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XX 87 19 a 21/05/2012 * Delta gere contratos de lixo em 12 cidades e no DF - p.05 * Jusça ainda analisa 143 ações da eleição de 2008 em Minas- p.19 * STF: três ministros defendem abrir salários - p.29

19 a 21 Maio 2012

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XX 87 19 a 21/05/2012

* Delta gere contratos de lixo em 12 cidades e no DF - p.05

* Justiça ainda analisa 143 ações da eleição de 2008 em Minas- p.19

* STF: três ministros defendem abrir salários - p.29

Alice Maciel O aposentado Pedro José dos Reis, de 88 anos, esperou a

metade da sua vida pela abertura de uma avenida atrás da sua casa, no Bairro Alto dos Pinheiros, Região Noroeste de Belo Horizonte. Ele e algumas famílias foram retiradas em 1968 da área para a qual a administração municipal projetou a via. Sem condições de indenizar a todos, a prefeitura deslocou a família de Pedro para a Rua Barão de Aiuruoca, paralela aquele em que morava. “Eles me convenceram a ficar aqui com o argumento de que iria passar uma avenida muito arborizada e meu terreno iria valorizar”, contou. Quarenta e quatro anos depois, a aveni-da não foi construída e a área onde as famílias moravam está na lista dos 120 terrenos que a PBH está prestes a vender.

O aposentado hoje mora em um terreno de 257 metros quadrados, que representa 59% do que tinha antes da desapro-priação (432 metros quadrados). “Eu recebi o dinheiro 20 anos depois que me tiraram de casa e ganhei o que valeria hoje R$ 35 mil, referentes à área que eu perdi e à construção da minha casa”, contou. Segundo Pedro, seu vizinho recebeu a mesma proposta – de ficar com um pequeno pedaço do lote e ganhar na valorização do terreno com a construção da avenida – mas não topou. “ Ele preferiu receber todo o dinheiro da prefeitura e sair daqui”, relatou.

A desapropriação dos terrenos foi oficializada no decre-to de número 2.358 de 1973, assinado pelo prefeito Oswaldo Pieruccetti. O texto previa que a área de 11.560 no Alto dos Pinheiros, fosse destinado à abertura da Avenida Tejuco. “O objetivo era levar a avenida até a Via Expressa”, contou outro morador antigo do bairro, Pedro Roque, de 72 anos. Mas isso nunca aconteceu e o local ficou abandonado e hoje é uma espé-cie de campo de futebol com muito mato e lixo. Segundo Pedro Roque, a prefeitura se comprometeu construir uma área de es-porte e lazer, “mas as promessas nunca foram cumpridas”. DesvalorizaDo

Com a venda dos 120 lotes a prefeitura vai arrecadar pelo menos R$ 222,2 milhões. O vereador Iran Barbosa (PMDB), que faz parte da bancada de oposição ao prefeito Marcio La-cerda (PSB), acusa o Executivo de estar vendendo os terre-nos muito abaixo do preço de mercado. O parlamentar fez um estudo com 50 terrenos que constam do Projeto de Lei (PL) 1.698. Ele comparou a avaliação mínima dos lotes feita pela prefeitura com o preço de mercado. Segundo Iran, a diferença chega a 1.270,90%. Conforme os cálculos do vereador, a soma dos 50 terrenos analisados renderia R$ 416,2 milhões aos co-fres da prefeitura. “De acordo com os valores colocados pela prefeitura a venda dos lotes daria R$ 174,1 milhões”, expli-cou o vereador. O promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno ressaltou que a prefeitura não pode vender os terrenos abaixo do preço de mercado. O Ministério Público vai acompanhar a tramitação do projeto de lei para detectar possíveis problemas antes da aprovação do texto. Em três reportagens publicadas esta semana, o Estado de Minas mostrou que na lista de áreas que a PBH quer vender há ruas, lotes ocupados por empresas e até uma área de preservação ambiental. A previsão é de que o

PL 1.698, aprovado em primeiro turno com 22 votos favoráveis seja votado em segundo turno em junho. O texto prevê que 60% dos recursos arrecadados com a venda dos terrenos sejam aplicados em programas de habitação e o restante em “obras e serviços, com a finalidade de abrigar eventos, implantar estru-tura na área de transporte e infraestrutura urbana, em especial desapropriação”.

Prefeitura pretende modificar projeto A Prefeitura de Belo Horizonte vai retirar do PL 1.698, que

prevê a venda de 120 terrenos públicos, os dois lotes por onde passa a Rua Padre Inácio Nogueira, no Bairro São Francisco, na Pampulha, mostrados pelo Estado de Minas na terça-feira, mas vai manter a comercialização de parte deles. O Secretá-rio Municipal de Governo, Josué Costa Valadão, justificou que a intenção é vender as áreas remanescentes a esses terrenos. “Para isso não precisamos da aprovação da Câmara”, observou. Outras áreas também serão retiradas da proposta por que a PBH identificou erros depois de estudo feito pela Diretoria do Le-gislativo. “O líder de governo, vereador Tarcísio Caixeta (PT), vai fazer a correção dentro do processo legislativo”, observou Valadão.

A reportagem retratou também que a Rua B, ocupada pelo Centro Universitário Newton Paiva, no Bairro Nova Granada, Região Oeste, encontra-se na mesma situação da Rua Padre Inácio Nogueira, que dá acesso à Avenida Antônio Carlos. Nes-se caso, entretanto, o secretário alegou não haver outra saída senão a comercialização. “Quando ocorre invasão de terreno da prefeitura há duas situações: se houver interesse público a gente entra com ação para demolir. Se não houver, a gente pede indenização, que vem sob a forma de venda”, observou, acres-centando que depois da análise da BHtrans foi constatado que a via não traria contribuição para a Região. O gerente técnico construtivo da Secretaria de Governo, Leonardo Castro, contou que o pedido de alienação foi feito pela Newton Paiva em 2007. Como responsável pela ocupação ela teria esse direito, segundo ele.

