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1970 agôsto EDITORIAL Peregrinação Discurso do Papa Paulo VI ... ...... . Perambulações de um Peregrino .. . A Jov em Geração nos interpela ......... . A ECIR se apresenta Falam Marialba e Mariano Espiritualidade Conjugal O Espirito Sa.nto e o Lar A Peregrinação na Cidade de S. Paulo .. Testemunhos Da necessidade de ser simples ..... . O Caracol e o Vagalume ..... . .... . .... . Encontro em Valinhos Construir um Setor ....... . ...... . .... .. . Novas Equipes .. . ....... . ... .• .. .......... Próximos Encontro s ............. ........ Primeiros Contatos ....................... . Balancete da Secretaria ........... . ... .. . Retiros para 1970 ..................... .. . Oração para a próxima Reunião ........ . p. p. 3 p. 14 p. 18 p. 19 p. 20 p. 22 p. 23 p. 25 p. 26 p. 27 p. 28 p. 28 p. 29 p. 30 p. 31 p. <2

1970 - ens.org.br · tância, divulgados ambos em maio último. São entretanto de tal valor que não podemos deixar de relembrá-los aqui. ... Marialba Bacelar, Paulo VI pronunciou

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1970

agôsto

EDITORIAL Peregrinação

Discurso do Papa Paulo VI ... ...... . Perambulações de um c~.sal Peregrino .. . A Jove m Geração nos interpela ......... . A ECIR se apresenta

Falam Marialba e Mariano Espiritualidade Conjugal

O Espirito Sa.nto e o Lar A Peregrinação na Cidade de S. Paulo . . Testemunhos

Da necessidade de ser simples ..... . O Caracol e o Vagalume ..... . .... . .... . Encontro em Valinhos Construir um Setor ....... . ...... . .... .. . Novas Equipes .. . ....... . ... . • .. ..... ..... Próximos Encontros .............•........ Primeiros Contatos ....................... . Balancete da Secretaria ........... . ... .. . Retiros para 1970 ..................... .. . Oração para a próxima Reunião ........ .

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p. 3 p . 14 p. 18

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p. 23 p. 25 p . 26 p. 27 p. 28 p . 28 p. 29 p. 30 p. 31 p. <2

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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria da.3 Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4850 SÃO PAULO (CAP.)

- direitos reservados -somente para distribuição interna

EDITORIAL

Caros amigos:

As férias de julho e a decisão de não publicar a Carta Mensal nesse mês deixaram para trás dois documentos de máxima impor­tância, divulgados ambos em maio último. São entretanto de tal valor que não podemos deixar de relembrá-los aqui.

O primeiro é o discurso de Paulo VI às Equipes de Nossa Se­nhora, por ocasião d:1 peregrinação a Roma. no dia 4 de maio. Vai publicado na íntegra , nêste número da Carta Mensal. O segundo é a declaração do episcopado brasileiro. no encerramento da XI Assem­bléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (C.N .B.B.) a 27 de maio . Ambos merecem ser lidos e meditados, pois interessam a cada um de nós. membros das Equipes de Nossa Senhora e mem­bros da Igreja do Brasil.

Não é intenção nossa comentar a fundo êstes documentos. Ape­nas queremos deter-nos, com vocês, em alguns trechos dos mesmos.

Cabe salientar, inicialmente, a atenção especial que rniereceu do Santo Padre a audiência concedida aos 2. 000 casais de nosso Mo­vimento, o que demonstra a confiança depositada pelo Papa nas Equipes.

É o chefe da Igreja que manifesta a sua alegria pela vivência cristã das nossas equipes e que paternalmente declara: " Diletos filhos e filhas , de todo coração o Papa vos encoraja e pede a benção de Deus sôbre os vossos empreendimentos". É êle quem, depois de tecer considerações profundas sôbre a família como escola de san­tidade, termina com palavras incisivas de animação: "Que isto cons­titua para vós um estimulo e um apêlo. Com a fôrça de Cristo vós podeis e, portanto , deveis realizar grandes coisas".

O final do discurso deixa a impressão de que o coração atri­bulado do Chefe da Igreja se revigora no contato com aqueles dois mil casais que querem viver dentro· do matrimônio tôdas as exigên­cias da vida cristã, confiado nas grandes coisas que êles podem e devem fazer. Renasce nêle a esperança em dias melhores: "Casais atribulados, casais felizes , casais fiéis , vós preparais para a Igreja e para o mundo uma nova primavera cujos primeiros rebentos nos fazem estremecer de alegria".

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E é em nome do Senhor que invoca "sôbre todos os casais das Equipes de Nossa Senhora e seus Conselheiros Espirituais , especial­mente sôbre o estimado Cônego Caffarel. a profusão das graças divina$, em penhor das quais vos damos. de todo coração, uma ampla Benção Apostólica".

Caros amigos. não há necessidade de comentar êstes trechos. São êles bastante incisivos e falam por sí aos nossos co.rações reco­nhecidos. Falam por sí , particularmente , à nossa vontade, para. que se decida a contribuir na realização das grandes coisas que façam desabrochar e expandir os rebentos que anunciam uma nova prima­vera para a Igreja e para o mundo.

Num recanto dêste mundo e desta Igreja. recanto que nos é muito caro , os Bispos do Brasil também manifestam a confiança e a esperança que depositam nos leigos, para a tarefa comum de tra­balhar para a solução "dos problemas. das angústias. das deficiên­cias" presentes em nosso meio, vislumbrando também êles um estágio de maior maturidade como resultado positivo da crise que atual­mente abala o mundo e. com êle. também a Igreja. crise esta que é a expressão da "'limitação e da busca sincera dos homens" . perple­xos ante as vertiginosas transformações que se processam em nos­sos dias.

Caros amigos , a ECIR concita vocês todos a meditarem êstes documentos. Quem sabe mesmo, fazer dêles objeto de estudo e reflexão especial nas suas equipes. Não só ler, refletir, meditar, mas também responder com generosidade e decisão aos apelos que o Senhor nos faz , através das palavras do Santo Padre, através das palavras dos Bispos do Brasil.

Tôda a cordial amizade da

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ECIR.

A FAMILII , ESCOLA DE SANTIDADE No dia 4 do corrente, Paulo VI recebeu em audiência, na Ba­

sílica de S. Pedro, dois mil casais do Movimento "Equipes de Nossa Senhora". Após o discurso de homenagem que lhe foi di­rigido, no início da aud'iência, pelo casal braSileiro, Mariano e• Marialba Bacelar, Paulo VI pronunciou a seguinte alocução:

1 -INTRODUÇÃO

.Alegria elo Papa ao receber a

peregrinação

Diletos filhos e filhas:

Primeiro que tudo agradecemo­vos do fundo elo coração as vossas palavras de fé. a vossa vigília de oração pelas nossas intenções e também a vossa dedicação ao ser­viço das vocações. E queremos ma­nifestar-vos a grande alegria que sentimos em vos receber esta ma­nhã e de nos dirigirmos, não só a vós, mas ainda aos 20.000 casais elas Equipes de Nossa Senhora, de cuja ra•diação através do mundo e preocupação ele viver com Cristo e tecer com êle a trama diária do vos­so amor conjugal, acabastes de nos iiatar. Entre casais qristãos, vós constituis pequenas equipes ele mú­tua a j ucla espiritual corroboradas, nos seus esforços, por uma presen­ça sacerdotal. Como não havería­mos de nos alegrar com isto ? Di­ietos filhos e filhas, ele todo o co­ração o Papa vos encoraja e pede a ~nção de Deus sôbre os vossos empreendimentos. i\1uita vêzes a Igreja pareceu, sem razão, suspei­tar do amor humano. Também vos queremos dizer hoje claramente: não, Deus não é inimi·go das gran­des realidades humanas e a Igreja

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não desconhece os valores cotidia­namente adquiridos por milhões de l2res. Pelo contrário. a boa nova trazida por Cristo Salvador é uma boa nova para o amor humano, também êle excelente nas suas origens -- "Deus, vendo toda a Sua Obra, considerou-a muito boa" (Gn .. 1,31) -, também êle corrompido pelo pecado, tamlbém éle remido ao ponto ele se tornar, pela graça. meio ele santidade.

2 - O ii1'ATRIM6?\IO NO SE­X'HOR, VOCAÇÃO DE

SAXTIDADE

Como todos os .'batizados vós iostes. realmente. chamados à san ­tidade. segundo o ensinamento da Igreja solenement·e reafirmado pelo Concílio (Cfr., Lumen Gentium, :1. 11). Mas, eleveis dirigir-vos a ela com o vosso modo próprio, na vossa e pela vossa viela ele famí lh (Ib., n. 41). É a Igreja que no-lo <:nsina: "Os esposos, tornados ca· pazes de levar uma vida santa" ( Gaudilt1nr et S pes, n. 49 § 2) e de iazer elo seu lar "como santuári0 familiar ela Igreja" (ApostolitCam Actuositatem, n. 11). Estes ensina­mentos, cujo esquecimento é tão trágico para o nosso tempo vos são certamente familiares . Gostaríamos de meditar neles juntamente con­·.rosco por alguns instantes, pa·ra

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:-eforçar ainda em vós, se ror ne­ces ário, a vontade ele viver gene­rosamente a vossa vocação humana f" cristã no matrimônio (Cfr .. Gau.­dium et S pes, n. 1, 47 -52), e ·de colaborar com o grande desígnio ele amor de Deus no mundo, de s~ formar um povo "para o louvor ela sua glória" (Ef. , 1, 14).

