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1500 Ano XXVII — Junho 2017 Reserva 1500 — Clube de Conhecedores HOMENAGEM À HISTÓRIA DO DOURO ANTÓNIA ADELAIDE FERREIRA TINTO 2013 UM BRANCO DE 2016 E UM TINTO DE 2015 DA QUINTA DOS CARVALHAIS VIAGEM ÀS OSTRAS NA COMPANHIA DO PAPA FIGOS BRANCO 2016 nº80

1500 · e seguro. A juntar aos vinhos de cada revista teremos várias oportunidades e novos ... Vinho do Porto, mais exatamente na Quinta da Macieirinha, construída

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1500

Ano XXVII — Junho 2017Reserva 1500 — Clube de Conhecedores

HOMENAGEM À HISTÓRIA DO DOUROANTÓNIA ADELAIDE

FERREIRA TINTO 2013

UM BRANCO DE 2016 E UM TINTO DE 2015 DA QUINTA DOS CARVALHAIS

VIAGEM ÀS OSTRAS NA COMPANHIA DO

PAPA FIGOS BRANCO 2016

nº80

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E D I T O R I A L

1500Clube de Conhecedores

nº80 Junho 2017ano XXVII

WWW.RESERVA1500.COM compre no nosso website estes e outros vinhos

Diretor Manuel Guedes Propriedade Grape Ideas, Apartado 3086 Aldeia Nova, 4431-801 AvintesSecretariado Isabel Rocha Telefone 22 785 03 00 E-mail [email protected]ção editorial Filipe Pinto Nogueira Direção de arte Pedrita Design gráfico vivóeusébio Fotografia Pedro Sadio, Tiago Fonseca, Miguel Oliveira Ilustração Ana Gil, Hugo Oliveira Impressão Multitema Publicação quadrimestral

SEJA RESPONSÁVEL. BEBA COM MODERAÇÃO

pág.

08Cenário Prova

Restaurante Antiqvvm

pág.

30prova nº762Papa Figos

Branco 2016

pág.

48prova nº765

Wildcard Tinto 2016

pág.

66Receita SazonalVitela Maronesa e Queijo da Serra

pág.

78Sócio nº40

António Lobo Xavier

pág.

16Painel de

Provadores

pág.

34prova nº763

Qta. dos CarvalhaisColheita Branco

2016

pág.

52Vida na Vinha

Quando o vinho fomenta a

biodiversidade

pág.

68prova nº768

Antónia Adelaide Ferreira

Tinto 2013

pág.

82Universo 1500

pág.

22 prova nº760

Casa da GazalhaGrande Escolha

Verde Branco 2016

pág.

38prova nº764

AtlantisRosé 2015

pág.

58prova nº766

Qta. dos CarvalhaisTouriga Nacional

2015

pág.

72prova nº769

Porto FerreiraBranco 10 anos

pág.

84Magnuns

Vinho do Porto em grande formato

pág.

26prova nº761Qta. do SíbioBranco 2015

pág.

42Caçadores de

IguariasOstras do Sado

pág.

62prova nº767

Qta. NogueiraReserva 2015

pág.

76prova nº770

Jack Daniel’s Tennessee Honey

pág.

86Vinhos em StockOportunidades

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O novo website do Clube é a extensão da revista para o mundo digital. Agora o Clube está ao alcance de um clique. Já pode fazer todas as suas compras online através de um processo simples e seguro.

A juntar aos vinhos de cada revista teremos várias oportunidades e novos conteúdos ao longo do ano.

A ‘loja online’ do Clube tem acesso restrito através de um username e password, destinando-se apenas aos sócios.

As encomendas dos produtos lançados nas revistas poderão ser feitas através do site ou utilizando, como até aqui, a ficha de encomenda publicada em cada revista.

Reserva 1500 Online

2

Caros sócios,

Foi com grande satisfação que recebemos opiniões muito positivas dos sócios a respeito do novo formato da revista, da forma como decidimos enriquecer os seus conteúdos e do novo website do Clube Reserva 1500.

Sobre o website www.reserva1500.com, a melhor forma de perceber que está a ser um sucesso é através do elevado nível de utilização por parte dos sócios, que foi imediato. Estou certo de que esta plataforma vai imprimir ao Clube um dinamismo cada vez maior, pois permite não só um funcionamento mais rápido de algumas operações, desde logo as próprias encomendas e os respetivos pagamentos, mas também mais flexibilidade na partilha de informações, que agora não se limita aos calendários necessariamente mais condicionados da revista em papel. Fazem parte desse dinamismo a criação do Universo 1500, um conjunto de iniciativas de diversa natureza que pensamos serem do interesse dos sócios. Estas iniciativas vão desde o lançamento de alguns produtos premium, como fizemos no número anterior da revista com a faca Victorinox, e como fazemos nesta revista com a sugestão de malas térmicas para o transporte de garrafas para a praia ou piqueniques, até novos formatos de aquisição de vinhos, como a subscrição fixa de 12 caixas de vinhos selecionados pelo Clube que serão enviadas bimestralmente, ou a possibilidade, através do website, de escolher e enviar vinhos diretamente para um amigo, acompanhados de um cartão personalizado. Também integrado no Universo 1500, vamos organizar ainda este ano uma prova vertical de Quinta da Leda, que é certamente uma boa maneira de viajar pelo Douro Superior.

Por falar em viagens, gostaria de anunciar que estamos a preparar para a primavera de 2018 uma viagem com os sócios aos castelos do Loire, uma região francesa riquíssima em património natural, histórico e, claro, enológico. Mais informação e detalhes sobre todos estes temas chegarão ao vosso conhecimento através das revistas, diretamente por e-mail ou em www.reserva1500.com.

Manuel GuedesDiretor do Clube Reserva 1500

E D I T O R I A LR E S E R V A 1 5 0 0

www.reserva1500.com

Conteúdos Universo 1500

Encomenda e compra dos vinhos e bebidas

Uma oferta diferente da revista

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Vinhos em destaque

A homenagem a uma figura exemplar que modificou para sempre a história da vitivinicultura do Douro faz-se com um vinho também exemplar, que nos traz as sensações que conhecemos quando mergulhamos no Douro vinhateiro.

pág.

68AntóniaAdelaideFerreiraTinto 2013

D E S TA Q U E S

Para quem chegou tarde à colheita de 2015, que desapareceu num instante do mercado, aqui está o Papa Figos Branco de 2016, a mostrar que em todas as gamas é possível produzir vinhos sérios, com qualidade e, além disso, com a frescura insuspeita do Douro.

pág.

30Papa FigosBranco 2016

É quando vivemos no meio de modas, neste caso de vinhos do Porto brancos jovens, que valorizamos os gestos de recuperar uma tradição de envelhecer estes vinhos do Porto.

pág.

72Porto FerreiraBranco 10 Anos

Na praia, em piqueniques ou apenas para manter a temperatura do vinho que quer transportar para o almoço em casa de amigos. Caixas térmicas Transbottle, fabricadas em polipropileno expandido, leves e com versões para 3 ou 6 garrafas.

Vinho em versão outdoor

U N I V E R S O 1 5 0 0

5

Ref. U02

¤63,5 Preço unitário

(c/IVA)

Caixa 3 garrafas

Ref. U03

¤89,5 Preço unitário

(c/IVA)

Caixa 6 garrafas

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P A I N E L 1 5 0 0

6

Todos os vinhos são vendidos em caixas de 6 unidades, com excepção do Casa da Gazalha Magnum e do Whiskey Jack Daniel’s Honey, que são vendidos à unidade.

AntóniaAdelaideFerreira

Tinto 2013

Ref. 768

¤55 Preço unitário

(c/IVA)

Papa Figos

Branco 2016

Ref. 762

¤5,6 Preço unitário

(c/IVA)

Atlantis Rosé 2015

Ref. 764

¤6,65 Preço unitário

(c/IVA)

Quinta dos Carvalhais

Colheita Branco 2016

Ref. 763

¤5,6 Preço unitário

(c/IVA)

WildcardTinto 2016

Ref. 765

¤8,5 Preço unitário

(c/IVA)

Quinta Nogueira

Reserva Tinto 2015

Ref. 767

¤18,5 Preço unitário

(c/IVA)

Ref. 761

¤14,5 Preço unitário

(c/IVA)

Quinta de SíbioBranco 2015

Quinta dos Carvalhais

Touriga Nacional Tinto 2015

Ref. 766

¤13,3 Preço unitário

(c/IVA)

Porto FerreiraBranco 10 anos

Ref. 769

¤13 Preço unitário

(c/IVA)

375ml

Jack Daniel’s

Tennessee Honey

Ref. 770

¤22,8 Preço unitário

(c/IVA)

Ref. 760

¤8 Preço unitário

(c/IVA)

Casa da Gazalha

Grande Escolha Verde Branco 2016

Ref. 760M

¤20,5 Preço unitário

(c/IVA)

1,5l

6

MODO DE PAGAMENTO No site do Clube, por cheque, transferência bancária ou cartão de crédito/débito direto. Cheques deverão ser emitidos à ordem de Grape Ideas S.A e juntos ao cupão da encomenda. Transferências bancárias para conta no Banco Comercial Português: IBAN PT50 0033 0000 45436947775 05.

R E S E R V A 1 5 0 0

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AntiqvvmEstrela a

brilhar sobre o Douro

Uma ressonância histórica ligada ao Vinho do Porto, um edifício emblemático do Porto com vista para o Douro, o Chef Vítor Matos, uma gestão cuidada e uma estrela Michelin. O restaurante Antiqvvm tem todos os ingredientes para oferecer uma experiência difícil de esquecer, tornando-se uma referência obrigatória na restauração da cidade do Porto.

C E N Á R I O P R O V A

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C E N Á R I O P R O V A

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R E S E R V A 1 5 0 0

11

O Porto ficou melhor com este restaurante. O Antiqvvm abriu portas em outubro de 2015, no edifício onde funcionou até 2012 o Solar do Vinho do Porto, mais exatamente na Quinta da Macieirinha, construída no século XIX e localizada na Rua de Entre Quintas, Massarelos.

Os atuais proprietários perceberam bem o potencial deste local, com a convicção de que faltava no Porto um restaurante com uma oferta a este nível, numa altura em que a cidade se posiciona na primeira linha da oferta turística mundial. Imprimiram-lhe doses generosas de sofisticação e qualidade a todos os níveis, contrataram o Chef Vítor Matos, uma garantia de arrojo, criatividade e harmonia. E um ano depois receberam uma estrela Michelin.