De acordo com Valadão, os 120 lotes incluídos no PL 1.698 não tem destinação dentro do planejamento urbano e, por isso, estão sendo vendidas. “Os valores foram inicialmente ba-seados no IPTU. Depois que o vereador Iran Barbosa (PMDB) reclamou que estavam subvalorizados, passamos a basear o preço dos lotes no Imposto de Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI)”, acrescentou, ressaltando que o projeto prevê que a cada negociação haverá avaliação conforme o mercado.

Em relação à área de preservação ambiental que também está prestes de ser vendida, no Bairro Engenho Nogueira, con-forme mostrou a reportagem de ontem, o secretário justificou que o comprador do terreno terá de preservá-lo, obedecendo o projeto de licenciamento, conforme a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). Valadão justificou ainda a venda do lote desa-propriado pela prefeitura em 1973 para a construção de uma avenida, no Bairro Alto dos Pinheiros, na Região Noroeste: “A cidade cresceu de forma diferente, não tem sentido fazer (a via) hoje. Para isso, muitas outras casas teriam de ser retiradas”.

esTaDo De MiNas – P.04 – 19.05.2012 PaTriMÔNio

Lucro no lugar de avenida Depois de 44 anos, prefeitura decide vender terreno que foi desapropriado para dar lugar

a uma via no Bairro Alto dos Pinheiros e ficou abandonado durante todo esse tempo

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Ministério Público arquiva denúncia

de funcionário fantasma na

Câmara O Ministério Público arquivou o

procedimento preparatório que inves-tigou a denúncia de funcionário fan-tasma na Câmara de Uberaba. O caso chegou ao MP através de Luís Otávio do Prado Freitas, conhecido por Tatai, que denunciou Maruan Araújo Sodré, lotado na Presidência da Casa. Ao de-cidir pelo arquivamento, o promotor de Defesa do Patrimônio Público, José Carlos Fernandes Júnior, alegou que “não restou comprovada a suspeita do representante”.

Maruan Sodré exerce a função de assessor de apoio ao gabinete da Pre-sidência da Câmara e também trabalha na empresa BS, que, em declaração oficial ao Ministério Público, informou que seu funcionário tem horário livre de trabalho como técnico operador de logística. O presidente da Casa, Luiz Dutra (PDT), não comentou o caso por entender que se trata de ação de cunho político, limitando-se a dizer que desde a denúncia manteve-se tranquilo, “pois sempre teve a certeza da probidade dos atos do Legislativo”.

Vale lembrar que Maruan Sodré ocupava a secretaria-geral do PDT, par-tido cuja comissão provisória está inati-va há mais de um mês e que é disputado por dois grupos: um deles encabeçado por Dutra e o outro pelo então vice-pre-sidente João Franco Filho, testemunha no procedimento instaurado pelo Mi-nistério Público, mas que não soube dizer se o correligionário é ou não fun-cionário fantasma.

Para o promotor, o simples fato de Maruan desenvolver cumulativamente outra atividade particular, desde que lícita e com horários compatíveis, não implica em qualquer ato de improbi-dade administrativa, muito menos gera qualquer dano ao patrimônio da Câma-ra, a justificar a ação desta Promotoria.

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Ministério Público de Minas Gerais e a IMX Esporte e Entretenimento, sócia do Ultimate Fighting Championship no Brasil, assinaram nesta quarta-feira um Termo de Ajusta-mento de Conduta (TAC), definido normas para a realização do UFC 147, em 23 de junho, no Mineirinho.

Entre as regras estipuladas para o even-to, está a proibição de bebidas alcoólicas no inte-rior do ginásio, antes, durante e depois da edição. Apesar da proibição da comercialização de bebida alcoólica no Mineirinho, a patrocinadora do UFC, uma empresa nor-te-americana de cerveja, poderá estampar a logomarca no interior do ginásio.

O Ministério Público seguiu o exemplo dos está-dios de futebol da capital mineira, que já não vendem be-bidas com teor alcoólico, como medida de segurança. A reunião entre o MP e a IMX definiu ainda a questão da segurança, que ficará sob a responsabilidade dos organi-zadores, no interior do ginásio. E ainda a venda de ingres-sos, que será por meio da internet. Serão postos à dispo-sição do público 14 mil entradas, não computados aquelas destinadas aos patrocinadores. Serão vendidos bilhetes de

meia-entrada a estudantes, conforme legislação estadual, e também aos maiores de 60 anos, seguindo a Lei Federal. Haverá entrega de ingressos em domicílio, mediante paga-mento de taxa de R$ 45. Mas o serviço estará disponível de acordo com regiões determinadas pela empresa respon-sável.

Quem optar pela retirada das entradas sem receber em casa deverá se dirigir às bilheterias do Mineirinho, a partir de 8 de junho, de segunda a sábado, entre 10h e 18h. Será permitida a aquisição de até quatro bilhetes pela internet, mediante o número do CPF, sendo um deles de meia-entrada. No caso de cancelamento do evento, o consumidor receberá de volta o valor integral pago pelos ingressos, em um prazo de 45 dias úteis.

Ele ainda poderá optar por pedir o ressarcimento se houver mudança nos nomes dos atletas anunciados no card do UFC 147. O prazo para isso é de até três dias antes da luta. A reunião para o Termo de Ajustamento de Conduta, entre Ministério Público e a IMX, definiu ainda o valor da multa de R$ 10 mil para o caso de descumprimento das normas acertadas para a realização do evento.