3- O MATRIMôNIO, GRAN­DE -REALIDA1DE TERRESTRE

Como a Sagrada E~critura nos ensina. o matrimônio. antes ele ser um sacramento. é uma grande rea­!idade terrestre: "Deus criou o ho­mem à sua imagem. criou-o à ima­gem ele Deus: ~le os criou homem c mulher" (Gn .. 1,27). É preciso recordar todos os dias esta primei­ra pá1g1ina ela Bíblia. se quisermos compreender o que é, o que eleve ser um casal humano, um lar. As análises psicológicas, as pesquisas rsicanalíticas. os inquéritos socio· 1ógicos e as reflexõe filosóficas po­derão, sem dúvida. contribuir pa­ra dar esclarecimentos sôbre a se­xualidade e sôbre o amor humano, mas cegar-nos-iam se transcuras­sem êste ensinamento fundamental que nos foi dado desde a origem: a dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que 0 homem e a mulher, juntos, fossem imagein ele Deus, e, como êle na centes ·de viela : "crescei e multiplicai -vos, enchei e dominai a terra" (Gn., 1. 28). Uma leitura atenta elos Pro­fetas, elos Livros Sapienciais e elo Nôvo Testamento, mostra-nos, de resto, o si.gnificado desta realidade fundamental e ensina-nos a não a iimitar ao desejo físico e à ativi­dade genital, mas a descobrir nela

o caráter complementar dos valores elo homem e da mulher, a grandeza e as fraquezas do amor conjugal, a !:'Ua fecundidade e a sua abertura ao mistério do desígnio do amor de Deus.

-l - EDUCAÇÃO .KUl\1 CLIMA ERóTICO

~ste ensinamento conserva ain­da hoje todo o seu valor e imuni­za-nos contra as tentações de um erotismo destruidor. ~ste fenômeno aberrante deveria, pelo menos. pôr­nos em guarda contra o perigo de nma civilização materialista quf" pressente. obscuramente, neste do­mínio misterioso, como que o últi­mo refú!?'io ele um valor sagrado. Saberemos nós arrancá-lo ao abu­&o da sensualidade? Saibamos pe­lo menos. perante uma expansão cinicamente levada a efeito por al­gumas indústrias ávidas. aniquilar c.s seus efeitos nefastos nos jovens. Sem obstáculos nem compressões. trata -se ele favorecer uma educação que ajude a criança c o adolescen­te a tomarem consciência, progres­_,ivamente, ela fôrça elos impulsos que se despertam neles, de os inte­g-rar na construção da sua persona­lidade, de dominar as suas fôrças ascendentes para realizarem uma completa maturidade afetiva c também sexual. de se prepararem, assim, para o dom ele si num amor que lhes dará a sua verdadeira di­mensão, ele maneira exclusiva e de­finitiva.

.:; -UNIDADE E INDISSOLU · BILIDADE DO MATRIMôNIO

A união elo homem e ela mulher difere, na verdade, radicalmente ,

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de tôdas as outras associações hu­manas e constitui uma realidade singular. ou seja, a união fundada na doação mútua dos cônjuges: "e os dois serão uma só carne" (Gn., 2, 24). Unidade cuja indissoluJhi­lidade irrevogável é o sêlo coloca­do sôbre a união livre e mútua de

-- c~uas pessoas dotadas ele liberda>de que, "portanto, já não são dois, mas uma só carne" (Mt .. 19, 6): uma só carne, um casal, poder-se­ia .quase dizer um único ser, cuja unidade assumirá uma forma social e jurídica por meio do matrimônio e se manifestará por uma com'll­nhão ele vida, cuja expressão fe­cunda é o dom carnal. Quer dizer que, com o matrimônio, os esposos exprimem uma vonmde de se per­tencerem um ao out:.o para tôda a vida e ele contraírem, para êste fim, um vínculo objetivo, cujas leis e exigências, ·muito longe de serem um servilismo, são uma garantia e uma proteção, um verdadeiro amparo, como vós próprios ver i{i­cais nas vossas experiências coti­f!ianas.

6 AMOR EXCLUSIVO E FECUNDO

Na verdade, a doação não é uma iusão. Cada uma elas personalida­des permanece distinta e, longe ele se dissolver com a .doa·ção mútua, afirma-se e aperfeiçoa -se, aumenta com o decorrer da vida conjugal. segundo esta grande lei do amor : dar-se um ao outro para se dar juntamente. O amor é, realmente, o cimento .que dá solidez a esta co­munidade ele vida e o entusiasmo que a arrasta para uma plenitude (-a·da vez mais 1)erfeita. Todo o ser

par'ticipa dela, nas profundezas- elo seu mistério pessoal e dos seus componentes afetivos. sensíveis. carnais e também espirituais, até constituir, cada vez melhor, es·· ta imaog1em ele Deus ·que o ca­~al tem a missão ele encarnar na sucessão dos dias. tecendo-a com as ~: uas alegrias e com as suas preo­ctlpações, dado que o amor é, real­mente. mais elo que o amor. Nã0 há nenhum amor coniue<al üUe não seia, nél exultação. entusiasmo oa­ra o infinito. e que não deseje ser. no seu entusiasmo, total, fiel, ex­clusivo e fecundo (Cfr .. Hum'anae Vita.e, n . 9). É nesta 'Perspectiva aue o .desejo encontra o seu nleno significado. Meio de expressão e. também. de conhecimento e de co­munhão. o ato conjugal mantém e f0rtifica o amor. e a sua fecundida­de leva o casal ao seu pleno desen­volvimento: torna-se, à imagem de Deus, fonte ele vida.

O cristão tem consciência disto: o amor humano é bom na sua ori ­g-e.m e, embora esteja, como tudo o que existe no homem, ferido e de­formado pelo pecado, encontra em Cristo a sua salvação e a sua re­denção. Aliás. não é esta a lição de vinte séculos de história cristã? Quantos casais encontraram, na sua vida conjugal, o caminho ela santiod.acle, nesta comunidade ele vi­da, que é a única fundada num sa­cramento !

7 - SACRAMENTO DA NOVAI ALIAIN1ÇA

Obra do Espírito Santo ( Cfr ., Tit. , 3, 5), a regeneração batismal faz de nós cDiaturas novas ( Cfr., Gál., 6.15), para que, "assim ca-

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minhemos nós, também, numa vida nova" (Rom., 6, 4). esta grande empresa de renovação de tôdas as coisas em Cristo, o matrimônio, também êle purificado e renov<~Jdo, torna-se uma realidade nova, um, sacramento da nova aliança. E, eis que no limiar do N ôvo Testamen­to, como na entrada do Antigo, se forma um casal. Mas, ao passo que aquele, formado por Adão e Eva, foi a fonte do mal que se espalhou sôbre o mundo, o de José e Maria é a plenitude de onde a santi.dade se expande sôbre tôda a terra. O Salvador começou a Sua obra re­dentora com esta união virginal c santa onde se manifesta a sua von­tade todo-poderosa ele purificar ~ santificar a família, êste santuário do amor e êste berço ela viela.

8- CÉLULA BA'SICA DA

IGREJA

Desde então tudo se transformou. Dois cristãos querem casar-se ; São Paulo adverte-os : " . . . não vos pertenceis a vós mesmos" ( 1 Cor., 6, 19). Mernbros de <Cristo. nm e outro "no Senhor", a sua união realiza-se também "no Sf­nhor", como a da Igreja. E é por <:sta razão que ela é "um grande mistério" (Ef., 5,32), um sinal que, não só representa o mistério da i.llnião de Cristo com a Igreja. mas também o encerra e irradia por por meio da graça do Espírito San­to, que é a sua alma vivificaclora.

Pm1que é exatamente o amor, pró­prio de Deus, que êle nos comuni­ca, para que nós o amemos e para que também o amemos com êste amor divino: "assim como Eu vos amei, vós também vos deveis <!lmar

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t1ns aos outros" (Jo., 13, 34). Até as manifestações ela sua ternura ~ão, para os esposos cristãos, pene­tradas dêste amor que êles vão hau­rir no coração ele Deus. E, se a nascente humana corresse o perigo de secar, a sua nascente divina é tão inesgotável como as profundezas insondáveis ·da ternura de Deus.

Por outras palavras, a caridade conjugal, forte e rica, tende para essa comunhão íntima. Realidade mterior e espiritual, ela transforma a comunidade ele vida elos esposos naquilo "-que bem pode chamar-se Igreja doméstica" ( Lumen Gen­tium, n. 11), uma verdadeira "cé­lula ela Igreja", como disse '1

nosso saudoso predecessor João XXIII, à vossa peregrinação ele 3 c e maio ele 1959 (Discar si, mes­saggi, colloqui del Santo Padre Giovanni XXIII, I. Tip. Pol. 'Vat., p. 298). célula ele base, célula ger­minai, sem dúvida a :mais pequena, mas também a mais fundamental do organismo eclesial.

9- PLE::\TITUDE DO AMOR CRISTÃO

~ste é o mistério em que está radicado o amor conjugal e que ilu­mina tôclas as suas manifest<11ções.

Mistério ela Encarnação, que exal­ta as nossas virtudes humanas pe­netrando-as internamente. Longe de as menosprezar, o amor cristão as conduz, verdadeiramente, à sua plenitude, com paciência, generosi­dade, fôrça e ·doçura, como São Francisco de Sales gostava de su­blinhar quando fazia o elogio de. vida conjugal de São Luiz (Intro­duction à la vie dévote, III.a Par­tie, cap. 38, Avis pour les gens

·1nanes, em Oeuvres, Bibliotheque de la Pléiade, Paris, :N'rf . Galli­mard, 1969, p. 237). Porque, se a fascinação da carne é perigosa, a lentação do angelismo não é o me­nos e uma realidade desprezada uão se demora muito a reivindicar o seu lugar. Também, con cientes de guardar os seus tesouros em vasos de argila (Cfr., 2 Cor., 4, 7), os esposos cristãos procurem esfor­çar-se, com humilde fervor, por traduzir, na sua viela conjugal, as recomendações do Apóstolo São Paulo : "os vossos corpos são mem­bros de Cristo ... , o vosso corpo é templo do Espírito Santo ... ; glo­rificai pois a Deus no vosso corpo" ( 1 Cor., 6, 15, 19, 20). "Casados no Senhor". os esposos não podem unir-se, daí por diante, senão no nome de Cristo a quem êles perten­cem e por quem êles devem. traba­lhar como seus membros ativos. :ftles não podem, portanto, dispor elo seu corpo, especialmente porque êle é princípio de geração, senão no espírito e para a obra de Cristo. porque êles são membros ·de Cristo.

