia sobre o General Franco

    e sobre a Espanha, o afundamento do Navio Bageh, entrevistas com General Ramirez,

    as bases navais e areas em territrio brasileiro, a partida de foras brasileiras para o

    exterior, manifestaes partidrias/grupos/gremiaes/sociedades, entrada ou sada de

    navios beligerantes mercantes de guerra nos portos brasileiros, entre outros (Fundo

    DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.0125; BR.APEES.DEIP.DIR.0116; 6 Jornais e revistas que o DEIP pagou por matrias sobre o esprito santo: Nao Armada O Dia, "A

    Notcia", "O Dia", "Folha do Comrcio, "A Cidade, Dirio Carioca, Noite Ilustrativa, A Tribuna, Correio da Manh, A noite, "Observador Econmico e Financeiro", "Ilustrao Brasileira" (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.vrios).

    7 Punies poderiam ocorrer por no observncia s proibies, como foi o caso do Jornal A Tribuna que teve sua circulao suspensa por 48 horas por ordem do DEIP Esprito Santo (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DIR.0684).

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 11

    BR.APEES.DEIP.DIR.0115; BR.APEES.DEIP.DIR.0427; BR.APEES.DEIP.DIR.0432;

    BR.APEES.DEIP.DIR.0480; BR.APEES.DEIP.DIR.0495).

    O DEIP administrava a imprensa oficial estadual, e de acordo com os registros h

    indcios de sua reorganizao em 19438. Em alguns momentos registra-se um dirio

    oficial como um suplemento ou colunas nos jornais comerciais de grande circulao da

    poca.

    Algumas informaes regulares eram publicadas por esta imprensa oficial estadual,

    como por exemplo a tabela peridica de distribuio de combustveis e a pauta de

    exportao do estado, alm dos atos administrativos no mbito do governo estadual

    (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.0005. BR.APEES.DEIP.DIR.0006).

    Organizao de eventos

    O DEIP organizava eventos, como o desfile de aniversrio do interventor federal com a

    presena de artistas consagrados da poca (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DIR.0008).

    O DEIP organizou a exposio sobre a histria da imprensa capixaba no ano de 1943,

    em homenagem ao Dia da imprensa, onde solicitou exemplares de antigos jornais

    biblioteca e ao arquivo pblico, s prefeituras e s escolas, onde pretendeu expor o

    desenvolvimento dos meios de comunicao escritos no esprito santo (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DIR.0002; BR.APEES.DEIP.DIR.0003;

    BR.APEES.DEIP.DIR.0004).

    Turismo, cultura e diverso

    A Diretoria de Turismo e Diverses (ou Diviso de Turismo e Diverses Pblicas)

    atuava no controle e fiscalizao da vida cultural e diverso pblica capixaba.

    Basicamente atuava na censura de msicas, emisso de certificados de aprovao de

    filmes e espetculos (peas teatrais e shows) produzidos no estado, pois comumente

    filmes e espetculos de exibio nacional j estavam certificados diretamente pelo DIP,

    8 A Imprensa Oficial do Esprito Santo uma das mais antigas do Brasil. Sua primeira circulao data de

    maio de 1890. Entretanto em mais de 100 anos de histria mudou de nome vrias vezes e teve sua

    operao modificada e inclusive at repassada para iniciativa privada em alguns momentos. Em 1939

    um grande incndio destruiu quase todo seu parque de equipamento e arquivos. poca da atuao do

    DEIP, a Imprensa Oficial no Estado estava se reestruturando e pelos registros encontrados estava

    ligada ao DEIP (http://www.dioes.com.br/pg_diario.asp, acessado em 15/12/2010).

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 12

    cabendo ao DEIP sua verificao e controle na exibio, conforme previsto no Decreto

    Lei 1.949 de dezembro de 1939.

    Os espetculos em circos tambm necessitavam de autorizao do DEIP para exibio.

    E os shows de Atalfo Alves e Vicente Celestino foram autorizados pelo DEIP, ambos

    em 1944 (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.0391; BR.APEES.DEIP.DTD.0452).

    H registros tambm de algumas autorizaes para jogos de futebol, principalmente

    finais de campeonato e amistosos entre grandes times nacionais.

    Pelo nmero de documentos encontrados no fundo, a atividade de controle do turismo e

    diverses pblicas por parte do DEIP era muito mais restrita do que o controle da

    imprensa, radiodifuso e propaganda.

    Pelo pequeno fomento cultural do estado, a atuao do DEIP na vida cultural do

    Esprito Santo, pelo que indicam os registros, tambm se predispunha a intervir em

    pequenos eventos e festas em escolas e agremiaes municipais. O DEIP mantinha

    estreita relao com a Escola Tcnica de Vitria, a Escola Normal Pedro II9 e Escola

    Superior de Comrcio de Vitria e os eventos nestes estabelecimentos, e de outros, eram

    autorizados pelo DEIP. Na contra partida, se que se pode dizer assim, o DEIP emitia

    ofcios aos diversos estabelecimentos de ensino, principalmente da capital, solicitando a

    presena de alunos para participarem das inmeras homenagens e comemoraes

    pblicas encomendadas pelo governo federal ou estadual (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DTD.0343; BR.APEES.DEIP.DTD.0344;

    BR.APEES.DEIP.DTD.0345).