PorTal Uai - sUPeresPorTes - 16.5.12

Edição do UFC em BH não terá venda de bebida alcoólica no MineirinhoMinistério Público e organizadores definiram normas para a realização do evento

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Consumidor poderá exigir troca de produto vencido

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LARISSA ARANTESDe todos os 143 processos relativos às eleições mu-

nicipais de 2008 em Minas Gerais que ainda tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca 70% tratam de te-mas que podem enquadrar definitivamente o candidato na Lei da Ficha Limpa. Pelo menos 50 nasceram de denúncias de abuso de poder ou compra de votos. A norma, que teve a aplicação nas eleições de outubro aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode tornar os candidatosinelegíveis em outras situações

“De todos os processos que ainda tramitam no TSE os que mais preocupam são aqueles que tratam, principalmente, de abuso de poder e compra de votos, já que tornam o can-didato inelegível por oito anos contados a partir de quando o fato ocorreu”, ressaltou o promotor eleitoral do Ministé-rio Público de Minas Gerais (MPMG), Edson Rezende. Ele lembra, no entanto, que, para ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, basta que tenha ocorrido a condenação em uma Corte de Justiça, no caso, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas.

Mesmo com a decisão do TRE sendo suficiente para a aplicação da lei, nos casos em que a denúncia parte do Minis-tério Público, a lentidão na análise pode prejudicar o proces-so eleitoral. “O candidato pode ter sido absolvido pelo TRE, mas o MPMG recorre da definição no TSE. Nesses casos, seria interessante que houvesse logo a conclusão para conde-ná-lo, se assim for decidido”, detalhou o promotor.PleiTo.

A Lei da Ficha Limpa determina a inelegibilidade dos candidatos mesmo por atos cometidos antes da validação da norma.

Mesmo condenados por decisão colegiada, alguns po-líticos mineiros garantem que irão concorrer nas eleições de outubro. Esse é o caso do ex-vereador de Belo Horizonte Wellington Magalhães (PMN). Ele teve o mandato cassado por denúncia de compra de votos nas eleições de 2008, mas não perdeu os direitos políticos. E esse é o seu maior argu-mento para tentar concorrer outra vez. “Não fui enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Tenho o meu registro. A pena foi a perda do mandato e não a inelegibilidade”, disse.

De acordo com o presidente da Comissão de Direi-to Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Minas Gerais, Rodolfo Viana, ainda há a possibilidade de os fichas-sujas questionarem a retroatividade da lei. “O ar-gumento é forte, mas a chance de serem bem sucedidos na Justiça é bem pequena”, opinou.

“O entendimento do STF é de que aqueles que pratica-ram ações inelegíveis no passado, ficam inelegíveis no futu-ro”, completou.DifereNTes

Além dos casos de abuso de poder e compra de votos, outras situações, dentre os recursos que ainda tramitam no TSE, também estão relacionados à Lei da Ficha Limpa, como uso de bens públicos móveis ou imóveis para fazer campanha, o que aparece em pelos menos duas ações.

Alguns dos casos envolvendo arrecadação ou gasto ilí-cito de recursos também podem levar à inelegibilidade, como prevê a lei. São oito processos que especificam o tema. Há ainda outras ocorrências que não especificam a motivação da

denúncia, mas aparecem como “crime eleitoral”.reforma

Iniciativa popular quer acabar com a causa da

corrupção“A causa (da corrupção) é uma só e começa na eleição”.

É o que afirma o presidente do movimento Reforma Política Já (RPJ), Marcílio Moreira. Criada em Belo Horizonte, a ini-ciativa apartidária ganhou o país e já possui mais de 30 mil cadastrados em seu site: www.rpj.org.br. O grupo defende, dentre outros pontos, a mudança das atuais regras eleitorais.

“Temos que trabalhar na causa e, não, na consequência, que é a corrupção de fato. O processo eleitoral é permissivo, por isso é preciso fazer a reforma política o mais rápido pos-sível”, ressaltou Moreira

O presidente do RPJ explica que os principais pontos defendidos pelo grupo são a adoção do voto facultativo, o fi-nanciamento público de campanha, o voto distrital e eleições gerais a cada quatro anos. O portal do movimento conta com declaração de diversos artistas, que dizem apoiar a iniciati-va. Dentre os objetivos enumerados no portal do RPJ, estão: “fazer com que a política deixe de ser um excelente negócio para os desonestos e oportunistas, desestimulando-os a se ingressarem na vida pública” e “moralizar, instituir a ética e reduzir drasticamente os índices de corrupção no cenário político nacional”.

Moreira também é enfático quando questionado se um dos objetivos do grupo é a conscientização da população. “Não tem como conscientizar a população quando ainda existe, por exemplo, a compra de votos no país”, disse.

O RPJ surgiu em meio a outros projetos que também buscam moralizar a política brasileira. O “Adote um Ve-reador” e “Adote um Deputado” incentivam os cidadãos a acompanharem as atividades dos parlamentares que ajuda-ram a eleger. Moreira, porém, critica esse tipo de iniciativa. “Se é preciso fiscalizar o representante que você escolheu, já é sinal de que tem algum problema”. (LA)

Dúvidas

Expectativa é de acúmulo de processos

A Lei da Ficha Limpa foi validada para estas eleições pelo STF, mas ainda deixa Muitas dúvidas. Por isso, a Justiça Eleitoral deverá sofrer ainda mais com o acúmulo de proces-sos que irão questionar pontos da nova regra.

O excesso de recursos pode começar já em 8 de julho, quando a Justiça Eleitoral publica a lista dos candidatos ins-critos. As Cortes regionais terão menos de dois meses para julgar todos os pedidos de impugnação e de liberação.