1 O- FECUNDIDP.DE DO LAR

"Colaboradores livres e respon­::-áveis do Criador" (Hmnanae Vi­tae. n. 1), os esposos cristãos vêem [! sua fecundidade carnal adquirir assim uma ndbreza nova. O impul­w que os leva a unirem-se é porta­dor de vida e permite que dêem fi­lhos a Deus. Tornando-se pai e mãe, os esposos descobrem com ad­miração. na fonte batismal, que o seu filho, a partir daquele momen­to, é filho de Deus nascido "ela i! gua e do Espírito" (Jo., 3, 5) e que lhes é confiado para que êles velem pelo seu crescimento físico e

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moral e também pela eclosão e de­~envolvimento nele do "homem· nôvo" (Ef., 4. 24). ~ste filho jit r:ão é só o que êles vêem, mas tam­hém o que êles crêem "uma infini­dade de mistério e de amor que nos deslu•r •braria se o víssemos fa­Le a face" ( Emmanuel M ou.nier à sa femme Paulette, a 20 de março ele 1940, em Oeuvres, t. IV, Paris, Seuil , 1963. p. 662) . Também a educação se torna um verdadeiro serviço de Cristo segundo a sua própria palavra: "o que fiz estes a um dêstes M·eus irmãos mais pe­queninos, a l\1immesmo o fizestes" (Mt. 25, 40). E, se algumas vêzes acontece que o adolescente se fe­cha à ação educativa dos pais, ês­tes participam então dolorosamen­te. na sua própria carne, ·da paixão de Cristo perante as recusas elo home-m.

11 - :MISTÉRIO DA PATERNIDADE

Diletos pais, Deus não vos con­liou uma tarefa tão importante (Cfr., Gravissinntlll' Educationisl sem vos ter dado um ·dom prodigio­so, o seu amor ele pai. Por meio dos pais que amam o próprio fi lho que Yive em Cri to, é o amor do Pai que se efuncle no seu Filho muito amado (JCfr., 1 J o., 4, 7-11). Por meio ela sua autoridade, é ,,_ sua autoridade que se exerce. Por meio ela sua dedicação. mani­festa -se a sua provi·dência de " . . . Pai elo qual tôda a família, nos céus como na terra toma o no­me" ( Cfr. . Ef.. 3. 14-15). Tam-1.Jém a criancinha batizada, por meio elo amor elos eus pais, desco­bre o amor paternal de Deus e, diz­nos o Concílio, faz "a primeira ex-

penencia da Igreja" ( Grav. Ed~t ·

cationis, n. 3). Certamente só cres­cendo terá consciência disso, mas desde já o amor divino, por meio da ternura do seu pai e da sua mãe, faz desabrochar e desenvolver nel:l o seu ser de filho de Deus. Quer cizer que é o esplendor da vossa voca!ção, que S. Tomás aproxima JUStamente do ministério sacerdo­tal : "A.Jgumas pessoas propagam e mantêm a vida espiritual por um ministério únicamente espiritual: é o caso do sacramento da Ordem ; outras, fazem-no como um ministé­~·io tanto corporal como espiritual: é o caso do sacramento do matri · mônio, que une o homem e a mu­lher para que tenham prole e a edu­quem. para o culto de Deus". (C on­tra Gentiles IV, 58, trad. Ber­nier-Kerouanton, Paris, Lethiel­leux, 1957, p. 313).

12 - DEVER DE HOSPITALIDADE

Os casais que conhecem a dura experiência de não ter filhos, tam­bém êles são chamados a cooperar no aumento do povo de Deus, de diversos modos. Esta manhã que­ríamos chamar a vossa atenção pa­ra a hospitalidade, que e uma tor­tna eminente da m1ssão apostólica

do casal. A recomendação de S. .Paulo aos .Komanos : exercei a hos­pitalidade com solicitude (Cfr., 12, 13) não é, sdbretudo, aos lares que ela se dirige e, ao formulá-la, não pensava, também êle, na hospitali­dade do lar de Aquila e Priscila de que êle tinha sido o primeiro bene · ficiado e que em seguida devia acolher a assembléia cristã? ( Cfr. Act. 18, 2-3; Rom. 16, 3-4; ·1 Cor-

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16, 19) . Nos nossos tempos, tão difíceis para muitos, que graça imensa é sermos acolhidos "nesta pequena Igreja" segundo a pala­\ra de S. João Cri sós tomo ( Ho­milia 20 sôbre o versículo 5, dél Carta aos Efésios, 22-24, n. 6; em P G., 62, 135-140), entrar na sua ternura, descobrir a sua materni­r1ade, experimentar a sua miseri­córdia, sobretudo porque um lar cristão é "o vulto risonho e docP. ela Igreja" (Expressão de um ca­sal cristão das Equipes de Nossa Senhora, citada por H. Caffarel, em L'Anneau d'Or, n. 111-112, Le mariage, ce grand sacrement, Pa­ris, F eu nouveau, 1%3 p. 282,). É um apostolado insubstituível que vos compete exercer generosamen­te, um aJPOstolado do casal para o qual a formação dos noivos, o au­xílio aos recém-casados e o socor· ro aos casais em crise constituem aomm10s privilegiados. Vós, am­parando-vos um ao outro, de qua1~ ~arefas não sois capazes na Igreja l' na sociedade"! Apelamos para vó::. com grande confiança e muita es­perança: "a família cristã procla­ma, em alta voz, tanto as virtude.:; presentes do Reino de Deus como a esperança da vida eterna. Assim, o seu exemplo e o seu testemunho acusam o mundo de pecado e ilu­minam aqueles que procuram a verdade" (Lumen Gentium, n. 35) .

13 - CAMINHO NO AMOR

Diletos filhos e filhas, vós es­tais bem convencidos de que só vi­,·endo as g1raças elo sacramento do matrimônio caminhais com "um amor incansável e generoso" (Ib. n. 41) para esta santidade a que todos nós somos chamados pela

graça (Or., Mt., 5, 48; 1 Tess. 4, 3; Ef., 1, 4) e não por uma exigên­cia arbitrária mas pelo amor de um Pai que quer o pleno desenvolvi­mento e a felicidade total dos seus filhos, De resto, para a alcançar, não fostes C~~bandonados a vós mes­mos porque Cristo e o Espírito Santo, "estas duas mãos de Deus" :,egundo a ·expressão de Santo Iri­neu, . trabalham por vós sem .des­canso (Cfr. Adrversws Haerese.s IV, 28, 4 em P.G. 7, 1.1200). Não vos deixeis, portanto, desviar pe­las tentações, pelas dificuldades, pelas provações que aparecerem pelo caminho, sem o temor de ir, quando ·fôr preciso, contra a corren­te do que se diz e pensa num mun­do de atitudes paganizadas. São Paulo advertia-nos: "não \'OS con­formeis com êste século, mas trans­iormai-vos pela renovação da vos­sa m·ente" (Rom., 12, 2). Nunca vos desencorajeis nos momentos de fraqueza: o nosso Deus é um Pai cheio de ternura e de bonda­de, cheio de solicitude e transbor­dante ele amor pelos seus filhos que, algumas vêzes, encontram di­ficuldades no seu ca:m~nho. E a !greja é a mãe que vos quer aju­dar a viver tôda a vida êste ideal do matrim'ônio cristão do qual ela vos lembra, com bondade, tôdas a exigências.

14- A .AJSSIST~NCIA DO SAtCERDOTE

Diletos filhos, Assistentes das Equipes de Nossa Senhora: vós sabeis por uma longa e rica expe­riência que o vosso celibato cansa .. grado vos torna particularmente disponívei s. para serdes, junto dos

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lares, no seu caminho para a san­tidade, as testemunhas ativas do amor do 'Senhor na Igreja. Com o decorrer dos dias, vós os ajudais a "caminhar na luz" (Cfr. 1 Jo., 1, 7), a pensar justamente, quer di­zer, a apreciar o seu comportamen­to na verdade; a 'querer justamen­te, quer dizer, a orientar em ho­mens responsáveis a própria von-

tade para o lhem; a agir justamen­te, quer dizer, a colocar progressi­vamente a sua viela, por meio dos acasos da existência, em uníssono com êste ideal do matrimônio cris­tão .que êles seguem generosamen­te. Quem sabe? É poU'co a pouco que o ser hlllmano chega a hierar­quizar e integrar as suas tendên­cias múltiplas até as ordenar har­moniosamente nesta virtude ele pu reza conjugal. onde o casal encon­~ra o seu pleno desenvolvimento humano e cristão. Esta obra ele li­bertação, porque existe uma, é o fruto da verclaclei r a liberdade dos filhos de Deus, cup consciência ]Jede, por sua vez, para ser respei­tada, educada e formada, num cli­ma de confiança e não de angústia. onde as leis morais, longe ele te­rem a frieza desu:mana ele uma ob­Jetividade abstrata, existem para guiar o casal no seu caminho. Quando, ·de fato, os esposos se es­forçam, paciente e humildemente, sem se .deixarem desencorajar pe­los contratempos. por viver verda­:leiramente as exigências profundas de u·m amor santificado, ·que as re­gras morais lhes fazem recordar, então estas leis deixarão de ser rejeitadas co:mo obstáculos, mas se­rão reconheódas como um valioso auxílio.