O restaurante ocupa a parte de baixo do edifício que integra, no piso superior, o Museu Romântico do Porto, neste momento com obras de restauro em curso.

Chegamos até lá através dos jardins de desenho romântico que rodeiam o Palácio de Cristal. Quando entramos, depois de deixarmos um terraço com vista para o Douro, encontramos um bar e duas

salas com cerca de 70 lugares, uma delas preparada para momentos de show cooking.

Todos os elementos concorrem para esgotarmos os nossos adjetivos, a começar pelo próprio espaço, a descrição dos pratos que lemos na lista, a carta de vinhos, o empratamento e os próprios objetos, como os pratos ou os talheres.

Ao longo do primeiro ano de atividade, a equipa do Anticvvm conquistou algumas distinções de referência, como o Prémio Ouro no IX Concurso de Vinhos Verdes e Gastronomia, o Diploma de Prata para Melhor Restaurante Mediterrânico 2016, o Prémio Ouro na 12ª edição do Concurso ‘Revolta do Bacalhau’ e, em Novembro de 2016, a consagração com a atribuição da estrela Michelin.

O Antiqvvm funciona de terça-feira a sábado, entre as 12h00 e a meia noite; no domingo serve almoços entre as 12h00 e as 15h00, com serviço de esplanada entre as 15h00 e as 19h00. Tem serviço à carta, menu degustação e, nos dias úteis, um menu executivo ao almoço.

C E N Á R I O P R O V A

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R E S E R V A 1 5 0 0O Antiqvvm faz jus às tradições enológicas do edifício que ocupa, oferecendo uma seleção de vinhos das principais regiões vitivinícolas, que podem ser consumidos à refeição ou a meio do dia, à mesa ou ao balcão, num bar onde as conversas serão muito provavelmente inspiradas pelas inúmeras garrafas em exposição (foto à esquerda).

A obsessão comos pormenores passa pelas toalhas de mesa e por todas as peças de louça. Em cima, David Gomes, sommelier do Antiqvvm.

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Arte para devoradores

Há alguns anos atrás, o Chef Vítor Matos dizia numa entrevista que os seus pratos são os seus quadros, trazendo para a sua prática desígnios semelhantes aos que os pintores procuram com as suas obras. E isso faz-nos pensar que neste caso — e para nossa sorte — aquelas pessoas que se confessam como ‘devoradores de arte’ podem aqui pôr em prática o seu gosto de forma literal.

Um ano depois de ter chegado ao restaurante Antiqvvm, recebeu mais uma estrela Michelin. Dito assim, parece fácil. O percurso do Chef Vítor Matos começou com o curso de Cozinha e Pastelaria em Neuchâtel, na Suíça, no final do qual recebeu a primeira proposta para trabalhar no Restaurant des Jeunes Rives.

Em Portugal, estreia-se como chefe de cozinha em 1998 na Estalagem Quinta do Paço, em Vila Real, seguindo-se passagens pelo Grande Hotel da Curia, Grande Hotel das Caldas da Felgueira, Vidago Palace Hotel Golf & Spa, Quinta do Pendão, Tiara Park Atlantic Hotel e Casa da Calçada Relais & Châteaux.

Enquanto líder da cozinha do Largo do Paço teve várias distinções, entre quais 2 Sois no Guia Repsol, 1 estrela no Guia

O Chef Vítor Matos

Michelin, ‘Garfo D’Ouro’ do Guia Boa Cama Boa Mesa do Expresso, Certificado de Excelência 2014 pelo TripAdvisor, e o título de ‘Melhor Restaurante da Europa’, pelo Guia The European 50 Best.com.

Ao longo de quase 20 anos de carreira, foi jurado em vários concursos e orador convidado em diversos congressos e seminários. Enquanto cozinheiro conquistou várias distinções, entre as quais se destacam os títulos de ‘Chefe Cozinheiro do Ano 2003’ (Edições do Gosto), ‘Chefe de Cozinha do Ano 2013‘ (Prémios Revista WINE), ‘Melhor Cozinheiro de Portugal 2014’ (Prémios Arco Atlântico Gastro) e o ‘Prix Chefs de l’Avenir 2011’ da Académie Internacional de Gastronomie, Paris.

C E N Á R I O P R O V A

Nesta página, o chef Vítor Matos. Na página ao lado, em cima, a sobremesa ‘Banana e Chocolate’ servida no Antiqvvm: os lábios são um parfait de chocolate, acompanhados por sponge cake de chocolate, mousse de banana, mousse de café, mini merengues, galhos de chocolate, geleia de café e caramelo e areia de bolacha de chocolate. Sugestão: acompanhar com o Porto Ferreira Branco 10 Anos.

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R E S E R V A 1 5 0 0

Miguel PessanhaNatural do Porto, estudou em Bordéus, onde obteve

o Diploma Nacional de Enólogo, uma licenciatura em Bioquímica e Biologia Celular e um Mestrado em Enologia e Ampelologia. Mais tarde, fez um MBA em Administração

e Gestão de Empresas. Trabalha na Sogrape, onde colaborou na diversificação

dos vinhos nas regiões dos Vinhos Verdes, Douro,

Bairrada e Alentejo. Em 2007, tornou-se responsável pela coordenação das equipas

de enologia e viticultura da empresa, cargo que assumiu em exclusivo a partir de 2012 e o conduziu à Administração da Sogrape Vinhos, em 2014.

Painel de provadores

António Lobo Xavier, na qualidade de produtor e sócio do Clube Reserva 1500, Pedro Silva Reis, Manuel Aranha, António Ventura, Raúl Riba d’Ave, Beatriz Cabral de Almeida, Miguel Pessanha, Luís Sottomayor e Luís Cabral de Almeida foram os provadores do painel 80 do Clube.

Luís Cabral de Almeida

Estudou Engenharia Agrónoma na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, com uma pós-graduação em enologia pela Universidade

de Charles Stuart na Austrália e outras formações

técnicas em Bordéus.Dirigiu durante 10 anos a

produção da Finca Flichman, na Argentina. De volta a Portugal, é responsável

desde 2012 pela enologia na Herdade do Peso.

P R O V A D O R E S

Pedro Silva ReisÉ desde 2002 presidente da Real Companhia Velha,

fundada em 1756 por alvará régio de D. José I, empresa onde trabalha desde 1982

depois de frequentar o curso de enologia na

Universidade de Bordéus. No início dos anos 80, foi um dos fundadores

da Associação Nacional dos Jovens Empresários

e em 1989 integrou a Direcção da Associação

Industrial Portuense, tendo sido o mais jovem empresário a incorporar a Direcção nos seus 150 anos de existência. Em

1994 tornou-se responsável pela AIP Internacional em

assuntos para a Ásia.

António VenturaNatural do concelho do

Cadaval, iniciou os estudos na Escola Superior Agrícola, em Santarém, concluindo a licenciatura em Agronomia na Universidade de Évora.

Fez uma especialização em Viticultura e Enologia

no Instituto de Viticultura e Horticultura de Geisenheim, o Degree in Applied Science na Charles Stuart University

e uma pós-graduação em Enologia na Universidade

Católica Portuguesa. Criou a empresa Provintage, através

da qual presta serviços de consultoria a vários produtores e empresas do sector vitivinícola no

Alentejo, Tejo, Lisboa, Douro e Trás-os-Montes.

1716

António Lobo Xavier

Natural de Coimbra, advogado, já foi professor universitário, deputado e

líder parlamentar do CDS. É atualmente sócio da

sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e associados,

além de Vice-Presidente do BPI e administrador

não executivo em outras empresas, como a NOS ou a Mota-Engil. É administrador da Casa da Música, membro

do Conselho de Estado e comentador residente

do programa Quadratura do Círculo, na SIC.

Manuel AranhaNatural de Lisboa, fez o

curso de técnico agrícola na escola agrária de Santo Tirso

e depois a licenciatura em enologia na UTAD. Depois de estágios profissionais na Quinta da Aveleda, Sogrape e Quinta do Crasto, tem um percurso profissional ligado à produção, envelhecimento e prova de vinhos do Porto na J.H.Andersen, Quinta do Noval, Osborne Portugal, Grupo Taylor e Lemos & van Zeller. Desde 2000

integra o projeto da Quinta da Gazalha com o seu primo,

António Lobo Xavier.

Luís SottomayorEstudou Enologia na

Universidade de Dijon, na Borgonha, na Universidade Charles Stuart, na Austrália,

e na Escola Superior de Biotecnologia do Porto.

É enólogo da Sogrape desde 1989 e dirige desde 2003

a equipa de Enologia da Casa Ferreirinha e de todas as

marcas de Vinho do Porto da Sogrape, sendo o

responsável por marcas como Barca Velha.

Raúl Riba d’AveSócio-gerente da Direct Wine,

empresa de distribuição de vinhos do mundo e centro de

ensino autorizado da Wine & Spirit Education Trust em Portugal desde 2013. Iniciou

a carreira profissional no setor em 2001, tendo passado

pela Finca Flichman, pela Associação Portuguesa de

Cortiça e pela Taylor’s. Autor do livro Viños Argentinos e

de vários artigos na imprensa especializada nacional. Está neste momento a frequentar a segunda etapa do programa

do Institute of Masters of Wine, em Inglaterra.

Beatriz Cabral de Almeida

Iniciou o percurso académico na área da Microbiologia, licenciando-se em 2003

pela Universidade Católica Portuguesa. Tem um

mestrado em Viticultura e Enologia. É enóloga da

Sogrape desde 2007, onde foi até 2011 responsável

pela área técnica de enologia na Herdade do Peso. Hoje é responsável pela produção dos vinhos da Quinta dos Carvalhais.

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A provaA P R O V A

Com vista sobre o Douro, enólogos da Sogrape e produtores e enólogos convidados juntaram-se no restaurante Antiqvvm, no Porto, para provar e comentar os vinhos deste Painel Reserva 1500 que agora levamos aos sócios.

R E S E R V A 1 5 0 0

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Nove provadores para dez vinhos. Sessão de prova nº80, em Maio, no restaurante Antiqvvm, Porto.