De acordo com o advogado Rodolfo Viana, o país de-verá ter, em 2012, cerca de 500 mil candidatos. Esse núme-ro, se contraposto à quantidade de sete magistrados em cada Tribunal Regional Eleitoral, reforça a previsão de que haverá uma sobrecarga no Judiciário ao se verificar se os postulantes enquadram-se ou não na Lei da Ficha Limpa. (LA)

o TeMPo - oN liNe - 21.05.2012 ficha limpa

Causas paradas, nomes sujos

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Isabella Souto e Leonardo Augusto

Um fim de semana com tudo pago – com dinheiro público – em um dos maiores hotéis voltados para tu-rismo e negócios de Minas Gerais e com direito a dois dias de folga no retorno a Belo Horizonte. O benefício de fazer inveja a qualquer trabalhador foi concedido a 445 servidores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ao custo de R$ 336.574. Até o transporte foi por conta do órgão: foram alugados 15 ônibus contratados por R$ 36 cada, por quilômetro percorrido.

O grupo chegou ontem ao hotel localizado em Caeté, Região Metropolitana de Belo Horizonte, para participar do evento “Repensando o tribunal: o olhar do servidor”, voltado para a “capacitação e desenvol-vimento de competências técnicas” e que faz parte do Plano Estratégico do Tribunal. O objetivo é promover a interação entre os setores, autoconhecimento, motiva-ção, trabalho em equipe e sensibilização para mudan-ças. De acordo com o TCE, os recursos usados para pagar o evento fazem parte do Promoex, programa de modernização dos tribunais de contas.

Quem aceitou o convite para participar do encontro de servidores terá direito a pensão completa, ou seja, café da manhã, almoço e jantar, coquetel de boas-vin-das e coffee-break nos intervalos das atividades. Foram ocupados 250 apartamentos, entre individuais, duplos, triplos e quádruplos. O hotel contratado – por meio de licitação – tem em sua estrutura sauna, sala de jogos, piscinas internas e externas, inclusive térmica e com toboágua, ginásio, quadra de tênis e academia de gi-nástica. Ao chegar ao hotel ontem por volta das 15h, alguns participantes já planejavam o que fazer.

Em uma volta pela piscina, uma servidora avisou animadamente aos colegas que colocou um maiô na mala. Em outro tour, ao ver um dos três bares fecha-dos, outro servidor ficou curioso para saber o horário de abertura. “A turma está a fim de beber”, justificou. Bebidas, no entanto, serão custeadas do próprio bolso. Os servidores poderão usar gratuitamente toda a estru-tura do hotel, com exceção do boliche (R$ 39 a hora) e o spa (entre R$ 59 e R$ 79 pela massagem).

Para levar os participantes ao hotel, foram contra-

tados pelo TCE 15 ônibus rodoviários executivos com capacidade para 42 a 46 poltronas individuais “confor-táveis”. O edital de licitação para contratação da em-presa determinou, entre outros pontos, que as poltronas deveriam ser em “tecido super soft” com pelo menos dois níveis de inclinação e descanso de pernas; clima-tizado com ar-condicionado com jato individual; moni-tores de TV com DVD; sistema de som ambiente com CD Player; microfone; geladeira elétrica/frigobar com água mineral e janelas laterais com vista panorâmica.

Levando-se em conta que a distância da sede do TCE, na Avenida Raja Gabaglia, até a porta do hotel é de 55,5 quilômetros, a viagem de ida e volta dos 15 ônibus custará pelo menos R$ 59,4 mil, o que elevará o valor do congresso dos servidores para quase R$ 400 mil. Para o evento, foi disponibilizado um auditório com capacidade para 700 pessoas – o maior do local – equipado com sistema de iluminação, sonorização e mobiliado com mesas e cadeiras e salas para 40 pes-soas. As diárias desses locais variam de R$ 80 a R$ 3 mil.

iMersão Como justificativa para a realização do evento fora

de Belo Horizonte, o TCE alegou no edital de licita-ção para escolha do hotel que as palestras, discussões em grupo e dinâmicas demandam o envolvimento dos participantes em tempo integral. “O resultado almeja-do recomenda, portanto, a realização dos trabalhos em regime de imersão, em espaço localizado fora do am-biente de trabalho e da capital, a fim de favorecer o comprometimento com os trabalhos e um maior apro-veitamento da vivência proposta, de forma que os par-ticipantes consigam se afastar com mais facilidade dos problemas cotidianos.”

Na programação iniciada ontem, seriam realizadas palestras do conselheiro Antônio Carlos Andrada – que deixa o TCE na semana que vem para disputar a Prefei-tura de Barbacena – e do professor Clóvis Barros Filho, da USP, Ph.D em filosofia, sobre ética. Para hoje estão previstas palestras sobre autoconhecimento, motiva-ção, trabalho em equipe e sensibilização para mudança. À noite, o grupo poderá “festejar” o encontro em uma boate reservada para ele. O retorno à capital será ama-nhã.

esTaDo De MiNas – P. 03 – 19.05.2012

Fim de semana “bom demais das contas” Hoje e amanhã, 445 funcionários do Tribunal de Contas do Estado participam de encontro de

trabalho num resort com piscina aquecida, sauna e boate. Tudo pago com dinheiro público

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Fiscalizar é coisa de político

o TeMPo - P. 08 - 19.05.2012 retorno

Ávila é eleito presidente do Tribunal de Contas

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Bertha Maakaroun

Entre 20% e 30% dos presos condenados em Minas Gerais são mantidos indevidamente no sistema prisional, ao custo de R$ 2,3 mil ao mês cada um. Um dos principais mo-tivos: a falta de informatização do sistema de levantamento de pena do Tribunal de Justiça, que leva à busca manual dos cerca de 20 mil conde-nados. A constatação é do defensor público Guilherme Tinti de Paiva, coordenador do Projeto Libertas, im-plementado pela Defensoria Pública de Minas Gerais em convênio com o Ministério da Justiça para prestar assistência jurídica integral e gratui-ta aos presos.