15- A BOA NOVA AOS LAtRES

O caminho dos esposos, como tôda a vida humana, tem muitas etapas, comportando fases difíceis e dolorosas - tendes prova disso com o passar dos anos. Mas é pre­ciso dizê-lo em voz alta: a angús­tia e o medo nunca deveriam ani­dar-se nas almas de boa vontade, porque afinal, não é o Evangelho uma boa nova também para os ca­sais, e uma mensagem que, sendo éxigente, não é menos profunda­mente libertadora? Ter consciên­cia de que ainda não se conquistou a. própria liberdade interior. que se está ainda submetido ao impulso das próprias tendências, descobrir­se como incapaz de respeitar, dum momento para o outro, a lei moral, num domínio tão fundamental, sus­cita, naturalmente, uma reação de angústia. Mas é o momento decisi­vo em que o cristão, na sua desor­dem, em vez de se abandonar à revolta estéril e destruidora, acede na humildade à descoberta pertur­badora do homem perante Deus, um pecador diante do amor de Cristo Salvador.

16 - CA'MINHO A SANTIDADE

Ai partir desta tomada de cons­ciência radical, todo o progresso da viela moral se torna atraente, os casais encontram-se ta m b é m "evangelizados" no seu íntimo, os esposos descobrem "com temor e tremor" (Fi!., 2, 12), mas também com uma alegria admirada, que no seu matrimônio, como também na 11nião de Cristo com a Ig,reja, é o

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mistério pascal da morte e da res­surreição que se realiza. No seio da grande Igreja, esta pequena igreja conhece-se então por aquilo que na realidade é: uma comunica­c,_ão fraca e às vêzes pecadora e pe­nitente, mas perdoada, a caminho j)ara a santidade, "a paz de Deus que sobrepuja todo o entendimen­to" (Fi!.. 4, 7). Longe de estar, por en1quanto, ao abrigo de qual­quer frnqueza - "quem pensa es­tar de pé, veja que não caia" (1 Cor., 10, 12) - e de estar dispen­sado de um esforço perseverante, às vêzes em condições cruéis que só o pensamento de tomar parte na pai­xão de Cristo pode levar a supor­tar ('Cfr. Co!., 1, 24), os esposos sabem, pelo menos. que as exigên­cias da vida moral conjugal que :i

Igreja lhes recorda não são leis in­toleráveis nem impraticáveis, mas um dom ele Deus para os ajudar a aceder, por meio e além das suas fraquezas, às riquezas de um amor plenamente humano e cristão. Des­de então, longe de ter o sentimento angustioso de se encontrarem co­mo que fechados num beco sem saí­da e, segundo os casos, talvez de se entregarem à sensualidade, abandonando tôdas as práticas sa­cramentais, de se revoltarem con-

tra a Igreja, considerando-a como inumana, ou de persistirem num es­forço impossível, a ponto de perde­rem a ha11monia e o equilíbrio, até mesmo a sobrevivência do lar, os éSposos entregar-se-ão à esperan­ça, na certeza de que todos os re­cursos da graça da Igreja estão à disposição para os ajudar a enca­minharem-se para a perfeição de, seu amor.

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CONCLUSÃO

17 - APOSTOLADO DO

TESTEMUNHO

São estas as perspectivas em que vivem os casais cristãos. em pleno mundo, a boa nova da salvação em Cristo, progredindo para a sa~­tidade no matrimônio e por metO dêle, com a luz, a fôrça, e a alegria do Salvador. Tais são também, d1. mesma maneira. as maiores orien­tações elo apostolado elas Equipes rle ~ossa Senhora, a começar pelo testemunho da sua própria vida c.uja fôrça ele persuasão é tãogTan­de. In!]uieto e febril, o nosso mun­do oscila entre o medo e a esperan­ça, e numerosos jovens entram va­cilantes no caminho que se ahr~

diante deles. Que isto constitua pa­ra vós um estímulo e um apêlo. Com a fôrça ele Cristo vós podeis e, portanto, <:leveis realizar grande,; coisas. :\1eclitai a sua palavra. rece­bei a sua gra.ça na oração e nos sa­cra·n~entos da penitência e ela euca­ristia, '=onfortai-vos uns aos outros, testemunhando com simplicidade e discrição a vossa alegria. Um ho­mem e uma mulher que se amam. um sorriso de criança, a paz de um lar: pregação sem palavras, mas tão extraorclinàriamente persuasiva. onde todos os homens podem já

pressentir, por transparência, o reflexo de um outro amor e a sua chamada infinita.

18 - A CAl\UNHO DE U:\fA ~OV A PRIMAVERA DA

IGREJA

Diletos filhos. a Igreja. de que vós sois as células vivas e ativa!, dá, por meio elos vossos lares, co­mo que uma 01·ova exnerimental do poder do amor salvador e oroduz os seus frutos de santidade. Casai~ atrilbulados, casCJis felizes. casais fiéis, vós preparais nara a Ie-reia e nara 0 mundo uma nova orimavera cujos primeiros rebentos nos fazem t'stremecer de alearia. Ao ver-vos e ao pen~armos nos milhões de ca­~ ais cristãos esoalhados por todo o mundo, illYade-nos uma esneranca i1 renrimível e. e·11 nome do Senhor. c1 izemo-vo~ com confianc" · "Bri­lhe a vossa luz diante dos homens. de modo 'Oue. vendo as vossets boas obras, glorifiouem vosso Pai. o~te está nos CPus" (Mt .. 5. 16). Em seu nome invocamos sôbrf' vós e os vossos auerido~ filhos. sôhre to­dos os casais das Eouines de Nossa Senhora e os seus AssistPntf's. es­necialnlf'nte sôhre o estim;Jdo Pa­dre r~Harel. a orofus~o das g-ra­cas divina. , em oenhor das quai~?

vos damos. de todo o coração, uma ampla Bênção A1postólica.

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Perambulações de um Casal Peregrino

"Maria Helena e Nicolau , na qualidade de "Super­visores dos Regionais no Brasil" tomaram parte na Pe­regrinação a Roma em maio último. Viajaram para a Europa vinte dias antes, para entrarem em contato com equipistas de outros países e conhecerem como êles aten­dem à mística, à disciplina e aos meios oferecidos pelas E.N.S .. De volta enviaram uma carta para cada um do <: Regionais brasileiros, cujo comêço é igual para t .)dos e cuja primeira parte transcrevemos aqui".

Ainda perfumados pelas graças espirituais da peregrinação, re· gressamos dia 13 e apressamo-nos a. escrever-lhes para contar-lhe':> nossas alegrias e transmitir-lhes as experiências hauridas no contato com nossos irmãos equipistas de outros países.

O estilo vai sofrer um pouco de influência telegráfica , para que possamos dizer-lhes , pelo menos, um mínimo do muito que vimos e vivemos.

Nossa chegada a Portugal se deu aos 9 de abril e, no mesmo dia, à tarde, já éramos hóspedes de Maria Domingas e João Pinto Leite, os novos Regionais de Portugal Sul. Estabelecemos contato , igualmente, com Maria Isabel e Valdemiro, casal secretário de Lisboa e com outros casais irmãos que foram acolher "os brasileiros" . A "afinação" foi perfeita. Falávamos a mesma língua e servíamos ao mesmo Senhor. Nesse mesmo dia 9, à noite, fomos convidados a Plarticipar da reunião da. Equipe n .0 50, em Paredes, vizinhanças de Lisboa. Fomos recebidos com a nunca negada generosidade lusitana, acrescida da comovente fraternidade equipista. A reunião foi exce­lente. Constatamos a profundidade com que os componentes daquela equipe estudam o tema (estavam debatendo o penúltimo do "Credo do Povo de Deus") . Sentimo-nos como se pertencessemos àquela co~ munidade desde sempre. Oramos juntos, debatemos nossos problemas e os dos demais casais, falamos de nossas esperanças e do nosso muito amor ao Cristo. Ao final, papeamos sõbre nossas Pátrias e sõbre o destino comum que elas devem ter na história dos povos.

No dia seguinte, após as clássicas visitas aos lugares mais pito­rescos e àquelas localidades que marcam os pontos altos da vida por­tuguêsa, fomos repousar mais cedo para, como era necessário, têrmos condições físicas para a visita que faríamos , com os demais casais equipistas brasileiros que ali se encontravam, a Fátima. Esta nossa estada em Fátima foi um dos pontos altos de nossa passagem pela Europa. Assistimos à missa naquele santuário e oramos, de forma especial, pelos casais brasileiros e por aquelas pessoas que gostariam

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de ali fazer suas preces e que não haviam tido essa oportuni­dade. Falar dos encantos de Fátima e de sua tradição religiosa seria dar-lhes material de leitura para um semestre inteiro ...

Na noite do dia 11, programado pelos brasileiros, tivemos um jantar com os Casais Regional, Responsáveis de Setores, Responsá­veis pela Secretaria, seguido de uma visita ao Secretariado das "equi­pas" portuguêsas. Representando o Brasil, estiveram presentes: -Marialba-Mariano, Maria Enid-José Buschinelli, Anna Luiza-Chris­tiano e nós. Foi um papo longo e proveitoso. Falamos de nossas comuns dificuldades e dos meios que utilizamos para superá-las. Pa­peamos sôbre a possibilidade de formação conjunta de quadros luso­brasileiros. Para finalizar, Valdemiro Líbano Monteiro demonstrou como funcionava o Secretariado... E COMO FUNCIONA! Trou­xemos um exemplar de cada documento alí impresso. Entre os pa­péis, trouxemos o roteiro de um curso de formação de pilotos. Há a indicação das aulas , a matéria a ser abordada em cada uma delas e o desenvolvimento das mesmas . Vale a pena conhecer o trabalho de nossos irmãos. O roteiro é bem superior ao nosso e, com algumas adaptações, poderá valer-nos muito.