De costas, Beatriz Cabral de Almeida, à sua esquerda Pedro Silva Reis. A seguir, da esquerda para a direita, Miguel Pessanha, Raúl Riba d’Ave, António Ventura, António Lobo Xavier e Luís Sottomayor

A P R O V AR E S E R V A 1 5 0 0

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ASA DA GAZALHAVERDE BRANCO GRANDE ESCOLHA 2016

P R O V A N º 7 6 0

Não é muito habitual engarrafar vinhos verdes em garrafas magnum, mas os sócios de Reserva 1500 têm acesso às 150 garrafas de 1,5 l produzidas pela Quinta da Gazalha. Além das magnum, foram produzidas pouco mais de 900 garrafas de 0,75 l.

A quinta onde tem origem o Casa da Gazalha era já há muito propriedade da família que o produz. Mas no início deste século, a decisão de produzir vinhos de maior qualidade conduziu a uma grande transformação na viticultura, que passou naturalmente pela reconversão da vinha.

Este processo de reconversão estendeu-se ao desenho e distribuição das videiras e ainda a algumas alterações topográficas. No momento em que foi necessário partir um talude, descobriram que nesse local, e por causa de um rego foreiro com centenas de anos, a terra que com esta modificação ficou agora à superfície era bastante diferente da que lá estava inicialmente. Quando as videiras que aqui foram plantadas deram finalmente frutos, o enólogo Manuel Aranha verificou que aquela pequena alteração topográfica teve como consequência uma maturação precoce das uvas, apresentando também um perfil diferente das outras.

Neste talhão, os 300 pés de Trajadura amadurecem 2 a 3 semanas mais cedo do que a restante vinha, habitualmente antes das chuvas de setembro. Mas é o bastante para se produzir um vinho distinto. As uvas foram prensadas e a fermentação decorreu a baixas temperaturas numa cuba de mil litros, onde permanece um mês, com batonnage, antes de ser filtrado e engarrafado.

Ficha técnicaCastas: 100% TrajaduraÁlcool: 12,0%Acidez total: 5,5 g/l

(ácido tartárico)pH: 3,8

CRef. 760

¤8 Preço unitário

(c/IVA)

Ref. 760M

¤20,5 Preço unitário

(c/IVA)

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Conheço bem a casta Trajadura e este vinho foi uma agradável surpresa. É uma casta que oxida com facilidade, dando por vezes alguma evolução aos aromas e à cor do vinho. Mas este vinho está muito fresco, com uma cor citrina bonita que mostra que foi muito bem vinificado e protegido. O aroma tem intensidade, com notas de fruta branca e de citrinos, o que reforça ainda mais a sensação de frescura. Na boca, tem um grande equilíbrio entre o volume e a acidez, com um final muito elegante, longo e sem qualquer amargo. Bebia-o com um peixe grelhado.

Miguel Pessanha

Está com uma cor verde limão pálido. O nariz é muito cítrico e amendoado, com uma intensidade subtil. Na boca, é bastante seco, com um corpo ligeiro, uma acidez crocante e notas de flores brancas, casca de lima e amêndoa, que dão harmonia ao conjunto. É muito agradável de beber, com um final linear onde se nota toda a sua frescura. Muito bom para acompanhar gambas fritas com sumo de limão.

Raúl Riba d’Ave

Cor citrina, muito bonita e limpa. Os aroma estão com excelente definição. Detetei frutos de caroço, sobretudo ameixa branca e uma ligeira mineralidade. É muito fresco na boca e, apesar de ligeira, a sua estrutura é muito equilibrada, com a acidez bem casada neste conjunto. O final é muito elegante, com persistência média. Será um bom companheiro para este verão, para pratos de marisco ou um peixe assado.

António Ventura

CASA DA GAZALHAVERDE BRANCO

GRANDE ESCOLHA 2016

R E S E R V A 1 5 0 0

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UINTA DO SÍBIODOURO BRANCO 2015

Q

P R O V A N º 7 6 1

A história da Quinta do Síbio começa no século XIX, com o seu núcleo original no vale do Roncão, numa zona duriense próxima do rio e a baixa altitude. Mas hoje, quer por ser contínua a outras propriedades da Real Companhia Velha, proprietária da quinta, quer por novas aquisições que entretanto foram realizadas, a Quinta do Síbio totaliza cerca de 100 hectares que atingem já o planalto de Alijó, com a sua zona mais recente situada acima da estrada para Covelas e a uma altitude de 600 metros. Este é o local que nos interessa para mostrar este vinho. O nome ‘Ananico’ que encontramos no seu rótulo é a designação de uma parcela que se destacou de todas as outras, pois entre o seu encepamento encontra-se um Moscatel muito diferente daquele que vulgarmente se encontra no planalto de Alijó, normalmente o Moscatel Galego. O Moscatel da Quinta do Síbio mostra um perfil mais elegante, mais fresco e floral, É a primeira edição comercial deste vinho que começou por impressionar os seus próprios produtores pela nobreza da evolução na garrafa, que mantém a frescura inicial, à qual não é certamente estranha a presença do tal Moscatel. Tanto assim é que decidiram produzir um vinho específico que mostrasse toda a sua qualidade.

Ficha técnicaCastas: 100% Moscatel OttonelÁlcool: 12,5%Acidez total: 4,8 g/l

(ácido tartárico)pH: 3,27

Ref. 761

¤14,5 Preço unitário

(c/IVA)

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QUINTA DO SÍBIODOURO BRANCO

2015

O primeiro aroma é muito atrativo, com o floral elegante do Moscatel em evidência a dar grande carácter ao vinho. Na boca, entra com volume, secura e excelente acidez. É um vinho longo, ideal para beber com uma cabeça de cherne assada no forno.

Luís Cabral de Almeida

Cor citrina brilhante. Como é comum nos grandes vinhos brancos do Douro, não mostra uma grande intensidade aromática logo no início. Em vez disso, é um vinho que se vai insinuando. Comecei por encontrar frutos brancos, aromas florais e uma componente vegetal que lhe traz mais complexidade. É na boca que o Moscatel e o seu perfil floral se faz realmente sentir, em conjunto com um aroma pedregoso e uma acidez firme. É um vinho longo e elegante. Bebia-o à beira mar, na Terceira, a acompanhar cracas.

Luís Sottomayor

Está com cor amarelo limão brilhante. Revela frescura intensa logo no aroma, com flores brancas e algum vegetal. Na boca tem aromas de lima e limão, o que em conjunto com as notas florais torna o vinho bastante complexo. Com este corpo médio, esta frescura e elegância, acompanharia bem um risotto de cogumelos.

Beatriz Cabral de Almeida

R E S E R V A 1 5 0 0

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P R O V A N º 7 6 2

APA FIGOSBRANCO 2016

O sucesso do Papa Figos branco segue as passadas do seu irmão tinto, pelo menos se tivermos em conta o tempo recorde em que esgotou depois de, no ano passado, ter chegado pela primeira vez ao mercado.

A colheita de 2016 é a segunda edição deste vinho do Douro que procura mostrar que em todas as gamas é possível produzir vinhos de qualidade e que mostram fidelidade à região onde nascem.

O Papa Figos 2016 é produzido essencialmente com uvas colhidas nas zonas de maior altitude do Douro Superior. Por essa razão, o vinho tem uma predominância da casta Rabigato, que aqui está presente com pouco mais de 50%. Além do Rabigato, foram usadas também as castas Arinto, Viosinho, Códega e uma pequena porção de Moscatel, com a qual se procurou promover a intensidade aromática, já que a maior parte das castas brancas do Douro Superior tem um perfil aromático bastante austero. Foi vinificado na Quinta do Sairrão, próximo de São João da Pesqueira, segundo o método clássico. Antes de ser engarrafado, cerca de 20% do vinho estagiou em madeira usada, apenas o suficiente para harmonizar toda a sua estrutura.

PFicha técnicaCastas: 55% Rabigato,

15% Viosinho, 15% Arinto, 10% Códega, 5% Moscatel

Álcool: 12,5%Acidez total: 5,5 g/l (ácido

tartárico)Açúcar: < 2 g/lpH: 3,2

Ref. 762

¤5,6 Preço unitário

(c/IVA)

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Tem um perfil aromático muito interessante, com uma frescura notória e uma componente vegetal que lhe dá definição. A acidez é notável para um vinho do Douro Superior, o que vem mostrar a nova vaga de brancos da região, contrariando a ideia segundo a qual no Douro só se podiam produzir tintos. Na boca, mostra uma textura e uma intensidade também surpreendentes. Bebia-o com uma pasta com gambas.

Pedro Silva Reis

A primeira impressão no nariz é um ataque intenso, muito aromático e complexo. Noto a presença do Moscatel, que lhe dá alegria. Na boca, está muito redondo, a mostrar a mesma complexidade que já tinha revelado no nariz. Ótima acidez, com um traço vegetal que prolonga o final, sempre cheio de sabor. Escolhia-o de certeza para beber com uma grande garoupa assada.

Manuel Aranha

É bom ver que o vinho surge na mesma linha de qualidade que o de 2015. A cor é amarelo limão pálido com tons esverdeados, a mostrar juventude. No nariz, tem intensidade média, com notas de pêssego, flores e um ligeiro amendoado, tudo muito bem integrado. Na boca, o volume é médio, está muito sedoso e envolvente, com acidez atrativa. Tem um final persistente, a mostrar fruta jovem e alguma baunilha. Ideal para acompanhar ostras.

Raúl Riba d’Ave

PAPA FIGOSBRANCO 2016

Os amantes mais ortodoxos de ostras dirão que nem limão se deve usar numa ostra crua. Para esses, a frescura acidulada do Papa Figos será uma excelente companhia para ostras, substituindo o limão. Mais sobre ostras em ‘Caçadores de iguarias’. Ver

Caçador

es de Iguarias pág

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P R O V A N º 7 6 3

UINTA DOS CARVALHAISCOLHEITA BRANCO 2016

QPara o Colheita de 2016, a segunda edição deste vinho produzido no Dão, foi utilizada maioritariamente a casta Encruzado, à qual se juntou uma porção de Verdelho. O Encruzado nasce em duas vinhas diferentes, com solos também diferentes, que transmitem um perfil distinto às uvas. O objetivo é claramente que o enólogo, no momento de fazer o lote final, tenha à sua disposição mais variáveis que enriqueçam a complexidade do vinho. O vinho fermenta totalmente em inox, com leveduras autóctones da própria Quinta dos Carvalhais, fruto de uma investigação que a Sogrape desenvolve desde 2007, procurando que todas as componentes do vinho tenham a mesma origem, reforçando o seu sentido de lugar e autenticidade. Cerca de 20% do Encruzado estagia seis meses, e sem as borras, em barricas usadas de carvalho francês. O vinho foi engarrafado em Maio de 2017.