Desde que a instituição adotou a política de acompanhamento sis-temático dos presos, em novembro, foram analisados 11 mil processos e feitos à Justiça 3 mil pedidos de cor-reção de levantamento de pena, dos quais 159 já reconhecidos. “O esta-do gastou aproximadamente R$ 1,5 milhão com essas 159 pessoas, de maneira desnecessária, uma vez que elas já deveriam estar em liberdade”, afirma Tinti. “São processos com er-ros. Pessoas presas por crimes pres-critos, pessoas com pena já extinta e casos em que o preso recebe o alvará de soltura, mas, por falta de atualiza-ção dos dados do Setor de Arquivos e Informações da Polícia Civil (Se-tarin), são apontados impedimentos indevidos.”

Há outros problemas no sistema penitenciário, além da impossibili-dade de acompanhamento on-line das penas. “Faltam juízes, a estrutu-ra do Poder Judiciário é insuficiente e é também reduzido o número de defensores públicos”, explica o co-ordenador do Projeto Libertas, que recebeu do Ministério da Justiça R$

1,9 milhão para que, a partir da con-trapartida de R$ 72,8 mil da Defen-soria Pública, promova, ao longo de 12 meses, 110 mil prestações jurídi-cas, incluindo atendimentos aos pre-sos e seus familiares, requerimentos inerentes à execução penal e orienta-ção em direitos. Nos primeiros seis meses do projeto, foram realizados 65 mil prestações jurídicas, segundo informa o defensor.

Minas Gerais foi um dos primei-ros estados a formalizar o convênio com o Ministério da Justiça, mas, com apenas um terço do quadro de defensores públicos preenchido, so-mente após a formalização do último concurso o projeto pôde ser imple-mentado. “Somos hoje 603 defen-sores públicos no estado, depois de darmos posse ao último bloco de aprovados”, informa Andréa Abrit-ta Garzon Tonet, defensora públi-ca geral, que comemora o fato de a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça já ter assina-lado que o projeto caminha para se tornar modelo no país.

“O projeto Libertas não apenas abre vagas no sistema penitenciário, como também dá perspectiva para o indivíduo condenado”, acrescenta Andréa Abritta, referindo-se ao fato de os defensores públicos fazerem o acompanhamento da família dos pre-sos e, sobretudo, dos próprios pre-sos após o cumprimento das penas. “Aqueles que se interessam partici-pam de programas profissionalizan-tes e, em geral, conseguem sair com um emprego.”

QUaDro reDUziDo Embora a Lei Orgânica da De-

fensoria Pública, Lei Complementar 65/2003, preveja um quadro de 1,2 mil defensores, a instituição chegou a ter em 2010, apenas 456. Em cum-

primento de acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo do estado excluiu, naquele ano, 124 defensores públicos do quadro da carreira. Servidores oriundos de di-versos órgãos do estado, eles foram absorvidos no quadro da Defensoria Pública sem concurso público. Des-ses, 43 eram funcionários concursa-dos da década de 1970, da antiga Mi-nasCaixa. Com a extinção do banco, todos eles foram reaproveitados em outros órgãos. Outros servidores fo-ram contratados pelo estado em 1994 sem concurso público e alocados na função de assistentes judiciários da extinta Secretaria de Estado da Se-gurança Pública.

Ao acolher a ação direta de in-constitucionalidade (Adin), o STF considerou ser inadmissível pela or-dem constitucional a transposição de cargos, na forma de provimento, sem o necessário concurso público. Com a formalização da última seleção, a Defensoria Pública preencheu meta-de das vagas de seu quadro efetivo.

PolíTicas PúBlicas

Uma saída para os presos condenados

HoJe eM Dia - P. 21 - 19.05.2012

O duelo entre procuradores e policiais começou com a Constituição de 1988, que permitiu que, além das Polícias Federal e Civil, o Ministério Pú-blico também realize investigações diretamente. Desde então as rusgas entre delegados e procuradores têm se acentuado a um ponto perigoso, com inter-ferência danosa no resultado de inquéritos. A PF comanda, em média, 70 mil inquéritos criminais por ano. O MP realiza cerca de 20% desse montante em todo o País - a quase totalidade refere-se a ações civis públicas por impro-bidade administrativa. Na área criminal, o MP realiza menos de 1% do total conduzido pelas polícias. No Congresso, a bancada policial também leva a melhor, somando cerca de 80 membros. Isso é mais que o dobro dos 30 parlamentares egressos do Ministério Público. Em 2007, o MP adquiriu até uma máquina de grampo telefônico, o Guardião, sistema de monitoramento que revolucionou os inquéritos da PF há dez

o esTaDo De s. PaUlo - sP - coNaMP - 21.05.2012

Constituição de 1988 deu poder de investigação ao MP

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KLEITON RENZO

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu processo disciplinar contra os promotores de Justiça Rena-ta Cintrão de Oliveira e André Alecrim Marinho. Os dois são casados. O CNMP investiga a denúncia de que o promotor te-ria assinado pareceres em nome da esposa, em 2008, quando ela acumulava a função de promo-tora eleitoral de Anamã (a 165 quilômetros de Manaus).