Permanecemos em Portugal até o dia 20 de abril e, a essa altu­ra, já tínhamos dupla nacionalidade. A gente lusitana é fora de série. Povo bom demais. Estivemos em Coimbra, hospedados na casa de nossos irmãos Maria Emília e José Carlos C. Toledo de Morais. Nessa maravilhosa cidade universitária, onde a cultura brasileira teve seu berço, participamos de uma reunião social da Equipe n. 0 7. Foi uma experiência positiva e que vale ser contada. A referida equipe realiza, além da reunião mensal, uma outra social que se desenvolve da seguinte maneira: a. os casais se encontram na Capela de uma ins­tituição onde o Padre conselheiro da equipe é o dirigente ( Pe. Mário Branco - um cristão autêntico e inserido no apostolado dos casais) ; b. nessa capela os casais efetuam uma meditação, seguida da coloca­ção de intenções; c. depois, se dirigem para a residência de um dos casais, para um "chá amigo"; d. durante a reunião, cada casal coloca suas experiências da vida de cada dia (filme que assistiu , peça tea­tral, qualquer acontecimento) , analisando-as ao seu modo, diante da perspectiva cristã e os demais casais participam dessa análise colo~ cando seus pontos de vista; e, a reunião se encerra com oração e bênção do Padre Conselheiro. Não é preciso repetir-lhes que ali, como em Lisboa, fomos distinguidos como se fôssemos "gente im­portante". Os "slides" do sucedido ficam reservados para exibição para os que derem um pulinho até nossa casa ou tenham a coragem de convidar-nos para ir às dêles.

Fomos, em seguida, ao Pôrto e estivemos hospedados na casa de Sofia e Carlos Grijo, Casal Responsável pela Região Norte de Por­tugal. O Carlos, além de outras inúmeras virtudes, tem uma tataravó paraense. Foram outros dias ricos de espiritualidade que vivemos na casa dêstes irmãos. Na própria noite de chegada, fomos participar

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da reunião da Equipe n. 0 50-Pôrto. Experiência sensacional! A turma do norte de Portugal "é fogo". Além dos naturais meios de aperfei­çoamento oferecidos pelo Movimento e cobrado em partilha , ·os casais da 50 "instituíram " mais três e a anotação de atendimento é positiva só se fôr cem por cento .. Novos diálogos sôbre o Movimento aqui e lá. Ao final, encerrada a reunião , fomos agraciados com uma " fes­tinha" regada a vinho verde, vinho do Pôrto e com refôrço de pre­suntos e queijos. . . (desculpem-nos mas nossa memória não nos admitiu pularmos êste pedaço ... )

Saímos de Portugal para Madri. Na capital espanhola , contatamos com José Maria e Maria Teresa Sunyer, Júlio e Maria Jesus Albi e Fernando e Tereza Minguez. O José Maria é "catedrático" em equi-pes . Valeu a pena ter passado pela Espanha para conhecer essa ' gente. O Movimento tem ali uma de suas bases mais sólidas . Em matéria de gentilezas sentimo-nos como se estivéssemos em Portugal e isso diz tudo.

F·omos, ao depois , em peregrinação a outro santuário mariano. Estivemos em Lourdes . . . e ali o Nicolau "chorou feito uma bêsta quadrada" de emoção. Realmente , toca no mais fundo da alma a afirmação de fé dos participantes das peregrinações qu2 estavam em Lourdes. Procissões enormes, tôdas as pessoas entoando hinos de louvor a Deus , o auxílio-mútuo presente em escala inusitada, a fé palpável dos doentes próximos da gruta , o clima de oração, tudo isso era forte demais para nós que jamais tínhamos visto nada que se lhe pudesse sequer assemelhar. Agradecemos ao Senhor a opor- . tunidade de têrmos podido receber tão comovente testemunho , que nos marcou indelevelmente.

Após Lourdes, estivemos em Paris, para contatarmos o Casal Supra-Regional do Brasil, o Centro Diretor e para recebermos, no Secretariado, instruções sôbre onde iríamos ficar em Roma e Assis . Na manhã seguinte à de nossa chegada , telefonamos para os Delpont (Yvette e Mareei) comunicando-lhes nossa presença em Paris. Mar­eei, gentilmente, avisou-nos que iria apanhar-nos na cidade p3ra leva-nos a passar o dia cem êles no "Domaine St-François d'Assise, local onde residem e que fica. a alguns quilômetros de Paris. Foi um dia. agradabilíssimo e conversamos muito sôbre o Movimento no Brasil , recordando sua evolução entre nós. Yvette, embora adoen­tada (rezem conosco pelo seu restabelecimento) , e Mareei foram inexceciíveis em atenções para conosco. Mareei tem consigo um dicio­nário português e fala razoàvelmente nossa língua , fazendo questão absoluta de ler e anotar tôda a correspondência que a dona "Ecir" lhes manda, bem como os relatórios de lnah e Paulo Alex .

Na segunda-feira , pela manhã, fomos ao Secretariado, mantendo um breve contato com Geneviéve Sipsom e Michel Foucard, que es­tavam superocupados com os últimos retoques para os dias de pere­grinação em Roma e encontro de Assis . Adquirimos a gravação das

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melodias preparadas especialmente para a peregrinação (uma beleza e está às ordens de vocês) e fomos fazer visitas turísticas aos pontos tradicionais da cidade.

Na noite seguinte, cs Laplume (Jacques e Françoise), que esti­veram no Brasil no ano passado e que tanto nos ajudaram naquela oportunidade, nos levaram à casa dêles para um delicioso jantar francês. ítles residem em Gif-sur-Yvette ( cêrca de 28 quilômetros de Paris) Jacques continua falando o português muito bem e Fran­çoise entende o nosso linguajar. Conversamos, longamente, sôbre o Movimento entre nós e os Laplume mostraram que não se esqueceram do Brasil (aliás, ficamos sabendo que êles são verdadeiros arautos dos encantos brasileiros). Foi proveitosíssimo o encontro que tivemos com êsses queridos irmãos.

Aos 29 de abril chegamos a Roma. Havia greve. Não havia carregadores e nem ônibus. Com a graça de Deus, conseguim• s chegar ao "Domus Mariae" onde nos hospedamos. À noite , naquele local , encontramos Elza e Ludovic recém-chegados do Brasil ... e foi "aquela festa". Andávamos sem notícias daqui. Só quando conseguíamos passar por uma das agências da Varig líamos jornais brasileircs ( ve­lhos como as piadas de televisão). No dia 30, chegaram os demais casais equipistas brasileiros. Uma parte ficou hospedada no "Domus Mariae" e outra no "Trenquelleon" (o qual, por corruptela , foi cha­mado pelos brasileiros de "Sossega Leão"). Nesse mesmo dia fomos ao Colégio Pio-Brasileiro entregar uma encomenda que Dilma e Miguel tinham enviado para o Padre Birk. Foi a melhor idéia que êsses queridos irmãos "barriga verde" tiveram em 1970 . O Pio-Bra­sileiro é um oásis patrício dentro de Roma. Foi uma gostosura ouvir-se o português, novamente, como língua oficial. Lemos jornais, folhea­mos revistas (tudo brasileiro) e fomos convidados para o almôço ...

A partir daí , nos dic:s que se seguiram , dois casais de cada vez passaram a tomar refeições no Pio-Brasileiro. Pe. Birk integrou-se, inteiramente, ao grupo de nossos casais e co-participou na celebração de algumas missas. O mesmo sucedeu com Pe. Bcissinot que fôra a Roma para avistar-se com seus superiores .

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A JOVEM GERAÇAO NOS INTERPELA O suicídio de dois alunos do ginásio Li!!e , na França , que , com

quatro dias de intervalo, depois de haverem embebido suas roupas com gasolina atearam-lhes fogo sob as vistas de seus companheiros, causou um grande impacto entre os jnvens de todo mundo.

A afirmação por êles feita , em carta que deixaram , não foi menos dramática. Um deles disse textualmente : "Eu me ofereço pelas faltas cometidas em Biafra" . ......- O outro, depois de afirmar que não podia adaptar-se a êste mundo, escreveu estas impressionantes palavras : " Como é difícil crer em Deus", causando com isso grande comoção entre a juventude.

A atitude dêstes jovens, angustiante sob qualquer prisma que venha a ser encarada, torna patente a responsabilidade de todos os adultos diante desta nova geração.

Conhecedor profundo de tôda esta problemática , assim se expres­sou sôbre a ocorrência o Cônego Henri Caffarel dirigindo-se a nós , pais de todo mundo.

"Eu imagino que entre vocês, mais de um pai ou de u'a mãe sentiu um arrepio quando soube dêstes gestos desesperados. Quais os pais que podem dizer: esta tentação não ameaça nossos filhos? Depois dos aciden­tes nas estradas, é o suicídio que faz o maior número de mortos entre os jovens de 15 a 25 anos - e isto sem contar os suicidas frustrados! Foi por intermédio de pais das Equipes - por que me deveria calar? - que aprendi o terrível significado desta lacônica expressão: "morte aci­dental ", que acompanha o anúncio de falecimento de um rapaz ou de uma jovem.

" Nada mais restava fazer senão rezar. Insuficiente, mas necessano . Assim conclui o seu artigo um de nossos jornalistas mais em evidência, num jornal muito pouco. . . "católico" .

"Restava. . . Não! Resta orar. É necessário, con­tudo, que esta oração seja a oração veemente dos adul­tos que se sentem solidários num mundo onde os jovens se asfixiam.

"Os jovens de 17-18 anos presumem que certos gestos se impõem, que devem ser públicos. Por que então os pais não se dispõem a proclamar também, num ge:sto público, que êles se recusam a aceitar a barbárie da nossa civilização, o massacre dos inocentes, no seu corpo e na sua alma (vê de a onda reinante de erotismo) , que resolveram trabalhar pela transformação da sociedade ao invés de discursar? Quando nos sentimos impo­tentes diante das montanhas que surgem à nossa frente, temos então uma razão a mais para pedir a Deus que intervenha "com mão forte e braços estendidos".