Ficha técnicaCastas: 70% Encruzado,

30% VerdelhoÁlcool: 13%Acidez total: 5,5 g/l

(ácido tartárico)Açúcar: 0,8 g/lpH: 3,3

Ref. 763

¤5,6 Preço unitário

(c/IVA)

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QUINTA DOS CARVALHAIS

COLHEITA BRANCO 2016

Tem uma cor citrina aberta, muito atrativa. A primeira impressão é de um aroma discreto e contido, mas depois começa a abrir e a mostrar a sua complexidade com notas frescas vegetais, a amêndoa e flores brancas. O ataque é muito fresco, mas o que me surpreendeu mais foi a sua estrutura, com excelente volume e muito longo. Prevejo que vai evoluir muito bem na garrafa e bebia-o com um robalo ao sal.

Miguel Pessanha

Cor citrina com nuances limonadas e muito brilhante. Os aromas são frescos e bem definidos, com complexidade, a mostrar frutos de polpa branca e notas do estágio na madeira. A boca tem muita frescura, com uma acidez impressionante. O equilíbrio é excelente, com untuosidade. À semelhança de outros brancos da Quinta dos Carvalhais, vai evoluir certamente muito bem na garrafa. Acompanhava-o com um peixe grelhado.

António Ventura

É um vinho inicialmente subtil, que nos convida a descobrir as suas características. Se prosseguirmos, vamos descobrir fruta branca, sobretudo ameixa e pêssego, suportada por uma madeira discreta. Na boca, tem volume e uma acidez vibrante. É muito longo e termina complexo com um toque arbustivo. Bebia-o com arroz de caras de bacalhau.

Luís Cabral de Almeida

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TLANTISROSÉ 2015

P R O V A N º 7 6 4

AEste vinho da Madeira Wine Company é produzido com Tinta Negra, uma casta introduzida na ilha a seguir à devastação da filoxera e que se adaptou notavelmente aos solos vulcânicos da Madeira. Após a vindima, as uvas passam por uma maceração de 24 horas, até o mosto atingir a cor rosé pretendida. Os solos vulcânicos onde nascem as videiras revelam-se na prova através de um paradoxo, já que o aroma sugere doçura, que depois é contrariada na boca devido à sua aparente secura, fruto de uma grande acidez. É um vinho focado na fruta e na frescura, sem qualquer recurso a madeira.

Ficha técnicaCastas: 100% Tinta NegraÁlcool: 10,5%Acidez total: 7,5 g/lAçúcares redutores: 8 g/l pH: 3,10

Ref. 764

¤6,65 Preço unitário

(c/IVA)

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ATLANTISROSÉ 2015

Está com uma tonalidade alegre e expressiva. No aroma, mostra morangos e framboesas com grande intensidade. Quando achamos que toda esta intensidade nos pode cansar, percebemos que a frescura e a firmeza que sentimos na boca equilibra todo o vinho, resultando num conjunto harmonioso e elegante. Penso que esta acidez equilibra bem a gordura de um prato e, por isso, bebia-o com um risotto de alheira.

Beatriz Cabral de Almeida

Tem notas aromáticas muito peculiares, com grande presença da groselha e do rebuçado de morango. Impressiona pela sua notável acidez e pela harmonia do conjunto, o que o torna num vinho muito singular. É um vinho para apreciar antes da refeição, à beira duma piscina madeirense, a contemplar o Atlântico.

Pedro Silva Reis

É um vinho surpreendente pela frescura, pois já é de 2015 e os rosés são habitualmente vinhos que evoluem rapidamente. Tem um aroma intenso, onde além da frescura noto também uma componente amílica, com notas de banana e também algo que me faz lembrar rebuçado de morango ou cereja. Na boca, nota-se o impacto da acidez, mas bem equilibrada com a doçura e notas de frutos vermelhos frescos. Bebia-o com umas lapas da Madeira.

Luís Sottomayor

Aa

‘Am

ílicos’: ver Léx

ico

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Caçadores de Iguarias

Ostras do Sado

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Gostamos de ostras não só pelo que elas fazem sobre os recetores dos nossos sentidos, mas porque parecem ter o poder de aumentar a sensibilidade a novos sabores e aromas.

A ostra tem um dos sabores mais bem guardados de todas as espécies animais ou vegetais que consumimos. Literalmente, pois estes moluscos bivalves são dotados de um forte músculo adutor que une as duas valvas e que têm de ser forçado com alguma mestria se queremos receber o prémio que procuramos.

Crescem no mar, nos rios, rias ou estuários, mas gostam da água salobra, pois a mistura de água salgada com água doce significa uma dose extra de nutrientes. Alimentam-se exclusivamente de fitoplâncton, que extraem da água que fazem passar no interior da concha, coisa que uma ostra adulta faz a uma média pantagruélica de 30 a 40 litros por hora.

A exploração que visitámos — a Ostradamus — é uma empresa produtora do estuário do Sado, zona de grande tradição nestes moluscos, num braço do rio protegido por um dique com comportas que controlam a entrada de água salgada e, portanto, o tipo de nutrientes que em cada momento se procura.

Os tanques onde crescem as ostras foram readaptados e têm de ser constantemente cuidados, quer na manutenção dos taludes, quer no controlo da qualidade e teor de salinidade da água. Mas a sua estrutura

original data do século XIX, quando aqui existia uma produção de enguias.

As ostras aqui criadas são sobretudo da variedade Crassostrea, compradas com 4 ou 5 milímetros e são mergulhadas em recipientes de rede de malha muito fina, que contêm cerca de 1500 ostras. À medida que crescem, são colocadas noutros recipientes com malha mais larga e em tanques diferentes. Esta desdobragem tem diversas fases até à idade adulta, altura em que cada recipiente, já com a malha muito mais larga, contém apenas 80 ostras, cada uma com 10 ou 12 centímetros. A maior parte destas ostras leva cerca de um ano até atingir a dimensão final.

Antes de consumidas, as ostras são depuradas, um processo de lavagem com água, a que legalmente estão obrigadas todas as ostras excepto as que crescem no mar.

Nesta produção não é introduzido qualquer alimento artificial na água e, desse modo, as ostras estão mais sensíveis às alterações nutritivas da própria água, com o seu sabor a refletir em grande parte o ambiente natural em que crescem e se alimentam. A seguir a uma chuva intensa, a redução da salinidade da água reduz também a salinidade da ostra. No verão, com maior evaporação da água, a ostra ganha um sabor mais forte e mais salgado. Maior quantidade de sol significa, por exemplo, maior quantidade de nutrientes e, como tal, um crescimento mais rápido.

C A Ç A D O R E S D E I G U A R I A S

O sabor mais bem guardado

A produção de ostras no estuário do Sado está envolvida por uma grande comunidade animal, como os ibis negros, gar-ças, colhereiros, patos, diversas espécies de gaivotas, javalis e uma família de lontras, aprecia-doras de ostras mas difíceis de observar, a não ser indireta-mente através dos rastos que deixam entre a água e a terra.

Um sistema de comportas controla a entrada de água do mar e, portanto, o grau de salinidade e os nutrientes da água dos tanques, necessários para o crescimento das ostras

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Cozinhadas, temperadas, só com limão ou nem issoUma das explicações para o sabor das ostras e para o seu sucesso tem que ver com o seu elevado teor de umami, o quinto sabor, reconhecidamente tão difícil de descrever — como se fosse fácil descrever ‘doce’ ou ‘salgado’ em abstrato, sem compararmos alimentos entre si… .

A sua preparação recebeu a atenção de grandes chefs, como Gordon Ramsay, quando visitou a Tailândia e aprendeu a prepará-las ao modo local. As ostras são servidas cruas com um molho feito num almofariz onde são moídos alhos, cominhos, chilis, sal e açúcar, sumo de lima e molho de peixe. A acompanhar as ostras, é servido um caldo básico tailandês com água, curcuma, erva-príncipe, cebolas, pedaços de peixe, molho de peixe, açúcar e vinagre de palma. O chef brasileiro Alex Atala, proprietário do D.O.M., em São Paulo, o único restaurante com 2 estrelas Michelin no país, serve ostras de acordo com os seus princípios culinários que juntam sofisticação e as tradições

Abrir uma ostra exige algum treino, força e cuidado. Mas compensa.

Grafia japonesa para ‘umami’, o quinto sabor, inicialmente identi-ficado por Kikunae Ikeda, em 1908, que o fez corresponder à presença de glutamatos. O sustento científico surgiu apenas no século XXI, depois de cientistas terem descoberto rece-tores específicos para este sabor na língua humana. A ostra é um dos alimentos mais intensamente umami.

旨味

brasileiras. As ostras são cobertas por um polme de ovo, sal, açúcar, pimenta preta e miolo de brioche ralado. Depois de fritas em azeite, são acompanhadas com tapioca cozida, aromatizada com limão e a água das ostras, uma emulsão de molho de soja e azeite e, no topo, ovas de salmão e cebolinho picado.

Ou então podemos seguir a sugestão de Ricardo Godinho, sócio da Ostradamus, abrindo as ostras numa panela ao lume apenas com um pouco de água, aproveitando toda a água que as ostras libertam para cozinhar um arroz. Só no fim é que se junta a carne da ostra, que não precisa de ser mais cozinhada.

Os mais puristas defendem que a ostra se deve comer crua, absolutamente sem nada. E quem tiver a sorte de provar uma ostra acabada de sair da água, sem ser depurada com outra água, talvez concorde rapidamente com essa opinião porque vai perceber todo o sabor e tempero natural deste bivalve — uma espécie de mergulho na água com a boca aberta. Só falta mesmo uma coisa: um Papa Figos Branco 2016.

Todos os dias a produção de ostras exige trabalho manual, seja para as mudar de saco ou de tanque, seja apenas para virar os sacos onde continuam a crescer.

Ver Prova nº762 p

ág

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P R O V A N º 7 6 5

Em 1979, as empresas produtoras não estavam a comprar uvas aos viticultores da região de Barossa Valley, no sul da Austrália, perto da cidade de Adelaide, ameaçando muitos deles com a ruína. Peter Lehmann já trabalhava numa das empresas que não comprava uvas aos viticultores e viu nestas condições a oportunidade para formar a sua própria empresa, comprando as tais uvas que mais ninguém queria, sendo hoje uma referência entre os produtores australianos.