Renata de Oliveira é titular da Promotoria de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus). E André Marinho atua em Nova Olinda do Norte (a 138 quilô-metros de Manaus). A decisão foi publicada no Diário Ofi-cial da União (DOU) da última quinta-feira, e determina que a comissão de processo discipli-nar seja formada, nos próximos dez dias, pelos procuradores de Justiça de Minas Gerais, Jacson Rafael Campomizzi, Rodrigo Souza de Albuquerque e Marce-lo Shirmer Albuquerque. No re-latório da sindicância que gerou o processo disciplinar contra o casal, o CNMP aponta que Re-nata permitiu que “outras pes-soas assinassem documentos e praticassem atos em seu nome”. Em relação a André, o conselho diz que a infração cometida foi “o fato de ter assinado em nome daquela promotora (Renata), os pareceres lançados nos autos da AIME nº 1/09 e da AIJE nº 158/08”.

Como defesa os promotores informaram que Renata sofria de uma “espécie de calcificação na região do punho, o que por vezes dificulta a escrita”, porém não apresentaram laudos mé-dicos comprovando a doença. Outro ponto determinante para a abertura do processo administra-tivo foi a recusa dos promotores em passar por testes grafotéc-nicos, “o que nos dá indício de responsabilidade de ambos”, diz o relator da apuração.

Presunção de inocência

De acordo com o procura-dor-geral de Justiça do Amazo-nas, Francisco Cruz, os promo-tores continuam no cargo em respeito ao direito de presunção da inocência. Se ao final do pro-cesso disciplinar ficar provada a infração, poderão ser advertidos, se a infração for considerada leve. Se for grave, a pena pode ser a demissão.

“A presunção da inocência permite que o promotor fique no cargo. Embora o afastamento cautelar possa ser pedido, no en-tanto, ele não pode ser superior a 90 dias, mas ainda assim, os pro-motores continuam recebendo salário”, afirmou. A reportagem tentou contato com a promoto-ra, na comarca de Parintins, pelo telefone 35xx-xx40, mas foi in-formada que ela está de férias. Em Nova Olinda do Norte, o promotor não foi localizado por meio do telefone 33xx-xx79. A informação era de que ele estava viajando.

a crÍTica - aM - coNaMP - 21.05.2012

CNMP abre processo disciplinar contra casal de promotores de Justiça do Amazonas

Renata de Oliveira é titular da Promotoria de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus) e André Marinho atua em Nova Olinda do Norte (a 138 quilômetros de Manaus)

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Sérgio Santos Rodrigues - Sócio do escritório San-tos Rodrigues Advogados Associados e Professor da Escola Superior Dom Helder Câmara

Diante da necessidade de se criarem institutos mais eficazes para a preservação da empresa ou de melhor aproveitamento e venda dos ativos, em 1993, come-çou a tramitar no Congresso Nacional o Projeto de Lei 4.376/93, que, anos depois, se tornou a Lei 11.101/05, sancionada em 9 de fevereiro de 2005 (com vigência a partir de 9 de junho do mesmo ano) e conhecida como Lei de Recuperação de Empresas e Falência.

Dentro das várias mudanças impostas pela nova re-gulamentação falimentar está o veto ao artigo 4º da Lei 11.101/05, que faz com que o Ministério Público (MP) não tenha mais que intervir em todos os processos de que seja parte ou interessada a massa falida, nem dos pedidos de falência (o que era previsto no artigo 210 do Decreto-lei 7.661/45). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisou dessa forma a questão:

“Embora a intervenção do Ministério Público não seja obrigatória em ações que tenham relação com a falência de empresas, nada impede sua atuação e o processo só será nulo se o prejuízo da intervenção for demonstrado. A decisão é da Terceira Turma do STJ e diz respeito à impugnação da intervenção do MP em embargos do devedor em uma ação de execução. No caso, a empresa de aviação Transbrasil S.A. Linhas Aé-reas contesta valores cobrados pela GE Engines Servi-ces – Corporate Aviation Inc.

Depois da declaração de falência da Transbrasil, uma das maiores companhias aéreas brasileiras, o juízo de primeiro grau determinou a intimação do MP para se manifestar sobre os embargos do devedor opostos pela Transbrasil. A empresa aérea impugnou essa intimação, mas o agravo não foi provido. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), ainda que o processo es-teja em andamento, ‘é razoável que se ouça o MP em ações de interesse da eventual futura massa falida’ para garantir a fiscalização dos interesses dela.

Para a Transbrasil, a intervenção do MP só seria possível em ação falimentar eficaz, em ação propos-ta pela massa falida ou contra ela, e não em ação cuja decisão falimentar esteja sujeita a efeito suspensivo, como é o caso, pois essa não caracteriza a massa falida. Porém, segundo a ministra Nancy Andrighi, faz tem-po que os efeitos da decisão que declarou a falência da empresa não estão sujeitos a efeito suspensivo. A rela-tora destacou que, além disso, os inúmeros recursos da Transbrasil – incluindo vários embargos de declaração – ‘tiveram nítido caráter procrastinatório’ (de atraso no

desfecho do processo).Na antiga Lei de Falências (Decreto-lei 7.661/45),

a intervenção do MP estava prevista em todas as ações propostas pela massa falida ou contra ela. Porém, sua ausência só tornava o processo nulo se houvesse de-monstração do prejuízo (princípio pas de nullité sans grief). Para a ministra Nancy Andrighi, tal entendimen-to também pode ser aplicado quando houve intervenção indevida do MP. Nesse caso o processo seria anulado apenas quando demonstrado o prejuízo.

Com a nova Lei de Falências (Lei 11.101/05), o dispositivo que previa a intervenção foi vetado por con-ta do número excessivo de processos falimentares que sobrecarregavam o órgão. A ministra salientou que as ‘inúmeras manifestações’ do MP eram injustificáveis, pois só serviam para atrasar o andamento do processo.