Não se pode aceitar que para os jovens não haja outra saída senão o desespêro ou o conformismo!

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A ECIR SE APRESENTA

FALAM MARIILBA E MARIANO

Marialba e Mariano• de Araujo Bacellar. casados há dez anos e meio, dois filhos , pertencentes às equipes há dez anos .

Tomamos conhecimento do Movimento, quando, ainda na uni­versidade, éramos militantes da JUC. Nosso assistente, naquela oca­sião, falava a vários casais de noivos a respeito das equipes e da possibilidade de formarmos uma após o casamento da turma tôda.

Em fins de 1959. estando já formados cinco ou seis casais, F rei Lauro nos propôs a organização de uma equipe. Entrou em contaro com o Movimento (abril 1960) e logo após tivemos uma reunião de informação, seguida de reuniões de estudo dos Estatutos, primeiro tema etc . . . Quase um ano depois, nosso casal piloto , por problemas pessoais, abandonou a equipe. que quase se dissolveu . Felizmente, alguém dentre os que então dirigiam o Movimento nos socorreu e providenciou outro piloto - Nelson e Dóris Teixeira .

Tivemos uma pilotagem para valer e em 1962 já tínhamos a primeira eleição de C. R. Fomos eleitos C . R. pela primeira vez em 1963 e desde então sempre estivemos trabalhando em alguma coisa .

Fomos C. de Ligação do Setor D desde os tempos em que era Coordenação. (O responsável era o famoso Nicolau) .

Em 1966 nossa equipe S . P . 35 , Nossa Senhora do Carmo, fêz o compromisso . Éramos então oito casais , dos quais quatro estavam desde os tempos de JUC.

Nestes últimos anos nossa equipe passou por várias vicissitudes e ficamos reduzidos a apenas quatro casais , mas graças a Deus e à vontade dos que permaneceram , conseguimos continuar. Somos hoje cinco casais e sempre o mesmo pacientíssimo padre assistente F rei Lauro, o. f. m.

Hoje pertencemos à ECIR. depois de termos sido responsáveis pelo setor D de São Paulo.

Para terminar, não podíamos deixar de mencionar a felicidade que tivemos p;or representar as Equipes de Nossa Senhora diante do Santo Padre. É realmente difícil traduzir em palavras a emoção, a alegria e também a enorme responsabilidade que sentimos .

Pensamos que essa escolha não foi por merecimento pessoal mas para que to&J•s nós brasileiros sentíssemos a obrigação do crescimento espiritual, do trabalho apostólico, da caminhada sem esmorecimento. Em Roma, em nome de dois mil casais, falou o Brasil. Porque o Espírito Santo assim o quis? Não será um assunto para nossa re­flexão? .. .

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ESPIRITUALIDADE CONJUGAL

o Espírito Santo e o Lar

A nossa Carta Mensal tem publicado em seus últimcs número> diversos artigos abordando temas sôbre a " espiritualidade conjugal" em seus diferentes aspectos. Esta expressão "espiritua lidade conju­gal " já se nos tornou assim bastante famili a r . Mas em razão mesmo do hábito não nos detemos mais profunda mente em apreender o seu sentido. Quer-nos parecer assim que é chegado· o momento de con­duzirmos nossas reflexões para um exame mais atento do seu exato alcance.

Antes de tudo, a palavra "espiritualidade" nos lembra que o Espírito Santo é a própria obra de Deus na nossa vida . Lembre­mo-nos das confidências feitas por Jesus Cristo na n ::: i te da Ceia e tão bem descritas no Evangelho de São João. Que nos di z êle? Seu Pai nos ama . Êle nos enviou o Filho único para nos r2velar êste amor e nos permitir dar uma resposta . Mas eis que o Filho vai eievar-se na direção de seu p ,ai antes de completar sua obra. Entre­tanto Êle não nos deixa órfãos. Êle nos envia seu Espírito para aperfeiçoar em nós esta obra . Se acolhermos e consentirmos a sua ação , o Espírito Santo nos fará filhos do l'lai e nos unirá vitalmente ao Filho; Ê le nos fa z participar do amor e da glória de Deus; Êle nos transforma e nos diviniza ". Sim , o E spírito S anto é a cbra de Deus em nós. Compreende-se assim todo o valor do vocábulo " es­p iritualidade" . Crer nesta presença ativa do Espírito do P ai e do Filho, para que a entrega se faça mais livremente e mais totalmente , representa a verdadeira " espiritualidade". E o homem que se abre assim ao E spírito de D eus, no dizer de São Paulo, é precisamente o " homem espiritual" .

Mas, em nós , quem é que capta esta ação do Espírito Santo? São P aulo nos ensina ainda que é o nosso "espírito". N ão se trata da inteligência, mas de uma faculdade mais misteriosa que é o centro íntimo do ser humano transformado pelo Espírito Santo que o cria e o dirige. Seu "sim " conduz o ser humano, em sua totalidade, ao dinamismo do Espírito Divino. Com efeito, por esta porta que é aberta ao recôndito do homem , o Espírito Santo se va i infiltrar progres­sivamente dominando todo o sêr até atingir as faculdades superiores, a afetividade e até o corpo prometido à ressurreição. Êle vai fazer de

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nós. à medida de nossa generosidade, homens espiriuais. Tal é o segun­do sentido da expressão de São Paulo. Ela traduz não mais sõmente a ação do Espírito Santo, mas ainda a novidade radical produzida no homem. Tal é também o segundo aspecto que evoca a palavra "espi~ ritualidade".

A espiritualidade será. portanto, a Clencia da espiritualização de homem pelo Espírito Santo. Ela nos ensina não só o papel primordial do Espírito que agita e transforma, mas igualmente o papel do homem que consente e se abandona a esta divina metamorfose.

É justamc:lte esta participação do sêr humano na sua própria es­piritualização que nós denominamos "espiritualidade conjugal". O ser no qual trabalha o Espírito Santo não é um homem abstrato. mas qual­quer ccisa de mais concreto: é você, sou e, determinados de múltiplas maneiras, pelo nosso temperamento. nossa história, nosso meic e, em particular, engaj;:1dcs no casamento. Nesta perspectiva. a "espirituali­dade conjugal" aparece como a arte de utilizar os recursos da vida con­jugal com vistas a favorecer a ação do Espírito Santo em cada cônjuge. Uma arte praticada a dois, ou melhor. a três. os esposos e o Espírito Santo, e tal é a sua originalidade. Certamente a ação do Espírito Santo é emientcmente íntima e pessoal. ela solicita o livre acôrdo de cada um. Mas. pelo sacramento do matrimônio, os cônjuges recebem uma graça especial para se ajudarem mutuamente a responder acs impulscs mteriores do Espírito. Cada um dos esposos é para o outro como c mensageiro do Espírito Santo, e isto, através de tôdas as pequenas realidades da vida em comum. Felizes os que compreendem êsse caráter recíproco. esta vida a deis cristãmente vivida! A "espiritualidade con­jugal'· tem o objetivo de formalizar os diversos aspectos e meios dessa vivência. Seu papel é despertar na célula conjugal a presença ativa do Espírito S:mto. De tal sorte que, ao mesmo tempo e na mesma medida que seus membros, o lar torna-se "espiritual", um lugar onde sopra o Espírito.

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A Peregrinação na Cidade de São Paulo

No dia 5 de maio as equipes de São Paulo realizaram uma peregrinação, a fim de aoompanharem seus irmãos do mundo inteiro, em especial os que se encontravam em Roma. Ela teve início às 8 horas da noite, e incluiu uma caminhada de 5 quilômetros. De um dos casais participantes recebemos a seguinte apreciação :

Nós dois sempre achamos que o Movimento nos tem dado muito , ruas pouco tem recebido de nós. Por isso, semp;re que recebemos um convite, uma sugestão, uma convocação, respondemos "presente"; porque assim estamos retribuindo de alguma forma.

Fomos à peregrinação no Morumbi: A capela de São Pedro e São Paulo é linda , tôda em madeira . Ouvimos o padre Edênio do Vale falar sôbre o fermento na massa e isso nos preparou para o tema que iríamos debater.

Cada um recebeu uma vela e a acendeu no "Círio Pascal''. Saí­mos em linha de três casais , guardando uma certa distância. Fomos discutindo o tema "Os meios de comunicação e a Igreja"; assunto atualíssimo, preparado com carinho por uma equipe de São Paulo.

Houve uma parada de dez minutos, durante a qual ouvimos o padre Aquino dissertar sôbre a Igreja Missionária . Retomamos a caminhada, em silêncio e meditando. Ao chegar, entoamos hinos de louvor, cansados mas felizes por encontrarmos Cristo à nossa espera no Sacrário.

A missa foi maravilhosa ; era quase meia-noite quando terminou. Na saída, confraternizando, abraçamos todos os nossos irmãos de pere­grinação.

Querem saber de mais uma coisa?

Foi uma das noites mais lindas, êste ano, em São Paulo. Céu maravilhoso, temperatura amena . Uma noite diferente. Quebramos a rotina de nossos hábitos. Esquecemos o cansaço e deixamos uma porçãQ de coisas para fazer . Não importa ;

foi um encontro com a cidade, deslumbrante à noite, vista lá do alto;

foi um encontro com irmãos, foi um encontro com Jesus Cristo . .. uma caminhada ao Seu encontro, de mãos dadas com os irmãos do mundo inteiro.

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TESTEMUNHOS

DA NECESSIDADE DE SER SIMPLES "Um casal equipista, depois de nove anos, deixou as ENS. Passado um ano, reingres­sou no Movimento• e mandou-nos a seguinte carta":

Bem, estamos de volta! Será realmente uma volta? Esti­vemos verdadeiramente fora do Movimento?