O nome ‘Wildcard’ significa que, com este vinho, se pretendeu dar aos enólogos toda a liberdade para criar um vinho, independentemente das condições naturais das uvas. Sendo um vinho de entrada de gama, mostra toda a arte do enólogo, bem como a tecnologia que a Austrália soube desenvolver nas últimas décadas, transmitindo-a a muitos outros países.

ILDCARDTINTO 2016

WFicha técnicaCastas: Shiraz e Cabernet

SauvignonÁlcool: 13,5%Acidez total: 5,89 g/lpH: 3,52

Ref. 765

¤8,5 Preço unitário

(c/IVA)

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WILDCARDTINTO 2016

É realmente um vinho muito bem feito, com aroma intenso a uma fruta relativamente fácil de perceber, sobretudo fruta vermelha. Gostei também de algumas notas de pimenta branca e pimenta preta que lhe dão complexidade. O ataque é franco, com a acidez a delinear bem o vinho na boca. Termina com um ligeiro adocicado muito atrativo, que nos faz voltar a bebê-lo. Acompanhava-o com um frango assado.

Luís Cabral de Almeida

Cor cereja brilhante. O aroma mostra frutos vermelhos muito evidentes, algumas notas florais, uma componente vegetal que faz lembrar espargos e um traço de especiarias, uma pimenta que está aqui a equilibrar a grande presença da fruta vermelha. Na boca, nota-se a sua doçura bem equilibrada com a acidez. Tem de novo os frutos vermelhos, agora na companhia de um ligeiro pedregoso. Não tem um final longo, mas é elegante. Bebia-o com um prego de atum com mostarda.

Luís Sottomayor

ShirazQuando lemos a palavra ‘Shiraz’ neste rótulo percebemos logo que se trata de um vinho australiano. Trata-se exatamente da mesma casta que também designamos por ‘Syrah’, a forma como foi designada em França e, depois, em muitos outros países. Menos na Austrália, claro.

Cor rubi brilhante. Aromas muito limpos, com notas atrativas de frutos vermelhos maduros, sobretudo morango e framboesa. A boca é muito equilibrada, com corpo médio, uma acidez muito bem casada com o açúcar residual e taninos muito bem trabalhados. Termina com persistência média. É sobretudo um vinho que penso estar muito bem conseguido comercialmente, à imagem deste género de vinhos australianos. Bebia-o com algo que não exija uma grande acidez, talvez um risotto ou uma vitela estufada.

António Ventura

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V I D A N A V I N H A

Quando o vinho fomenta a

biodiversidade

V I D A N A V I N H A

Integrada no projeto europeu Life+ Biodivine, a Quinta do Seixo desenvolveu uma série de medidas com vista à biodiversidade funcional vitícola que, dado o seu sucesso, vai manter nas suas práticas.

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V I D A N A V I N H A

O sub-mundo dos muros de pedra posta

Os muros de pedra posta (sem a utilização de uma ‘cola’ entre as pedras) que vemos no Douro são desde há muito fundamentais para aumentar o terreno utilizável nas encostas desta região. Mas são também local de abrigo para muitas espécies de flora e fauna, muitas delas inimigos naturais de pragas. Nas cavidades destes muros habitam lagartixas, cobras, ouriços, musaranhos, aves e insectos.

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As práticas agrícolas e a exploração da terra não têm de ser contrárias à preservação da biodiversidade do seu ecossistema. E a longo prazo as práticas sustentáveis significam a preservação da própria atividade agrícola e dos seus produtos, como o vinho.

Para divulgar e promover estas práticas, a União Europeia lançou em 2009 o projeto Biodivine, através do Life+, um instrumento financeiro para a defesa do ambiente. Este projeto visa aprofundar o estudo e a conservação da biodiversidade funcional do ecossistema vitícola, mostrando que esta biodiversidade pode ser preservada e fomentada com o desenvolvimento de infra-estruturas ecológicas na paisagem vitícola. Como pano de fundo desta iniciativa está a convicção de que um vinho produzido num ecossistema biodiverso e preservado é uma garantia de qualidade para o consumidor e uma forma de proteger o meio ambiente da qual beneficiam também os próprios viticultores.

Promover a biodiversidade na Quinta do Seixo

Sebes protetoras

As sebes plantadas na bordadura das vinhas são um habitat para a fauna auxiliar, importantes para o abrigo de fauna selvagem e para o controlo natural de pragas animais e de infestantes vegetais. Funcionam também como proteção para a chuva, erosão, vento e calor.

Para campos de demonstração deste projeto foram escolhidas 7 denominações de origem, 4 de França, 2 de Espanha e, em Portugal, o Douro, onde foi representado pelo Cluster dos Vinhos da Região do Douro — ADVID. A Quinta do Seixo aderiu a esta iniciativa de investigação com um conjunto de medidas que, dada a sua relevância e sucesso, decidiu manter após a conclusão do programa, em 2015.

Além das ações de monitorização e divulgação, este programa sugere um conjunto de medidas a desenvolver nas áreas vizinhas das vinhas, como a instalação de coberto vegetal entre as linhas de vinha, nas cebeceiras e taludes, a plantação de sebes, o fomento da biodiversidade nos muros de pedra posta ou a confusão sexual para combater a traça da uva.

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Vida noturna

Para monitorizar a atividade de mamíferos na Quinta do Seixo, foram colocadas câmaras para captação de imagens video. Nestas imagens, vemos um passeio noturno de uma gineta e de uma fuinha captadas no verão de 2013.

Machos de cabeça perdidaA traça da uva é uma das maiores pragas que atinge a região do Douro, seja na fase larvar, que se alimentam das flores e das uvas, até aos insetos que provocam a podridão cinzenta. Para combater esta praga sem a utilização de qualquer produto tóxico, foram instalados diversos equipamentos na vinha da Quinta do Seixo, que saturam a atmosfera com a feromona da traça da uva. Desta forma, os machos da traça não conseguem encontrar as fêmeas, impedindo a reprodução.

Reorganização do coberto vegetalO coberto vegetal protege o solo dos efeitos da erosão e da seca, sendo ainda um agente de fertilização. É também um habitat para espécies animais que são inimigos naturais das pragas, já que esta vegetação entre as linhas de vinha lhes oferece pólen, néctar, presas alternativas, abrigo e água. Na Quinta do Seixo, a plantação de coberto vegetal dirigiu-se para as áreas entre as linhas da vinha, para as suas cabeceiras e para os taludes.

V I D A N A V I N H A

57Fotografias Sogrape

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UINTA DOS CARVALHAISTOURIGA NACIONAL 2015

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É certo que se trata de um vinho de uma única casta, mas o Touriga Nacional 2015 é afinal um lote de vinhos com perfis diferentes e que exprimem episódios também diferentes da viticultura do Dão e que, no fim, se juntam para contar uma história completa.

Este vinho tem origem em quatro vinhas diferentes da Quinta dos Carvalhais, todas elas plantadas com Touriga Nacional entre os 400 e os 500 metros de altitude. A grande amplitude térmica entre a noite e o dia, que chega a atingir 15 graus, conserva os ácidos naturais das uvas, uma componente que reconhecemos mais à frente na frescura no vinho.

As uvas das quatro vinhas são vinificadas separadamente em cubas de inox. Após a fermentação alcoólica, parte do vinho é colocado em barricas de carvalho francês novas e usadas, onde permanece 12 meses e onde decorre a fermentação malolática. Nesta altura, é feito o lote final, recorrendo também aos vinhos que ficaram em cuba de inox. O vinho foi engarrafado em maio de 2017 e beneficiará certamente nos próximos meses com algum sossego na garrafa.

QFicha técnicaCastas: 100% Touriga NacionalÁlcool: 14,5%Acidez total: 5,5 g/l

(ácido tartárico)Açúcar: 1,0 g/lpH: 3,6

Ref. 766

¤13,3 Preço unitário

(c/IVA)

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QUINTA DOS CARVALHAIS

TOURIGA NACIONAL 2015

É um excelente exemplo de um Touriga Nacional, a mostrar tudo o que esta casta tem de bom, a começar pela fruta em compota e a bergamota, neste caso com uma expressão extremamente elegante. É um encanto na boca, com grande impacto a meio do palato e a encher aromaticamente o céu da boca. Transmite-nos a sensação de fruta doce da perfeita maturação das uvas. É um vinho sem esquinas, com taninos finíssimos. Acompanhava-o com um cabrito assado em forno de lenha.

Pedro Silva Reis

Tem uma cor rubi intensa, bonita e sugestiva. No aroma encontrei fruta preta, flor de sabugueiro muito fina, alfazema, tudo isto com grande profundidade. Tem um ataque muito forte e marcante na boca. Os taninos estão polidos e com muita juventude. Com algum tempo, o vinho ficará ainda mais elegante, pois é um vinho excelente. É muito longo e persistente e bebê-lo-ia com um peito de pato.

Manuel Aranha

Tem um aroma austero mas a mostrar logo no início a grande complexidade de uma Touriga Nacional na sua perfeita maturação. A madeira traz-lhe alguma notas de côco, bem casadas com aromas arbustivos que lhe dão grande frescura. Na boca, tem um ataque suave, com excelente evolução e taninos de grande qualidade. Não cansa beber este vinho e já mostra o que podemos esperar dele se o deixarmos algum tempo na garrafa. Bebia-o com um cordeiro de leite.

Miguel Pessanha

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UINTA NOGUEIRA RESERVA 2015

P R O V A N º 7 6 7

É o primeiro tinto de um novo projeto da região de Lisboa, geograficamente localizado próximo do Cadaval e Caldas da Rainha, numa propriedade com 200 hectares, mas onde apenas 12 estão ocupados com vinha. Deste projeto familiar faz parte uma casa que está a funcionar como local para enoturismo já a partir do verão deste ano. As castas que encontramos neste vinho — a Touriga Nacional, que predomina, e o Pinot Noir — são as únicas castas tintas que estão plantadas nesta propriedade. A área de plantação de ambas será brevemente aumentada, até porque faz parte dos planos a produção de um espumante com base na Pinot Noir. Para o Quinta Nogueira Reserva 2015, as castas foram vindimadas em momentos diferentes, conforme a sua maturação, já que têm uma evolução bastante diferente. São vinificadas separadamente em lagares com capacidade para 6 toneladas de uvas, com a Pinot a fermentar a uma temperatura mais baixa do que a Touriga. Os vinhos estagiam depois cerca de 12 meses em madeira nova antes de ser feito o blend final. O objetivo para este vinho não é atingir grandes volumes. Pelo contrário, pretende-se uma pequena produção, dando especial atenção à sua qualidade. Nesta colheita foram produzidas apenas 5 mil garrafas.