Mas, mesmo que a participação do MP não seja obrigatória, há casos em que sua intervenção é facul-tativa, que ‘decorrem da autorização ampla que lhe dá a lei de requerer o que for necessário ao interesse da justiça’. No caso em questão, segundo a ministra Nancy Andrighi, ainda que se entenda que a participação do Ministério Público não era obrigatória, nada impedia sua intervenção facultativa, inclusive em benefício da própria Transbrasil”.

Assim, salvo exceções legais, o parquet só deve participar quando houver fatos que indicam crime, de-sobediência à lei ou ameaça de lesão ao interesse públi-co. A discussão que permanece é se essa nova imposi-ção não confronta com o artigo 127 da Constituição da República, que determina caber ao Ministério Público “a defesa da ordem pública, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. In-dubitavelmente, caso um procedimento falimentar ou de recuperação de empresa se encaixe nessas hipóteses previstas na Constituição, há de prevalecer o estabele-cido nesta, por ser norma hierarquicamente superior.

Considera-se tal decisão acertada já que, embora a nova lei não obrigue a participação do Ministério Públi-co em casos falimentares, ela também não veda. Mais ainda, não se pode olvidar do que dispõe o artigo 127 da Constituição da República, que determina caber ao Ministério Público “a defesa da ordem pública, do re-gime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

Sendo assim, por mandamento da lei maior, inde-pendentemente da omissão da Lei 11.101/05, caso um procedimento falimentar ou de recuperação de empresa se encaixe nas hipóteses previstas na Constituição, há de prevalecer o seu mandamento.

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A Lei 11.101/05 e o Ministério Público

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Enriquecimento ilícitoA Comissão de Reforma

do Código Penal do Sena-do comunicou que concluirá seu trabalho em duas ou três semanas, dentro do prazo es-tabelecido em 2011. Encarre-gada de modernizar o Código Penal de 1940, editado pela ditadura varguista, a Comis-são aumentou as punições para determinados delitos e expandiu o rol de crimes tipi-ficados pela legislação.

Entre os novos tipos de delito, um dos mais polêmicos é o que classifica como crime o enriquecimento incompatí-vel com a renda declarada por políticos, magistrados e de-mais servidores públicos.

Pela proposta da Comis-são, os agentes públicos com “patrimônio a descoberto” poderão ser punidos com pena de cinco anos de prisão e per-da dos bens obtidos de forma ilícita. Se o agente público transferir a posse de bens e valores a terceiros, para ca-muflar a acumulação ilegal de riqueza, a pena pode ser au-mentada em até dois terços.

Apesar de o Código Pe-nal conter vários dispositivos contra a corrupção na admi-nistração pública, os membros da Comissão alegam que eles não são suficientes.

Como a máquina go-vernamental aumentou e se diversificou, o crime de enri-quecimento ilegal no serviço público exigiria uma tipifica-ção mais abrangente do que a prevista pela legislação em vigor, diz o presidente da co-missão, ministro Gilson Dipp. “É um momento histórico na luta contra a corrupção no

Brasil. Criminalizamos a con-duta do funcionário público que enriquece sem que se sai-ba como, que entra pobre e sai rico. Agora temos um tipo pe-nal esperando por ele”, afirma o relator da comissão, Luís Carlos Gonçalves.

Pela tipificação proposta, bastará aos órgãos de inves-tigação provar que um polí-tico, magistrado ou servidor público acumulou patrimônio ou usufrui de bens incompa-tíveis com a renda declarada, ou seja, que ele não poderia adquirir apenas com essa ren-da. Para Dipp, ao propor a cri-minalização do patrimônio “a descoberto” do servidor públi-co a Comissão está ajustando a legislação penal brasileira às convenções de combate à cor-rupção e lavagem de dinhei-ro aprovadas pela Organiza-ção dos Estados Americanos (OEA), pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômi-co (OCDE).

A proposta tem sido apoiada por integrantes do Ministério Público e da Con-troladoria-Geral da União. O problema é que, ao não exigir provas do crime que permitiu a obtenção de valores e bens incompatíveis com a renda, essa proposta passa por cima de direitos e garantias indivi-duais. Ela colide com o prin-cípio constitucional da pre-sunção da inocência, segundo o qual todos são inocentes até prova em contrário. E, ao de-terminar que caberá ao servi-dor demonstrar a origem legal de seus bens, ela também in-

verte o ônus da prova. “O tipo penal proposto

visa facilitar a punição diante da incapacidade do Estado de produzir provas efetivas sobre o suposto ilícito que produziu o patrimônio”, diz o ex-secre-tário de Reforma do Poder Ju-diciário Pierpaolo Bottini. “Se começarmos a tipificar tudo como crime, estaremos sujei-tos a arguições de inconstitu-cionalidade”, afirma o crimi-nalista Nabor Bulhões, depois de lembrar que a proposta da comissão vai na contramão de medidas adotadas por países desenvolvidos para coibir a corrupção na administração pública.

Na realidade, a inovação proposta pela comissão é re-dundante. Editada em 1993, a Lei n.º 8.730 obriga os servi-dores públicos a fornecerem cópias de suas declarações de bens, no momento da posse. E, para coibir o enriquecimento sem explicação, existe a Lei de Improbidade Administrati-va, que pune quem “adquirir, para si ou outrem, no exercí-cio do mandato, cargo, empre-go ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolu-ção do patrimônio ou à renda do agente público”.

Ninguém discute a ne-cessidade de se modernizar o Código Penal de 1940. Mas a Comissão do Senado tem de tomar cuidado para evitar a substituição de dispositivos arcaicos por outros que, jus-tificados em nome da mora-lidade, se sobrepõem a leis já existentes e colidem com as liberdades públicas.