    A programao dos teatros e cinemas (basicamente Cine Glria, Cine Polyteana e Cine

    Teatro Carlos Gomes) era encaminhada previamente para o DEIP, bem como fiscais do

    departamento assistiam aos espetculos periodicamente, atravs de ingressos

    permanentes (validados anualmente) encaminhados pelos estabelecimentos (Fundo

    DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.0035; BR.APEES.DEIP.DTD.0198).

    Em alguns ofcios entre o Diretor Geral do DEIP o Diretor de Turismo do DIP e o

    Interventor Federal no Estado foi observada a precria situao da estrutura turstica no

    Esprito Santo, apesar de ser ressaltado seu potencial turstico como praias, altitudes

    para excurso, montanhas, rochas a pique para alpinismo e paisagem do Convento da

    Penha (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.0022). Na opinio do DEIP era

    9 Ciro Vieira da Cunha foi professor da Escola Normal Pedro II em 1938 (D. DAZINHA, 2010)

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 13

    necessria intensa divulgao do potencial turstico capixaba, para isso sugere

    intercmbio de notcias atravs de recortes, publicaes, guias tursticos, entre outros

    (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.0234).

    Apesar de parecer pouco comum, as atividades de turismo, ou melhor, as atividades de

    propaganda do turismo, tambm podiam sofrer censura, como foi o caso da ordem de

    recolhimento de cartes postais com paisagens do Esprito Santo, que estavam sendo

    vendidos pelas Casas Moacyr Barbosa & Cia Ltda, Casa Emprio Capichaba, Vidrlia,

    entre outros. Tais cartes tiveram suas fotografias consideradas prejudiciais aos

    interesses tursticos do estado. A partir deste episdio todos os cartes postais passaram

    a ser aprovados pelo DEIP antes de irem para circulao e venda (Fundo DEIP,

    BR.APEES.DEIP.DTD.0254; BR.APEES.DEIP.DTD.0260;

    BR.APEES.DEIP.DTD.0261; BR.APEES.DEIP.DTD.0481).

    Msica

    O DEIP no s registrava e censurava as msicas, como tambm controlava o

    pagamento de direitos autorais. Os pagamentos dos direitos autorais deveriam ser

    efetuados Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, no caso de peas teatrais, e

    Unio Brasileira de Compositores, no caso de msicas. A constatao do no

    pagamento era motivo de solicitao de interdio de execuo das msicas e peas.

    Muitos estabelecimentos foram proibidos de executarem as msicas por falta de

    pagamento, como Clube Tupi, Clube Vitria, Clube Saldanha da Gama e Clube

    lvares Cabral (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.0570;

    BR.APEES.DEIP.DTD.0571; BR.APEES.DEIP.DTD.0572.

    BR.APEES.DEIP.DTD.0573).

    O DEIP registrava10

    as msicas e as avaliava, com isso era necessrio encaminhar

    msica e letra para aprovao do departamento. Msicas no aprovadas no poderiam

    ser executadas em rdios ou em espetculos. As msicas poderiam tambm ser alteradas

    10 O DEIP arquivava as letras registradas, segue algumas agrupadas por autor:

    America Araujo e Moacyr Pazini - Arrependido"/ Carlos Dente - "Ranchinho Meu"/ Ccero Dantas - Sereia/ Constantino Alves Costalhier - Bolro/ Darly Santos, Alberto Isaias Ramires e Jos Benicio Cavalcanti - Ns na Amrica/ Eduardo Vieira - "Linda Cidade" e "Saudades"/ Hlio Mendes - "Marcha dos Piratas/ Juracy Santos - Selva do Amazonas, Aquela Morena, Seis horas na Praa Oito, Eu tambm quero, Fantasia e Bangalow para Helena/ Manoel Bezerra Nunes - Brinca/ Olavo Borges - Garotas de Ouro/ Rubim - Voc no me quer (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.vrios)

  • Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria ANPUH So Paulo, julho 2011 14

    a pedido do departamento. As msicas dos blocos de carnaval tambm deveriam ser

    aprovadas pelo DEIP, como foi o caso dos blocos Piratas, Iankees, Cancioneiros

    da Lua, Curi, Com ou sem babado que tiveram suas msicas registradas e

    aprovadas pelo DEIP (Fundo DEIP, BR.APEES.DEIP.DTD.vrios).

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    Arquivo Nacional, 2005.

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    atividades de imprensa e propaganda no territrio nacional e d outras providncias.

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