Para a nossa antiga equipe, sim. E para o Movimento? Não sabemos, pois neste ano que se passou não tivemos contato com qual­quer dirigente, nem dêles tivemos notícias.

Ouvimos muitas perguntas. ~ Por que vocês se afastaram? O Movimento dava pouco e exigia muito? ~ É questão de fé? A meditação sôbre as possíveis respostas seria um ótimo tema para os Responsáveis pelo Movimento no Brasil e para todos nós outros.

Se tivéssemos sofrido um desânimo geral, teríamos encontrado auxílio mútuo? Se uma crise conjugal existisse, haveria compreensão e imparcialidade por parte de nossos companheiros? Se o nosso pro­blema tivesse sido o de dúvidas em matéria de fé, haveria por parte dos Responsáveis a transigência daquêles que se preocupam com a essência e não com detalhes?

Durante êste ano, a nossa antiga equipe nos deu testemunhos de amizade fraterna. Houve encontros informais onde sentíamos que ainda éramos seus amigos diletos. Houve muitos telefonemas, convites. provas de interêsse por nosso bem-estar e por nossa felicidade.

Os companheiros de nossa antiga equipe nos venceram. Sem querer êles nos convenceram de que existe uma amizade, que está acima do amor humano, e que dura e perdura, porque se firma em Deus.

Assim sendo, novamente aqui estamos.

Esta carta deveria terminar aqui. Desculpem-nos se continuamos a escrever. Vamos contar o que sentimos.

Em verdade sentimos que êste afastamento, durante um ano, parece que nos deu uma visão "panorâmica" do nosso Movimento. Hoje, mais do que nunca, temos a certeza de que as Equip-es são indis­pensáveis para cristianização das famílias. O Movimento é penhor de graças especiais e atuantes.

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Tudo no Movimento é formidável, mas há certas coisinhas que devem ser reformuladas, analisadas, pesadas e talvez tenhamos maior rendimento em nossas ações. Por exemplo: nós complicamos muito as coisas. São estruturas, superestruturas, projet10s , planificações, isto , aquilo etc. Energias são gastas e muitas vêzes pouco nos sobra para o essencial.

Lembramo-nos de um fato real, que só agora nos é possível rela­tar: havia em São Paulo um casal que foi o iniciador dos cursos de preparação para o casamento e que ~ não de direito . mas de fato ~ tornou-se seu responsável. Êle carregava os cursos, doava-se in­teiramente, dinamizava. Um dia surgiram planos, modificações, novas estrutUras. superorganizações. O casal parou de fazer '(J> que com tanto carinho e amor fazia , o tempo passou e. . . nada veio em subs­tituição. Hoje não sabemos, desculpem-nos se cometemos injustiça : quisemos apenas ilustrar como é possível complicar as coisas.

Simplificar não é desorganizar . Simplificar não é quebrar a uni­dade do Movimento. Simplificar é fazer as coisas menos formais. menos teóricas. é permitir que todos sejam autênticos.

Olhando agora para trás, parece-nos que êsse gôsto pela com­plicação se esparramava até a algumas equipes de· b3se. Queriam intelectualizar tudo. Até mesmo sua fé . Nisso iam-se ilhando, se distanciando do verdadeiro cristianismo, que é tão rico em verdades e tão simples em seus ensinamentos.

Bem, tudo isso dissemos com a sinceridade fraterna que jamais abandonaremos e com nossos corações cheios de amor pelo Movi­mento. Acreditamos nêle e por isso nossas o rações fervorosas são no sentido de que o Espírito Santo favoreça um clima de simplicidade e que na ação atuante sejamos como o próprio Cristo foi: simples.

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O Caracol e o Vagalume

De um casal recentemente designado Res­ponsável de Setor, recebemos uma longa carta sôbre as atividades e o programa do Setor,

da qual extraímos o seguinte trecho :

Uma só palavra diz o que desejamos de tôdas as nossas equipes : DINAMISMO. Essa palavra resume duas outras: TESTEMUNHO e APOSTOLADO. Isto porém traduzido de modo prático, pondo-se um basta a divagações de ordem teórica·. Nesse sentido temos per­corrido tôdas as equipes, no momento de sua reunião mensal, expli­cando que consideramos o testemunho e o apostolado como o desa­brochamento natural do cristão, e que desejamos que o responsável pela equipe nos comunique em breve a maneira como cada um vai desenvolver o apostolado . InsistimQ•s em que êsse apostolado seja

do CASAL.

Como resultado, já recebemos de três equipes informações sôbre como farão seu apostolado. A equipe "A " vai-se integrar com os que trabalham junto aos jovens , mormente com o Grêmio de Jovens aqui da cidade. 2sses jovens reúnem-se semanalmente e têm de­monstrado o desejo de contar com adultos , principalmente casais, junto a si. A equipe " B" resolveu trabalhar junto à principal creche que temos aqui , não só pela ajuda material , mas para, adentrando a instituição, influir nos pequenos e nos dirigentes . A equipe "C" tam­bém já tomou uma resolução. Como um de seus membros trabalha na Associação da Criança Defeituosa , todos os casais resolveram dar­-lhe apoio e se dedicarem a essa Associação. Esperamos info•rmes de outras equipes mais recentemente visitadas.

Temos para nós que qualquer movimento cristão que não se volte ao apostolado está fadado ar fenecer. Basta olharmos para as tradi­cionais irmandades. Vivemos hoje o tipo de cristão VAGALUME e não mais do cristão CARACOL, fechado sôbre si. Precisamos ser vagalumes e, ainda que pouquinho, refletir a luz do Amor e da Ca·ri­dade. Precisamos ser fermento válido; sal que salgue.

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O ENCONTRO EM VALINHOS

Na noite de sexta-feira, dia 5 de junho último, na chácara São Joa·quim em Valinhos, teve início o en­contro anual de Regionais , Responsáveis de Setores, Responsáveis de Coordenações e membros da Ecir. A reunião prolongou-se até à noite do dia 7 e contou com a presença de 37 casais, rep;resentantes de Americana, Araçatuba, Brusque, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Guanabara, Guaxupé, Itu, Jaú, Jundiaí , Limeira, Marí­lia, Petrópolis, São Carlos, São José dos Campos e São Paulo e com a presença de 7 conselheiros espirituais de Americana, Curitiba, Itu , São José dos Campos e São Paulo. A nosso pedido um dos participantes en­viou-nos o seguinte relato:

No fim da semana, com um movimento rápido, giramos o seletor de canais de nossa mente, desligando o canal de nossas preocupações cotidianas e nos sintonizamos no desenrolar dos Dias de Encontro.

Reencontro amigo de queridos irmãos equipistas, conhecimento de novos responsáveis. A apresentação ao jantar estabelece de pronto o clima de fraternidade cristã.

A abertura, descobre-se logo que a programação é intensa e que a finalidade do encontro é uma preocupação maior pdo desenvolvi­mento do trabalho dos Setores, "espinha dorsal" do Movimento.

A esplêndida palestra do padre Aquino - Diaconia - indica a "teologia do serviço" e coloca, em todos, aquêle espírito de doação maior, de auxílio mútuo, que é parte integrante da responsabilidade de cada um.

Setor, "órgão pensante" e "formador de quadros", são os assuntos desenvolvidos por Luiz Marcello em duas inflamadas palestras, que gravam bem a posição de cada Setor, que deve ser - ao lado de sua função administrativa e executiva - um organismo pensante, ideali­zador, formador de elementos dedicados, dinâmicos e disponíveis para uma diaconia inoonteste no Movimento e na Igreja .

Uma hora de vigília comunitária, aos pés do Santíssimo Sacra­mento, a meditação diária de dez minutos no início de cada dia, a participação consciente às Missas concelebradas por todos os Con­selheiros que ali estavam, constituíram o ponto alto do encontro, ao qual estêve sempre presente o sentido da oração.

A oportunidade de contatos, embora rápidos , entre Regionais e Responsáveis de seus Setores e Coordenações, a possibilidade de uma convivência· de dois dias de todos com os membros da Ecir, vai inten­sificando aquela vontade de melhor servir ao Movimento e melhor servir a Deus.

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E não faltou a ocasião de torcer, irmanados, pela vitória do Brasil na Copa do Mundo, num ambiente sadio de alegria e autenticidade.

Podemos dizer que saímos dêsse encontro revigorados em nossa fé em Cristo, revitalizados em nossa vida de oração e sacudidos para um esfôrço ainda maior em nossa·s responsabilidades no Movimento.

Que Cristo, por intercessão de Nossa Senhora, Rainha das Equi­pes, faça de cada um de nós o "sal da terra" e a "luz do mundo" para cumprirmos nossa função cristã de iluminarmos nossos irmãos com o brilho de Sua luz e, ao mesmo tempo, nos diluir como o sal no meio do alimento, dando-lhe porém sabor e a preservação.

CONSTRUIR UM SETOR Com a pontualidade costumeira, recebemos o Equi­

petrópolis de abril. Ler as suas dez fôlhas mimeogra­fadas é um prazer, pela variedade de suas notícias e bom arranjo da matéria . Como em todo número, há notícias pràticamente de todos os casais , do que lhes ocorreu durante o mês , suas atividades, sucessos, con­tratempos. Dessa maneira a vida do Setor é conhecida, participada e sobretudo fortalecida pela comunicação.