Ficha técnicaCastas: 70% Touriga Nacional,

30% Pinot NoirÁlcool: 13,32%Acidez total: 5,95 g/l Açúcares totais; 0,6 g/lpH: 3,66

Ref. 767

¤18,5 Preço unitário

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À medida que vamos conhecendo os vinhos da região de Lisboa, vão aparecendo surpresas e este é uma delas, sobretudo quando percebemos que a Touriga Nacional pode exprimir-se de forma tão diferente em vários vinhos que provámos. Este vinho está com uma aroma profundo, elegante e maturado. No paladar distingue-se a violeta. Pode acompanhar pratos que tenham gordura, mas que sejam também delicados, como caça estufada.

António Lobo Xavier

Ao contrário de alguns colegas nossos que estão empenhados em mostrar os defeitos da Touriga Nacional, eu penso que é uma grande casta portuguesa, com caraterísticas próprias. E este vinho mostra bem essa qualidade. Tem um aroma intenso, maduro, com especiarias e com tudo no lugar, a mostrar um trabalho de enologia muito bem definido. Gostei muito da frescura na boca, com uma acidez gastronómica que torna o vinho longo e apetecível. Imagino-o a acompanhar uma posta de vitela na brasa só com sal.

Luís Cabral de Almeida

Está rubi escuro, com uma auréola curta e de cor violeta. O nariz é muito intenso e cativante, com notas de côco exótico e de uma fruta sedosa, a fazer lembrar cerejas pretas e bagas silvestres. É muito elegante na boca, igualmente sedoso e com taninos polidos. O final é longo e elegante, a mostrar o cuidado com que foi produzido. A acidez é viva, o que dá vontade de continuar a beber na companhia de alguma comida, talvez uma costeleta de carne Cachena, com batatas fritas às rodelas.

Raúl Riba d’Ave

Raça CachenaA entidade detentora da denominação de origem protegida para a carne da Cachena da Peneda é a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca. Esta raça pastoreia livremente durante quase todo o ano. A Associação de Criadores da Raça Cachena foi criada em 1993

QUINTA NOGUEIRARESERVA 2015

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VIT E L A M A R O N E S A

e Queijo da Serra P ara a pasta fresca, juntar a farinha granno duro e o sal fino numa batedeira e começar a bater, juntando os ovos

ligeiramente batidos até ficar homogénea. Retirar para uma bancada e amassar bem com as mãos, polvilhando com farinha (tipo 45) até ganhar liga; de seguida dividir em 2 porções e fechar a vácuo. Deixar descansar pelo menos 2 horas. Depois, esticar numa laminadora de pastas, na medida 6, juntar o queijo e cortar com os cortantes escolhidos; congelar de imediato. Cozer em água abundante a ferver, temperada com sal e manteiga durante 3 minutos; retirar e colocar no molho de manteiga.

Para o recheio: Retirar toda a casca rija do queijo e colocar na Bimby em pedaços; triturar juntando natas, até termos uma textura cremosa. Para o molho manteiga: Ferver o caldo de galinha e juntar a manteiga, sempre em lume brando. Mexer com varas para não talhar, até atingir a textura de creme; se necessário, junta-se um pouco de xantana para ajudar a ficar consistente. Espargos: Cozer os espargos verdes em água com sal; arrefecer em água com gelo. Saltear em manteiga e temperar com sal e pimenta.

Cantarelos: Limpar com um pincel (sem água) para retirar toda a terra. Saltear em manteiga e temperar com sal e pimenta. Doce de cebola: Cortar todas as cebolas em meia lua, colocar num tacho e alourar. Quando a cor estiver ao gosto, juntar o mel, a água, o açúcar e o vinagre. Deixar ferver até atingir o ponto de estrada. Triturar num processador e filtrar para ficar com textura lisa. Usar a frio. Emulsão de segurelha: Ferver o caldo de galinha com as natas e temperar. Juntar a segurelha fresca, desligar o fogo, tapar e deixar em infusão durante meia hora. Na hora de servir, com o auxilio de uma varinha mágica, emulsionar e utilizar apenas a espuma que irá surgir. Carne: Limpar toda a carne de nervos e gorduras, temperar com sal grosso e marcar numa chapa. Na hora de servir, levar ao forno 7 minutos a 180 graus. Cortar deixando a parte rosada à vista no prato. Regar com molho de vinho tinto.

INGREDIENTES

vazia de vitela maronesa espargo verdes cantarelos cebola melaçúcar água vinagre de vinho branco caldo de galinha segurelha farinha granno duro (tipo 00) ovos sal fino natas Creme-Creme farinha (tipo 45) queijo da serra manteiga com sal caldo de galinha sal grosso xantana pimenta

1 p/ pessoa200g

1kg100g100g100g100g

1kg200g1.5kg

1kg30g

1,1kg100g500g

1kg1l

q.b.q.b.q.b.

receita do CHEF VÍTOR MATOS

Uma receita do Chef Vítor Matos a pensar no Antónia Adelaide Ferreira Tinto 2013. A vitela traz a companhia de um ravioli de queijo da Serra, espargos, cantarelos transmontanos, compota de cebola, molho de vinho tinto do Douro e uma emulsão de segurelha. Aviso importante: está longe de ser um prato de confeção

rápida e, portanto, talvez seja boa ideia contar com mais uma garrafa para apreciar durante a preparação…

R E C E I TA S A Z O N A L

67

Ver Prova nº768 p

ág

. 68

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P R O V A N º 7 6 8

Quando decidiu produzir um vinho evocativo e que seja também uma homenagem a uma figura como Antónia Adelaide Ferreira, a Casa Ferreirinha lançou um enorme desafio a si própria, já que o perfil do vinho teria de ser proporcional e ajustado ao perfil da homenageada, que é, como sabemos, uma figura central na vitivinicultura do Douro. Dito de outra forma, o Douro, tal como o conhecemos e admiramos, não existiria sem o trabalho incansável de Dona Antónia, a Ferreirinha. É. por isso, um vinho que exprime as diversas dimensões do Douro e que nos traz as sensações que conotamos com o Douro mas que por vezes não conseguimos imediatamente identificar. A não ser quando o bebemos, claro. A colheita de 2013 é a quarta edição deste vinho e reúne aquilo que de melhor cresceu nesse ano nas diversas propriedades durienses da Sogrape, sobretudo do Cima Corgo e Douro Superior, mais exatamente da Quinta do Porto, Quinta do Seixo, Quinta do Caêdo, Quinta do Sairrão e Quinta da Leda, incluindo uvas de vinhas muito velhas. As melhores barricas produzidas nestas quintas foram selecionadas para compor o lote final que, depois de formado, continuou a estagiar em barricas novas de carvalho francês por mais 30 meses antes de ser engarrafado.

Ficha técnicaCastas: 45% Touriga

Nacional, 25% Touriga Franca, 25% vinhas velhas, 5% Sousão

Álcool: 15%Acidez total: 5,82 g/l

(ácido tartárico)Açúcar: 3,8 g/lpH: 3,49

NTÓNIA ADELAIDEFERREIRA TINTO 2013

A

Ref. 768

¤55 Preço unitário

(c/IVA)

69

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ANTÓNIA ADELAIDEFERREIRA

TINTO 2013

Está com cor rubi intensa e percebemos logo que é um vinho do Douro pois tem os aromas daquela região na altura da vindima. Aromaticamente, é muito elegante, com fruta vermelha e preta, com as notas da barrica muito bem integradas e um arbustivo fresco. Na boca, é um vinho sedoso e os taninos, quando surgem a mostrar toda a sua personalidade, são também muito bem trabalhados. Tem um grande volume, com a fruta novamente elegante e harmoniosa. Acompanhava-o com um cabrito assado em forno de lenha.

Beatriz Cabral de Almeida

O aroma é muito complexo, com alguma evolução do prolongado estágio na madeira. No entanto, esta evolução é contrariada pelo músculo duriense, com a vivacidade da fruta muito presente. Os taninos são firmes e o final de boca é alternado entre uma certa austeridade e a suavidade dos taninos já polidos. É um vinho que vai recompensar quem tiver paciência para o guardar alguns anos.

Pedro Silva Reis

É um vinho invulgarmente fresco, se pensarmos que esteve 30 meses na barrica. Tem um aroma complexo, intenso e penetrante com os frutos vermelhos perfeitamente casados com a madeira. Gostei imenso do aroma e, depois, do ataque sedoso na boca, que evolui para uma fruta preta madura muito suave, com acidez muito bem equilibrada. A harmonia dos sabores é total e tem um final aveludado. Queria beber este vinho com um naco grelhado, quase cru, com queijo derretido.

Manuel Aranha

R E S E R V A 1 5 0 0

70

R E S E R V A 1 5 0 0

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ORTO FERREIRABRANCO 10 ANOS

P R O V A N º 7 6 9

Foi exatamente há 10 anos que a Ferreira produziu este vinho pela primeira vez, um lote constituído por vários vinhos do Porto brancos que são guardados nas caves de Vila Nova de Gaia ao longo dos anos. Para este 10 anos foram selecionados vinhos com origem nas zonas altas do Douro Superior, com grande presença da casta Rabigato, que garante a firmeza do vinho. O Douro Superior consegue oferecer aos vinhos o volume e a estrutura e, porque as uvas são colhidas nas zonas de maior altitude, também acidez e capacidade de evolução. O Porto Ferreira Branco 10 Anos é mais um exemplo, se ainda fossem precisos mais exemplos, de que o Douro Superior tem grande versatilidade para a produção de vinhos, desde que os enólogos saibam combinar as diversas variáveis que tem à sua disposição: solos, exposições, altitudes, castas e, claro, engenho. As garrafas têm capacidade de 375 ml.