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Roque Mesquita Acelerar o trabalho do Judiciário sem perda de quali-

dade é a meta a que se propôs todo o corpo da Justiça, en-volvendo magistrados, escreventes e os demais funcionários lotados nas estruturas dos Tribunais de Justiça espalhados por todo o Brasil. O principal beneficiário desse esforço conjunto de todos os servidores da Justiça, indiferentemen-te à sua posição no organograma, é o cidadão, que merece atendimento de qualidade e no tempo adequado ao século em que vivemos.

Rapidez e qualidade devem andar de mãos dadas, a bem da justiça. E em São Paulo estamos diante de uma oportuni-dade de ouro para dar um grande salto nesse sentido.

Verdade seja dita: desde a chegada do desembargador Ivan Sartori à presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), em matéria de qualidade o relógio tem cor-rido apressado e com precisão, recuperando tempo perdido e buscando acertar cada vez mais em suas decisões. Mas voltemos ao tempo presente e a essa oportunidade que sur-giu de modernizar o nosso Judiciário. Com a aprovação pela Assembleia Legislativa da criação de 2.199 vagas de assistente judiciário para atender aos tribunais de primeira instância criou-se um problema, que pode ser transformado em solução, beneficiando o conjunto da sociedade. Vamos examiná-lo atentamente.

A medida aprovada pelos deputados estaduais e sancio-nada pelo governador Geraldo Alckmin é excelente e solu-ciona um problema antigo ao dar suporte mais que merecido aos juízes de primeiro grau, ação bastante aplaudida pela Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) como re-presentante de todos os juízes. Para quem não conhece a Justiça por dentro é bom saber que as condições atuais de trabalho desses magistrados impressiona.

Nas mãos de cada um desses juízes estão mais de 9 mil processos, que ganharão o suporte do assistente judiciário, um funcionário de confiança do magistrado que estuda cada processo que entra, pesquisa a jurisprudência corresponden-te e produz um relatório dando seu parecer sobre o caminho que poderá seguir a ação. O juiz, de posse desse trabalho, lê o relatório e a partir da reunião das informações contidas nos autos e da sugestão do parecer do assistente jurídico toma sua decisão, formulando a sentença final.

Em resumo, o assistente judiciário dinamiza o andamen-to da Justiça, em benefício da sociedade. Funciona assim com os desembargadores, funcionará assim com os juízes de primeira instância. Seria um passo importante para reduzir o tempo de espera do cidadão pela resposta da Justiça à sua demanda. Seria, talvez não seja. Porque é aí também que surge o problema.

A lei sancionada pelo governador determina que os 2.199 cargos sejam preenchidos exclusivamente por escre-ventes já concursados, o que reduziria os custos de contrata-ção, porque eles receberão uma comissão a mais pelo novo trabalho. É lícito imaginar que, dada a importância da ta-

refa, os juízes de primeiro grau escolherão os melhores e mais experientes escreventes de suas equipes, desfalcando os cartórios em 2.199 profissionais. Cumpre lembrar que, mesmo que fosse adotado o critério que rege esse tipo de contratação na segunda instância - bacharel à escolha livre do desembargador -, a seleção dos juízes obedeceria a crité-rios técnicos rigorosos, porque não se trata de um cargo de prestígio político, e sim de muito trabalho duro. De qualquer forma, o efeito colateral imediato do desfalque de pessoal nos cartórios será a queda da produtividade nessas reparti-ções por falta de pessoal qualificado, e - examinando a esta-tística do TJSP - sem a menor esperança de melhorar.

Em 2010 deram entrada 4,6 milhões de novos casos em primeira instância, ante 3,9 milhões de processos no ano an-terior. Isso representa um acréscimo de 700 mil casos. Em resumo, como se diz na Praça da Sé, será um cobertor de pobre, cobrindo a cabeça e descobrindo o pé. Resfriado na certa.

A solução em que muitos pensam de imediato passa pela realização de uma nova rodada de concurso - que custa dinheiro organizar - e pela nomeação de mais 2.199 escre-ventes para as vagas abertas. Um inchaço na estrutura do Estado, que muitos se podem perguntar se é compatível com o São Paulo que queremos no século 21.

Porém, onde alguns enxergam crise, outros vislumbram oportunidade, no caso específico, a de tornar o aparelho ju-diciário de São Paulo mais moderno e mais eficiente. Curio-samente, é justamente na falta de mais de 2 mil escreventes que reside a chance para o governo do Estado fazer do Ju-diciário paulista uma referência de modernidade para todo o País.

A solução passa pela informatização dos Fóruns. Há alguns anos isso poderia soar como teoria ou ficção. Mas uma volta pelo Fórum de São Luís do Paraitinga - um dos poucos digitais do nosso Estado - prova que o Judiciário vive bem com a tecnologia do século 21. Todo o andamento dos processos no cartório e no gabinete do juiz está mais ágil, o acesso à informação ficou mais preciso e, com isso, a estrutura se tornou mais enxuta e o tempo de resposta à justa demanda do cidadão também se reduziu. E o núme-ro de escreventes caiu pela metade, mas ninguém perdeu o emprego: as pessoas foram remanejadas para outras funções dentro do próprio Judiciário. Em outras palavras, ganhou-se eficiência.

No mundo atual o tempo tornou-se um bem muito pre-cioso e o Judiciário precisa adaptar-se à expectativa da so-ciedade. Temos de ter a infraestrutura necessária para cor-responder à expectativa do cidadão que vem à Justiça em busca do seu direito. A oportunidade está diante de nós e o governo do Estado de São Paulo pode ser, mais uma vez, o protagonista de um grande avanço e, como no passado, ba-lizar o caminho dos demais Estados da União. Basta apertar o botão certo. DESEMBARGADOR, É , PRESIDENTE DA APAMAGIS

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A oportunidade diante de nós

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HoJe eM Dia - P. 12 - 19.05.2012

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