O último número traz o seguinte artigo: O Setor de Petrópolis completou, no dia 30 de março, o seu pri­

meiro ano de existência . Podemos afirmar que, embora sendo nôvo, é um grande Setor, porque dêle fazem parte todos os casais das nossas Equipes. Foi por isto que êste ano realizou-se tanto. Todos nós nos sentimos responsáveis pdo nosso Movimento, cujo crescimento e pro­gresso dependem da colaboração de cada um, sem exceção. Cada um carregou a sua pedrinha na construção de nosso edifício: casais , conselheiros espirituais, todos juntos, procurando mutuamente sentir os anseios , as necessidades, num esfôrço comum, cheio de amor, com­preensão e boa vontade. É êste o nosso objetivo, o nosso ideal. Trabalhar é amar e nossas equipes estão cheias de trabalho, porque est~o cheias de amor. V amos continuar neste caminho que é o caminho de Cristo. V amos segurar o arado sem olhar para trás . Q uando falamos em Equipes queremos falar em Cristianismo, em Reino de Deus. Construir êste reino não é fácil. Exige doação, dedicação, esquecimento de si. Exige abertura para com o nosso próximo. Mais uma vez se confirma a oração de S . Francisco : "É dando que se recebe!" .....- Quanto mais dermos de nós mesmos, mais estaremos recebendo, porque Deus não se deixa vencer em generosidade.

Queridos amigos e irmãos, vamos continuar no caminho que co­meçamos. A cada um será pedido o que estiver ao seu alcance. V amos continuar unidos, de mãos dadas e prontas para o trabalho e que o Cristo presente ao nosso lado nos dê fôrças para não esmore­cermos nas dificuldades, para não desanimarmos nas derrotas, para não nos envaidecermos nas vitórias.

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NOVAS EQUIPES

É com satisfação que comunicamos o pedido de filiação da sexta equipe de Caxias do Sul. Ela terá a invocação de Nossa Senhora Imaculada Conceição.

Solicitamos que todos pedidos de filiação sejam comunicados diretamente à Secretaria, para que os equipistas possam acompanhar o crescimento de nosso querido Movimento.

PRÓXIMOS ENCONTROS

Vêm alcançando grande sucesso os Dias de Encontro, Formação e Estudos programados para êste ano. Sua organização tem sido perfeita em todos os detalhes e o grande proveito tirado só pode ser testemunhado pelos que participaram de algum dêles .

Em agôsto haverá dois mutirões : um de 14 a 16 de agôsto em Curitiba e outro de 21 a 23 de agôsto na Guanabara. As inscrições já estão abertas, devendo os responsáveis por equipes procurar deta­lhes com seus responsáveis do setor.

Mas, os grandes próximos encontros, serão as Sessões de For­mação em Primeiro Grau. Serão duas , ambas entre 4 e 7 de setembro; uma em Itaici e O't!tra em Florianópolis. Ninguém deve faltar. Lem­bramos que essa Formação em 1.0 Grau será imprescindível para os que desejarem ter maior responsabilidade no Movimento.

Aqueles que estiverem impossibilitados de comparecer a essas Sessões, fazemos um a pêlo todo especial: REZEM pelo sucesso dêsses d ias. A respeito , transcrevemos aqui parte de uma carta enviada por Esther e Luiz Marcello:

"P or certo, ainda persistem bem vivos na memória de vocês aquê­les momentos passados na S essão de Formação d e Dirigentes de que participamc·s. Vocês sentiram, como nós, tôda a fôrça da presença di­nâmicaJ do Espírito Santo, quando nos reunimos em nome de Cristo. Sem dúvida, tudo o que foi conseguido deve-se à nc.ssa união a Cristo, através das orações e sacrifícios dos presentes, e, também, daqueles que, à distância, oravam e pediam pelo êxito de nosso encontro. Den­tro dessa perspectiva, assumimos dimensões infinitas, não por nós, mas por Aquêle que prometeu estar no meio de nós" .

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PRIMEIROS CONTATOS

Cem algum atraso recebemos "O Equi~

pista". boletim do Setor Ribeirão Prêto. Há notícias sôbre tôdas as atividades do Setor,

sôbre ltuverava, Guará. J aboticabal e Bata­tais . Merece destaque o artigo que relata os p.:: imeiros contatos entre Cursilhistas e Equipistas, do qual tiramos os seguintes tre­

chos:

"No dia 18, convidados pelos dirigentes dos Cursilhos de Cris­tandade, compareceram à sede dêsse Movimento dois casais represen~ tando o Setcr Ribeirão Prêto das ENS e o Ccnselheiro Espiritual

do Setor.

Num ambiente fraterno e acolhedor , estiveram reunidos por mais

de três horas com dirigentes dos Cursilhos. Durante o bate-papo, em que não faltou a franqueza , foram debatidos muitos pontos de interêsse ccmum aos dois movimentos e esclarecidos os outros de interêsse espe­cífico. A idéia central do encontro foi unir esforços . auxiliar~se e com­

pletar~se mutuamente.

Do encontro resultaram algumas colccações muito claras e pre­

cisas, estabelecendo-se em quatro ítens as finalidades precípuas e o

campo de ação imediato de cada um dos movimentos.

Durante a reunião foi feito um convite para que o casal respon­

sável pela Difusão Espiritual no Setor promovesse uma preleção aos Cursilhistas versando sôbre Círculos Familiares. A palestra teve lugar dois dias depois, perante uma assembléia atenta e cheia de boa von­tade. . . que veio a fornecer casais para .,e formarem dois novos

Círculos Familiares".

• • • -29-

BALANCETE DA SECRETARIA

(maio de 1970)

RECEITA:

Contribuições . .. .............. . . .. . ... .. . V enda de impressos e livros .... . ........ . Inscrição Dias de Estudos Ecir, Regionais , Se-

tores e Coordenações . . .. . .. . ....... . .

Saldo credor em 30/ 4'/ 70

DESPESAS:

Tipografia e Papelaria ................ ... . Aluguel (abril) .. . . . ... . .. .... . ..... ... . . Salários (maio) ... . ......... . .. ....... .. . Móveis Kastrup (sala de reunião) ......... . última parcela. Empréstimo com juros ..... . Água e Esgotos ( 1.0 trimestre) . . ... . .. . .. . Luz (abril e maio) .... ... . ...... .. ...... . Telefone . . . .. . . . ... .. ............. . ... . . Correio, condução, telegramas, rodoviária ... . Material de Conservação e Limpeza ... .... .

9.307,28 222.80

60,00

3. 454,16 623,25

1 . 726,20 1 . 245,75 1. 632 .00

20.18 46,90 95,45

491 ,07 12.42

9 . 590.08 6 . 478,30

16.068,38

9. 347,38 Saldo credor em 31 / 5/ 70 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 . 721 ,00

CONTAS A PAGAR:

Tipografia e Papelaria .. ...... .. ......... . Aluguel ............. .. ...... .. ....... . . .

-30 -

4.565.00 623 ,25

16. 068,38

5. 188.25

RETIROS PARA 1970

dia 7 a 9 de agôsto, em Valinhos Pe. Mário Zuqueto

dia 28 a 30 de agôsto, em Barueri Pe. Francisco de Assis Gandolfo

dia 18 a 20 de setembro, em Barueri Pe. Antônio Aquino

dia 25 a 27 de setembro, em V alinhos Pe. Antônio Lobo

dia 2 a 4 de outubro, em Barueri Pe. João Edênio do Vale

dia 9 a 11 de outubro, em V alinhos Pe. Frederico Dattler

dia 20 a 22 de novembro, em V alinhos Pe. Pedro Lopes

dia 27 a 29 de novembro, em Barueri Pe. Oscar Melanson

dia 4 a 6 de dezembro, em V alinhos Pe. Alfonso Pastare

ATENÇÃO: os retiros de 18 a 20 de setembro e de 27 a 29 de novembro serão retiros em ABSOLUTO SIL:BNCIO,

atendendo assim a inúmeros pedidos que nesse sentido foram feitos.

É oportuno lembrar mais uma vez que Valinhos comporta 22 casais e Barueri 27. Filhos menores poderão ser levados e ficarão sob a guarda das irmãzinhas de Jesus Crucificado, que nisso têm muita prática e muito carinho.

Suzana e João Batista Villac (rua Monte Alegre, 759, telefone 62. 80.92) já receberam inúmeras inscrições e lembram que só as reservas feitas com antecedência garantem vagas.

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Meditacão '

e Oração P/ Reunião

ORDÇÜO DO Pll

Próxima

N o "Misse] B iblique'' encontramos esta oraçã'{)l, sem indicação du autor, na qual um pai da terra se dirige ao Pai do Céu, do qual pro·· vém tôda p EJ.ternidade. Você, que é pai, não leia simplesmente o texto. Mas faça-o desde logo oomo quem está rezando:

Em bem sab:a, meu Deus, que tu eras nosso Pai, o Pai nosso que está no céu. Mas venho dar-te graças por teres permitido que eu também eja pai. Pois quiseste que o nos<so amor pwduzisse a vida. A união dos nossos corpos formou ês te outro, cheio de futuro; mas fôste tu que criaste a alma imortal do nosso filho. :Ele é, ao mesmo tempo, teu filho e nosso filho. Desde que foi batizado, sua pequenina alma te sorri.

Tu nos entregaste êste filho .para que o façamos crescer em :dade, graça e sabedoria, diante de Ti e diante dos homens. Com que redobradas fôrças vou trabalhar para êle!

Tu nos confiaste o seu coração e o seu espírito: va1nos fazer tudo para educ.á-lo bem. Tu nos con­fiaste a sua alma e o seu destino eterno: vamos nos santificar para levá-lo conosco. Eu comecei a ser seu pai: sempre o serei!

De agora em diante nosso amor de marido e mulher é mais que um sentimento: nosso amor é uma v:da de pé diante de nós dojs e olhando-nos nos olhos.

:Este filho é, ao mesmo tempo, minha mulher e eu. É ela que eu vejo nêle, seu coração e seu san­gue. Serei bastante bom para que ela se alegre, ao ver-me, a mim também , em nosso filho?

Obrigado, Senhor, por nosso amor encarnado e vivo, por nossa vida revestida de outra. Obrigado por êste filho que vai chamar-me: "Papai". E do qual faremos um homem de bem para esta terra e um santo para o céu. Amém.

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EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciere

Paris Xill

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel.: 80-4850 São Paulo (Cap.)