PFicha técnicaCastas: Malvasia Fina,

Códega, Rabigato Álcool: 20%Acidez total: 4,8 g/l

(ácido tartárico)Açúcar: 134 g/lpH: 3,21

Ref. 769

¤13 Preço unitário

(c/IVA)

375 ml

73

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PORTO FERREIRABRANCO 10 ANOS

Tem uma cor alaranjada brilhante muito atrativa. O nariz é exótico, com notas de casca de laranja, chá e amêndoa fresca. Na boca mostra doçura, riqueza e envolvência, com corpo e novamente notas de chá, mas agora também com uma sugestão de compota de laranja amarga. Tudo isto está muito harmonioso e envolvido por uma acidez viva, que é absolutamente necessária nestes vinhos. O final é muitíssimo longo e complexo. É um grande vinho para beber com um queijo de cabra derretido, acompanhado por um chutney de tangerina.

Raúl Riba d’Ave

Penso que é importante destacar esta iniciativa da Casa Ferreira de recuperar a tradição de envelhecer os vinhos brancos. Era de facto um procedimento normal mas que desapareceu nas últimas décadas, por influência da moda do consumo dos brancos jovens e frescos. Do ponto de vista gastronómico, é uma excelente oportunidade para promover o consumo de Vinho do Porto de qualidade no verão, já que pode ser consumido bastante mais fresco que os tintos numa mesa gourmet. E este vinho é um belo exemplar de um branco envelhecido.

Pedro Silva Reis

Está muito bem envelhecido. Gosto da recuperação destes vinhos envelhecidos com uma cor âmbar, que me faz lembrar o sol no fim do dia. Tenho de realçar a importância do corpo nos vinhos do Porto brancos. Isso já não se resolve com o envelhecimento, mas a seguir à vindima, perdendo o medo de fazer macerações. Este é claramente um vinho com muito corpo, com notas de amêndoa muito frescas e uma acidez perfeita. Não consigo deixar de pensar que acompanharia muito bem um bolo de laranja.

Manuel Aranha

R E S E R V A 1 5 0 0

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P R O V A N º 7 7 0

Ficha técnicaÁlcool: 35%

Ref. 770

¤22,8 Preço unitário

(c/IVA)

Puro, com gelo ou em cocktails. O Jack Daniel’s Tennessee Honey é um whiskey que traz os pergaminhos da famosa destilaria norte-americana. O Tennessee Honey é um blend do Jack Daniel’s mais conhecido — o Old nº7 — com licor de mel, produzido pela própria destilaria. O resultado é uma bebida com um perfil ligeiramente mais doce e com 35% de álcool, ligeiramente menos do que é habitual na maior parte das bebidas destiladas.

O Jack Daniel’s Tennessee Honey sugere mel, melaço doce, com as notas aromáticas inconfundíveis do Old nº7. Na boca, tem ainda uma ressonância de chocolate e pralines. Termina doce, longo e com notas de amêndoas torradas.

Desde a inauguração oficial da destilaria, em Lynchburg, Tennessee, corria o ano de 1866, que todo o whiskey Jack Daniel’s é produzido com água de uma nascente subterrânea e que debita mais de 3 mil litros por minuto. Mas o que é que esta água tem de especial? Nada. Isto é, o que a torna especial é o facto de ser absolutamente pura.

ACK DANIEL’STENNESSEE HONEYJ

DOIS COCKTAILS PARA O VERÃO

dose de Jack Daniel’s Tennessee HoneyLimonada

Misturar e servir num copo alto com muito gelo

parte de Jack Daniel’s Tennessee Honeypartes de ginger alegomo de lima

Misturar os ingredientes, servir sobre gelo num copo alto; guarnecer com o gomo de lima

Tennessee Honey Limão

Tennessee Honey Lima

1

1

31

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No início deste século ficou com uma quinta na região dos Vinhos Verdes, próximo de Penafiel. Pertencia ao tio avô, um agrónomo meticuloso do Ministério da Agricultura, conhecedor de vinhos e produtor. Mas estava na altura de fazer uma grande reestruturação na quinta, incluindo a reconversão da vinha. Confissões de um produtor e apreciador — António Lobo Xavier.

A descoberta da produção

Quando decidi reconverter a quinta e produzir o Casa da Gazalha percebi que nada disso, incluindo o vinho, teria sido possível sem a ajuda do meu primo, o enólogo Manuel Aranha. Mais do que uma questão de investimentos ou da beleza arquitectónica da adega, percebi que o mais importante para produzir vinho é poder contar com as pessoas certas. O conheci-mento da técnica e da viticultura está nas pessoas, no seu talento, sensibilidade e dedicação. É o que faz toda a diferença.

S Ó C I O

Nasceu numa família que viveu sempre com grande ligação ao vinho, no Dão e na região dos Vinhos Verdes. Recebeu como prenda de formatura uma vinha e, anos mais tarde, tornou-se proprietário de uma quinta onde produz o Casa da Gazalha, uma das estrelas deste Painel de Reserva 1500, neste caso a colheita de 2016.

Educar para o consumo

Isto não deve ser nada popular e até é provavelmente contrário às tendências modernas, mas tenho quatro filhos e decidi que era importante educá-los para o consumo. Dei-lhes aulas sobre bebidas, até porque me preocupa a adulteração das bebidas e o tipo de consumo noturno que a população mais jovem faz do álcool, que tem um perfil de certa maneira psicotrópico, pois bebem independentemente do sabor. E portanto resolvi dar-lhe aulas sobre bebidas, incluindo as misturas e a própria organização e guarda das garrafas. E a verdade é que isso funcionou muito bem. Os meus filhos bebem moderadamente, preferem bebidas de qualidade e têm repulsa pelas misturas psicotrópicas. E bebem Vinho do Porto. Conhecem os diferentes vinhos, as temperaturas a que se bebem, em que altura e como se servem.

79

“A linguagem da apreciação dos vinhos é uma arte”

sócio nº40

AntónioLoboXavier

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Já estive em diversos locais do mundo onde é mais fácil encontrar um grande carinho pelo Vinho do Porto do que em Portugal. Locais onde se ensina os clientes a apreciar e a consumir Vinho do Porto.

E já agora sobre o consumo

de Vinho do Porto

Sei que o Vinho do Porto se destina essencialmente à exportação, mas acho estranho que haja uma certa indiferença no mercado nacional em relação ao Vinho do Porto, sobretudo quando vemos nos tempos mais recentes estes grandes apelos à nacionalidade e à soberania e até mesmo com o turismo, com a sua componente gastronómica.

Não tenho nenhum negócio relacionado com o Vinho do Porto, mas já fiz em minha casa uma jornada de divulgação a líderes de opinião de Lisboa, onde penso que este vinho é bastante desconhecido e onde existe disponibilidade para apreciar e comprar vinhos de gamas mais altas. As pessoas ficam surpreendidas e gostam de conhecer as diversas categorias. Ninguém pode ficar indiferente a um produto destes. Mas a verdade é que o marketing do Vinho Porto para este segmento médio e alto é praticamente inexistente.

Uma geração que não se

convence com histórias

A atual geração dos 18 aos 30 anos é muito prática, não se convence apenas com as histórias dos avós, dos bisavós e dos barcos rabelos a descer o Douro. Mas podem ser convencidos através do sabor da bebida, da ocasião certa para a consumir, com a temperatura, com a diferença do que é bom e do que é mau. E sinceramente penso que os exportadores de Vinho do Porto ignoram o mercado nacional, onde poderiam ter este tipo de abordagem.

Já estive em diversos locais do mundo onde é mais fácil encontrar um grande carinho pelo Vinho do Porto do que em Portugal. Locais onde se ensina os clientes a apreciar e a consumir Vinho do Porto.

Um aviso

A avalanche turística de hoje é fantástica mas temos de ter algum cuidado para que ela não nos conduza a descurar as nossas tradições. E o Vinho do Porto é um tema onde isso pode acontecer. Isso incomoda-me até porque o Vinho do Porto funciona como chamariz para os turistas.As caves de Vinho do Porto

estão cheias de turistas, mas só agora é que os exportadores de Vinho do Porto têm salas e lojas à altura dos produtos e dos preços que esses visitantes aí encontram. Até há pouco tempo, as caves eram um local decepcionante e que empobrecia a imagem do Vinho do Porto. Felizmente os exportadores evoluíram e hoje têm uma montra digna para o Vinho do Porto.

A linguagem da apreciação

de um vinho é uma arte

Gosto de provar vinhos, tenho paladar para o fazer e sei identificar as sensações. O problema é que tudo isto tem uma linguagem específica para exprimir essas sensações — a cor, o aroma ou o paladar — que eu não domino.

Mas valorizo muito a linguagem dos enólogos, ao contrário de muitas pessoas que a criticam por ser estereotipada. Qualquer linguagem necessita de uma base de entendimento. A poesia também é a expressão de sentimentos através de fórmulas literárias. De certa forma, a linguagem da apreciação de um vinho também é uma arte. E a expressão de sentimentos através da linguagem é uma coisa para poucos. É algo extraordinário, que tem de ser tratado de forma delicada e sofisticada.

Há pessoas que julgam que isto é uma ficção. Nunca encontraram suor de cavalo, couro, cereja preta ou esteva, flores, maracujá

S Ó C I O

ou ananás. Quando ouvem estas expressões riem-se, mas provavelmente nunca beberam vinho e não sabem do que se está a falar.

Além disso, também não é exatamente a mesma coisa ouvir um enólogo a falar de um vinho ou ler a mesma coisa num texto escrito. Porque na forma escrita perdem-se alguns elementos que nos informam muito, como o ar de surpresa, o entusiasmo, a felicidade ou, pelo contrário, uma certa distância ou uma expressão facial de desinteresse, algo que não se consegue exprimir na forma escrita.

O melhor vinho da

minha vida

Felizmente, já provei muitos vinhos. Não é possível dizer hoje que se percebe de vinhos sem nunca ter provado os grandes vinhos de Bordéus, da Borgonha ou de Napa Valley. Já bebi vários vinhos muito bons, embora seja difícil qual seria o melhor vinho da minha vida, até porque os vinhos dependem muito das ocasiões, da companhia e da comida. Mas há um que recordo muito bem, não só pela qualidade mas pelas circunstâncias. Estava em Biarritz no início de 2002, quando o euro tinha acabado de substituir as moedas nacionais de vários países da Europa e vi numa lista de vinhos um Château Cheval Blanc com um preço que parecia razoável. Foi um dos melhores vinhos que bebi na

vida, mas quando apareceu a conta percebi que me tinha enganado e que o preço que eu achava que estava em francos era afinal em euros…

Não há valores absolutos para os grandes vinhos. Recentemente estive num almoço de caça onde tínhamos para acompanhar as galinholas e os tordos um Pétrus, um Margaux e

Há pessoas que julgam que isto é uma ficção. Nunca encontraram suor de cavalo, couro, cereja preta ou esteva, flores, maracujá ou ananás.

a última colheita do Barca Velha, que naquele momento era o vinho que casava melhor com aquela comida. É como na arte — não podemos dizer qual é o melhor quadro.

R E S E R V A 1 5 0 0

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U N I V E R S O 1 5 0 0R E S E R V A 1 5 0 0

Para além dos vinhos do Painel, o Clube Reserva 1500 está a lançar um conjunto de serviços, ideias e sugestões, sempre relacionadas com ocasiões que os conhecedores procuram para descobrir e apreciar os vinhos.

2 ×2 ×2 (e não pense mais nisso…)

Duas caixas de vinho, de dois em dois meses. Para além dos vinhos do Painel, os sócios podem agora optar também pela aquisição bimestral de duas caixas de 6 garrafas de vinho, num total de 12 caixas, 72 garrafas, que incluem vinhos portugueses e de outros países, brancos, tintos ou rosés, das novas colheitas do universo de produção da Sogrape – Casa Ferreirinha, Quinta dos Carvalhais, Herdade do Peso, Finca Flichman, Los Boldos ou Bodegas Lan. Os vinhos são selecionados e provados pelo Clube Reserva 1500, que se compromete a enviar as encomendas gratuitamente para o domicílio indicado pelo sócio. São vinhos regra geral direcionados para o consumo diário, mas com a qualidade garantida pelo Clube e pelos seus enólogos. Os sócios que aderirem a este serviço receberão também, via e-mail, informações técnicas sobre os vinhos.

Preço:Valor fixo de 60 euros por cada envio de 2 caixas, pago através de débito direto. Aquisição mínima: 6 envios (12 caixas; 72 garrafas)

82

Universo 1500

R E S E R V A 1 5 0 0 U N I V E R S O 1 5 0 0

Castelos do Loire

Não, não vos propomos a aquisição de um castelo no Loire… Para já, queremos anunciar uma viagem para os sócios que queiram descobrir ou revisitar esta região emblemática de França, a sua história, as suas paisagens e o seu património gastronómico e enológico. A viagem vai decorrer na primavera de 2018 e os sócios receberão na próxima revista de 2017 mais detalhes sobre esta proposta.

Para os amigos

Ofereça qualquer um dos produtos ou serviços Reserva 1500 a um amigo. Diga-nos qual o endereço da entrega e nós fazemos chegar a sua oferta, acompanhada de um cartão. Serviço gratuito.

Adesão e mais informações: Telefone 227 850 381 Website www.reserva1500.com

Info online

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8484

R E S E R V A 1 5 0 0 M A G N U N S

Vinho do Porto em grande formato

Dégradé de topázio a amarelo escuro. Muita intensidade aromática, fruto em calda, especiado (canela e cravinho), fruto seco, figo maduro e casca de laranja. Muito complexo. Grande complexidade também na boca, macio e untuoso, ligeira vertente floral muito bonita, num conjunto doce e imponente, cremoso e com enorme sabor. A garrafa magnum conserva a complexi-dade deste magnífico Porto e adiciona-lhe alguma frescura e precisão típica dos grandes formatos. A não perder.

Ficha técnica Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinto Cão; álcool: 20%; acidez total: 5,54 g/l (ácido tartárico); açúcar: 118 g/l; pH: 3,18

Ferreira Duque de Bragança Tawny 20 anos

Quantidade mínima de aquisição 1 unidade

8585

Encarnado brilhante com laivos rubi. Boa complexidade aromática, bagas doces, morango maduro mas também algum fruto seco. Compacto e elegante. Muito seguro de si. Na boca é macio e cheio, doce e intenso, com confit de laranja e avelã, e bela cremosidade. Pronto a beber, pede doçaria a condizer e companhia.

Ficha técnicaCastas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinta Amarela; Álcool: 20%; acidez total: 4,28 g/l (ácido tartárico); açúcar: 109,9 g/l; pH: 3,33

Ferreira Dona Antónia Reserva Tawny

Quantidade mínima de aquisição 1 unidade

Rubi muito vivo. Fruto muito puro no aroma, elegante e fresco, morango e framboesa, muito focado e preciso, fresco e tentador. Fruto maduro na prova de boca, mantém-se focado e muito vivo. Perfil muito interessante, assente no equilíbrio e com alguma leveza de conjunto. Versátil e muito apetecível, está pronto a beber mas sem qualquer pressa.

Ficha técnicaCastas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinto Cão, Tinta Amarela; álcool: 20%; acidez total: 4,64 g/l (ácido tartárico); açúcar: 104 g/l; pH: 3,33

Ferreira Quinta do Porto Tawny 10 anos

Quantidade mínima de aquisição 1 unidade

Fotografias de Sérgio Ferreira

Três grandes vinhos do Porto da Ferreira voltam à nossa companhia, cada um em garrafas de 1,5 litros e 3 litros, e com as notas de prova de Nuno Oliveira Garcia, jornalista da Revista de Vinhos.

Mag013

¤110 Preço unitário

(c/IVA)

1,5l

Mag019

¤220 Preço unitário

(c/IVA)

3lMag011

¤35 Preço unitário

(c/IVA)

1,5l

Mag017

¤85 Preço unitário

(c/IVA)

3l

Mag012

¤55 Preço unitário

(c/IVA)

1,5l

Mag018

¤110 Preço unitário

(c/IVA)

3l

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Todos os vinhos são vendidos em caixas de 6 unidades, com exceção da Aguardente Velha Conde de Amarante e do Whisky The Glenrothes que são vendidos à unidade.

MODO DE PAGAMENTO No site do Clube, por cheque, transferência bancária ou cartão de crédito/débito direto. Cheques deverão ser emitidos à ordem de Grape Ideas S.A e juntos ao cupão da encomenda. Transferências bancárias para conta no Banco Comercial Português: IBAN PT50 0033 0000 45436947775 05.

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V I N H O S E M S T O C K

OportunidadesPara adquirir alguns produtos apresentados em revistas

anteriores que se encontram ainda disponíveis, os sócios deverão preencher o mesmo cupão

que utilizam para os vinhos que fazem parte do Painel ou em www.reserva1500.com.

Chanson Beaujolais

VillagesTinto 2014

Ref. ST019

¤70.5 Preço caixa

(c/IVA)

Ref. ST018

¤84.6 Preço caixa

(c/IVA)

Loimer Langenlois

Gruner Branco 2015

Lan a ManoTinto 2011

Ref. ST021

¤192 Preço caixa

(c/IVA)

Ref. ST020

¤90 Preço caixa

(c/IVA)

Nelson Neves Reserva

Tinto 2011

The Glenrothes

Scotch Whisky 2001

Ref. 704

¤45 Preço unitário

(c/IVA)

Ref. ST002

¤96 Preço caixa

(c/IVA)

Tributo Tinto 2004

Ref. ST016

¤200 Preço unitário

(c/IVA)

Aguardente Velha Conde de Amarante1ªedição-raridade

Lan Vina Lanciano Rioja

Reserva Tinto 2010

Ref. ST015

¤84 Preço caixa

(c/IVA)

L É X I C O

AmílicosOs aromas amílicos são típicos de vinhos jovens, brancos ou tintos, e têm origem na substância química acetato de isoamilo. É uma característica positiva num vinho, que se identifica pelo aroma a banana. Sendo uma nuance aromática característica dos vinhos brancos jovens, poderá também estar presente em vinhos tintos jovens que tenham sido produzidos com macerações carbónicas.

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ESTATUTOS DO CLUBE

1 O Clube Reserva 1500 tem como missão proporcionar aos sócios a constituição de uma garrafeira composta por bebidas nacionais e estrangeiras, representativas das várias regiões produtoras do mundo.

2 O Clube Reserva 1500 possibilita aos seus sócios o acesso privilegiado a vinhos da Sogrape, como por exemplo Casa Ferreirinha, Quinta dos Carvalhais e Herdade do Peso, bem como aos seus Vinhos do Porto e aguardentes. Os sócios têm também oportunidade de adquirir, a preços vantajosos, outros produtos de elevada qualidade, de proveniência nacional e estrangeira, geralmente de difícil aquisição através dos canais normais de distribuição ou mesmo inexistentes no mercado nacional.

3 A garantia de qualidade é dada pela Sogrape. Em cada edição da revista um painel de provadores avaliará todos os produtos que são postos à disposição dos sócios.

4 O número de sócios é limitado, garantindo deste modo um serviço de excelência, assim como o acesso a pequenas produções (como, por exemplo, no caso do Barca Velha).

5 O Clube lança anualmente 3 edições da revista que envia aos seus sócios por correio, disponibilizando um painel de vinhos. Além deste painel, os sócios terão acesso a vinhos em stock, anunciados em cada revista.

6 Através do website www.reserva1500.pt, o Clube disponibiliza, além dos vinhos do painel, outros produtos nos intervalos da publicação das revistas.

7 Tal como no caso das revistas, os produtos lançados através do website são um exclusivo para os sócios do Clube.

8 As encomendas serão entregues em local escolhido pelo sócio no ato da encomenda, exclusivamente em território nacional.

9 Os sócios são pessoas individuais.

Compromisso dos sócios

I No ato da inscrição, pagamento de jóia no valor de 650 euros. Após a inscrição, o Clube Reserva 1500 enviará ao novo sócio uma caixa de 3 garrafas de Barca Velha 2008.

II Compromisso de compra regular (quadrimestral) de produtos em campanha ou, como alternativa ou em complemento, de produtos em stock. Não é estabelecido qualquer valor mínimo.

III As encomendas serão liquidadas através de cartão de crédito, de domiciliação bancária, ou através de cheque enviado juntamente com a ordem de encomenda. O sócio terá sempre conhecimento prévio do montante e da data de desconto da fatura.

IV Os produtos adquiridos online serão liquidados através de pagamento via Paypal ou cartão de crédito.

V Os produtos adquiridos não poderão ser usados para fins comerciais.

// ASSINATURA PARA ENDOSSOS (VERSÃO EMPRESAS/UNIDADES DE NEGÓCIO) :: POSITIVO :: VERTICAL

Reserva 1500 R E S E R V A 1 5 0 0

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